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Seminários Integrados em Língua Portuguesa - Conteúdo Online

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SEMINÁRIOS INTEGRADOS EM LÍNGUA PORTUGUESA 
AULA 1 – O CICLO SINAES 
Introdução 
Nesse primeiro momento, conheceremos a estrutura do SINAES, compreendendo os métodos 
avaliativos existentes, os órgãos responsáveis e as etapas burocráticas que fazem parte de 
todo o processo. 
Entendendo o SINAES 
O SINAES (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior) analisa as instituições, os 
cursos e o desempenho dos estudantes. O processo de avaliação leva em consideração 
aspectos como ensino, pesquisa, extensão, responsabilidade social, gestão da instituição e 
corpo docente. O SINAES reúne informações do Exame Nacional de Desempenho de 
Estudantes (ENADE) e das avaliações institucionais e dos cursos. As informações obtidas são 
utilizadas para orientação institucional de estabelecimentos de ensino superior e para embasar 
políticas públicas. Os dados também são úteis para a sociedade, especialmente aos 
estudantes, como referência quanto às condições de cursos e instituições. 
 
 
 
 
 
 
 
O que compõe o SINAES? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Componentes principais do SINAES 
O SINAES é formado por três componentes principais: Avaliação das instituições + Avaliação 
dos cursos + Avaliação dos estudantes. 
O SINAES avalia todos os aspectos que giram em torno desses três eixos. 
Nos processos regulatórios, para a IES ou para o curso, são levados em conta os referenciais 
de qualidade IGC (Índice Geral de Cursos) e o CPC (Conceito Preliminar de Curso). 
 
 
 
 
 
 
 
A regulação do ensino superior brasileiro possui o seguinte quadro normativo: 
 Lei do SINAES (Lei n.º 10.861/04). 
 Constituição da República (Arts. 205 a 214). 
 Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB, Lei n.º 9.394/96). 
 Plano Nacional de Educação 2001-2010 (Lei nº. 10.172/01). 
 Decreto n.º 5.773/06. 
 Portaria Normativa n.º 40/07. Republicada pela Portaria 23 de 01/12/2010. 
IGC – Índice Geral de Cursos da Instituição 
Indicador de qualidade construído com base em uma média ponderada das notas dos cursos 
de Graduação e Pós-Graduação (Mestrado e Doutorado) das Instituições. Assim, sintetiza em 
um único instrumento a qualidade de cada uma. 
Divulgado anualmente, o resultado final do IGC é expresso em valores contínuos (que vão de 
0 a 500) e em faixas (de 1 a 5). 
IGC da Instituição = CPC Curso A + CPC Curso B + Notas da Capes 
Notas 1 e 2 são consideradas insatisfatórias. 
 
 
 
 
CPC – Conceito Preliminar de Curso 
O CPC é um indicador prévio da situação dos cursos. 
O conceito é composto por: ENADE (55%) + INSUMOS (45%) = CPC (atribuído por Curso / 
Município) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Coleta de Informações 
O CPC é um indicador prévio da situação dos cursos. O conceito é composto por: 
 Autoavaliação 
As instituições realizam a autoavaliação (conduzida pela CPA – Comissão Própria de Avaliação 
– da IES) continuamente e publicam o relatório anual com os resultados, ações realizadas, 
potencialidades e fragilidades de cada uma das dez dimensões avaliadas pelo MEC. 
O relatório da autoavaliação deve conter a identificação dos meios e recursos necessários para 
a realização de melhorias, assim como uma avaliação dos acertos e equívocos do próprio 
processo de avaliação. Este relatório é um instrumento que compõe o processo de avaliação. 
 Censo de Cadastro 
Anualmente, o Inep realiza a coleta de dados (tem como referência as diretrizes gerais 
previstas pelo Decreto nº 6.425 de 4 de abril de 2008) sobre a educação superior que irá 
compor o CADASTRO das IES. 
Por meio de um questionário eletrônico, as IES respondem sobre sua estrutura e cursos. 
Durante o período de preenchimento do questionário, os pesquisadores institucionais podem 
fazer, a qualquer momento, alterações ou inclusões necessárias nos dados de suas respectivas 
instituições. Após esse período, o sistema é fechado para alterações e os dados são colocados 
à disposição das IES, sob a forma de relatório, para que haja a consulta, validação ou 
correção das informações prestadas. 
As informações são levantadas (CENSO + CONCEITOS das IES) e disponibilizadas para acesso 
público ao Cadastro das IES e seus respectivos cursos na página do E-Mec. 
Essas informações serão matéria de análise por parte das comissões de avaliação, nos 
processos internos e externos de avaliação institucional. 
ENADE 
O que é? 
Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), que integra o Sistema Nacional de 
Avaliação da Educação Superior (Sinaes). 
Para que serve? 
Para aferir o rendimento dos alunos dos cursos de graduação em relação aos conteúdos 
programáticos, suas habilidades e competências e avaliar a qualidade das Instituições de 
Ensino Superior de todo o Brasil. 
Por que devemos estimular os alunos? 
O resultado passará a fazer parte do currículo pessoal do estudante, bem como dos resultados 
da Universidade. O Enade é componente curricular obrigatório. Sem ele, o aluno não cola grau 
e não recebe o diploma. 
Quais os benefícios para o aluno? 
Valorização do certificado da Estácio no mercado de trabalho (à medida que os cursos forem 
bem avaliados pelo Enade). 
Quem deve fazer o exame? 
Todos os alunos concluintes do 2º semestre do ano em questão e do 1º semestre do ano 
seguinte serão selecionados para realizar o Exame. 
Quais são os instrumentos? 
 A prova. 
 O questionário socioeconômico do estudante (respondido em período anterior a data da 
prova através da página do INEP). Após a responder ao questionário o aluno visualiza o 
local de prova. 
Como a prova é composta? 
A prova é composta de 40 questões no total, sendo 10 questões da parte de formação geral e 
30 da parte de conhecimento específico da área, contendo as duas partes questões 
discursivas e de múltipla escolha. Prova de Conhecimento específico da área vale 75% da 
nota. 
Quando acontece? 
Em regra, acontece ao final do mês de novembro, domingo, às 13h. 
AULA 2 – FORMAÇÃO GERAL: GRUPO DE TEMAS I 
Arte, Cultura e Filosofia 
Para iniciarmos nossa aula, vamos a um questionamento: 
Por que é preciso entender um pouco de arte, cultura e filosofia? 
 CULTURA = ajuda a entender os comportamentos sociais. 
 FILOSOFIA = contribuir para uma reflexão mais profunda sobre as questões do nosso 
tempo. 
 ARTE = mostra ideias e situações através ponto de vista do artista. 
Cultura 
Vejamos os conceitos básicos de cultura: 
• É toda forma de intervenção humana na natureza; 
• Transmitida de geração a geração, nas diferentes sociedades; 
• Criação exclusiva dos seres humanos; 
• Múltipla e variável, no tempo e no espaço, de sociedade para sociedade. 
A cultura se desenvolveu da possibilidade da comunicação oral e de fabricação de 
instrumentos, capazes de tornar mais eficiente o aparato biológico humano. 
Então, que tudo o que o homem faz, aprendeu com os seus semelhantes e não decorre de 
imposições originadas fora da cultura. 
Uma vez parte da estrutura humana, a cultura define a vida, e o faz não através das pressões 
de ordem material, mas de acordo com um sistema simbólico definido, que nunca é o único 
possível. 
A cultura, portanto, constitui a utilidade, serve de lente através da qual o homem vê o mundo 
e interfere na satisfação das necessidades fisiológicas básicas. 
Embora nenhum indivíduo conheça totalmente o seu sistema cultural, é necessário ter um 
conhecimento mínimo para operar dentro do mesmo. 
Um novo paradigma: O Multiculturalismo 
Para Boaventura de Sousa Santos, em ambas as concepções (universalistas e relativistas) o 
conceito de dignidade humana está incompleto, uma vez que a noção esta atrelada a cada 
uma das pré-compreensões culturais. 
Assim, torna-se impossível estender à universalidade, noções de direitos humanos sem 
considerar a diversidade conceitual oriunda da multiplicidade cultural existente. 
É preciso criar um novo paradigma comunicativo que propicie uma mediação e conciliação dos 
valores de cada cultura. Nos dizeresdo autor: um diálogo intercultural. 
Arte 
Desde que o mundo é mundo o ser humano constrói seus próprios objetos, suas coisas. 
A arte é uma forma criativa de como a humanidade expressa suas emoções, sua história e sua 
cultura através de alguns valores estéticos, como beleza, harmonia, equilíbrio. 
Ela pode ser representada através de várias formas, em especial na música, na escultura, na 
pintura, no cinema, na dança, entre tantas outras. 
Em algum momento já sentimos o efeito de uma obra de arte sobre nós, que pode ser: 
encanto, estranheza, repúdio, prazer, contemplação e bem-estar. 
A arte também manifesta fatos, acontecimentos, expressa ideias e, nesse sentido, possui 
também a função formativa, ou seja, educativa. 
O livro OS SERTÕES, escrito por Euclides da Cunha, conta a história da Guerra de Canudos, 
uma revolta ocorrida no interior da Bahia, entre 1896 e 1897, liderada por Antonio 
Conselheiro. 
“Mulher com sombrinha” (1875) é uma das mais famosas obras do pintor francês 
impressionista Claude Monet. 
O que mais nos encanta neste quadro não são as jovens retratadas, mas o modo sutil pelo 
qual a luz e a brisa conservam-se na tela como que para sempre aos nossos olhos. 
História da Arte 
Vamos, agora, fazer uma rápida viagem através da História da Arte, passando por suas fases. 
Arte Pré-Histórica: consideramos como arte pré-histórica as manifestações que surgiram antes 
das primeiras civilizações, ou seja, antes da escrita. 
Idade Antiga: período compreendido entre a invenção da escrita e a queda do Império 
Romano do Ocidente; arte Egípcia, arte Grega, arte Romana e arte Islâmica. 
Idade Média: 
 Arte Românica: em 476, com a tomada de Roma pelos povos bárbaros, começa o 
período histórico conhecido por Idade Média. 
