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LEANDRO DA NAVE - RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

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Leandro da Nave foi contratado pelo hospital “Anjos” Ltda. Em 16/06/2012 para exercer a função de enfermeiro na cidade de Governador Valadares, Minas Gerais, na ala de infectologia do hospital. Tais atividades consistiam predominantemente no auxílio dos médicos em determinados procedimentos mais simplistas e sem qualquer risco a sua saúde. No entanto, de forma intermitente, realizava aplicação de medicamentos, procedimentos curativos, colheita de material para exames laborais, atividades e desinfecção e esterilização, efetuava o controle de pacientes com doenças transmissíveis prestava cuidados de enfermagem pré e pós-operatórios etc. Recebia mensalmente a quantia de R$4200,00, sem qualquer tipo de adicional, trabalhando de segunda à sexta-feira. Das 09:00 às 17:30, com 30 minutos de intervalo para refeição e descanso. Em 16/12/2013, foi chamado para comparecer na gerência do hospital, ocasião em que foi informado de que seu horário de refeição e descanso seria reduzido para 20 minutos e de forma temporária, em razão da insuficiência de empregados em tal período, conforme autorizado em acordo coletivo firmado com o sindicato representante da categoria profissional. Frisa-se que, durante a realização de suas atividades, nenhum Equipamento De Proteção Individual (EPI) foi fornecido sob alegação de ausência de necessidade para tal exercício funcional. Diante da situação, Leandro da Nave, exímio empregado, reclamou com seu supervisor hierárquico, o qual de imediato disse que a sua insatisfação não era vista de forma positiva a empresa e o dispensou sem justa causa, tendo recebido as verbas rescisórias a que fazia jus.
QUESTÃO: Como advogado de Leandro da Nave, maneja a medida judicial cabível para defesa de seus interesses.
EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO DIREITO DA ______ VARA DO TRABALHO DE ______
 LEANDRO DA NAVE, (nacionalidade), (estado civil), enfermeiro, (data de nascimento), (filho de xxx), (RG), (CPF), (PIS), (residente e domiciliado), por sua advogada infra-assinada, conforme a procuração anexa, com escritório (endereço) que indica para os fins do artigo 77, V, do NCPC, vem com fundamento no artigo 840, §1° c/c artigo 319, CPC, propor RECLAMAÇÃO TRABALHISTA pelo procedimento ordinário em face de Hospital dos Anjos LTDA, pessoa jurídica de direito privado (CNPJ), (com sede na rua), (bairro), Valadares/MG, (CEP), nos termos expostos em sequência:
I – DOS FATOS
O Reclamante foi admitido pela Reclamada em 16/06/2012, com a função de enfermeiro na ala de infectologia do Hospital, para auxílio aos médicos em determinados procedimentos mais simplistas e sem qualquer risco a saúde. Exercia jornada de trabalho das 09:00 às 17:30, com intervalo para almoço e descanso de 30 (trinta) minutos, com salário de 4.200,00 sem adicional. 
Porém, de forma intermitente começou a realizar aplicação de medicamentos, procedimentos de curativos colheita de material para exames laboratoriais, atividades de desinfecção e esterilização, efetuava o controle de pacientes com doenças transmissíveis, prestava cuidados de enfermagem pré e pós-operatórios etc. 
No dia 16/12/2013, foi informado que seu horário de almoço seria reduzido para 20 (vinte) minutos, por forma temporária, em razão de insuficiência de empregados em tal período. 
Mesmo trabalhando nestas condições, o Reclamante nunca recebeu qualquer Equipamento de Proteção Individual (EPI). E quando o mesmo foi reclamar sua insatisfação ao seu supervisor e mesmo sendo um excelente funcionário, foi despedido sem causa, recebendo suas verbas rescisórias. 
II - DA JUSTIÇA GRATUITA
Nos termos do artigo 790, §3° e §4° da CLT, o reclamante faz jus aos benefícios Da justiça gratuita haja vista que até o momento encontre-se desempregado e sem condições de arcar com as despesas processuais. Sendo assim, querer se digne Vossa Excelência a conceder a tais benefícios. 
II - DO DIREITO
a) ADICIONAL DE INSALUBRIDADE
Durante todo o contrato de trabalho, o Reclamante manteve contato permanente com determinados agentes insalubres, jamais tendo recebido adicional correspondente, violando os artigos 189, 192 e 200 Da CLT, O artigo 7º, Incisos XXII e XXIII da CF.
esteve exposto a agentes biológicos, sem que fosse fornecido EPIs. 
Portanto, o Reclamante estava frequentemente exposto a agentes nocivos à sua saúde. 
O laudo pericial reconheceu a insalubridade em 26%, determinando o grau médio, sob alegação de que não houve comprovação de entrega E fiscalização de EPIs pela empresa.
Desta forma, requer o reconhecimento da insalubridade em grau médio e o pagamento da multa de 26%.
b) INTERVALO INTRAJORNADA
O período laboral do reclamante era de segunda à sexta, das 09:00 às 17:30, com 30 minutos de intervalo para refeição e descanso. 
Ocorre que Leandro não usufruía do intervalo com 1 hora para refeição e descanso, e foi proposto. Ao reclamante, redução de 20 minutos, a partir do dia 16/06/2013.
Assim, de segunda a sexta-feira, não foi observado o disposto no artigo 71 da CLT, portanto, havendo incidência do estabelecido no § 4º. 
O Reclamante, contudo, jamais efetuou o pagamento da indenização devida.
Assim, requer seja reclamado condenado ao pagamento da intrajornada correspondente à 30 (trinta) minutos diário, com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho de segunda à sexta-feira ao longo de todo o trabalho, conforme § 4º do artigo 71 da CLT.
c) DESVIO DE FUNÇÃO
O Reclamante passou a desenvolver, além de sua função, muito embora não tenha sido remunerado para isso.
Isso porque, passou a realizar aplicação de medicamentos, procedimentos de curativos, colhida de material para exames laborais, atividades de desinfecção e esterilização, efetuar o controle de pacientes com doenças transmissíveis, cuidados de enfermagem pré e pós-operatórios, porém, não houve alteração na CTPS nem reajuste salarial diante dessa função.
desta forma, configurou o seu desvio de função sem que houvesse a devida correspondência remuneratória.
Desta forma, requer seja reconhecido o desvio de função, bem como o pagamento de diferença salarial, conforme previsto pelo acordo coletivo de 4200,00 (quatro mil e duzentos reais) mensais para esta função, com reflexo em todas as verbas salariais, como aviso prévio, 13º salário, férias, FGTS e multa de 40%, adicional sobre aviso, adicional de insalubridade.
IV - DOS PEDIDOS
diante o exposto, requer-se:
A) Adicional de insalubridade;
B) Intervalo intrajornada;
C) Desvio de função, anotação na CTPS;
D) Concessão da justiça gratuita.
V – OS REQUERIMENTOS FINAIS 
Dá-se o valor da causa R$29716,96.
Nestes termos, pede deferimento
Minas Gerais 02/02/2014
Advogado OAB

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