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W BA 00 60 _v 2. 0 Leitura Complementar Disciplina: Gestão financeira Autor da leitura complementar: Marcello Eduardo Mônaco 2 Prezado aluno, selecionamos as referências abaixo visando o aprofundamento das temáticas estudadas na disciplina e a complementação dos seus estudos. Para conferir as indicações, acesse a nossa biblioteca virtual: https://biblioteca-virtual.com/ e boa leitura! Tema 01 – Conceitos fundamentais de gestão financeira Este livro traz os conceitos básicos tratados nessa leitura fundamental de forma bastante direta, com interessantes discussões sobre os motivos pelos quais se cobram juros em operações financeiras e o conceito de risco-país. Para realizar a leitura, acesse a plataforma Biblioteca Virtual da Kroton, Pearson/Biblioteca Virtual 3.0, e busque pelo título da obra. CASTANHEIRA, Nelson Pereira. Matemática financeira aplicada. Curitiba: Intersaberes, 2012. p. 11-18. Muitos dos cálculos que envolvem matemática financeira são complexos e trabalhosos. Assim, pode ser interessante para o profissional dominar a realização de tais cálculos por meio de calculadoras financeiras (como a HP 12C) ou planilhas eletrônicas (como o Excel). Assim, o livro aqui indicado pode ajudar o iniciante a descobrir como tais ferramentas podem ser utilizadas de forma prática e efetiva no dia a dia do profissional. Para realizar a leitura, acesse a plataforma Biblioteca Virtual 3.0/Pearson disponível na Biblioteca Virtual da Kroton. GIMENES, Cristiano Marchi. Matemática financeira com HP 12C e Excel. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. Tema 02 – Capitalização simples e composta Para aprofundar os conceitos referentes aos regimes de capitalização (simples e composta), assim como ter contato com outros conceitos https://biblioteca-virtual.com/ https://biblioteca-virtual.com/ https://biblioteca-virtual.com/ https://biblioteca-virtual.com/ https://biblioteca-virtual.com/ https://biblioteca-virtual.com/ 3 relevantes (como o conceito de descontos), vale a pena a leitura da obra abaixo indicada. Para realizar a leitura, acesse a plataforma Biblioteca Virtual da Kroton, Pearson/Biblioteca Virtual 3.0, e busque pelo título da obra. CASTANHEIRA, Nelson Pereira. Cálculo aplicado à gestão e aos negócios. Curitiba: Intersaberes, 2016. Cap. 5. p. 119-142. Com o objetivo de consolidar os conceitos vistos ao longo dessa leitura fundamental, recomendamos que sejam resolvidos os exercícios propostos dos capítulos 1 e 2 da obra abaixo indicada. Para realizar a leitura, acesse a plataforma Biblioteca Virtual da Kroton, Pearson/Biblioteca Virtual 3.0, e busque pelo título da obra. SAMANEZ, Carlos Patricio. Matemática financeira. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. Cap. 1 e 2. p. 1-39. Tema 03 – Inflação, taxas de juros reais e nominais O conhecimento de Economia é cada vez mais importante para qualquer profissional atualmente. Este livro traz vários capítulos dedicados à compreensão de nosso ambiente econômico, com destaque para o Capítulo 5 - no qual os autores discorrem sobre conceitos relevantes como inflação, políticas econômicas, regimes de metas de inflação, dentre outros. Para realizar a leitura, acesse a plataforma Biblioteca Virtual da Kroton, Pearson/Biblioteca Virtual 3.0, e busque pelo título da obra. FEIJÓ, Carmem Aparecida et al. Para entender a conjuntura econômica. Barueri: Manole, 2008. p. 129-158. Além do conhecimento dos conceitos de taxas efetiva e nominal, outros temas também são relevantes, como taxas equivalentes. Na obra abaixo indicada, você poderá ter contato com tais informações, assim como fixar os conceitos já vistos e aprofundá-los por meio de questões com respostas. Para realizar a leitura, acesse a plataforma Biblioteca Virtual da Kroton, Pearson/Biblioteca Virtual 3.0, e busque pelo título da obra. https://biblioteca-virtual.com/ https://biblioteca-virtual.com/ https://biblioteca-virtual.com/ https://biblioteca-virtual.com/ https://biblioteca-virtual.com/ https://biblioteca-virtual.com/ https://biblioteca-virtual.com/ https://biblioteca-virtual.com/ https://biblioteca-virtual.com/ https://biblioteca-virtual.com/ 4 SAMANEZ, Carlos Patricio. Matemática financeira. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. Cap. 3. p. 36-68. Tema 04 – Sistemas de amortização Quer aprofundar seus conhecimentos com respeito a outros sistemas de amortização, como o Sistema de Amortização Misto ou o Sistema de Amortização Americano? A obra de Assaf Neto pode ajudá-lo a conhecer tais formas de capitalização de empréstimos e financiamentos de longo prazo. Para realizar a leitura, acesse a plataforma Biblioteca Virtual da Kroton, Minha Biblioteca, e busque pelo título da obra. ASSAF NETO, Alexandre. Matemática financeira. São Paulo: Atlas, 2017. p. 233-270. Para a fixação dos conhecimentos de sistemas de amortização, realize a leitura da obra abaixo indicada e solucione os exercícios resolvidos disponibilizados pelo autor. Para realizar a leitura, acesse a plataforma Biblioteca Virtual da Kroton, Minha Biblioteca, e busque pelo título da obra. CASTANHEIRA, Nelson Pereira. Matemática financeira aplicada. Curitiba: Intersaberes, 2012. Cap. 12. p. 163-204. Tema 05 – Fontes de financiamento Para que você possa conhecer melhor as estruturas das principais demonstrações contábeis de uma empresa (como balanço patrimonial, demonstração de resultado do exercício e demonstração do fluxo de caixa), realize a leitura do material complementar abaixo indicado. Para realizar a leitura, acesse a plataforma Biblioteca Virtual da Kroton, Pearson/Biblioteca Virtual 3.0, e busque pelo título da obra. PADOVEZE, Clóvis Luís. Manual de contabilidade básica: contabilidade introdutória e intermediária. São Paulo: Atlas, 2018. p. 389-399. https://biblioteca-virtual.com/ https://biblioteca-virtual.com/ https://biblioteca-virtual.com/ https://biblioteca-virtual.com/ https://biblioteca-virtual.com/ https://biblioteca-virtual.com/ 5 Por outro lado, para que você possa aprofundar seu entendimento sobre as fontes de financiamento (capital próprio e de terceiros), recomenda-se a leitura desta obra, que é uma das principais referências na área de Administração Financeira. Para realizar a leitura, acesse a plataforma Biblioteca Virtual da Kroton, Pearson/Biblioteca Virtual 3.0, e busque pelo título da obra. GITMAN, Lawrence Jeffrey. Administração financeira: uma abordagem gerencial. São Paulo: Addison Wesley, 2003. p. 129-158. Tema 06 – Avaliação de investimento e custos de capital Em muitas situações, a fonte ou o destino dos recursos relacionados a investimentos está localizada fora do nosso país – sendo tal modelo bastante comum no gerenciamento de empresas multinacionais. Para que você conheça a possibilidade do investimento estrangeiro, sugere- se a leitura do seguinte material complementar. Para realizar a leitura, acesse a plataforma Biblioteca Virtual da Kroton, Pearson/Biblioteca Virtual 3.0, e busque pelo título da obra. PADOVEZE, Clóvis Luís. Administração financeira: uma abordagem global. São Paulo: Saraiva, 2016. p. 260. Uma das alternativas que uma companhia pode seguir para captar recursos é realizar a abertura de seu capital. O material complementar destacado a seguir discute esse tema, trazendo à tona os prós e contras dessa decisão. Para realizar a leitura, acesse a plataforma Biblioteca Virtual da Kroton, Pearson/Biblioteca Virtual 3.0, e busque pelo título da