Na Idade Média, com o Cristianismo, a arte se voltou para a valorização do espírito. Os valores 
da religião cristã vão impregnar todos os aspectos da vida medieval. A visão de mundo 
dominada pela figura de Deus, proposto pelo Cristianismo, é chamada de Teocentrismo (teos 
= Deus). Deus é o centro do universo e a medida de todas as coisas. A igreja, como 
representante de Deus na Terra, tinha poderes ilimitados. 
 Arte Gótica: a arquitetura expressa a grandiosidade, a crença na existência de um Deus 
que vive num plano superior; tudo se volta para o alto, projetando-se na direção do 
céu, como se vê nas pontas agulhadas das torres de algumas igrejas góticas. A rosácea 
é um elemento arquitetônico muito característico do estilo gótico e está presente em 
quase todas as igrejas construídas entre os séculos XII e XIV. 
Outros elementos característicos da arquitetura gótica são os arcos góticos ou ogivais e os 
vitrais coloridíssimo que filtram a luminosidade para o interior da igreja. As catedrais góticas 
mais conhecidas são: Catedral de Notre Dame de Paris e a Catedral de Notre Dame de 
Chartres. 
Idade Moderna: 
 Renascimento: o termo RENASCIMENTO é comumente aplicado à civilização européia 
que se desenvolveu entre 1300 e 1650. Além de reviver a antiga cultura greco-romana, 
ocorreram nesse período muitos progressos e incontáveis realizações no campo das 
artes, da literatura e das ciências, que superaram a herança clássica. 
O ideal do humanismo foi, sem dúvida, o móvel desse progresso e tornou-se o próprio espírito 
do Renascimento. Trata-se de uma volta deliberada, que propunha a ressurreição consciente o 
(re-nascimento) do passado, considerado agora como fonte de inspiração e modelo de 
civilização. Num sentido amplo, esse ideal pode ser entendido como a valorização do Iníciom 
(Humanismo) e da natureza, em oposição ao divino e ao sobrenatural, conceitos que haviam 
impregnada a cultura da Idade Média. 
Características gerais: racionalidade; dignidade do ser humano; rigor científico; ideal 
humanista; reutilização das artes greco-romana. 
 Barroco: a arte barroca originou-se na Itália (séc. XVII), mas não tardou a irradiar-se 
por outros países da Europa e a chegar também ao continente americano, trazida pelos 
colonizadores portugueses e espanhóis. As obras barrocas romperam o equilíbrio entre 
o sentimento e a razão ou entre a arte e a ciência, que os artistas renascentistas 
procuram realizar de forma muito consciente; na arte barroca predominam as emoções 
e não o racionalismo da arte renascentista. 
É uma época de conflitos espirituais e religiosos. O estilo barroco traduz a tentativa 
angustiante de conciliar forças antagônicas: bem e mal; Deus e diabo; céu e terra; pureza e 
pecado; alegria e tristeza; paganismo e cristianismo; espírito e matéria. 
Idade Contemporânea: 
• Neoclassicismo: retorno ao passado, pela imitação dos modelos antigos greco-latinos. 
• Romantismo: o século XIX foi agitado por fortes mudanças sociais, políticas e culturais 
causadas por acontecimentos do final do século XVIII - Revolução Industrial (que 
gerou novos inventos com o objetivo de solucionar os problemas técnicos decorrentes 
do aumento da produção, provocando a divisão do trabalho e o início da especialização 
da mão-de-obra) e a Revolução Francesa (que lutava por uma sociedade mais 
harmônica, em que os direitos individuais fossem respeitados; traduziu-se essa 
expectativa na Declaração dos Direitos do Iníciom e do Cidadão). Do mesmo modo, a 
atividade tornou-se complexa. 
Os artistas românticos procuraram se libertar das convenções acadêmicas em favor da livre 
expressão da personalidade do artista. 
Características gerais: a valorização dos sentimentos e da imaginação; o nacionalismo; a 
valorização da natureza como princípios da criação artística; os sentimentos do presente 
(Liberdade, Igualdade e Fraternidade). 
• Realismo: entre 1850 e 1900, surge nas artes européias, sobretudo na pintura 
francesa, uma nova tendência estética chamada Realismo, que se desenvolveu ao lado 
da crescente industrialização das sociedades. O Iníciom europeu, que tinha aprendido a 
utilizar o conhecimento científico e a técnica para interpretar e dominar a natureza, 
convenceu-se de que precisava ser realista, inclusive em suas criações artísticas, 
deixando de lado as visões subjetivas e emotivas da realidade. 
Características gerais: o cientificismo; a valorização do objeto; o sóbrio e o minucioso; a 
expressão da realidade e dos aspectos descritivos. 
• Impressionismo: principais características da pintura: 
 A pintura deve registrar as tonalidades que os objetos adquirem ao refletir a luz solar 
num determinado momento, pois as cores da natureza se modificam constantemente, 
dependendo da incidência da luz do sol. 
 As figuras não devem ter contornos nítidos, pois a linha é uma abstração do ser 
humano para representar imagens. 
 As sombras devem ser luminosas e coloridas, tal como é a impressão visual que nos 
causam, e não escuras ou pretas, como os pintores costumavam representá-las no passado. 
 Os contrastes de luz e sombra devem ser obtidos de acordo com a lei das cores 
complementares. Assim, um amarelo próximo a um violeta produz uma impressão de luz e de 
sombra muito mais real do que o claro-escuro tão valorizado pelos pintores barrocos. 
 As cores e tonalidade não devem ser obtidas pela mistura das tintas na paleta do 
pintor. Pelo contrário, devem ser puras e dissociadas nos quadros em pequenas pinceladas. É 
o observador que, ao admirar a pintura, combina as várias cores, obtendo o resultado final. A 
mistura deixa, portanto, de ser técnica para ser óptica. 
• Expressionismo: é a arte do instinto, trata-se de uma pintura dramática, subjetiva, 
“expressando” sentimentos humanos. Utilizando cores irreais, dá forma plástica ao 
amor, ao ciúme, ao medo, à solidão, à miséria humana, à prostituição. Deforma-se a 
figura, para ressaltar o sentimento. Predominância dos valores emocionais sobre os 
intelectuais. Corrente artística concentrada especialmente na Alemanha, entre 1905 e 
1930. 
Principais características: pesquisa do domínio psicológico; coresresplandecentes, vibrantes, 
fundidas ou separadas; dinamismo improvisado, abrupto, inesperado; pasta grossa, 
martelada, áspera; técnica violenta (o pincel ou espátula vai e vem, fazendo e refazendo, 
empastando ou provocando explosões); preferência pelo patético, trágico e sombrio. 
• Cubismo: historicamente, o Cubismo originou-se na obra de Cézanne, pois para ele a 
pintura deveria tratar as formas da natureza como se fossem cones, esferas e cilindros. 
Para Cézanne, a pintura não podia desvincular-se da natureza, tampouco copiava a natureza; 
de fato, a transformação. Ele dizia: “Mudo a água em vinho, o mundo em pintura”. E era 
verdade. Em suas telas, a árvore da paisagem ou a fruta da natureza morta não eram a 
árvore e a fruta que conhecemos – eram pinturas. Preservavam-se as referências exteriores 
que as identificavam como árvore ou fruta, adquiriam outra substância: eram seres do mundo 
pictório e não do mundo natural. Por isso, é correto dizer que Cázanne pintava numa zona 
limite, na fronteira da natureza e da arte. 
Filosofia 
A Filosofia possui data e local de nascimento: final do séc. VII e início do séc VI a.C. nas 
colônias gregas da Ásia menor na cidade de Mileto – o primeiro filósofo foi Tales de Mileto. 
Surge pela necessidade de um outro tipo de explicação para a ordem do mundo – explicação 
racional. 
Explicação racional: coerente, justificada, por argumentos (lógicos e não contraditórios) – 
formando PENSAMENTOS, IDEIAS E CONCEITOS. 
Atividade filosófica ou Proposta da filosofia: formação do Pensamento – crítico, justificado, 
sistemático. 
Razões para filosofar 
Luiz Sayão elenca três razões que dão importância ao ato de filosofar: 
• Detectarmos o nosso próprio sistema de valores; 
• Adquirimos capacidade crítica para filtrar o que nos é apresentado; 
• Entendermos nossa época, as tendências da sociedade e interpretar o mundo. 
Ciência, Tecnologia e Inovação 
Há muito tempo, digamos assim; quando o bicho homem resolveu descer da árvore, ele 
iniciou uma jornada em busca do conhecimento para obter possíveis respostas a questões 
relacionadas aos problemas do seu dia-a-dia. 
Algumas destas respostas eram construídas de forma mística, à medida que utilizavam a 
mitologia para explicá-las. 
Quando o homem passou a questionar estas respostas e a buscar explicações mais plausíveis, 
por meio da razão, excluindo suas emoções e suas crenças religiosas, passou-se a obter 
respostas mais realistas que, demonstradas, muitas vezes de forma ingênua, se aproximavam 
mais da realidade das pessoas e por isto, talvez, passaram a ser bem aceitas pela sociedade. 
Podemos dizer que essa nova forma de pensar do homem foi que criou a possibilidade do 
surgimento da ideia de ciência e que sua tentativa de explicar os fenômenos, por meio da 
razão, foi o primeiro passo para se fazer ciência. 
Ciência 
Ciência vem do latim scientia, "conhecimento" = qualquer conhecimento ou prática 
sistemáticos. 
Em sentido estrito, ciência se refere ao sistema de adquirir conhecimento pesquisando, mas 
baseado no método científico, bem como ao corpo organizado de conhecimentos conseguidos 
através de tais pesquisas. 
Tecnologia 
A tecnologia, enquanto domínio de uma técnica e o meio para um determinado fim ou uso, é 
o resultado de uma atividade essencialmente humana. Toda tecnologia, todo avanço 
tecnológico tem por finalidade a realização de desejos humanos. 
Os avanços tecnológicos neste século XXI com mais impacto no dia a dia das pessoas estão 
relacionados à tecnologia da informação (celulares e computadores ultra rápidos e 
multimídias); à biotecnologia, sobretudo na área médica (instrumentos/máquinas de 
diagnósticos e tratamentos sofisticados); e às tecnologias industriais, com grandes mudanças 
nas relações de trabalho (nos setores de serviço, na indústria e na agricultura). 
