Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Medicina - 5º Semestre - Ana Paula Cuchera e Eduarda Costa 28 de abr. de 2023 Vírus - Cerca de 3.700 espécies de vírus (International Committee on Taxonomy of Viruses) - Infectam vertebrados, invertebrados, fungos, algas, leveduras e protozoários - Parasitas: replicação e síntese proteica na célula hospedeira - Vírion: partícula viral em sua forma extracelular - Genoma: DNA ou RNA, fita simples ou dupla - Capsídeo - Envelope lipoproteico (alguns) - Espículas (alguns) - Etapas da replicação viral 1. Entrada → Ligação e penetração (fusão/endocitose) 2. Desnudamento → Liberação do genoma 3. Transcrição e Tradução → mRNA lidos pelos ribossomos do hospedeiro 4. Replicação viral 5. Montagem dos componentes virais e maturação 6. Liberação → Brotamento ou lise - Escape da defesas do hospedeiro: ● Modificação da expressão do marcadores de superfície nas células infectadas ○ O sistema imunológico não reconhece como partícula infectada ● Inibição da síntese ou ação de citocinas antivirais, como IL-1, TNF-⍶ e IFNs, que coordenam respostas inatas e adaptativas ● Mutações no genoma viral 1 Fármacos antivirais OBS! Só tem que saber os grifados, ganciclovir também - Retrovírus → ocorre processo de transcrição reversa,(ex: HIV e HB), a partir do RNA por transcrição reversa que será mediada por transcriptase reversa e a partir desse RNA viral gera um DNA viral que será incorporado no genoma humano 2 1- Inibidores da Neuraminidase viral 1- Reconhecimento celular do epitélio alveolar: ácido siálico expresso na membrana que está envolvido no processo de reconhecimento entre vírus e célula ● No envelope do vírus da influenza tem: hemaglutinina ● Interação entre ácido siálico e hemaglutinina que será responsável pelo reconhecimento e o vírus ser endocitado 2- Fusão e formação do endossoma 3- Material genético é liberado pelo processo de acidificação permitido pela M2 e com isso a membrana do vírus funde com a membrana celular do endossomo 4- Atravesse poros nucleares e entra no núcleo onde ocorre transcrição, produção de RNA mensageiro viral 5- RNA mensageiro sai pro citosol onde esse produz seus componentes proteicos → o material genético vai replicar 6- Ocorre processo de montagem 7- No processo final a neuraminidase vai clivar a ligação do vírus com a célula e a partícula viral fica pronto para infectar outras células OBS! Os inibidores vão inibir a atividade dessa enzima e o vírus não é liberado para o meio extracelular Vídeo: https://youtu.be/7Omi0IPkNpY HA: hemaglutinina, que se liga aos resíduos de ácido siálico (ácido neuramínico) M2: proteína M2 viral (canal iônico) permite acidificação do endossomo NA: neuraminidase - rompe a ligação entre ácido siálico e HA para haver a liberação dos vírions - Influenza A: - Diagnóstico clínico: febre com sinais de comprometimento de vias aéreas superiores e com pelo menos um sinal de comprometimento sistêmico ● Comprometimento de vias aéreas superiores: rinorreia, dor de garganta, disfonia (rouquidão) e tosse ● Comprometimento sistêmico: mal-estar, calafrios, cefaleia e mialgia - As queixas respiratórias tornam-se mais evidentes com a progressão da doença e mantêm-se, em geral, por três a quatro dias após o desaparecimento da febre. - A tosse, a fadiga e o mal-estar frequentemente persistem pelo período de uma a duas semanas e raramente podem perdurar por mais de seis semanas. - Mecanismo de ação: ● Inibidores da neuraminidase viral ● Bloqueiam a clivagem da ligação entre ácido siálico e a hemaglutinina viral 3 https://youtu.be/7Omi0IPkNpY - Ativos nos estágios iniciais da infecção - primeiras 48h após início dos sintomas - Reduzir duração dos sintomas e ocorrência de complicações OBS! Zanamivir pensando em crianças e idosos que podem desenvolver a SARA, para reduzir a apuração dos sintomas e minimizar a ocorrência de complicações - Oseltamivir - Farmacocinética ● Absorvido VO (biodisponibilidade 