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46Subjetividade na poesia

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https://www.biologiatotal.com.br/medio/cursos/extensivo-enem-e-vestibulares 1/7
Português Lista de Exercícios Extensivo ENEM e Vestibulares SEMANA 24
Ex. 1 Subjetividade na Poesia
(Unifesp 2018)  O uso intensivo da metáfora insólita, a entrega ao
�uxo da consciência, a ruptura com o enredo factual foram
constantes do seu estilo de narrar. Os analistas à caça de estruturas
não deixarão tão cedo em paz seus textos complexos e abstratos.
Há na gênese dos seus contos e romances tal exacerbação do
momento interior que, a certa altura do seu itinerário, a própria
subjetividade entra em crise. O espírito, perdido no labirinto da
memória e da autoanálise, reclama um novo equilíbrio.
 
(Alfredo Bosi. História concisa da literatura brasileira, 1994.
Adaptado.)
 
 
Tal comentário refere-se a
Ex. 10 Subjetividade na Poesia
(Ufg 2013)  Leia o poema apresentado a seguir.
 
2
 
Se você acompanhasse um rio,
ah, se você acompanhasse um rio
desde as nascentes puras até longe...
Se fosse o rio Turvo quando chegasse em Edéia
viria peixes, peixes e mais peixes
e a solidão do velho Teó�lo
cuja �lha encantou um padre corado.
 
No Nerópolis,
sujos porcos
e em barcos
viajarias
até pelo embrenhado
do Corumbá.
O rio Verde e o rio Corrente
escondem muitas mortes.
Velho Zé Garcia de Santana dizia:
“tomou-veio-d’água...”
Em Formoso tem o rio Escuta,
que muita maldade e coisa ruim escutou.
Em Cavalcante tem o rio Silêncio,
que rosário de sonhos silenciou.
E o rio das Garças, se não tem garças,
tem diamantes e vidas que
a vida amaldiçoou.
O rio do Sono poderia ter sido bom.
 
Tanto como seu próprio �lho
e tanto como seu próprio corpo,
você amaria um rio,
se um dia o acompanhasse
das nascentes puras, até longe, até longe.
 
GARCIA, José Godoy. Poesia. Brasília: Thesaurus, 1999. p. 263-264.
 
Ao tematizar os rios goianos, o poema transcrito alia a objetividade
da descrição geográ�ca à subjetividade das imagens poéticas. Nesse
processo, o eu lírico
Ex. 11 Subjetividade na Poesia
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
 
O PENSADOR DE RODIN
a) Jorge Amado.   
 
b) José Lins do Rego.   
 
c) Graciliano Ramos.   
 
d) Guimarães Rosa.   
 
e) Clarice Lispector.   
a) metaforiza a destruição da natureza ao descrever as
consequências da extração de minérios no rio das Garças.   
 
b) explica os nomes dos rios para reforçar uma visão
desenvolvimentista dos recursos hídricos do estado.   
 
c) recupera expressões regionais, exempli�cadas no verso “tomou-
veio-d’água”, para evidenciar a relevância econômica dos rios Verde
e Corumbá.   
 
d) destaca a importância dos rios goianos para a constituição do
imaginário das cidades por onde passam.   
 
e) descreve o percurso dos rios pelo estado, a exemplo do verso “das
nascentes puras, até longe, até longe”, para enfatizar sua extensão.   
https://www.biologiatotal.com.br/medio/cursos/extensivo-enem-e-vestibulares 2/7
 
Apoiado na mão rugosa o queixo �no,
O Pensador re�ete que é carne sem defesa:
Carne da cova, nua em face do destino,
Carne que odeia a morte e tremeu de beleza.
 
E tremeu de amor, toda a primavera ardente,
E hoje, no outono, afoga-se em verdade e tristeza.
O “havermos de morrer” passa-lhe pela mente
Quando no bronze cai noturna escureza.
 
E na angústia seus músculos se fendem sofredores.
Sua carne sulcada enche-se de terrores,
Fende-se, como a folha de outono, ao Senhor forte
 
Que o reclama nos bronzes. Não há árvore torcida
Pelo sol na planície, nem leão de anca ferida,
Crispados como este homem que medita na morte.
 
