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Serviços Típicos, uso de Ligas Metálicas Acadêmicos: Dionatan Morandin, Erik Ely, João Paulo Eckert, Letícia Zarpelon e Scheila Girotto Trocadores de Calor Trocador ou permutador de calor é um equipamento utilizado para aquecer, resfriar, vaporizar ou condensar fluídos de acordo com as necessidades e demandas de um processo Consiste em um equipamento que utiliza uma parede normalmente metálica para separar dois ou mais fluidos de temperaturas distintas Existe uma grande variedade de trocadores de calor devida a infinidade de aplicações e necessidades que podem haver na indústria Trocadores de Calor Processo de transferência Tipo de construção De placa Tubo Contato direto Contato indireto Serpentina Com carcaça Transferência direta Armazenamento Tubo duplo Características dos Materiais de Cada Componentes Tubos Os tubos costumam apresentar uma parede bem fina, raramente ultrapassando os 3mm de espessura para atingir uma melhora troca de calor e não sobrecarregar o peso do equipamento Não podem apresentar nenhum nível de corrosão com o passar do tempo pois precisam passar pelo processo de madrilhagem nos espelhos do permutador e devido a essa necessidade acabam sendo empregados materiais mais nobres em sua construção uma vez que são raras as situações em que os tubos podem ser revestidos O tubo também deve ser compatível com o material do espelho para que não ocorra o processo de formação de par galvânico e nenhum dos materiais seja danificado durante o processo Espelho Os espelhos são de construção forjada ou cladeada quando revestidos por chapas. O revestimento anticorrosivo deve ter uma espessura mínima de 9 mm, de forma que possa conter um rasgo completo de mandrilagem dos tubos. Nesses casos podem ser admitidas margens para a corrosão do material uma vez que nessas partes podem ser aplicados revestimentos anticorrosivos. Tanque e Carretel São utilizados materiais menos nobres e não tão resistentes como nos tubos, isso porque o material que vai estar em contato com o tanque é o menos nocivo a estrutura e o carretel que recebe o fluido mais abrasivo é de fácil manutenção e pode ser revestido com materiais mais resistentes com grande facilidade. Fluxo dos fluidos É sempre preferível que os fluidos mais sujos, corrosivos, densos ou o que exigem materiais mais nobres e resistentes passem por dentro dos tubos pois assim o fluido mais corrosivo ficará em contato com o carretel e os tubos do trocador e não com o casco que é mais frágil e de difícil manutenção devido ao seu tamanho. Serviços com vapor Serviços com vapor O vapor de água é pouco corrosivo, porém existe em todos os casos o aumento de temperatura do mesmo e consequentemente o aumento de pressão. Materiais para Serviço com Vapor Materiais para Serviço com Vapor Sopragem a vapor As linhas de vapor são sopradas antes de colocar uma nova unidade em funcionamento para remover qualquer material estranho que possa ter permanecido no equipamento e na tubulação de vapor depois da conclusão da construção. Se este material estranho entrar no sistema de vapor do equipamento durante o funcionamento, pode provocar um dano considerável. Prevenção a corrosão As condições que permitem a ocorrência de corrosão podem ser controladas e a corrosão reduzida por implementação apropriada de purga de vapor em processos operacionais, especialmente durante o desligamento para prevenir que o ar e água reajam. Serviços com ar comprimido Sistemas de ar comprimido Um sistema confiável ar comprimido é a fonte de energia central para a fabricação de metal, que mantém a produção em movimento de forma rápida e eficiente. Os compressores de ar acionam equipamentos para corte, soldagem, fixação, jateamento e acabamento de projetos em metal. Desde oficinas de molde e derretimento até acabamento e remoção de rebarbas, os esmeris, chaves de impacto