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CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI JEFFERSON HENRIQUE CIDREIRA RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO PROJETO PRÁTICO RIO BRANCO 2020 CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI JEFFERSON HENRIQUE CIDREIRA PROJETO PRÁTICO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO Relatório de estágio apresentado à disciplina Estágio Supervisionado, do Centro Universitário FAVENI, no Curso de Geografia, 2ª licenciatura, como pré- requisito para aprovação. RIO BRANCO 2020 A INTERDISCIPLINARIDADE NA GEOGRAFIA RESUMO: O presente projeto visa um diálogo entre a ciência geográfica e as demais disciplinas do currículo escolar, a fim de estabelecer uma imbricação e quebrar com paradigmas de uma rigidez entre as mais variadas disciplinas para, assim, possa facilitar o aprendizado dos alunos e ter uma maior interação entre professores e suas respectivas disciplinas na sala de aula, haja vista que essa divisão ‘territorial’ rígida entre as matérias do currículo escolar pode causar problemas de relacionamento entre professores, além de acarretar um ensino-aprendizado ruim para os discentes. Além disso, salientamos, também, como objetivo, a aplicação da aula em sala de aula do tema sobre A formação dos estados nacionais, suas aplicabilidades na geografia e história, e como esse tema será desenvolvido em sala de aula, na sua praticidade. À guisa dessas discussões, vê-se uma pluralidade de saberes por meio do avanço do conhecimento sendo necessária sua articulação, o que pôde ser notabilizado, segundo Patrick Charaudeau (2010), na pós-modernidade, por um diálogo entre as disciplinas e correntes teóricas e metodológicas das ciências humanas. Dessa forma, os resultados pretendidos são esses dialogismos entre as ciências (neste caso, na prática em sala de aula com a temática sobre A formação dos estados nacionais, em História e Geografia), despertar o pensamento crítico e o aprendizado do aluno sem o distanciamento ou estranhamento dessa correlação entre as disciplinas. PALAVRAS-CHAVE: Interdisciplinaridade. Aprendizado. Escola. Formação dos estados nacionais. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 5 2. DESENVOLVIMENTO…………………………………………………………………………………….5 3. RELATO DE ESTUDO .................................................................................................................. 11 4. CONCLUSÃO…………………………………………………………………………………….15 REFERÊNCIAS …………………………………………………………….…………………………16 1. INTRODUÇÃO A ideia desse projeto vem sendo alicerçada nas experiências em sala de aula nas escolas municipais e estaduais dos municípios de Senador Guiomard e Rio Branco, ambos localizados no estado do Acre. Levando em conta as aulas ministradas em Geografia, História e Língua Inglesa, desde 2008 até março de 2020, percebemos ‘conflitos’ e/ou um distanciamento entre professores das disciplinas dos anos/séries 6º ano (5ª série) ao 9º ano (8ª série) do Ensino Fundamental II, decorrentes da falta de interesse de diálogos e/ou aproximação entre as matérias, o que dificulta, sem dúvidas, o aprendizado dos alunos. Percebemos, durante esses 12 anos de prática, que um discurso sempre emergia quanto ao dialogismo entre as disciplinas: “vamos fazer!”, porém, quase sempre não é praticado. Por mais que equipe gestora e as formações dos docentes enfatizassem o crucial papel dessa relação, grande parte dos professores não faziam e não fazem, na praticidade, uma interdisciplinaridade, seja por falta de tempo, seja por falta de afinidade com o colega, e/ou pela falta de alteridade para com o outro. Vale ressaltar que nossa intenção não é discutir tais motivos que impedem essa efetivação dos diálogos interdisciplinares, todavia, esse projeto visa salientar sua importância para o aprendizado dos alunos e a relação afetiva nas escolas entre a equipe; e mostrar, a partir de alguns exemplos, que é possível exercer essa prática na escola. 