80%) ● Metabólito ativo (fosfato de oseltamivir) ● T1/2 6-10 h - Toxicidade: Náusea, desconforto abdominal (leves) - Resistência: Mutação da neuraminidase viral Zanamivir -Uso: Casos de intolerância GI grave, alergia ou resistência ao Oseltamivir - Farmacocinética ● Inalação ● T1/2 2- 5h - Toxicidade: irritação das vias aéreas superiores. Não deve ser usado em asmáticos - risco de broncoespasmo severo Protocolo de tratamento de Influenza. Ministério da Saúde, 2017 4 2- Inibidores da DNA polimerase viral Mecanismo geral de replicação de Herpesvírus ● Ácido nucleico é formado por polímeros de nucleotídeos: açúcar pentose, base nitrogenada e um grupamento fosfato → pela polimerização de nucleotídeos forma uma nova fita de dna → polimerização fosfodiéster = entre a extremidade 3’ e 5’ → forma uma ligação fosfodiéster = ligando 2 nucleotídeos e a dna polimerase catalisa essa ligação 4 ● Nucleosídeo → é o que não tem fostato e quando a polimerase vai catalisar essa reação precisa de energia (que vem do fosfato) → tem que formar nucleotídeos trifosfatados, pois 1 fosfato estará comprometido com a ligação fosfodiéster e os outros 2 vão participar dessa reação, ou seja, os nucleotídeos precisam estar trifosfatados para ocorrer essas catalização ● DNA polimerase viral - Imagem: ● HV têm capsídeo envolvendo o genoma (fita dupla de dna), a glicoproteína S está envolvida no reconhecimento → fusão do envelope membrana do hospedeiro → não entra a partícula toda só o capsídeo com o genoma → capsídeo é liberado para entrar no genoma da célula que será infectado ● Esse vírus usa nossa maquinaria para produzir o rna mensageiro dele, formando proteína D e enzimas que ele precisa com a dna polimerase viral, utiliza essa enzima para o processo de síntese de novas moléculas de DNA → montagem dos componentes → partícula sai - Herpesvírus simples tipo 1 (HSV-1): ● Infecções na boca, face, tronco, cérebro - Herpesvírus simples tipo 2 (HSV-2): ● Infecções na genitália, reto ● Transmissão geralmente sexual - Capacidade de permanecer em latência por longos períodos - Aciclovir: - 30 vezes mais potente para as enzimas virais - Primeiro fosfato é adicionado pela timidnacinase do herpes e os outros 2 fosfatos é por enzimas do hospedeiro → assim cria um falso nucleotídeo → entra no núcleo e se liga no sítio ativo da dna 5 polimerase viral → essa enzima não consegue catalisar outros nucleotídeos → inibição do processo de replicação - Timidina quinase humana percebe que o aciclovir não é um nucleosídeo completo e não o fosforila → aciclovir é inativo em células não infectadas ● Pois ele precisa ser trifosfatado e quem coloca o primeiro fosfato é uma enzima que só tem em células virais - Mutações nas enzimas virais timidilato quinase ou DNA polimerase viral → resistência - Valaciclovir: pró-fármaco do aciclovir - Famciclovir OBS! São derivados da guanosina Inibição da DNA polimerase viral e interrupção da cadeia nucleotídica - Mecanismo de ação: ● Inibição da DNA polimerase viral e interrupção da cadeia nucleotídica → impede ligação fosfodiéster ● Fármaco se passa por nucleotídeo para inibir esse processo de polimerização - Usos clínicos: ● Infecções pelo herpes simples (herpes genital, herpes mucocutâneo e encefalite herpética) ● Infecções por varicela-zoster (catapora, herpes-zóster): ○ via oral, nos pacientes imunocompetentes; ○ via intravenosa, nos pacientes imunocomprometidos ● Profilaticamente: ○ Em pacientes que serão tratados com fármacos imunossupressores ou radioterapia e que correm risco de infecção pelo herpesvírus devido à reativação do vírus latente; ○ Em indivíduos que sofrem de recorrências frequentes de infecção genital pelos vírus herpes simples. - Farmacocinética: ● Vias oral, IV ou tópica ○ A Biodisponibilidade VO do aciclovir é de apenas 10-30%. ○ O valaciclovir é substrato de transportadores de peptídeos no intestino, por isso a absorção VO é de 40-70%. ○ Pacientes com insuficiência renal devem sofrer