e martelos industriais são amplamente usados em todo o setor de aço e ferro. Por que utilizar o ar comprimido? ● Pois apresentam um tratamento que promove a qualidade do ar para que não aconteçam falhas nos processos de produção comprometendo esses sistemas e gerando custos elevados; ● Não possuem umidade, eliminando assim, os riscos de danos aos equipamentos que compõem a rede de ar comprimido e até mesmo ao produto final.; ● A quantidade de contaminantes é mínima. Serviços de ar comprimido em tubulações Uso de aço-carbono galvanizado para diâmetros de até 4” e de aço carbono para diâmetros de 2” ou maiores. Sendo que ambos possuem uma margem de corrosão de 1,2. Algumas das vantagens são: resistência a corrosão por água e umidade do ar, excelente custo benefício, não oxida, durabilidade maior, higienização mais fácil. Serviços de ar comprimido em vasos Uso do aço-carbono com uma margem de corrosão de 1,5 para partes externas desmontáveis. E para materiais de aparafusamento e de fixação, uso do aço inoxidável do tipo 405 ou 410. Serviços em baixas temperaturas Tratamentos em baixas temperaturas ● Utilizados para aumentar a resistência ao desgaste e a tenacidade em materiais que trabalham em altas velocidades e sob altas temperaturas, e necessitam de alta dureza e resistência. ● Na Suíça, a baixa temperatura das regiões alpinas foi utilizada para aperfeiçoar o comportamento do aço, que era submetido, por um longo período, a temperaturas negativas, o que resultou na melhoria de algumas de suas propriedades. ● Em metais e ligas tem como finalidade melhorar uma ou mais propriedades quando submetido o material a temperaturas muito baixas, podendo variar de -60 °C a -196 °C. Utilizado para melhorar as suas propriedades conferindo dureza, ductilidade, tenacidade, obtendo melhoras na resistência ao desgaste e a fadiga, em engrenagens de motores e engrenagens de sistemas de transmissão. Tratamentos em baixas temperaturas ● Tratamento Subzero Realizado em temperaturas na faixa de -60 °C a -80 °C, por alguns minutos ou algumas horas, com a utilização, por exemplo, de gelo seco, metanol ou freon; após submersão nesses fluidos, o material é reaquecido até a temperatura do início do processo, por convecção natural. ● Tratamento Criogênico Tratamento criogênico pode ser feito por imersão direta em nitrogênio líquido, sendo este processo considerado como molhado, ou a seco, quando o material não é imerso, mas mantido em uma atmosfera gasosa de nitrogênio. Os tratamentos são realizados em temperaturas na faixa de -125 °C a -196 °C. Tratamentos em baixas temperaturas ● Tratamento Criogênico Profundo Consiste em resfriamento lento e controlado, a partir da temperatura ambiente até -196 °C. O metal então é mantido durante um intervalo de tempo nestas condições e depois é reaquecido de forma lenta e controlada para evitar mudanças bruscas de temperatura que possam provocar o aparecimento de trincas e/ou tensões interna. ✅ Aumento da vida útil do material; ✅ Reduzir custos de produção; ✅ Menor tempo de inatividade devido reposição ou reparo de peças. Tratamentos em baixas temperaturas Serviços em elevadas temperaturas Resistência ao calor e materiais refratários ● Aços refratários são aqueles que quando expostos de modo contínuo ou intermitente, em meios de várias naturezas (gasosos ou líquidos), à ação de temperaturas elevadas, apresentam capacidade de suportarem aquelas condições de serviços, química e mecanicamente. Geralmente são aços enriquecidos com Al, Cr, Cu, Ni, Si e W. ● Argila (alumina e sílica) ● Ligas de cromita e zircônia. ● Materiais cerâmicos (vidro, cimento) Seleção de materiais A seleção de materiais para serviços nãocorrosivos em altas temperaturas é feita em função de dois limites de temperatura: 1. temperatura-limite do início de formação de carepas. 