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LOGÍSTICA E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA

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LOGÍSTICA E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 1 
Apresentação ................................................................................................................................ 5 
Aula 1: Sistema tributário brasileiro ............................................................................................. 6 
Introdução ............................................................................................................................. 6 
Conteúdo ................................................................................................................................ 7 
Princípios constitucionais tributários ............................................................................. 7 
Insegurança jurídica .......................................................................................................... 7 
Criação de tributos ............................................................................................................ 7 
O princípio da tipicidade .................................................................................................. 8 
Tributo fixado por lei ......................................................................................................... 9 
Segurança jurídica ............................................................................................................. 9 
Legislador brasileiro .......................................................................................................... 9 
Carga tributária ................................................................................................................ 10 
Isonomia ............................................................................................................................ 10 
Capacidade econômica X capacidade financeira ..................................................... 11 
Custo .................................................................................................................................. 12 
Restrição à liberdade ....................................................................................................... 12 
Origem ou destino .......................................................................................................... 12 
Federalismo ....................................................................................................................... 12 
Constituição ...................................................................................................................... 13 
Vontade da lei................................................................................................................... 14 
Atributos ............................................................................................................................ 14 
Competência tributária ................................................................................................... 15 
Competência tributária irrenunciável .......................................................................... 15 
Competência tributária indelegável ............................................................................. 16 
Competência tributária inalterável ............................................................................... 16 
Competência tributária improrrogável ........................................................................ 16 
Competência tributária incaducável ............................................................................ 16 
Conflitos ............................................................................................................................ 17 
Bis in idem ......................................................................................................................... 17 
Bitributação ....................................................................................................................... 18 
Espécies de competência ............................................................................................... 18 
Conceito de tributo ......................................................................................................... 20 
Prestação pecuniária ....................................................................................................... 20 
 
 LOGÍSTICA E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 2 
Compulsória ..................................................................................................................... 20 
Valor ................................................................................................................................... 21 
Sanção de ato ilícito ........................................................................................................ 21 
Instituído em lei ............................................................................................................... 22 
Atividade administrativa plenamente vinculada ....................................................... 23 
Espécies tributárias .......................................................................................................... 24 
Obrigação tributária principal ....................................................................................... 25 
Tributo fixo x variável ...................................................................................................... 28 
Cálculo do tributo ............................................................................................................ 28 
Alíquota ad valorem ........................................................................................................ 29 
Obrigação tributária acessória ...................................................................................... 29 
Obrigação tributária decorrente de infrações ............................................................ 30 
Atividade proposta .......................................................................................................... 30 
Referências........................................................................................................................... 31 
Exercícios de fixação ......................................................................................................... 31 
Notas ........................................................................................................................................... 39 
Chaves de resposta ..................................................................................................................... 40 
Aula 1 ..................................................................................................................................... 40 
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 40 
Aula 2: Tributos na atividade comercial ...................................................................................... 43 
Introdução ........................................................................................................................... 43 
Conteúdo .............................................................................................................................. 44 
Imposto sobre Produtos Industrializados ................................................................... 44 
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestações de Serviços ................... 45 
Imposto Sobre Serviços de Qualquer Satureza ......................................................... 48 
Contribuições sociais incidentes na atividade comercial ........................................ 50 
1. Contribuição do salário-educação (FNDE) ............................................................. 50 
2. Contribuição ao Seguro Acidente de Trabalho (SAT) .......................................... 51 
3. Contribuição ao Serviço Brasileiro de Apoio a Pequena Empresa (Sebrae) ..... 52 
4. Contribuiçãoao Serviço Nacional de Aprendizado Comercial (SENAC) .......... 52 
5. Contribuição ao Serviço Social do Comércio (SESC) ........................................... 53 
6. Contribuição ao Serviço Social do Cooperativismo (Sescoop) .......................... 53 
7. Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) .... 54 
8. Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) ............................................... 54 
9. Contribuição ao Programa de Integração Social (PIS) ......................................... 55 
Simples Nacional ............................................................................................................. 55 
 
 LOGÍSTICA E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 3 
Tributos envolvidos ......................................................................................................... 56 
Superação dos limites ..................................................................................................... 56 
Tributo devido .................................................................................................................. 56 
Atividade proposta .......................................................................................................... 57 
Referências........................................................................................................................... 58 
Exercícios de fixação ......................................................................................................... 58 
Notas ........................................................................................................................................... 64 
Chaves de resposta ..................................................................................................................... 64 
Aula 2 ..................................................................................................................................... 64 
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 64 
Aula 3: Tributos no comércio internacional ................................................................................ 67 
Introdução ........................................................................................................................... 67 
Conteúdo .............................................................................................................................. 68 
Tributos sobre a importação ......................................................................................... 68 
Imposto sobre produtos industrializados na importação ........................................ 69 
Imposto sobre a circulação de mercadorias na importação .................................. 70 
Contribuições do PIS/COFINS ....................................................................................... 71 
Tributos incidentes na exportação ............................................................................... 72 
Demais tributos ................................................................................................................ 73 
Siscomex ............................................................................................................................ 74 
Tributos e atividades envolvidas ................................................................................... 75 
Quem se submete a esse sistema ................................................................................ 75 
Atividade proposta .......................................................................................................... 76 
Referências........................................................................................................................... 77 
Exercícios de fixação ......................................................................................................... 77 
Notas ........................................................................................................................................... 83 
Chaves de resposta ..................................................................................................................... 83 
Aula 3 ..................................................................................................................................... 83 
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 83 
Aula 4: Tributação e centros de distribuição .............................................................................. 86 
Introdução ........................................................................................................................... 86 
Conteúdo .............................................................................................................................. 87 
Noções básicas tributárias de centro de distribuição ............................................... 87 
Estabelecimento comercial ........................................................................................... 88 
Atividade desenvolvida no estabelecimento comercial .......................................... 88 
Grupo empresarial ........................................................................................................... 89 
 
 LOGÍSTICA E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 4 
Centro de distribuição e ICMS....................................................................................... 90 
Guerra fiscal ...................................................................................................................... 90 
CONFAZ ............................................................................................................................. 91 
Benefícios fiscais e inconstitucionalidades ................................................................. 92 
Declaração de inconstitucionalidade .......................................................................... 93 
Regime especial ............................................................................................................... 93 
Atividade proposta .......................................................................................................... 94 
Referências........................................................................................................................... 95 
Exercícios de fixação ......................................................................................................... 95 
Notas ......................................................................................................................................... 100 
Chaves de resposta ................................................................................................................... 101 
Aula 4 ................................................................................................................................... 101 
Exercícios de fixação ..................................................................................................... 101 
Conteudista ............................................................................................................................... 103 
 
 
 LOGÍSTICA E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 5 
 
Esta disciplina tem o propósito de prover informações básicas acerca da 
tributação no Brasil e da importância de fazer um planejamento tributário no 
dia a dia da logística. 
 
Qualquer ramo de conhecimento pressupõe conceitos e expressões básicas. 
Começaremos nosso estudo por esses institutos e depois analisaremos a 
importância de se constituir centros de distribuição conforme a carga tributária 
regional. 
 
Sendo assim, esta disciplina tem como objetivos: 
1. Introduzir o conhecimento de conceitos e institutos fundamentais do Direito 
Tributário; 
2. Identificar os tributos que incidem na atividade comercial e no comércioexterior; 
3. Analisar a importância dos centros de distribuição e do planejamento 
tributário. 
 
 
 LOGÍSTICA E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 6 
Introdução 
A escolha pelo local do estabelecimento envolve a análise de várias questões. 
Executivos de grandes empresas devem considerar, dentre outras 
características, os aspectos tributários do país, do estado e até do município 
onde decidam alocar uma indústria, um comércio ou um prestador de serviço. 
O gestor, de forma geral, deve se preocupar com os custos e riscos da 
tributação em um país que envolvem o montante total de tributos e seu 
procedimento próprio de arrecadação. Deve considerar as seguranças que o 
contribuinte possui ou não e os incentivos. Assim, começaremos nosso estudo 
conhecendo os temas basilares do Direito Tributário brasileiro. 
 
Objetivo: 
1. Explorar o sistema constitucional tributário; 
2. Identificar o que é um tributo e quais são as suas espécies; 
3. Minudenciar a obrigação tributária. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 LOGÍSTICA E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 7 
Conteúdo 
Princípios constitucionais tributários 
Imagine como seria se você firmasse um contrato para a prestação de um 
serviço?. Uma das atividades mais importantes para aqueles que se aventuram 
no mundo dos negócios é a precificação de seus produtos e serviços. Para isso 
você conta com a previsão de seus custos com fornecedores, mão de obra e, 
naturalmente, com a carga tributária. 
 
Mas imagine que se depois de firmado o negócio, após você ter entregue, por 
exemplo, a mercadoria ao cliente e ele ter efetuado o pagamento, fosse 
publicada uma lei que duplicasse o valor do tributo?. Isso é a insegurança, que, 
trazida para o Direito, é denominada insegurança jurídica. 
 