BANDEIRA, Manuel. O pensador de Rodin. In: Estrela da vida inteira.
20. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993. p. 408.  
 
 
(Ueg 2013)  No poema, Manuel Bandeira faz referência à escultura
“O pensador”, realizada por Auguste Rodin, em 1889. Em relação à
referida escultura, o poeta sugere uma interpretação sob o viés do
contraponto entre
Ex. 12 Subjetividade na Poesia
(Insper 2012)  I
 
Talvez sonhasse, quando a vi. Mas via
Que, aos raios do luar iluminada,
Entre as estrelas trêmulas subia
Uma in�nita e cintilante escada.
 
E eu olhava-a de baixo, olhava-a... Em cada
Degrau, que o ouro mais límpido vestia,
Mudo e sereno, um anjo a harpa doirada,
Ressoante de súplicas, feria...
 
Tu, mãe sagrada! vós também, formosas
Ilusões! sonhos meus! Íeis por ela
Como um bando de sombras vaporosas.
 
E, ó meu amor! eu te buscava, quando
Vi que no alto surgias, calma e bela,
O olhar celeste para o meu baixando...
 
Olavo Bilac,Via-Láctea.
 
Embora seja identi�cado como o principal poeta parnasiano
brasileiro, Olavo Bilac, nesse soneto, explora um aspecto do
Romantismo, o qual está explicitado na seguinte alternativa:
Ex. 14 Subjetividade na Poesia
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
TEXTO VI
 
ADORMECIDA
 
Uma noite, eu me lembro... Ela dormia
Numa rede encostada molemente...
Quase aberto o roupão... solto o cabelo
E o pé descalço do tapete rente.
 
‘Stava aberta a janela. Um cheiro agreste
Exalavam as silvas da campina...
E ao longe, num pedaço do horizonte,
Via-se a noite plácida e divina.
 
De um jasmineiro os galhos encurvados,
Indiscretos entravam pela sala,
E de leve oscilando ao tom das auras,
Iam na face trêmulos — beijá-la.
 
Era um quadro celeste!... A cada afago
Mesmo em sonhos a moça estremecia...
Quando ela serenava... a �or beijava-a...
Quando ela ia beijar-lhe... a �or fugia...
 
Dir-se-ia que naquele doce instante
Brincavam duas cândidas crianças...
A brisa, que agitava as folhas verdes.
Fazia-lhe ondear as negras tranças!
 
E o ramo ora chegava ora afastava-se...
Mas quando a via despeitada a meio.
P’ra não zangá-la... sacudia alegre
Uma chuva de pétalas no seio...
 
Eu, �tando a cena, repetia
Naquela noite lânguida e sentida:
“Ó �or! – tu és a virgem das campinas!
“Virgem! — tu és a �or da minha vida!...”
 
CASTRO ALVES. Espumas �utuantes. In Obra compIeta Rio de
Janeiro: Nova Aguar, 1986. p. 124-125.
 
 
a) a idealização da existência e o racionalismo da morte.   
 
b) a subjetividade da escultura e a objetividade da vida.   
 
c) o racionalismo do pensar e a angústia da re�exão.   
 
d) o romantismo do ser humano e a exaltação da natureza.   
a) objetividade e racionalismo do eu lírico.   
 
b) subjetividade numa atmosfera onírica.   
 
c) forte presença de elementos descritivos.   
 
d) liberdade de criação e de expressão.   
 
e) valorização da simplicidade, bucolismo.   
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(Uff 2012)  Assinale a alternativa INCORRETA em relação à análise
do poema de Castro Alves (Texto VI).
Ex. 15 Subjetividade na Poesia
(Upf 2021)  Leia “Poema que aconteceu” e “Coração numeroso”,
poemas que integram a obra Alguma poesia, de Carlos Drummond
de Andrade.
 
Poema que aconteceu
 
Nenhum desejo neste domingo
nenhum problema nesta vida
o mundo parou de repente
os homens �caram calados
domingo sem �m nem começo.
 
