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Antivirais • Vírus o Cerca de 3700 espécies de vírus; o São obrigatoriamente intracelulares; o Genoma: podem ter DNA ou RNA → podem ser tanto de fita simples quanto de fita dupla; o Presente em todos os vírus: genoma e capsídeo (é um envoltório proteico que protege o genoma e pode variar os formatos); o Etapas gerais de replicação viral ▪ Entrada: ligação e penetração (fusão e endocitose); ▪ Desnudamento: liberação do genoma; ▪ Transcrição e tradução (formação de proteínas): mRNA lidos pelos ribossomos do hospedeiro; ▪ Replicação viral; ▪ Montagem dos componentes virais e maturação; ▪ Liberação: brotamento ou lise; o Escape das defesas do hospedeiro ▪ Modificação da expressão dos marcadores de superfície nas células infectadas; ▪ Inibição da síntese ou ação de citocinas antivirais, como IL-1, TNF-alfa e IFNs, que coordenam respostas inatas e adaptativas; ▪ Mutações no genoma viral; • Fármacos o Inibidores da Neuraminidase Viral ▪ Oseltamivir (utilizado no tratamento da influenza); ▪ Zanamivir; o Inibidores da DNA polimerase viral → fármacos anti- herpéticos ▪ Aciclovir (utilizado no tratamento de Herpes); ▪ Valaciclovir; ▪ Fanciclovir; ▪ Gabciclovir; ▪ Valganciclovir; ▪ Foscarnet; o Inibidores da Transcriptase Reversa (TR) → essa enzima transcreve RNA em DNA viral, os fármacos dessa classe inibem essa ação da TR. ▪ ITRN (Inibidores da TR análogo de nucleosídeo → os nucleosídeos são as bases nitrogenadas + açúcar, sem o fosfato): Lamivudina, Tenofovir, Abacavir, Zidovudina, Entecavir, Remdesivir (tem indicações para tratar o COVID-19); ▪ ITRNN (Inibidor da TR não análogo de nucleosídeo): Efavirenz, nevirapina e etravirina; o Inibidores de Integrase (INI) • Inibidores da Neuraminidase Viral A imagem representa a replicação do Influenza A. o A Neuraminidase rompe a ligação entre ácido siálico e hemaglutinina (HA) para haver a liberação dos virions; o A hemaglutinina se liga aos resíduos de ácido siálico (ácido neuramínico); o A proteína M2 viral (canal iônico) permite acidificação do endossomo; o Influenza A ▪ Diagnóstico clínico: febre com sinais de comprometimento sistêmico ou sinais de comprometimento de vias aéreas superiores; ▪ Comprometimento de VAS: rinorreia, dor de garganta, disfonia (rouquidão) e tosse; o Mecanismo de ação: esses fármacos bloqueiama clivagem da ligação entre ácido siálico e a hemagluinina viral, impeindo a liberação dos virions que foram formados; o Oseltamivir ▪ Farmacocinética: absorvido VO (biodisponibilidade de 80%), metabólito ativo (fosfato de oseltamivir), tempo de meia vida de 6- 10 horas; ▪ Toxicidade: náusea, desconforto abdominal (leve); ▪ Resistência: mutação da neuraminidades viral; o Zanamivir ▪ Casos de intolerância GI grave; ▪ Farmacocinética: via inalatória, tempo de meia vida de 2-5 horas; ▪ Toxicidade: pode causar irritações das VAS. Não deve ser usado em asmáticos pois podem causar broncoespasmos severos; • Inibidores da DNA polimerase viral o Herpes vírus simples do tipo 1 (HSV-1) ▪ Responsáveis por infeções na boca; ▪ Infecções na boca, face, tronco e cérebro; ▪ Pode permanecer em latência por longos períodos; o Herpes vírus simples tipo 2 (HSV-2) ▪ Infecções a genitália e no reto; ▪ Transmissão é geralmente por contato sexual; ▪ Pode permanecer em latência por longos períodos; o Anti-herpesvírus ▪ Aciclovir: é a molécula que tem a atividade anti- viral; ▪ Valaciclovir: é um pró0fármaco do aciclovir; ▪ Famciclovir; ▪ Todos são derivados da guanosina; o Mecanismo de ação: inibição da DNA polimerase viral e interrupção da cadeia nucleolítica; o A timidina quinase humana percebe que o aciclovir não é um nucleosídeo completo e não o fosforila → o aciclovir é inativo em células não infectadas; o O aciclovir é 30 vezes mais potente para as enzimas virais; o Mutações nas enzimas virais timidilato quinase ou DNA polimerase viral → resistência; o Usos clínicos ▪ Infecções por herpes simples; ▪ Infecções por varicela- zoster (catapora, herpes- zoster): VO em pacientes imunocompetentes e IV em pacientes imunocomprometidos; ▪ Profilaticamente: em pacientes que serão tratados com fármacos imunossupressores ou radioterapia e que correm risco; o Farmacocinética ▪ Administração: VO, IV ou uso tópico; ▪ Biodisponibilidade: VO do aciclovir é de 10-30%; ▪ Valaciclovir: é substrato de transportadores de peptídeos no intestino, por isso a absorção VO é de 40-10%; ▪ Pacientes com IRA devem sofrer ajuste de dose; ▪ Atinge concentrações efetivas no LCR; ▪ Toxicidade: náusea, diarreia, prurido, dor de cabeça e raras IRA ou neurotoxicidade; o Ganciclovir e Valganciclovir ▪ Tem perfil semelhante ao aciclovir contudo, é mais ativo para CMV (causa infecção semelhante a mononucleose); ▪ Pode causar mielossupressão); o Foscarnet ▪ Usado para CMV que são resistentes a ganciclovir ou HSV resistentes à aciclovir; ▪ Inibidor reversível da DNA polimerase viral; ▪ Nefrotoxicidade (necrose tubular, Glomerulopatia e nefrite); • Fármacos Antirretrovirais o GP41 e GP120 formam um complexo; • Inibidor da Transcriptase Reversa análogo de nucleosídeo (ITRN) o São análogos dos nucleotídeos; o São fosforilados pelas células do hospedeiro → derivados trifosfatados que são substratos para a transcriptase reversa (inibem a incorporação de nucleotídeos, bloqueando a replicação do genoma viral); o Apresentam baixa afinidade pela DNA polimerase (alfa e beta) da célula hospedeira, mas podem inibir a DNA polimerase mitocondrial (gama); o Efeitos adversos → advindos da DNA polimerase mitocondrial: anemia, granulocitopenia, miopatia, neuropatia periférica, pancreatite e acidose lática; o Lamivudina e Tenofovir ▪ Inibem menos a polimerase mitocondrial; ▪ São usados no tratamento da hepatite B; • Inibidor da Transcriptase Reversa não análogos de Nucleosídeo (ITRNN) o São de grupos diversos → não existe semelhança química entre eles; o O alvo é a TR, mas em vez de ser no nucleosídeo a ligação será em um sitio alostérico (diferente do local de ligação), ocorrerá mudança na conformação da enzima; o Reduzem a flexibilidade conformacional da enzima, fixando a enzima em uma conformação inativa; o Não inibem DNA polimerase humana; o São todos substratos da CYP3A4; • Inibidores de Integrase (INI) o Mecanismo de ação: bloqueio da atividade catalítica da integrasse, que integra o DNA viral ao genoma do hospedeiro; o Não existe enzima similar (uma integrasse) na célula hospedeira → efeitos colaterais sã mínimos; • Inibidores de Protease (IP) o São polipeptídeos precurssores das proeínas estruturais e funcionais sofrem clivagem pela aspartil protease viral → ativação; o As IP são semelhantes a peptídeos, inibindo competitivamente a aspartil