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A INFLUÊNCIA DA POLUIÇÃO NO CICLO DO NITROGÊNIO Docente: Mônica de Amorim Coura Discente: Nayara Santos da Rocha - 119111359 O que é? O Ciclo do Nitrogênio é um ciclo biogeoquímico que atua na circulação do N2 no ambiente. Inicialmente, ele está concentrado na atmosfera, mas poucos seres podem absorvê-lo assim. O Nitrogênio de todo o planeta é encontrado principalmente na atmosfera, sob a forma de N2, um composto inorgânico. Ele é o principal componente do ar, sendo responsável por cerca de 78% de sua composição. ● Apesar de ser abundante, pouquíssimas espécies são capazes de utilizá-lo nesse formato. Os animais, por exemplo, só conseguem consumi-lo na forma orgânica, que não é tão abundante. Já as plantas, preferem as formas iônicas do composto. • Por esse motivo, o ciclo é essencial para transformá-lo e permitir que todos os seres tenham uma fonte de Nitrogênio suficiente. • Nos seres vivos, o nitrogênio é fundamental para a constituição de Proteinas (estrutura do corpo e funcionamento do organismo) e para a síntese de ácidos nucleicos (DNA e RNA). • Nos compostos não-vivos, como solos e rochas, é importante para enriquecer e estruturar o local, permitindo o desenvolvimento da agricultura. Ciclo do Nitrogênio Ciclo do Nitrogênio O ciclo do nitrogênio ocorre em 4 etapas • A fixação,; • Amonificação; • Bactérias desnitrificantes; • Desnitrificação. Impacto humano no ciclo do nitrogênio A interferência do homem no ciclo do nitrogênio é relatada há aproximadamente mil anos. Este fato ocorreu devido à necessidade de se produzir uma quantidade maior de alimento motivado pelo aumento da população e por ser o nitrogênio fonte de nutriente limitante a produção agrícola. Destacam-se neste processo quatro ciclos distintos, a utilização da adubação verde através de plantas leguminosas, a da adição no solo de minerais contendo nitratos (salitre) no século XIX, a de fertilizantes nitrogenados sintéticos a partir do século XX e a inoculação de bactérias endófitas fixadoras de nitrogênio nas plantas. Em 1860, o depósito total de N na superfície terrestre era de 32 milhões de toneladas métricas de nitrogênio, a maioria de fontes de emissões naturais. No começo dos anos 90, a deposição total de N aumentou para 100 milhões de toneladas métricas. A diferença era inteiramente devido à atividades antropogênicas. Em algumas regiões, a deposição aumentou 100 vezes. O aumento tem sérias implicações para as mudanças climáticas, uma vez que o nitrogênio em excesso aumenta a atividade biológica marinha e a absorção de dióxido de carbono, o que, por sua vez, leva à produção de mais óxido nitroso, considerado ainda mais prejudicial ao aquecimento global do que o metano ou o próprio dióxido de carbono. O incremento da produção agrícola diante da elevada produção de fertilizantes sintéticos de base nitrogenada foi responsável por impactos positivos na agricultura bem como na nutrição humana a nível mundial, no entanto, trouxe também sérios efeitos ambientais indesejáveis que são cada vez mais potencializados com a alteração do ciclo do N decorrente do excesso nos diversos compartimentos ambientais do planeta. A exemplo disso, o N quando liberado, suas cascatas fluem através da biota e do ambiente físico, alterando formas e promovendo uma série de impactos a nível local, regional e global ao longo do tempo. O nitrogênio move-se através do ambiente e o mesmo átomo de N pode contribuir para múltiplos efeitos negativos no ar, em terra, em sistemas de água doce e marinhos, e sobre a saúde humana. A esta sequência contínua durante um longo período denomina- se “Cascata de N” Alterações no ciclo do nitrogênio O uso humano desmesurado de fertilizantes sintéticos nitrogenados, esterco e de combustíveis fósseis têm modificado drasticamente o biogeociclo do N. O Ciclo do N tem sido mais alterado do que o Ciclo do Carbono, dobrando a criação da N diante do aumento da concentração de CO2 na atmosfera em 20- 30% e isso tem promovido grandes impactos e consequências; Decorrente do deficiente processo de aplicação dos fertilizantes sintéticos na agricultura, pois, grande parte do nitrogênio transformado é liberado para biosfera. A queima de combustíveis fósseis também emite grandes quantidades de óxidos de nitrogênio à atmosfera. Diante desses lançamentos e do fato de que os humanos convertem muito mais N2 da atmosfera em formas de N, do que todos os processos naturais da Terra em sistemas terrestres combinados, diversas alterações perigosas do ciclo de nitrogênio à nível mundial