RECURSO ORDINÁRIO

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EXMO(A) SR(A) DR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA MM. 5ª VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE ALBUQUERQUE/RS
Proc. n°. 0060000-60.2021.4.11.0090
Objeto: Recurso Ordinário (730) 
 SOCIEDADE EMPRESÁRIA DISNEY, por sua procuradora, nos autos da reclamação trabalhista proposta por DEMI LOVATO, vem, a V. Exa., respeitosamente, dizer que não se conforma com a decisão proferida, prolatada em XX/XX/XX, o que a leva a manifestar o presente RECURSO ORDINÁRIO, com fulcro no artigo 895, inciso I, da CLT, para o E. Tribunal Regional do Trabalho. 
Ante o exposto, REQUER a V. Exa, que seja recebido o presente recurso, bem como as 
inclusas razões, determinada sua juntada aos autos e seu encaminhamento ao E. Tribunal "ad quem". 
Acompanha a presente petição de interposição de Recurso Ordinário, uma GRU do pagamento das custas de R$ XXX e uma Guia de Depósito Judicial referente ao valor do depósito recursal de R$XXXXXX. 
Local, data
P.p.
Advogado
 OAB/UF XX.XXX
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EGRÉGIA TURMA JULGADORA 
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO. 
Recorrente: SOCIEDADE EMPRESÁRIA DISNEY 
Recorrida : DEMI LOVATO
Proc. n°. 0060000-60.2021.4.11.0090
Vara de origem: 5ª Vara do Trabalho de Albuquerque/RS
- RAZÕES DO RECURSO ORDINÁRIO 
1. HISTÓRICO PROCESSUAL 
A Recorrida trabalhou na função de Auxiliar de Coveiro, na empresa da Recorrente, no período de 30/03/2020 a 07/01/2021, quando foi dispensada sem justa causa, recebendo, por último, o salário de R$ 1.250,00 mensais, conforme anotado na CTPS.
Em razão disso, ela ajuizou reclamação trabalhista em face da Recorrente, onde formulou vários pedidos, que assim foram julgados:
1. O juízo declarou a Incompetência Material da Justiça do Trabalho para apreciar o pedido de recolhimento do INSS do período trabalhado; 
2. Restou reconhecido que a jornada se desenvolvia de 2ª a 6ª feira, das 10 às 16 horas, com intervalo de 10 minutos para refeição, conforme confessado pelo preposto em interrogatório, sendo, então, deferido o pagamento de 15 minutos com adicional de 50%, em razão do intervalo desrespeitado, e reflexos nas demais verbas salariais; 
3. Não ficou reconhecido o salário oficioso de mais R$ 2.000,00 alegado na peça laboral, o Nobre Julgador entendeu não haver prova de qualquer pagamento “por fora”;
4. Foi deferido o pagamento de horas extras pelos feriados, conforme requerido pela trabalhadora na inicial, que pediu extraordinário em “todo e qualquer feriado brasileiro”, restou rejeitada a preliminar suscitada na defesa contra a forma do referido pedido; 
5. Foi deferida indenização de R$ 6.000,00 a título de dano moral por acidente do trabalho em razão de doença degenerativa da qual a trabalhadora foi vítima, conforme laudos médicos juntados aos autos; 
6. Foi indeferido o pagamento de adicional noturno, já que a autora não comprovou que houvesse enterro, ou preparação para tal fim, no período compreendido entre 22 e 5 horas; 
7. Foi deferido o pagamento do vale-transporte em todo o período trabalhado, sendo que, na instrução, o magistrado indeferiu a oitiva de duas testemunhas trazidas pela Recorrente, que seriam ouvidas para provar que ela entregava o valor da passagem em espécie diariamente à trabalhadora; 
8. Foi julgado procedente o pedido de devolução em dobro, como requerido na exordial, de 5 dias de faltas justificadas por atestados médicos, pois a preposta reconheceu que a empresa se negou a aceitar os atestados porque não continham CID (Classificação Internacional de Doenças);
9. Foi deferido o pagamento correspondente a 1 cesta básica mensal, porque sua entrega era prevista na convenção coletiva que vigorou no ano anterior (de janeiro de 2019 a janeiro de 2020) e, no entendimento do julgador, uma vez que não houve estipulação de uma nova norma coletiva, a anterior foi, automaticamente, prorrogada no tempo;
10. Foram deferidos honorários advocatícios em favor do advogado da autora na razão de 20% da liquidação e, em favor do advogado da ré, no importe de 10% em relação aos pedidos julgados improcedentes.