Insegurança jurídica 
Cada ramo do Direito tem a sua forma de limitar ou evitar a insegurança 
jurídica. No Direito Tributário temos como resultado genericamente 3 grandes 
princípios: 
 
Legalidade, tipicidade e não surpresa. 
Estendidos, eles correspondem a 5 normas-princípios: 
 
Legalidade, tipicidade, irretroatividade, anterioridade e noventena. 
A lei é ato normativo genérico abstrato coercitivo resultado de um processo 
legislativo constitucionalmente estabelecido. Assim, não podemos entender 
como lei qualquer ato normativo, mas somente aqueles previstos na própria 
Constituição no Artigo 59 como capazes de inovar no mundo jurídico, criando 
novos direitos e obrigações. 
 
Criação de tributos 
Aliás, que tipo de lei é esse? 
Como regra, a criação de tributos se dá por lei ordinária. 
 
 
 LOGÍSTICA E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 8 
Ao contrário do que muitos estudantes do Direito acabam por decorar, a 
criação de tributos não será objeto de lei complementar. A lei complementar 
tem como principal função o estabelecimento de normas gerais, ou seja, 
aquelas que estabelecem um padrão de comportamento a ser observado por 
todos os entes federativos na fiscalização e cobrança de qualquer tributo – 
salvo exceções fixadas em leis específicas. 
 
Os tributos que serão criados por lei complementar são: os empréstimos 
compulsórios (Artigo 148 CR), o imposto sobre grandes fortunas (Artigo 153, 
VII, CR), os impostos residuais (Artigo 154, I, CR) e as contribuições da 
seguridade social residuais (Artigo 195, §4º, CR). 
 
Nem todos os impostos têm função arrecadatória, nem todos se prestam a 
prover, simplesmente, dinheiro aos cofres públicos. Alguns tributos têm a 
função de intervir na economia, de servir de instrumento de política pública. 
 
Assim é com os impostos sobre o comércio exterior (importação e exportação), 
sobre produtos industrializados e sobre operações financeiras. Nesse sentido, 
caso fosse necessária a publicação de uma lei para qualquer aumento ou 
redução em suas alíquotas, considerando a quantidade de leis que ocupam a 
jornada do legislativo, essas alterações somente seriam aprovadas depois da 
intervenção não mais ser necessária. 
 
É por isso que os tributos citados como exemplos são, na forma do Artigo 153, 
§1º, da CR, verdadeiras exceções à legalidade. Mas isso só no que diz respeito 
às suas alíquotas, ou seja, o percentual correspondente. Todos os outros 
elementos desses tributos deverão ser fixados por lei. 
 
O princípio da tipicidade 
O princípio da tipicidade nasce da ideia de tipo. Tipo é a descrição legal da 
situação que deverá ocorrer para que os efeitos nela previstos sejam aplicados. 
Em matéria de tributos, é correto afirmar que o tipo tributário é composto 
 
 LOGÍSTICA E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 9 
pelos elementos da obrigação tributária (que serão vistos na próxima disciplina, 
mas que aqui já adiantamentos): aspecto material, temporal, espacial, 
subjetivos e quantitativos, ou seja, o que precisa ocorrer, quando e onde se 
considera isso ocorrido, quem pagará, a quem, e quanto. 
 
Tributo fixado por lei 
Até porque a lei poderia criar regras para situações já ocorridas e isso traria 
uma grande insegurança. Então, o Artigo 150, III, “a”, da Constituição 
determina que as leis somente podem alcançar fatos geradores/situações que 
ocorrem na vigência que os instituiu ou aumentou. Note bem aqui um detalhe 
que difere do princípio da legalidade: aqui a redução de tributo pode alcançar 
fato que ocorreu antes. É claro que se a Constituição não trouxer regra que o 
proíba (e não há), a lei pode fixar tratamento mais benéfico para situação 
anterior. 
 
Segurança jurídica 
Se refletirmos sobre o propósito de garantir segurança jurídica ao contribuinte, 
tão somente legalidade + irretroatividade não produzem um resultado 
satisfatório. Imagine você firmar um contrato, contando com uma carga 
tributária tal e, amanhã, ser publicada (com vigência imediata) uma lei que 
duplique essa carga tributária. Ainda assim haveria insegurança. É por isso que 
o ordenamento jurídico brasileiro conta com o princípio da anterioridade – a lei 
que cria ou aumenta um tributo tem de ter sido publicada até o ano anterior 
para que possa ser aplicada. Você viu que a legalidade tem exceções por conta 
da extrafiscalidade. O mesmo ocorre com a anterioridade, tanto para os 
casos de extrafiscalidade como para os casos de urgência. As exceções se 
encontram listadas nos seguintes Artigos da CR 88: 150, §1º, primeira parte; 
195, §6º; 177, §4º, I, “b”; e 155, §4º, IV, “c”. 
 
Legislador brasileiro 
O legislador brasileiro não foge à fama e comumente deixa tudo para a última 
hora. Não raro, somos surpreendidos com uma verdadeira enxurrada de leis 
 
 LOGÍSTICA E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 10 
tributárias no mês de dezembro. A surpresa do contribuinte tem, de certa 
forma, data marcada. Isso poderia interromper o fluxo negocial, pois o 
prudente evitaria firmar contratos no final do ano. Foi por isso que a 
Constituição mereceu, em 2003, um pequeno reparo. A EC nº 42/2003 incluiu 
no artigo 150, III, a alínea “c” que exige, para além da irretroatividade e da 
anterioridade, um prazo de 90 dias a contar da publicação, para que a lei possa 
ser aplicada. 
 
Não se esqueça de que isso é um plus à anterioridade. Leis publicadas no início 
do ano nem precisam da noventena, só aquelas do final do ano ou os casos de 
exceção à anterioridade que não sejam exceção à noventena. E por falar nisso, 
a noventena também tem exceções, calcadas na extrafiscalidade e na urgência. 
Estas exceções estão no artigo 150, §1º, segunda parte, CR. 
 
Carga tributária 
Você tem ideia da carga tributária brasileira? 
Você tem ideia do quanto o brasileiro paga por cada tributo? 
Nem imagina? 
 
Visite um site bastante curioso: http://www.impostometro.com.br/ 
Impostômetro, nele você pode conferir o quanto já foi pago/arrecadado no 
Brasil e em cada um dos estados e capitais. Os valores são exorbitantes. E 
dependendo do dia em que você está acessando esta aula, as cifras poderão 
ser cada vez mais absurdas. 
 
Por isso, é tão difícil compreender quenossa Constituição possua tantos 
dispositivos que protegem o valor justiça. 
 
Isonomia 
O maior princípio de justiça tributária é o da isonomia, que se encontra no 
Artigo 150, II, da Constituição proibindo qualquer tratamento diferenciado. Em 
verdade, não é qualquer tratamento diferenciado. Somente os chamados 
 
 LOGÍSTICA E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 11 
privilégios odiosos – benefícios que não encontram qualquer justificativa ou 
razão. E não apenas no que diz respeito à fixação de tributos por lei, mas 
também ao tratamento imposto pela Administração. 
 
Como decorrência imediata do princípio da isonomia, encontram-se no Artigo 
153, §2º, I, da Constituição os princípios da generalidade e da universalidade. A 
generalidade significa que “todo aquele que manifestar riqueza será, em 
princípio, contribuinte”. É por isso que a Constituição veda tratamento 
privilegiado a determinadas categorias – como é comum ocorrer em regimes 
ditatoriais que tendem a privilegiar a categoria que se encontra no poder. 
Universalidade significa que “todo fato que demonstre riqueza será em princípio 
gerador de tributo”. Então, encontramos aqui o fundamento para a tributação 
de várias situações, até mesmo do ato ilícito – princípio do pecunia non 
olet. 
 
Capacidade econômica X capacidade financeira 
A maior concretização do princípio da isonomia é, sem dúvida, o princípio da 
capacidade contributiva. Cada um deve contribuir (ainda que forçosamente) 
para as despesas públicas na medida das forças de sua riqueza. Capacidade 
econômica é diferente de capacidade financeira. 
 
Capacidade financeira diz respeito à liquidez, ou seja, a possuir ou não o 
contribuinte dinheiro para pagar o tributo. 
 
Já a capacidade econômica diz respeito a possuir patrimônio, ainda que não em 
espécie. 
 
Se o constituinte falasse em capacidade financeira, bastaria comprometer todos 
os recursos com bens e deixar a sua conta no banco zerada. 
 
 
 LOGÍSTICA E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 12 
Custo 
O custo de tudo que fazemos é um grande impeditivo para seguirmos em uma 
ou outra direção. Ora, certamente um dos motivos que te impede de desligar 
este computador, arrumar suas malas e se dirigir ao aeroporto para ver ou 
rever a Monalisa no Louvre é o custo da viagem. Assim, ao fixar os tributos o 
Estado pode acabar tolhendo os particulares de adotarem uma conduta ou 
outra, isso é o custo dos tributos. 
 