ajuste (redução) de dose 6 ○ Atinge concentrações efetivas no LCR - Toxicidade: ● Náusea, diarreia, prurido, dor de cabeça(raro insuficiência renal ou neurotoxicidade) Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas de Atenção Integral às pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis. Ministério da Saúde, 2015 NÃO CAI - Ganciclovir, Valganciclovir ● Perfil semelhante ao do aciclovir ● Mais ativos contra citomegalovírus (CMV) ● Pode causar mielossupressão, por isso só usado para CMV - Foscarnet ● Não é primeira opção pelos efeitos adversos ● Usado para CMV resistente à ganciclovir ou HSV resistente à aciclovir ● Inibidor reversível da DNA polimerase viral ● Nefrotoxicidade (necrose tubular, glomerulopatia, nefrite) 7 3- Fármacos antirretrovirais https://youtu.be/horX8xLVpCg ● Principais alvos : LTCD4 ● Paciente tem suas respostas imunes comprometidas, alta carga viral = relacionado com deficiência baixa ● Imunossupressão que os deixam suscetíveis a morrer por infecções ● DNA viral se integra no DNA da célula do hospedeiro Infecção viral: - Explicação da imagem: ● Principais alvos: LTCD4 8 https://youtu.be/horX8xLVpCg ● Na superfície dessa célula tem receptor CD4 e CR5 e CXCR4 (receptores) e o vírus tem que se ligar no receptor e no preceptor ● No envelope proteico tem uma proteína chamada de GP41 que faz a fusão com a membrana e permitir a entrada do material genético ● Tem também a GP120 que interage com o receptor CD4 e o coreceptor → a partir disso tem alteração estrutural e a GP41 se funde e tem introdução do material genetico do virus dentro da célula ● Material genético: fita simple de RNA, que serve comomolde para síntese do DNA viral que será feito pela transcriptase reversa ● 2 classes que tem como alvo inibir a transcriptase reversa, só que de maneira diferentes e com isso inibe a formação do DNA viral e assim o processo de replicação ○ RNA → DNA viral → entra para o núcleo e assim faz parte do genoma do DNA hospedeiro → isso pela integrase (integra o DNA viral com o DNA do hospedeiro) ● A partir disso tem o processo de transcrição → forma RNAmensageiro e no citosol tem o processo de tradução e formação dos polipeptídeos e todas as proteínas e enzimas ● Ocorre a montagem dos componentes ● Processo de maturação do vírus onde precisa de ativação proteolíticas ○ Inibidores da protease bloqueiam esse processo de maturação ITRN - inibidor da transcriptase reversa análogo de nucleosídeo: - Lamivudina - Tenofovir - Abacavir - Zidovudina - Entecavir - Análogos de nucleosídeo: viram um falso nucleotídeo, essa se liga no sítio catalítico da enzima e com isso inibe a atividade da transcriptase reversa → bloqueio da replicação do genoma 9 - Mecanismo de ação: ● Inibidores competitivos pelo sítio de ligação do nucleotídeo normal, bloqueando a transcriptase reversa ● São análogos de nucleosídeos/nucleotídeos ● Fosforilados pelas células do hospedeiro → derivados fosfatados que são substratos para a transcriptase reversa → inibem a incorporação de nucleotídeos, bloqueando a replicação do genoma viral - Apresentam baixa afinidade pela DNA polimerase (α, β) da célula hospedeira, mas podem inibir a DNA polimerase mitocondrial (γ) - Efeito adverso mais importante: toxicidade mitocondrial, podendo levar à miopatia, neuropatia periférica, lipoatrofia, dano renal, esteatose hepática e acidose lática. - Lamivudina e Tenofovir ● Estão sempre em esquemas preferenciais, já vem co-associados ● Inibemmenos a polimerase mitocondrial ● Também são usados no tratamento Hepatite B - Maior barreira genética do que ITRNN e IP de primeira geração ● O vírus tem que acumular determinados tipos de mutação para que se torne resistente a esses fármacos ITRNN - inibidor da transcriptase reversa não análogo de nucleosídeo - Efavirenz - Etravirina - Nevirapina 10 - Mecanismo de ação: ● Se ligam em uma cavidade alostérica hidrofóbica longe do sítio catalítico - inibidores não competitivos da