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Indaial – 2021 Posicionamento Por satélite Prof. Gregorio Carlos De Simone 1a Edição Copyright © UNIASSELVI 2021 Elaboração: Prof. Gregorio Carlos De Simone Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. Impresso por: S598p Simone, Gregorio Carlos de Posicionamento por satélite. / Gregorio Carlos de Simone. – Indaial: UNIASSELVI, 2021. 200 p.; il. ISBN 978-65-5663-483-8 ISBN Digital 978-65-5663-481-4 1. Posicionamento por satélite. – Brasil. II. Centro Universitário Leonardo da Vinci. CDD 910 aPresentação Realizar uma leitura global sobre o posicionamento de satélites requer que o profissional, o estudante ou o pesquisador tenha uma base sólida no que diz respeito à tarefa. Para isto ocorrer perfeitamente, é imprescindível compreender todo o processo histórico, de criação e evolução do GPS, acrônimo de Global System Position. Para tanto, neste livro, estudaremos uma série de conceitos e discussões, que visam proporcionar a você, acadêmico, um embasamento, para conhecer amplamente o sistema de posicionamento de satélites. O GPS tem se tornado uma tecnologia extremamente útil e inovadora para uma ampla rede de atividades, que necessitam da precisão do posicionamento, quais sejam da área ambiental, cartográfica, redes de transportes terrestre, aérea e marítima, geodinâmica, entre outras mais. Neste sentido, na Unidade 1, abordaremos inicialmente alguns conceitos preliminares sobre o tema, dando prosseguimento através de um breve apanhado histórico da evolução do sistema de posicionamento e navegação. Serão iniciadas as discussões sobre os princípios do funcionamento do sistema, órbitas e constelações de satélites e quais são as aplicações, serviços e receptores que podemos utilizar. Por fim, encerrando esta primeira unidade, conheceremos os principais sistemas de navegação: o sistema Navstar GPS, Glonass e Galileo. Na Unidade 2, estudaremos a fundo o sistema Navstar GPS, principal sistema de navegação e posicionamento utilizado globalmente. Nosso foco estará pautado na estrutura, tempo e fontes de erros existentes no meio GPS. Assim, poderemos compreender como se dão as leituras, técnicas e as interpretações cabíveis dos resultados obtidos. Ainda, trabalharemos também com dados georreferenciados, isto é, quais são as fontes de obtenção destes dados e para o que eles nos servem. Finalizando a Unidade 2, serão apresentados os sistemas de referência dando um zoom nas questões de representações espaciais, aplicação de projeções e leitura de escalas. Uma breve leitura a respeito da utilização do GNSS na legislação brasileira também será realizada. Por fim, na Unidade 3, encerraremos nosso livro com uma ampla abordagem a respeito das observáveis GNSS e métodos de posicionamento, permitindo o leitor entender as diferenças existentes entre os métodos de posicionamento, admitindo a compreensão, os motivos e os resultados esperados ao se escolher um método em detrimento de outro. Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos! NOTA Portanto, convidamos você, estudante, a iniciar conosco este breve trajeto de aprendizagem sobre um tema tão importante e atual para as áreas de geotecnologias e geoprocessamento. Bons estudos! Prof. Gregorio Carlos De Simone Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela um novo conhecimento. Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento. Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo. Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada! LEMBRETE sumário UNIDADE 1 — POSICIONAMENTO E NAVEGAÇÃO ................................................................ 1 TÓPICO 1 — CONCEITOS PRELIMINARES E A IMPORTÂNCIA PARA O GEOPROCESSAMENTO ............................................................................................ 3 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3 2 UM POUCO DE HISTÓRIA (POSICIONAMENTO E NAVEGAÇÃO)................................... 3 3 POSICIONAMENTO E NAVEGAÇÃO HOJE .............................................................................. 8 4 TIPOS DE EQUIPAMENTOS DE NAVEGAÇÃO ...................................................................... 11 RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 16 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 17 TÓPICO 2 — PRINCÍPIOS DE FUNCIONAMENTO DO SISTEMA ....................................... 19 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 19 2 PRINCÍPIOS DE FUNCIONAMENTO ......................................................................................... 19 3 ÓRBITAS E CONSTELAÇÕES DE SATÉLITES ......................................................................... 26 4 APLICAÇÕES, SERVIÇOS E RECEPTORES ............................................................................... 29 RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 37 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 38 TÓPICO 3 — INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS GPS, GLONASS E GALILEO ..................... 41 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 41 2 SISTEMA NAVSTAR GPS ............................................................................................................... 41 3 SISTEMA GLONASS ....................................................................................................................... 44 4 SISTEMA GALILEO ......................................................................................................................... 47 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................52 RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 57 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 58 REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 60 UNIDADE 2 — GEOTECNOLOGIAS E A AQUISIÇÃO DE DADOS GEORREFERENCIADOS ...................................................................................... 63 TÓPICO 1 — SISTEMAS DE POSICIONAMENTO POR SATÉLITES: ESTRUTURA, TEMPO E FONTES DE ERROS GPS ....................................................................... 65 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 65 2 AS OBSERVÁVEIS GPS ................................................................................................................... 65 2.1 CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA ......................................................................................... 66 2.2 COMPOSIÇÃO DO SISTEMA .................................................................................................... 66 2.3 ESTRUTURA DO SINAL GPS .................................................................................................... 67 2.4 SINTESE DAS OBSERVÁVEIS GPS ........................................................................................... 69 3 FONTES DE ERROS GPS ................................................................................................................ 71 4 TÉCNICAS PARA POSICIONAMENTO COM GPS ................................................................. 79 RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 91 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 92 TÓPICO 2 — DADOS GEORREFERENCIADOS .......................................................................... 95 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 95 2 CONCEITOS BÁSICOS ................................................................................................................... 95 3 FONTES DE OBTENÇÃO .............................................................................................................. 101 3.1 MAPAS ......................................................................................................................................... 101 3.2 REDES ........................................................................................................................................... 102 3.3 IMAGENS .................................................................................................................................... 102 3.4 MODELOS NUMÉRICOS DO TERRENO (MNT) ................................................................. 103 4 PRINCIPAIS USOS ......................................................................................................................... 103 RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 107 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 108 TÓPICO 3 — SISTEMAS DE REFERÊNCIA ASSOCIADOS.................................................... 111 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 111 2 GEODÉSIA E DATUNS ................................................................................................................. 111 3 SISTEMAS, PROJEÇÕES E ESCALAS ....................................................................................... 117 3.1 WGS 84 (WORLD GEODETIC SYSTEM 1984) ....................................................................... 119 3.2 SISTEMA GEODÈSICO BRASILEIRO SIRGAS 2000 ............................................................ 119 3.3 REDE BRASILEIRA DE MONITORAMENTO CONTÍNUO (RBMC) ............................... 122 4 UMA BREVE ABORDAGEM SOBRE O TEMA GNSS NA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA ...... 