obra. BRIGHAM, Eugene F.; EHRHARDT, Michael C. Administração financeira: teoria e prática. São Paulo: Cengage Learning, 2016. p. 616. https://biblioteca-virtual.com/ https://biblioteca-virtual.com/ https://biblioteca-virtual.com/ https://biblioteca-virtual.com/ https://biblioteca-virtual.com/ https://biblioteca-virtual.com/ https://biblioteca-virtual.com/ https://biblioteca-virtual.com/ 6 Tema 07 – Alavancagem financeira e cálculo do custo de capital Para que você possa refletir sobre os processos de investimento das empresas, leiao material complementar abaixo indicado, no qual o autor apresenta razões para o investimento, além de discutir temas como fluxos de caixa e taxa mínima de atratividade. Para realizar a leitura, acesse a plataforma Biblioteca Virtual da Kroton, Pearson/Biblioteca Virtual 3.0, e busque pelo título da obra. LUZ, Adão Eleutério da. Introdução à administração financeira e orçamentária. Curitiba: InterSaberes, 2015. p. 189-199. Reforce os conceitos de análise de investimentos e de taxas de retorno por meio da leitura do material de Assaf Neto, especialmente no que se refere a taxas internas de retorno (TIR) e valor presente líquido (VPL). Para realizar a leitura, acesse a plataforma Biblioteca Virtual da Kroton, Pearson/Biblioteca Virtual 3.0, e busque pelo título da obra. ASSAF NETO, Alexandre. Fundamentos de administração financeira. São Paulo: Atlas, 2017. p. 181-192. Bons estudos! https://biblioteca-virtual.com/ https://biblioteca-virtual.com/ https://biblioteca-virtual.com/ https://biblioteca-virtual.com/ https://biblioteca-virtual.com/ Bons estudos! Gestão financeira W B A 0 0 6 0 _ v2 .0 Autoria do Desafio Profissional: Marcello Eduardo Mônaco Leitor crítico: Alexander Antunes da Silva Proposta de Resolução O Desafio Profissional apresenta uma situação bastante comum no cotidiano corporativo. A empresa QFria quer investir R$ 100 milhões na construção de uma nova fábrica de sucos refrigerados em Jaboatão dos Guararapes/PE. Como gerente financeiro da companhia, você precisa guiar a empresa no sentido da decisão correta frente a essa possibilidade de investimento. Vamos analisar cada uma das questões levantadas no Desafio: 1) Com base nas opções de fontes de financiamento disponíveis, qual seria a melhor alternativa de captação de recursos para esse investimento (entre próprio e de terceiros)? Segundo os dados apresentados, para cobrir o investimento de R$ 100 milhões na construção da nova fábrica, existem duas fontes de financiamento disponíveis: • Capital Próprio: R$ 132.000.000,00 (taxa de retorno exigido pelos acionistas – 12 % a.a, retorno em 5 anos) • Capital de terceiros: R$ 128.000.000,00 (custo de capital de terceiros – 15 % a.a, pagamento em 5 anos) Neste contexto, você deve lembrar que a empresa sempre buscará recursos ao menor custo possível. No caso deste desafio profissional, ambas as fontes de recursos podem custear a construção da fábrica, e a que tem o “menor custo” é a oferecida pelo capital próprio (cobrando uma taxa de juros de 12% a.a., enquanto o capital de terceiros cobra uma taxa de juros bem maior, a 15% ao ano com o mesmo tempo de retorno/pagamento). Assim, o capital próprio deve ser a fonte de recursos a ser escolhida pela companhia nesta situação. 2) Com base nos dados apresentados, você recomendaria que a Diretoria realizasse o investimento ou não? Com respeito à tomada de decisão de investimento, você como gerente financeiro da empresa QFria deverá avaliar o valor presente líquido (VPL) desse investimento, calculado por meio da equação: 𝑉𝑃𝐿 = ∑ 𝑉𝑃𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑖 𝑖 − 𝐼𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 Inicialmente, será necessário calcular o valor presente (VP) de cada um dos períodos do fluxo de caixa, considerando a taxa de juros da operação (12% ao ano, referente ao financiamento via capital próprio) e usando a equação: 𝑉𝑃𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 = 𝐹𝐶𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 (1 + 𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜𝑟𝑛𝑜) 𝑡 • Para o período 1 (ano 1), temos: FC (ano 1): R$ 5.500.000,00 / i = 12 % a.a 𝑽𝑷𝒑𝒆𝒓í𝒐𝒅𝒐 𝟏 = 𝐹𝐶𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜1 (1 + 𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜𝑟𝑛𝑜) 1 = 5.500.000 (1 + 0,12)1 = 5.500.000 (1,12)1 = 5.500.000 (1,12) = 𝑹$ 𝟒. 𝟗𝟏𝟎. 𝟕𝟏𝟒, 𝟐𝟗 • Para o período 2 (ano 2), temos: FC (ano 2): R$ 16.000.000,00 / i = 12 % a.a 𝑽𝑷𝒑𝒆𝒓í𝒐𝒅𝒐 𝟐 = 𝐹𝐶𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜2 (1 + 𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜𝑟𝑛𝑜) 2 = 16.000.000 (1 + 0,12)2 = 16.000.000 (1,12)2 = 16.000.000 (1,2544) = 𝑹$ 𝟏𝟐. 𝟕𝟓𝟓. 𝟏𝟎𝟐, 𝟎𝟒 • Para o período 3 (ano 3), temos: FC (ano 3): R$ 21.000.000,00 / i = 12 % a.a 𝑽𝑷𝒑𝒆𝒓í𝒐𝒅𝒐 𝟑 = 𝐹𝐶𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜3 (1 + 𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜𝑟𝑛𝑜) 3 = 21.000.000 (1 + 0,12)3 = 21.000.000 (1,12)3 = 21.000.000 (1,4049) = 𝑹$ 𝟏𝟒. 𝟗𝟒𝟕. 𝟔𝟖𝟑, 𝟏𝟎 • Para o período 4 (ano 4), temos: FC (ano 4): R$ 45.000.000,00 / i = 12 % a.a 𝑽𝑷𝒑𝒆𝒓í𝒐𝒅𝒐 𝟒 = 𝐹𝐶𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜4 (1 + 𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜𝑟𝑛𝑜) 4 = 45.000.000 (1 + 0,12)4 = 45.000.000 (1,12)4 = 45.000.000 (1,5735) = 𝑹$ 𝟐𝟖. 𝟓𝟗𝟖. 𝟔𝟔𝟓, 𝟑𝟗 • Finalmente, para o período 5 (ano 5), temos: FC (ano 5): R$ 52.000.000,00 / i = 12 % a.a 𝑽𝑷𝒑𝒆𝒓í𝒐𝒅𝒐 𝟓 = 𝐹𝐶𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜5 (1 + 𝑖𝑟𝑒𝑡𝑜𝑟𝑛𝑜) 5 = 52.000.000 (1 + 0,12)5 = 52.000.000 (1,12)5 = 52.000.000 (1,7623) = 𝑹$ 𝟐𝟗. 𝟓𝟎𝟔. 𝟖𝟗𝟒, 𝟑𝟗 Com isso, podemos agora calcular o VPL do investimento: 𝑉𝑃𝐿 = ∑ 𝑉𝑃𝑝𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑖 𝑖 − 𝐼𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑉𝑃𝐿 = (4.910.714,29 + 12.755.102,04 + 14.947.683,10 + 28.598.665,39 + 29.506.894,39) − 100.000.000,00 𝑉𝑃𝐿 = (4.910.714,29 + 12.755.102,04 + 14.947.683,10 + 28.598.665,39 + 29.506.894,39) − 100.000.000,00 𝑉𝑃𝐿 = (90.719.059,21) − 100.000.000,00 → 𝑽𝑷𝑳 = −𝟗. 𝟐𝟖𝟎. 𝟗𝟒𝟎, 𝟖𝟎 Assim, como o VPL do investimento é negativo, de acordo com a análise financeira o investimento na nova fábrica não deveria ser realizado. Entretanto, existem situações onde mesmo com este resultado, a empresa decide por realizar o investimento? Sim, isso pode acontecer. Às vezes, o investimento em uma nova fábrica pode simbolizar a entrada em um novo mercado consumidor ou em um novo segmento de negócio. Imagine que a QFria não tivesse nenhuma fábrica no Nordeste e esse investimento representasse o acesso da empresa a esse grande mercado consumidor. Em situações como essa, a empresa poderia decidir arcar com esse “prejuízo” momentâneo para ampliar suas oportunidades de mercado e alavancar sua posição futura. Sendo assim, tenha em mente que a avaliação financeira é um dos elementos a serem considerados no processo de tomada de decisão, mas não será o único! , mas que nenhuma decisão deve ser tomada com base em apenas um único ponto de vista. e negócio. Gestão financeira WB A 0 0 6 0 _ v2 .0 Autoria do Desafio Profissional: Marcello Eduardo Mônaco Leitor crítico: Alexander Antunes da Silva Desafio Profissional 1. Caso – Nova fábrica QFria no Nordeste A empresa QFria deseja construir uma nova fábrica de sucos refrigerados em Jaboatão dos Guararapes/PE. O investimento estimado pela companhia para essa construção é de R$ 100 milhões. Você é o gerente financeiro da empresa e foi chamado pela Diretoria Executiva para ajudá- los na tomada de decisão quanto à construção ou não dessa nova fábrica. Algumas informações relevantes para a avaliação: • Valor disponível – Fundo de Investimentos da empresa (capital próprio) – R$ 132.000.000,00 • Taxa de retorno exigido pelos acionistas – 12 % a.a (retorno em 5 anos) • Valor disponível por linha de crédito bancário (capital de terceiros) – R$ 128.000.000,00 • Custo de capital de terceiros – 15 % a.a (pagamento em 5 anos) • Fluxos de caixa esperados pela nova fábrica: o Ano 1: R$ 5.500.000,00; Ano 2: R$ 16.000.000,00; Ano 3: R$ 21.000.000,00; Ano 4: R$ 45.000.000,00; Ano 5: R$ 52.000.000,00 Considerando as informações apresentadas, responda às seguintes questões feitas pela Diretoria Executiva – justificando as suas respostas: 1) Com base nas opções de fontes de financiamento disponíveis, qual seria a melhor alternativa de captação de recursos para esse investimento (entre próprio e de terceiros)? 