2. DAS PRELIMINARES 
2.1. DO INDEFERIMENTO DA OITIVA DAS TESTEMUNHAS
Observa-se que em sede de instrução, foi indeferido a oitiva de Testemunhas trazidas pela empresa, das quais caberiam provar a entrega de valores de vale-transporte em espécie para a recorrida.
Diante do exposto resta evidenciado o cerceamento de defesa de acordo com o artigo 5°, inciso LV da CF, requer assim anulação do processo e retorno à vara de origem, para que ocorra a oitiva de Testemunhas e provimento de nova sentença.
2.2. DÁ PRELIMINAR DA INÉPCIA DA INICIAL SOBRE OS FERIADOS
Restou na última sentença o deferimento das horas extras pelos feriados, houve rejeição a preliminar suscitada em defesa, por assim reitera-se o pedido de inépcia da inicial, uma vez que os feriados indicados na peça laboral de foi formulado de forma genérica, conforme os artigos 330, inciso I, art. 330 § 1, inciso II, do CPC e Art. 840, §1 da CLT. 
Requer a recorrente, o reconhecimento da inépcia da Inicial, com a consequente extinção do feito sem resolução do mérito, conforme o artigo 485 inciso I do CPC
3. DO MÉRITO 
3.1. DO DESCABIMENTO DO DEFERIMENTO DE INTERVALO POR PERÍODO INTEGRAL
A trabalhadora exercia jornada de segunda a sexta-feira, das 10 horas às 16 horas, com intervalo de 10 minutos para refeição ver onde restou confessado pelo preposto em interrogatório, do qual houve deferimento pelo magistrado ao pagamento de 15 minutos com adicional de 50% em razão do intervalo não respeitado e reflexos nas demais verbas
Razões estas que não merecem prosperar, tendo em vista ou indevido pagamento integral do intervalo, como muito bem menciona o artigo 71 § 4 da CLT, não tendo assim reflexos nas demais parcelas, implica o pagamento de natureza indenizatória apenas no período suprimido, com acréscimo de 50% sobre o valor de remuneração normal por hora de trabalho.
Requer assim reforma da sentença apenas ao que tange ou intervalo suprimido, de natureza indenizatória.
3.2. DA INDEVIDA INDENIZAÇÃO POR DANO EXTRAPATRIMONIAL - DOENÇA DEGENERATIVA NÃO CONSIDERADA COMO DOENÇA DO TRABALHO
Foi deferido indenização a título de dano moral por acidente do trabalho em razão de doença degenerativa ao valor de R$ 6.000,00 por onde a trabalhadora foi vítima, conforme laudos médicos juntados.
Não são consideradas doenças degenerativas como doenças de trabalho, conforme previsto no artigo 20 § 1, alínea a, da LEI 8213/91, requer assim reforma da sentença para que indefiro a referida indenização por dano moral em relação a acidente de trabalho em decorrência de doença degenerativa.
3.3. DO DESCABIMENTO DA DEVOLUÇÃO A RECLAMANTE DOS DESCONTOS EM DOBRO PELAS FALTAS JUSTIFICADAS
O magistrado julgou procedente o pedido de devolução em dobro, em relação aos 5 dias de faltas justificadas representadas por atestados médicos, onde a preposta reconheceu que a empresa se negou a aceitar os atestados por não conter CID.
Observando o princípio da legalidade, uma vez que não existe previsão legal em CLT para tal pedido
3.4. DO NÃO PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS PARA DEFERIMENTO DA CESTA BÁSICA MENSAL
O Nobre julgador deferiu o pagamento de uma cesta básica mensal, por onde sua entrega era prevista em Convenção Coletiva que vigorou no ano anterior, tendo em vista que não assisti à recorrida uma vez que a norma coletiva na forma do artigo 614 §3 da CLT não assiste a ultratividade, sendo assim indevida para a recorrida, a qual foi admitida depois do término da Convenção Coletiva anterio.
Requer Diante do exposto, que seja indeferido o pagamento a título de cesta básica mensal para reclamante.
3.5. DA REDUÇÃO DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
Não merece prosperar o pedido deferido a parte recorrida na razão de 20% de liquidação, por onde extrapola o limite legal estabelecido que seria 15%, conforme disposto no artigo 791-a da CLT, requer assim reforma da sentença com o deferimentodo percentual reduzido observando os limites legais da CLT
4. DOS REQUERIMENTOS
Diante das argumentações acima expostas, requer o conhecimento e o provimento do presente Recurso Ordinário, com os respectivos acolhimentos de preliminar e de mérito, com a consequente reforma da decisão, acolhendo na integralidade os pleitos acima mencionados, julgando totalmente procedente os pedidos exarados na inicial trabalhista. 
 Local, data
 Advogado
 OAB/UF XX.XXX