Restrição à liberdade 
A limitação de restrição à liberdade do tráfego de pessoas e bens encontra-se 
no Artigo 150, V, da Constituição. A liberdade ora tutelada é a de ir e vir, a 
liberdade de locomoção. É claro que essa liberdade somente tem aplicação 
ampla dentro do território nacional, já que não seria possível à Constituição 
garantir essa liberdade no território de outros países, mas se aplica a todo o 
sistema tributário brasileiro. Nesse sentido, somente há uma única exceção 
prevista na Constituição: o pedágio cobrado em via conservada pelo Poder 
Público. 
 
Origem ou destino 
Outra é a vedação de diferença tributária em razão da origem ou destino, que 
está no Artigo 152 da Constituição. Assim como o princípio visto acima, a 
liberdade tutelada é a de ir e vir. Isso porque origem e destino trazem a ideia 
de deslocamento. Mas os destinatários dessa regra são somente os estados e 
municípios. É por isso que não podemos ter alíquota de IPVA diferenciada em 
razão dos veículos serem ou não importados e o ICMS interestadual poder ter 
alíquota distinta conforme o estado de origem. No primeiro caso, compete ao 
legislador estadual fixar as alíquotas; no segundo caso, conforme o Artigo 155, 
§2º, IV, da Constituição, compete ao Senado Federal. 
 
Federalismo 
Para fecharmos o estudo dos princípios é importante tratar de um valor que 
não é adotado, nem pode ser, por outros países – o federalismo. Para 
 
 LOGÍSTICA E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 13 
esclarecer, federalismo é o sistema político pelo qual vários estados se reúnem 
para formar um Estado federal, sem abrir mão de sua autonomia. Assim, é 
importante em um Estado como o Brasil o respeito pela União da autonomia de 
estados e municípios. 
 
Constituição 
A União, na forma do Artigo 151, III, da Constituição somente pode conceder 
isenção dos tributos de sua competência. A Constituição atribui a cada ente 
federativo o poder de instituir tributos, de forma que se garanta autonomia 
financeira. Dessa maneira, se a União pudesse conceder qualquer benefício 
para tributos estaduais e municipais, isso poderia desequilibrar financeiramente 
as contas. 
 
 
Atenção 
 Importante é esclarecer que a concessão de benefícios através 
de tratados internacionais não constitui benefício heterônomo. 
Isso porque o benefício é concedido pela República Federativa 
do Brasil e não pela União Federal. Mas há ainda assim que se 
ver os reflexos práticos negativos que isso pode gerar na 
federação. 
 
Deve se observar a uniformidade geográfica. Não é só intervindo na tributação 
dos outros entes que a União pode afrontar o pacto federativo e colocar em 
conflito os vários entes federativos. Isso pode ocorrer também se ela conceder 
algum tratamento mais benéfico aos contribuintes que estejam em um ente da 
federação. 
 
Assim é que o Artigo 151, I, da Constituição proíbe que a União conceda 
tratamento que não seja uniforme no território nacional, à exceção da 
concessão de beneficio que tenha por escopo o equilíbrio do desenvolvimento 
 
 LOGÍSTICA E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 14 
socioeconômico nas diversas regiões do país. O exemplo disso é a Zona Franca 
de Manaus. 
 
Vontade da lei 
A criação dos tributos não nasce da vontade das partes que se encontram 
nessa obrigação. A obrigação tributária é uma espécie de obrigação ex lege, ou 
seja, ela não nasce da vontade das partes, mas da vontade da lei. O exercício 
dessa vontade é exemplo da soberania estatal. Assim, a soberania do Estado 
cria tributos e arrecada. 
 
Ela é fixada pela Constituição e tem por objetivo garantir a autonomia 
financeira dos entes federativos. Sem recursos próprios, não há verdadeira 
autonomia. A repartição dos tributos entre os entes federativos pretende 
garantir os recursos necessários para evitar a dependência indesejada de 
municípios e até mesmo de estados. 
 
Atributos 
Para conhecermos melhor um instituto jurídico, uma boa técnica é analisar seus 
atributos. Os atributos são as características essenciais. A competência 
tributária é privativa, facultativa, irrenunciável, indelegável, inalterável, 
improrrogável e incaducável. Vamos analisar cada um desses atributos. 
 
Ao afirmarmos que a competência é privativa ou exclusiva, estamos dizendo 
que ela somente será atribuída a um ente federativo. A doutrina do Direito 
Constitucional distingue, seguindo a norma constitucional, a competência 
privativa da competência exclusiva. Privativa é a competência que pode ser 
delegada e exclusiva é aquela que não pode ser delegada. A rigor, a 
competência tributária é uma competência exclusiva, tendo em vista a sua 
indelegabilidade, como veremos a seguir. 
 
O cerne da questão, contudo, é que ela será atribuída a um único ente 
federativo e não teremos ao mesmo tempo ela sendo estabelecida a mais de 
 
 LOGÍSTICA E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 15 
um ente. Um tributo específico somente poderá ser instituído por um único ente 
federativo. 
 
Competência tributária 
A competência tributária é uma verdadeira autorização para que o tributo seja 
criado, assim ela é facultativa e não obrigatória. Ora, a Constituição não 
determina que o tributo seja instituído. O que ela determina é que se o tributo 
for instituído ele o seja pelo ente nela designado. Ou melhor, se um ente quiser 
instituir um tributo, que seja um dos previstos a ele na Constituição. 
 
A prova mais popular disso é o imposto sobre grandes fortunas, previsto na 
Constituição no Artigo 153, VII. Ele é da competênciada União. Mas é somente 
isso que temos. Ele jamais foi instituído no Brasil. Tivemos alguns projetos de 
lei neste sentido, o mais famoso de autoria do então Senador Fernando 
Henrique Cardoso. Seria interessante que você o consultasse, apenas para 
conhecer. 
 
Competência tributária irrenunciável 
A competência tributária não é determinada sem motivo. Ela existe para que os 
entes federativos tenham autonomia. Só há autonomia se o ente possui 
recursos próprios. Ele possuirá recursos próprios através de alguns mecanismos 
e hoje a receita pública mais importante é o tributo. O Estado não é mais um 
empresário que obtém recursos no exercícios de atividades econômicas. Ele 
obtém recursos diretamente da sociedade que deve contribuir para a prestação 
de serviços públicos. Uma vez que a competência tributária é determinada para 
garantir a autonomia financeira, e que a autonomia dos entes federativos é 
algo irrenunciável já que essencial para a federação, a competência tributária é 
igualmente irrenunciável. 
 
Se por um lado o ente federativo não está obrigado a instituir o tributo, por 
outro lado ele está proibido de renunciar. A competência não será exercida mas 
estará lá sempre à sua disposição, para quando dela necessitar. 
 
 LOGÍSTICA E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 16 
Competência tributária indelegável 
O Artigo 7º do CTN estabelece de forma clara e objetiva que a competência 
tributária (para instituição do tributo) é indelegável. Isso significa dizer que 
estamos diante de uma competência exclusiva que não poderá, ainda que por 
vontade de ambas as partes, ser transferida para outro ente federativo. 
O CTN diz que as funções de arrecadar e fiscalizar podem sim ser delegadas. 
Isso, contudo, não é competência, é capacidade tributária ativa. 
 
Competência tributária inalterável 
De igual forma, uma vez que estamos diante de um instituto criado para 
garantir a integridade da federação, a competência é inalterável. A 
Constituição não permite que um ente amplie a sua competência, ou mesmo a 
diminua. De certa forma, somente uma emenda constitucional poderia ampliar 
a competência. 
 
Competência tributária improrrogável 
A competência tributária é improrrogável, significando que o não exercício da 
competência pelo ente predeterminado na Constituição não a transfere para 
outro ente. Isto está dito no Artigo 8º do CTN. Ora, imagine que um estado não 
cria o IPVA. Poderia o município criar o mesmo IPVA sobre os veículos 
licenciados em seu território? Claro que não. A competência tributária será 
exercida somente por quem a Constituição determinou. 
 
Competência tributária incaducável 
Por fim, para aqueles que defendem a instituição do imposto sobre grandes 
fortunas, a competência é incaducável, ou seja, haverá sempre a 
possibilidade de lutar por sua instituição. Não há prazo. A Constituição é de 
1988, já lá se contam mais de duas décadas, e não se perdeu o prazo para 
instituí-lo. 
Leia mais: 
 
 
 LOGÍSTICA E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 17 
Além disso, qualquer legislação que já foi elaborada, e que até esteja em vigor, 
também poderá ser alterada, pois o poder de legislar não está submetido a 
prazo no nosso ordenamento jurídico. 
 