Os avanços tecnológicos têm sido muitos nestes últimos tempos. O Wi-Fi revolucionou as 
comunicações sem fios. A marca foi licenciada originalmente pela Wi-Fi Alliance para 
descrever a tecnologia de redes sem fio embarcadas (WLAN) baseadas no padrão IEEE 
802.11. 
O termo Wi-Fi foi escolhido como uma brincadeira com o termo "Hi-Fi" e pensa-se geralmente 
que é uma abreviatura para wireless fidelity, no entanto a Wi-Fi Alliance não reconhece isso. O 
padrão Wi-Fi opera em faixas de frequências que não necessitam de licença para instalação 
e/ou operação. 
Democracia 
Do grego demo = povo e cracia = governo, ou seja, governo do povo. 
A Democracia é o sistema (regime) de organização social mais eficiente para se cultivar e se 
praticar a liberdade de ação e de expressão. 
Sistema em que as pessoas de um país podem participar da vida política. 
Esta participação pode ocorrer através de eleições, plebiscitos e referendos. Na democracia, 
as pessoas possuem liberdade de expressão e manifestação de suas opiniões. 
Embora tenha surgido na Grécia Antiga, a democracia foi pouco usada pelos países até o 
século XIX. Até este século, grande parte dos países do mundo usavam sistemas políticos que 
colocavam o poder de decisão nas mãos dos governantes. 
Já no século XX, a democracia passou a ser predominante no mundo. 
No Brasil, as pessoas podem escolher seus representantes (vereadores, deputados, 
senadores, prefeitos, governadores e presidente) através do voto nas eleições. Existe 
liberdade de expressão e os direitos de manifestação são garantidos pela Constituição 
Brasileira de 1988. 
Ética 
O termo ética deriva do grego ethos (caráter, modo de ser de uma pessoa). Ética é um 
conjunto de valores morais e princípios que norteiam a conduta humana na sociedade. 
A ética serve para que haja um equilíbrio e bom funcionamento social, possibilitando que 
ninguém saia prejudicado. 
Neste sentido, a ética, embora não possa ser confundida com as leis, está relacionada com o 
sentimento de justiça social. 
A ética é construída por uma sociedade com base nos valores históricos e culturais. Do ponto 
de vista da Filosofia, a Ética é uma ciência que estuda os valores e princípios morais de uma 
sociedade e seus grupos. 
Cada sociedade e cada grupo possuem seus próprios códigos de ética. 
Além dos princípios gerais que norteiam o bom funcionamento social, existe também a ética 
de determinados grupos ou locais específicos. Neste sentido, podemos citar: ética médica, 
ética de trabalho, ética empresarial, ética educacional, ética nos esportes, ética jornalística, 
ética na política, a bioética etc. 
Cidadania 
Cidadão é um indivíduo que tem consciência de seus direitos e deveres e participa ativamente 
de todas as questões da sociedade. 
A questão da exclusão e das minorias 
A exclusão social diz respeito à impossibilidade de acesso do indivíduo às mesmas condições 
de vida e de desenvolvimento pleno de suas potencialidades possibilitadas aos demais e pode 
ter como raiz uma série de causas, dentre a quais o fator econômico, social, racial, de gênero, 
ou outro qualquer, sobressair como um fator determinante causador de exclusão. 
O que tem consciência de seus direitos e deveres e participa ativamente de todas as questões 
da sociedade. 
Acabar com a exclusão social e com a discriminação às minorias significa garantir a todos o 
respeito aos seus direitos fundamentais e a eleição da dignidade da pessoa humana como 
farol iluminador de todas as relações no seio da sociedade plural. 
Diferenças 
O direito à diferença se revela nas diferenças individuais: crença, gênero, idade. Respeitar e 
dar espaço para estas diferenças se manifestarem é uma atitude democrática e desejável. O 
grau de desenvolvimento de uma democracia pode ser medido por este respeito. 
Desigualdade e Equidade Social 
• Desigualdade Social: 
É criada a partir das relações sociais. 
Ricos têm direito à educação e saúde de qualidade, pobres não; a sinalização nas ruas é 
pensada apenas para quem “vê”. 
• Equidade Social: 
Todos são iguais em direitos.Ex.: Direito de ir e vir. 
Mas, tratar a todos, sem considerar suas necessidades específicas, gera a desigualdade. 
Equidade: é a diferença dentro da igualdade. Sem equidade não existe democracia 
Por fim, não há democracia sem direitos e deveres, sem direitos e deveres sem justiça. 
Também é sempre oportuno lembrar que nem sempre o que é justo de direito e nem sempre 
o que é de direito está na lei. 
AULA 3 – FORMAÇÃO GERAL: GRUPO DE TEMAS II 
Ecologia 
É uma ciência (ramo da Biologia) que estuda os seres vivos e suas interações com o meio 
ambiente onde vivem. 
Se perguntarmos ao leigo o que é Ecologia, ele dirá que é estudar a natureza, não deixar que 
ela morra, evitar a contaminação dos rios e mares, a poluição do ar, as queimadas e assim 
por diante. 
Mas, a questão ambiental também constitui uma área de atuação desta ciência, já que a 
mesma possui seus princípios e preceitos, que vão muito além da degradação provocada pelo 
homem no ambiente. 
Educação Ambiental 
É no contexto dito anteriormente que surge a Educação Ambiental. Ela objetiva o contato 
direto entre o homem e o meio, o resgate e a conscientização de que o meio é relevante à 
sobrevivência, à saúde, ao bem-estar do indivíduo; o desenvolvimento do sentido ético-social 
diante das diferentes problemáticas ambientais, a orientação do ser humano em relação ao 
ambiente e o exercício de cidadania, na busca de melhorias na qualidade de vida. 
Biodiversidade 
A biodiversidade é definida pela Convenção sobre a Diversidade Biológica como “a 
variabilidade entre os seres vivos de todas as origens, a terrestre, a marinha e outros 
ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos dos quais fazem parte: isso inclui a 
diversidade no interior das espécies, entre as espécies e entre espécies e ecossistemas”. 
Então, vejamos: 
Biodiversidade é o estudo da variedade de espécies de organismos vivos encontrados nos 
diversos ecossistemas do planeta. 
A Biodiversidade está vinculada tanto ao número de diferentes categorias biológicas quanto à 
abundância relativa dessas categorias. 
O termo Biodiversidade foi originado em 1980 por Thomas Lovejoy e desde 1986 a 
nomenclatura tem sido usada no que se refere à diversidade da natureza viva. 
Biodiversidade brasileira 
Abaixo, seguem algumas informações sobre a Biodiversidade brasileira: 
• O Brasil detém o maior número de espécies conhecidas de mamíferos e de peixes de 
água doce, o segundo de anfíbios, o terceiro de aves e o quinto de répteis. 
• Com mais de 50 mil espécies de árvores e arbustos, tem o primeiro lugar em 
biodiversidade vegetal. 
• Nenhum outro país tem registrado tantas variedades de orquídeas e palmeiras 
catalogadas. 
• Os números impressionam, mas, segundo estimativas aceitas pelo Ministério do Meio 
Ambiente o MMA, eles podem representar apenas 10% da vida no país. 
• Como várias regiões ainda são muito pouco estudadas pelos cientistas, os números da 
biodiversidade brasileira tornam-se maiores na medida em que aumenta o 
conhecimento. 
 
Sustentabilidade 
Uma consciência ecológica de preservação do planeta, por parte de todos os habitantes do 
planeta Terra, faz-se necessária. 
Mude o mundo! Pequenas ações individuais são a maior força transformadora que se conhece. 
Ter uma atitude consciente em relação aos nossos hábitos de consumo é a melhor (e talvez 
única) maneira de se mudar o mundo. Economize água, luz, recicle seu lixo, faça a sua parte e 
ajude a construir um futuro para todos. 
A qualidade de vida das gerações futuras está comprometida! Sustentabilidade é a saída! 
Multiculturalismo 
Vive-se atualmente o contexto do mundo globalizado, a era da informação. 
Dentro desta realidade tem-se que o mundo é multicultural. Mas o que, afinal, vem a ser 
multiculturalismo? 
O multiculturalismo1 ou pluralismo social é o termo utilizado para descrever uma 
localidade/país ou região onde estão presentes muitas culturas sem que haja uma 
predominante. 
1 O multiculturalismo é o reconhecimento das diferenças, da individualidade de cada um. Daí, 
então, surge a confusão: se o discurso é pela igualdade de direitos, falar em diferenças parece 
uma contradição. Mas não é bem assim. 
A igualdade de que se fala é igualdade perante a lei, é igualdade relativa aos direitos e 
deveres. 
As diferenças às quais o multiculturalismo se refere são diferenças de valores, de costumes 
etc, posto que se trata de indivíduos de raças diferentes entre si. 
Já em termos de reivindicações e conquistas, o multiculturalismo/pluralismo social representa 
uma minoria, como o caso de negros, índios, homossexuais, etc. 
Globalização 
A Globalização1 não é um fenômeno novo. É só lembrarmos das Grandes Navegações 
realizadas por portugueses e espanhóis e veremos que até mesmo a descoberta do Brasil já 
faz parte de um processo de integração global. Só que naquela época não se utilizava este 
termo. 
1 O termo globalização designa um fenômeno de abertura das economias e das respectivas 
fronteiras em resultado do acentuado crescimento das trocas internacionais de mercadorias, 
da intensificação dos movimentos de capitais, da circulação de pessoas, do conhecimento e da 
informação, proporcionados quer pelo desenvolvimento dos transportes e das comunicações, 
quer pela crescente abertura das fronteiras ao comércio internacional. 
No final da década de 1980 que o termo globalização começa a ser utilizado, designando não 
apenas a mundialização da economia, mas também o intercâmbio cultural e a 
interdependência social e política ao nível mundial. 
Veja, abaixo, algumas das características da Globalização: 
• Mundialização da economia; 
• Fragmentação das atividades produtivas nos diferentes territórios e continentes; 
• Desconcentração do aparelho estatal; 
• Expansão de um direito paralelo ao estado; 
• Internacionalização do estado; 
• Desterritorialização e reogarnização do espaço de produção. 