2. DESENVOLVIMENTO Para adentrarmos nessa especificidade é salutar destacar que as relações sociais sofrem a cada dia uma multiplicidade de sentidos, saberes, identidades. Assim como Bauman (2009) elucidou sobre as relações líquidas que se transformam a cada tempo e espaço. Além disso, suprindo uma lógica dualista de teoria e prática, uma vez que estas são indissociáveis, utilizaremos do aporte teórico de Patrick Charaudeau (2010), com a intenção não de objetivarmos abraçar a totalidade das variadas ciências humanas e sociais, ao contrário, pretendemos interagir, dialogar, manter interlocuções entre as diversas vertentes, suas perspectivas através de uma “co- construção dos saberes que atravessam as disciplinas constituídas” (CHARAUDEAU, 2010, p. 7) tencionando-as para uma “espécie de coexistência de vários prismas teórico-metodológicos para a apreensão e/ou interpretação do fenômeno de estudo por meio de uma interação dos saberes de diferentes disciplinas” (CHARAUDEAU, 2010, p. 6) sem perder seu rigor e verossimilidade científica. Num dialogismo com e entre esses autores, observamos que em Charaudeau há uma preocupação do arrolamento de poder de um paradigma, onde condenava a uma não aceitação de uma trans/pluri/ inter/disciplinaridade, por uma monodisciplina. Além de evidenciar uma rivalidade de pesquisadores das ciências humanas e sociais, relacionando com o que destaca Maturana e Varela (1995), a despeito de questões de violência e ódio de não aceitar o outro, assim como as disciplinas e/ou correntes teórico-metodológicas predominantes. Essas correntes, por vezes, serviram de empecilho para o diálogo entre as diferentes disciplinas, “num jogo de rivalidade entre os pesquisadores das ciências humanas e sociais [...] que parecem servir somente aos seus fins e acabam por impedir uma compreensão global dos fenômenos estudados” (CHARAUDEAU, 2010, p. 2), e em decorrência dessa postura, houve e ainda há um “’isolamento’ de algumas correntes teóricas em detrimento de outras” (CHARAUDEAU, 2010, p. 2). Contudo, apesar dessa tensão, de acordo com Claval (2001), não impediu Morin, Foucault e outros de transitarem entre diferentes disciplinas. Por consequência, Charaudeau abre aos campos de pesquisa e da produção do conhecimento uma interdisciplinaridade, com o desejo de estabelecer tensões, conexões que possibilitem novos instrumentos de análises e interpretações de várias disciplinas, tal qual ele mesmo define, “interdisciplinaridade é o esforço que diferentes disciplinas empreendem para articular conceitos entre si, instrumentos e resultados” (CHARAUDEAU, 2010, p. 11). Essa interdisciplinaridade tem como objetivo diálogos, cooperações e trocas sem deixar de lado o rigor crítico de fazê-la, haja vista que “essa é uma condição do espírito dela própria, o de aceitar algumas simplificações (e não deformações) para estabelecer essas ligações entre as disciplinas” (CHARAUDEAU, 2010, p. 4). Claval (1995; 2001), sem dúvidas, nos sintetiza, amortiza as tensões entre as várias disciplinas, o caráter individualista e egoísta de uma disciplina frente à outra, não as reduzindo, mas mostrando a importância delas para a construção do conhecimento. As fronteiras antes rígidas se dissolvem, se tornam, neste instante, fronteiras vívidas e permeáveis, o transitar não é impedido, claro, com seus cuidados devidos, suas reflexões e críticas, sempre tensionando ao debate, às interlocuções, à uma transdisciplinaridade. Sinalizando à prática que ele chama de démarches das ciências e/ou do constructo do conhecimento mediante uma virada cultural da disciplina, que vai tento seu ápice a partir da pós-modernidade. Segundo o autor, Para quem deseja compreender os problemas que se apresentam aos geógrafos,não basta que se desenvolva na disciplina: o cenário científico alterou-se profundamente. As fronteiras entre história, a sociologia [...] linguística, de um lado, ecologia de outro lado, e as humanidades por último, foram, em parte, apagadas. Não é mais impossível ignorar o que acontece nos domínios vizinhos, porque todos são afetados pela crítica da modernidade, pelo questionamento da soberania da razão e pela crescente atenção prestada à língua e à lógica dos discursos. (CLAVAL, 1995, p. 316- 317) Tal a firmação, já era fortemente sinalizada na década de 1970, por