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TECNOLOGIA DOS ALIMENTOS PROFª DEBORA ALVES 1) TECNOLOGIA DE VEGETAIS E DERIVADOS HORTIFRUTI IN NATURA ▪ Hortaliça é a planta herbácea da qual uma ou mais partes são utilizadas como alimento na sua forma natural. ▪ O produto será designado: verdura, quando utilizadas as partes verdes; legumes, quando utilizado o fruto ou a semente, especialmente das leguminosas; e raízes, tubérculos e rizomas, quando são utilizadas as partes subterrâneas. ▪ Os hortifruti devem chegar ao consumidor sem alterações em seu valor nutritivo e sensorial. Para isso, o processo de conservação deverá iniciar desde a colheita. ▪ Mesmo após a colheita, os hortifruti continuam vivos, com suas atividades biológicas em funcionamento. ESTIMULANTE DE AMADURECIMENTO ▪ Para conservar os hortifruti por mais tempo, é preciso conhecer o ponto certo de colheita. Deve- se ainda levar em consideração que frutas e hortaliças são altamente perecíveis pelo teor de água em sua composição química. ▪ Para estimular as modificações relativas ao amadurecimento, como coloração, aroma, sabor e textura, deve-se utilizar o etileno, pois ele é um hormônio vegetal diretamente relacionado com o processo de maturação dos frutos pós-colheita. ▪ O etileno induz o início do amadurecimento, promove o aumento da respiração, o qual dá o suporte energético para as rápidas transformações na aparência, no aroma e na textura, que tornam os frutos prontos para serem consumidos. REVESTIMENTOS COMESTÍVEIS ▪ Os revestimentos comestíveis em frutas e hortaliças são aplicados para que elas continuem respirando pós-colheita, pois esses revestimentos permitem a troca de gases moderada entre o vegetal e o ambiente. ▪ Têm um objetivo funcional: respeita a fisiologia da fruta e aumenta a sua conservação. Consistem numa vantagem econômica, pois evita a necessidade do armazenamento dos produtos em atmosfera controlada, diminuindo custos operacionais e de equipamento. ▪ São feitos por ingredientes que podem ser consumidos: amido, quitosana, gelatina, alginatos, cera de carnaúba, carboximetilcelulose (CMC), que podem ser classificados em filmes ou coberturas. Minimamente processados ▪ Deverão passar pelo mínimo de processos possíveis, para que se mantenham as características naturais do alimento, sem sofrerem modificações no seu estado físico. ▪ Os produtos são higienizados e preparados da maneira mais próxima possível do in natura. ▪ No entanto, quando cortados, descascados, fatiados ou ralados, sua taxa metabólica aumenta (maior penetração do oxigênio no interior das células). ▪ Por isso, é recomendável a utilização de embalagens com atmosfera modificada para armazenar os alimentos minimamente processados. HORTIFRUTI PROCESSADOS ▪ Frutas e hortaliças que passaram por algum tipo de processamento. ▪ Processamento térmico (pasteurização) para controle microbiológico: ocorre redução da carga microbiana, inativação de enzimas e redução da atividade de água. ▪ Pasteurização lenta: ~65ºC por 30 min. ▪ Pasteurização rápida: ~72-75ºC por 15 seg. ▪ Nas frutas com alto teor de umidade: Ex.: sucos, néctar de frutas, polpas de frutas e xaropes de frutas. ▪ Nas frutas com baixo teor de umidade: geleias, frutas desidratadas, liofilizadas e cristalizadas. PRODUTOS EM CONSERVA ▪ Hortaliças em conserva: tubérculos, raízes, rizomas, bulbos, talos, brotos, inflorescências, pecíolos, sementes e cogumelos cultivados, cujas partes comestíveis são envazadas praticamente cruas, reidratadas ou pré-cozidas, imersas ou não em líquido de cobertura apropriado, que são submetidas a processamento tecnológico antes ou depois de fechadas hermeticamente nos recipientes utilizados a fim de evitar sua alteração. ▪ Frutas em conserva: produtos preparados com frutas frescas, congeladas ou previamente conservadas, inteiras ou em pedaços ou em forma de polpa, envazadas praticamente cruas ou pré-cozidas, imersas ou não em líquido de cobertura apropriado, podendo conter opcionalmente outros ingredientes comestíveis e, finalmente, submetidas a adequado tratamento antes ou depois de fechadas hermeticamente em recipientes para assegurar sua conservação. Polpa de frutas ▪ É o produto não fermentado, não concentrado, não diluído, obtido de frutos polposos, através de processo tecnológico adequado, com um teor mínimo de sólidos totais, proveniente da parte comestível do fruto. O teor mínimo de sólidos totais será estabelecido para cada polpa de fruta