tem ocorrido, além de consequentes perturbações no ciclo do carbono. Consequências das alterações do ciclo do nitrogênio O excesso de nitrogênio no ambiente contribui para muitos impactos sociais, econômicos e ambientais como: Zonas costeiras mortas e mortandade de peixes devido à eutrofização grave ou hipóxia resultante do escoamento nitrato e da lixiviação em sistemas fluviais; • A perda de biodiversidade em mananciais devido à eutrofização e acidificação; • Poluição da água subterrânea por nitratos; • Poluição de água doce devido à eutrofização e acidificação; • Impactos na saúde humana devido a formação de aerossóis, bem como de ozônio troposférico (O3) causando diversas doenças; • Redução das colheitas, das florestas e da produtividade de pastagem devido à deposição de nitrogênio e excesso de fertilização, bem como a exposição ao ozônio troposférico; • Aumento das mudanças climáticas da Terra e aumento da depleção da camada ozônio estratosférico. São cada vez mais notadas as chamadas “Zonas Mortas”, áreas pobres em oxigênio que são resultantes do excesso de nutrientes nas águas (decorrentes das fontes difusas de nitrogênio, como o nitrato e compostos nitrogenados orgânicos de fertilizantes e adubos na agricultura, que são lixiviados para as águas subterrâneas e escoados para as águas superficiais. Outras fontes pontuais, como efluentes de estações de tratamento de águas residuárias e sistemas de esgotos, são descarregadas diretamente nas águas de superfície, além da deposição de nitrogênio atmosférico que contribui com ainda mais N enriquecendo diversos mananciais como lagos, águas costeiras, mar aberto, que sofrem eutrofização promovendo intensa redução na concentração de oxigênio dissolvido na água dos mananciais e que consequentemente afeta diretamente peixes, invertebrados e outros organismos aquáticos. Cabe ressaltar que parte do N que segue para as águas é removido através da desnitrificação, produzindo também uma fração de N2O (óxido nitroso), um potente gás de efeito de estufa. E o restante é conduzido e transformado através do sistema fluvial contribuindo na elevação da concentração de nitrogênio em corpos d'água. As principais implicações, diretas ou indiretas, do N nos meios bióticos (solo, ar e água) estão apresentadas a seguir: • Mudanças climáticas – sendo os efeitos mais importantes: Geração de N2O – pode ser resultante da produção industrial de fertilizantes pela combustão incompleta ou ação microbiana e pela nitrificação (após aplicação de fertilizantes e estrume nos solos); No solo ocorre formação de O3 a partir do NOx que é um gás estufa importante; A deposição N em zonas úmidas pode aumentar a produção de plantas vasculares, elevando a exsudação de compostos de carbono de baixo peso molecular, tais como acetato. • Impactos na saúde humana – Apesar da fixação industrial de N2 ser considerada um grande avanço para o aumento na produtividade agrícola, efeitos negativos também ocorrem para a saúde humana; O Material Particulado é a contribuição mais significativa para efeitos adversos para a saúde provenientes da poluição atmosférica, uma vez que promove morte prematura de cardíacos e outros problemas a exemplo: taquicardia e arritmia cardíaca e também existem associações com asma em crianças, irritação das vias aéreas, tosse e dificuldade de respiração• Deposição do nitrogênio e a vegetação – A elevada deposição de N pode aumentar a susceptibilidade ao estresse da vegetação, isso afeta negativamente a colheita de plantas e a horticultura e sobretudo causando a redução da absorção de CO2. Perdas de rendimento relativos globais devido à exposição ao ozono são estimados entre 7 a 12% para o trigo, de 3 a 4% para o arroz, de 3 a 5% para o milho e 6 a 16% para a soja. A poluição por nitrogênio é mais comum do que imaginamos e está presente no cotidiano das pessoas. Nos fertilizantes utilizados para a agricultura, ela ajudou a evitar a fome global no século 20, porém, o nitrogênio pode ter causado um dos maiores desastres ambientais. A poluição por nitrogênio é pouco conhecida em todo o mundo, principalmente por que não é uma poluição visível, milhares de toneladas de nitrogênio se infiltram no solo, na água e no ar todos os dias. Por isso, o ar fica menos saudável e a água fica poluída para consumo, quando em contato com o ecossistema a substância provoca degradação e mudança de clima. Poluição por Nitrogênio Fertilizantes com nitrogênio ajudam no desenvolvimento da lavoura, mas em grandes quantidades impactam negativamente o solo e geram emissões para a