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Apreciação crítica 
A obra " Os Britadores de Pedra", autoria do pintor francês do século XIX, Gustave Courbet, um dos principais representantes das artes plásticas, foi considerada uma das criações mais polémicas do artista. O que se deve ao facto, de na sua época, a arte se basear num conceito elitista, onde as minorias não conseguiam penetrar, e à sua decisão em expor a decadência, e a vida indigente dos trabalhadores do seu país. 
Observando a pintura, podemos destacar duas figuras masculinas, existindo uma disparidade de idades evidente, que apela para o desempenho de uma tarefa monótona e repetitiva, um ciclo interminável, onde se é colocado num mesmo emprego desde jovem até e se envelhecer. Podemos perceber ainda, pela presença da sombra, que as figuras mencionadas trabalham horas a fio. 
Os estragos nas suas roupas são perfeitamente visíveis, ambos vestem peças velhas e rasgadas, demonstrando o empobrecimento. 
O rapaz está a segurar um vaso saturado de pedras, enquanto o seu companheiro carrega um martelo, preparando-se para quebrar as mesmas, assim como sugere o nome da obra. É de evidenciar, a posição das personagens, que se encontram ligeira, no caso do adolescente, e totalmente curvadas, no caso do adulto. O que inspira o duro trabalho, uma humilhação social, e até submissão.
Ao fundo vê-se um caldeirão, presumivelmente, com comida, representando o descanso breve para reforço do trabalho que segue. 
Por fim, mas ainda relativamente à composição da pintura, menciono a importância das cores, os castanhos e cinzentos, que expressam o desânimo e a falta de vida. 
Para concluir, e criticamente falando, considero o quadro analisado extremamente interessante e necessário. Trata-se de uma manifestação pura e real sobre o trabalho braçal a que os camponeses franceses eram sujeitos. A classe mais laboriosa, mas que permanecia no anonimato.
Apesar do esforço eminente, eram aqueles a que acesso a praticamente nada tinham, nem mesmo à arte, àquela a que costumam intitular de "universal"...
É ainda de acrescentar, que o empobrecimento permanece nos dias de hoje, incluindo no nosso país. Esta obra, pode simbolizar a vida de muitos operários portugueses, que continuam a ser desvalorizados.

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