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A patologia estuda as alterações celulares e teciduais causadas por doenças . Estuda a progressão e a reação do organismo diante da doença , sendo fundamental para alicerçar o conhecimento clínico . P R O C E S S O S B I O L Ó G I C O S P A T O L O G I A M É D I C A Nesse sentido , foi proposta a confecção desse portfólio como modo de agrupar os conhecimentos adquiridos nessa disciplina . Aqui constaram alguns aspectos etiológicos , anatomopatológicos , fisiopatológicos e patológicos das doenças . Serão discutidos sobre sete tópicos : Bases patológicas das doenças Distúrbios Metabólicos Padrões de Necrose Distúrbios Circulatórios Inflamação Neoplasias Reparo Tecidual DOSCENTE: JOÃO FELIPE PERES REZER PORTFÓLIO PATOLÓGICO S A B R I N A N E S I I N T R O D U Ç Ã O Quando a célula sofre alguma perturbação , ela pode se adaptar e conseguir realizar suas atividades normalmente ou ela apresenta sofre uma lesão celular , o que afeta o seu desempenho , prejudicando o equilíbrio do organismo . Quanto maior o tempo de duração da lesão , maior os danos celulares , podendo ocorrer até a necrose celular , quando a lesão atinge o limiar de irreversibilidade , isto é , a célula perde suas funções e mesmo que que o estímulo nocivo seja inibido , essa função não é recuperada . BASES PATOLÓGICAS DAS DOENÇAS E quais são as respostas celulares e teciduais aos estímulos nocivos? Robbins, 9° edição ATROFIA ETIOLOGIA Pode ser causada por inervação inadequada, por diminuição da demanda de trabalho, imobilização dos membros, desuso (cadeirantes), pressão/ compressão (ou perda da estimulação hormonal (glândulas mamárias). A nutrição inadequada (inanição) também leva à atrofia, levando em casos extremos à caquexia. CLASSIFICAÇÃO: Simples: redução no volume celular, sem alteração do número das células: EX: atrofia de fibras musculares esqueléticas (membro engessado perde volume por redução da carga de trabalho). Numérica: redução do volume e também no número de células. EX: atrofia dos túbulos seminíferos na hanseníase. É a diminuição adquir ida do volume de um órgão ou tecido . - An at pa t, U ni ic am p Caquexia em paciente oncológico Túbulos normais Túbulos atrofiados An at pa t, U ni ic am p Fonte: Opas.org.br HIPERTROFIA Quando há doença cardíaca a partir de uma disfunção pulmonar. É o que ocorre no enfisema pulmonar crônico. Ocorre hipertrofia ou dilatação no ventrículo direito resultante diretamente da hipertensão pulmonar. É o aumento do tamanho das células e consequente aumento do tamanho do órgão . - COR PUMONALE Hipertrofia das glândulas mamárias durante a gravidez Hipertrofia das células musculares l isas do útero gravídico. Hipertrofia do VE por hipertensão arterial crônica Robbins, 9° edição An at pa t, U ni ic am p Robbins, 9° edição Fonte: anatomiaemfoco.com.br HIPERPLASIA HIPERPLASIA PROSTÁTICA BENIGNA É o aumento do número de células que pode ser f is io lógico ou patológico . A prol i feração celular é est imulada por fatores de crescimento que são produzidos por vár ios t ipos celulares . Hiperplasia gengival , geralmente por falta de higiene bucal. É o aumento da glândula da próstata associado ao avanço da idade e à alteração dos níveis hormonais. Leva ao estreitamento da uretra e, portanto, à dificuldade para urinar e à hipertrofia da bexiga. Além de hidronefrose e hidroureter (acúmulo d e líquido nos rins e nos ureteres) bilaterais. Fonte: Opas.org.br Fonte: drjappedrosa.com METAPLASIA METAPLASIA DO EPITÉLIO RESPIRATÓRIO Ocorre mudança do epitélio colunar simples ciliado normal da traqueia e dos brônquios para um epitélio escamoso estratificado em fumantes devido à exposição às substâncias nocivas do cigarro. Essa metaplasia é uma forma de defesa do organismos, mas acaba tendo efeito negativo pela perda de importantes efeitos protetivos: secreção de muco e ação dos cílios de remoção de partículas indesejadas. É uma alteração reversível na qual um t ipo celular adulto é subst ituído por outro t ipo celular adulto