A mão que escreve este poema
não sabe que está escrevendo
mas é possível que se soubesse
nem ligasse.
 
 
Coração numeroso
 
Foi no Rio.
Eu passava na Avenida quase meia-noite.
Bicos de seio batiam nos bicos de luz estrelas inumeráveis.
Havia a promessa do mar
e bondes tilintavam,
abafando o calor
que soprava no vento
e o vento vinha de Minas.
 
Meus paralíticos sonhos desgosto de viver
(a vida para mim é vontade de morrer)
faziam de mim homem-realejo imperturbavelmente
na Galeria Cruzeiro quente quente
e como não conhecia ninguém a não ser o doce vento mineiro,
nenhuma vontade de beber, eu disse: Acabemos com isso.
 
Mas tremia na cidade uma fascinação casas compridas
autos abertos correndo caminho do mar
voluptuosidade errante do calor
mil presentes da vida aos homens indiferentes,
que meu coração bateu forte, meus olhos inúteis choraram.
 
O mar batia em meu peito, já não sabia no cais.
A rua acabou, quede árvores? a cidade sou eu
a cidade sou eu
sou eu a cidade
meu amor.
 
 
Em relação aos dois poemas, é correto a�rmar que
Ex. 3 Subjetividade na Poesia
(Unesp 2017)  Os parnasianos brasileiros se distinguem dos
românticos pela atenuação da subjetividade e do sentimentalismo,pela ausência quase completa de interesse político no contexto da
obra e pelo cuidado da escrita, aspirando a uma expressão de tipo
plástico.
(Antonio Candido. Iniciação à literatura brasileira, 2010. Adaptado.)
 
 
A referida “atenuação da subjetividade e do sentimentalismo” está
bem exempli�cada na seguinte estrofe do poeta parnasiano Alberto
de Oliveira (1859-1937):
a) A valorização de elementos da natureza confere sentidos
particulares ao poema e indicia sua identi�cação com propostas
estéticas do Romantismo.   
 
b) O poema se organiza a partir de um episódio registrado pela
memória do sujeito lírico, o que amplia a subjetividade romântica
presente em seu discurso.   
 
c) O poema se constitui, principalmente, como descrição de uma
cena, repleta de elementos românticos, con�gurando-se de forma
plástica e visual.   
 
d) O poema é percorrido por um tom melancólico, próprio do
Romantismo, empregado pelo poeta para expressar a frustração
amorosa do eu lírico.   
 
e) O ambiente noturno, privilegiado pelos poetas românticos,
contribui, no poema, para o estabelecimento de uma atmosfera de
sonho, de calma e de desejo.   
a) “Poema que aconteceu” expressa a dedicação do poeta à criação
poética.   
 
b) No poema “Coração numeroso”, o eu lírico se apresenta
amargurado e melancólico.   
 
c) O vocabulário de “Poema que aconteceu” é típico da retórica
romântica.   
 
d) A linguagem formal e o discurso indireto estão presentes em
“Coração numeroso”.   
 
e) Ao adotar o ideal da impessoalidade, os poemas transparecem
tendências do Parnasianismo.  
a) Quando em meu peito rebentar-se a �bra,
Que o espírito enlaça à dor vivente,
Não derramem por mim nem uma lágrima
Em pálpebra demente.   
 
b) Erguido em negro mármor luzidio,
Portas fechadas, num mistério enorme,
Numa terra de reis, mudo e sombrio,
Sono de lendas um palácio dorme.   
 
c) Eu vi-a e minha alma antes de vê-la
Sonhara-a linda como agora a vi;
Nos puros olhos e na face bela,
Dos meus sonhos a virgem conheci.   
 
d) Longe da pátria, sob um céu diverso
Onde o sol como aqui tanto não arde,
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Ex. 2 Subjetividade na Poesia
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
O texto que segue é para a(s) questão(ões) a seguir.
 