enzima ● Reduzem a flexibilidade conformacional da enzima, fixando a enzima em uma conformação inativa ○ Se ligam no sítio diferente da enzima e acaba fazendo com que essa enzima fique em uma conformação não funcional ● Inibem a transcriptase reversa, mas não são falsos nucleotídeos e sim são moduladores alostéricos positivos - Tem menos barreira genética em relação a classe anterior ● Em comparação com ITRN e IP ● Fácil a indução de resistência contra esses antirretrovirais ● O vírus não precisa acumular tantas mutações para desenvolver resistência a esses medicamentos ● Pode não ser de primeira escolha - São potentes e altamente efetivos, mas devem ser combinados com pelo menos dois outros fármacos (↓ resistência) - Efeitos adversos: ● Os ITRNN, como classe, tendem a estar associados a níveis variáveis de intolerância gastrintestinal e exantema cutâneo - Não inibem DNA polimerase humana - São todos substratos da CYP3A4 (indutores ou inibidores) 4- Inibidores da integrase - Dolutegravir - Raltegravir - Bloqueio da atividade catalítica da integrase, que integra o DNA viral ao genoma do hospedeiro → bloqueiam replicação viral - Não existe enzima similar (uma integrase) na célula hospedeira - boa tolerabilidade 11 5- Inibidores da protease - Ritonavir - Atazanavir - Lopinavir - Darunavir - Imagem: Inibe o sítio de proteólise - Polipeptídeos precursores das proteínas estruturais e funcionais sofrem clivagem pela aspartil protease viral → ativação - IP são semelhantes a peptídeos, inibindo competitivamente a aspartil protease viral → bloqueiam a maturação do vírus - Não inibem as aspartil proteases humanas ● Uso com inibidores da transcriptase reversa ● Combinação de 2 IP potencializa o efeito → usa junto para aumentar o tempo de ação ● O aparecimento de resistência é rápido, porém não tão rápido quanto os inibidores não-nucleosídeos de transcriptase reversa 12 ● Os efeitos adversos compartilhados pela classe: alterações gastrointestinais, alterações sanguíneas e efeitos sobre o SNC (ex., insônia, tontura, cefaleia), assim como síndrome de lipodistrofia (lipoacumulação, resistência a insulina, dislipidemia) ● Indutores ou inibidores CYP (ritonavir → reforço) 6- Inibidores de entrada - Imagem: A ligação da gp120 ao seu receptor primário na superfície da célula, CD4, é o primeiro passo na fusão da membrana. - A ligação ao CD4 normalmente é seguida pela ligação ao co-receptor CCR5 ou CXCR4, que é necessário para a fusão prosseguir - Ou seja, a gp120 se liga tanto no CD4 quanto no receptor - Se não tiver a interação com o receptor não tem a entrada do HIV na célula - Maraviroque - Mecanismo de ação ● Antagonista CCR5 → bloqueia interação com a gp120 viral - Indicação: ● Pacientes adultos já tratados e infectados apenas pelo HIV-1 trópico para CCR5 detectável (fazer ensaio de tropismo) ● Recomendado para compor esquema de resgate quando dolutegravir, darunavir com reforço de ritonavir e etravirina são considerados insuficientes para garantir a supressão viral. - Boa tolerabilidade - Enfuvirtida 13 - Mecanismo de ação ● Inibidor da fusão: se liga na glicoproteína viral GP41 → inibe a fusão das membranas virais e celulares (mediada por interações entre gp41 e CD4) - Administração → IV ou subcutânea - T1/2 é de 3,8h → administração 2x ao dia - Alto custo - Uso restrito a pacientes portadores de vírus multirresistentes sem outras opções terapêuticas para compor o esquema ARV Terapia antirretroviral OBS! TARV → terapia antirretroviral - Terapia inicial: ● Combinação de 3 antirretrovirais: 2 ITRN + INI ou ITRNN ou IPr (inibidor de protease com reforço de ritonavir) Lamivudina + Tenofovir + Dolutegravir - Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Manejo da Infecção pelo HIV em Adultos. Ministério da Saúde, 2018 OBS! É para suprimir e não curar, pois ele está ligado ao genoma - Se essa terapia for comprometida, a carga viral começa a subir, TCD4 abaixa muito e paciente pega infecções