intermédio de teóricos como Michel Foucault, Armand Frémont, Roland Barthes, Jacques Derrida entre outros. Segundo Claval (2001), Frémont, por exemplo, faz do exame literário, em sua obra A região, espaço vivido (1976), como um romancista e/ou analista literário, fazendo uma leitura geográfica através dessa análise literária. Somando-se a este modelo, o autor retoma em A geografia Cultural uma “ênfase sobre a língua e sobre a maneira como as pessoas falam do mundo ou falam o mundo” (CLAVAL, 2001, p. 55). A partir dessa elucidação, podemos então sinalizar com maior ênfase para esse diálogo interdisciplinar nos campos das ciências humanas, com maior destaque aqui, todavia, inserir, também, as ciências exatas (apesar de não ser nosso objeto aqui), haja vista que a Geografia permite essas interdiscursividades pela sua amplitude. Logo, nos tópicos a seguir, mostraremos algumas práticas que podem ser desenvolvidas no interior da sala de aula. Geografia e História Essas duas áreas das ciências humanas são “irmãs” e indissociáveis. Contudo, numa situação de sala de aula, uma professora proferiu que as análises geográficas são mais importantes e devemos se atentar as elas. Partindo dessa experiência, foi possível visualizar certo revanchismo entre as duas disciplinas, o que jamais pode acontecer. A Geografia é a ciência que estuda o espaço e para tal é necessário sempre empreender os contextos históricos, as temporalidades. Heidegger em seu livro Ser e tempo, foi um filósofo que dava maior notoriedade ao tempo, porém, no decorrer de suas escritas evidenciou a inseparável confluência entre tempo e espaço, e passou a dedicar-se ao habitar do ser e suas relações tempo-espaciais. Dessa forma, vemos o imprescindível diálogo que deve ser posto sempre dentro das escolas. Ora, quando analisamos o espaço, os territórios, como, na história, A formação dos Estados modernos, estamos analisando além das localidades, a conjuntura temporal, os anos, os fatos históricos, a produção do espaço pelo homem e pela natureza. Assim, a interdisciplinaridade entre Geografia e História se torna crucial para o entendimento, compreensão do currículo escolar. Além da relação inseparável entre tempo e espaço, a geografia e história analisam a produção econômica e cultural que vão estabelecendo relações sociais; a produção e utilização de mapas que são essenciais para o aprendizado; etc. Para não se alongar nesta relação e a utilização dessas disciplinas, propomos essas utilizações nas práticas dentro das salas e também projetos que visem mostrar ao aluno essa estreita ligação, como visita em museus ou espaços históricos, aqui, por exemplo, nos locais da “Revolução” acreana de 1903, que podemos visualizar com maior nitidez a Geografia (paisagem, a hidrografia do rio Acre, relevo, etc.) em relação ao tempo/espaço das lutas e acontecimentos marcantes nessa história acreana (como a corrente que os bolivianos atravessaram no rio Acre para a intrafegabilidade dos navios brasileiros, etc.). Geografia e Letras Português A Geografia é o espaço da língua portuguesa, de suas relações de hibridismo, evolução, sotaques das regiões do Brasil. Ela fez navegar o português pelos mares e territórios, logo, a geografia permitiu o seu tráfego. Mostrar o porquê falamos o português é uma tarefa geográfica, as diferenças entre cada região, assim, nota-se um diálogo entre essas matérias. Além disso, podemos propor uma atividade de produção cultural de cada região do Brasil, de como eles falam, de como se vestem, suas particularidades e semelhanças a partir desse diálogo geografia e português; uma produção poética destacando as instâncias geográficas em poesias e poemas. Exemplo disso é a produção de poemas destacando o lugar, as vivências geográficas, suas territorialidades e/ou lugaridades. Como podemos observar no poema a seguir: A natureza e o ser Que imagem é esta que tão gigantesca é e se apresenta ao meu olhar? A imensidão do espaço, a natureza que nele há, Que faz sentir-se em minha alma, tocando-a, fazendo a priori eu o projetar, Criação, recriação, sob o prisma do meu olhar. Nas tardes, mesmo vazias, observando