2) Com base nos dados apresentados, você recomendaria que a Diretoria realizasse o investimento ou não? 2. Papel do aluno na resolução do problema Neste Desafio Profissional, você assume o papel de gerente financeiro da empresaQFria. A proposta é que você possa avaliar a intenção de construção de uma nova fábrica pela Diretoria Executiva da empresa e oriente a companhia no processo de tomada de decisão. É importante destacar que análises desse tipo são bastante frequentes no dia a dia corporativo e ajudam as empresas a minimizarem seus “erros” durante as decisões de investimento. Obviamente, as avaliações não devem ser feitas apenas sob o ponto de vista financeiro – outras perspectivas, como tributária, mercadológica, entre outras, devem também ser levadas em consideração. Neste caso em especial, o aluno terá que criar um racional para duas decisões bastante relevantes: a) qual a fonte de financiamento mais adequada para a iniciativa; b) se existe viabilidade financeira para esse projeto da companhia. 3. Resolução do Desafio Profissional Caro aluno! Lembre-se de que o conteúdo da disciplina deverá ser considerado no processo de resolução do desafio. Além disso, a Biblioteca Virtual está à disposição para pesquisas complementares. Outro ponto importante é que o trabalho desenvolvido por você, no processo de resolução do desafio, deverá ser submetido a um processo de autoavaliação. O objetivo é estimular a autocrítica e reflexão sobre o próprio desempenho, a fim de aprimorar sua autonomia e envolvimento pelo próprio aprendizado. Para isso, você deverá levar em consideração os itens dispostos na grade de autoavaliação que se encontra disponível a seguir. 4. Grade de autoavaliação Como o objetivo é estimular a autocrítica e a reflexão sobre o próprio desempenho a fim de aprimorar sua autonomia e envolvimento pelo próprio aprendizado, leve em consideração os itens dispostos na grade de autoavaliação e pontue o seu desempenho na resolução deste Desafio Profissional. Tema Objetivos Gerais Objetivos Específicos Peso 1 Utilização dos referenciais teóricos Verificar se os pressupostos teóricos presentes na Leitura Fundamental foram utilizados para o cumprimento da proposta. 1) Os pressupostos teóricos foram apreendidos? 2) A problematização do caso contribuiu para sua aprendizagem? 3) A problematização estimulou enriquecimento teórico/prático em relação à temática? 20 2 Execução da tarefa Verificar se a execução da tarefa ocorreu de forma eficiente, conforme sua proposta. 1) Você atingiu os objetivos propostos? 2) O Desafio Profissional foi resolvido com base na fundamentação teórica e em pesquisas complementares? 3) Você considera sua capacidade de articulação dos conceitos mobilizados satisfatória? 4) Você se sentiria capaz de se posicionar e argumentar caso a situação apresentada fosse real? 30 3 Estrutura do trabalho final Avaliar se o produto final apresentado como resolução do Desafio Profissional é satisfatório. 1) A resolução contempla as etapas explicitadas pelo Desafio Profissional? 2) O resultado final apresentado corresponde ao desafio apresentado? 3) O produto final elaborado por você é condizente com a proposta de solução? 30 4 Desafio Avaliar se os objetivos de aprendizagem foram alcançados. 1) Você aplicou os conhecimentos teóricos da disciplina? 2) Considera que o trabalho final expressa o conhecimento construído por você em termos práticos e teóricos? 3) O trabalho final demonstra as habilidades e competências desenvolvidas a partir dos objetivos propostos pelo Desafio Profissional? 20 TOTAL 100 Gestão Financeira Alavancagem financeira e cálculo do custo de capital Bloco 1 Marcello Eduardo Mônaco Custo de capital • Capital próprio. • Capital de terceiros. Grau de Alavancagem Financeira (GAF) • 𝑮𝑨𝑭 = 𝑹𝑷𝑳 𝑹𝑨𝑻 = 𝐿𝐿 𝑃𝐿 𝐿𝐷𝐼𝑅𝐴𝐽 𝐴𝑇 Alavancagem financeira e cálculo do custo de capital Bloco 2 Marcello Eduardo Mônaco Cálculo do CMPC %𝑪𝑴𝑷𝑪 = %𝑓𝑜𝑛𝑡𝑒1 × 𝑃𝑒𝑠𝑜𝑓𝑜𝑛𝑡𝑒1 + %𝑓𝑜𝑛𝑡𝑒2 × 𝑃𝑒𝑠𝑜𝑓𝑜𝑛𝑡𝑒2 + %𝑓𝑜𝑛𝑡𝑒3 × 𝑃𝑒𝑠𝑜𝑓𝑜𝑛𝑡𝑒3 + %𝑓𝑜𝑛𝑡𝑒4 × 𝑃𝑒𝑠𝑜𝑓𝑜𝑛𝑡𝑒4 + … Teoria em prática Bloco 3 Marcello Eduardo Mônaco • Empresa LimpaTudo Limpeza e conservação em Manaus (AM). • Expansão: R$ 3.000.000,00. • Duas alternativas de captação desses recursos: • Situação 1 – Empréstimo bancário (35% do montante, taxa de 15,5% a.a.) + Reserva de lucros (65% do montante, taxa de 18,8% a.a.). • Situação 2 – Empréstimo em moeda estrangeira (45% do montante, taxa de 14,1% a.a.) + Novas ações (55% do montante, taxa de 19,7% a.a.) • Com base no CMPC, qual a melhor alternativa a ser seguida pela LimpaTudo para custear esse investimento? Teoria em Prática Dica do professor Bloco 4 Marcello Eduardo Mônaco • Portal SEBRAE/Área Finanças. • Disponível no site do SEBRAE (ww.sebrae.com.br), mais especificamente na página Portal SEBRAE. Pesquisa na internet! Dica do Professor Referências ASSAF NETO, Alexandre. Curso de administração financeira. São Paulo: Atlas, 2019. HOJI, Masakazu. Administração financeira e orçamentária: matemática financeira aplicada, estratégias financeiras, orçamento empresarial. São Paulo: Atlas, 2017. Gestão Financeira Avaliação de Investimentos e custo de capital Bloco 1 Marcello Eduardo Mônaco Situações do cotidiano de uma empresa • Será que um determinado investimento vale a pena? • Qual o custo do capital que será utilizado para atender a essa necessidade (recursos próprios ou de terceiros)? Análise de investimentos • Geração de fluxos de caixa (FC). • Comparação com o investimento realizado. • Análise do VP. Conceito de Valor Presente (VP) Fonte: elaborado pelo autor. Figura 1 – Esquema dos fluxos de caixa a serem descontados para o cálculo dos Valores Presentes (VP) de cada ano Avaliação de Investimentos e custo de capital Bloco 2 Marcello Eduardo Mônaco Análise de investimentos Teoria em prática Bloco 3 Marcello Eduardo Mônaco Empresa QFria deseja investir em uma loja no shopping Alfa, em Campinas (SP). Investimento: R$ 3.000.000,00. Recursos de terceiros, com taxa de juros de 8% a.a. Fluxos de caixa Fluxo de Caixa – Ano 1: R$ 800.000,00. Fluxo de Caixa – Ano 2: R$ 1.300.000,00. Fluxo de Caixa – Ano 3: R$ 1.850.000,00. Considerando apenas o método de avaliação de investimento do Valor Presente Líquido, a empresa QFria deve ou não realizar o investimento? Teoria em Prática Dica do professor Bloco 4 Marcello Eduardo Mônaco • Pesquisa de Economia Bancária e Expectativas (FEBRABAN). • Disponível no portal na internet da FEBRABAN (www.febraban.org.br). Buscar mediante o termo “expectativas” na barra de pesquisa do respectivo site. Dica do Professor Referências