oportunistas Exemplos: 1- Tenofovir (TDF) + Lamivudina (3TC) - Mecanismo de ação: ● Inibidores da transcriptase reversa análogo de nucleotídeo/nucleosídeo - Disponível em coformulação, dose única diária→ toma tudo 1 vez apenas - Perfil favorável em termos de toxicidade e supressão virológica, em comparação com zidovudina (mesma classe) - Eficácia virológica melhor que Abacavir, quando CV > 100.000 cópias/mL - Recomendada nos casos de co-infecção HIV-HBV - Tenofovir: ● Contraindicações: Nefrotoxicidade, particularmente em diabéticos, hipertensos, negros, idosos, pessoas com baixo peso corporal, doença pelo HIV avançada, disfunção renal pré-existente e no uso concomitante de outros medicamentos nefrotóxicos ● Nesses casos, substituir por Abacavir ou Zidovudina (nessa ordem) ● Diminuição da densidade óssea ● É bem tolerado durante a gestação - Lamivudina: ● Sinérgica com vários análogos de nucleosídeos ● Boa tolerabilidade: consistem em cefaléia, tontura, insônia, fadiga, boca seca e desconforto gastrintestinal, apesar de serem caracteristicamente leves e infrequentes. 2- Abacavir (ABC) + Lamivudina (3TC) ● Alternativa para pacientes com contra-indicação aos esquemas TDF/3TC ● A resistência de alto nível ao abacavir parece exigir pelo menos duas ou três mutações concomitantes e, portanto, tende a desenvolver-se lentamente - Abacavir: ● Reações de hipersensibilidade em portadores do alelo HLAB*5701 (antígeno leucocitário humano) Sintomas clínicos: febre, erupção cutânea, sintomas gastrointestinais (náusea, vômito, diarreia e dores abdominais), letargia, sintomas respiratórios e choque. 14 ● Precauções em pacientes com risco cardiovascular elevado (escala de risco de Framingham) 3- Zidovudina (AZT) + Lamivudina (3TC) ● Se teste HLA-B*5701 for positivo ou paciente tiver intolerância ao ABC, substituir o TDF por AZT. Coformulação, habitualmente bem tolerada - Zidovudina ● Lipoatrofia (redução da gordura em regiões periféricas, como braços, pernas, face e nádegas) ● Toxicidade hematológica (mielossupressão) → Precauções em anemia e/ou neutropenia 4- Dolutegravir (DTG) - Mecanismo de ação: ● Inibidor da integrase - Alta potência - Alta barreira genética → vírus tem que acumular muita mutações - Dose única diária - Poucos eventos adversos OBS! Regimes contendo DTG são superiores a qualquer um dos outros esquemas disponíveis - Risco de malformação congênita → se ela engravida e descobre depois não mexe no esquema, pois só muda nas 12 primeiras semanas e torcer para que não aconteça nada com o feto - MVHIV em uso de Dolutegravir que pretende iniciar o processo de engravidar: ● Substituir por Efavirenz (caso não tenha sido anteriormente exposta a nenhum ITRNN) ou atazanavir combinado com ritonavir (inibidor de protease) ● Essa mulher deve ser orientada quanto à importância de engravidar apresentando os seguintes requisitos: ○ Estar em TARV com boa adesão ○ Ter carga viral do vírus HIV (CV-HIV) indetectável ○ Ser rastreada e tratada para outras IST (incluindo as suas parcerias sexuais) ○ Utiliza ácido fólico pelo menos 2 meses antes da gravidez e nos dois primeiros meses da gestação - Mulher que engravida inadvertidamente em uso de DTG: ● Se idade gestacional menor que 12 semanas: recomenda-se a substituição do DTG por esquema contendo atazanavir combinado com ritonavir ● Se a idade gestacional for maior que 12 semanas: manter DTG. Orientar que o uso do DTG é seguro após o primeiro trimestre de gestação - Advertências e contra-indicações do DTG ● Pessoas usando fenobarbital, carbamazepina, oxcarbazepina, fenitoína - reduzem cp ● Antiácidos contendo cátions polivalentes, suplementos contendo cálcio ou ferro - 6h antes ou 2h depois ● DTG aumenta concentração plasmática metformina ● Pacientes coinfectados com tuberculose: substituir por efavirenz ou raltegravir OBS! Nos casos de intolerância ou contraindicação, é substituído pelo Efavirenz 5- Efavirenz (EFV) - Mecanismo de ação: ● Inibidor da