2. temperatura-limite de resistência à fluência aceitável. Efeito da temperatura na fluência Em altas temperaturas (e baixas taxas de deformação), uma deformação (ε) depende não somente da tensão (σ) , mas também do tempo (t) e da temperatura (T). Fluência é um fenômeno de deformação permanente, lenta e progressiva, que se observa nos metais e ligas metálicas com o decorrer do tempo, quando submetidos a esforços de tração em temperaturas elevadas. Falha por fluência de uma palheta de turbina de avião. Falha por fluência de uma tubulação. A temperatura-limite de resistência a fluência pode ser ultrapassada em apenas duas condições específicas, desde que, não sejam atingidas as temperaturas de início de formação de carepas e nem a temperatura máxima de resistência mecânica aceitável do material. 1. em serviços contínuos, para as partes não submetidas a esforços mecânicos. 2. em curto período de duração para equipamentos em geral. A temperatura de início de formação de carepas não pode ser ultrapassada em nenhum caso de serviço contínuo, entretanto a única tolerância de ultrapassagem é em picos eventuais com curta duração e que não coincidam com grandes esforços mecânicos. Existem também outros fatores que devem ser levados em conta na seleção do material: I. tempo de serviço previsto em cada faixa de temperatura. II. resistência mecânica dos materiais na temperatura do projeto. III. modificação na estrutura metalúrgica do material. IV. temperaturas-limite em que possam ocorrer situações anormais de operação. A seleção do material-base das chapas cladeadas é sempre feita pela menor das duas temperaturas-limites. Vale ressaltar, que as tabelas de tensões admissíveis das normas da ASME (para vasos de pressão e para tubulações em refinarias e indústrias químicas) fornecem valores de tensão admissível bem mais altas do que as apresentadas na tabela anterior, isso, entretanto, não quer dizer que esses materiais possam ser empregados até tais temperaturas. Devido ao seu alto custo, as ligas de Ni e de aço inoxidável só são empregadas para fabricação de equipamentos de pequenas dimensões. Quando se trata de equipamentos de grande porte, em geral, é empregado aço-carbono como material de construção e este é revestido internamente com material refratário. Tratamento térmico em altas temperaturas Através dos tratamentos térmicos, é possível: amolecer (reduzir a dureza e melhorar a tenacidade); endurecer (aumentar a resistência mecânica); e/ou modificar as propriedades do metal (maximizar a vida útil do metal e suas propriedades). ● Recozimento Utilizado para restaurar estruturas e características e para homogeneizar e refinar as estruturas internas do aço. Objetivo de diminuir a dureza aumentando a usinabilidade. Esse tratamento térmico conta com um resfriamento lento dentro do forno. ● Alívio de tensões Aquecimento controlado de aços soldados ou submetidos a tensões residuais, seguido por um resfriamento controlado, com o objetivo de reduzir tensões superficiais nas peças. É feito com temperatura abaixo da linha crítica. Melhora a estabilidade. ● Normalização Aquecimento acima de temperatura crítica das peças seguido de resfriamento ao ar. Obtenção de microestruturas refinadas e homogêneas. ● Têmpera Aquecidas em fornos a altas temperaturas, cerca de 900ºC, até que a temperatura seja homogênea sobre toda a peça. Logo após resfria-se rapidamente. Aumento da dureza, aumento na resistência à tração e redução de tenacidade. ● Revenimento Aquecimento a temperaturas mais baixas do que na têmpera, após são resfriadas de forma natural ou em casos específicos em água ou em banho de sais. Aumento da tenacidade, corrigir as tensões recorrentes e ajustar a dureza conforme a aplicação da peça solicita. ● Cementação Aquecimento da peça em conjunto com um material rico em carbono a temperaturas elevadas. Fornece às peças elevada dureza externa e aumento da resistência ao desgaste. ● Nitretação Aquece-se o aço a