protease viral → bloqueiam a maturação do vírus; o Não inibem as aspartil proteases humanas; o O uso é feito com inibidores da TR; o A combinação de 2 IP potencializa o efeito; o O aparecimento de resistência é rápido, porém não tão rápido quanto os inibidores não- nucleosídeos de TR; o Os efeitos adversos compartilhados pela classe: alterações GI, alterações sanguíneas (anemia ou neutropenia) e efeitos sobre o SNC (insônia, cefaleia, tontura), assim como risco de hiperglicemia; • Inibidores da Fusão o Enfuvirtida ▪ Se liga na glicoproteína viral GP-41 responsável pela ligação do vírus aos receptores na célula hospedeira; ▪ Administração IV ou subcutânea; ▪ Tepo de meia vida é de 3,8 horas (deve ser administrado 2x ao dia); ▪ É ummedicamento de alto custo; ▪ Apenas em casos de resistência ou intolerância a outros fármacos; o Início imediato da TARV (Terapia Antirretroviral) está recomendado para todas as PVHIV, independentemente do seu estágio clínico e/ou imunológico; ▪ Terapia inicial: combinação de 3 antirretrovirais (2 ITRN + INI ou ITRNN ou IPr – Inibidor de protease com reforço de ritonavir); ▪ Lamivudina + Tenofovir + Dolutegravir; o Tenofovir (TDF) + Lamivudina (3TC) ▪ Inibidores da TR análogo de nucleosídeo; ▪ Disponível em Co formulação, dose única diária; ▪ Perfil favorável em termos de toxicidade e supressão virológica, em comparação com zidovudina; ▪ Eficácia virológica melhor que Abacavir, quando CV > 100.000 cópias/mL; ▪ Recomendada nos casos de coinfecção HIV-HBV; o Tenofovir ▪ Nefrotoxicidade: particularmente em diabéticos, hipertensos, negros, idosos, pessoas com baixo peso corporal, doença pelo HIV avançada, disfunção renal pré-existente e no uso concomitante de outros medicamentos nefrotóxicos → nesses casos substituir por Abacavir ou zidovudina; ▪ Diminuição da densidade óssea; ▪ Bem tolerado durante a gravidez; o Abacavir (ABC) + Lamivudina (3TC) ▪ Alternativa para pacientes com contraindicações aos esquemas TDF/3TC; ▪ Abacavir: reações de hipersensibilidade em portadores do alelo HLA- B*5701 (antígeno leucocitário humano). Sintomas clínicos: febre, erupção cutânea, sintomas GI (náusea, vômito, diarreia e dores abdominais), letargia, sintomas respiratórios e choque. Precauções em pacientes com risco cardiovascular elevado (escala de risco de Framingham); o Zidovudina (AZT) + Lamivudina (3TC) ▪ Co formulação habitualmente bem tolerada; ▪ Zidovudina: lipoatrofia, toxicidade hematológica (precauções em anemia e ou neutropenia); o Dolutegravir (DTG) ▪ Inibidor de integrasse; ▪ Alta potência; ▪ Alta barreira genética; ▪ Dose única diária; ▪ Poucos eventos adversos; ▪ Regimes contendo DTG são superiores a qualquer um dos outros esquemas disponíveis; ▪ Risco de mal formação congênita; o MVHIV em uso de Dolutegravir que pretende iniciar o processo de engravidar ▪ Substituir por Efavirenz (caso não tenha sido anteriormente exposto a nenhum ITRNN) ou atazanavir combinado com ritonavir; ▪ A mulher deve ser orientada quanto à importância de engravidar apresentando os seguintes requisitos: estar em TARV com boa adesão, ter carga viral do vírus HIV (CV-HIV) indetectável, ser rastreada e tratada para outras IST (incluindo as suas parcerias sexuais), utilizar ácido fólico pelo menos 2 meses antes de engravidar e nos dois primeiros meses da gestação; o Mulher que engravida inadvertidamente