Conflitos 
Quando o que está previsto na Constituição como partilha de competência não 
é observado, podemos afirmar que estamos diante de um conflito de 
competência. A Constituição dividiu todos os fatos possíveis entre todos os três 
entes federativos. E fez isso porque preencheu qualquer lacuna através da 
instituição da competência tributária residual da União. Veremos que se o fato 
não está previsto na Constituição, o tributo será instituído pela União. Mas e se 
isso ocorre? Estaremos diante de um conflito de competência. Neste caso, dois 
institutos precisam ser definidos: o bis in idem e a bitributação. 
 
Bis in idem 
Bis in idem. Segundo o STF, haverá bis in idem quando o mesmo ente 
federativo estiver instituindo a mesma espécie tributária sobre o mesmo fato 
gerador. É uma repetição. Tudo igual. Deve ser a mesma espécie de tributo 
(um dos cinco) sobre o mesmo fato gerador. 
 
Há uma diferença notável quanto às contribuições sociais. Nelas, a doutrina e a 
jurisprudência criaram uma peculiaridade. A distinção não estará tanto no fato 
gerador. As contribuições são distinguidas por sua destinação. Aliás, na própria 
Constituição vemos que o elemento diferenciador é o fato gerador. Leia o Artigo 
149. A distinção entre as contribuições vem do destino que a verba arrecadada 
terá. 
 
Abra sua Constituição no Artigo 154, II. Nesse dispositivo encontramos o 
imposto extraordinário de guerra. Um imposto raro, com destinação específica, 
que poderá ter como fato gerador algo previsto ou não na competência da 
União. Ora, significa dizer que a Constituição autoriza que a União não precisa 
explorar de criatividade para no caso de guerra criar algo totalmente novo. Ela 
 
 LOGÍSTICA E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 18 
pode simplesmente copiar um fato gerador já existente e assim tomar um dos 
fatos do Artigo 153 destinando-o para a guerra. 
 
Bitributação 
Na bitributação efetivamente temos uma hipótese de invasão de competência. 
Nela, um ente federativo distinto daquele previsto na Constituição cria a mesma 
espécie tributária sobre um fato gerador previsto a outro ente federativo. É 
claro que a bitributação é inconstitucional. Seria tudo igual, exceto o ente 
federativo. 
 
Isso já foi possível no nosso ordenamento jurídico. Quer por haver expressa 
autorização na Constituição que falava das competências tributárias 
concorrentes, quer por não haver prévia designação constitucional de 
competência, o que deixava os entes federativos livres para criarem os tributos 
como bem quisessem. Realidade que não é mais a da Constituição atual que 
divide minuciosamente os fatos e as espécies tributárias entre os três entes 
federativos. 
 
Espécies de competência 
Espécies de competência: 
 
tributária privativa 
A competência tributária privativa é aquela que a Constituição, dentro do 
capítulo do Sistema Tributário Nacional, atribui a um ente federativo 
determinado especificamente. Assim, basta abrirmos o capítulo I do Título VI da 
Constituição que veremos exatamente e com precisão quem vai cobrar tributo 
sobre determinado fato gerador. 
Isso ocorre para a União no Artigo 153 quanto aos impostos, no Artigo 148 
quanto ao empréstimo compulsório, e no Artigo 149 quanto às contribuições 
especiais. Somente a União poderá instituir esses tributos. Para os estados, 
encontramos a regra do Artigo 155 que os autoriza a criação de três impostos. 
 
 LOGÍSTICA E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 19 
E também aos municípios a regra do Artigo 156 autoriza a criação de três 
impostos. 
 
tributária comum 
A competência tributária comum é aquela que a Constituição atribui 
indistintamente aos três entes federativos dentro do capítulo do Sistema 
Tributário Nacional. Vemos isso com relação às taxas e contribuição de 
melhoria. A Constituição vai dizer que esses tributos competem à União, aos 
estados, ao Distrito Federal e aos municípios, mas não diz qual taxa cabe a 
cada um. 
 
Então significa dizer que todos poderão criar a mesma taxa, por exemplo? É 
claro que não, afinal a competência tributária é privativa! Estamos diante de 
tributos vinculados, tributos em que o fato gerador é uma atividade específica 
do Estado. A taxa terá como fato gerador ou o exercício regular do poder de 
polícia ou a prestação de serviço público. A contribuição de melhoria terá como 
fato gerador uma obra pública que gere valorização imobiliária. Assim, nos dois 
casos estamos diante de tributos que dependem de um agir do Estado. 
 
tributária residual 
A competência tributária residual é aquela que não se encontra o fato 
escrito na Constituição em nenhum dispositivo. Na verdade porque o legislador, 
em qualquer esfera, é incapaz de listar tudo aquiloque um dia poderá ser 
criado pelo homem. O legislador é incapaz de listar todos os fatos e atos 
jurídicos. Tudo aquilo que um dia poderá acontecer e sobre o que se poderá 
criar um tributo. A União terá competência residual para instituir um novo 
imposto (Artigo 154, I, CR) e uma nova contribuição da seguridade social 
(Artigo 195, §4º, CR). 
 
tributária extraordinária 
A última espécie de competência comumente relacionada é a competência 
tributária extraordinária. Esta competência é aquela que não está à 
 
 LOGÍSTICA E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 20 
disposição normalmente, ou seja, é necessária a ocorrência de uma situação 
incomum para que ela possa ser exercida. Assim, podemos dizer que a 
competência da União para instituir o imposto extraordinário de guerra é uma 
competência extraordinária – hoje ela não poderá ser exercida. 
 
Conceito de tributo 
Doutrina e lei. O ideal é o conceito legal, adotado pelo STF. 
 
CTN 
Artigo 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo 
valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída 
em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. 
 
Passemos, então, a analisar esse conceito dividindo-o em seis partes. Assim, 
poderemos aprofundar no estudo das controvérsias e questões por ele geradas. 
 
Prestação pecuniária 
Ao determinar que o tributo é uma prestação pecuniária, o código exerce uma 
opção de que estamos diante de um vínculo de natureza obrigacional. Não é 
uma simples relação de poder, em que o Estado manifesta a sua vontade 
soberana e o súdito tem o dever de cumpri-la. Ao contrário, é uma prestação, 
objeto de uma obrigação – um vínculo de natureza patrimonial. 
 
Compulsória 
Ora, se é uma obrigação ela nasce do acordo de vontades? Não. Esta é uma 
obrigação ex lege, ou seja, que nasce da vontade da lei. Vimos na disciplina 
anterior o princípio da legalidade e a necessidade de que o tributo seja criado 
por lei. O reflexo disso é que não é necessário um acordo de vontades (entre o 
credor e o devedor do tributo) para que ele seja devido. 
 
Este elemento nos permite reconhecer que nem tudo que o Estado recebe 
como pagamento pelo particular é tributo. O Estado não está impedido de 
 
 LOGÍSTICA E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 21 
firmar contratos com o particular. Nesse sentido, podemos contratar o Estado e 
termos de pagar. Basta que estejamos diante de uma relação que não se 
submete à compulsoriedade, ou seja, em que não sejamos obrigados a firmar 
com o Poder Público. Basta que tenhamos como opção contratar um particular 
ou o Estado. 
 
Se houver compulsoriedade e o Estado estiver prestando um serviço, veremos 
que muito provavelmente esse tributo é uma taxa. Se não há compulsoriedade 
e contratamos o Estado, estaremos diante de um preço público. E, por fim, se 
contratamos um particular que presta um serviço que originariamente seria 
público, mas a ele foi delegado, o nome da prestação é tarifa. 
 
Valor 
Em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir. 
Será que o que dissemos anteriormente cai por terra? 
Será que a prestação poderá não ser pecuniária? 
 
A resposta é não. 
Como devemos interpretar então? O que a lei deixou claro é que ao instituir um 
tributo não é necessária a previsão em moeda do quanto será devido. Ou seja, 
ao criar um tributo podemos encontrar a previsão do valor devido em índices de 
indexação, em percentuais, em quotas. Isso significa que a prestação é 
pecuniária, mas a lei não prevê expressamente pecúnia. 
 
Sanção de ato ilícito 
Que não constituía sanção de ato ilícito. Importante frisarmos que aqui o 
Código deixa claro que tributo é diferente de multa. Note que nem todos os 
recursos que adentram nos cofres públicos são tributos – acabamos de verificar 
isso. Outra fonte de recursos públicos são as multas. É claro que é impossível 
imaginar um mundo sem a prática de infrações. Seria o ideal, mas é irreal. 
 
 
 LOGÍSTICA E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 22 
Assim, quando o “fato gerador” for a prática de uma infração, o montante 
devido tem natureza de multa. E multa se submete a regras e princípios 
próprios. Por exemplo, temos o princípio da retroatividade benéfica no que 
tange às multas. Mas esse princípio não se aplica ao tributo. Sendo pior ou 
melhor a legislação superveniente, a que será aplicada é a vigente na data da 
ocorrência do fato gerador. 
 
Outro aspecto relevante desse trecho do conceito é que ainda que o tributo não 
seja sanção de ato ilícito, poderá ele incidir sobre o ato ilícito. Como já 
comentado em outra disciplina, este é o princípio do pecunia non olet – 
dinheiro não tem cheiro. Assim sendo, ainda que o fato gerador se constitua 
também em um ato ilícito, ele levará ao dever de pagar o tributo. 
 
