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AVALIACAO A3 - UC Processo Civil

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AVALIAÇÃO A3 - UC: DIREITO PROCESSUA CIVIL 
 
OBJETIVO 
Com base nos conhecimentos obtidos durante o semestre, tendo em vista as aulas, as buscas ativas, 
as pesquisas e todas as metodologias desenvolvidas, os discentes, organizados em grupos, deverão 
elaborar resposta para a Avaliação A3, com apresentação e análise obrigatória de legislação, 
jurisprudência e doutrina. 
 
ETAPAS 
1) Diante do problema apresentado, verifique a existência de vício ou não em cada um dos 
números negritados, sublinhados e colocados entre parênteses, e indique se há vício ou 
não há vício e os fundamentações legais, jurisprudenciais e doutrinários para cada um dos 
itens; 
2) Especificamente quanto ao número 1, esclareça qual o tipo de pedido formulado, 
indicando o seu fundamento legal; 
3) Especificamente em relação aos números 14 e 15, esclareça se o Executado poderá opor-
se ao bloqueio de ativos financeiros e, em caso afirmativo, mencione a forma e a 
fundamentação legal. 
 
 
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO PARA A3 
Critério de avaliação Detalhamento do critério Peso 
Uso da norma culta da 
língua portuguesa e 
linguagem jurídica. 
Estruturação formal do 
texto 
Avaliar: (i) correção ortográfica e gramatical; 
(ii) uso de termos jurídicos; (iii) coesão e 
coerência textuais: frases, parágrafos e ideias do 
texto estão conectados, fazendo sentido. 
20% 
Compreensão do 
enunciado e 
desenvolvimento da 
resposta 
Avaliar: (i) a questão foi respondida; (ii) a 
resposta contém conceitos e/ou argumentos que 
tragam profundidade. 
30% 
Fundamentação jurídica Avaliar: (i) utilização da legislação, 
jurisprudência, doutrina e/ou outras fontes do 
direito; (ii) raciocínio jurídico conectando a 
fonte do direito ao caso apresentado 
50% 
 
 
João Inácio, empresário, solteiro, residente no município de Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais, 
adquiriu um imóvel no Litoral Norte Paulista, especificamente, na badalada praia de Maresias- São 
Sebastião. 
 
Pois bem. 
 
Como a aquisição se deu em período de pandemia, João Inácio, em todas as visitas realizadas, com 
as devidas cautelas exigidas pelos protocolos sanitários, entendeu que a localização da casa era 
privilegiada por se situar em frente à praia (pé na areia), e, distante da área onde, segundo a sua 
concepção e a do corretor, se dava a maior agitação. 
 
Passada a fase da pandemia, e com a volta da vida à normalidade, João Inácio começou a perceber 
que, na verdade, a casa adquirida estava localizada na parte de maior agitação da praia e, para 
piorar, o imóvel vizinho ao seu era uma Casa Noturna conhecida pelas festas de “virar a noite” aos 
finais de semana, com música de todos os gêneros. 
 
Além da questão relativa à música e às festas, de sexta até domingo às 12:00pm, havia uma 
concentração enorme de pessoas, carros e carrinhos de bebidas e comidas na frente do portão de 
acesso à casa de João Inácio, que dificultava, sobremaneira, a entrada e saída das pessoas da casa, 
sem falar em todo o incômodo gerado pela perturbação decorrente do barulho noite adentro. 
 
Inconformado com a situação, João Inácio buscou saber quem era o proprietário do 
estabelecimento, sendo este identificado como Rogério Casmurro, sócio majoritário da pessoa 
jurídica “Baladas Forever Ltda.”, sendo certo que a Casa Noturna adotava o nome fantasia de 
“Madrugada Forever Beach Night Club”. 
 
João Inácio, imbuído da mais legítima boa-fé, marcou uma reunião com Rogério Casmurro, ocasião 
em que expôs todo o drama vivido, assim como que tinha comprado aquele imóvel com o objetivo 
de descanso, tendo em vista ter pais idosos e um filho com necessidades especiais, que não 
suportava barulhos em excesso. Ponderou, ainda, ao Sr. Rogério Casmurro, que, seu filho vinha 
tendo elevado sucesso no tratamento, mas que o alto som, durante toda a madrugada em todos os 
finais de semana, vinha causando alto grau de irritabilidade no menor e, consequentemente, 
sentida regressão no seu tratamento. 
 