Deda, meu amigo, estou aqui. Podes me ouvir? Já faz algum tempo
que não conversamos. Poderíamos arrancar a malvada saudade de
nosso peito, o que achas então? Teu rosto está envelhecido. Tua
carne, envilecida. Teu corpo treme. Tuas débeis mãos fremem. O que
terá acontecido contigo, meu velho? Ah, já não és mais bravo e
guerreiro, moço e vigoroso: és, sim, pó espectral. Logo te ajuntarás
ao barro da terra. Logo a terra abrirá a fecunda e profunda boa para
te tragar. Oleiro. Logo, meu velho. Logo. Lembras-te que eras tão
bom na pontaria, que não erravas uma formiga na mira da tua
espingarda, que �cavas a escorar-te em qualquer pilastra por onde
pousavas e passavas, em varandas de casebres e casas grandes?
Lembras-te, meu velho, que eras tão bom na composição de versos,
nos improvisos de belos repentes? Tuas pernas já não suportam o
peso de teu corpo, mesmo que tu queiras: magro, seco feito
imbaúba. Triste é sofrer. O tempo passou devagar, voraz, amigo. O
tempo não espera que o acompanhemos. Segue sozinho os
caminhos da vida e vai a todos os lugares e direções: atalhos.
 
(LOURENÇO, Rosival. Pelos engenhos. Maceió: Edufal, 2011, p. 12)
 
 
 
(G1 - ifal 2018)  A linguagem do texto acima, quanto ao estilo e ao
conteúdo, apenas não revela
Ex. 4 Subjetividade na Poesia
(Upe 2015)  Amor
 
Quand la mort est si belle, Il est doux de mourir.
V. Hugo
 
Amemos! Quero de amor
Viver no teu coração!
2Sofrer e amar essa dor
Que desmaia de paixão!
Na tu'alma, em teus encantos
E na tua palidez
E nos teus ardentes prantos
Suspirar de languidez!
Quero em teus lábios beber
Os teus amores do céu,
Quero em teu seio morrer
No enlevo do seio teu!
Quero viver d'esperança,
Quero tremer e sentir!
Na tua cheirosa trança
Quero sonhar e dormir!
Vem, anjo, minha donzela,
Minha'alma, meu coração!
Que noite, que noite bela!
Como é doce a viração!
E entre os suspiros do vento
Da noite ao mole frescor,
Quero viver um momento,
1Morrer contigo de amor!
 
AZEVEDO, Álvares de. Disponível em:
http://www.revista.agulha.nom.br/avz.html#amor. Consultado em
junho de 2014.
 
 
Sobre o texto, analise as a�rmativas a seguir:
 
I. O eu lírico, nos versos do poema, expressa seus sentimentos de
forma polida, cuidadosa, ponderada e sem quaisquer extremismos,
razão pela qual a poesia de Álvares de Azevedo não pode ser
entendida como exemplo claro de um texto dito romântico.
II. Há, no poema em análise, versos que apontam a necessidade de o
eu lírico amar profundamente. Esse amor é tomado por uma
subjetividade também profunda, afastando-se, quase por completo,
das raias da racionalidade.
III. Os versos “Morrer contigo de amor” (ref. 1) e “Sofrer e amar essa
dor” (ref. 2) explicitam a intensidade que o eu lírico pretende dar
vida a essa relação. Temas como amor e morte são recorrentes nos
textos de Álvares de Azevedo, exímio representante da poesia
romântica.
IV. Não apenas no texto em análise, mas também nos textos de
Álvares de Azevedo, de modo geral, há uma exacerbação da
objetividade dos sentimentos, espécie de refutação ao que é
demasiadamente onírico e evasivo, taciturno e escapista.
V. O verso “Que noite, que noite bela!” remete o leitor a perceber que
o amor do eu lírico será vivenciado na sua forma mais completa e
qualitativa sob a regência da Lua. Nos poemas de Álvares de
Azevedo, a noite é o tempo privilegiado para o amor.
 