Há quem diga que isso é uma imoralidade do Estado. Mas também seria 
bastante reprovável que somente o cidadão honesto fosse devedor de tributos. 
Que aquele que obtém sua riqueza através de atos criminosos fosse 
simplesmente esquecido pelo fisco e pudesse ter sua riqueza livre da carga 
tributária. 
 
E por fim um último aspecto é a questão da extrafiscalidade. O contribuinte 
poderia pensar que por não dar função social à propriedade, o Artigo 182, §4º, 
II, da Constituição o estaria punindo com uma tributação progressiva no tempo. 
Daí devemos distinguir o que o ordenamento considera como ilícito e o que ele 
simplesmente considera como conduta indesejável. O contribuinte não está 
proibido de deixar de dar função social à propriedade, essa conduta apenas 
será desestimulada, mas querendo ele poderá fazê-lo, submetendo-se à 
consequência de pagar mais tributo. 
 
Instituído em lei 
Aqui surge para nós, no próprio conceito de tributo o princípio da legalidade 
que vimos na última disciplina. É claro que depois da previsão constitucional, 
caso este dispositivo fosse alterado, ainda assim o tributo teria de ser instituído 
 
 LOGÍSTICA E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 23 
em lei. O que é de fato relevante é que esta expressão mantém a coerência da 
natureza compulsória dessa obrigação. Ora, ela é compulsória, pois como dito 
não nasce da vontade das partes, mas da vontade da lei. 
 
Atividade administrativa plenamente vinculada 
Cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Este trecho 
não tem chamado muita atenção mas pode ser aplicado a um anseio muito 
grande de alguns administradores públicos. Alguns chefes do executivo têm 
lançado a notícia de seu interesse em privatizar a cobrança da dívida ativa. 
Assim, os tributos e outras receitas seriam cobradas por instituições financeiras. 
 
Veja bem que o fato de ser emitido um boleto bancário para que você se dirija 
ao banco e efetue o pagamento não significa que o banco está realizando atos 
de cobrança. Aliás, isso decorre de um contrato que o banco firma com o Poder 
Público para que os depósitos feitos pelos contribuintes sejam realizados sem 
maiores complexidades diretamente na conta do Estado. O que se fala aqui é 
da possibilidade do Banco, por exemplo, inscrever em cadastro de 
inadimplentes, protestar a cobrança e até mesmo promover a execução. 
 
 
Atenção 
 E mais, essa cobrança não será feita como e por qual motivo a 
própria autoridade o queira. Ela será feita nos exatos limites da 
lei, que deve estabelecer o quanto deve ser cobrado e qual fato 
gerador, exatamente, faz com que o contribuinte tenha algum 
dever. Isso porque ele estabelece que a cobrança é mediante 
atividade administrativa plenamente vinculada. E atividade 
vinculada é aquela em que, além da competência, da forma e da 
finalidade do ato, até o motivo e o objeto são expressos pela lei. 
 
 
 LOGÍSTICA E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 24 
Espécies tributárias 
Sabendo que tributo é gênero, vamos investigar as espécies tributárias. 
Prevalece a divisão adotada pelo STF, que segue um caminho de três etapas 
para identificar a naturezaespecífica de qualquer cobrança realizada pelo 
Estado: identificar se é tributo (análise pelo conceito antes apresentado), 
identificar o fato gerador (na forma da teoria tripartite) e, por fim se há 
destinação ou vinculação entre as espécies tributárias. 
 
Para a taxa, o fato gerador será uma atividade estatal específica. Será ou a 
prestação de um serviço público, específico e divisível, minimamente colocado à 
disposição do contribuinte, ou o exercício do poder de polícia (consentimento 
ou fiscalizador), na forma do Artigo 77 do CTN. 
 
Para a contribuição de melhoria, o fato gerador é uma obra pública da qual 
decorra valorização imobiliária, como dispõe o Artigo 81 do CTN. 
Vejamos. Segundo o Artigo 16 do CTN, o imposto é o tributo cujo fato gerador 
independe de qualquer atividade estatal específica. Dessa forma, o imposto 
dependerá de uma manifestação de riqueza do contribuinte. 
 
Se lembrarmos dos fatos históricos que geraram a incidência do empréstimo 
compulsório – é o caso dos combustíveis –, ou mesmo das contribuições 
especiais, veremos que o fato gerador é sempre uma atividade praticada pelo 
contribuinte. É um tributo que, muitas vezes, incide juntamente com os 
impostos. Seu fato gerador é muitas vezes idêntico a este. E como sabemos 
que não estamos pagando mais um imposto? 
 
Ora, é simples. Sabemos qual é a determinação da destinação do produto da 
arrecadação do imposto? Não. E do empréstimo compulsório? Sabemos: 
calamidade pública ou guerra externa é investimento urgente de relevância 
nacional. E das contribuições especiais? Sabemos: uma atividade estatal 
específica que tende a beneficiar um grupo de contribuinte, e não 
necessariamente tod a sociedade. 
 
 LOGÍSTICA E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 25 
Se é assim, e se eles preenchem os elementos do conceito tributo, são uma 
nova espécie, ou novas espécies. E antes de concluirmos, um registro 
importante deve ser feito quanto às contribuições especiais. Atribuímos esse 
nome, pois o nome parafiscal – como visto – somente se aplica aos tributos que 
tem como destinação parafisco e não o próprio fisco. A maioria das 
contribuições hoje são destinadas aos cofres públicos. 
 
Por isso, concluiremos essa aula com a identificação das espécies tributárias: 
impostos, taxas, contribuição de melhoria, empréstimos compulsórios e 
contribuições especiais. 
 
Obrigação tributária principal 
O que é obrigação tributária principal? 
 
Obrigação tributária principal é o vínculo jurídico de natureza patrimonial entre 
o credor/Fazenda Pública (Fisco) e o devedor/contribuinte ou responsável que 
tem por objeto uma relação de crédito-débito cuja prestação é o tributo. Um 
dos questionamentos iniciais que devemos fazer é que tipo de relação é a que 
se estabelece com o fisco que tem por objeto o pagamento de tributos. 
 
O que vamos estudar agora é o tipo tributário (der Tatbestand, como dizem os 
alemães). Este estudo é bastante importante, pois é assim que podemos 
analisar toda norma que cria um tributo. Isso porque toda norma jurídica que 
atribui efeitos jurídicos para atos ou fatos pode ser dividida em duas partes: a 
hipótese de incidência e o consequente. 
 
A - Elementos da obrigação tributária 
Hipótese de incidência tributária. Por sua vez, é dividida em três partes: o 
aspecto material, o temporal e o espacial. Esses elementos vão dizer o que 
precisa acontecer, quando se considera acontecido e onde se considera 
acontecido. Aliás, para deixar claro, estamos adotando o entendimento de que 
hipótese de incidência e fato gerador não são sinônimos. A hipótese de 
 
 LOGÍSTICA E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 26 
incidência é a previsão abstrata da lei, enquanto o fato gerador é a situação 
concreta. É como no direito penal o tipo e o crime. 
 
B - Elementos da obrigação tributária 
Consequente. Ocorrido o fato já descrito no momento e local definidos por lei, 
há uma consequência: alguém deverá o pagamento de um valor tal para 
outrem. Então aqui temos os aspectos subjetivos e quantitativos. Vamos tratar 
dos aspectos subjetivos ativo e passivo inicialmente, mas vamos deixar o 
detalhamento da responsabilidade tributária para a próxima aula. O tema é tão 
complexo que merece uma aula inteira. 
 
a) Hipótese de incidência tributária: é dividida em três partes: o aspecto 
material, o temporal e o espacial. Esses elementos vão dizer o que precisa 
acontecer, quando se considera acontecido e onde se considera acontecido. 
Aliás, para deixar claro, estamos adotando o entendimento de que hipótese de 
incidência e fato gerador não são sinônimos. A hipótese de incidência é a 
previsão abstrata da lei enquanto o fato gerador é a situação concreta. É como 
no direito penal o tipo e o crime. 
 
a.1) Aspecto material: é a situação que precisa ocorrer para que o tributo seja 
devido. A sua ocorrência concreta é o fato gerador.“Fato gerador é, pois, o 
conjunto de fatos ou o estado de fato, a que o legislador vincula o nascimento 
da obrigação jurídica de pagar um tributo determinado".1 E se estivermos 
diante de um negócio jurídico sujeito a uma condição suspensiva ou resolutiva? 
O art. 117 do CTN nos dá a solução que é bem semelhante às consequências 
que o direito civil atribui. Em se tratando de condição suspensiva (art. 125, CC) 
a obrigação tributária nasce com o implemento da condição; em sendo 
resolutória (art. 127, CC) a obrigação tributária nasce com a celebração do 
negócio jurídico – neste caso a condição nada é importante para o tributo. 
 