transcriptase reversa não análogo de nucleosídeo - Dose única diária 15 - Meia-vida longa (~50h) - Supressão da carga viral por longo prazo - Perfil toxicidade favorável - Desvantagens: ● Resistência primária em pacientes virgens de tratamento ● Baixa barreira genética - Efeitos adversos mais comuns: tonturas, alterações no sono, alucinações - transitórios - Esquemas com EFV apresentammaior efetividade e supressão de carga viral, perfil de toxicidade e comodidade posológica em relação a esquema com inibidores de protease - Esquemas com EFV apresentaram alguns resultados desfavoráveis em relação a supressão viral, em comparação com inibidores de integrase 6- Raltegravir (RAL) - Mecanismo de ação ● Inibidor de integrase - Administração duas vezes ao dia - Alta potência - Excelente tolerabilidade - Perfil toxicidade favorável - Poucas interações medicamentosas - Barreira genética superior quando comparado aos ITRNN, mas não aos IP/r e ao DTG - Em casos de coinfecção com hepatites e tuberculose - TDF: Tenofovir - 3TC: Lamivudina - DTG: Dolutegravir 16 - EFV: Efavirenz - RAL: Raltegravir - TB: tuberculose - TDF: Tenofovir - DTG: Dolutegravir - EFV: Efavirenz - TDF: Tenofovir - ABC: Abacavir - AZT: Zidovudina - RAL: Raltegravir - Fatores associados à falha virológica ● Má adesão do paciente ● Fatores farmacológicos ● Resistência viral adquirida 17 ATV/r: atazanavir com reforço de ritonavir 18 DRV/r: darunavir com reforço de ritonavir LPV/r: lopinavir com reforço de ritonavir https://youtu.be/IOXEAAHmzT4 Fármacos anti-hepatite - Hepatite B ● A hepatite viral B é causada por um vírus DNA pertencente à família Hepadnaviridae ● Apenas no gênero Orthohepadnavirus estão os vírus que infectammamíferos ● DNA circular parcialmente duplicado, envelope externo com antígeno HBsAg ● Replicação é feita pela transcriptase reversa https://youtu.be/Q9L7ZQPc8EA 1- Tenofovir - Primeira linha de tratamento para a hepatite B crônica. - Elevada potência de supressão viral e alta barreira genética de resistência contra as mutações do HBV - Bem tolerado, 300 mg/dia, via oral - Em associação com lamivudina, uso em coinfectados com HIV (mas pode ser sozinho, em casos de não infecção por HIV) - Contraindicações ao tratamento com tenofovir: ● Doença renal crônica ● Osteoporose e outras doenças do metabolismo ósseo ● Cirrose hepática (contraindicação relativa) ● Intolerância ao medicamento 2- Entecavir - Nas situações em que houver contraindicação ao uso do tenofovir ou presença de alteração da função renal em decorrência do seu uso - Primeira linha para pacientes em tratamento com imunossupressores e quimioterapia - O entecavir apresenta eficácia reduzida quando há presença de mutações, encontradas especialmente em vírus de pacientes experimentados com análogos de nucleosídeo, como lamivudina e telbivudina 3- Alfapeginterferona - Proteína da classe das citocinas - Possui atividade antiviral, antiproliferativa e imunomoduladora - Aplicação subcutânea semanal - Tratamento de 48 semanas, reservado aos pacientes portadores de infecção pelo vírus da hepatite B com exame HBeAg reagente (alto grau de replicação viral) → nesse caso o paciente precisa ser tratado com interferon - Efeitos adversos: ● São comuns e assemelham-se aos sintomas da gripe (que são mediados pela liberação de citocinas), incluindo febre, lassidão (esgotamento), cefaleia e mialgia. - As injeções repetidas provocammal-estar crônico - Também podem ocorrer depressão da medula óssea, erupções cutâneas, alopecia e alterações nas funções cardiovascular, tireoidiana e hepática - Contraindicações ao tratamento com alfapeginterferona: ● Consumo atual de álcool e/ou drogas; ● Cardiopatia grave; ● Disfunção tireoidiana não controlada; ● Distúrbios psiquiátricos não tratados; ● Neoplasia recente; ● Insuficiência hepática; ● Antecedente de transplante, exceto hepático; ● Distúrbios hematológicos: anemia, leucopenia, plaquetopenia; ● Doença autoimune; 19 