Está CORRETO, apenas, o que se a�rma em
Ex. 5 Subjetividade na Poesia
Chorei saudades do meu lar querido
– Ave sem ninho que suspira à tarde. –   
 
e) Eu morro qual nas mãos da cozinheira
O marreco piando na agonia…
Como o cisne de outrora… que gemendo
Entre os hinos de amor se enternecia.   
a) familiaridade.    
 
b) saudosismo.    
 
c) revolta.    
 
d) emotividade.    
 
e) subjetividade.   
a) I, II e III.   
 
b) I, III e IV.   
 
c) II, III e V.   
 
d) II, IV e V.   
 
e) III, IV e V.   
https://www.biologiatotal.com.br/medio/cursos/extensivo-enem-e-vestibulares 5/7
(Upe 2015)  De gramática e de linguagem
 
E havia uma gramática que dizia assim:
"Substantivo (concreto) é tudo quanto indica
Pessoa, animal ou cousa: João, sabiá, caneta".
Eu gosto das cousas.
As cousas sim!...
As pessoas atrapalham.
Estão em toda parte.
Multiplicam-se em excesso.
As cousas são quietas. Bastam-se.
Não se metem com ninguém.
 
[ ...]
Eu sonho com um poema
Cujas palavras sumarentas escorram
Como a polpa de um fruto maduro em tua boca,
Um poema que te mate de amor
Antes mesmo que tu saibas o misterioso sentido:
Basta provares o seu gosto…
 
Quintana, Mario.
 
 
desencontrários
 
Mandei a palavra rimar,
Ela não me obedeceu.
Falou em mar, em céu, em rosa,
Em grego, em silêncio, em prosa.
Parecia fora de si,
A sílaba silenciosa.
 
Mandei a frase sonhar,
e ela se foi num labirinto.
Fazer poesia, eu sinto, apenas isso.
Dar ordens a um exército,
P ara conquistar um império extinto.
 
Leminski, Paulo. Toda poesia. São Paulo: Companhia das Letras,
2013.
 
 
Considere as informações a seguir sobre os poemas de Mario
Quintana (MQ) e Paulo Leminsk (PL).
 
I. Um dos efeitos poéticos obtidos por Mario Quintana e Paulo
Leminski se percebe na utilização diferenciada das palavras, que
transcendem a esfera do juízo lógico e deliberativo em ambos os
textos.
II. O efeito poético também decorre do uso de certas palavras de
forma diferente da usual, como se pode observar em: “As cousas são
quietas. Bastam-se. / Não se metem com ninguém.” (MQ) e “Mandei
a frase sonhar, / e ela se foi num labirinto.” (PL)
III. Uma das marcas da poesia de Quintana, poeta concretista, é a
plurissigni�cação das palavras em seu sentido denotativo, traço
comum também à poesia de Paulo Leminski, autor de versos livres e
brancos, realizados à moda do Classicismo de Camões.
IV. Em ambos os textos, as palavras se personi�cam em açõespermeadas de idiossincrasia e subjetividade, como o que se lê em:
“Eu sonho com um poema / Cujas palavras sumarentas escorram /
Como a polpa de um fruto maduro em tua boca”, (MQ) e “Mandei a
palavra rimar, / Ela não me obedeceu.” (PL)
V. Os poemas enfatizam, respectivamente, o uso da língua e suas
relações lógico-semânticas, e isso denota uma re�exão mais
cuidadosa de seus autores acerca da exploração cientí�ca e estética
da palavra poética.
 
Estão CORRETOS os itens
Ex. 6 Subjetividade na Poesia
(Ufrgs 2015)  Considere os segmentos abaixo, retirados de Água
Viva, de Clarice Lispector.
 
Sei que depois de me leres é difícil reproduzir de ouvido a minha
música, não é possível cantá-la sem, tê-la decorado. E corno decorar
uma coisa que não tem história?
(...)
Isto tudo que estou escrevendo é tão quente como um ovo quente
que a gente passa depressa de uma mão para a outra e de novo da
outra para a primeira a �m de não se queimar — já pintei um ovo. E
agora como ria pintura só digo: ovo e basta.
 
Leia as seguintes a�rmações sobre os segmentos e a autora.
 
I. Clarice Lispector é a grande representante da narrativa intimista
brasileira, com sua prosa que explora a subjetividade, a partir do eu
que absorve os temas do mundo.
II. O enredo, na narrativa, está a serviço das re�exões e dos
sentimentos, motivo pelo qual é possível chamá-la de prosa poética.
III. A narradora tem consciência da limitação da palavra para
representar a complexidade da vida e do mundo, por isso se
contenta com a palavra mínima/a palavra básica.
 