Processo de Integração dos Países 
• A integração dos países gerou: 
• Liberalização econômica. 
• Revolução nos transportes. 
• Revolução nas telecomunicações. 
• Popularização da Internet. 
• Homogeneização cultural. 
• Processo contraditório economicamente. 
Consequentemente: 
Redução dos postos de trabalho com a automação + Empresas vão para outros países + 
Extinção de profissões = DESEMPREGO 
Críticas à Globalização 
As três pessoas mais ricas do mundo têm ativos superiores ao PIB (Produto Interno Bruto) 
somado dos 48 países mais pobres. 
Só os países ditos desenvolvidos, têm capacidades tecnológicas e os recursos necessários para 
realizar investimentos tecnológicos e cooperam entre si, a fim de solucionar vários problemas 
que lhes vão surgindo. 
À medida que, fruto da globalização, o mundo passa de uma economia agrícola a uma 
industrial e desta para uma de informação, as limitações e falhas dos mercados explicam cada 
vez mais o aumento do desemprego, e os mercados mostram-se incapazes de poder 
administrar os seus recursos eficientemente. 
Internet: Ferramenta de Globalização 
A internet é um sistema de dimensões gigantescas, que abrange todo o mundo e que tem 
potencialidades surpreendentes. 
O esquema, a seguir, mostra a origem da Internet: 
 Ano de 1962. Guerra Fria entre Estados Unidos e União Soviética. 
 Americanos criam rede de comunicação militar forte o bastante para resistir a um 
ataque nuclear. 
 Rede funciona mesmo com a destruição de um ou mais máquinas. 
Vejamos, agora, as vantagens e as desvantagens no uso da Internet: 
Vantagens: 
• Suporta milhões de documentos, recursos, bases de dados e uma variedade de 
métodos de comunicação; 
• Se bem aproveitada, é oportunidade para melhorar a educação e a comunicação dos 
últimos tempos; 
• De fácil acesso a qualquer ponto do planeta; 
• Desenvolvimento da ciência e tecnologia; 
• Divulgação de descobertas e trocas de informações importantes a nível científico; 
• De fácil utilização; 
• Divulgação denotícias e acontecimentos importantes à humanidade; 
• Alertas e pedidos de ajuda internacionais; 
• Fácil acesso à cultura; 
• Disponibilidade de todo o tipo de informação. 
Desvantagens: 
• Má utilização das informações; 
• Utilização do desenvolvimento tecnológico e científico para a pirataria; 
• Redes de pedofilia; 
• Organização de grupos terroristas; 
• Perca de privacidade; 
• Perca do diálogo verbal (troca de ideias e informações) entre as pessoas. 
Cuidado com a Internet! 
Nem tudo que é veiculado na Internet pode ser encarado como verdade. Existem diversas 
informações, sejam elas de cunho pessoal ou até mesmo educativo, que são distorcidas e 
publicadas por pessoas leigas e/ou mal intencionadas. 
Geopolítica 
A Geopolítica é uma área da Geografia que tem como objetivo fazer a interpretação dos fatos 
da atualidade1 e do desenvolvimento político dos países usando como parâmetros principais as 
informações geográficas. 
1 Os principais temas estudados na atualidade são: Blocos Econômicos, Globalização, Conflito 
árabe-israelense, influência dos Estados Unidos no mundo atual, Nova Ordem Mundial, e o uso 
dos recursos energéticos no mundo. 
Ela visa também compreender e explicar os conflitos internacionais da atualidade e as 
principais questões políticas. 
Políticas Públicas 
São diretrizes, princípios norteadores de ação do poder público que se apresenta através dos 
programas, ações e atividades desenvolvidas pelo Estado diretamente ou não, com a 
participação de entes públicos ou privados, para garantir um direito de cidadania. 
As nossas cidades são uma malha política. A água que bebemos, o ar que respiramos, a 
segurança de nossas ruas, a dignidade de nossos pobres, a saúde de nossos velhos, a 
educação de nossos jovens e a esperança para nossos grupos minoritários tudo está em 
estreita ligação com as decisões políticas tomadas na Prefeitura, na Capital do Estado ou no 
Distrito Federal. 
Karl Deutsch, 
Política e governo 
Falta de Política de Planejamento Urbano 
A falta de um planejamento urbano, de políticas públicas voltadas a uma ordenação do 
crescimento das cidades, ocasiona diversos problemas sociais e ambientais. 
Saúde 
Existem medidas que podem ser tomadas a fim de melhorar a saúde de um país, mas existem 
também atitudes que não precisam partir do Governo, por exemplo, mas sim, de cada um de 
nós, como a doação de órgãos, que pode salvar muitas vidas. 
Violência, Segurança e Defesa 
• Lei Maria da Penha - LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006. 
Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 
8o do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas 
de Discriminação contra as Mulheres e da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e 
Erradicar a Violência contra a Mulher; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência 
Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o Código de Processo Penal, o Código Penal e a 
Lei de Execução Penal; e dá outras providências. 
• Violência contra o idoso 
A violência contra os idosos é um mal que cresce a cada dia na sociedade. De acordo com 
Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, os casos de violência a idosos 
aumentaram de 7.160 (2011) para 21.404 (2012). 
A maioria dos idosos não denunciam os maus tratos que sofrem, porque, geralmente, são 
parentes que os praticam e eles têm a tendência de querer protegê-los, diz a ministra da SDH, 
Maria do Rosário. 
• Violência contra a criança 
A maioria dos casos de violência à criança é praticada por familiares ou por conhecidos desses 
familiares. Essa violência pode ser psicológica (discriminação, negligência) ou física (abusos 
sexuais e castigos). 
A criança que sofre tais marcas pode ter complicações em seu desenvolvimento, onde sua 
saúde e sua capacidade cognitiva são comprometidas. 
• Trabalho escravo 
Mesmo com a abolição da escravatura em 13 de maio de 1888, trabalhadores ainda 
encontram-se em situações bastante similares às da época da escravidão. Eles são submetidos 
a condições paupérrimas de trabalho, de moradia, ao abuso de poder, à ausência de 
segurança em suas atividades, entre outras situações que abalam a saúde e o bem-estar. 
Desenvolvimento Sustentável 
Desenvolver o mundo em harmonia com as limitações ecológicas do planeta, ou seja, sem 
destruir o ambiente, para que as gerações futuras tenham a chance de existir e viver bem, de 
acordo com as suas necessidades (melhoria da qualidade de vida e das condições de 
sobrevivência). 
Será que dá para fazer isso? Será que é possível conciliar tanto progresso e tecnologia com 
um ambiente saudável? 
Para isso existem Conferências, como a Eco 92 e a Rio+20. Porém, com o passar dos anos, os 
problemas ambientais aumentam e soluções, medidas, não saem do papel. 
Os Seis Aspectos Prioritários do Desenvolvimento Sustentável 
1. A satisfação das necessidades básicas da população (educação, alimentação, saúde, 
lazer, etc). 
2. A solidariedade para com as gerações futuras (preservar o ambiente de modo que elas 
tenham chance de viver). 
3. A participação da população envolvida (todos devem se conscientizar da necessidade 
de conservar o ambiente e fazer cada um a parte que lhe cabe para tal). 
4. A preservação dos recursos naturais (água, oxigênio, etc). 
5. A elaboração de um sistema social garantindo emprego, segurança social e respeito a 
outras culturas (erradicação da miséria, do preconceito e do massacre de populações 
oprimidas, como por exemplo os índios). 
6. A efetivação dos programas educativos. 
AULA 4 – FORMAÇÃO GERAL: GRUPO DE TEMAS III 
Identidade de Gênero e Identidade Sexual 
A identidade de gênero, é um constructo constituído por vários componentes estruturados em 
diferentes épocas e por várias influências. 
Identidade sexual representa o conjunto de características sexuais que diferenciam cada 
pessoa das demais e que se expressam pelas preferências sexuais, sentimentos ou atitudes 
em relação ao sexo. É o sentimento de masculinidade ou feminilidade que acompanha a 
pessoa ao longo da vida. Nem sempre está de acordo com o sexo biológico ou com a genitália 
da pessoa. 
Gênero 
Para Grossi (2005), gênero é uma construção cultural, processado na educação formal e 
informal de homens e mulheres, contrariamente do senso comum, que compreende que 
biologicamente o sexo, por si só, determina os comportamentos masculinos e femininos. 
Algumas pessoas confundem os termos gênero1 e sexo2. 
1 Maneira que as diferenças entre mulheres e homens assumem nas sociedades, no 
transcorrer da história. 
2 Diferenças anátomo-fisiológicas existentes entre os homens e as mulheres. 
Desigualdades de Gênero 
As desigualdades de gênero foram construídas historicamente, em decorrência de um modelo 
de sociedade, marcadamente Patriarcal (modelo baseado em uma forte organização sexual 
hierárquica, partindo do domínio masculino na esfera familiar, transposta para a esfera 
pública). Na contraposição dessa organização social, nasce o Feminismo, tendo características 
de um movimento social e político, com objetivo de igualdade dos sexos. 
Questões de Gênero 
“Quando começamos a refletir sobre as relações entre mulheres e homens nos damos conta 
que quase que espontaneamente nossas sociedades atribuem mais poder, maior valor, maior 
força organizativa, maior força política aos homens e deixam as mulheres em segundo plano”. 
Ivone Gebara 
Para combater essa diferenciação, existe o feminismo. Mas é importante entendermos: O 
FEMINISMO NÃO É O CONTRÁRIO DE MACHISMO. 
Feminismo: propõe que homens e mulheres são iguais em direitos e liberdade. É uma teoria 
elaborada por mulheres que tomaram consciência das discriminações que sofrem apenas por 
serem mulheres e se uniram para tentar mudar essa realidade. 
Machismo: consiste na discriminação baseada na crença de que os homens são superiores às 
mulheres. 