 
1 FALCÃO, Amílcar de Araujo. Fato gerador da obrigação tributária. 5. ed. Rio de Janeiro: 
Forense, 1994. p. 2. 
 
 LOGÍSTICA E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 27 
a.2) Aspecto temporal: aqui tratamos do momento de ocorrência do fato 
gerador. Este tema é relevante pois vai designar também o regime jurídico 
aplicável, uma vez que se aplica a lei vigente na data da ocorrência do fato 
gerador. Estamos falando do prazo para o pagamento do tributo? Não! Prazo 
para pagamento é exaurimento da obrigação. Tanto é assim que o princípio da 
anterioridade submete os elementos da obrigação tributária a aguardarem até o 
início do ano seguinte para aplicar-se qualquer alteração legislativa; isto não se 
aplica ao prazo de recolhimento, conforme Súmula nº 669 do STF. 
 
a.3) Aspecto espacial: é o local de ocorrência do fato gerador que pode ter 
como importância determinar a competência tributária, como é o caso do ICMS, 
para definir qual é o Estado competente para recolher o tributo. Também não 
estamos falando de local do pagamento do tributo. Este local do pagamento 
será definido posteriormente como mero exaurimento do tributo. 
 
b.1) Aspecto subjetivo – sujeito ativo: o art. 119 do CTN nos ensina que sujeito 
ativo é aquele que pode exigir o cumprimento da obrigação tributária, 
resumidamente: o credor. Sendo assim, não estamos falando necessariamente 
do ente competente, que como visto na disciplina anterior (aula 3) é o ente 
com o poder de instituir os tributos por lei. Cuidamos do titular da capacidade 
tributária ativa – o poder de exigir o pagamento do tributo. Poderá ser o 
próprio titular da competência ou um terceiro a quem ele delegar esta tarefa. 
Lembre-se de que a capacidade tributária ativa pode ser delegada, como 
estabelece o art. 7º do CTN, diferente da competência tributária. 
 
b) Consequente: ocorrido o fato já descrito no momento e local definidos por 
lei, há uma consequência: alguém deverá o pagamento de um valor tal para 
outrem. Então aqui temos os aspectos subjetivos e quantitativos. Vamos tratar 
dos aspectos subjetivos ativo e passivo inicialmente, mas vamos deixar o 
detalhamento da responsabilidade tributária para a próxima aula. O tema é tão 
complexo que merece uma aula inteira. 
 
 
 LOGÍSTICA E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 28 
b.2) Aspecto subjetivo – sujeito passivo: nos termos do art.121 do CTN, vemos 
que o sujeito passivo é a pessoa obrigada ao pagamento do tributo ou 
penalidade pecuniária. Esta pessoa poderá ser o contribuinte – aquele que tem 
relação pessoal e direta com o fato gerador, ou o responsável – que não tem 
esta relação com o fato gerador. 
 
b.3) Aspectos quantitativos: devemos conhecer duas expressões bastante 
utilizada na doutrina: an debeatur e quantum debeatur. O an debeatur é a 
causa da obrigação tributária, enquanto o quantum debeatur é o montante do 
tributo devido. 
 
Tributo fixo x variável 
O tributo pode ser fixo ou variável. Poderá a lei simplesmente estabelecer valor 
igual para todos, em reais ou em um índice oficial de indexação. 
 
Por exemplo, o tributo pode ser fixado em uma certa quantidade de UFIR. 
Muitas taxas são fixadas assim para remunerarem um serviço público. O mais 
comum, entretanto, é que o tributo seja variável. E as duas variáveis que se 
prestam à fixação do tributo são a base de cálculo e a alíquota. 
 
Cálculo do tributo 
A base de cálculo é a representação econômica do fato gerador. Por exemplo, 
no IPTU ela será o valor venal do imóvel. Aliás, valor venal é valor de venda. Se 
no seu município este valor não corresponde ao de mercado, isso é uma 
distorção. Para que ele seja justo, a base de cálculo deve ser o valor de 
mercado e as alíquotas deverão ser ajustadas. 
 
A alíquota, por sua vez, é o coeficiente que se deve aplicar à base de cálculo. A 
legislação brasileira contempla dois tipos: específica e ad valorem. A específica 
é aquela fixada por quantidade do bem objeto da tributação, como por 
exemplo, na Cide combustíveis, fixada em sua maioria em m3, confira a Lei nº 
10.336/2001, Artigos 5º e 9º, e o Decreto nº 4.066/2001, Artigo 1º. 
 
 LOGÍSTICA E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 29 
Alíquota ad valorem 
A alíquota ad valorem é aquela estabelecida em percentuais. É a que você 
conhece no imposto de renda. Pode ser fixa, progressiva ou seletiva. A alíquota 
fixa é uma alíquota única, independente da riqueza do contribuinte, ele terá 
que pagar a mesma alíquota. A alíquota progressiva pode variar em razão do 
valor da base de cálculo (quanto maior a base de cálculo maior a alíquota – ex.: 
IR) ou pode variar de maneira extrafiscal (de forma a desestimular o 
comportamento do contribuinte – ex.: ITR – alíquota maior para o maior 
quantidade de terras improdutivas). A alíquota seletiva é aquela que varia 
conforme a essencialidade do bem tributado (ex.: IPI e ICMS). 
 
Obrigação tributária acessória 
Antes de começarmos a tratar deste instituto, abra o seu Código Tributário no 
Artigo 113, §2º, e faça a leitura. A primeira observação que devemos fazer 
quanto ao instituto da obrigação acessória é que tecnicamente ela não é 
nem obrigação nem acessória. 
 
Não é obrigação porque esta é o vínculo jurídico de natureza patrimonial e o 
que temos é uma série de condutas e comportamentos do contribuinte que não 
possuem, isoladamente, valor econômico. Declarar o imposto de renda, emitir 
notas fiscais, escriturar livros contábeis, fornecer documentos exigíveis pelo 
fisco, nada disso possui diretamente um valor. Daí porque alguns chamam de 
dever jurídico e não obrigação. 
 
Não é acessória porque, segundo a teoria da gravitação jurídica, acessório é 
tudo aquilo que acompanha a sorte do principal. Mesmo que não esteja 
presente a obrigação principal, a acessória persiste. Além do que, ela não é 
transitória como a obrigação principal, que se extingue com o pagamento. Ela 
persiste, é mais estável. Então ela não é acessória. Ela é instrumental, pois não 
é um fim em si mesma, mas um mecanismo que se presta à fiscalização do 
tributo – objeto da obrigação principal que deve ser recolhido. 
 
 
 LOGÍSTICA E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 30 
Obrigação tributária decorrente de infrações 
O artigo 113, §3º, do CTN afirma impropriamente que o descumprimento da 
última obrigação vista converte-a em obrigação principal. Na realidade 
converte-a em penalidade, sanção. Na verdade, estamos aqui diante de uma 
penalidade, com natureza de norma sancionadora, que deve ser tratada desta 
forma. 
 
Uma vez que o tributo não é sanção de ato ilícito, também não é certo afirmar 
que a penalidade é principal. Em verdade, aqui estaríamos diante de um 
acessório, pois se o tributo for extinto, por exemplo, pelo perdão, ela também 
será. 
 
Tanto é assim que o Artigo 106, II, do CTN estabelece outra regra de direito 
intertemporal (aplicação sucessiva das leis no tempo). No caso de lei nova mais 
favorável é possível a retroatividade benéfica. Como se trata de uma multa, 
neste caso não há dúvida, deverá ser fixada por lei. O fato gerador aqui 
também é próprio e diverso do fato gerador do tributo. Aqui o que faz nascer o 
dever de pagar a multa é a prática de alguma conduta tida como infração. Nos 
termos do Artigo 136 do CTN, a responsabilidade por infrações é objetiva, pois 
independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza 
e extensão dos efeitos do ato. E será também pessoal. 
 
O único benefício é que como o objetivo do direito tributário não é sancionar, a 
lei afasta a aplicação da multa na hipótese de o contribuinte confessar a 
infração cometida e recolher o tributo eventualmente devida. 
 
Atividade proposta 
Acesse o site http://www.impostometro.com.br e verifique a carga tributária 
por ente federativo, por período e por habitante. Este site permite que o 
cidadão tenha uma noção, segundo estudos técnicos, da carga tributária 
brasileira. 
 
 
 LOGÍSTICA E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 31 
Chave de resposta: A resposta varia conforme a data de acesso, mas é 
fornecida em reais o valor total de cada hipótese. 
 
 
Material complementar 
 
Para saber mais sobre os tratados internacionais, leia o texto 
disponível em nossa biblioteca virtual. 
 
Para saber mais sobre o exercício da competência, veja o vídeo 
disponível em nossa galeria de vídeos. 
 