Quais estão corretas?
Ex. 7 Subjetividade na Poesia
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
A sensível
a) I, II e III.   
 
b) II, III e V.   
 
c) I, II e IV.   
 
d) II, IV e V.   
 
e) III, IV e V.   
a) Apenas I.   
 
b) Apenas II.   
 
c) Apenas I e II.   
 
d) Apenas I e III.   
 
e) I, II e III.   
https://www.biologiatotal.com.br/medio/cursos/extensivo-enem-e-vestibulares 6/7
 
Foi então que ela atravessou uma crise que nada parecia ter a ver
com sua vida: uma crise de profunda piedade. A cabeça tão limitada,
tão bem penteada, mal podia suportar perdoar tanto. Não podia
olhar o rosto de um tenor enquanto este cantava alegre – virava para
o lado o rosto magoado, insuportável, por piedade, não suportando
a glória do cantor. Na rua de repente comprimia o peito com as mãos
enluvadas – assaltada de perdão. Sofria sem recompensa, sem
mesmo a simpatia por si própria.
Essa mesma senhora, que sofreu de sensibilidade como de doença,
escolheu um domingo em que o marido viajava para procurar a
bordadeira. Era mais um passeio que uma necessidade. Isso ela
sempre soubera: passear. Como se ainda fosse a menina que passeia
na calçada. Sobretudo passeava muito quando “sentia” que o marido
a enganava. Assim foi procurar a bordadeira, no domingo de manhã.
Desceu uma rua cheia de lama, de galinhas e de crianças nuas –
aonde fora se meter! A bordadeira, na casa cheia de �lhos com cara
de fome, o marido tuberculoso – a bordadeira recusou- se a bordar a
toalha porque não gostava de fazer ponto de cruz! Saiu afrontada e
perplexa. “Sentia-se” tão suja pelo calor da manhã, e um de seus
prazeres era pensar que sempre, desde pequena, fora muito limpa.
Em casa almoçou sozinha, deitou-se no quarto meio escurecido,
cheia de sentimentos maduros e sem amargura. Oh pelo menos uma
vez não “sentia” nada. Senão talvez a perplexidade diante da
liberdade da bordadeira pobre. Senão talvez um sentimento de
espera. A liberdade.
 
(Clarice Lispector. Os melhores contos de Clarice Lispector, 1996.)
 
 
(Unifesp 2014)  O emprego do adjetivo “sensível” como substantivo,
no título do texto, revela a intenção de
Ex. 8 Subjetividade na Poesia
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Liberdade, onde estás? Quem te demora?
Quem faz que o teu in�uxo em nós não caia?
Porque (triste de mim!), porque não raia
Já na esfera de Lísia* a tua aurora?
 
Da santa redenção é vinda a hora
A esta parte do mundo, que desmaia.
Oh!, venha... Oh!, venha, e trêmulo descaia
Despotismo feroz, que nos devora!
 
Eia! Acode ao mortal que, frio e mudo,
Oculta o pátrio amor, torce a vontade,
E em �ngir, por temor, empenha estudo.
 
Movam nossos grilhões tua piedade;
Nosso númen tu és, e glória, e tudo,
Mãe do gênio e prazer, ó Liberdade!
(Bocage)
 
Lísia = Portugal
 
MOISÉS, Massaud. A Literatura Portuguesa Através dos Textos. São
Paulo: Cultrix, 2006, p.239.  
 
 
(Uepa 2014)  A leitura do soneto bocageano permite a�rmar que há
entre a subjetividade do poeta e as questões sociais de Portugal
uma ampla interação comunicativa. Marque a alternativa que
comprova este comentário.
Ex. 9 Subjetividade na Poesia
(Ufrn 2013)  Leia a seguir os trechos de “Consideração do poema”,
integrante do livro A rosa do povo, de Carlos Drummond de
Andrade.
 