A Mulherno Mercado de Trabalho 
 As mulheres constituem 70% dos mais pobres no mundo, nos últimos 20 anos, o 
número de mulheres que vive abaixo da linha de pobreza cresceu 50%; 
 No Brasil, de todas as pessoas que recebem o salário mínimo, 53% são mulheres; o 
preço da hora de trabalho de uma mulher chega, em média, a custar 14,3% a menos 
do que aquela paga a um homem; 
 As mulheres representam a maioria dos trabalhadores em tempo parcial e do setor 
informal e têm uma taxa de desemprego maior que o setor masculino. 
Viver em Igualdade 
Novas relações mundiais implicam numa nova compreensão do lugar do ser humano – 
mulheres e homens – no conjunto das instituições sociais e nos ecossistemas. 
Entretanto, sabemos bem, que um novo mundo de relações não acontece de uma hora para 
outra. Ele vai se preparando lentamente ao longo de séculos de História até que passa a ter 
maior visibilidade e passa a integrar os novos comportamentos sociais. 
Pelo trabalho o homem se relaciona, com o mundo físico e com o mundo cultural de todos os 
homens. 
A existência humana seria garantida, aqui, pelo trabalho, em que pese o fato de muitos 
homens trabalharem e não conseguirem garantir sua subsistência, enquanto outros tantos, 
não trabalham e esbanjam existência. 
As Diversas Relações de Trabalho ao Longo da História 
Segundo Mozart Victor Russomano temos: "regime da escravidão, regime da servidão, regime 
das corporações, regime das manufaturas e, finalmente o regime do salariato" (1984: 105). 
Redes Sociais 
Rede Social é uma das formas de representação dos relacionamentos afetivos ou profissionais 
dos seres humanos entre si ou entre seus agrupamentos de interesses mútuos. 
O conjunto resultante é como uma malha de múltiplos fios, que pode se espalhar 
indefinidamente para todos os lados, sem que nenhum dos seus nós possa ser considerado 
principal ou central, nem representante dos demais. 
Não há um “chefe”, o que há é uma vontade coletiva de realizar determinado objetivo. 
(Withaker, 1998) 
Redes Sociais na Web 
Redes Sociais na web são as páginas/canais que propiciam a interação entre pessoas de 
diferentes regiões, oferecendo diversos recursos para que a mesma aconteça. 
O conceito de responsabilidade social aplicado à gestão dos negócios se traduz como um 
compromisso ético voltado para a criação de valores para todos os públicos com os quais a 
empresa se relaciona: clientes, funcionários, fornecedores, comunidade, acionistas, governo, 
meio ambiente.” (ETHOS. Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social) 
A Responsabilidade social tem a ver com a consciência social e o dever cívico, dando-lhe o 
caráter coletivo e que por isso a Responsabilidade social busca estimular o desenvolvimento 
do cidadão e fomentar a cidadania individual e coletiva. 
Vejamos, abaixo, dificuldades que envolvem a responsabilidade social efetiva: 
• Acompanhamento e avaliação da sociedade organizada em relação às ações sociais 
realizadas pelas empresas; 
• Identificação de problemas sociais realmente prioritários pelos interessados; 
• Mensuração do retorno dos projetos sociais em termos de bem-estar social para as 
comunidades; 
• Uso de metodologias eficiente. 
AULA 5 – O CURSO DE LETRAS EAD: REFLEXÕES PEDAGÓGICAS E O 
MERCADO DE TRABALHO 
Por que Letras? 
Muitas pessoas optam por cursar Letras porque gostam de Português, ou porque se 
interessam muito por literatura, ou até mesmo para aprofundar seus conhecimentos 
gramaticais com vistas a um concurso público. 
Seja qual for o seu motivo, não podemos negar que se trata de uma viagem bastante 
prazerosa no mundo das Letras, da cultura e da arte. 
Tanto a língua portuguesa como as literaturas que estudamos ao longo do curso nos 
propiciam uma infinidade de ferramentas para o trabalho no campo das Letras. 
O nosso curso é uma licenciatura 
O que é licenciatura? Qual a diferença entre licenciatura e bacharelado? 
O bacharelado, segundo o Ministério da Educação (MEC), é o curso superior que “confere ao 
diplomado competências em determinado campo do saber para o exercício de atividade 
acadêmica ou profissional”. 
A licenciatura prepara o estudante para lecionar na educação básica. Por isso, os cursos de 
licenciatura precisam ter em sua grade as chamadas disciplinas pedagógicas, que dão a 
formação pedagógica1 aos estudantes. 
1 É por isso que, ao longo do nosso curso de Letras EAD, você estuda disciplinas como 
Filosofia da Educação, Aspectos Sociológicos e Antropológicos da Educação, Políticas Públicas 
e Organização da Educação Básica etc. 
Seja qual for a licenciatura, o aluno deve, por ordem do MEC, cursar tais disciplinas além das 
básicas de cada área de atuação (Letras, História, Matemática etc.). 
PPC de Letras 
É o Projeto Pedagógico do Curso. Todos os cursos universitários devem ter um PPC, cada qual 
com suas especificidades. Vamos, agora, falar especificamente sobre o PPC de Letras Língua 
Portuguesa EAD. 
O PPC é um longo documento, com 200 páginas em média, em que elencamos alguns tópicos 
importantes, dos quais destacamos alguns: 
 Apresentação da Universidade e do curso; 
 No caso do EAD, o modelo de ensino e as ferramentas tecnológicas; 
 O perfil do egresso; 
 A atuação do profissional de Letras; 
 A grade curricular do curso; 
 O corpo docente, os tutores, os coordenadores e secretaria; 
 Modelo de avaliação. 
Como você pode ver, trata-se de um amplo documento que situa o curso no contexto 
pedagógico, profissional e social. É elaborado pela Universidade, juntamente com o Colegiado 
do curso e o Núcleo Docente Estruturante (NDE) 1. 
1 Colegiado: Formado por professores e por representantes do corpo discente. 
NDE: É presidido pelo coordenador do curso e formado por professores de maior titulação, a 
fim de “pensar academicamente” o curso: propor ações acadêmicas concretas para o melhor 
andamento do curso de Letras. 
Perfil do Egresso 
Bem, depois essas explicações, podemos destacar alguns tópicos mais relevantes pra nós do 
PPC. Primeiramente, vamos tratar do perfil do egresso (aquele que está deixando a faculdade) 
e da atuação do profissional de Letras. 
Vejamos o que diz o PPC de Letras Língua Portuguesa EAD: 
A graduação em Letras, Licenciatura em Língua Portuguesa, da Instituição tem por objetivo 
formar profissionais comprometidos com o domínio e utilização da linguagem em diferentes 
situações sociais, considerando sua adequação, especificidades discursivas e modalidades, o 
que compreende língua escrita e língua falada. 
A habilidade de utilização da linguagem pelo profissional licenciado no curso de Letras 
permitirá que ele seja capaz de fazer reflexão crítica e criativa em relação à linguagem no 
contexto sociocultural. Dessa forma, o licenciado em Letras poderá atuar como professor de 
língua materna, Português brasileiro, e de sua literatura. 
O profissional de Letras poderá atuar como professor de língua portuguesa e de literaturas de 
língua portuguesa nos ensinos fundamental e médio, podendo inserir-se em configurações 
empresariais que requisitarem o seu conhecimento e formação técnica. 
Assim, além do exercício estrito do magistério, o profissional de Letras poderá desempenhar 
também a tarefa de trabalhar na revisão de editoriais, participar de editoriais de jornais e 
periódicos literários ou pedagógicos, supervisionar relatórios que exijam conhecimento da 
língua, além da possibilidade de ser redator dos mais variados meios de comunicação. 
O curso de Letras capacita profissionais para proporcionarem visão abrangente da utilização 
da linguagem, especialmente em seu aspecto formal, missão da instituição de ensino, já que o 
domínio do registro formal da língua efetiva-se como instrumento de cultura, de comunicação 
e de exercício da cidadania. 
Ao final de sua formação, o profissional estará apto a atuar como professor das redes pública 
e privada, além de estar qualificado também para atuação nomercado editorial, nas funções 
de revisor e de comentarista de livros. 
Este perfil é acrescido de domínio de novas tecnologias, através das quais o formando será 
capaz de gerir sua formação nos âmbitos da pesquisa e extensão, concentrando-se nas 
investigações do campo linguístico e nas diversas correntes teóricas que discutem o ensino de 
língua materna e de sua literatura. 
A modalidade do Ensino a Distância (EAD), vivenciada em diversas disciplinas do curso, 
contribui para a formação de profissional competente em relação ao autoaprendizado. 
Esse perfil nos apresenta, dentre outras coisas, o próprio mercado de trabalho para o 
profissional de Letras. 
Mercado Editorial 
Apesar de ser um curso de licenciatura, o curso de Letras forma profissionais aptos a trabalhar 
no mercado editorial, com revisão de textos; e até mesmo em grande empresas, com 
orientação linguística e também revisão de textos. 
O crescimento do mercado editorial no Brasil justifica a contratação de profissionais 
conhecedores da Língua Portuguesa e, por isso, as editoras vão buscar pessoas formadas em 
Letras. 
Mercado Empresarial 
Outro mercado em expansão é o mercado empresarial. Muitas organizações estão contratando 
profissionais para trabalharem como revisores de textos, ainda que seja no modelo de 
consultoria. 
No Núcleo Acadêmico 
No que tange à sala de aula, nosso principal foco, o curso de Letras forma profissionais aptos 
a ministrar aulas de língua portuguesa, redação e literaturas em língua portuguesa (brasileira, 
portuguesa e africana), tanto para o Ensino Fundamental como para o Ensino Médio. 
Outro ramo de ensino bastante fértil para o professor de Português é o concurso público. 
Algumas políticas governamentais contribuíram para aumentar a oferta de cargos públicos, o 
que movimenta o mercado de concursos no Brasil. 
Competências e Habilidades 
Além de todo esse papel importante na definição dos papéis do egresso, o PPC de Letras trata 
também de competências e habilidades que devem ser desenvolvidas no aluno de Letras. 