específica. Na polpa de frutas é tolerada a adição de sacarose em proporção a ser declarada no rótulo. Suco e néctar de frutas ▪ Bebida não fermentada, não-diluída e não concentrada, feita a base de fruta madura, submetida a condições adequadas de conservação até o momento do consumo. ▪ Já no néctar, a fruta é diluída em água potável (20-30% de suco de fruta), com adição de açúcares. ▪ Suco integral deve ser composto por 100% da fruta e não pode de forma alguma conter corantes ou aromatizantes artificiais. Porém, em casos em que a consistência da fruta seja mais viscosa, é aceitável a diluição com água para facilitar a ingestão. ▪ Refresco é o que menos tem % de polpa da fruta, apresentando de 5-20%. Juntamente com a baixa quantidade de polpa e menor disponibilidade de nutrientes, há também adição de açúcar, corante e aroma artificial, prejudicando seu valor nutricional. Frutas e doces de frutas em calda ▪ Compota ou fruta em calda é o produto obtido de frutas inteiras ou em pedaços, com ou sem sementes ou caroços, com ou sem casca, e submetida à cocção incipiente, envasadas em lata ou vidro, praticamente cruas, cobertas com calda de açúcar. Depois de fechado em recipientes, o produto deverá ser submetido a um tratamento térmico adequado. ▪ O doce de fruta em calda se diferencia das frutas em calda, pois nele as frutas são cozidas em água e açúcar, ou seja, passam por um processo térmico mais longo. Geléias de frutas ▪ São produtos com alta durabilidade, pois passaram por um processo térmico juntamente com a adição de uma quantidade elevada de açúcar. ▪ Com isso ocorre a conservação por processo osmótico, em que as frutas absorvem o açúcar adicionado, surgindo aumento na pressão osmótica, que resulta na diminuição da atividade de água. ▪ Na produção de geleias, a geleificação ocorre pela presença de três fatores: pectina, açúcar e acidez. Desidratação e liofilização ▪ A desidratação e liofilização ocorrem pela diminuição da quantidade de água presente no alimento, com consequente redução da atividade de água e aumento da durabilidade. ▪ Na desidratação são utilizadas temperaturas na faixa dos 60ºC, para que a água do alimento seja evaporada lentamente e seu sabor seja mantido o mais parecido com o sabor natural. ▪ Na liofilização o alimento deve ser congelado sob vácuo e o gelo formado passará pelo processo de sublimação, ou seja, passando diretamente do estado sólido para o gasoso. Frutas cristalizadas ▪ São utilizadas partes comestíveis de frutas, inteiras ou em pedaços, frescas, congeladas, desidratadas, em conserva ou por outros meios preservadas, e substituir parte da água de sua constituição por açúcares, por meio de tecnologia adequada, recobrindo-as ou não com uma camada de sacarose. 2) EMBALAGENS PARA ALIMENTOS TECNOLOGIA DE EMBALAGENS: CLASSIFICAÇÃO E APLICAÇÃO TECNOLÓGICA ▪ Segundo a ANVISA, define-se a embalagem de alimentos um “invólucro, recipiente ou qualquer forma de acondicionamento, removível ou não, destinada a cobrir, empacotar, envasar, proteger ou manter, especificamente ou não, matérias-primas, produtos semi-elaborados ou produtos acabados.” ▪ Aumentam a durabilidade, impedindo que haja danos durante o transporte. Criam uma barreira física para a contaminação de alimentos e ajudam a manter as características deles ▪ Apresenta papel fundamental na conservação de alimentos. Sem ela os demais métodos de conservação perderiam sua funcionalidade. Tipos de embalagens Funções das embalagens ▪ Proteção:passiva (proteção mecânica) e ativa (é parte do processo de conservação, ex.: latas, vidros, embalagem tetrapak multicamadas, embalagem com atmosfera modificada). ▪ Conveniência: formato, facilidade de manuseio e de abertura e fechamento. ▪ Comunicação: propaganda e rotulagem nutricional, para orientação dos consumidores no momento da compra. Influência das embalagens na conservação de alimentos ▪ Barreira contra a umidade ▪ Barreira contra a luz ▪ Barreira contra microorganismos ▪ Barreira contra odores e sabores estranhos ▪ Barreira contra gases Embalagens de plástico ▪ Começou a ser usada no período pós-guerra. ▪ São leves e moldáveis. ▪ O interesse no reaproveitamento de diversos tipos de plástico vem crescendo. ▪ Polipropileno (PP): Tampas, pequenos frascos e rótulos. ▪ Poliestireno (PS): Utensílio para bebidas quentes. ▪ Policloreto de vinila (PVC): frascos rígidos e maleáveis, também utilizado na produção de cosméticos, produtos de limpeza, indústria