atmosfera, fixado no solo ele altera o ecossistema e em longo prazo aumenta a quantidade de óxido nitroso na atmosfera. A maioria do nitrogênio presente na atmosfera vem de emissões industriais, uma parcela considerável também é proveniente do desmatamento e queima de florestas tropicais como a Amazônia. Os cientistas alertam para o “desafio do nitrogênio” na agricultura, no desenvolvimento das grandes cidades e na preservação da biodiversidade latino-americana. A América do Sul é conhecida como o supercontinente na questão da biodiversidade. O desafio é produzir e preservar ao mesmo tempo. Sabendo que temos uma urbanização desenfreada com falta de saneamento básico e desmatamento em excesso que lança muito nitrogênio na atmosfera. O nitrogênio presente na atmosfera resultado da queima de combustíveis fósseis também prejudica florestas tropicais até então isoladas deste problema. Existem dois tipos de nitrogênio: os não-reativos e os reativos. • Os não reativos são inofensivos e constituem cerca de 78% da atmosfera. Mas os seres vivos não conseguem absorver esta forma de azoto não reativo. Apenas alguns tipos de bactérias conseguem assimilar o N2. • Nitrogênio reativo é termo criado para diferenciar as várias formas químicas que o elemento nitrogênio (N) pode estar presente. Amônia (NH3), amônio (NH4 +), nitrato (NO3 -), nitrito (NO2 -), óxido nitroso (N2O), óxido nítrico (NO) entre outras. Algumas das abordagens gerais que podem reduzir a demanda pelo nitrogênio são: • Melhorar a eficiência do uso de nitrogênio na agricultura: Adotar princípios da agroecologia, visando a otimização da produtividade e das práticas agrícolas de acordo com as características do ecossistema, por exemplo, melhorando a capacidade de resiliência da fazenda fazendo uso de processos naturais fortalecendo a biodiversidade funcional, tais como a qualidade do solo e protegendo os serviços ecossistemas dos quais a fazenda depende. A biodiversidade do solo pode contribuir para o aumento da resistência a secas e inundações e pode aumentar a eficiência de nutrientes. • Reduzir a queima de combustíveis fósseis: Substituir o uso de combustíveis fósseis por alternativas renováveis e sustentáveis, como as tecnologias solar e eólica; Assegurar que os substitutos dos combustíveis fósseis na forma de biomassa não induzam um aumento da demanda por N. A utilização da biomassa como fonte de energia alternativa não seria uma escolha adequada porque exigiria ainda mais fertilizantes. Conferencia Rio+20 Na Conferência Rio+20 em 2012, os governos sinalizaram uma preocupação com a saúde da biodiversidade marinha que está sendo afetada por compostos de base nitrogenada. Com isso, os líderes mundiais se comprometeram a tomar medidas para reduzir os impactos desta contaminação nos ecossistemas marinhos. Este compromisso por parte da comunidade global precisa ser garantido por meio de programas de ações factíveis, com foco em uma melhor gestão de nutrientes e tratamento de resíduos. Referências bibliográficas ● GALLOWAY, J.N.; TOWNSEND, A.R.; ERISMAN, J.W.; BEKUNDA, M.; CAI, Z.; FRENEY, J.R.; MARTINELLI, L.A.; SEITZINGER, S.P.; SUTTON, M.A. 2008.Transformation of the Nitrogen Cycle: Recent Trends, Questions, and Potential Solutions. Science, vol. 320, pp. 889-892. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/5363687_Transformation_of_the_Nitrogen_ Cycle_Recent_Trends_Questions_and_Potential_Solutions. Acesso em: 18 set. 2021. ● R.A. Duce t al (2008). “Impactos do Nitrogênio Antropogênico na Atmosfera em Oceano Aberto.” Science. ● FAPESP. Nitrogênio demais. Disponível em: http://midiaemeioambiente.blogpot.com/2008. Acesso em: 18 set. 2021. ● GRUPO DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO QUIMICA. O nitrogênio, a amônia e outras histórias. Disponível em: http://www.allchemy.iq.usp.br/pub/metabolizando/bb5700k.doc. Acesso em: 18 set. 2021. ● LESSA, Ruth Néia Teixeira. Ciclo do nitrogênio. Disponível em: http://www.ufpel.edu.br/iqg/livrovirtual/estanteamb.../nitrogenio.pdf. Acesso em: 20 set. 2021. ● REVISTA BIOTECNOLGIA. A importância da fixação biológica de nitrogênio para a agricultura sustentável. Disponível em: http:// www.biotecnologia.com.br/revista/bio01/1hp_15.pdf. Acesso em: 20 set. 2021. ● SOUZA, Fernando Augusto de. Agricultura natural/orgânica como instrumento de fixação biológica e manutenção do nitrogênio no solo, um modelo sustentável de MDL. Disponível em: http://www.planetaorganico.com.br/TrabFern2008.htm. Acesso em: 20 set. 2021. Obrigado pela atenção!
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