mediante est ímulo nocivo . Pode alterar as funções celulares ou aumentar as chances de uma transformação maligna . Robbins, 9° edição Robbins, 9° edição DISPLASIA As células displásicas exibem CARIOMEGALIA : com frequência possuem núcleos hipercromáticos que são anormalmente grandes para o tamanho da célula . Quando as alterações displásicas são acentuadas e envolvem toda a espessura do epitél io , a lesão é dita como carcinoma in situ (estágio pré invasivo de câncer) . OBS: não são sinônimo de câncer , algumas displasias leves e moderadas que não envolvem toda a espessura do epitél io podem regredir completamente , principalmente se as causas incitantes forem removidas . É a perda da uniformidade das células e da sua or ientação arquitetural . DISPLASIA CERVICAL que acontece, por exemplo, em casos de infecção por HPV cariomegalia Fonte: brasilescola.uol.com.br Fonte: bedmed.com.br AGENESIA HIPOPLASIA É a ausência de formação de um órgão ou tecido . Agenesia dental Agenesia de mão Formação def ic iente de um órgão ou tecido que pode ou não funcionar Síndrome unha patela Hipoplasia do esmalte dentário Fonte: conquistodontologia.com.br Fonte: associacaodaramão.blogspot.com Fonte: pt.wikipedia.org Fonte: edutavares.com.br São distúrbios metabólicos com várias alterações a nível celular em que há perturbação ou redução do metabolismo , podendo levar ao acúmulo de substâncias (carboidratos , proteínas , lipídios , substâncias minerais ou pigmentos) dentro ou fora das células . Quando muito graves , levam à morte ou à necrose . DEGENERAÇÃO METABÓLICA Robbins, 9° edição ACÚMULO DE GLICÍDIOS DOENÇA DE MCARDLE É o acúmulo de glicogênio em células musculares esqueléticas. DOENÇA DE VON GIERKE É o acúmulo de glicogênio em hepatócitos e células tubulares renais. Os acúmulos de gl ic íd ios são chamados de gl icogenoses . As duas principais são a doença de Von Gierke e a doença de McArdle Hepatócitos normais Hepatócitos com acúmulo de glicogênio (aspecto mais claro e vacuolizado) An at pa t, U ni ic am p An at pa t, U ni ic am p An at pa t, U ni ic am p ACÚMULO DE PROTEÍNAS Pode ocorrer nos rins por reabsorção das proteínas nos túbulos renais. Quando isso ocorre causa hialinização glomerular e hialinose arteriolar (hipertensão arterial benigna), que levam à atrofia de parte dos néfrons. Nesse caso, o rim encontra-se reduzido de tamanho e os néfrons atrofiados criam depressões na sua superfície, enquanto os funcionais produzem as granulações. O acúmulo de proteínas se dá pelo desequi l íbr io entre produção e degradação das proteínas celulares , causando perda de homeostase . O acúmulo intracelular confere à célula um aspecto homogêneo , translúcido e eosinof í l ico . Assim também pode ser chamado de degeneração hial ina . GOTA ÚRICA O acúmulo de ácido úrico no sangue , resultado do metabolismo de purinas (proteínas presentes em diversos alimentos), pode gerar tofos gotosos , que são nódulos cutâneos que se localizam preferencialmente nos joelhos , cotovelos , dedos e pavilhão auricular . Essa condição pode ser recidivante e levar à destruição articular . Fonte: richet.com.br Fonte: mdsaude.com ACÚMULO DE LIPÍDIOS Geralmente o acúmulo é de tr ig l icer ídeos . E o f ígado é o órgão em geral mais afetado , apresentando acúmulo de gordura conhecido como esteatose (degeneração gordurosa) causado principalmente por desnutr ição ou alcool ismo . Pode evoluir para a cirrose hepática ( i r reversível) . Para tentar reverter esse quadro , mudanças de hábitossão primordiais antes da intervenção farmacológica . O acúmulo de colesterol nos vasos resulta na formação de uma placa aterosclerótica que pode levar à infartos do miocardio e acidentes vasculares cerebrais. Pode ocorrer em órgãos e tecidos onde comumente não ocorre em decorrência de distúrbios metaból icos . Fí ga do n or m al Es te at os e ACÚMULO DE COLESTEROL Fo nt e: tu as au de .c om Fo nt e: tu as au de .c om Fonte: ufrgs.brFonte: ufrgs.br São alterações pulmonares e dos l infonodos regionais causadas pela inalação