ASSAF NETO, Alexandre. Curso de administração financeira. São Paulo: Atlas, 2019 Gestão Financeira Fontes de financiamento Bloco 1 Marcello Eduardo Mônaco Contexto inicial • Recursos permitem que a empresa possa operar e gerar lucro. • Como toda operação, há um risco associado ao negócio. Fontes de financiamento • Capital próprio. • Capital de terceiros. Capital próprio • Recursos dos investidores (sócios). • Registrado no balanço patrimonial Conta patrimônio líquido. Capital de terceiros • Recursos complementares. • Pode ser buscado via mercado de crédito ou de capitais. • Registrado no balanço patrimonial Conta passivo exigível. Fontes de financiamento Bloco 2 Marcello Eduardo Mônaco Subscrição do capital Teoria em prática Bloco 3 Marcello Eduardo Mônaco Teoria em Prática • Empresa TodoLar, (loja de materiais de construção e decoração), com capital social de R$ 10.000.000,00. • 30% do capital social junto a investidores externos. • Bens adquiridos: caminhões/R$ 1.000.000,00; móveis: R$ 500.000,00; informática: 350.000,00; estoques: R$ 1.950.000,00 • Qual será o montante em caixa que a companhia terá no início de sua operação? Dica do professor Bloco 4 Marcello Eduardo Mônaco Dica do Professor • Canal daComissão de Valores Mobiliários (CVM) no YouTube: Conceitos sobre o mercado de capitais, educação financeira, entre outros temas. • Disponível em: https://www.youtube.com/user/CVMEducacional/vídeos. Acesso em: 15 out. 2019. https://www.youtube.com/user/CVMEducacional/videos Referências HOJI, Masakazu. Gestão financeira e econômica: didática, objetiva e prática. São Paulo: Atlas, 2019 MATIAS, Alberto B. Finanças empresariais estratégicas. Barueri: Manole, 2019. VICECONTI, Paulo E. V. Contabilidade básica. São Paulo: Saraiva, 2017. Gestão Financeira Sistemas de amortização Bloco 1 Marcello Eduardo Mônaco Amortização • “Ocorre a amortização de uma operação financeira no momento em que a pessoa ou empresa devolve parte do capital por meio do pagamento de uma parcela” (HOJI, 2016). • Pagamento efetivo da operação inicialmente contratada. Sistema de Amortização Constante (SAC) • Valor da amortização constante. • Parcelas e juros decrescentes. Sistema Francês de Amortização (SFA/Price) • Valor da parcela constante. • Juros decrescentes. • Amortização crescente. Sistemas de amortização Bloco 2 Marcello Eduardo Mônaco Reforçando os conceitos... Teoria em prática Bloco 3 Marcello Eduardo Mônaco Teoria em Prática • Imagine que a empresa QFria necessita captar um empréstimo no valor de R$ 300.000,00 pelo Sistema de Amortização Constante (SAC), a ser pago em três parcelas anuais, sob taxa de juros de 6,5% a.a. Qual foi o valor total de juros que a empresa QFria pagou nessa operação? Dica do professor Bloco 4 Marcello Eduardo Mônaco Dica do Professor • Cartilha – Financiamento Imobiliário CAIXA. Disponível em: https://www.caixa.gov.br/Downloads/habitacao- documentos-gerais/Cartilha_Credito_Imobiliario.pdf. Acesso em: 16 dez. 2019. https://www.caixa.gov.br/Downloads/habitacao-documentos-gerais/Cartilha_Credito_Imobiliario.pdf Referências HOJI, Masakazu. Matemática financeira: didática, objetiva e prática. São Paulo: Atlas, 2016. Gestão Financeira Inflação, taxa nominal e taxa efetiva Bloco 1 Marcello Eduardo Mônaco Inflação • “Aumento dos preços de bens e serviços” (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2019). • Redução no poder de compra. Inflação • Influenciam nas taxas inflacionárias: • Pressões de demanda. • Pressões de custos. • Inércia inflacionária. • Expectativas de inflação. Taxa nominal e efetiva • Taxa real (efetiva): “o resultado de uma operação (aplicação ou captação) calculado após serem expurgados os acréscimos oriundos da inflação” (ASSAF NETO, 2019). • Taxa nominal: percentual bruto de ganho com a operação, sem descontar a taxa de inflação correspondente ao período da mesma. • Ao comparar a performance entre diferentes opções de investimento, opte sempre por avaliar a rentabilidade real. Inflação, taxa nominal e taxa efetiva Bloco 2 Marcello Eduardo Mônaco Reforçando os conceitos Teoria em prática Bloco 3 Marcello Eduardo Mônaco Reforçando os conceitos • Você é um investidor e busca alternativas para aplicar R$ 1.000.000,00. • Alternativas do Banco Gama Investimento: 1 ano. • Opção 01: fundos de ação, taxa de 8,0% a.a., com impostos sobre os rendimentos de 15%. • Opção 02: fundos imobiliários, taxa de 7,5% a.a., isento de impostos sobre os rendimentos. • Taxa de inflação: 2%. Qual a taxa efetiva de cada caso? Qual opção é mais vantajosa? Dica do professor Bloco 4 Marcello Eduardo Mônaco Dica do Professor Fonte: captura de tela de G1. • Aprenda um pouco mais sobre os índices de inflação! • Reportagem disponível no Portal G1, aba Economia. • Vale buscar outras referências para enriquecer o seu repertório financeiro. Referências ASSAF NETO, Alexandre. Curso de administração financeira. São Paulo: Atlas, 2019. ROSSI, Pedro et al. Como se mede a inflação? G1, [s.d.]. Disponível em: http://g1.globo.com/economia/inflacao- como-e-medida/platb. Acesso em: 7 nov. 2019. http://g1.globo.com/economia/inflacao-como-e-medida/platb Gestão Financeira Capitalização simples e composta Bloco 1 Marcello Eduardo Mônaco Capitalização • “Processo de evolução do capital por meio do acréscimo de juros” (HOJI, 2016). Capitalização Fonte: elaborado pelo autor. Figura 1 – Aplicação em conta poupança citada no exemplo Capitalização simples • Regime dos juros simples. • Juros sempre calculados sobre o Capital (C) – valor inicial da operação. Capitalização composta • Regime dos juros compostos. • Juros sempre calculados sobre o Montante (M) – inclui os juros dos períodos anteriores. Capitalização simples e composta Bloco 2 Marcello Eduardo Mônaco Reforçando os conceitos... Fonte: elaborada pelo autor. Figura 1 – Aplicação em conta poupança citada no exemplo Teoria em prática Bloco 3 Marcello Eduardo Mônaco Reforçando os conceitos • Você é o diretor financeiro da empresa QFria. A empresa decidiu adquirir 100 veículos Zeta 1.8 Turbo, ao valor unitário de R$ 50.000,00. Entretanto, a QFria não dispõe do dinheiro em caixa para a compra dos veículos e você recorre ao Banco Gama. • Opções: a) Pagamento em 1 parcela única, após 24 meses, com taxa de juros de 2% a.m., capitalização simples. b) Pagamento em 1 parcela única, após 20 meses, com taxa de juros de 2% a.m., capitalização composta. Dica do professor Bloco 4 Marcello Eduardo Mônaco Dica do Professor Disponível em: https://www3.bcb.gov.br/CALCIDADAO/publico/exibirFormFinancia mentoPrestacoesFixas.do?method=exibirFormFinanciamentoPresta coesFixas. Acesso em: 7 nov. 2019. • Calculadora do Cidadão – BC. • Disponível no site do Banco Central do Brasil. Pesquise! https://www3.bcb.gov.br/CALCIDADAO/publico/exibirFormFinanciamentoPrestacoesFixas.do?method=exibirFormFinanciamentoPrestacoesFixas Referências HOJI, Masakazu. Matemática financeira: Didática, Objetiva e Prática. São Paulo: Atlas, 2016. W BA 00 60 _v 2. 1 GESTÃO FINANCEIRA 22 Marcello Eduardo Monaco Londrina Editora e Distribuidora Educacional S.A. 2019 Gestão financeira 1ª edição 33 3 2019 Editora e Distribuidora Educacional S.A. Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza CEP: 86041-100 — Londrina — PR e-mail: editora.educacional@kroton.com.br Homepage: http://www.kroton.com.br/ Presidente Rodrigo Galindo Vice-Presidente de Pós-Graduação e Educação Continuada Paulo de Tarso Pires de Moraes Conselho Acadêmico Carlos Roberto Pagani Junior Camila Braga de Oliveira Higa Carolina Yaly Giani Vendramel de Oliveira Juliana Caramigo Gennarini Nirse Ruscheinsky Breternitz Priscila Pereira Silva Tayra Carolina Nascimento Aleixo Coordenador Tayra Carolina Nascimento Aleixo Revisor Alexander Antunes da Silva Editorial Alessandra Cristina Fahl Beatriz Meloni Montefusco Daniella Fernandes Haruze Manta Hâmila Samai Franco dos Santos Mariana de Campos Barroso Paola Andressa Machado Leal Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) ______________________________________________________________________________________ Monaco, Marcello Eduardo M734g Gestão financeira/ Marcello Eduardo Monaco, – Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2019. 100 p. ISBN 978-85-522-1639-1 1. Juros. 2. Taxa de juros. I. Monaco, Marcello Eduardo. Título. CDD 300 ____________________________________________________________________________________________ Thamiris Mantovani CRB: 8/9491 © 2019 por Editora e Distribuidora Educacional S.A. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e Distribuidora Educacional S.A. 44 SUMÁRIO Apresentação da disciplina 5 Conceitos fundamentais de gestão financeira6 Capitalização simples e composta 23 Inflação, taxas de juros reais e nominais 41 Sistemas de amortização 58 Fontes de financiamento 76 Avaliação de investimento e custo de capital 93 Alavancagem financeira e cálculo do custo de capital 110 GESTÃO FINANCEIRA 55 5 Apresentação da disciplina Em um ambiente de negócios cada vez mais competitivo o desenvolvimento das atividades de gestão financeira é cada vez mais relevante. Nas últimas décadas, migramos de uma situação de concorrência local e regional para um ambiente de concorrência globalizado – especialmente em função do desenvolvimento das telecomunicações e da internet. Mais e mais empresas de outros países e continentes chegam ao nosso país para disputar os mercados consumidores existentes. O número de competidores em cada segmento de mercado nunca foi tão grande como atualmente. Nesse contexto, a inovação também ganha crescente importância, gerando novas oportunidades e fazendo com que os players nacionais tenham que se reinventar todos os dias – o que só é possível por meio de capacitação e investimentos em seus produtos e serviços. Nesta disciplina, você terá a oportunidade de aprender conceitos fundamentais da Matemática Financeira (como a função dos juros, os regimes de capitalização simples e composta, os sistemas de amortização), assim como refletir sobre as alternativas de captação de recursos para a realização de investimentos. O principal objetivo da disciplina é proporcionar ferramentas aos profissionais (sejam da área financeira ou de áreas correlatas) para que eles possam apoiar as corporações nas atividades de avaliação de investimentos, qualificando dessa forma os processos de tomada de decisão. 666 Conceitos fundamentais de gestão financeira Autor: Marcello Eduardo Mônaco Objetivos • Apresentar o conceito de juros. • Compreender os elementos que influenciam na definição das taxas de juros em uma operação financeira. • Assimilar os conceitos de capital, taxa de juros, montante e tempo da operação. 77 7 1. Conceitos iniciais Nesta Leitura Fundamental, você estudará conceitos básicos relacionados à Matemática Financeira: o surgimento do dinheiro como elemento de troca, os conceitos de capital, montante e juros, assim como a importância deste em todas as atividades ligadas ao ambiente financeiro. Nossa civilização é o produto de inúmeras transformações que vêm ocorrendo ao longo dos últimos séculos. Inicialmente, o ser humano vivia em cavernas e se alimentava de animais obtidos por meio da caça e da pesca, além de alguns vegetais e frutos disponíveis na natureza. O tempo passou e ele evoluiu, aprendendo a controlar o fogo, desenvolvendo ferramentas com base em pedras (e posteriormente, metais) – tudo com o objetivo de ampliar o seu conforto. Com o passar do tempo, o ser humano também começa a perceber que nem todas as suas necessidades serão satisfeitas apenas com base naquilo que ele produz. Nesse contexto, ele observa que poderia fazer trocas de bens e alimentos com outros indivíduos com o objetivo de maximizar a sua satisfação. Conforme descrito pela Casa da Moeda do Brasil (2019), essa forma de “troca direta” foi a base para o surgimento de termos muito conhecidos atualmente, como o salário (que correspondia ao pagamento feito com base em uma dada quantidade de sal) e a pecúnia (comum no jargão do Direito Tributário e que vem do termo em latim “pecus”, correspondendo a rebanho ou gado). Ao longo dos séculos, a dinâmica das trocas se tornou mais complexa e surgiu a necessidade de existirem elementos que sistematizariam esse processo – as moedas. Ainda segundo a Casa da Moeda do Brasil (2019), as primeiras moedas surgiram na Lídia (atual Turquia), no século VII a.C., inicialmente cunhadas em ouro e prata, mas sempre buscando transmitir elementos representativos da história, da cultura, da riqueza e do poder nas diferentes sociedades. 88 Em um ambiente que já apresentava as moedas disponíveis, segundo Matias (2019), os primeiros indícios de atividades financeiras apareceram nas obras de inúmeros pensadores, como Xenofonte (355 a.C), Aristóteles (384-322 a.C), entre outros. Em Roma, um império que acumulou muitas riquezas por meio da conquista de territórios na região do Mar Mediterrâneo, a atividade financeira estava concentrada em questões do cotidiano. Por meio da adoção de moedas para facilitar o sistema de trocas, acabaram surgindo os chamados banqueiros profissionais – que negociavam títulos de crédito similares a cheques e notas promissórias. A partir desses fundamentos, as atividades financeiras evoluíram significativamente nos últimos séculos, chegando a um nível de sofisticação bastante grande atualmente. 2. Conceito de juros Em uma empresa, nem sempre os recursos necessários para que um determinado compromisso seja cumprido - como a compra de uma máquina ou o pagamento de salários - estão disponíveis. Nesse momento, é necessário obter tais recursos de alguma maneira para que os objetivos de negócio sejam atingidos. Uma das formas possíveis seria obter um empréstimo junto a uma instituição bancária, que disponibilizaria tal recurso cobrando um “excedente” por tal operação. Esse “excedente” é o que chamamos de juros. Uma das definições mais intuitivas de juros é apresentada por Vieira Sobrinho (2018). Segundo ele, “juro é a remuneração do capital emprestado, podendo ser entendido, de forma simplificada, como sendo o aluguel pago pelo uso do dinheiro”. De fato, quando pagamos juros a quem quer que seja, estamos remunerando essa pessoa (ou empresa) por disponibilizar um recurso do qual necessitamos em um determinado momento no tempo – seja para adquirir um equipamento, pagar um fornecedor ou refinanciar uma dívida que está por vencer. 99 9 Ainda segundo Vieira Sobrinho (2018), o valor dos juros que é cobrado por um banco em uma operação de empréstimo é formado pelos seguintes componentes: • Custo de captação: juros que o banco paga a um aplicador (investidor) para deixar dinheiro depositado em sua instituição – ou seja, o valor pago pelo banco para obter dinheiro no mercado. • Risco: probabilidade de que a pessoa que tomará o empréstimo não o pague (o que resulta na chamada inadimplência). • Custo operacional: são as despesas administrativas, operacionais e tributárias da operação. • Impacto da inflação no período: corresponde à perda de poder aquisitivo em função da inflação durante o período do empréstimo. • Lucro do banco na operação: corresponde a quanto o banco deseja efetivamente lucrar naquela operação de empréstimo. Para ilustrar tais conceitos, observe o exemplo envolvendo diferentes operações financeiras realizadas pelo Banco Gama, apresentado pela Figura 2.1: Figura 2.1 – Exemplo de operações financeiras realizadas pelo Banco Gama Fonte: elaborada pelo autor. 