 
Referências 
BELTRÃO, Irapuã Gonçalves de Lima. Curso de direito tributário. 4. ed. São 
Paulo: Atlas, 2013. 
BORGES, Humberto Bonavides. Gerência de impostos: IPI, ICMS e ISS. 7. 
ed. São Paulo: Atlas, 2011. 
LOPES, Mauro Luís Rocha. Direito tributário. 4. ed. Rio de Janeiro: Impetus, 
2013. 
MELO, José Eduardo Soares de. ICMS: teoria e prática. 12. ed. São Paulo: 
Dialética, 2012. 
PAULSEN, Leandro; VELLOSO, Andrei Pitten. Contribuições - teoria geral - 
contribuições em espécie. 2. ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2012. 
 
Exercícios de fixação 
Questão 1 
A Constituição Federal (CF), no capítulo sobre o Sistema Tributário Nacional, 
consagra vários princípios tributários. Quanto a esta matéria, pode-se afirmar 
que: 
a) É vedado à União e aos Estados, exceto aos Municípios, estabelecer 
limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos 
 
 LOGÍSTICA E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 32 
interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela 
utilização de vias conservadas pelo Poder Público. 
b) Os casos previstos para aplicação da chamada “anterioridade nonagesimal”, 
noventena, ou anterioridade especial, conforme disposto no Artigo 150, III, 
“c”, CF, dispensa a observância do princípio da anterioridade geral, previsto 
no Artigo 150, III, “b”, CF. 
c) Nos expressos termos do Artigo 150, IV, CF, o princípio da proibição de 
utilização do tributo com efeito de confisco aplica-se apenas aos tributos, 
nada dispondo o Texto constitucional acerca das multas de natureza 
tributária. 
d) O princípio da capacidade contributiva, conforme dispõe o Artigo 145, §1º, 
CF, aplica-se, sempre que possível, apenas aos impostos, às taxas e às 
contribuições de melhoria. 
e) O princípio da irretroatividade tributária não se aplica ao ICMS. 
 
Questão 2 
A Constituição Federal, no capítulo sobre o Sistema Tributário Nacional, 
consagra vários princípios tributários. 
Quanto ao tema, é correto afirmar:a) O § 1º do Artigo 145 consagra o princípio denominado “capacidade 
contributiva”, o qual deve ser aplicado aos impostos, às taxas e às 
contribuições de melhoria. 
b) O princípio da proibição de utilização do tributo com efeito de confisco, nos 
termos do Artigo 150, IV, aplica-se aos tributos e às multas de natureza 
tributária. 
c) As exceções ao princípio da legalidade tributária, no que se refere à 
instituição e ao aumento de tributos, são aquelas constantes do Artigo 153, 
§1º . 
d) O Artigo 150, III, “c” dispõe sobre a anterioridade nonagesimal, que 
dispensa a observância do princípio da anterioridade geral, previsto no Artigo 
150, III, “b”. 
 
 LOGÍSTICA E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 33 
e) O inciso V do Artigo 150 dispõe sobre a liberdade de tráfego, consagrando o 
direito de “ir e vir”, com a ressalva da cobrança do pedágio pela utilização de 
vias conservadas pelo Poder Público. 
 
Questão 3 
O exercício da competência constitucional tributária: 
a) Somente se delega através de lei específica do ente federado que é 
competente para a instituição do tributo. 
b) Pode ser renunciado pelo ente federado, bem assim delegado por lei a outro 
ente, desde que por meio de lei complementar. 
c) É atribuído constitucionalmente para os entes federados, suas autarquias e 
fundações. 
d) É atribuído constitucionalmente para os entes federados, que podem delegá-
la às suas autarquias e fundações, para os fatos geradores relacionados com 
suas funções. 
e) Se manifesta através da criação de leis instituidoras e modificadoras de 
tributos, bem assim de leis que disciplinam as causas de exclusão, suspensão 
e extinção do crédito tributário. 
 
 
Questão 4 
Há uma norma constitucional que veda a cobrança de tributos em relação aos 
fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver 
instituído ou aumentado. 
Essa norma configura o princípio constitucional tributário da: 
a) Legalidade 
b) Uniformidade 
c) Anterioridade 
d) Irretroatividade 
e) Capacidade contributiva 
 
Questão 5 
 
 LOGÍSTICA E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 34 
Analise: 
I. 20% (vinte por cento) do produto da arrecadação do imposto que a União 
pode instituir no exercício de sua competência tributária residual. 
II. 25% (vinte e cinco por cento) do produto da arrecadação do imposto do 
Estado sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestação 
de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação. 
Para os fins da repartição das receitas tributárias, esses percentuais são 
pertencentes, dentre as esferas de organização político-administrativa, 
respectivamente: 
a) Ao Distrito Federal e à União 
b) Aos Estados e à União 
c) Aos Municípios e ao Distrito Federal 
d) Aos Municípios e à União 
e) Aos Estados e aos Municípios 
 
Questão 6 
No que se refere a taxas e contribuições de melhoria, assinale a opção correta: 
a) A instituição de taxas deve sempre observar o princípio da legalidade 
tributária. 
b) As taxas cobradas pelo DF, no âmbito de suas atribuições, podem ter como 
fato gerador o exercício efetivo ou potencial do poder de polícia 
c) Os serviços públicos específicos são suscetíveis de utilização por parte de 
cada um dos seus usuários de forma separada. 
d) A contribuição de melhoria cobrada pelo DF, no âmbito de suas atribuições, 
pode ser instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra 
ou não valorização imobiliária. 
e) Apesar de ampla aceitação pela doutrina e jurisprudência, a espécie 
tributária “contribuição de melhoria” não guarda expressa previsão na CF. 
 
Questão 7 
Considerando o empréstimo compulsório e a contribuição de intervenção no 
domínio econômico, assinale a opção correta: 
 
 LOGÍSTICA E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 35 
a) Não há previsão constitucional para a instituição de empréstimos 
compulsórios no caso de conjuntura que exija a absorção temporária de 
poder aquisitivo. 
b) As contribuições de intervenção no domínio econômico poderão incidir sobre 
as receitas decorrentes de exportação. 
c) É preciso que se decrete estado de calamidade para que o empréstimo 
compulsório seja cobrado. 
d) O DF poderá, mediante lei complementar, instituir empréstimo compulsório 
nas hipóteses legais. 
e) O DF poderá, mediante lei ordinária, instituir contribuição de intervenção no 
domínio econômico nas hipóteses legais. 
 
Questão 8 
É taxa decorrente da prestação de serviço público passível de ser validamente 
cobrada: 
a) Pedágio cobrado por Concessionários de rodovias, no regime da Lei de 
Concessões (Lei nº 8.987/1995). 
b) Custas processuais. 
c) Taxa de fiscalização e funcionamento de estabelecimentos. 
d) Taxa de fiscalização de anúncios. 
e) Taxa de pavimentação asfáltica cobrada dos munícipes em geral de 
determinado Município. 
 
Questão 9 
Assinale a alternativa que não é espécie de tributo: 
a) Taxa de ocupação de terreno de Marinha 
b) Contribuição social 
c) Empréstimo compulsório 
d) Contribuição de melhoria 
e) Contribuição parafiscal 
 
 
 
 LOGÍSTICA E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 36 
Questão 10 
O município Pertinente busca realizar melhorias nos seus serviços, 
implementando obras de relevo, muitas com auxílio de verbas federais e 
estaduais repassadas em virtude de convênios ou imposições legais. Buscando 
novas fontes de financiamento, após realizar obras de utilidade em determinado 
bairro, ocupado por pessoas de poder aquisitivo relevante, resolve apresentar 
projeto de lei estabelecendo o tributo denominado: 
a) Empréstimo compulsório 
b) Contribuição de melhoria 
c) Taxa de polícia 
d) Imposto sobre obras 
e) Pedágio especial 
 
Questão 11 
Considerando a capacidade tributária passiva: 
a) A pessoa jurídica, para ser contribuinte, depende de estar regularmente 
constituída, com inscrição de seus atos constitutivos na junta comercial ou 
perante o ofício de registro civil das pessoas jurídicas. 
b) O louco, interditado civilmente, pode ser sujeito passivo da obrigação 
tributária na qualidade de contribuinte, mas seu curador é responsável 
solidariamente com o mesmo pelos atos em que intervier ou pelas omissões 
de que for responsável. 
c) O menor absolutamente incapaz não pode ser sujeito passivo da obrigação 
tributária, mas seu representante legal o será na qualidade de responsável 
tributário. 
d) O pródigo, interditado civilmente, pode ser sujeito passivo da obrigação 
tributária, mas não pode ser considerado contribuinte, sendo seu curador o 
responsável tributário. 
e) O menor relativamente incapaz pode ser sujeito passivo da obrigação 
tributária desde que seu representante legal o tenha assistido na prática do 
fato gerador. 
 