de part ículas do ambiente (poeira/poluição) . Como exemplo há a antracose e a si l icose pulmonares . Lesão pulmonar caracterizada por pigmentação preta pelo acúmulo de carbono da poluição atmosférica ou das substâncias do tabaco. ACÚMULO DE PIGMENTOS Os pigmentos podem ser exógenos , introduzidos no organismo por ingestão , inalação ou inoculação , depositando -se nos tecidos e se comportando como corpos estranhos , que podem ser fagocitados por macrófagos ou drenados pelos vasos l infát icos . Mas também podem ser endógenos , sendo produzidos pelo própr io organismo PNEUMOCONIOSES Alterações pulmonares causadas por inalação de sílica. Pode levar à paquipeluris (fibrose da pleura), o que prejudica a distensão pulmonar e, portanto, afeta a função do órgão. Fonte: anaplat.unicamp.br Fo nt e: a na pl at .u ni ca m p. br PIGMENTOS ENDÓGENOS ACÚMULO DE MELANINA A melanina é um pigmento endógeno que fornece proteção contra a radiação solar, produzido pelos melanócitos. Caso essas células se tornem cancerígenas, podem-se originar melanomas em qualquer parte do corpo. O melanoma é a neoplasia intraocular mais comum na raça branca e tende metástase hepática. ACÚMULO DE LIPOFUSCINA A lipofuscina é uma substância amarelada que contém lipídeos e é produzida em diversas células do corpo. Ela se acumula em vários tecidos (coração, fígado e cérebro, por exemplo) em consequência do envelhecimento ou da atrofia. Em condições de senilidade ou caquexia se apresenta como a atrofia parda. Tatuagens também são exemplos de acúmulo de pigmentos exógenos l imitado à pele . São def in it ivas quando o pigmento é apl icado na derme e transitór ia se apl icado na camada córnea da epiderme (mais superf ic ia l) . Lipofuscina no músculo esquelético cardíaco Fo nt e: fm v. ul is bo a. pt Fonte: hcfmb.unesp.br ACÚMULO DE HEMOSSIDERINA A hemossiderina é um pigmento anormal de origem endógena de coloração acastanhada derivada da degradação da hemoglobina e se acumula em tecidos onde há excesso de ferro. Seu acúmulo causa a hemossiderose e ocorre geralmente nos pulmões e nos tecidos nervosos. Hemossiderose observada em hepatócitos Fonte: anaplat.unicamp.br Fonte: anaplat.unicamp.br A morte é definida como a parada definitiva ou irreversível dos processos metabólicos , das funções orgânicas e das atividades vitais . Ela pode ser geral (somática) quando afeta todo o organismo ; programada (apoptose) quando afeta as células individualmente ; e tissular - também conhecida como necrose- quando afeta parte de um organismo vivo (grupo de células , tecido ou órgão) enquanto o indivíduo como um todo ainda está vivo . As células possuem quatro sistemas interdependentes , que quando alterados podem levar à morte celular : membranas (necessárias para homeostasia iônica e osmótica), respiração aeróbica , síntese de proteínas/ manutenção do citoesqueleto e DNA , As alterações citoplasmáticas existem , mas são as nucleares mais significativas na necrose celular . Aqui , podemos observar : 1- Picnose : núcleo reduzido em volume , adensado e hipercorado . 2- Cariorrexe : fragmentação do núcleo picnótico ; 3- Cariólise : coloração nuclear pálida e fraca . PADRÕES DE NECROSE TECIDUAL 1 2 3 Fonte: anaplat.unicamp.br Fonte: biomedicinabrasil.com.br O processo de manifestação morfológica da necrose é chamado de necrofanerose que pode ser observada microscopicamente e macroscopicamente (alterações no volume, cor e nucleares, como já citadas). O tempo para necrofanerose varia com o tipo de tecido, temperatura, circunstâncias metabólicos e o método de observação. FRIABILIDADE É uma manifestação macroscópica da necrose e é resultado da perda de consistência e elasticidade, devido à lise dos constituintes celulares. É facilmente verificada em órgãos parenquimatosos, como o pulmão, em que uma simples compressão digital causa perfuração da estrutura. Nota-se então a fragilidade. A isquemia , que pode ser causada por obstrução vascular, causa alterações celulares que levam à necrose. Os neurônios, miócitos e hepatócitos