Vejamos: 
1) Política: Ao desenvolver a competência política, pretende a sua formação capacitá-lo a: 
 Perceber o sistema educacional, a sociedade e a instituição escolar como um todo, de 
forma a entender a educação através dos sistemas que permeiam o corpo social; 
 Fazer a leitura dos diferentes contextos interculturais e sua interação; 
 Participar como cidadão consciente; 
 Refletir criticamente acerca do contexto em que se situa a educação; 
 Discutir e formular propostas político-pedagógicas; 
 Propor alternativas de ação que se comprometam com a democratização do ensino. 
2) Humana: A competência humana traduz-se pela: 
 Capacidade de trabalhar de maneira eficaz com os demais membros da equipe escolar 
e com o aluno; 
 Capacidade de gerenciar seu autoaperfeiçoamento como pessoa e como profissional do 
magistério. 
Dentre as habilidades relacionadas à competência humana, estão: 
 Compreensão, aceitação, empatia e consideração pelo outro; 
 Criatividade; 
 Habilidade de trabalhar em equipe multidisciplinar; 
 Desenvolvimento de atitudes favoráveis ao trabalho educativo em si próprio e nos 
outros; 
 Autonomia discursiva; 
 Habilidade com técnicas de dinâmica de grupo; 
 Preocupação permanente com as necessidades humanas e o desenvolvimento das 
pessoas. 
3) Técnica: A competência técnica envolverá: 
 Capacidade de entender e produzir textos de diferentes gêneros e registros; 
 Capacidade de entender e ser proficiente em métodos, processos, procedimentos e 
técnicas de organização do trabalho docente; 
 Domínio dos conteúdos básicos trabalhados nos ensinos fundamental e médio. 
As habilidades a serem desenvolvidas pelos alunos em relação à competência técnica são as 
de: 
 Pesquisa, leitura e interpretação de textos e documentos; 
 Utilização de recursos tecnológicos à disposição da educação, entre eles, a 
informática; 
 Planejamento, organização e direção de situações de aprendizagem que envolvam 
outras habilidades específicas1. 
1 Entre elas, as de: 
 Organizar o contexto de ensino-aprendizagem; 
 Variar a situação de estímulo à aprendizagem; 
 Ilustrar com exemplos; 
 Formular perguntas; 
 Conduzir à integração dos conteúdos desenvolvidos e aprendidos; 
 Empregar reforços de aprendizagem; 
 Propiciar feedback que possibilite controle e avaliação da situação de ensino-
aprendizagem. 
Conclusão 
Assim, o aluno de Letras poderá estabelecer uma relação de parceria com a sociedade, 
cumprindo seu papel de professor e revisor de textos, a partir de uma formação acadêmica 
ampla e eficaz. 
AULA 6 – ANÁLISE LINGUÍSTICA I: TÓPICOS EM LEITURA E ESCRITA 
Premissa 
Não é novidade para nós que falar é um hábito muito mais presente na vida das pessoas do 
que escrever. 
Por essa razão, costuma-se dominar mais a fala do que a escrita. Escrever é, portanto, uma 
atividade mais complexa do que falar. 
Não estamos querendo reduzir a importância da modalidade falada da língua, mas sim 
ressaltar que escrever é sim mais difícil. É por isso que temos tanta preocupação com a escrita 
e, consequentemente, com a leitura. 
Não podemos pensar em um aluno de Letras (futuro professor de Português e Literatura) que 
não tenha domínio dessas habilidades. Assim, vamos pensar juntos, aproveitando a sua 
experiência ao longo do curso, nas atividades de leitura e escrita. 
Importância da Leitura 
Maria Helena Martins, em seu livro O que é leitura (1994, p. 19), afirma o seguinte: 
A psicanálise enfatiza que tudo quanto de fato impressionou a nossa mente jamais é 
esquecido, mesmo que permaneça muito tempo na obscuridade do inconsciente. 
Essa constatação evidencia a importância da memória tanto para a vida quanto para a leitura. 
Principalmente a da palavra escrita – daí a valorização do saber ler e escrever. 
De modo geral, quando alguém é apontado como leitor, é porque, provavelmente, essa 
pessoa tem certo conhecimento de mundo, ou ainda vive debruçada em livros. 
Entretanto, por mais que a prática de leitura promova – e promove – o conhecimento, não 
podemos afirmar que ler é somente ler livros. 
Novas Mídias – Afetam a Leitura? 
As pessoas costumam ler pelo computador, pelos tablets, smartphones etc. A quantidade de 
novos suportes oriundos da nova tecnologia é enorme. 
A pergunta que fica é: Será que isso pode afetar a leitura de algum modo? 
A professora Cláudia Roncarati, em sua obra-prima Construindo as cadeias do texto (2010, p. 
18), ensina o seguinte: 
As opções de leitura oferecidas pela mídia eletrônica estão criando novas práticas, exigindo-
nos crescente capacidade de integrar as informações de modo não linear. 
Nas redes sociais conectadas pelas tecnologias digitais acopladas cada vez mais à internet, à 
telefonia e à televisão, em que os conteúdos nos chegam online, em tempo síncrono, 
pressionando-nos a nos manter antenados com eventos e notícias de última hora, estamos 
remodelando a figura do leitor e os modos de processamento da leitura. 
Não lemos mais somente na superfície de uma página impressa estática. Temos a opção de 
selecionar e ordenar, a nosso modo e ao nosso ritmo, comunicações provenientes de 
diferentes fontes e links. 
Somos cotidianamente expostos a uma enorme massa de mensagens, não raro, temos 
dificuldade de integrá-la e, mais ainda, de mantê-la em nossa memória de longo prazo. 
Linearidade da Palavra 
Veja que a nossa relação com a leitura está perdendo a linearidade da palavra1, das letras. 
1 Decodificar letras, morfemas, palavras não é mais o ponto crucial da atividade de leitura 
que, por sua vez, torna-se algo cada vez mais dinâmico. 
O que isso significa? Nossos alunos estão a par dessas questões. Eles assistem às aulas, mas 
manuseiam os seus smartphones muito bem. Muitos já têm um tablet ou um computador. 
A leitura, hoje, pode partir da palavra, passar por hiperlinks, vídeos, sons, imagens,retornar à 
palavra e assim por diante. 
Outra questão que envolve a leitura por meio desses novos suportes é a oportunidade que 
eles nos dão de difundir a escrita. 
Em um simples link, temos textos dos mais renomados autores da literatura mundial, como 
ocorre com o site dominiopublico.gov.br. Podemos ainda acessar uma grande enciclopédia, 
como a Wikipédia1. 
1 No que diz respeito à Wikipédia, temos de lembrar que se trata de uma enciclopédia aberta, 
ou seja, qualquer usuário pode propor mudanças nos textos. 
A autoria não é de um especialista, na maioria das vezes. 
Sendo assim, não podemos considerá-la um documento de autoridade, ou seja, não podemos 
atribuir-lhe validação científica. 
Por isso, devemos evitar o uso de sites deste tipo em trabalhos acadêmicos/ científicos. 
A professora Terezinha Bittencourt, em seu texto Oralidade, escrita e mídia (2006, p. 95), 
advoga o seguinte: 
[...] Embora a invenção da escrita e sua difusão por diferentes povos já possa contar com 
cerca de cinco milênios, o acesso a essa tecnologia e sua vulgarização entre os membros das 
comunidades letradas é muito recente. 
[...] Com o uso dos computadores em todas as diversas fases da produção de textos, o 
material impresso se difundiu em grande escala. 
O Papel do Professor de Português 
Agora que já tivemos esse panorama, você já deve ter se dado conta de que o papel do 
professor de Português é complexo e extremamente importante. 
Se a leitura está mudando, a maneira com que ensinamos nossos alunos também precisa 
mudar. Não parece adequado insistir no ensino de leitura e produção de textos baseado em 
construção de frases soltas ou inda por intermédio de metalinguagem. 
Competência Linguística 
Certamente, você já deve ter notado ao longo do seu curso de Letras que há inúmeras obras 
concernentes ao ensino de leitura e escrita. 
Entretanto, muitas delas não conseguem dar orientações simples, pontuais e práticas para que 
isso aconteça. 
Muitas escolas apostam em projetos, eventos, visitas técnicas etc., para a melhoria da cultura 
dos alunos e, consequentemente, da escrita. 
Mas nem sempre isso dá certo. 
Então, vamos falar sobre o conceito de competência lingüística (não nos moldes da Teoria 
Gerativa, mas com base nos estudos do lingüista romeno Eugenio Coseriu). 
Coseriu considera que saber produzir mensagens em uma dada língua não é só saber a língua. 
Assim, saber bem gramática, por exemplo, não é garantia de que o indivíduo será um bom 
escritor. 
Não estamos defendendo o abandono do ensino de gramática nas escolas; muito pelo 
contrário. 
Só queremos mostrar que este ensino tem o seu lugar em meio a diversos saberes que devem 
ser estimulados pelo professor. 
Níveis de Saber 
Coseriu considera três níveis de saber que, segundo o Prof. Uchôa (2008, p. 70), são: 
 O saber elocucional, ou competência linguística geral 
Corresponde ao saber falar em geral, independentemente da língua, ou seja, um saber válido 
para todas as línguas. É o que alguns linguistas chamam de conhecimento enciclopédico ou 
conhecimento de mundo. 
 O saber idiomático, ou competência linguística particular 
Corresponde ao saber falar um idioma determinado. Isto envolve o desenvolvimento de um 
bom vocabulário, bem como o domínio de regras do sistema gramatical da língua 
(concordância, regência, léxico etc.). 
 O saber expressivo, ou competência textual 
Corresponde ao saber construir textos em situações determinadas. 
Isso aponta para o fato de que nós, professores de Português, temos de voltar nossas 
atenções paraesses três saberes. Se priorizarmos somente um ou dois, o ensino ficará falho. 
Para ler e escrever qualquer texto, o aluno precisa: 
De conhecimento de mundo suficiente para interpretar/ escrever a respeito de um 
determinado assunto, seja qual for o gênero/tipo textual. Quanto menor for esse saber, 
menores chances ele terá de entender e de escrever um texto. 
De conhecimento a respeito das regras da sua língua, tanto para a escrita quanto para a 
oralidade. Quando falamos em regras, referimo-nos a tudo aquilo que envolve o sistema da 
língua. 
De conhecimento a respeito da estrutura do gênero textual, sua aplicabilidade, nuances 
construtivas etc. 