Sem qualquer titubeio, o Sr. Rogério Casmurro disse ao Sr. João Inácio: “essa é a realidade daqui, o 
Sr. que tivesse comprado casa em outro local. A festa não pode parar”. 
 
A situação foi se agravando cada vez mais, pois, a animosidade entre as partes (João Inácio e Rogério 
Casmurro) apenas aumentou, e, para piorar, iniciou-se o período do verão, levando um número 
maior de pessoas a frequentar o local e com festas sendo realizadas diariamente. 
 
Diante da insustentabilidade da situação, João Inácio contratou um renomado advogado, que 
ajuizou uma ação, com fundamento no uso nocivo da propriedade, visando a cessação da atividade 
 
 
comercial ou que a pessoa jurídica “Baladas Forever Ltda.” fizesse tratamento acústico, de sorte a 
impedir que o som ultrapassasse os limites da casa noturna, preservando, portanto, o direito ao 
sossego (1). 
 
João Inácio, agora Autor, promoveu a sua ação no Foro do seu domicílio, sendo a ação distribuída 
para 2ª Vara Cível do Fórum da Comarca de Belo Horizonte. 
 
O Advogado, contratado pelo Autor, ajuizou a referida ação em face de Rogério Casmurro, agora 
Réu, na qualidade de sócio–majoritário da pessoa jurídica sediada no imóvel vizinho. 
 
Observadas as cautelas de estilo, o Juiz determinou que o Réu fosse citado por oficial de justiça, 
vinculado ao seu Juízo, na praia de Maresias, São Sebastião-SP (2). 
 
Devidamente citado, o Réu apresentou sua contestação, alegando: (a) que era parte ilegítima 
apenas (3) e (b) que não havia qualquer barulho, assim como a atividade exercida respeitava o 
sossego alheio. 
 
Recebida a contestação apresentada pelo Réu, o Juiz da 2ª (segunda) Vara Cível de Belo Horizonte 
proferiu despacho inaugural, determinando que o Autor se manifestasse sobre a contestação e 
documentos apresentados, assim como as partes (Autor e Réu) especificassem as provas que 
pretendiam produzir, justificando a pertinência de cada uma delas. 
 
O Autor requereu ao Juiz a produção das seguintes provas: a) depoimento pessoal do representante 
legal da empresa; b) oitiva de testemunhas; c) a realização de inspeção judicial; e, d) prova técnica 
pericial para aferir a altura do som dentre dos cômodos da casa do Autor. 
 
O Réu, por sua vez, não se manifestou no prazo estabelecido pelo Juiz, quedando-se, pois, inerte. 
 
Após tal prazo, a uma entidade, representativa de crianças portadoras de necessidades especiais, 
requereu seu ingresso aos autos do processo, com o objetivo de auxiliar o Juízo e fornecer melhores 
elementos de convicção. O Juiz prontamente indeferiu o pedido, sob os argumentos de que aquele 
tipo de processo não admitia qualquer intervenção e não existia qualquer modalidade que 
possibilitasse a um 3º (terceiro) atuar em auxílio do Juízo. 
 
Superada a questão supra, na decisão saneadora, o Juiz entendeu que era muito mais fácil e 
dinâmico que o Réu provasse que a atividade por ele exercida não era nociva do que propriamente 
ao Autor, invertendo, pois, o ônus da prova, com base no art. 373, §1º, do CPC. 
 
O Autor, com o objetivo de imprimir maior efetividade, contratou um famoso e reconhecido 
Instituto de Tecnologia, que, de forma particular, atestou que o som advindo da atividade exercida 
pelo imóvel vizinho superava em muito o limite de tolerância imposto pela legislação própria, 
procedendo a juntada do laudo técnico aos autos do processo. 
 
 
Diante do laudo produzido pelo renomado Instituto, o Juiz, sem qualquer oportunidade de ouvir o 
Réu, proferiu sentença, com a seguinte fundamentação: 
 
“Vistos etc. 
O documento juntado aos autos as fls. 209/300 (laudo técnico), confirma 
toda a tese narrada na inicial. (4) 
Diante disso, e de tudo mais que dos autos consta, julgo procedente o 
pedido formulado pelo Autor para o fim de condenar o Réu a realizar o 
tratamento acústico de seu estabelecimento, no prazo de 30 (trinta) dias, 
sob pena de multa diária de R$1.000,00 (mil reais) por dia de 
descumprimento. 
Como o Autor decaiu do seu pedido – pedido principal era a cessaçãoabsoluta de toda a atividade comercial no local (5) – cada parte arcará 
com os honorários de seu patrono e as custas a que deu causa (6). 
Registre-se. Publique-se, Intime-se”. 
 