são as células menos resistentes a essas alterações, o que torna o manejo clínico difícil. Não só alterações microscópicas ocorre, mas também macroscópicas, como é possível observar na friabilidade dos órgãos, por exemplo. NECROFANEROSE A necrose geralmente segue padrões, que serão descritos a seguir: Robbins, 9° edição Fo nt e: e di sc ip lin as .u sp .b r NECROSE COAGULATIVA Transformação do estado coloidal de mais l íquido (sol) para mais sól ido (gel) por perda de água . A sua principal caracter íst ica é a remoção lenta das células necrót icas através da fagocitose . Todos os infartos sól idos , com exceção do cérebro , seguem o padrão de necrose coagulat iva . Geralmente , ocorre por obstrução de ramos arter ia is . IAM No coração , o endocárdio costuma ser o mais afetado e forma-se uma cicatriz fibrosa , já que as células miocárdicas não se regeneram . Se não houvesse essa substituição , o processo inflamatório continuaria e prejudicaria ainda mais o órgão . A área desse tipo de necrose é firme, pálida (pela ausência de circulação) e bem delimitada pelo tecido saudável ao redor. Infarto do rim Infarto do baço Robbins, 9° edição Fonte: anaplat.unicamp.br Fonte: anaplat.unicamp.br NECROSE CASEOSA Oé um t ipo de necrose coagulat iva que é promovida pela reação inf lamatór ia que ocorre em algumas doenças , como a tuberculose . De fato , o órgão mais afetado é o pulmão . Frequentemente ocorre calc i f icação . Estet icamente , esse t ipo de necrose se apresenta com um aspecto semelhante a quei jo r icota . Pode envolver extensas áreas, levando a destruição de alvéolos e grande redução da área arejada do pulmão. Robbins, 9° edição Fonte: anaplat.unicamp.brFonte: anaplat.unicamp.br NECROSE LIQUEFATIVA as células necrót icas são removidas rapidamente por fagocitose . A necrose apresenta caráter mole e l iquefeito . É observada em infartos no cérebro e em infecções bacter ianas ou fúngicas , porque os microrganismos promovem a secreção e acúmulo de citocinas inf lamatór ias que atraem os leucócitos , cujas enzimas digerem o tecido . INFARTO NO CÉREBRO Robbins, 9° edição Fonte: edisciplinas.usp.br NECROSE GORDUROSA NECROSE FIBRINOIDE É a necrose do tecido adiposo , comum na hipoderme , mama , retroper itônio e omento . Lesões traumáticas ou químicas também podem levar a esse t ipo de necrose , principalmente na pancreat ite aguda Geralmente observada em reações imunes , onde ocorre deposição de imunocomplexos nos vasos sanguíneos . É vis ível somente à microscopia óptica . As áreas de depósitos gredosos, brancas, representam focos de necrose gordurosa com formação de sabão de cálcio (saponificação) nos locais da degradação dos lipídios no mesentério Fonte: anatomiapatologica.com.br Fo nt e: g ol df is io .b lo gs po t.c om Fonte: anaplat.unicamp.br NECROSE GANGRENOSA SECA Necrose que perdeu água para o ambiente, ficando com aspecto seco e mumificado (por vezes escura, devido a alterações na hemoglobina);ÚMIDA Necrose contaminada com bactérias saprófitas (geralmente anaeróbicas e que produzem fosfolipases e enzimas proteolíticas) que digerem e amolecem o tecido. É um t ipo de necrose isquêmica , no qual a lesão sofre modif icação por agentes externos , como o ambiente ou bactér ias . A gangrena também pode ocorrer em órgãos internos , caso haja infecção bacter iana . Fonte: depto.icb.ufmg.br É um t ipo de necrose isquêmica , no qual a lesão sofre modif icação por agentes externos , como o ambiente ou bactér ias . A gangrena também pode ocorrer em órgãos internos , caso haja infecção bacter iana . O produto necrótico pode ser eliminado, permanecer no local ou se calcificar. A eliminação pode ser: - Direta: leva à formação de uma úlcera que pode ser curada, mas quando se fecha a úlcera, há perda de função devido à morte dessas células (pele); - Condutos naturais: forma-se uma caverna (necrose caseosa), o sistema imune tenta eliminar o ponto de necrose caseosa; - Trajetos neoformados: fístulas geralmente por causa infecciosa. - Fagocitose GANGRENA INTESTINAL GASOSA