às cores diante dos meus olhos saltar, Ao por do sol que laranja o céu, que insurge tonalidades, paisagem, Que me faz transcender, Pensar. Meu corpo inerte, meu espírito se perde na imensidão do azul antes celeste, Pintura quase rupestre, ruma ao encontro do meu ser sereno agir, estar, Contemplando a criação, significantes, significados que a natureza impetra em mim e a ela ei de interpretar, Pintar. Ali fico, não quero sair, perante a beleza envolta dos tons do céu, da vegetação, dos lindos cantos que a natureza ecoa então Toca, suave como uma bela canção, Embala meus sonhos, Desperta e sossega o meu coração. Jefferson Henrique Cidreira em “Geo(grafias) poéticas”, 2019. Nesta poesia podemos ver elementos da geografia cultural, humanista que permeiam vivências e utiliza-se da língua escrita, da literatura para poetizar espaços, regiões. Logo, esse exemplo mostra a importância entre essas interdisciplinaridades dentro das aulas e como podemos fazer rodas de poesias, de escrita sobre as geografias das regiões onde os sujeitos (alunos) estão inseridos, juntamente com os professores de geografia e português, por exemplo. Geografia e Biologia Disciplinas que estão ligadas, pois se desenvolvem no espaço: seja o aquático, o terrestre, o atmosférico, etc. Mostrar a variedade de espécies vegetais e animais de cada lugar do mundo a partir de feiras, exposições, maquetes; as condições climáticas e seus efeitos no meio ambiente, nos ecossistemas, etc. Geografia e matemática No âmbito matemático, temos as leituras de mapas em suas escalas, paralelos, etc. A utilização da estatística para medição do clima, pressão atmosférica, para cálculos na geografia física; leitura dos séculos em algarismos romanos, etc. Todos são exemplos que os professores podem relacionar dentro da sala de aula, mostrar aos alunos a importância das relações entre as disciplinas, como elas podem dialogar e ajudá-los nas resoluções de atividades, apreensões dos assuntos e aplicações na vida prática cotidiana, onde o ensino e aprendizado será mais efetivo. 3. RELATO DE ESTUDO Neste tópico, apresentaremos uma aula prevista para uma carga-horária de 3h. É necessário levantar alguns pontos essenciais para esta prática: • Os conhecimentos prévios dos alunos; • Um planejamento adequado para atender a heterogeneidade da sala e atingir os objetivos previstos; • Uma aplicação contextualizando o espaço e tempo do aluno. A aula levará um aspecto dialógico entre: professor e aluno, e aluno e aluno. Nessa vigência, estabeleceremos uma aula expositiva sobre o tema. Segue então, a aula sobre “A formação dos Estados Nacionais”, para os 7º anos do Ensino Fundamental II, mantendo um dialogismo interdisciplinar com a História. Dessa maneira, iremos trabalhar textos do livro, capítulo que se debruça sobre essas questões. Vamos abordar, numa aula expositiva, como se deu a formação dos Estados modernos, quais mudanças e/ou desenvolvimento foram suscitados desse acontecimento; fazer um diálogo entre o tempo (quando aconteceu), o contexto social,econômico e espacial que ocorreram essas formações, os acontecimentos históricos e quais mudanças ocorreram nas geografias (territórios, em sua economia, na paisagem, na política, etc) mundiais. Distribuição do tempo e/ou práticas dentro da sala Após breve apresentação do assunto, os alunos deverão fazer uma leitura de 20min. do texto, e mais 20 min. serão destinados a fazer uma síntese sobre o tema, onde iremos auxiliar cada aluno, “cadeira por cadeira” e/ou quando eles solicitarem. Em seguida, após feitura da síntese, iremos fazer uma aula expositiva, entre 30 min. a 40min. sobre a temática, destacando as partes principais do texto, correlacionando Geografia e História, além da influência no nosso país. Sempre abrindo espaço para as intervenções dos alunos; Na continuidade, abriremos então, após tirar as dúvidas dos alunos através de suas intervenções, espaço para diálogos sobre o tema, cerca de 40 min. para essa realização, um debate entre alunos e professor e, mais uma vez, um momento para tirar dúvidas que venham ainda permear esse espaço de interação e diálogo. Feito este passo, iremos para a resolução da atividade, os alunos terão cerca de 30 min. para a resolução da atividade proposta. E mais 30 min. serão destinados à correção das atividades. TEMA: A FORMAÇÃO DOS ESTADOS NACIONAIS OBJETIVO: Compreender o processo de formação dos Estados Nacionais, seu desenho da configuração do Território e suas relações econômicas, políticas na produção e/ou transformação do espaço geográfico. RECURSOS: Livro didático, mapas, pincel e quadro branco. ATIVIDADE: 1. O que é o Estado-Nação? E como surgiram? 