Metodologia de Ensino de Leitura 
Outra questão importante é a metodologia de ensino de leitura. Segundo a professora Maria 
Aparecida Pauliukonis, em seu texto Texto e contexto, publicado no livro Ensino de Gramática: 
descrição e uso (2011, p. 240), este é o maior entrave no que diz respeito ao ensino de texto: 
a ausência de metodologia. 
Segundo Pauliukonis... 
Tradicionalmente, o ensino de texto sempre encontrou dificuldades de delimitação. 
Em primeiro lugar, porque não se apresenta um programa bem definido como existe, por 
exemplo, para a sintaxe, a morfologia, a fonética e a fonologia, temas da gramática da frase. 
Em segundo, também devido ao espaço menor de tempo dedicado a ele pelos professores, 
sobrecarregados pelo cumprimento dos extensos programas curriculares, centrados em uma 
metalinguagem de classificação e de reconhecimento dos elementos gramaticais. 
Tradicionalmente, o ensino de texto sempre encontrou dificuldades de delimitação. 
Em primeiro lugar, porque não se apresenta um programa bem definido como existe, por 
exemplo, para a sintaxe, a morfologia, a fonética e a fonologia, temas da gramática da frase. 
Em segundo, também devido ao espaço menor de tempo dedicado a ele pelos professores, 
sobrecarregados pelo cumprimento dos extensos programas curriculares, centrados em uma 
metalinguagem de classificação e de reconhecimento dos elementos gramaticais. 
Regras Gramaticais: Serão Suficientes? 
As regras gramaticais são importantíssimas e devem ser trabalhadas em sala de aula, mas 
com um único objetivo: o uso da língua em textos orais e escritos. 
O aluno precisa saber concordância, regência, acentuação etc., para ser usuário de sua língua 
em toda e qualquer atividade linguística. 
Todavia, como já vimos, isso não é suficiente. Temos de alimentar outros saberes para que o 
aluno tenha essa desejada aptidão. Caso contrário, teremos muitos experts em análise 
sintática e poucos leitores. 
Perspectiva Histórica 
Ainda com base em Pauliukonis, verificamos que nas décadas de 1940/1950 o ensino de 
leitura era baseado nos textos clássicos1, cujo princípio era estético e moralizante. 
1 A preocupação era a de formar alunos. Tanto que os textos eram, em sua maioria, literários 
e de conteúdo ideológico, principalmente com temas voltados para a família, os deveres do 
cidadão, a pátria etc. 
Num segundo momento, houve uma intenção mais informativa do ensino de leitura. Foi 
quando se resolveram trazer o jornal para a sala de aula, as enciclopédias, ou seja, a pesquisa 
informativa. Foi nessa fase que os vestibulares e concursos públicos começaram a ganhar 
importância. 
Conceito de Texto 
Com essa perspectiva informativa, o texto passa a ser tratado como uma unidade de sentido 
que reflete o pensamento do autor. 
Entretanto, pesquisas modernas de análise do texto sugerem que este não é um produto, mas 
um processo de elaboração de sentido, do qual fazem parte também os interlocutores e o 
contexto. 
Pauliukonis (2011, p. 243) advoga que: 
Essa noção de texto considerado como discurso prevê, portanto, que ele é o resultado de uma 
operação estratégica de comunicação, produzida por um enunciador e decodificada como tal 
por um leitor, em três níveis: o referencial, que diz respeito ao conteúdo; o situacional, 
relacionado aos entornos sociais (contexto); e o pragmático, referente ao processo 
sociointerativo. 
Ler torna-se, desse modo, um trabalho de desvendamento ou interpretação de operações 
linguístico-discursivas estrategicamente utilizadas na estruturação textual. 
Então, isso nos compromete: temos de formar alunos que sejam capazes de fazer parte desse 
processo interpretativo, com conhecimento de mundo suficientementeamplo, com domínio 
das regras do idioma e conhecimento dos gêneros textuais, conforme nos orientam os PCN. 
AULA 7 – ANÁLISE LINGUÍSTICA II: TÓPICOS EM GRAMÁTICA 
Premissa 
Na aula passada, vimos como se dá o ensino de leitura e como devemos fazer para que 
nossos alunos se interessem por ela. Agora, vamos tratar de alguns tópicos relevantes de 
Análise Linguística. Vamos começar falando do ensino de gramática. 
Não pense que vamos fazer isso nos mesmos moldes da disciplina de Linguística Aplicada. O 
que vamos fazer aqui é dialogar com todas as disciplinas do curso no que diz respeito a esses 
conteúdos, mas com um olhar mais generalizado. 
Mãos à obra! 
Ensino de Língua Portuguesa nas Escolas Brasileiras 
Sabemos que há muito tem se discutido o ensino de Língua Portuguesa nas escolas 
brasileiras. 
Acadêmicos e professores sempre colocaram em xeque o ensino puramente gramatical e 
apontam para o ensino de leitura como o principal viés da sala de aula brasileira do século 
XXI. 
Alimentando ainda mais esse desejo, os PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais) de língua 
portuguesa reiteram a necessidade de se focar no ensino de leitura a partir e através do 
ensino de gêneros textuais. 
Todo texto se organiza dentro de um determinado gênero (...). Os vários gêneros existentes, 
por sua vez, constituem formas relativamente estáveis de enunciados, disponíveis na cultura, 
que são caracterizados por três elementos: conteúdo temático, estilo e construção 
composicional. 
Podemos ainda afirmar que a noção de gêneros refere-se a “famílias” de textos que 
compartilham algumas características comuns, embora heterogêneas, como: visão geral da 
ação à qual o texto se articula, tipo de suporte comunicativo, extensão, grau de literariedade, 
por exemplo, existindo em número quase ilimitado. 
Os gêneros são determinados historicamente. As intenções comunicativas, como parte das 
condições de produção dos discursos, geram usos sociais que determinam os gêneros, os 
quais dão forma aos textos [...] 
Desse modo, o ensino de gramática parece ter sido eleito o grande vilão das aulas de 
português. Mas será que ela merece esse lugar tão marginal? 
Leitura – Desejo ou Obrigação? 
Como vimos na aula passada, a leitura deve ser um gosto, ou seja, um desejo saudável de 
cada um de nós, e o professor de língua portuguesa desde as séries iniciais deve trabalhar no 
aluno esse gosto. 
O foco das séries iniciais deve ser sim a leitura e a cultura, com muito pouco ou quase 
nenhuma formalização gramatical. Rui Barbosa (1946) já nos dizia isso há muitos anos. 
Da escola elementar (a escola de primeiro grau) há de ser absolutamente excluído o ensino 
das teorias gramaticais. (...) 
A cultura da língua vernácula principiará desde o primeiro momento do curso elementar pelos 
processos intuitivos. 
O que nos quer dizer o mestre Rui Barbosa? Que a gramática para os mais novinhos deve ser 
ensinada de forma intuitiva, a aproveitar o seu conhecimento linguístico prévio, ou sua 
competência nos moldes do gerativismo, para que a leitura e a escrita sejam valorizadas. 
Em complementação análoga a esse pensamento, os mais velhos devem sim ter uma reflexão 
mais pontual a respeito dos conteúdos gramaticais/ formais da língua. 
Não raro, encontramos alunos no ENEM com dificuldades extremas de externar o pensamento 
pela escrita, face a problemas com a gramática e com o pouco conhecimento de mundo. 
Entretanto, não defendemos a ideia de um ensino gramatical mecanizado, mas sim um ensino 
gramatical que leve o aluno a refletir sobre os critérios formais de sua língua, a fim de 
entender como ela pode ser usada nas diversas situações comunicativas. 
Linguagem 
O Prof. Carlos Eduardo Falcão Uchôa, em seu livro A linguagem: teoria, ensino e historiografia, 
advoga que: 
A análise gramatical, que deve constituir a atividade fundamental das aulas de gramática, 
continua a deter-se prioritariamente, como se pode constatar ainda, mesmo em séries 
didáticas que intentam apresentar novos rumos para o ensino da língua, no reconhecimento 
quase automatizado da forma, função e valor semântico de uma unidade linguística, sem levar 
em conta, neste último critério, o contexto. 
Assim, a simples presença de um “mas”, numa frase, conduziria o aluno ao emprego do termo 
gramatical correspondente: uma oração coordenada sindética adversativa. 
Trata-se, evidentemente, de uma análise que, se bem que útil como meio de comprovação, 
mostra-se insuficiente, redutora, muitas vezes, na apreensão do sentido da oração na frase 
em que ocorre. [...] 
Convive-se, desta maneira, com um ensino que, em geral, não cultua prática reflexiva da 
língua, o seu domínio, em suas variedades e em seus modos diversos de dizer, que não 
motiva, assim, o gosto pelo seu estudo, pela leitura compreensiva de seus textos e pela 
produção constante destes, compartimentado em aulas de redação, aulas de exercícios de 
gramática normativa, ou descritiva [...] 
Assim, a partir de agora, vamos analisar alguns tópicos gramaticais relevantes tanto para a 
sala de aula, como para o ENADE, a partir de um viés da Linguística Aplicada e de algumas 
outras teorias linguísticas relevantes, para que possamos refletir sobre o ensino de gramática. 
Fonética e Fonologia 
Esse tópico tem sido esquecido pelos professores ao longo do processo escolar. 
Quando lembrado, resume-se à prática de decorar símbolos fonéticos que a nada levam um 
aluno de ensino médio, por exemplo. 
Entretanto, o aluno deve saber que: 
 Há sons produzidos pelo aparelho fonador humano, e nem todos são distintivos em 
nossa língua; 
 Os sons da língua só podem ser estudados a partir de uma perspectiva opositiva, de 
distinção de significado, como em “faca” x “vaca”, por exemplo; 
 Há peculiaridades no que diz respeito ao comportamento dos sons da língua, como os 
ditongos fonéticos e os dígrafos vocálicos: “fizeram” = AM é um ditongo fonético; 
“cantam” = AN é um dígrafo vocálico. O que difere esses conceitos dos conceitos 
tradicionais de dígrafo e ditongo; 
 A fonologia possui conceitos importantes para a aquisição da escrita, como por 
exemplo os critérios de acentuação das paroxítonas que devem ser acentuadas quando 
terminam em ditongo crescente, como ocorre em “água”, por exemplo. 