124 LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 127 RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 132 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 133 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 135 UNIDADE 3 — SISTEMA DE REFERÊNCIA ESPACIAL E MÉTODOS DE POSICIONAMENTO ........................................................................................... 137 TÓPICO 1 — OBSERVÁVEIS GNSS: CARACTERÍSTICAS E ERROS SISTEMÁTICOS ...... 139 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 139 2 PRINCÍPIOS DE FUNCIONAMENTO GNSS .......................................................................... 139 3 COMPONENTES DOS SINAIS GNSS ....................................................................................... 143 4 DIFICULDADES E ERROS GNSS ............................................................................................... 147 4.1 MULTICAMINHAMENTO....................................................................................................... 149 4.2 PERDAS DE CICLO ................................................................................................................... 150 RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 157 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 158 TÓPICO 2 — MÉTODO DE POSICIONAMENTO GNSS E AS SOLUÇÕES DAS AMBIGUIDADES............................................................................................ 161 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 161 2 POSICIONAMENTO POR PONTO SIMPLES ......................................................................... 161 3 RTK E DGPS ..................................................................................................................................... 163 4 POSICIONAMENTO POR PONTO PRECISO (PPP) .............................................................. 169 RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 178 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 179 TÓPICO 3 — OUTROS MÉTODOS DE POSICIONAMENTO GNSS: POSICIONAMENTO RELATIVO ......................................................................... 181 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 181 2 POSICIONAMENTO RELATIVO ESTÁTICO E ESTÁTICO RÁPIDO ......................................................................................................................... 181 3 POSICIONAMENTO RELATIVO SEMICINEMÁTICO E CINEMÁTICO ....................... 184 4 POSICIONAMENTO RELATIVO A PARTIR DO CÓDIGO C/A ......................................... 185 LEITURA COMPLEMENTAR.......................................................................................................... 188 RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 196 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 197 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 199 1 UNIDADE 1 — POSICIONAMENTO E NAVEGAÇÃO OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • compreender o surgimento e o desenvolvimento dos sistemas de posicionamento por satélites; • abarcar a importância dos sistemas de posicionamento por satélite para o desenvolvimento das técnicas de geoprocessamento; • analisar os princípios de funcionamento do sistema; • identificar e caracterizar os sistemas Navstar GPS, Glonass e Galileo. Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – CONCEITOS PRELIMINARES E A IMPORTÂNCIA PARA O GEOPROCESSAMENTO TÓPICO 2 – PRINCÍPIOS DE FUNCIONAMENTO DO SISTEMA TÓPICO 3 – INTRODUÇÃO AO SISTEMAS GPS, GLONASS E GALILEO Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações. CHAMADA 2 3 TÓPICO 1 — UNIDADE 1 CONCEITOS PRELIMINARES E A IMPORTÂNCIA PARA O GEOPROCESSAMENTO 1 INTRODUÇÃO Neste tópico, abordaremos preliminarmente alguns conceitos importantes a respeito do posicionamento e navegação por satélite. Para tanto, analisaremos brevemente o histórico da temática, como e quando ela surgiu, e quais foram as evoluções ocorridas até os dias de hoje. Deste modo, veremos que o conhecimento geográfico posicional foi algo inerente ao homem desde a pré-história, sendo sistematizado em seu tempo, conforme o seu horizonte geográfico se expandia. Vislumbraremos, de maneira breve, os tipos de tecnologias/equipamentos utilizados de modo a inferir a sistematização geográfica. Poderemos compreender que os Sistemas de navegação por satélite são sistemas capazes de estabelecer o posicionamento geoespacial de um objeto na superfície da Terra através do uso de satélites artificiais que orbitam ao redor do planeta. Por fim, de modo a se obter o melhor rendimento do acadêmico a respeito dos assuntos apresentados no Tópico 1 será proposta uma autoatividade, envolvendo conceitos, histórico do sistema de posicionamento e navegação, bem como os equipamentos chave que os integram. Bons estudos! 2 UM POUCO DE HISTÓRIA (POSICIONAMENTO E NAVEGAÇÃO) O cenário mundial da informação e da comunicação vem incidindo por grandes mutações nos últimos anos, tais quais são advindas dos avanços tecnológicos os quais tem proporcionado, a cada instante, uma nova opção para a difusão das informações. Naturalmente, constata-se a interferência das inovações tecnológicas em nossas vidas, seja por meio de acesso às informações via rede mundial de computadores, ou ainda mesmo através da realização de uma simples operação bancária, realizada sem o auxílio de terceiros, através de computadores, chamados de caixas eletrônicos. UNIDADE 1 — POSICIONAMENTO E NAVEGAÇÃO 4 Consagradamente a apreciação e a representação da superfície terrestre têm se dado com o aspecto primordial da organização e desenvolvimento das sociedades. O entendimento sobre a distribuição espacial dos recursos naturais, infraestrutura instalada, distribuição da população, entre outros, sempre fez parte, das noções básicas sobre as quais eram redigidos os novos rumos para o desenvolvimento regional. Desde os tempos pretéritos até os dias de hoje, as informações e dados espaciais têm sido apresentados de forma gráfica pelos antigos cartógrafos e utilizados por navegadores e demais profissionais atuantes na área. A recolha de indicações sobre a organização geográfica de recursos minerais, terras rurais, áreas urbanas, animais e plantas sempre foi um elemento importante das atividades das sociedades organizadas. O alcance de informações a respeito da distribuição geográfica dos recursos naturais içou o desenvolvimento de numerosos países, possibilitando desde então uma ocupação e expansão territorial mais planejada. Localizar um objeto nada mais é do que atribuir-lhe coordenadas. Ainda que atualmente se trate de um trabalho que possa ser exercido com tocante parcimônia, valendo-se, por exemplo, de satélites artificiais próprios para este fim, este foi um dos principais problemas científicos que o ente homem intentou esclarecer. Nós, incessantemente, estivemos dedicados em enxergar onde estávamos, primeiramente concentrados à vizinhança imediata ao nosso lar, posteriormente o interesse ampliou-se para as regiões de comercialização e, por fim, com a expansão da navegação marítima, praticamente alcançou-se o mundo todo. Dominar fronteiras, de modo que a viagem da embarcação terminasse segura, requeria a compreensão sob a forma de navegar, ou seja, saber ir e voltar de um local a outro e fixar posições geográficas, sejam em terra ou no mar. Por profuso tempo, o sol, os planetas e as estrelas foram grandes marcas de direção. Entretanto, além do primordial talento do marinheiro, as circunstancias climáticas podiam ser a diversidade entre o sucesso e o insucesso de uma expedição (DOTORI; NEGRAES, 1997). Surgiu, em seguida, a bússola, criada pelos chineses, a qual gerou uma real inovação na navegação. A bússola é um dispositivo que admite alcançar ou determinar direções. Ela compreende basicamente num ponteiro magnetizado livre para se ordenar de modo preciso com o campo magnético da Terra. A bússola concede então a uma direção de referência conhecida que é de grande apoio na navegação, por exemplo. Os pontos cardeais são norte, sul, leste e oeste. Uma bússola pode ser empregada com um relógio e uma sextante para ceder uma capacidade de navegação bem precisa. Esse dispositivo potencializou extremamente o comércio marítimo conduzindo as viagens mais seguras e eficazes. INTERESSA NTE TÓPICO 1 — CONCEITOS PRELIMINARES E A IMPORTÂNCIA PARA O GEOPROCESSAMENTO 5 Mesmo com a criação da bússola, ainda permanecia uma adversidade: como limitar o posicionamento de uma embarcação em alto-mar? O astrolábio, a melindre de seu peso e tamanho, promovia meramente a aquisição da latitude, sujeitada a volumosa chance de inexatidão. Em tempo, a aferição só podia ser efetuada à noite, desde que com adequada visibilidade. Evoluções aconteceram, no transpassar dos anos, com a inserção de novas ferramentas, tais como o quadrante de Davis e o sextante. A especificação da longitude foi encarada como um dos maiores problemas científicos do século XVIII, a qual se encontra bem retratada, conforme Sobel (1996). De qualquer forma, pode-se afirmar que mesmo com os melhores instrumentos à época, a navegação celeste só promovia calores aproximados da posição, os quais nem sempre eram propícios para identificar com exatidão um porto durante o período noturno. O astrolábio é um antigo instrumento que era usado para determinar as posições e medir a distância das estrelas. Entretanto, ele