2. Quando aconteceu? Onde? 3. Quais mudanças ocorreram que facilitou a formação dos Estados Nacionais? Como estabeleceram suas divisas territoriais e anexação de outros espaços? 4. Qual a relação da formação dos Estados Nacionais com a ascensão da burguesia e do Absolutismo? 5. Pensando no tema abordado, como podemos analisar nosso país neste contexto dos Estados modernos? Quais as influências podemos observar? 6. Faça um mapa mental sobre o assunto estudado (à mão e à caneta, pincel e lápis de cor, ou seja, não é digitado). SURGIMENTO DOS ESTADOS NACIONAIS Um Estado nacional contemporâneo tem como princípio realizar a soberania política e militar dentro de um determinado território delimitado por fronteiras que definem quando termina um território e inicia outro. O Estado nacional é também chamado de Estado-Nação, leva em consideração as pessoas que vivem no território e que possuem características singulares segundo a sua identidade (língua, religião, moeda, hino do país etc.) cultural, histórica, étnica, colocadas em prática dentro do estado. Os Estados-Nações, ou propriamente dito países, surgiram principalmente no fim do século XVIII início do século XIX. Foram constituídos a partir do processo de industrialização original e/ou clássica com mecanismo de divisão do espaço geográfico internacional, estabelecendo uma nova configuração política e espacial, tudo isso é fruto da burguesia e revolução industrial que contribuiu para proteger o mercado de um determinado território. Nesse contexto, quem não realizasse medidas de proteção de mercado seria incapaz de competir com produtos ingleses, então era preciso fechar o mercado. A proteção de mercado não devia se limitar apenas a fiscalizar as fronteiras, ou taxar produtos, mais do que isso, era preciso constituir sentimentos de amor à pátria (nacionalismo) em seu povo. O nacionalismo e/ou patriotismo passou a ser desenvolvido através de vários meios, como a escola era pública e obrigatória ela conseguia atingir uma grande quantidade de crianças, as forças armadas antes constituídas por mercenários passou a aceitar somente pessoas de mesma língua e com afinidade com o país, outras maneiras de consolidação do sentimento nacionalista eram retratadas nas obras literárias, folclores, tradições, culinária, datas comemorativas, modos de vestir e etc. A concepção do Estado nacional ocasionou divergências entre reis e imperadores, no século XVI e XVII, no XIX entre igreja e nação, e entre senhores feudais e o estado. Posteriormente aos conflitos, o estado foi consolidado superando as ideologias e interesses da igreja e dos senhores feudais, assim promoveu a centralização do poder, e essa dava direito de representação da nação. Mesmo com a vitória política do Estado-Nação ainda existem países que não detêm uma hegemonia de nacionalidade e de língua, como, por exemplo, Canadá, Suíça, Rússia entre outras. ESTADOS NACIONAIS O termo "Estados Nacionais" costuma ser utilizado para designar o resultado da dinâmica política e econômica que levaria a uma nova formulação de Estado nos reinos europeus, possibilitando o fortalecimento e subsequente centralização do poder real. Durante a Idade Média, a Europa em geral seria caracterizada pela forte presença política dos senhores feudais. Junto com a influência da Igreja, isso acabaria por assegurar a fragmentação do poder durante o período. No século XIV, porém, este sistema afundou em uma forte crise depois da desagregação social https://www.infoescola.com/historia/alta-idade-media/ causada pela epidemia de peste bubônica, que em muito agravaria a crescente paralisação