1010 Imagine que o Banco Gama ofereceu uma aplicação com pagamento de 1% de juros ao mês (representado pela expressão 1% a.m) aos seus correntistas. Diante dessa oportunidade, Marcos decidiu investir R$ 2.000,00 nessa aplicação. Por outro lado, Luiz precisa de R$ 2.000,00 emprestados para comprar uma geladeira para a sua casa, com o compromisso de pagar o valor emprestado de uma só vez após 6 meses. Quando o Banco Gama necessitar definir a taxa de juros que cobrará de Luiz em seu empréstimo, levará em consideração os seguintes aspectos: 1. Custo de captação: no caso, a taxa de juros que o Banco Gama pagará para Marcos investir no Banco Gama (1% a.m), que corresponde ao “custo de captação” do recurso pago pelo banco. 2. Risco: corresponde à probabilidade de Luiz não pagar de volta o valor que recebeu no empréstimo. Normalmente, este percentual é definido por modelos matemáticos presentes nos sistemas de gestão de riscos de crédito da instituição financeira. A título de exemplo, considere que o banco adicionará mais 3% a.m em função da eventual inadimplência de Luiz. 3. Custos envolvidos naoperação (operacionais, administrativos, impostos e outros tributos). Vamos considerar que para o Banco Gama tais custos correspondam a outros 1% a.m. 4. Inflação no período: considere que a inflação projetada para o período do empréstimo será de 0,5% a.m. 5. Lucro do banco no empréstimo: vamos considerar que a diretoria do Banco Gama definiu um lucro mínimo de 1,5% a.m para todas as operações de empréstimos a serem realizadas. Com isso, a taxa de juros a ser cobrada de Luiz corresponderia à soma das cinco parcelas descritas acima (1% a.m + 3% a.m + 1% a.m + 0,5% a.m + 1,5% a.m), totalizando uma taxa de juros para o empréstimo de 7% a.m. 1111 11 Nessa situação, Luiz terá que devolver R$ 3.001,46 ao Banco Gama no final dos seis meses – pagando assim o equivalente a R$ 1.001,46 de juros! É importante ressaltar que muitas dessas variáveis que integram o cálculo das taxas de juros dependem das condições macroeconômicas do país. Se os índices de desemprego estão elevados, possivelmente os consumidores podem enfrentar maiores dificuldades para pagarem suas contas – o que pode acarretar uma elevação nos níveis de inadimplência, impactando diretamente nas taxas de juros praticadas no mercado. Uma das taxas de juros mais importantes no país é a chamada Taxa Selic, que corresponde à taxa básica de juros da economia – sendo utilizada pelo Banco Central como uma das ferramentas para o controle dos níveis de inflação. Segundo o Banco Central do Brasil (2019), o nome SELIC corresponde à abreviação de Sistema Especial de Liquidação e Custódia, ambiente onde o Banco Central negocia títulos da dívida pública diariamente. De forma simplificada, se a taxa SELIC sobe, os custos de captação dos bancos se elevam, fazendo com que as taxas de juros cobradas em um empréstimo fiquem mais caras. Assim, o governo utiliza a taxa SELIC como um instrumento de calibragem da economia nacional: se deseja estimular a atividade econômica, a redução da taxa SELIC induzirá a redução das taxas de juros praticadas pelos bancos – consequentemente estimulando os consumidores a se utilizarem do crédito (empréstimos, parcelamentos e cartão de crédito, dentre outros) para adquirirem os produtos e serviços que necessitem. O gráfico 2.1 mostra a evolução da taxa SELIC ao longo da última década. Observe que, após atingir um patamar de 14% a.a. em 2015, a taxa SELIC caiu de forma sistemática, estabilizando-se na faixa entre 6% e 8% ao ano a partir de 2018. 1212 Gráfico 2.1 – Evolução da taxa SELIC entre 2009 e 2019 Fonte: https://www.bcb.gov.br/controleinflacao/historicotaxasjuros. Acesso em: 21 set. 2019. Tal situação reflete o cenário de baixas taxas anuais de inflação registradas no país. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo IBGE, alcançou 3,75% no ano de 2018, apresentando uma trajetória de queda a partir de 2015. O gráfico 2.2 apresenta a evolução das taxas de inflação no mesmo intervalo de tempo do gráfico anterior. 1313 13 Gráfico 2.2 – Evolução do IPCA entre 2009 e 2019 Fonte: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/economicas/precos-e-custos/9256-indice- nacional-de-precos-ao-consumidor-amplo.html?t=series-historicas. Acesso em: 21 set. 2019. Mas o que justifica pagar um valor tão alto de juros em uma operação como a discutida anteriormente? Segundo Vieira Sobrinho (2018), existem teorias que defendem que o pagamento dos juros ocorre devido à necessidade de dispor daquele recurso (seja por uma emergência ou uma situação específica). Entretanto, existem outras que ligam o pagamento dos juros à preferência do consumidor em adquirir bens e serviços no momento presente ao invés de poupar para fazer tal compra no futuro. Tal situação é o que se denomina “antecipação do consumo”, e frequentemente é praticada pelos consumidores em nosso país. De forma bastante corriqueira, os varejistas oferecem seus produtos e apresentam o pagamento de forma parcelada como uma alternativa atrativa – mas que na maioria dos casos envolve um pagamento relevante de juros. 1414 PARA SABER MAIS O Banco Central do Brasil tem a missão institucional de “assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda e um sistema financeiro sólido e eficiente”. Seu website (www. bcb.gov.br) disponibiliza dados relevantes sobre o panorama econômico, incluindo o acesso a dados atualizados e séries históricas das principais variáveis financeiras. Vale a pena acompanhar tais informações como referência para os processos de tomada de decisão organizacional. 3. Conceitos de capital, montante, taxa e tempo Neste momento, torna-se importante conhecer alguns conceitos fundamentais relacionados com operações de empréstimo ou financiamento, como aquela vista em nosso exemplo anterior. • Capital (C): na matemática financeira, o capital é “qualquer valor expresso em moeda e disponível em determinada época” (VIEIRA SOBRINHO, 2018). Em operações financeiras, o capital consiste no valor inicialmente considerado – ou seja, aquele que foi investido ou tomado por empréstimo no processo. • Montante (M): corresponde ao valor final da operação, a ser pago ou recebido dependendo do caso. • Taxa de juros (i): como vimos anteriormente, corresponde à grandeza que expressa a remuneração paga pelo “aluguel do dinheiro”. Sempre expressa na forma de porcentagem em uma base de tempo (por exemplo: % ao mês = % a.m; % ao ano = % a.a., etc.). Vale destacar que a taxa de juros é representada pela letra i em função de sua denominação na língua inglesa, que começa propriamente com a letra i (interest rate). http://www.bcb.gov.br http://www.bcb.gov.br 1515 15 • Tempo (t): expressa o tempo de duração daquela operação financeira (e, portanto, por quanto tempo a taxa de juros será aplicada ao valor investido/emprestado). Veja mais um exemplo de operação financeira, representada na Figura 3.1, para que tais conceitos sejam reforçados: Figura 3.1 – Exemplo de operação de empréstimo realizada pelo Banco Gama para Marcello Fonte: elaborada pelo autor. Neste exemplo, Marcello tomou um empréstimo no valor de R$ 2.000,00 junto ao Banco Gama no dia 01/01/2020. Foi acordado uma taxa de juros (i) no valor de 2% ao mês e que o pagamento do empréstimo seria feito por meio de uma única parcela, no dia 01/07/2020 (6 meses depois do empréstimo ter sido concedido). Como identificar quais são os principais elementos dessa operação financeira? • O valor inicial da operação – que foi emprestado pelo Banco Gama a Marcello – corresponde ao que chamamos de capital (C). • Já o valor final da operação – aquele que foi pago por Marcello ao Banco Gama depois de 6 meses - corresponde ao montante (M). • A duração da operação financeira (período de 6 meses entre a concessão do empréstimo e o seu pagamento por Marcello) é o que chamamos de tempo (t). 