 
 LOGÍSTICA E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 37 
Questão 12 
Sobre a suspensão da exigibilidade do crédito tributário: 
a) A obtenção é possível somente judicialmente. 
b) Em havendo suspensão, do crédito tributário, cabe ao contribuinte a 
obtenção de certidão positiva com efeitos de certidão negativa. 
c) Não impede a propositura de execução fiscal por parte do Fisco, tendo em 
vista que a mesma não suspende prazo decadencial. 
d) Também ficam suspensas as obrigações acessórias decorrentes do mesmo 
tributo, cuja obrigação principal está suspensa. 
e) A oposição de embargos à Execução Fiscal é causa de suspensão da 
exigibilidade do crédito tributário expressamente prevista na Lei de Execução 
Fiscal. 
 
Questão 13 
Considere as seguintes afirmações: 
I. A falta de emissão de nota fiscal em operações isentas de venda de 
mercadorias não é suficiente para que esta obrigação acessória se transforme 
em obrigação principal com relação à penalidade pecuniária. 
II. A concessão de tutela antecipada em ação judicial ou de parcelamento 
suspendem a exigibilidade de crédito tributário e são causas de dispensa do 
cumprimento das obrigações acessórias correspondentes à obrigação principal 
cujo crédito seja suspenso. 
III. Lei específicadeve tratar das formas e condições para a concessão de 
parcelamento. 
Está correto o que se afirma APENAS em: 
a) II e III 
b) II 
c) III 
d) I e III 
e) I 
 
 
 
 LOGÍSTICA E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 38 
Questão 14 
Com relação à exclusão do crédito tributário é correto afirmar: 
a) Nos casos de exclusão de crédito tributário são dispensadas as obrigações 
acessórias relativas à obrigação principal cujo crédito seja excluído. 
b) Lei tributária estadual pode conceder isenção para taxas e contribuições de 
melhoria. 
c) Despacho de autoridade administrativa concedendo isenção em caráter 
individual gera direito adquirido para o beneficiário desta modalidade de 
exclusão de crédito tributário insuscetível de posterior fiscalização. 
d) Isenção pode ser concedida por contrato, mesmo na ausência de lei 
específica, não sendo causa de responsabilidade funcional. 
e) São causas excludentes do crédito tributário: isenção, anistia e moratória. 
 
Questão 15 
Considere as seguintes afirmações: 
I. Fato gerador da obrigação principal é situação definida em decreto 
doexecutivo ou resolução do Senado Federal como necessária e suficiente à sua 
ocorrência. 
II. Fato gerador da obrigação acessória équalquer situação que, na forma da 
legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure 
obrigação principal. 
III Autoridade administrativa, observados os procedimentos estabelecidos em 
lei ordinária, pode efetuar a desconsideração de atos ou de negócios jurídicos 
praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do 
tributo. 
Está correto o que se afirma APENAS em: 
a) I 
b) II 
c) III 
d) I e II 
e) II e III 
 
 
 LOGÍSTICA E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 39 
Pecunia non olet: Princípio latino que significa que dinheiro não tem cheiro. 
Justifica a tributação sobre o ato ilícito. Assim, ainda que produto de crime, por 
exemplo, a riqueza obtida deve sofrer a imposição de tributos. 
 
CIDE: Contribuição de intervenção no domínio econômico 
 
CR: Constituição da República 
 
CTN: Código tributário nacional 
 
EC: Emenda Constitucional 
 
Extrafiscalidade: Técnica segundo a qual o tributo é utilizado como forma de 
estimular um comportamento do contribuinte e não como instrumento de 
arrecadação. 
 
ICMS: Imposto sobre a circulação de mercadorias e prestação de serviços de 
transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação. 
 
IPI: imposto sobre produtos industrializados 
 
IPVA: Imposto sobre a propriedade de veículo automotor. 
 
IR: Imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza 
 
ITR: Imposto sobre a propriedade territorial rural 
 
Obrigação acessória: Definida pelo artigo 113, §2º, do CTN como aquele 
dever que não tem reflexo patrimonial. Atualmente uma parte considerável da 
doutrina vem denominando-a como dever jurídico instrumental, pois não são 
 
 LOGÍSTICA E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 40 
obrigações (carecem de patrimonialidade) e nem acessórias (permanecem 
mesmo sem a principal). 
 
STF: Supremo Tribunal Federal. 
 
Tipo tributário: É a hipótese definida em lei para a incidência do tributo. 
 
UFIR: Unidade fiscal de referência 
 
Aula 1 
Exercícios de fixação 
Questão 1 - C 
Justificativa: O não confisco é previsto expressamente para o tributo, 
exclusivamente. 
 
 
Questão 2 - E 
Justificativa: O único tributo ressalvado da vedação de limitação ao tráfego de 
pessoas e bens é o pedágio, quando em via conservada pelo Poder Público. 
 
Questão 3 - E 
Justificativa: A competência corresponde especificamente ao poder de legislar 
em matéria de tributo. 
 
Questão 4 - D 
Justificativa: O Artigo 150, III, “a“, da Constituição estabelece a vedação que 
cuida do princípio da irretroatividade. 
 
Questão 5 - E 
 
 LOGÍSTICA E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 41 
Justificativa: A repartição da receita dos impostos está na Constituição como 
forma de reequilibrar a divisão dos recursos tributários estabelecidos para cada 
ente federativo. 
 
Questão 6 - A 
Justificativa: Como qualquer outro tributo, a taxa deve obedecer ao princípio da 
legalidade. 
 
Questão 7 - A 
Justificativa: O empréstimo compulsório, estabelecido no Artigo 148 da 
Constituição, somente poderá ser instituído no caso de guerra externa ou sua 
iminência, calamidade pública ou investimento urgente de relevância nacional. 
 
Questão 8 - B 
Justificativa: Todo serviço público específico e divisível, que seja compulsório 
(ou seja, cuja contratação de um particular não seja opção) poderá ser 
remunerado por taxa. 
 
 
Questão 9 - A 
Justificativa: A taxa de ocupação de terreno de marinha funciona como uma 
espécie de remuneração pelo uso de bem público. 
 
Questão 10 - B 
Justificativa: A contribuição de melhoria é o tributo que pode ser cobrado na 
hipótese de realização de obra pública da qual decorra valorização imobiliária. 
 
Questão 11 - B 
Justificativa: A capacidade para figurar como devedor de tributos independe da 
capacidade para assumir obrigações em Direito, basta ter capacidade 
econômica. 
 
 
 LOGÍSTICA E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 42 
Questão 12 - B 
Justificativa: A certidão positiva com efeitos de negativa é aquela que declara a 
existência de um dívida que não pode ser cobrada. 
 
Questão 13 - C 
Justificativa: I e II – A obrigação acessória independe da principal. III – O 
parcelamento não é automático, depende de existência de lei do próprio ente 
federativo estabelecendo as condições. 
 
Questão 14 - B 
Justificativa: Somente o ente que tem o poder de instituir o tributo poderá 
conceder isenções. Assim, uma vez que o Estado pode instituir taxas e 
contribuição de melhoria, lei estadual pode conceder o referido benefício. 
 
Questão 15 - C 
Justificativa: O fiscal pode no exercício da fiscalização exercer esse controle. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 LOGÍSTICA E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 43 
Introdução 
Muito se ouve falar que o Sistema Tributário Brasileiro é o pior – ou pelo menos 
um dos piores, do mundo. Isso se deve em grande parte pela multiplicidade de 
tributos que temos no Brasil incidindo sobre uma mesma atividade. Veja só: um 
simples venda de um produto poderá sofrer a incidência de dois impostos (IPI e 
ICMS), mais possivelmente de duas contribuições (PIS e COFINS), e se junto vir 
uma prestação de serviço (ISS) e eventualmente uma contribuição 
previdenciária. 
 
Isso é tão complexo que os parlamentares começam a criar regimes próprios 
para simplificar a arrecadação, sem nenhuma preocupação de esconder a 
evidência da complexidade. Sim! Fazem isso ao dar o nome de Simples 
Nacional para um modelo que agrega uma série de tributos em um único 
procedimento de arrecadação. 
 
Vamos nesta aula estudar os impostos e as contribuições que incidem na 
atividade comercial e também o regime do Simples Nacional. 
 
Objetivo: 
1. Identificar e estudar os impostos que incidem na atividade comercial; 
2. Identificar e estudar as contribuições que incidem na atividade comercial; 
3. Analisar o regime simplificado nacional de tributação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 LOGÍSTICA E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 44 
Conteúdo 
Imposto sobre Produtos Industrializados 
Iniciaremos esta aula falando dos impostos sobre a atividade comercial. Vamos 
entender melhor como funciona os tributos sobre produtos industrializados e 
algumas de suas características: 
 
Fato gerador 
a) Fato gerador: o Imposto sobre Produtos Industrializados está previsto na 
Lei nº 4.502/1964. Para que esse imposto seja devido não é necessária 
simplesmente a “industrialização do produto”. Sua base econômica é a 
“operação com produtos industrializados”. A “operação” é o negócio jurídico 
que leva à circulação do produto – logo, precisa haver uma compra e venda 
deste bem. O conceito de produto é mais amplo que o de mercadoria, incluindo 
aqueles destinados ao uso e consumo pelo adquirente, não somente aqueles

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