do mercado agrícola. Neste contexto, ocorreu a ascensão da burguesia. Anteriormente mais predominante nas atividades comerciais das cidades feudais, o grupo se tornaria cada vez mais influente ao adquirir as terras dos arruinados senhores feudais, o que lentamente alteraria o eixo da economia para as atividades comerciais no meio urbano. Isso desenvolveria substancialmente o comércio. A diminuição do poder dos senhores feudais também levaria ao fortalecimento político dos reis. Aliados com a ascendente burguesia, os monarcas tiveram maior possibilidade de arrecadar os impostos necessários para desenvolver e manter as instituições necessárias para a administração e segurança pública. Os recursos para isso eram garantidos por meio da promoção da economia mercantil. Ao mesmo tempo em que beneficiava a burguesia, entretanto, o rei ainda cultivava o apoio da nobreza, reforçando os laços de fidelidade entre eles ao atraí-los para a corte e promovendo seus membros mais destacados para importantes cargos no Estado. Desta forma, a nobreza perdia sua autonomia e se tornava subserviente ao rei. Ao mesmo tempo, as fronteiras tornavam-se melhor definidas, gerando paulatinamente o sentimento de uma identidade nacional pelo reino. A maioria dos reinos europeus passou mais cedo ou mais tarde por este processo. Um caso precoce foi Portugal, consolidado já no século XIII, apesar de ter sua independência frequentemente ameaçada pela vizinha Castela – que, por sua vez, apenas se uniria com Aragão e formaria a Espanha moderna no século XV. As monarquias em França e Inglaterra também mostrariam cedo sinais de fortalecimento do poder real, mas apenas depois da Guerra dos Cem Anos travada entre ambos desde o século XIV – e, especificamente no caso inglês, a Guerra das Duas Rosas, que opôs a Casa Lancaster e a Casa York no século XV – foi que o poder real se consolidou respectivamente com a dinastia Valois e a dinastia Tudor. Esse processo de centralização política acabaria por resultar, mais tarde, na formação de um sistema característico da Era Moderna: o absolutismo, que encontraria sua expressão mais famosa em França com Luís XIV, o Rei Sol. Entretanto, em algumas regiões o processo que levaria ao Estado Nacional não seria completado neste período. Embora tanto no Sacro Império Romano Germânico quanto na Península Itálica ocorresse à crise do feudalismo e o início da centralização política, as forças regionais foram fortes demais para que fosse possível a consolidação de um poder central. Assim, ambas as regiões seriam https://www.infoescola.com/doencas/peste-negra-bubonica/https://www.infoescola.com/sociologia/burguesia/ https://www.infoescola.com/sociedade/nobreza/ https://www.infoescola.com/historia/guerra-dos-cem-anos/ https://www.infoescola.com/historia/guerra-das-rosas/ https://www.infoescola.com/historia/guerra-das-rosas/ https://www.infoescola.com/historia/absolutismo/ https://www.infoescola.com/historia/sacro-imperio-romano-germanico/ https://www.infoescola.com/historia/sacro-imperio-romano-germanico/ https://www.infoescola.com/historia/sacro-imperio-romano-germanico/ https://www.infoescola.com/historia/feudalismo/ politicamente fragmentadas durante a Era Moderna. Enquanto o Império possuía vários ducados, reinos e cidades independentes, na Península Itálica muitas terras foram dominadas por potências estrangeiras ou eram subordinadas à Igreja. As modernas nações conhecidas como Alemanha e Itália apenas surgiriam no século XIX. Uma grande influência a ser debatida é a questão das colonizações, a configuração espacial que se configura, no mundo, a partir dela e das formações dos estado modernos ao longo da história. REFERÊNCIAS FREITAS, Eduardo de. "Surgimento dos Estados Nacionais" in: Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/como-surgira-os-estados- nacionais.htm. Acesso em 01 de julho de 2020. LIMA, Lizânias de Souza; PEDRO, Antonio. “Das monarquias nacionais ao absolutismo”. In: História da civilização ocidental. São Paulo: FTD, 2005. pp. 141- 145. 