Morfologia 
No caso da morfologia, as aulas de Português muitas vezes se detêm somente nas 
classificações de classes de palavras ou nos processos de formação. 
Entretanto, não podemos esquecer que: 
1. As palavras se constroem a partir de morfemas, que são unidades significativas; 
2. Os morfemas, muitas vezes, mostram nossas heranças e contatos linguísticos; 
3. Os morfemas mostram a produtividade de nossa língua, não só na criação de novas 
palavras como também na criação de sentidos que queiram ser ditos pelo falante; 
4. Os processos de formação de palavras são produtivos e opõem-se, muitas vezes, à 
flexão (derivativo voluntaria x derivativo naturallis); 
5. A categorização das palavras em classes gramaticais ajuda-nos a entender a função e a 
forma de cada uma das palavras, bem como seus usos no dia a dia da língua. Podemos 
estudar os substantivos em relação com as palavras que a ele se ligam, como artigos, 
adjetivos etc., a partir da noção de Sintagma Nominal. 
6. Há também que se discutir critérios de classificação das palavras, como nos mostra 
Maria da Aparecida de Pinilla, em seu artigo intitulado Classe de palavras (2011). 
Sintaxe 
Talvez seja a sintaxe a parte da gramática que mais amedronta nossos alunos, mas 
certamente porque não os ensinamos sintaxe como algo útil, que nos auxilia para a 
concordância, para a regência e, principalmente, para a pontuação. 
Não raro, as aulas de sintaxe se resumem à análise sintática e às classificações das diversas 
orações coordenadas e subordinadas. Entretanto, qual seria a validade disso na vida prática 
dos alunos? Quase nenhuma, se as análises tiverem um fim em si mesmas.A seguir, veremos alguns itens que precisamos fazer o aluno reconhecer. 
 A língua possui regras de combinação das palavras que devem ser sempre seguidas no 
uso formal; 
 O reconhecimento do sujeito, por exemplo, auxilia na concordância verbal; 
 O reconhecimento do núcleo do sintagma nominal auxilia na concordância nominal; 
 O reconhecimento dos termos sintáticos auxilia na pontuação, haja vista o aposto e o 
vocativo que vêm entre vírgulas; o adjunto adverbial descolado que também vem entre 
vírgulas etc.; 
 As orações coordenadas e subordinadas relacionam sentidos, operações 
argumentativas que deflagram as reais intenções do interlocutor; 
 O período composto/ complexo é fruto de pensamentos mais complexos, em gêneros 
textuais que o exigem etc. 
Podemos concluir que sem o conhecimento das regras formais do idioma, o aluno jamais 
poderá dar conta de textos menos e mais complexos do nosso dia a dia. 
AULA 8 – LITERATURA PORTUGUESA 
Introdução 
O que é um texto? Todo texto é literatura? Todo texto pode ser encarado da mesma forma? 
Que dimensões percebemos por trás de cada linha de um texto lido? Que respostas um texto 
pode oferecer aos seus leitores? 
Quando somos capazes de desfrutar de todas as dimensões que um texto tem a nos oferecer, 
somos capazes de desvendar mundos, conhecer povos, entender a História e perceber origens 
e relações. 
Tudo isso pelas vias meticulosamente traçadas nas linhas do texto literário. 
É por essas ruas, avenidas e, às vezes, becos, que convidamos você a passear por um 
Portugal peculiar, múltiplo e vasto em história, tradições e raízes. 
Nesse passeio, veremos as relações embutidas em textos específicos e sua relação com a 
realidade. 
Vamos conhecer textos literários portugueses formadores dos pilares daquilo que constituirá a 
nossa própria nossa nacionalidade, verdadeiros tesouros da literatura portuguesa, e, a partir 
daí, conhecer nossa literatura irmã. 
Sigamos, pois “navegar é preciso” e há muito o que se descobrir! 
História e a Origem 
As primeiras manifestações da literatura portuguesa foram escritas em verso e já começam a 
ser percebidas no séc. XII. 
Essas primeiras manifestações literárias estão reunidas em três coletâneas: O Cancioneiro da 
Ajuda (séc. XIII), O Cancioneiro da Vaticana e O Cancioneiro da Biblioteca Nacional (sendo 
estes cópias de textos mais tardios). 
Os primeiros poetas são João Soares de Paiva e Paio Soares de Taveirós, que compuseram 
cantigas de Amigo, de Amor e de Escárnio e Maldizer. 
Essas composições, nas suas origens compostas para serem disseminadas numa tradição que 
se constituía como oral, configura-se numa produção lírica que é difundida por trovadores 
(poetas) e segréis (instrumentistas) e jograis. 
Quanto à ficção, destaquem-se os textos em prosa de feição historiográfica, nomeadamente 
os que se constroem em torno da figura de D. Afonso Henriques. 
Há traduções de obras de matéria da Bretanha (um ciclo da Demanda do Santo Graal, e outro 
de José de Arimatéia) e textos de traço religioso e edificante, além de prosa doutrinal, que 
encontra na família de Avis, no séc. XV, expoentes notáveis: 
 O Livro da Montaria de D. João I (fundador da dinastia de Avis), sobre a arte e os 
prazeres da caça; 
 A Ensinança de Bem Cavalgar Toda a Sela e Leal Conselheiro, sobre a arte de montar e 
sobre a ética e a prática da vida quotidiana, de D. Duarte; 
 Virtuosa Benfeitoria, adaptação de Sêneca sobre os benefícios dos nobres, do Infante 
D. Pedro. 
Entretanto, é o romance de cavalaria intitulado O Amadis de Gaula1 que marca com relevância 
a ficção da época. Editado em Saragoça em 1508, o texto é, ao que parece, subsidiário de um 
texto português do séc. XV. 
1 Novela de cavalaria, com entrecho amoroso e guerreiro que obedece ao melhor das 
convenções do gênero, salienta-se por um esboçar de realismo em pormenores da ação e da 
incipiente Psicologia e, sobretudo, pela atmosfera de sensualidade que une o par amoroso. 
Ainda hoje se mantém hesitante a atribuição da sua autoria, quer para o lado português, quer 
para o lado espanhol, sendo certo que se trata de uma obra-prima da ficção peninsular. 
Sociologia da Criminalidade 
A História da literatura portuguesa pode ser entendida em dois planos: 
O primeiro é o que se percebe numa perspectiva temporal em que progressivamente se 
percebe o cultivo da língua portuguesa com fins estéticos e culturais (que a teoria da história 
literária designa por evolução literária, v.g. Tynianov e os formalistas russos). 
Em relação a esse plano, deve-se considerar: 
“Que a evolução de uma comunidade" se processa em correlação com as comunidades 
vizinhas, ou com aquelas com as quais se entretecem relações mais chegadas (no caso 
português, algumas literaturas europeias, como a espanhola, a francesa, a italiana e outras, 
conforme as épocas e os tipos de relacionamento; mais tarde, a literatura brasileira e a 
literatura norte-americana, por razões de intercomunicação ou de relação indireta); 
Que essa evolução se processa num quadro artístico, cultural, sócio-político e econômico mais 
geral, do qual a literatura não resulta apenas passivamente, mas com o qual interfere por 
vezes de forma ativa; 
Que tal evolução se toma perceptível em fases (ou séries, como lhes chamavam os 
Formalistas Russos), que os manuais de história literária reduzem em termos de periodização, 
as escolas, a gerações e a movimentos (e que por vezes o fazem, quando há programas 
doutrinários assumidos pelos autores, assim como certa consciência de grupo com afinidades), 
mas que de fato raramente são uniformes, embora manifestem com mais clareza, para a 
percepção da leitura e da crítica, os traços que os identificam. 
O segundo plano de entendimento e de consideração do modo de encarar essa progressão, 
através das perspectivas críticas e metodológicas que a condicionam pede que consideremos 
as personalidades que tentaram dar conta da evolução histórica daquele que se constituiria 
como sendo o Portugal conquistador, escrevendo-o, e assim, amalgamando-se a essa 
história. 
Por exemplo: 
a) Os carreadores de materiais, que reúnem informação e dados conjunturais. 
Ex.: Barbosa Machado (séc. XVII), João Gaspar Simões (séc. XX); 
b) Os historiadores da cultura, que encaram a literatura de uma perspectiva 
predominantemente historicista (integrando a produção literária na periodização genérica 
ditada pelas ciências históricas). 
Ex.: Teófilo Braga (séc. XIX), António José Saraiva (séc. XX); 
c) Os historiadores da literatura, que encaram a literatura de uma perspectiva 
predominantemente crítica (orientando-se por critérios estético-ideológicos). 
Ex.: Fidelino de Figueiredo, Adolfo Casais Monteiro, Jacinto do Prado Coelho e Óscar 
Lopes (todos do séc. XX). 
Será difícil compreender a literatura portuguesa sem a articular, na Idade Média (séc. XII a 
XV), com o lirismo provençal, e sem entender que ele se liga a uma expressão cultural 
galaico-portuguesa. 
Durante o período clássico (séc. XVI a XVIII), o Renascimento italiano, o Barroco espanhol e o 
Iluminismo francês fazem ressaltar a especificidade do Maneirismo camoniano e a 
peculiaridade da literatura de viagens. 
No séc. XIX, com o Romantismo, o Realismo, o Simbolismo e outras sensibilidades estéticas 
europeias; no séc. XX, com o Modernismo e restantes manifestações de vanguarda e de pós-
modernismo. 
As Primeiras Manifestações – A Cantiga de Escárnio e a de Maldizer 
Neste tipo de cantiga, o trovador confessa, de maneira dolorosa, a sua angústia, nascida do 
amor que não encontra receptividade – amor cortês (platônico). 
O "eu lírico" desses poemas se revela, às vezes, na forma de um apelo repetitivo, no qual não 
há erotismo, mas amor transcendente, idealizado. 
Na cantiga de amigo, o trovador apresenta o outro lado da relação amorosa, isto é, assume 
um novo "eu lírico": 
O da mulher que, humilde e ingênua, canta, por

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