Necrose infectada por bactérias do gênero Clostridium, que podem produzir gases. Fonte: ligadepatologiaufc.blogspot.com Fonte: Opas.ogr.br A hiperemia ativa é o aumento do fluxo de sangue pela dilatação das artérias e arteríolas . A causa são inflamações agudas de qualquer etiologia . É o extravasamento do sangue . Pode ocorrer por rexe dos vasos (geralmente traumática), diabrose dos vasos (necrose ou úlceras pépticas) ou diapedese hemorrágica (observada em coagulopatias ou congestões prolongadas). O acúmulo de sangue fora dos vasos se chama hematoma . DISTÚRBIOS CIRCULATÓRIOS HIPEREMIA/ CONGESTÃO HEMORRAGIA Fonte: drauziovarella.uol.com.br Fonte: Anaplat.unicamp.br Fonte: docs.fct.unesp.br Fonte: msdmanuals.com É a presença de qualquer elemento estranho (êmbolo) na corrente sanguínea . Pode ocorrer com a ruptura de um trombo . . É a formação de um coágulo sanguíneo em uma ou mais veias localizadas na parte inferior do corpo , geralmente nas pernas . TROMBOSE EMBOLIA Fonte: anaplat.unicamp.br Fonte: diariodoaco.com.br Isquemia é a falta de fornecimento sanguíneo adequado a um tecido ou órgão pela obstrução de uma artéria devido a um trombo . Macroscopicamente se apresenta com palidez . A morte das células graças à isquemia é o . EDEMA Acúmulo de líquido na matriz intersticial , através do extravasamento dos vasos sanguíneos . ISQUEMIA INFARTO Fo nt e: a na pl at .u ni ca m p. br Fonte: pt.wikipedia.org É uma resposta protetora dos tecidos vascularizados a um agente agressor caracterizada morfologicamente pela saída de líquidos e células do sangue para o interstício (local da agressão). Porém , os mecanismos que eliminam os agentes agressores também podem lesar as células normais . Esse processo inflamatório também pode ser constante , nos casos de inflamação crônica como na artrite , artrose e lúpus . Mecanismos da inflamação INFLAMAÇÃO A inflamação é caracterizada pro sinais cardenais: calor (perceptível nas superfícies corporais- decorrente da hiperemia e metabolismo local), rubor (decorrente da hiperemia), tumor (permeabilidade vascular-edema), dor (irritação química nas terminações nervosas e pela compressão mecânica). Ainda há a functio laesa (pode ocorrer hiper, hipo ou afuncionalidade.). A febre é outro sinal , caracterizado por hipertermia , taquipneia , taquicardia , anorexia , polidipsia , lassitude e obnubilação . Fonte: files.cercomp.ufg.br CLASSIFICAÇÃO DAS INFLAMAÇÕES AGUDA CRÔNICA SUBAGUDA CRÔNICA ATIVA Predomina fenômenos vasculares - exsudativos (hiperemia ativa patológica, edema, e infiltrado de PMN, principalmente Neutrófilos.). Exceção: Hepatite Viral Aguda, na qual o infiltrado é sempre de Mononucleares. Quanto à duração , a inf lamação pode ser classif icada em superaguda (horas a dias) , aguda (dias a semanas) , subaguda (de semanas a meses) e crônica (de 3 meses a anos) . Já quanto ao quadro histológico pode ser : Caracteriza-se por fenômenos tanto vasculares - exsudativos quanto proliferativos, ocorrendo hiperemia, edema, proliferação fibroblástica e angioblástica, com infiltrado de PMN - principalmente Eosinófilos, e também de MN - Linfócitos, Plasmócitos e Macrófagos. Predomina fenômenos proliferativos (Proliferação fibroblástica e angioblástica, e infiltrado de células Mononucleares, principalmente de Linfócitos, Plasmócitos e Macrófagos.). Exceção: Osteomielite Crônica, na qual o infiltrado é sempre de PMN. inflamação crônica reagudizada, isto é, com superposição de fenômenos vasculares exsudativos em área inflamada cronicamente. Extravasamento de exsudato aquoso , límpido e pobre em proteína . originário do soro sanguíneo ou das secreções de células . O caso mais comum de inflamação serosa é a queimadura da pele . Ocorre nas doenças vesículo- bolhosas (pênfigo , queimadura de pele , herpes . . . INFLAMAÇÕES EXSUDATIVAS Ocorre em lesões mais graves , com maior permeabilidade vascular , o que permite a infiltração de moléculas grandes , como o fibrinogênio . O exsudato produzido é filamentoso , rico em fibrina , com celularidade