4. CONCLUSÃO É notório que a interdisciplinaridade permeia o espaço da educação, num modelo interacional, rompendo com as fronteiras rígidas empreendidas pelos modelos clássicos de aprendizagem. Essas relações visam superar dicotomias e diferenças entre disciplinas e o aprendizado, pois o objetivo é fazer o aluno pensar, ser crítico e dialogar como as disciplinas conversam entre sim, com o objetivo de colocar na prática esses saberes adquiridos a partir da interdisciplinaridade prática. Os professores que visam e criam esses meios de interesse e diálogos entre disciplinas, entre os colegas e entre si e os alunos permitem com que eles sejam mais críticos, relacionem os assuntos e aprendam, absorvam mais a partir das experiências no mundo circundante: sala de aula, na casa, família, amigos e no ambiente educativo. Dessa forma, o aprendizado será desenvolvido na própria ‘evolução’ humana de apreensão e entendimento do currículo escolar e de análises críticas em sociedade e no processo de aprendizado. REFERÊNCIAS BAKHTIN, Mikhail. Marxismo e filosofia da linguagem. 6. ed. São Paulo: Hucitec, 1995. BAUMAN, Zygmunt. Ensaios sobre o conceito de cultura. Rio de Janeiro: Editora Zahar, 2012. BAUMAN, Zygmunt. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Editora Zahar, 2001. BHABHA, H. K. O local da cultura. Belo Horizonte: UFMG, 1998. CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano: artes de fazer. 3. ed. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 1998. CHARAUDEAU, Patrick. Por uma interdisciplinaridade “focalizada” nas ciências humanas e sociais. Trad. Renato de Mello e Renata Aiala de Mello, 2010. CLAVAL, Paul. A Geografia Cultural. Florianópolis: Editora da UFSC; Ed. Or., La géographie culturelle. Paris, Nathan, 1995. CLAVAL, Paul. Epistemologia da Geografia. Florianopolis: Editora UFSC, 2001. DARDEL, Eric. O homem e a terra: natureza da realidade geográfica. São Paulo: Perspectiva, 2011. FIGUEIREDO, Luís Claudio. Foucault e Heidegger. A ética e as formas históricas do habitar (e do não habitar). Tempo soc. [online]. 1995, vol.7, n.1-2, pp.136-149. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103- 20701995000100136&script=sci_abstract&tlng=pt Acesso: 15 de março de 2020. FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso. 2. ed. São Paulo: Edições Loyola, 1996. FOUCAULT, Michel. A verdade e as formas jurídicas. Rio de Janeiro, NAU Editora, 2003. FOUCAULT, Michel. Dits et écrits – 1954-1988. Vol. IV. Paris: Gallimard, 1994. FOUCAULT, Michel. El poder una bestia magnífica. (Trad. Horacio Pons). Buenos Aires: Siglo Veintiuno Editores, 2012. FOUCAULT, Michel. O que é um autor? In: Ditos e escritos - Estética, literatura e pintura, música e cinema (vol. III). Rio de Janeiro: Forense Universitária 2001. FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir: nascimento da prisão. Trad. Lígia M. Ponde Vassalo. Petrópolis: Vozes, 1987. HEIDEGGER, Martin. Carta sobre o humanismo. São Paulo: Moraes, 1991. http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-20701995000100136&script=sci_abstract&tlng=pt http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-20701995000100136&script=sci_abstract&tlng=pt HEIDEGGER, Martin. El ser y el tiempo. Madri: Fondo de cultura econômica, 2000. HEIDEGGER, Martin. Construir, habitar, pensar. In Ensaios e conferências. Trad. Márcia Sá Cavalcante Schuback. Petrópolis: Vozes, 2002. HEIDEGGER, Martin. Ser e tempo. Parte I, 15 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2005. HEIDEGGER, Martin. Ser e tempo. Trad. Marcia Sá Cavalcante Schuback, 10. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2015. MATURANA, Humberto R.; VARELA G., Francisco. A árvore do conhecimento: as bases biológicas do entendimento humano. Campinas: Psy II, 1995. CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI RIO BRANCO 2020 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 2. DESENVOLVIMENTO Geografia e História Geografia e Letras Português Geografia e Biologia Geografia e matemática 3. RELATO DE ESTUDO Distribuição do tempo e/ou práticas dentro da sala ATIVIDADE: SURGIMENTO DOS ESTADOS NACIONAIS ESTADOS NACIONAIS REFERÊNCIAS 4. CONCLUSÃO REFERÊNCIAS
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