Uma pedra no meio do caminho
ou apenas um rastro, não importa.
Estes poetas são meus. De todo o orgulho,
de toda a precisão se incorporaram
ao fatal meu lado esquerdo. Furto a Vinicius
sua mais límpida elegia. Bebo em Murilo.
Que Neruda me dê sua gravata
chamejante. Me perco em Apollinaire. Adeus, Maiakovski.
São todos meus irmãos, não são jornais
nem deslizar de lancha entre camélias:
é toda a minha vida que joguei.
[...]
Saber que há tudo. E mover-se em meio
a milhões e milhões de formas raras,
secretas, duras. Eis aí meu canto.
 
ANDRADE, Carlos Drummond de. Nova reunião: 23 livros de poesia.
Rio de Janeiro: Bestbolso, 2009. p. 139-140.
 
a) ironizar a ideia de sentimento, então destituído de subjetividades
e ambiguidades na expressão da senhora.   
 
b) priorizar os aspectos relacionados aos sentimentos, como
conteúdo temático do conto e expressão do que vive a senhora.   
 
c) explorar a ideia de liberdade em uma narrativa em que o efeito de
objetividade limita a expressão dos sentimentos da senhora.   
 
d) traduzir a expressão comedida da senhora ante a vida e os
sentimentos mais intensos, como na relação com a bordadeira.   
 
e) dar relevância aos aspectos subjetivos das relações humanas,
pondo em sintonia os pontos de vista da senhora e da bordadeira.  
a) O eu lírico pede ao país que tenha, como ele, paciência para
suportar o despotismo.   
 
b) A pátria personi�cada que desmaia, é comparável ao eu lírico frio
e mudo.   
 
c) O despotismo é a redenção muito esperada pelo eu lírico e pela
sociedade portuguesa.   
 
d) A saudade é representada no poema pelas imagens do cárcere e
do poeta preso por grilhões.   
 
e) O eu lírico e a pátria celebram a chegada da liberdade como um
sol que surge no horizonte.   
https://www.biologiatotal.com.br/medio/cursos/extensivo-enem-e-vestibulares 7/7
GABARITO
Nesses trechos, além da função poética, ocorre predominantemente
a função
Ex. 1 Subjetividade na Poesia
Ex. 10 Subjetividade na Poesia
Ex. 11 Subjetividade na Poesia
Ex. 12 Subjetividade na Poesia
Ex. 14 Subjetividade na Poesia
Ex. 15 Subjetividade na Poesia
Ex. 3 Subjetividade na Poesia
Ex. 2 Subjetividade na Poesia
Ex. 4 Subjetividade na Poesia
Ex. 5 Subjetividade na Poesia
Ex. 6 Subjetividade na Poesia
Ex. 7 Subjetividade na Poesia
Ex. 8 Subjetividade na Poesia
Ex. 9 Subjetividade na Poesia
a) apelativa, percebida na persuasão do texto poético.   
 
b) expressiva, percebida na ausência da subjetividade do eu lírico.   
 
c) referencial, percebida na alusão a outros poetas.   
 
d) metalinguística, percebida na re�exão sobre o fazer poético.   
e) Clarice Lispector.   
d) destaca a importância dos rios goianos para a constituição
do imaginário das cidades por onde passam.   
 
c) o racionalismo do pensar e a angústia da re�exão.   
 
c) forte presença de elementos descritivos.   
 
d) O poema é percorrido por um tom melancólico, próprio do
Romantismo, empregado pelo poeta para expressar a
frustração amorosa do eu lírico.   
 
b) No poema “Coração numeroso”, o eu lírico se apresenta
amargurado e melancólico.   
 
b) Erguido em negro mármor luzidio,
Portas fechadas, num mistério enorme,
Numa terra de reis, mudo e sombrio,
Sono de lendas um palácio dorme.   
 
c) revolta.    
 
c) II, III eV.   
 
c) I, II e IV.   
 
e) I, II e III.   
b) priorizar os aspectos relacionados aos sentimentos, como
conteúdo temático do conto e expressão do que vive a
senhora.   
 
b) A pátria personi�cada que desmaia, é comparável ao eu
lírico frio e mudo.   
 
d) metalinguística, percebida na re�exão sobre o fazer poético.

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