variável . Esse exsudato é característico de inflamação de revestimento de cavidades como meninges , pericárdio e pleura . FIBRINOSA SEROSA Fonte: anaplat.unicamp.br Fonte: drauziovarella.uol.com.br Presença de grande quantidade de exsudato purulento (pus- cremoso , amarelo-esverdeado), composto por PNM vivos e mortos , líquido de edema e células necróticas . . Certos microrganismos induzem essa supuração localizada , sendo chamados de piogênicos . Abscesso seria uma coleção de pus na pele ou tecido subcutâneo . A pústula é um abscesso superficial . Furúnculo é um abscesso originado a partir da infecção e inflamação do folículo piloso . Geralmente associado à Staphylococcus Aureus . ·Fleimão é uma inflamação difusa e infiltrativa do tecido conjuntivo , geralmente associado aos Streptoccus . Não é circunscrita . Pode haver coleções de pus em cavidades naturais , seja pela inflamação das serosas ou mucosas que as revestem ou pela fistulação para a cavidade de algum abscesso visceral . Ainda pode se formar uma fístula , canal patológico formado para eliminação do conteúdo inflamatório . Pode ser entre duas vísceras (fístula interna) ou entre uma víscera e a pele (fístula externa). SUPURATIVA OU PURULENTA Fonte: drauziovarella.uol.com.br Fo nt e: O pa s. or g. br Fo nt e: s em io bl og un eb .w or dp re ss .c om Típica de epitélios de revestimento (pele e mucosas), com degeneração , necrose , e descamação restritas ao epitélio , não atingindo a submucosa . . ULCERATIVA Típica de epitélios de revestimento (pele e mucosas), com degeneração , descamação epitelial e necrose profunda , ocorrendo solução de continuidade da mucosa , atingindo a submucosa e provocando freqüentemente hemorragias . A úlcera só ocorre onde tem tecido necrótico e inflamação . INFLAMAÇÕES ALTERNATIVAS EROSIVA Fonte: mdsmanuals.com Fonte: mdsmanuals.com É uma inflamação crônica caracterizada pela formação de granulomas , graças à ação de macrófagos contra corpos estranhos ou contra microrganismos de baixa virulência e alta resistência . É característica de algumas doenças (como a tuberculose), permitindo o diagnóstico sem nem mesmo visualização do patógeno . . ·Histologicamente , a inflamação granulomatosa é caracterizada por foco central de necrose caseosa , com ou sem calcificação distrófica , células gigantes tipo Langhans , células epitelióides (macrófagos agrupados e que assumem o papel de células epiteliais pela compressão múltipla), macrófagos não envelhecidos , manto linfo- plasmocitário e cápsula fibrosa . INFLAMAÇÕES PROLIFERATIVAS GRANULOMATOSA Fonte: anaplat.unicamp.br Fonte: anaplat.unicamp.br A multiplicaçãocelular ocorre constantemente e é indispensável para repor as células que morrem . Essa proliferação e diferenciação recebem influência de agentes internos e externos às células . Alterações nesses fatores podem resultar em neoplasias . Fatores que influenciam na multiplicação e diferenciação celular A neoplasia é a proliferação local de clones atípicos de crescimento excessivo, progressivo, ilimitado, incoordenado, autônomo, irreversível e com tendência à perda da diferenciação celular. As neoplasias podem ser classificadas quanto à diferenciação em bem diferenciadas, indiferenciadas ou anaplásicas (sem diferenciação). Quanto à localização podem ser superficiais (borda dos órgãos) ou parenquimatosas (profundas) e quanto à morfologia podem ser císticas, papilares, sólidas, cirrosas e ductulares. NEOPLASIAS Fonte: mundoeducacao.uol.com.br CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO COMPORTAMENTO O comportamento depende do comprometimento orgânico e geral do organismo produzidos pela neoplasia . BENIGNA MALIGNA Geralmente pouco agressivas e inofensivas, não afetando muito as funções do organismo. São bem diferenciadas, tem limites bem definidos, não metastáticas, cujo crescimento é usualmente lento e do tipo expansivo/compressivo. Pode estacionar ou regredir. Muito agressivas, indiferenciadas, geralmente representando potencial risco à vida. Frequentemente são