possui os mais distintos empregos. Pode, por exemplo, resolver problemas astronômicos, bem como saber as horas. Ainda, é possível calcular o tamanho de uma montanha e a profundidade de um poço. Antigamente, o aparelho já foi muito usado por marinheiros que queriam calcular toda a distância que iriam percorrer em suas rotas. O astrolábio foi desenvolvido pelos árabes, entretanto, foram os gregos que aprimoraram suas funções. Em uma tradução quase literal, a palavra significaria buscador de estrelas. Isso porque astro vem do grego e significa estrela e de lip, que significa aquele que procura.O seu uso era muito frequente quando ainda não existia o relógio mecânico e nem a difusão da bússola. Por esse motivo, tornou-se um equipamento praticamente indispensável para os navegadores, astrônomos, astrólogos e pesquisadores. Pelos árabes seu uso foi exigido até o século XIX, até o sextante ser inventado. A partir de então, o aparelho anterior foi abandonado por ser menos preciso. Já na Europa, ele perdurou apenas até o final do século XVII, quando também foi trocado por melhores instrumentos. Atualmente, o “primeiro” modelo já foi praticamente todo substituído por astrolábios impessoais e telescópios. O impessoal diminui consideravelmente os erros que possam vir a ocorrer mediante as observações. Já o telescópio é possível focar em detalhes altamente precisos no céu. INTERESSA NTE UNIDADE 1 — POSICIONAMENTO E NAVEGAÇÃO 6 Com o progresso da eletrônica, alguns sistemas foram desenvolvidos, mas mesmo esses davam algum tipo de adversidade. Nesse sentido, pode-se mencionar que qualquer navegador, naturalmente, já deve ter visto o LORAN (Long-Range Navigation), o DECCA (Low Frequency contínuos wave phase compasion navigation) e o Ômega (Global low frequanvy navigation system). Eles se baseiam em ondas de rádio. Os dois primeiros atuam muito bem na zona costeira, em que há uma rede de estações para dar suporte ao posicionamento. No entanto, um problema destes sistemas é a precisão, em razão da distorção eletrônica e das vicissitudes do relevo. O ômega, apesar de sua abrangência global, apresenta pouca precisão e os equipamentos são de alto custo; um outro sistema desenvolvido, agora baseado em satélites artificiais, foi o NSS (Nawy Navigation Stellite System), também conhecido como Tranit, cujas medidas se fundavam no efeito Doppler (SEEBER, 2003). Nesse sistema, as órbitas dos satélites eram muito baixas e não havia uma quantidade elevada de satélites. Por conseguinte, não se tinha como conseguir posições com muita frequência. Carecia, portanto, uma resolução que ocorresse boa precisão, facilidade de uso e custos alcançáveis para o usuário. A saída efetiva para o problema surgiu fundamentalmente a partir da década de 1970 com a proposta do GPS (Global Position System). Você sabia que no final de década de 1960 e início da década de 1970, o Brasil começou a desfrutar de dados obtidos pelos satélites americanos? Primeiramente os meteorológicos e subsequentemente os destinados ao monitoramento dos recursos terrestres, como é o caso do ERST (Satélite Tecnológico para os Recursos da Terra), o qual posteriormente foi denominado de LANDSAT. Os dados obtidos por esta série de satélites ensejaram a formação de uma vasta base de dados, os quais deram suporte para a composição de vários planos de desenvolvimento. DICAS Correntemente se porta a expressão GPS no caso de se referir a navegação por satélite, no entanto, isto é um lapso corriqueiro, possivelmente por ser o GPS o mais conhecido e o mais utilizado. Todavia, o uso equivocado dessa terminologia está cessando pelo contínuo e crescente emprego de posicionamento por satélite pela sociedade científica, com a revitalização do sistema GLONASS e a ascensão do sistema GALILEO. A nomenclatura GPS faz referência a um sistema particular, enquanto que o GNSS (Global Navigation Satellite System) faz menção a qualquer sistema de posicionamento global de satélite, ou seja, GPS, GLONASS e GALILEO são sistema GNSS (MONICO, 2008). TÓPICO 1 — CONCEITOS PRELIMINARES E A IMPORTÂNCIA PARA O GEOPROCESSAMENTO 7 Diversos entendidos, especialistas, técnicos, profissionais, estudantes e até mesmo professores tratam os termos GPS e GNSS como sinônimos, porém há distinções. O Sistema GNSS é definido por constelações de satélites que propiciam determinar o posicionamento e a localização de qualquer objeto no globo terrestre. Todavia um fato importante na história do sistema de posicionamento e navegação por satélites deve ser mencionado. A antiga União Soviética (atualmente Rússia) protagonizou uma espécie de rivalidade guiada com Estados Unidos a época da Guerra Fria, um período histórico marcado por disputas estratégicas e conflitos indiretos entre os países. Devido a esta disputa polarizada entre capitalistas e socialistas, várias inovações tecnológicas, como a própria internet, foram desenvolvidas com a finalidade de serem usadas como “armas” em uma eventual guerra entre as duas maiores potências mundiais à época. Assim sendo, tem-se como marco importante no processo histórico dos sistemas de posicionamento de satélites, o ano de 1957, quando a União Soviética lançou o primeiro satélite artificial da história, o Sputnik 1. O satélite Sputnik 1 tinha forma esférica, media 58 cm de diâmetro e pesava exatos 83,6 kg. De acordo com os registros históricos, ele levou 98 minutos para ser colocado em órbita ao redor da Terra. Este acontecimento histórico deu início aos primeiros estudos sobre o uso de satélites na localização de pontos sobre a superfície terrestre. INTERESSA NTE Depois que o Sputinick foi enviado pelos soviéticos para a órbita, uma equipe de cientistas do MIT (Massachussets Institute of Technology), liderados pelo pesquisador Dr. Richard B. Kershner, examinaram as transmissões de rádio do satélite Sputnik 1. A equipe apurou que a frequência do sinal do satélite era mensurável à medida que se avizinhava de sua localização. Também foi constatado que seria capaz de identificar os locais dos receptores no solo, de acordo com sua distância a um satélite espacial. Isso, não obstante, é a base do atual sistema GPS. Com a conquista da União Soviêtica, os EUA tiveram que aprimorar suas tecnologias, pois caso ocorresse a guerra, seria essencial saber as exatas localizações geográficas. Assim sendo, nesta corrida movida a muito investimento, os norte- americanos foram os que de fato criaram o sistema. A base dessa criação foi o projeto NAVSTAR (Navigation System with Timing and Ranging), desenvolvido nas décadas de 1960 e 1970 pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos da América, o qual posteriormente entrara em modo totalmente operacional somente na década de 1990. Entretanto, os russos criaram o GLONASS ou Sistema de Navegação Global por Satélite desde o ano de 1976. UNIDADE 1 — POSICIONAMENTO E NAVEGAÇÃO 8 No início da década de 1990, o governo dos EUA ainda receava-se que países rivais pudessem usar o GPS como um proveito estratégico, no caso de um confronto militar. Com isso, o Departamento de Defesa norte-americano resolveu de maneira unilateral diminuir deliberadamente a precisão do sistema. Assim, até o final da década de 1990, o serviço de GPS para qualquer uso (exceto militar) sofria uma limitação de precisão, chamada de Disponibilidade Seletiva (Selective Availability – SA). No meio da década, a primeira versão do sistema GPS foi concluída, quando o último dos 27 satélites CPS totalmente operacionais foram distribuídos ao espaço. Destes, três foram usados como reservas a fim de substituir qualquer um dos satélites ativos que viessem a falhar. Nas vésperas da virada do século, o então presidente dos EUA Bill Clinton, assentiu a descontinuação do projeto de aviltamento do GPS, elevando a precisão para o uso civil e comercial de 100 metros para 20 metros. Embora os EUA apontarem que não visam cercear o emprego do GPS, é de sabedoria universal que no caso de uma nova guerra, fundamentalmente de extensões globais, essa ferramenta é valiosa demais e poderá a vir ser desativada para o uso livre. 