Inconformado com a R. Sentença proferida, o Réu interpôs competente recurso de apelação no 17º 
dia útil subsequente à intimação da R. Sentença (7) e sem recolher o preparo devido, sendo certo 
que o próprio Juiz de 1º Grau, diante da falta de recolhimento do preparo, fez o juízo de 
admissibilidade negativo (8), deixando de enviar os autos do processo com o recurso de apelação 
ao Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais. 
 
Resolvidas as questões relativas ao processamento do recurso, com seu envio posterior o referido 
Tribunal, foi sorteada a 12ª Câmara de Direito Privado para julgar o recurso, recaindo a relatoria 
para Desembargador Breno Lopes, que é irmão do Apelado, João Inácio. 
 
Por ocasião do julgamento, a Câmara Julgadora, sem qualquer consulta às partes por se tratar de 
matéria de ordem pública (9), extinguiu o procedimento, sem resolução do mérito, por entender 
que a ação deveria ser ajuizada em face da pessoa jurídica e não em face do seu sócio majoritário, 
tendo tal decisão sido tomada por maioria de votos (2 x 1), encerrando-se aí o julgamento (10). 
 
Diante da extinção, o Autor foi condenado ao pagamento de honorários de sucumbência no 
percentual de 20% (vinte por cento) sobre o valor da causa atualizado, cujo valor atribuído foi de R$ 
500.000,00 (quinhentos mil reais). 
 
Diante da falta de outros recursos das partes a decisão transitou em julgado, formando, pois, coisa 
julgada material (11). 
 
Iniciada a fase de cumprimento da sentença para recebimento dos valores oriundos da condenação, 
que, por opção do Exequente (Rogério Casmurro), foi iniciada em São Sebastião, o Juiz daquela 
Comarca determinou que o Executado (João Inácio) pagasse a quantia devida no prazo de 15 dias 
corridos (12) e que a sua intimação se desse na pessoa do seu advogado (13), muito embora a fase 
 
 
de cumprimento tenha sido iniciada após o decurso de 2 (dois) anos do trânsito em julgado da 
decisão. 
 
Transcorrido mais de 6 (seis) meses, sem que o Executado, João Inácio, pagasse a quantia, o que fez 
com que o Exequente pedisse o bloqueio de ativos financeiros do Executado, o que restou 
parcialmente frutífero com o bloqueio de R$ 25.000,00 (vinte cinco mil reais), sendo R$ 5.000,00 
(cinco mil reais) provenientes de salário (14) e os outros R$ 20.000,00 (vinte mil reais) que se 
achavam guardados em caderneta de poupança (15). 
 
Como o valor não foi suficiente para saldar toda a quantia devida, em pesquisa realizada nos 
convênios existentes (RENANJUD, INFOJUD etc.), verificou-se que o Executado tinha apenas o 
imóvel da praia de Maresias, que era destinado à sua moradia e de sua família, porém, o Juiz, por 
considerar que o elevado valor do imóvel frente ao valor da dívida, determinou que se realizasse a 
penhora (16). 
 
O bem foi devidamente avaliado pelo Oficial de Justiça pelo valor de R$ 5.000.000,00 (cinco milhões 
de reais), designando-se as datas para a venda em leilão, com autorização de venda na forma do 
art. 895 do Código de Processo Civil. 
 
Por ocasião do 2º (segundo) leilão, foi ofertado o valor de 40% (quarenta por cento) da avaliação, o 
que foi deferido pelo Juiz (17), tendo sido o imóvel arrematado pelo Advogado do Exequente (18). 
 
Após todos esses acontecimentos, o Executado, em reunião com seu advogado, questionou se o 
fato de o Exequente saber quem deveria ocupar o polo passivo e não ter indicado, não lhe geraria 
nenhuma responsabilidade, o que foi respondido negativamente (19). 
 
Da mesma forma, todo o transcurso do processo e as festas acabou por agravar muito a situação de 
saúde do seu filho, o que levou a questionar se nada poderia ter sido feito no curso do processo 
para evitar o dano que se experimentou, o que foi respondido negativamente (20).

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