metastáticas e geram ulcerações. O crescimento é rápido e do tipo infiltrativo/destrutivo . As recidivas, caquexia, necroses e hemorragias são frequentes. Geralmente, progride até a letalidade. câncer Fonte: ipjc.com.br BENIGNA MALIGNA Ainda há, as neoplasias potencialmente malignas cuja malignidade é duvidosa, por ter uma classificação em benigno ou maligno difícil, ou por ter características malignas e benignas simultaneamente e/ou por poderem se tratar de neoplasias benignas em processo de malignização. Fonte: hcfmb.unesp.com Fonte: pt.wikipedia.org Nevo, exemplo de neoplasia benigna na pele Osteoma, exemplo de neoplasia benigna no osso Fonte: scielo.br Fonte: scielo.br Melanoma maligno Osteossarcamo neoplasia maligna do osso METÁSTASE É a propagação e disseminação de neoplasias. Ocorre mediante diversos passos: neovascularização (angiogênese), invasão dos linfáticos ou capilares, embolização, segregação em leito vascular distante, adesão dos oncócitos ao novo sítio, diapedese e proliferação. A disseminação pode ocorrer por duas vias: Linfát ica Os linfonodos acometidos aumentam de volume. O primeiro linfonodo acometido é chamado de linfonodo sentinela. Sanguínea Por essa via, os oncócitos podem atingir qualquer parte do corpo por meio da disseminação hematogênica, embora mais de 99% das células tumorais morram na circulação. Fonte: depto.icb.ufmg.com ESTADIAMENTO O TNM é um sistema de estadiamento e é a classif icação mais usada para os tumores malignos . Serve para o monitoramento , determinando a extensão do crescimento e disseminação dessas neoplasias . Se baseia em 3 componentes: tamanho do tumor primário , nódulo regional comprometido ( l infonodos das cadeias de drenagem l infát ica do órgão em que o tumor se local iza) e metástase . Ajuda a planejar o tratamento, dar indicação de prognóstico e a avaliar dos resultados do tratamento O diagnóstico pode ser feito por métodos histológicos e citológicos, imuno-histoquímicos (biópsia, esfregaços para citologia), diagnóstico molecular, citometria de fluxo, marcadores tumorais (entre os marcadores: antígenos de superfície celular, proteínas citoplasmáticas, enzimas e hormônios) e exames imagiológicos. DIAGNÓSTICO "Acender como uma árvore natal" ·Regeneração : o tecido morto é substituído por outro idêntico em morfologia e função . ·Cicatrização (reparação) : o tecido morto é substituído por um tecido neoformado , originado do estroma (conjuntivo ou glia). Em lesões mais superficiais , ocorre o processo de reeptelização . A fibrose é a formação ou desenvolvimento de tecido conjuntivo (deposição de colágeno) como parte de um processo de cicatrização que ocorre em órgãos como pulmões , rins ou fígado mediante inflamação crônica , ou no miocárdio após infarto . Quanto mais especializado um tecido, menor a capacidade regenerativa das suas células. As células podem ser classificadas em: Lábeis (cuja regeneração é comum) Estáveis (cuja regeneração é possível) Perenes (cuja regeneração não é possível e sempre ocorre cicatrização). REPARO TECIDUAL É o processo de cura de lesões teciduais que pode ocorrer de duas formas : Fonte: anaplat.unicamp.br Fonte: anaplat.unicamp.br ETAPAS DA REPARAÇÃO POR CICATRIZAÇÃO FASE DE CICATRIZAÇÃO Seu objetivo é eliminar o agente nocivo, remover o tecido lesionado e estimular a deposição de componentes da matriz extracelular. RESPOSTA INFLAMATÓRIA INICIAL FASE DE REMODELAGEM FASE PROLIFERATIVA Tem a proliferação de fibroblastos e células endoteliais, com formação do tecido de granulação. Nessa fase ocorre a reepitelização e angiogênese. o processo de angiogênese torna-se ativo a partir do segundo dia. Para chegar as células inflamatórias e para suprir a lesão, dar condições para a cicatrização. Ocorre a síntese da matriz extracelular e deposição de colágeno, com formação da cicatriz. Ainda inicia-se a contração da ferida, que depende do seu local e da sua forma. Ocorre equilíbrio entre a taxa de síntese e degradação do colágeno, importante para a formação de uma cicatriz resistente. Tal