3 POSICIONAMENTO E NAVEGAÇÃO HOJE Com a propalação, o GPS anda sendo operado cada vez mais em variadas áreas, as quais perpassam desde o marketing e comunicação, até a inteligência empresarial. A partir dele, as instituições usufruem de dados de localização para pensar e moldar o mercado. Elaborar mapas de calor, fluxos, contagem, entre outros a partir do sistema multiuso de radionavegação baseado no espaço, conforme é ilustrado na figura a seguir. FIGURA1 – ILUSTRAÇÃO DO SISTEMA MULTIUSO DE RADIONAVEGAÇÃO BASEADO NO ESPAÇO FONTE: <https://flowsenseblog.files.wordpress.com/2017/08/gps.jpg?w=229&h=229>. Acesso em: 30 nov. 2020. TÓPICO 1 — CONCEITOS PRELIMINARES E A IMPORTÂNCIA PARA O GEOPROCESSAMENTO 9 Atualmente, a Força Aérea norte-americana gerencia uma constelação de 31 satélites GPS operacionais, além de três satélites desativados, os quais podem ser reativados (se necessário). No ano de 2004, o então presidente americano George W. Bush, constituiu o Comitê Executivo Nacional de Posicionamento, Navegação e Cronometragem com base no espaço para gerenciar o sistema GPS, sucedendo o conselho executivo interinstitucional que Bill Clinton concebeu no decorrer de seu mandato. No mesmo ano, a Qualcomm (empresa americana de tecnologias) relatou que desenvolveu uma tecnologia que assentia que telefones celulares acionassem sinais de celular junto aos sinais GPS. Essa fusão de sinais conseguiu identificar com precisão o posicionamento dos usuários a poucos metros de seus locais físicos concretos. Todavia, o sistema GPS já não é o único sistema disponível atualmente. Visto que já contamos com soluções de outros países, como o GLONASS e o GALILEO, além de soluções experimentais em desenvolvimento por variadas nações. O GPS é um sistema composto por satélites com função básica de prestar informações sobre o posicionamento de um equipamento que seja capaz de receber os sinais enviados por eles. Por enquanto ainda é o sistema mais utilizado, isso porque as soluções concorrentes ainda são muito recentes e/ou algumas ainda perpassam por testes e precisam ser aprimoradas. A seguir ilustra-se como este sistema pode ser interpretado em órbita. FIGURA 2 – CONSTELAÇÃO DE SATÉLITES GPS FONTE: <https://www.oficinadanet.com.br/imagens/post/10580/concepcao_gps_dod_usa.jpg>. Acesso em: 26 nov. 2020. UNIDADE 1 — POSICIONAMENTO E NAVEGAÇÃO 10 O GLONASS é a alternativa de projeto russo para o posicionamento global por satélites, o qual vem sendo desenvolvido desde 1976. Assim como o GPS, também foi concebido inicialmente para fins militares. O projeto ficou abandonado por anos devido ao fim da URSS, mas durante a última década, sob o governo de Vladimir Putin, o projeto foi restaurado com grande prioridade, e em 2010 chegou a custar um terço do orçamento total da Agência Espacial Federal Russa. Hoje o GLONASS já conta com cobertura global e precisão tão boa quanto o GPS. FIGURA 3 – EXEMPLO DE SATÉLITE RUSSO GLONASS FONTE: <https://img.ibxk.com.br/2019/07/15/15151336656157. jpg?w=1120&h=420&mode=crop&scale=both>. Acesso em: 27 nov. 2020. O GALILEO é o outro sistema de navegação por satélite existente e que está sendo produzido por países membros da União Europeia. Este aspira em se tornar o principal no ramo de posicionamento global, ofertando elevado grau de detalhes e precisão a nível civil. Diferenciado dos outros dois sistemas, GPS e GLONASS, que foram desenvolvidos objetivando o uso das forças armadas (militar), o GALILEO foi ensejado para o uso civil. De acordo com a União Europeia, o GALILEO chegou para ofertar variadas conveniências quanto ao uso de sistemas de navegação, provendo maior precisão de localização (fundamentalmente determinado em testes reais), maior segurança e menos propício a problemas, visto que contará com a habilidade em realizar testes sobre sua integridade automaticamente. Deste modo, o GALILEO é um sistema de posicionamento global estabelecido para atuar no mercado de GNSS (Global Navigation Satellite Infraestructure) em conjunto com os sistemas já efetivos, GPS e GLONASS. O projeto enfrentou muitos problemas sob a ótica política e financeira desde o seu lançamento oficial em 2002. Todavia, é tido como estratégico por oferecer à comunidade europeia o ingresso independente aos aspectos de posicionamento global, além de assegurar ao mercado um produto particularizado e diversificado frente aos demais. TÓPICO 1 — CONCEITOS PRELIMINARES E A IMPORTÂNCIA PARA O GEOPROCESSAMENTO 11 Portanto, ao se falar em posicionamento por satélite na atualidade, inevitavelmente ainda se vem à mente o GPS, Sistema de Posicionamento Global, porém, não obstante, deve-se ressaltar a existência de outras possibilidades. Todavia, nenhum outro sistema tornou-se tão eficiente quanto o GPS para a execução das atividades de posicionamento. Uma infinidade de usuários o tem utilizado nas mais diversas atividades, tais como: levantamentos geodésicos de alta precisão, agricultura de precisão, pesca, navegação, dentre outros. Este UNI serve para ressaltar a você, acadêmico, que o conteúdo descritivo ampliado sobre os atuais Sistemas de Navegação Navstar-GPS, Glonass e Galileo serão abordados individualmente no Tópico 3 desta Unidade. ESTUDOS FU TUROS 4 TIPOS DE EQUIPAMENTOS DE NAVEGAÇÃO Especificamente em relação aos tipos de equipamentos que usamos em terra para aferir o nosso posicionamento, é importante destacar um breve histórico a partir do sistema de navegação GPS. Posteriormente à Força Aérea norte-americana disparar o primeiro satélite GPS absolutamente operacional ao espaço, a companhia Magellan Corporation apresentou o primeiro equipamento portátil de navegação: Magellan NAV 1000, o qual pode ser observado na figura a seguir. FIGURA 4 – EQUIPAMENTO PORTÁTIL DE NAVEGAÇÃO MAGELLAN NAV 1000 FONTE: <http://retro-gps.info/Magellan/Magellan-NAV-1000/files/stacks_image_164.jpg>. Acesso em: 26 mar. 2021. UNIDADE 1 — POSICIONAMENTO E NAVEGAÇÃO 12 No entanto, a MiTAC International, empresa de eletrônica de Taiwan, atual proprietária da Magellan, não possui convicção sobre a data exata em que o primeiro equipamento GPS de mercado foi transviado. Estima-se que isso ocorreu no ano de 1989 e o MAgellan NAV 1000 possuía as seguintes dimensões: 8,75 x 3,5 x 2,25 polegadas e 1,5 kg. Ainda em 1989, a empresa ProNav foi fundada por Gary Burrell e Min Kao no estado norte-americano do Kansas. Seu primeiro produto era um GPS que teve preço final de US$ 2.500. Nos anos seguintes, especificamente em 1991, com o sucesso da empresa com o seu primeiro cliente, o exército norte-americano, a empresa foi rebatizada com as iniciais dos nomes de seus proprietários: Gary Burrell and Min H. Kao. Deste modo surgiu a empresa líder do mercado de GPS no mundo, a Garmin. Já em 1999, a empresa finlandesa de telefones celulares Benefon, lançou o primeiro telefone celular com GPS comercialmente disponível chamado Benefon Esc. O celular, devido primordialmente ao custo, era comercializado unicamente na Europa e em pequenas praças. Entretanto, a partir de 2001, a tecnologia de receptores GPS ficou muito mais em conta, e inúmeras empresas privadas iniciaram a fabricação de aparelhos pessoais. Em 2007 a empresa Nokia anunciou o Nokia 6110, classificado pela companhia como o primeiro celular com GPS integrado lançado para o mercado de massa. Atualmente, existem diversas fabricantes de celulares e de aparelhos GPS, os quais possuem a funcionalidade de possibilitarem ao usuário definir com qual sistema de navegação deseja operar. A seguir ilustra-se um desses modelos. FIGURA 5 – EXEMPLO DE APARELHO CELULAR INTEGRADO AO GPS FONTE: <https://mundogeo.com/wp-content/uploads/2000/portugues/news/nokia_6110_ com_gps.jpg>. Acesso em: 22 nov. 2020. TÓPICO 1 — CONCEITOS PRELIMINARES E A IMPORTÂNCIA PARA O GEOPROCESSAMENTO 13 Este UNI serve para ressaltar a você, acadêmico, que no Tópico 2 desta Unidade, serão aprofundadas as questões a respeito das aplicações, dos serviços e do tipos de receptores que são fundamentalmente inerentes aos princípios de funcionamento do sistema de posicionamento global. ESTUDOS FU TUROS A HISTÓRIA DO GARMIN O início de tudo ocorreu em meados da década de 1980, na pacata cidade de Lenex, estado do Kansas (EUA), em que o engenheiro Gary Burrell, acompanhado do Dr. Min Kao, e mais quatro outros engenheiros se juntaram ao redor de uma távola para debater novas ideias.A partir dessa conversa, emanou-se um objetivo original de criar dispositivos de navegação e comunicação que conseguissem beneficiar as vidas das pessoas de um modo universal. Decidido isto, em 1989, eles constituíram a empresa ProNav, a qual teve como primeiro item criado um GPS, guiado ao segmento marítimo e negociado à época pelo valor de U$2.500. Certo tempo depois, a empresa assumiu um novo nome, Garmin, instituído pelas iniciais dos nomes dos fundadores Gary e Min. Com a concepção do primeiro aparelho GPS portátil, a empresa alcançou seu primeiro grande cliente, o exército americano. Sendo primordial o emprego desses dispositivos perdurante a Guerra do Golfo. FONTE: <https://ishop.bg/image/cache/data/product/garmin-nuvi-1000x1000.png>. Acesso em: 26 mar. 2021. UNIDADE 1 — POSICIONAMENTO E NAVEGAÇÃO 14 Na abertura da década de 1990, a companhia apresentou os primeiros dispositivos que empregavam a localização por satélite, direcionados ao setor da aviação. No ano de 1993, a empresa ofertou o primeiro GPS portátil com um mapa em movimento para a seção da aviação. Desde 1994, a Garmin também tem encabeçado o mercado marítimo, gerando alguns dos primeiros plotters cartográficos da indústria, um aparelho que une GPS e sonar, comportável à rede marítima. Já em 1997, com uma preponderante vista na indústria da aviação, a empresa Garmin inovou com o ingresso do cockpit digital. No ano seguinte, 1998, a Garmin deu um novo passo primordial para um mercado em ascensão ao gerar o primeiro dispositivo portátil de navegação por satélite para veículos, que continha um tela LCD (preto e branca), com mapas de vias armazenadas em 8 ou 16MB. Conseguia ser elaboradas rotas detalhadas manualmente no software, porém o dispositivo ainda não continha indicações de alternância e direção. FONTE: <https://media2.s-nbcnews.com/j/msnbc/Components/Photos/070507/070507_ garmin_hmed_4p.social_share_1024x768_scale.jpg>. Acesso em: 26 mar. 2021. Não muito antes da virada do milênio, a Garmin avolumou uma vez mais a sua linha de produtos com o surgimento do primeiro dispositivo portátil para caminhadas. Nomeado de eTrex, com sua singular coloração amarelada, se tornou o equipamento GPS portátil mais comercializado da marca. O atual