uma temperatura na casa dos 500ºC que em conjunto com o gás Nitrogênio cria na peça uma camada de elevada dureza. Conferir elevada dureza externa Uso em elevadas temperaturas Os principais campos de aplicação desses materiais situam-se nas indústrias de refino do petróleo e química, em equipamentos para aquecimento (fornos, estufas, etc.), em turbinas a gás e a vapor, na indústria automobilística, aeronáutica e semelhantes. Caldeiras ● aço carbono ● ferro fundido ● aço inox (áreas que não são expostas ao líquido) Reatores ● aço carbono ● aço inoxidável ● alumínio e outras ligas especiais. (depende do tipo de processo) Tubulações industriais ● aço carbono (galvanizado) Alto forno ● ferro fundido. ● aço. ● revestido na parte interna com material refratário e na parte externa com liga metálica. Serviços com águas agressivas Ligas metálicas em águas agressivas A água do mar e águas poluídas, de um modo geral, são extremamente agressivas para os materiais metálicos. Os equipamentos e tubulações que trabalham com essas águas constituem sempre um grave problema de manutenção, devido a intensa corrosão, agravada com o fato dessas águas serem altamente eletrolíticas. Ligas mais resistentes a corrosão, em especial à água do mar ● Monel 400 ● Alloy 625 ● Alloy 825 Liga Monel 400 Uma de suas principais características é a alta resistência a vapor em temperaturas elevadas, água do mar e soluções do tipo cáusticas ou salinas em geral. Composição: Composição: 65,89% de Ni aproximadamente Liga Monel 400 Embora seja um metal muito útil, custa cinco a dez vezes mais que o níquel ou o cobre comuns. Com isso, ele é usado somente quando nenhum outro metal poderia fazer o mesmo trabalho. Principais aplicações: A liga Monel 400 é principalmente usada para ambientes marinhos, em: ● Acessórios ● Válvulas ● Bombas ● Tubulações Liga Alloy 625 É praticamente imune à corrosão sob tensão por cloretos e, por esta razão, a liga é usada em componentes expostos à água do mar. Composição: 60,9 % de Ni aproximadamente Liga Alloy 625 Larga aplicação na indústria química e petroquímica. Principais aplicações: ● Equipamentos responsáveis pelo refinamento de óleos naturais ● Equipamentos utilizados em alto mar ● Equipamentos de diversos processos em toda indústria petroquímica Liga Alloy 825 Foi desenvolvido para fornecer excepcional resistência à corrosão em ambientes oxidantes e redutores. A liga também é resistente a rachaduras. Composição: 30,66% de Fe aproximadamente 30,66% de Fe aproximadamente Liga Alloy 825 É resiste ao ataque em meio fortemente oxidante, como nitratos, ácido nítrico e sais oxidantes. Também resiste à maioria dos ácidos orgânicos e soluções alcalinas. A liga é razoavelmente dúctil e pode ser trabalhada de forma semelhante aos aços inoxidáveis austeníticos. Principais aplicações: ● Trocadores de calor de água salgada refrigerada ● Dissolvedores de combustíveis ● Evaporadores ● Purificadores de ar Inovações As inovações do tratamento em baixas temperaturas estendem-se pelas indústrias de “óleo e gás”, naval, turbinas e por quase todos os componentes utilizados em veículos automotivos, veículos elétricos, energia eólica, energia das marés, etc. Ele representa o maior desafio já enfrentado por quaisquer componentes já fabricados, prolongando sua vida útil. Referências Bibliográficas ● TELLES, Pedro Carlos da Silva. Materiais para equipamentos de processo. 6 ed. Rio de Janeiro: Interciência, 2003. ● CASTILHO, Weimar Silva. Tratamentos criogênicos nos metais. Rev. Sítio Novo Palmas v. 3 n. 2 p. 115-126 jul./dez. 2019. e-ISSN: 2594-7036. ● Escola Politécnica da USP Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais. Comportamento mecânico de materiais. 2014.Disponivel em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/236710/mod_resource/content/0/ PMT3100_Aula%2009_2014_2.pdf
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