1616 • A taxa de juros (i) praticada nesta operação foi de 2% a.m., como inicialmente apresentado na Figura 3.1. • Um outro ponto importante a ser destacado é que a diferença entre o valor final pago por Marcello ao Banco Gama (montante) e o valor recebido por Marcello no empréstimo (capital) corresponde aos juros (J) pagos por Marcello na operação! A expressão matemática que representa essa relação é destacada pela Figura 3.2. Figura 3.2 – Relação matemática entre capital, montante e juros Fonte: elaborada pelo autor. Assim, Marcello recebeu R$ 2.000,00 do Banco Gama em 01/01 e pagou R$ 2.252,32 em 01/07 – a diferença entre esses dois valores (R$ 2.252,32 – R$ 2.000,00 = R$ 252,32) corresponde aos juros pagos por Marcello ao Banco Gama pelo empréstimo. Vale destacar que é de fundamental importância saber identificar cada um desses elementos de uma operação financeira, para que seja possível a realização de cálculos de matemática financeira (envolvendo juros simples, compostos e amortizações) para a adequada tomada de decisão no ambiente empresarial. ASSIMILE Para a compreensão de qualquer operação financeira, é fundamentalque seja possível identificar quais os valores do capital, do montante, da taxa de juros praticada e do tempo da transação em questão. 1717 17 Nesta Leitura Fundamental, foram apresentados alguns conceitos fundamentais para as atividades de Gestão Financeira: a definição de juros, taxas de juros, além das variáveis básicas da Matemática Financeira. Tais conceitos permitirão que você possa avaliar diferentes cenários, assim como tomar decisões relevantes para o ambiente de negócios de sua empresa. TEORIA EM PRÁTICA Reflita sobre a seguinte situação: a empresa QFria deseja comprar uma nova máquina para a sua linha de produção de sorvetes, que custa R$ 200.000,00. O fornecedor oferece a venda à vista da máquina com 8% de desconto, ou a venda parcelada em 12 parcelas de R$ 20,000.00. O gerente financeiro da QFria também recebeu uma proposta de seu banco para financiar a compra da máquina, com o pagamento de uma entrada de R$ 20.000,00 e mais 10 parcelas de R$ 19.500,00. Qual seria a melhor alternativa para a empresa? Situações como essa são bastante frequentes em qualquer empresa. Neste contexto, é fundamental compreender quais as variáveis envolvidas e os custos associados a cada solução - para que seja tomada a melhor decisão! VERIFICAÇÃO DE LEITURA 1. O estagiário da área financeira de uma empresa multinacional de alimentos recebeu um desafio do seu supervisor em seu primeiro dia de estágio: definir o conceito de juros! 1818 Dentre as alternativas abaixo, selecione aquela que melhor representa o conceito em questão: a. “Os juros correspondem ao valor que foi emprestado junto ao banco em determinado momento”. b. “Os juros correspondem ao valor final a ser pago ao banco ao final de um empréstimo”. c. “Os juros podem ser considerados como a remuneração paga a alguém pelo empréstimo de uma determinada quantidade de dinheiro”. d. “Os juros correspondem à diferença entre o valor obtido em um empréstimo e a taxa de juros da operação”. e. “Os juros correspondem a um valor fixo do tempo, sendo independente do tempo da operação”. 2. A Empresa XYZ é uma fabricante de eletrodomésticos situada em Manaus. Diante de um incêndio que ocorreu em sua linha de produção, a empresa foi até o Banco Gama para fazer um empréstimo para reparar suas instalações. Nesse cenário, foi alinhada a seguinte operação: Data da operação: 01/12/2019. Valor do empréstimo: R$ 100.000,00. Taxa de juros: 2,5% a.m. Pagamento será realizado em 1 parcela. Data de vencimento: 01/03/2020. Valor a ser pago: R$ 107.689,06. 1919 19 Diante desta situação, podemos dizer que os valores do capital, montante e tempo de operação são, respectivamente: a. R$ 107.689,06 / R$ 100.000,00 / 6 meses. b. R$ 100.000,00 / R$ 107.689,06 / 6 meses. c. R$ 107.689,06 / R$ 100.000,00 / 3 meses. d. R$ 100.000,00 / R$ 107.689,06 / 3 meses. e. R$ 100.000,00 / R$ 107.689,06 / 1 mês. 3. Pedro Luiz precisa fazer a compra de um novo computador para a área financeira da empresa QFria, líder na fabricação de sorvetes no mercado brasileiro. O fornecedor enviou uma cotação, indicando que o valor do equipamento era de R$ 15.000,00. Como não dispunha dos recursos para a compra, Pedro Luiz financiou a aquisição do computador junto ao Banco Gama, mediante o pagamento de 5 parcelas mensais e iguais de R$ 3.200,00. Diante da situação apresentada, julgue as assertivas a seguir e assinale a alternativa correta: I. O valor do capital envolvido nessa operação é de R$ 16.000,00. II. Os juros pagos pela QFria nessa compra foram de R$ 1.000,00. III. O valor do montante envolvido nessa operação é de R$ 15.000,00. 2020 a. I – Verdadeira; II – Verdadeira; III – Verdadeira. b. I – Verdadeira; II – Falsa; III – Verdadeira. c. I – Falsa; II – Verdadeira; III – Verdadeira. d. I – Falsa; II – Verdadeira; III – Falsa. e. I – Falsa; II – Falsa; III – Falsa. Referências bibliográficas BRASIL. Banco Central do Brasil. Política Monetária: COPOM: Histórico das taxas de juros. Disponível em: https://www.bcb.gov.br/controleinflacao/ historicotaxasjuros. Acesso em: 21 set. 2019. BRASIL. Banco Central do Brasil. Comitê de Política Monetária (Copom). Disponível em: https://www.bcb.gov.br/controleinflacao/copom. Acesso em: 21 set. 2019. BRASIL. Casa da Moeda do Brasil. República Federativa do Brasil. A Origem do Dinheiro. 2019. Disponível em: https://www.casadamoeda.gov.br/portal/ socioambiental/cultural/origem-do-dinheiro.html. Acesso em: 22 set. 2019. BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA: Séries Históricas. Disponível em: https:// www.ibge.gov.br/estatisticas/economicas/precos-e-custos/9256-indice-nacional-de- precos-ao-consumidor-amplo.html?t=series-historicas. Acesso em: 21 set. 2019. ESTADÃO. Taxa SELIC: o que é e como ela influencia no seu bolso. Disponível em: https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,taxa-selic-o-que-e-e-como-ela- influencia-seu-bolso,70002727673. Acesso em: 21 set. 2019. MATIAS, Alberto Borges (Org.). Introdução à história do pensamento financeiro. In: MATIAS, Alberto Borges. Finanças empresariais estratégicas. Barueri/SP: Manole, 2019. p. 1-5. VIEIRA SOBRINHO, José Dutra. Matemática Financeira. São Paulo: Atlas, 2018. p. 7-11. https://www.bcb.gov.br/controleinflacao/historicotaxasjuros https://www.bcb.gov.br/controleinflacao/historicotaxasjuros https://www.bcb.gov.br/controleinflacao/copom https://www.casadamoeda.gov.br/portal/socioambiental/cultural/origem-do-dinheiro.html https://www.casadamoeda.gov.br/portal/socioambiental/cultural/origem-do-dinheiro.html