processo é controlado por mediadores presentes na lesão. Essencial para formar uma cicatriz bem resistente. TECIDO DE GRANULAÇÃO Aparência rósea e granular. Sua formação ocorre aproximadamente 4 dias após o início da lesão. A ferida é invadida por tecido de granulação, constituído de fibroblastos, células inflamatórias, capilares neoformados envoltos por colágeno, fibronectina e ácido hialurônico. Fonte: realh.com.br Fonte: edisciplinas.usp.br Fonte: scielo.br Fonte: eerp.usp.br Existem alguns fatores que podem interferir na cicatrização : ·Fatores do hospedeiro : o uso de glicocorticoides , infecções da ferida , fatores mecânicos , nutrição , suprimento sanguíneo inadequado e presença de corpos estranhos são alguns fatores que influenciam o curso da cicatrização . ·Fatores teciduais : o tipo celular (lábel , estável ou perene , ocorrendo fibrose em tecidos com células permanentes e reparo perfeito nos outros), a formação de extensos exsudatos (eliminado por digestão e reabsorção) e a possível formação de queloide são fatores que influenciam o curso da infecção . FATORES DE CICATRIZAÇÃO FATORES DE CRESCIMENTO OUTROS FATORES Geralmente é observada em incisões cirúrgicas , com união imediata das bordas da ferida , evolução asséptica e cicatriz linear . Fatores como quantidade de tecido necrótico , presença de espaço morto , sutura muito apertada ou infecção podem interferir no processo de cicatrização . . 2° INTENÇÃO Ocorre quando as bordas da ferida não estão juntas por grande perda tecidual . O espaço é preenchido por tecido de granulação , que mais tarde irá se reepitelizar . A formação do tecido cicatricial pode causar uma protuberância , a queloide . FORMAS DE CICATRIZAÇÃO 1ª INTENÇÃO Fonte: scielo.br Fonte: pt.wikipedia.org Quando há crescimento tecidual desproporcional ao parênquima do órgão . Pode ser hipertrófica , quando ocorrem estímulos continuados no local ou queloide , quando há presença de corpos estranhos , por exemplo . FORMAS DE CICATRIZAÇÃO PATOLÓGICA Fonte: acfw.com.br A superfície costuma ser irregular , limitada pela área traumatizada . A quantidade de água é menor , possui anexos cutâneos , não tem prurido e frequentemente ocorre regressão espontânea . . QUELOIDE A superfície costuma ser circular e brilhantee excede a área traumatizada . A quantidade de água é maior , não possui anexos cutâneos , tem prurido e raramente ocorre regressão espontânea . HIPERTRÓFICA Fonte: Opas.org.br Fonte: Opas.org.br TIPOS DE FERIDAS SUPERFICIAL PROFUNDA TOTAL Atinge o tecido muscular , tendões , ossos , cartilagens Atinge somente a epiderme e derme . PROFUNDA Atinge a epiderme , derme e tecido subcutâneo . Fonte: medicina.ufmg.br Fonte: ufrgs.br Fonte: vuelopharma.com ACIDENTAL ONCOLÓGICA Ocorre de maneira imprevista , provocada por objetos cortantes , perfurantes , lacerantes , inoculação de venenos , mordeduras e queimaduras em geral Secundárias a uma determinada doença de base PATOLÓGICA Causadas por tumores ou metástases cutâneos Fonte: estomaplast.com.br Fonte: minutoenfermagem.com.br Fonte: scielo.br PROTEGER A VERMELHA LIMPAR A AMARELA DEBRIDAR A PRETA Apresenta tecido necrótico Apresenta exsudato purulento Ferida com tecido de granulação nucleodeconhecimento.com.brFonte: Fonte: eerp.usp.br Fonte: eerp.usp.br REFERÊNCIAS Departamento de Patologia Geral . Instituto de Ciências biológicas – Universidade Federal de Minas Gerais–UFMG . Belo Horizonte , Minas Gerais , BRASIL . Disponível em : http ://depto .icb .ufmg .br/dpat/ KUMAR , V . , ABBAS , A . K . , FAUSTO , N . , ASTER , J . C . Robbins Patologia Básica . Elsevier , Rio de Janeiro , 2013 . Site Didático do Departamento de Anatomia Patológica , Faculdade de Ciências Médicas . Universidade Estadual de Campinas (FCM- UNICAMP). Campinas , São Paulo , BRASIL . Disponível em : http ://anatpat .unicamp .br/ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL - UFRGS . PATOLOGIA E ESTOMATOLOGIA UFRGS . [S . l .], 2019 . Disponível em : http ://patoestomatoufrgs .com .br/. http://anatpat.unicamp.br/