modelo ainda conserva a cor amarelada do original, mas oferta muito maus funções e tecnologia. Nessa época a empresa provia de 50 modelos distintos e já vendia mais de 3 milhões de aparelhos GPS por ano. Com a chegada do novo milênio, a Garmin, cada vez mais ampliou a sua linha de produtos. No ano de 2001 houve o lançamento do GPS portátil com tela colorida e voz. Em 2003 surgiu o primeiro GPS de pulso para calcular o tempo, ritmo e a distância que as pessoas percorriam, foi produzido também um GPS moderno com formato retangular o qual poderia ser adaptável a pequenos espaços. Em 2006, um modelo específico voltado aos ciclistas foi lançado ao mercado. Este possuía funcionalidades específicas de tempo, velocidade, distância, cadência e ritmo cardíaco. Por fim, os últimos modelos que foram lançados da série Garmin possuem mapas, indicam mudanças de direção e gravam informações de potência. TÓPICO 1 — CONCEITOS PRELIMINARES E A IMPORTÂNCIA PARA O GEOPROCESSAMENTO 15 FONTE: <https://lh3.googleusercontent.com/KonN9i-BYJ3IigmOV4cFdLQfCVt6khoEPINT- t8aCPlSZpUSyIJmdj6-c7rjnxi_1FXJoktU=s170>. Acesso em: 26 mar. 2021. Em 2007, a companhia iniciou o Garmin Connect, um website que suplementava a sua linha de relógios fitness e computadores para ciclistas, admitindo deste modo que os usuários abastecessem e compartilhassem dados dos exercícios físico e de treinamentos. No mesmo ano, houve o lançamento do GPS touch scree (tela sensível ao toque), o qual decretou um novo módulo para a conexão de tecnologia, simples de lidar, fina, axiomática e intensamente avançada. Essa tecnologia também seria inserida nos dispositivos portáteis, conduzindo a utilização muito mais rápida e fácil, sobretudo aos usuários que tem necessidade de incluir coordenadas e demais informações em deslocamento. A última década foi carregada de inovações: a Garmin penetra no segmento do golfe com uma linha de equipamentos portáteis (incluindo relógios) que expõem mapas de campos, distância de tacadas, cartões de pontuação e lonjura até os buracos; também aventa o primeiro relógio especialmente fabricado para as três ordenações do triatlo, com a habilitação de me mensurar a distância na natação, corrida e ciclismo; por fim, houve ainda o surgimento do nuvifon, primeiro smarphone da marca composto com GPS e ordenado em funções de localização. FONTE: <https://s.yimg.com/uu/api/res/1.2/p_IQ3J_bAYCGk_RH.AcbCg--~B/ aD0yMzA7dz02MDA7YXBwaWQ9eXRhY2h5b24-/https://www.blogcdn.com/www.engadget. com/media/2010/04/garmin-3700-04-19-2010.jpg>. Acesso em: 26 mar. 2021. FONTE: < http://mundodasmarcas.blogspot.com/2015/02/garmin.html#:~:text=A%20 hist%C3%B3ria,mesa%20para%20discutir%20novas%20ideias.>. Acesso em: 26 mar. 2021. 16 Neste tópico, você aprendeu que: • A busca e a organização das sociedades sempre foi pautado na determinação em se obter o posicionamento geoespacial de um objeto na superfície da Terra. Isto é evidenciado no processo histórico da formação das sociedades e referendado pelos os equipamentos tecnológicos que sempre buscavam evidenciar e fixar determinadas orientações e posições geográficas. • GNSS e GPS não são sinônimos. O GNSS (Global Navigation Satellite System) é definido por constelações de satélites que propiciam determinar o posicionamento e a localização de qualquer objeto no globo terrestre. O GNSS faz menção a qualquer sistema de posicionamento global de satélite, ou seja, GPS, GLONASS e GALILEO são sistema GNSS. • Atualmente existem três importantes Sistemas de Posicionamento Global: Navstar-GPS, GLONASS e GALILEO. • Os equipamentos que usamos em terra para aferir o nosso posicionamento são capazes de realizar a leitura obtida pelo sistema GNSS. Estes, dependem da constelação de satélites em órbita e atualmente possuem diversos fabricantes e com utilidades em diversas áreas. RESUMO DO TÓPICO 1 17 1 Estados Unidos e Rússia protagonizaram o pioneirismo no desenvolvimento do sistema de posicionamento por satélite. Estes dois países foram os precursores da evolução tecnológica ocorrida nesta área e que, posteriormente, tiveram outras nações desenvolvendo seus sistemas. Tendo como base a afirmativa de que as medições, utilizando o posicionamento por satélites artificiais, têm sido cada vez mais empregadas no mundo todo, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) Além do sistema GPS (Global Positioning System), também são adotados outros sistemas operacionais, os quais podem ser citados, dentre outros, o Sistema Glonass e o Sistema Galileu, que são designados a fazerem parte do GNSS (Global Navigation Satelite System). b) ( ) Qualquer receptor de sinais de satélites de posicionamento é capaz de receber dados de qualquer sistema: GPS, Glonass, Galileu ou Beidou/ Compass, independente da configuração do receptor. c) ( ) O posicionamento por satélite depende das condições atmosféricas e do local. d) ( ) O Sistema GPS possui três segmentos: o segmento espacial, composto pelos satélites, o segmento de controle, composto pelas estações monitoras dos satélites, e o segmento do usuário, composto somente pelos usuários militares. 2 A sigla GNSS vem de Global Navigation Satellite System, ou seja, Sistema Global de Navegação por Satélite. Além de navegação, é um sistema de posicionamento (determinação de coordenadas locais). Sobre o assunto, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) O sistema de posicionamento global, mais conhecido pela sigla GPS, é um mecanismo de posicionamento por satélite, formado por 48 satélites e de propriedade canadense. b) ( ) Em 2002, em parceria com a NASA, o Brasil lançou o SICLA (Satélite para Implantação de Posição e Lançamento de Alcântara), sistema de navegação por satéliteque iniciou sua operação em 2003. c) ( ) O GLONASS é um Sistema de Navegação Global por Satélite, desenvolvido pela ex- URSS nos anos 1970, sendo atualmente mantido pelo governo russo. d) ( ) Galileo é um sistema binacional (Austrália e Nova Zelândia) de navegação por satélite. 3 Num trabalho de campo, relativo ao desenvolvimento do processo de licenciamento ambiental, um Geógrafo coleta informações a respeito de áreas demarcadas como sendo áreas de preservação permanente com seu GPS de mão (GARMIN). Sobre qual superfície está sendo referenciado sua coordenada de Latitude e Longitude, assinale a alternativa CORRETA: AUTOATIVIDADE 18 a) ( ) Plano Topográfico. b) ( ) Elipsoide. c) ( ) Geoide. d) ( ) Superfície Física. 4 Alguns aplicativos instalados em dispositivos móveis permitem que imagens de satélite e mapas digitais sejam utilizados para encontrar caminhos, locais de interesse, desvios e alertas de acidentes, de fiscalização ou até mesmo de trânsito intenso. A informação georreferenciada é cada vez mais comum também em aplicativos que oferecem produtos, serviços e relacionamentos sociais. Atualmente, encontram-se em funcionamento os sistemas de navegação por satélite norte-americano (GPS) e russo (GLONASS). Estão parcialmente implantados o europeu (GALILEO), chinês (COMPASS ou BeiDou-2) e, mais recentemente, o japonês (MICHIBIKI). A respeito da tecnologia de navegação por satélite, explique como a informação que é gerada pelos satélites chega até o aparelho receptor? 5 Além da cartografia, o sistema GNSS teve aplicações em diversas áreas do conhecimento. Os principais tipos de aparelhos que incluem os receptores estão em diversas áreas de utilização e com múltiplas funcionalidades. A empresa Garmin foi uma das pioneiras nesse aspecto e até hoje é uma das líderes mundiais em vendas. Discorra acerca do surgimento do primeiro equipamento portátil de navegação, a importância da empresa Garmin em relação ao seu primeiro cliente e exemplifique em quais outras áreas esse sistema tem sido empregado com sucesso. 19 TÓPICO 2 — UNIDADE 1 PRINCÍPIOS DE FUNCIONAMENTO DO SISTEMA 1 INTRODUÇÃO Caro acadêmico, você já deve ter percebido que, ao longo do tempo, as coisas tendem a mudar no mundo e a análise que nós fazemos está em constante crescimento, uma vez que buscamos interpretar e buscar mais conhecimento. A geoespacialização também é dinâmica e busca captar cada vez mais com mais precisão os movimentos e objetos situados no espaço geográfico. Podemos perceber, no tópico anterior, que a estruturação das correntes dos sistemas de posicionamento de satélites foi um processo longo e que, de acordo com as perspectivas de cada país fundador, surgia para uma determinada finalidade. Todavia, os princípios de funcionamento, independentemente do sistema operante, são os mesmos. Portanto, neste tópico, abordaremos a ocorrência do funcionamento do sistema de posicionamento de satélite, isto é, como ele ocorre, como é composto e para o que servem as Constelações de Satélites. Por fim, analisaremos, ainda, as aplicações e os serviços fornecidos pelo sistema, além da composição e tipologia dos receptores. Logo, esperamos que você tenha uma ótima leitura e excelentes estudos! 2 PRINCÍPIOS DE FUNCIONAMENTO Como já indicado anteriormente no Tópico 1, o atual GNSS pode ser considerado como o resultado da junção dos sistemas GPS, GLONASS e GALILEO, com a finalidade de garantir melhoria na geometria, disponibilidade para todas as regiões do globo terrestre, integridade e confiança aos usuários. O desenvolvimento do Sistema GNSS passa por duas considerações distintas: 1- A geração GNSS-1, que consistiu da ampliação dos sistemas GPS e GLONASS. Neste contexto, o sistema WAAS (Wide Area Augmentation System) faz parte desta etapa e encontra-se em funcionamento. 