automobilística, alimentícia, dentre outros. ▪ Polietileno tereftalado (PET): frascos utilizados para refrigerantes e água. Embalagens de vidro ▪ Um dos mais antigos materiais usados; ▪ Preserva o sabor; ▪ Protege contra a transmissão de gases; ▪ Podem ser lavadas e reutilizadas; ▪ Não são biodegradáveis; ▪ Produzidas através de minérios como areia, barrilha, calcário, entre outros; ▪ 100% reciclável; ▪ No Brasil: 890 mil toneladas de embalagens de vidro por ano; ▪ Cerca de 25% desse total provém de matéria-prima reciclada. Embalagens de papel e papelão ▪ Simples, barata e relativamente leve; ▪ Não é resistente à água. Por isso, utiliza-se papel encerado para embalar alimentos. São colocadas diversas camadas de polietileno; ▪ Cada vez mais utilizada no setor alimentício; ▪ 100% biodegradável; ▪ 1 tonelada de papel: aprox. 20 árvores; ▪ Reciclagem proporciona: - 70% de economia de energia; - Economia de água; - Menor volume para os aterros; ▪ 25% do lixo são papel e papelão. Metal ▪ Facilmente reciclável ▪ Benefícios da reciclagem: - Evitar despesas da redução do minério a metal; - Redução do gasto de energia; - Redução dos custos de transporte. ▪ Podem resistir à pressão mecânica; ▪ Exemplos: tambores de aço e laminados de alumínio; ▪ Uso inicial para preservação dos alimentos; ▪ Aumentam o tempo de venda do conteúdo. Embalagens multicamadas A embalagem multicamadas (também chamada de longa vida ou cartonada), possui múltiplas camadas e varia de acordo com o tipo de alimento - a caixa de leite, por exemplo, precisa de seis camadas. Essas camadas passam por um processo de compressão sobre todas as folhas dos diferentes constituintes. A composição da embalagem de longa vida se dá, basicamente, em: ▪ 75% papel cartão: dois papéis unidos sem cola, que oferecem suporte mecânico e resistência à embalagem; ▪ 20% de filmes de polietileno: impede a umidade e o contato direto do alimento com o alumínio, além de evitar o vazamento; ▪ 5% alumínio: barreira à entrada de luz e oxigênio. Devido às características mencionadas acima e por ser compacta, a embalagem multicamadas, é uma ótima solução para conservação de alimentos, fácil de ser transportada (em razão do espaço e do peso desse tipo de embalagem), sendo a principal escolha dos fabricantes de produtos. AVANÇOS E INOVAÇÕES: BIOFILMES ▪ Considerada como embalagem ativa, pois além de criar uma barreira entre o meio interno e externo exerce outras funções na preservação do alimento. ▪ Essas funções resultam da adição de compostos antimicrobianos, agentes reticulantes, reguladores de pH e plastificantes. ▪ Os biofilmes podem ser feitos a base de polissacarídeos, proteínas e lipídeos. AVANÇOS E INOVAÇÕES: EMBALAGEM ATIVA ▪ São definidas como aquelas que através da adição de agentes aditivos no material ou no espaço-livre entre embalagem e alimento, podem melhorar seu desempenho liberando componentes no alimento ou no ambiente que cerca o produto. ▪ Com a função de proteção potencializada, preserva a máxima qualidade do produto, criando condições para que sejam minimizadas as alterações bioquímicas, microbiológicas e químicas que podem levar o alimento á degradação. ▪ O sistema de embalagens ativas pode se dar através da: - adição de absorvedor de gases como oxigênio, etileno e dióxido de carbono; - adição de absorvedor de umidade; - adição de absorvedor de odores/aromas; - adição de emissores de agentes conservantes; - embalagens que controlam a temperatura. AVANÇOS E INOVAÇÕES: EMBALAGEM INTELIGENTE ▪ Entre as suas aplicações está o controle da deterioração microbiana do alimento. O processo se dá pela redução do teor de umidade e oxigênio em contato com o produto embalado, o que reduz o crescimento de microorganismos. ▪ Outra proposta é que a embalagem venha acrescida de agentes químicos antimicrobianos, que podem ter liberação controlada, evitando assim o uso abusivo de aditivos químicos. ▪ Vem sendo usadas como sinalizadores de amadurecimento de frutas prontas para o consumo. Após a colheita, alguns frutos apresentam uma alta taxa de respiração, o que dificulta seu transporte e reduz sua vida de prateleira. A embalagem inteligente funciona capturando o etileno, um hormônio de crescimento produzido naturalmente pelas plantas, reduzindo a sua concentração nas imediações da fruta e retardando seu amadurecimento. OBRIGADA! DEBORA ALVES debora.alves@sereducacional.comPROFESSORA EXECUTORA
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