em uso de DTG ▪ Se idade gestacional menor que 12 semanas: recomenda-se a substituição do DTG por esquema contendo atazanavir combinado com ritonavir; ▪ Se idade gestacional maor que 12 semanas: manter DTG. Orientar que o uso do DTG é seguro após o primeiro trimestre de gestação; o Advertências e contraindicações do DTG ▪ Pessoas usando fenobarbital, carbamazepina, oxicarbamazepina, Fenitoína → reduzem CP; ▪ Antiácidos contendo cátions polivalentes, suplementos contendo cálcio ou ferro – 6 horas antes ou 2 horas depois; ▪ DTG aumenta a concentração plasmática metformina; ▪ Nos casos de intolerância ou contraindicação, é substituído pelo Efavirenz; o Efavirenz (EFV) ▪ Inibidor da TR não análogo de nucleosídeo; ▪ Dose única diária; ▪ Meia vida: longa (aproximadamente 50 horas); ▪ Supressão da carga viral por longo prazo; ▪ Perfil de toxicidade favorável; ▪ Desvantagens: resistência primária em pacientes virgens de tratamento e baixa barreira genética; ▪ Efeitos adversos: tonturas, alterações no sono, alucinações- transitórias; ▪ Esquemas com EFV apresentaram alguns resultados desfavoráveis em relação a supressão viral, em comparação com inibidores de integrasse; o Raltegravir (RAL) ▪ Inibidor de integrase; ▪ Administração: 2x por dia; ▪ Alta potência; ▪ Excelente tolerabilidade; ▪ Perfil de toxicidade favorável; ▪ Poucas interações medicamentosas; ▪ Utilizado em coinfecções com hepatites e tuberculose; o Em pacientes em uso de TARV, o foco do monitoramento laboratorial deve ser a CV-HIV para avaliar a eficácia da TARV e detectar precocemente a falha virológica, caracterizado por dois exames sequenciais de CVHIV detectáveis; o Falha virológica ▪ CV-HIV detectável após seis meses do início ou modificação da TARV ou; ▪ CV-HIV detectável em indivíduos em TARV que mantinham CV-HIV indetectável; o Fatores associados a falha virológica ▪ Mal adesão do paciente; ▪ Fatores farmacológicos; ▪ resistência viral adquirida; • Fármacos anti-hepatite o Hepatite B ▪ Causada pelo vírus DNA pertencente à família hepadnaviridae; ▪ DNA circular parcialmente duplicado, envelope externo com antígeno HBsAg; ▪ A replicação é feita pela TR; o Tenofovir ▪ É a primeira linha de tratamento para a HEPB crônica; ▪ Tem elevada potência de supressão viral e alta barreira genética de resistência contra as mutações do HBV; ▪ Bem tolerado, 300 mg/dia VO; ▪ Em associação com Lamivudina, uso em coinfectados com HIV; ▪ Contraindicações: doença renal crônica, osteoporose e outras doenças do metabolismo ósseo, cirrose hepática (contra indicação relativa) e intolerância ao medicamento; o Entecavir ▪ Nas situações em que houver contraindicações ao uso do Tenofovir ou presença de alterações da função renal em decorrência do seu uso; ▪ Primeira linha para pacientes em tratamento com imunossupressores e quimioterapia; ▪ Apresenta eficácia reduzida quando há presença de mutações, encontradas especialmente em vírus de pacientes experimentados com análogos de nucleosídeo, como Lamivudina e telbivudina; o Alfapeguinterferona ▪ Proteína da classe das citocinas; ▪ Possui atividade antiviral, antiproliferaiva e imunomodeladora; ▪ Aplicação subcutânea semanal; ▪ Tratamento de 48 semanas, reservado aos pacientes portadores de infecção pelo vírus da HEPB com exame HBeAg reagente (alto grau de replicação viral); ▪ Efeitos adversos: comuns;