2- A geração GNSS-2 resultará num sistema completamente novo, com nova tecnologia para os satélites e os meios de comunicação. Nesta geração, serão incluídos os satélites do Bloco IIF do GPS e o GALILEO. O controle deste sistema será realizado por uma comissão civil internacional visando a atender a comunidade civil em geral. 20 UNIDADE 1 — POSICIONAMENTO E NAVEGAÇÃO O GPS, GLONASS e GALILEO são os principais sistemas de posicionamento global estabelecidos para atuar no mercado de GNSS (Global Navigation Satellite System). No entanto, devemos pontuar a existência de outros sistemas, não tão desenvolvidos que nem estes, porém que estão em atuação, por exemplo, o chinês, Beidou e o japonês, QZSS. NOTA Neste interim, torna-se importante trazermos para a discussão os conceitos dos levantamentos Geodésicos. Lembram o que são? Portanto, estes são as observações de campo, geralmente executadas por meio de observações de satélites artificiais, com vistas à determinação precisa de pontos situados sobre a superfície terrestre, ou sobre o seu modelo matemático (elipse). Os principais dados oriundos da geodésia são pontos georreferenciados através da latitude, longitude e altitude, os quais servirão para a base de um futuro mapa digital. Para identificação da posição de pontos ou locais de interesse, o sistema de posicionamento por satélite utiliza-se das coordenadas dos seus satélites. Essas coordenadas estão referenciadas a um sistema geodésico. Esse deve ser o mesmo sistema utilizado pelo receptor “GPS” para processar os dados recebidos e determinar as coordenadas dos pontos de interesse. O sistema GPS utiliza um sistema de referência tridimensional para a determinação da posição de um ponto da superfície da Terra ou próximo a ela. As coordenadas dessas posições são adquiridas no sistema geodésico WGS-84, ao qual o GPS encontra-se referido. No entanto, o usuário pode selecionar, no receptor ou no processamento, outro sistema de referência para apresentação das coordenadas. Acadêmicos, este UNI busca reforçar a sua atenção ao uso geodésico na determinação de localizações geoespaciais. Em tempo, faz-se um apanhado sobre levantamentos topográficos e sua correlação com a geodésia. Portanto, conforme a UFSC (2015): IMPORTANT E TÓPICO 2 — PRINCÍPIOS DE FUNCIONAMENTO DO SISTEMA 21 A topografia, através da geodésia, é que se incumbe dos trabalhos de medição, cálculos e representação de áreas restritas da superfície terrestre. Vale-se da geometria e trigonometria plana para atingir o seu objetivo que é a obtenção da planta topográfica. Entretanto, poderão se apresentar situações em que se deva representar uma área de grande extensão; facilmente se compreende que neste caso não se pode prescindir da curvatura terrestre. Nestas situações os trabalhos topográficos necessariamente deverão fundamentar-se em pontos de apoio geodésicos (vértices geodésicos) existentes na superfície terrestre. A Geodésia, portanto, é a ciência que tem por fundamento o estudo da forma e dimensão da Terra. Modernamente inclui- se neste escopo o estudo do campo gravitacional terrestre. A Geodésia tem dois ramos de atuação: um teórico relacionado com as investigações científicas destinadas à determinação da forma e das dimensões da Terra; uma outra, essencialmente prática, que disponibiliza uma série de informações de apoio aos trabalhos topográficos, cartográficos e para a engenharia. Assim, os levantamentos podem ser classificados em duas categorias: geodésicos e planos. A distinção entre ambos reside nas hipóteses de cálculo em que se baseiam e no rigor das medições realizadas em campo. Nos levantamentos geodésicos se leva em conta a curvatura da superfície terrestre. Os cálculos são efetuados sobre a superfície do elipsoide terrestre. Os cálculos compreendem a solução de equações da geometria espacial e do cálculo diferencial. Os métodos geodésicos proporcionam o estabelecimento de pontos (marcos) sobre a superfície terrestre separados por uma grande distância entre eles, cujas coordenadas geodésicas (- φ, λ ) ou coordenadas planas (N e E) são disponibilizadasà sociedade. Esses marcos, também conhecidos por vértices geodésicos servem de base e referência aos trabalhos topográficos e cartográficos. Antes do advento da tecnologia GPS – Global Positioning System, a Geodésia valia-se de três tipos de levantamentos: triangulação, trilateração e poligonação. As triangulações e trilaterações clássicas deram lugar ao GPS, pois esta tecnologia permite realizar levantamentos geodésicos com maior precisão, rapidez e economia. Sinteticamente, os receptores GPS permitem posicionar estações terrestres através da medição eletrônica das distâncias destas aos satélites do sistema que operam em órbitas conhecidas. Em trabalhos topográficos, com exceção dos nivelamentos, a base de referência para os trabalhos de campo e dos cálculos é suposta uma superfície horizontal plana. A direção da vertical em cada ponto se considera paralela em toda a extensão do levantamento; todos os ângulos horizontais que se medem são considerados planos. Para áreas de tamanho reduzido, a superfície do elipsoide terrestre é praticamente plana (UFSC, 2015, s.p.). FONTE: UFSC. Topografia X Geodésia. News em Topografia...Geodésia...Cartografia. 2015. Disponível em: https://topografia.paginas.ufsc.br/news-em-topografia/. Acesso em 29 mar. 2021. 22 UNIDADE 1 — POSICIONAMENTO E NAVEGAÇÃO Logo, há de se afirmar que os sistemas de posicionamento por satélites se baseiam em uma constelação de satélites em órbita na Terra. Estes emitindo ondas de rádio, sendo captadas por receptores específicos utilizados pelos usuários na superfície terrestre. FIGURA 6 – EXEMPLIFICAÇÃO DO SISTEMA DE POSICIONAMENTO POR SATÉLITES IDENTIFICANDO UMA LOCALIZAÇÃO FONTE: O autor Para a correta obtenção das informações geoespaciais destes dados (em três dimensões), são necessários ao menos quatro satélites cruzando informações através da trilateração. O ponto de partida é o conhecimento preciso da distância entre o receptor e cada um dos satélites em órbita, obtida pelo tempo que o sinal gasta para viajar do satélite até o receptor. Conhecendo o momento exato que o sinal foi emitido pelo satélite e o momento que o receptor recebeu este sinal (sincronizados por relógios de alta precisão), tem-se o tempo de viagem do sinal. Como o sinal viaja à velocidade da luz (aproximadamente 300.000km/s), pode-se calcular então a distância do satélite até o receptor. Neste caso aplica-se a fórmula: FIGURA 7 – FÓRMULA DA VELOCIDADE FONTE: O autor TÓPICO 2 — PRINCÍPIOS DE FUNCIONAMENTO DO SISTEMA 23 Sobre o debate acerca dos princípios de funcionamento GNSS (Global Navigation Satelity System), indicamos que assista ao vídeo: “Como funciona o ‘GPS’”. Este vídeo é produzido pela Trimble, uma empresa internacional voltada para a tecnologia de posicionamento em diferentes setores. Com base nas imagens e no discurso apresentado pelo Renato Brandt, gerente de vendas da empresa no Brasil, pode-se elucidar o que é o GNSS e o princípio básico de seu funcionamento. A intenção da indicação deste vídeo, trata-se do fácil linguajar e de exemplos rotineiros que são empregados, podendo qualquer pessoa que tenha interesse pelo assunto compreender a explicação. O vídeo tem aproximadamente 11 minutos, confira! Disponível no link: https://www.youtube.com/watch?v=KTmUGf3P3ag. DICAS Com já foi exposto até aqui, você deve então se perguntar: como um satélite determina a que distância você está? Como já apresentamos, os sinais transmitidos pelos satélites GPS se movem na velocidade da luz (no vácuo) e atingem um receptor GPS em momentos ligeiramente diferentes, já que alguns satélites estão mais distantes do receptor do que outros. Então, a seguir, traremos um exemplo clássico, adaptado e retirado do website da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP): MATEMATICAMENTE FALANDO... Uma vez que o receptor capta um sinal, ele reconhece imediatamente de que satélite vem, a hora de início ω (a hora em que o sinal saiu do satélite de acordo com o relógio do satélite) e o período de um ciclo no sinal capturado. O computador interno do receptor começa a “reproduzir” a mesmo código de identificação, o código que ajuda o receptor a saber qual dos quais um dos satélites ativos está transmitindo o sinal, ao mesmo tempo ω (é como se ambos reproduzissem a mesma música, mas elas não fossem sincronizadas). Os dois sinais geralmente não coincidem e haverá algum atraso devido ao tempo de viagem dt que o sinal leva para sair do satélite e alcançar o receptor. Ao comparar o quão tarde o código de identificação do satélite aparece comparado para o código do nosso receptor, podemos determinar o tempo que levou o sinal para chegar ao receptor. Uma vez calculado o atraso de tempo dt (em segundos), o computador receptor o multiplica com a velocidade da luz (no vácuo), c = 300.000km/s para calcular a distância que separa o satélite do receptor GPS. Como já resolvemos o problema de determinar a distância do receptor a um satélite, agora usaremos um pouco de geometria analítica para determinar a posição do receptor na superfície da Terra. Vamos escolher um sistema de coordenadas com três eixos, onde a origem do sistema é o centro da Terra. 