https://youtu.be/IOXEAAHmzT4 https://youtu.be/Q9L7ZQPc8EA ● Intolerância ao medicamento. Hepatite C (Não cobra) ● Alfapeginterferona ⍺-2a 180 mcg – solução injetável; ● Ribavirina 250mg – cápsula; ● Daclatasvir 30mg e 60mg – comprimido; ● Sofosbuvir 400mg – comprimido; ● Ledipasvir 90mg/sofosbuvir400mg – comprimido; ● Elbasvir 50mg/grazoprevir 100mg – comprimido; ● Glecaprevir 100mg/pibrentasvir 40mg – comprimido; ● Velpatasvir 100mg /sofosbuvir 400mg – comprimido; ● Alfaepoetina 10.000 UI – pó para solução injetável; ● Filgrastim 300mcg – solução injetável. Covid - 19 https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/paf/coronavirus/medicamentos - Imagem: - Entrada do vírus por endocitose → forma endossomo e libera o material genético para o citosol - Precisa de acidificação para essa liberação do genoma - Genoma do SARS-CoV 2 é um RNA - Cloroquina e hidroxicloroquina → deixa o pH mais básico → em teoria deixa mais dificil entrar - A enzima RNA polimerase e RNA dependente são necessárias para transcrição e replicação do vírus → com isso criou medicamentos para bloquear esse processo - Baricitinib → inibidor de quinase que bloqueia via do processo inflamatório 20 https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/paf/coronavirus/medicamentos OBS! terminar com “mab” = anticorpos monoclonais 1- Remdesevir - Aprovado em 12/03/2021 pela ANVISA - Uso hospitalar - Análogo da adenosina trifosfato → se liga na RNA polimerase dependente de RNA do SARS-CoV-2 → interrompe a replicação viral. - Indicações: ● Tratamento do Covid-19 em adultos e adolescentes (com idade igual ou superior a 12 anos e peso mínimo 40 Kg) com pneumonia que requerem administração suplementar de oxigênio (mas que não estejam sob ventilação artificial) ● Tratamento do Covid-19 em adultos que não precisam de oxigênio extra para os ajudar a respirar e que apresentam risco aumentado de progredir para Covid-19 grave 2- Sotrovimabe - Aprovado em 08/09/2021 pela ANVISA (uso emergencial) - Uso hospitalar - Anticorpo monoclonal contra a proteína spike do Sars CoV-2 → bloqueia a entrada do vírus - Indicação: ● Tratamento de Covid-19 leve a moderada em pacientes adultos e adolescentes com 12 anos ou mais (e que pesem pelo menos 40 kg) que não necessitam de oxigenoterapia e que estão em risco de progressão para o estágio grave da doença (ex: idade avançada, obesidade, diabetes mellitus, doença cardíaca ou pulmonar, imunossuprimidos). 3- Baricitinibe - Aprovado em 17/09/2021 pela ANVISA (uso emergencial) - Uso hospitalar e domiciliar - Inibidor da janus quinase (JAK1, JAK2) → reduz os níveis de citocinas e biomarcadores relacionados à Covid-19, incluindo IL-6, IFN-γ, MCP-3, CXCL10, IL-10, MCP-2, CCL19, PTX3 e IL-27. - Indicação: 21 ● Tratamento de Covid-19 grave em pacientes adultos hospitalizados que necessitam de oxigênio por máscara ou cateter nasal ou que necessitam de alto fluxo de oxigênio ou ventilação não invasiva. 4- Nirmatrelvir + Ritonavir (Paxlovid) - Aprovado em 30/03/2022 pela ANVISA Uso hospitalar e domiciliar - Nirmatrelvir é inibidor da protease do SARS-CoV-2 → bloqueia maturação do vírus → bloqueia replicação - Ritonavir → inibidor CYP3A4 - Indicação: ● Tratamento da Covid-19 em adultos que não requerem oxigênio suplementar e que apresentam risco aumentado de progressão para Covid-19 grave. Uso precoce (no início da infecção), com duração de até 5 dias. 5- Molnupiravir - Aprovado em 04/05/2022 pela ANVISA - Análogo da N4-hidroxicitidina → se liga na RNA polimerase dependente de RNA do SARS-CoV-2 → introduz mutações no RNA viral → interrompe replicação - Indicação: ● Pacientes com quadros leves a moderados, que tenhammaior risco de desenvolverem quadros graves de covid (ex: idade avançada, obesidade, diabetes mellitus, doença cardíaca ou pulmonar, imunossuprimidos) → reduz hospitalizações e mortes - Tratamento domiciliar (via oral), uso precoce (no início da infecção), com duração de 5 dias 22
Compartilhar