24 UNIDADE 1 — POSICIONAMENTO E NAVEGAÇÃO Neste sistema, o eixo z será o eixo vertical, passando pelos polos e orientado positivamente para o norte, o plano xz será o plano do meridiano de Greenwich, o eixo x estará no plano equatorial. Similarmente, vamos considerar o eixo y no plano equatorial, com os valores positivos de y passando pelos pontos que formam 90º com a direção norte e com o eixo x, como na figura abaixo: FONTE: Adaptada de Unicamp (2020) Todos os receptores GPS são construídos com múltiplos canais, o que significa que eles podem receber e tratar sinais de pelo menos quatro satélites diferentes simultaneamente. Assim, depois de capturar os sinais de três satélites S1, S2 e S3 em seu alcance, o receptor calcula os atrasos de tempo t1, t2 e t3 respectivamente, (em segundos) captados pelos sinais dos três satélites para alcançá-lo. Como já fizemos antes, as distâncias entre os receptores e os três satélites são calculadas fazendo: d1 = c · t1 , d2 = c · t2 e d3 = c · t3 , onde c é a velocidade da luz no vácuo. Entretanto, dizer que o receptor está a uma distância d1 do satélite S1 significa dizer que ele pode estar em qualquer lugar da esfera (imaginária) ∑1 com centro em S1 e raio d1. Usando os dados do sinal que informam sobre a órbita do satélite ao receptor, isto é, onde o satélite deve estar a qualquer hora do dia, obtemos a posição (a1 , b1 , c1) do satélite S1 no sistema de eixos coordenados. Com todas essas informações, a equação da esfera ∑1 é dada por: (x – a1)2 + (y – b1)2 + (z – c1)2 = d2 = c2 · t21 1 FIGURA – SISTEMA DE IDENTIFICAÇÃO DA POSIÇÃO DO RECEPTOR TÓPICO 2 — PRINCÍPIOS DE FUNCIONAMENTO DO SISTEMA 25 De modo análogo, como o satélite S2 está a uma distância d2 = c · t2 , se consideramos a sua posição como (a2 , b2 , c2) , o receptor estará em algum lugar da esfera ∑2 centrada no satélite S2 e com raio d2 , cuja equação é: (x – a2)2 + (y – b2)2 + (z – c2)2 = d2 = c2 · t2 Conseguimos assim restringir a posição do receptor à interseção de duas esferas (um círculo). Todavia, como já vimos, isto não é suficiente para determinar a posição exata do nosso receptor. Então, traçamos a terceira esfera usando que o satélite S3 está a uma distância d3 = c · t3 . Se sua posição é dada por (a3 , b3 , c3) , a equação de ∑3 fica: (x – a3)2 + (y – b3)2 + (z – c3)2 = d2 = c2 · t2 Por fim, a superfície de uma esfera e um círculo se interceptam em dois pontos que o software receptor pode calcular com precisão e, para escolher o ponto procurado dentre esses dois, basta considerar a Terra como uma quarta esfera, pois um dos pontos estará muito longe da superfície, restando portanto, o ponto que determina a posição do receptor. Do ponto de vista físico, há muitos outros fenômenos e teorias envolvidos nosprocessos anteriores, e dentre essas teorias, temos a Teoria da Relatividade Geral e a Teoria da Relatividade Especial, que contribuem para um ajuste correto nos relógios atômicos de cada satélite, fazendo com que a precisão do GPS seja muito maior. FONTE: <http://www.ime.unicamp.br/~apmat/o-sistema-gps/>. Acesso em: 29 mar. 2021. 2 2 3 3 Quer explorar um pouco mais afundo todos os processos envolvendo os princípios de funcionamento do sistema de posicionamento global? Dê uma olhada nesse vídeo sugerido através do link: https://www.youtube.com/ watch?v=EDVfF8igHE0&feature=emb_logo. DICAS 26 UNIDADE 1 — POSICIONAMENTO E NAVEGAÇÃO 3 ÓRBITAS E CONSTELAÇÕES DE SATÉLITES Como já abordado anteriormente, hoje há alguns sistemas de navegação global por satélites. No entanto, três são os principais: Navstar GPS, produzido pelos Estados Unidos; GLONASS, produzido pela Rússia; e o terceiro sistema, o GALILEO, produzido pela Europa. O GLONASS e o GPS encontram-se completamente em operação, enquanto o GALILEO que iniciou suas operações em 2016 ainda não está em completo funcionamento. Os três sistemas possuem total interoperabilidade, a qual significa que os usuários estão habilitados para determinar uma posição, utilizando os sinais a partir da combinação de satélites pertencentes a qualquer um dos três sistemas. Um sistema de navegação por satélite consiste de um segmento espacial, tipicamente navegados por 24 satélites, um segmento de controle em solo e um segmento de usuários. Os satélites estão posicionados em órbitas circulares em altitudes de cerca de 20.000km, de modo que pelo menos quatro satélites estejam visíveis em qualquer ponto da superfície terrestre a qualquer momento. Nesse sentido, conforme Paz e Cugnasca (1997) é importante destacar que: Cada satélite é dotado de painéis solares retráteis, que se constituem em sua fonte de energia. Quando estendidos, esses painéis conferem ao satélite um comprimento de aproximadamente 5 m. Sua massa, em órbita, é de aproximadamente 1000 kg. A órbita de um satélite é percorrida em, aproximadamente, 12 horas, o que significa que ele executa 2 voltas em torno da Terra a cada dia (na verdade, a órbita é completada em 11 horas e 58 minutos e, com isso, ele aparece no horizonte 4 minutos mais cedo a cada dia). Os 24 satélites estão distribuídos em 6 órbitas distintas, o que faz com que qualquer ponto da superfície terrestre tenha, próximo a ele, pelo menos 4 satélites acima da linha do horizonte. O plano de cada órbita forma, com o plano do Equador terrestre, um ângulo de 55°. A altura em que cada satélite executa sua órbita, em relação à da Terra, é de, aproximadamente, 20. 000 km. Como se nota, ao contrário dos satélites comumente utilizados para comunicações, os satélites GPS não são geoestacionários, isto é, não permanecem numa posição fixa em relação à Terra acompanhando a sua rotação. Entre os motivos para esse fato, pode-se citar que, para ser geoestacionário, um satélite tem que permanecer no plano equatorial; se todos eles se situassem nesse plano, os pontos mais próximos aos pólos teriam uma cobertura menos favorável. Entretanto, o principal motivo para se querer ter os satélites em rotação em torno da Terra é o de passar periodicamente próximo a uma estação de controle, podendo, assim, enviar e receber informações sobre sua órbita (PAZ; CUGNASCA 1997 p. 30). TÓPICO 2 — PRINCÍPIOS DE FUNCIONAMENTO DO SISTEMA 27 O segmento de controle em terra consiste de diversas estações de rastreamento posicionadas em diferentes locais da superfície terrestre, e um ou mais centros de controle. As estações de rastreamento monitoram a posição e situação dos satélites, enviam dados para a central de controle para processamento e avaliação da exatidão das aferições da posição de cada satélite para incorporação no sinal navegacional. De modo geral, o segmento dos usuários consiste do sistema de GPS usuário que está equipado com terminais para receber os sinais por radiofrequência de navegação dos satélites. O segmento dos usuários é composto pelo ilimitado número de receptores (...) espalhados pelo mundo, nas mais diversas aplicações. A função básica de um receptor é captar os sinais dos satélites que estiverem "visíveis" e, com as informações obtidas nesses sinais, calcular a sua posição (latitude, longitude e altitude). Tipicamente, um receptor GPS apresenta uma antena (para a captação dos sinais), circuitos eletrônicos (para tratamento dos sinais), e um mostrador (para apresentação das coordenadas calculadas). Ele também costuma apresentar um teclado (para a entrada de dados e de comandos), e pode ainda oferecer um canal serial (para a saída de dados destinados a outro equipamento eletrônico). Para poder calcular sua posição no espaço, em três dimensões, um receptor GPS precisa determinar, a partir dos sinais emitidos pelos satélites, as distâncias entre ele e, no mínimo, quatro satélites, e as posições desses satélites (PAZ; CUGNASCA 1997, p. 31). FIGURA 8 – ESQUEMA DA OPERAÇÃO ENTRE OS SEGMENTOS ESPACIAL, DE CONTROLE E DE USUÁRIOS FONTE: O autor 28 UNIDADE 1 — POSICIONAMENTO E NAVEGAÇÃO A título de curiosidade, cada satélite GPS pesa aproximadamente 908 kg e tem cerca de 5,2 m de diâmetro com os painéis solares estendidos. Além disso, cada satélite é construído para durar cerca de 10 anos e as substituições são constantes. A seguir, temos uma pequena montagem que ilustra a quantidade de satélites visíveis em um ponto da Terra. NOTA FIGURA 9 – ILUSTRAÇÃO DOS SATÉLITES EM ÓRBITA AO REDOR DA TERRA FONTE: Adaptada de <http://www.ime.unicamp.br/~apmat/wp-content/uploads/2020/04/ LawfulImpressiveKookaburra-size_restricted.gif>. Acesso em 10 nov. 2020. A determinação da posição de um receptor no modo de navegação depende da acessibilidade às posições dos satélites em tempo real e do sistema de tempo do satélite. Essas informações são acessadas através dos sinais GPS, estando contidas nas efemérides transmitidas (MONICO, 1998) as quais podem ser utilizadas para o posicionamento instantâneo. As órbitas fornecidas podem ser de dois tipos: • Órbitas Transmitidas: as efemérides (distâncias) podem ser calculadas com base no posicionamento do satélite naquele instante e utilizando dados Kepleriano acrescidos de parâmetros de perturbação dos elementos de medida (correção de erros). • Órbitas Precisas: As efemérides são pós-processadas, permitindo uma precisão superior àquela obtida com as efemérides transmitidas. Atualmente, vários institutos produzem efemérides precisas. TÓPICO 2 — PRINCÍPIOS DE FUNCIONAMENTO DO SISTEMA 29 4 APLICAÇÕES, SERVIÇOS E RECEPTORES As principais aplicações do sistema GNSS podem ser observadas nas áreas de: • Agricultura e pesca. • Pulverização química. • Monitoramento de safras. • Rastreamento de gado. • Navegação e monitoramento de barcos de pesca. • Engenharia Civil. • Orientação de máquinas. • Logística e gerenciamento de canteiro de obras. • Manutenção da infraestrutura de rodovias e ferrovias. • Energia: sincronização de redes para geração e distribuição de energia. • Mapeamento de infraestrutura. • Seguros diversos. • Aviação. • Guerras. Em especial, o sistema GNSS tem muitas aplicações para o monitoramento ambiental. Conhecendo e estudando os sinais da constelação de satélites disponível no sistema GNSS, podemos determinar com precisão perfis atmosféricos sobre grandes áreas, incluindo densidade, pressão, umidade e padrões de vento. Medidas contínuas de parâmetros atmosféricos vão ajudar na previsão do tempo e no monitoramento do clima. Também será possível fazer estudos dos mares e oceanos, incluindo mapeamento de correntes e marés com boias flutuantes. Podemos também estudar calotas de gelo e icebergs. Neste sentido, cabe ressaltar a existência de diversos estudos que têm sido desenvolvidos para rastrear o derretimento do gelo. Dados como estes podem ajudar a prever o movimento do gelo e da água. Além disso,a sistematização do GNSS ainda pode ser usada em vulcanologia, para estudar movimentos tectônicos e prever terremotos. Há também aplicações para proteger o ambiente e fazer nossas vidas mais seguras, de uma forma mais efetiva. Um exemplo seria o gerenciamento do transporte de cargas perigosas, tais como, por exemplo, o óleo. Os responsáveis por um vazamento de óleo (acidental ou intencional) poderiam ser facilmente identificados. Da mesma forma, um transporte seguro de carga nuclear ou de qualquer outro material perigoso aumentando assim a segurança das pessoas e do ambiente. Pode ser aplicado em oceanologia, hidrografia, e ecologia marinha. Um exemplo de aplicação nestas áreas seria o estudo de estoques de peixes, onde dados poderiam ser coletados (mapeados) para ajudar no gerenciamento de pescarias, aumentando o rendimento, e melhorando a sustentabilidade. Áreas e/ou épocas com restrições à pesca poderiam também ser melhor monitoradas, evitando captura em períodos de defeso e/ou de espécies ameaças de extinção. 30 UNIDADE 1 — POSICIONAMENTO E NAVEGAÇÃO Portanto, o sistema GNSS pode ser aplicado para a determinação de um fato e/ou objeto no espaço terrestre. Através desse sistema de monitoramento geoespacial, inúmeras alternativas de uso são viáveis destacando-se a correlação da localização à medição, predição e/ou diagnósticos de fatos já passados. Conforme Embrapa (2020), devemos destacar as principais aplicações mundialmente utilizadas: • Aplicações diversas nos meios de transporte, como no deslocamento de automóveis, trens, aeronaves e navios, no planejamento de rotas, contribuindo com aumento de velocidade nos deslocamentos, otimização energética e aumento de segurança aos usuários, incluindo serviços de rastreabilidade. • Deve ser utilizado em toda atividade que dependa de posicionamento geodésico e geográfico, como cartografia de precisão, levantamentos cartográficos, georreferenciamento de mapas e imagens de satélites etc. • Em agricultura de precisão, na identificação precisa de objetos em campo, em georastreabilidade de produtos agrícolas, no cadastro rural, demarcação de propriedades, mapeamentos diversos como uso e cobertura das terras. • Em meio ambiente com monitoramento ambiental, levantamento e proteção de recursos naturais, coleta de pontos amostrais georreferenciados etc. Especificamente em exemplos de aplicações na Embrapa Territorial temos que o uso do GPS é frequente nas pesquisas da Embrapa Territorial. Seus dados têm sido integrados aos sistemas de processamento de imagens e de informações geográficas representando um apoio fundamental em atividades de pesquisa e monitoramento. ATENCAO Deste modo, tecnicamente falando, podemos afirmar que o Sistema de Posicionamento Global fornece dois serviços, a saber: SPS (Standard Position Service) de uso civil e o PPS (Precise Position Service) de uso militar. Em dois de maio do ano dois mil havia a redução da exatidão do posicionamento de uso civil devido à introdução de um erro chamado AS (Selective Availability – disponibilidade seletiva) devido a aspectos de segurança. A precisão até aquela data era de 100 metros de exatidão horizontal e de 140 metros de exatidão vertical. A exatidão do serviço de uso militar era cerca de 10 metros de exatidão horizontal e de 20 metros de exatidão vertical. Hoje, os valores médios de posicionamento absoluto são equivalentes à exatidão horizontal e vertical do posicionamento militar. Composição e Tipologia dos Receptores De modo geral, os receptores GPS são compostos por quatro itens que os integram: TÓPICO 2 — PRINCÍPIOS DE FUNCIONAMENTO DO SISTEMA 31 • Antena com pré-amplificador. • Seção de rádio frequência, para identificação e processamento do sinal. • Microprocessador, para controle do receptor; interface para o usuário. • Provisão de energia e memória, para armazenar dados. ◊ Tipos de Antenas • Monopolo ou dipolo. • Espiral. • Microstrip. • Etc. Os receptores podem ser classificados segundo sua comunidade usuária: civil ou militar; quanto a sua aplicação; navegação, geodésia, SIG e aquisição de tempo. Quanto às observáveis (sinais transmitidos pelo GPS que se diferenciam pelos seus comprimentos de onda e frequências) disponibilizadas pelo receptor, eles podem fornecer as seguintes opções: • Código C/A (coarse aquisition) e portadora L1 (C/A + L1). • Código C/A e portadoras L1 e L2 (C/A + L1 + L2). • Códigos C/A e P (precise) e Portadoras L1 e L2 (C/A + L1 + P + L2). • Portadora L1 (L1). • Portadoras L1 e L2 (L1 + L2). No que se refere à aplicação, os sinais enviados aos receptores devem ser processados de acordo com as necessidades da aplicação para a qual se destinam. Os receptores destinados a trabalhos geodésicos oferecem duas configurações principais: • Receptores que permitem uso das portadoras L1 e L2 conjuntamente. • Receptores que disponibilizem código P sobre a portadora L2 (nem sempre possível). Os receptores destinados a trabalhos voltados para SIG oferecem duas configurações principais: • Receptores que disponibilizem código C/A e a portadora L1. • Receptores apenas com código C/A (dependendo da precisão requerida no levantamento). Deste modo, de modo sistemático, podemos organizar os receptores de acordo com os Geodésicos, Topográficos e de Navegação. Neste caso, a diferenciação entre as categorias de sistemas de posicionamento (que para alguns, a princípio pode parecer simplesmente o fato do preço de aquisição), se deve à precisão alcançada, ou seja, a razão da igualdade entre o dado real do posicionamento e o oferecido pelo equipamento. Destarte, os Geodésicos sendo os mais acurados, possuem valores de precisão na casa dos milímetros e são capazes de captar as duas frequências emitidas pelos satélites (L1 e L2), permitindo desta maneira a 32 UNIDADE 1 — POSICIONAMENTO E NAVEGAÇÃO erradicação dos efeitos da refracção ionosférica. Os topográficos, também possuem alta precisão, no entanto desempenham seus dados na casa dos centímetros. As suas características de trabalho são semelhantes à categoria anterior, todavia captam somente a portadora L1. As duas categorias possuem efeitos técnicos e propriedades próprias como o pós-processamento, o que indica que, correntemente não declaram o posicionamento instantaneamente (com a exceção dos modelos RTK, modo cinemático) (MOLIN; AMARAL; COLAÇO, 2015). No caso da categoria de maior uso do GPS (a navegação), ainda que possua menor precisão de posicionamento, há diversos benefícios em sua utilização, tais como o baixo valor de aquisição e suas aplicações como ferramenta de equipamentos em computadores de mão, celulares, relógios, entre outros. Sua aplicabilidade é mais simplória, não necessitando de instruções técnicas muito desenvolvidas. Hoje em dia, com a convergência de dispositivos, existem muitas opções de Pocket PCs com GPS interno, que têm a vantagem de se poder escolher o software de localização que se pretende utilizar com eles. Sua precisão é na casa de metros e tem fácil interoperabilidade com os softwares GIS. Na figura a seguir ilustramos para os segmentos Geodésico, Topográfico e de Navegação, alguns dos principais receptores mais usualmente utilizados. FIGURA 10 – EXEMPLOS DOS TIPOS DE RECEPTORES GEODÉSICOS, TOPOGRÁFICOS E DE NAVEGAÇÃO FONTE: O autor TÓPICO 2 — PRINCÍPIOS DE FUNCIONAMENTO DO SISTEMA 33 As principais funções dos receptores são: • Armazenar coordenadas extraídas de um documento cartográfico, de um relatório ou obtidas pela leitura direta de sua posição. • Os pontos podem ser combinados formando rotas que, quando ativadas, permitem que o receptor analise os dados e informe, por exemplo, o tempo; horário provável de chegada e distância até o próximo ponto; horário do nascer e do pôr-do-sol; rumo que se deve manter para chegar ao ponto de interesse e muito mais. IMPORTANT E RECEPTOR GNSS DE BAIXO CUSTO PARA CARACTERIZAR ROTAS DE CICLISTAS Lorena Mizue Kihara Thiago Vinicius Louro
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