https://www.ibge.gov.br/estatisticas/economicas/precos-e-custos/9256-indice-nacional-de-precos-ao-co https://www.ibge.gov.br/estatisticas/economicas/precos-e-custos/9256-indice-nacional-de-precos-ao-co https://www.ibge.gov.br/estatisticas/economicas/precos-e-custos/9256-indice-nacional-de-precos-ao-co https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,taxa-selic-o-que-e-e-como-ela-influencia-seu-bolso,70 https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,taxa-selic-o-que-e-e-como-ela-influencia-seu-bolso,70 2121 21 Gabarito Questão 1 – Resposta C Cada uma das alternativas corresponde a um dos conceitos discutidos nesta Leitura Fundamental, como segue: Alternativa A – ERRADA – a assertiva corresponde ao conceito de capital. Alternativa B – ERRADA – a assertiva apresenta o conceito de montante. Alternativa C – CORRETA – de fato, os juros são considerados por muitos como a remuneração paga pelo “aluguel” do recurso que foi disponibilizado. Alternativa D – ERRADA – na verdade, os juros correspondem à diferença entre o montante e o capital da operação em questão. Alternativa E – ERRADA – os juros são calculados com base na taxa de juros, que está definida com base temporal. Quanto maior o período da operação, maior será o valor dos juros, o que torna a assertiva incorreta. Questão 2 – Resposta D Diante da situação apresentada na questão, torna-se necessário identificar as principais variáveis desta operação financeira. - Valor do empréstimo = valor inicial = R$ 100.000,00 esse é o capital (C). - Valor a ser pago = valor final = R$ 107,689,06 esse é o montante (M). - Tempo de operação = período compreendido entre a data inicial (01/12/2019) e a data final (01/03/2010) ou seja, corresponde a 3 meses. 2222 - Juros = diferença entre o montante e o capital = R$ 107,689,06 - R$ 100.000,00 = R$ 7.689,06. Sendo assim, a sequência capital/montante/tempo de operação é dada por: R$ 100.000,00; R$ 107,689,06; 3 meses. Alternativa correta é a letra D. Questão 3 – Resposta D Nesta situação, mais uma vez torna-se necessário identificar as principais variáveis desta operação financeira. - Valor da compra = valor inicial = R$ 15.000,00 esse é o capital (C). - Valor a ser pago = valor final = neste caso, corresponde às 5 parcelas de R$ 3.200,00 que serão pagas 5 x R$ 3.200,00 R$ 16.000,00 esse éo montante (M). - Juros = diferença entre o montante e o capital = R$ 16.000,00 - R$ 15.000,00 = R$ 1.000,00. Vamos analisar as assertivas: I) FALSA, pois o valor do capital é de R$ 15.000,00. II) VERDADEIRA, já que os juros incorridos são de R$ 1.000,00. III) FALSA, já que o montante da operação é de R$ 16.000,00. Sendo assim, a alternativa que combina corretamente com a avaliação das três assertivas é a letra D. 2323 23 Capitalização simples e composta Autor: Marcello Eduardo Mônaco Objetivos • Compreender as características fundamentais dos regimes de capitalização simples e composta. • Ser capaz de identificar, com base em situações práticas, quais as variáveis envolvidas e como devem ser utilizadas nos cálculos de matemática financeira (envolvendo capital, juros, montante e taxas de juros). • Tomar decisões adequadas diante de situações práticas que envolvam o cálculo de juros simples ou compostos. 2424 1. Introdução Nesta Leitura Fundamental, serão abordados os regimes de capitalização e seu impacto no cálculo de uma das principais variáveis da vida financeira de qualquer empresa: os juros. De acordo com o regime escolhido e das condições acordadas em uma operação financeira, os juros decorrentes poderão gerar diferentes impactos sobre o caixa de uma empresa – sendo, assim, uma importante variável a ser considerada nos processos de tomada de decisão empresarial. 2. Conceitos fundamentais Antes de você estudar os regimes de capitalização e sua influência no cálculo de juros simples e compostos, vale a pena resgatar alguns conceitos importantes para o estudo desta leitura. • Capital (C): consiste no valor inicialmente considerado – ou seja, aquele que foi investido ou tomado por empréstimo no processo. • Montante (M): corresponde ao valor final da operação, a ser pago ou recebido, dependendo do caso. • Taxa de juros (i): expressa a remuneração paga pelo “aluguel do dinheiro”, sempre representada em forma porcentual. • Juros (J): conforme Vieira Sobrinho (2018), “juro é a remuneração do capital emprestado, podendo ser entendido, de forma simplificada, como sendo o aluguel pago pelo uso do dinheiro”. Outra informação importante se refere à forma como utilizamos a taxa de juros em um cálculo de matemática financeira. Um valor descrito como porcentagem pode ser expresso de diferentes maneiras. Por exemplo, se a taxa de juros de um financiamento é de 0,2% ao mês, ela pode ser expressa como: 0,2% = (0,2/100) = 0,002 2525 25 Assim, ter em mente essa equivalência será bastante útil para os cálculos que você realizará ao longo desta leitura. Além disso, é importante recordar como você pode fazer o cálculo da porcentagem de um valor. Considere, por exemplo, que você se esqueceu de pagar um boleto de R$ 800,00 e que será cobrada uma multa de 5% do valor desse. Como posso calcular o valor da multa? Neste caso, considere o seguinte: 5% de um determinado valor é o mesmo que multiplicar 5% por esse valor! Ou seja, 5% de R$ 800,00 equivale a: 5% * R$ 800,00 = (5/100) * R$ 800,00 = 0,05 * R$ 800,00 = R$ 40,00 Conhecer bem esses fundamentos será de grande valia para os cálculos que serão desenvolvidos ao longo deste tópico. 3. Regimes de capitalização O conceito de capitalização é um dos mais importantes no estudo da matemática financeira, influenciando de forma significativa os processos de tomada de decisão econômica e financeira de qualquer empresa. Segundo Hoji (2016), o termo capitalizar significa “o processo de evolução do capital por meio do acréscimo de juros”. Ou seja, uma vez realizada uma operação financeira (como um empréstimo ou um financiamento), à medida que o tempo passa os juros vão sendo adicionados ao valor inicial (capital) – tal processo corresponde à capitalização. Considere o seguinte exemplo: Gabriela decide guardar R$ 100,00 de sua mesada em uma conta poupança, que renderá 1,0% ao mês. Ela deposita o dinheiro no dia 01/03/2020. Após um mês de aplicação, será realizada a capitalização do valor aplicado por Gabriela – ou seja, será realizado o cálculo dos juros devidos pelo banco durante o período 2626 de aplicação, sendo esse valor adicionado em sua conta. A Figura 3.1 mostra de forma esquemática como essa situação ocorre, apresentando os juros que estão sendo adicionados por meio de caixas na cor azul. Figura 3.1 – Exemplo de aplicação em conta poupança feita por Gabriela Fonte: elaborada pelo autor. Assim, se o dinheiro permanecer depositado na conta poupança de Gabriela até o dia 01/06/2020, como descrito na Figura 3.1, ocorrerão três capitalizações (realizadas nos dias 01/04, 01/05 e 01/06) – momentos em que serão realizados os cálculos dos juros e definido o valor do novo saldo de sua conta. Entretanto, existem duas maneiras de realizar a capitalização (cálculo dos juros): simples e composta. 3.1 Capitalização simples Conforme Hoji (2016), “no regime de capitalização simples, o juro incide ‘sempre’ sobre o capital inicial, mesmo que seja capitalizado mais de uma vez”. Nesse contexto, toda vez que estivermos aplicando a capitalização simples, estamos operando no regime de juros simples. Mas como isso de fato funciona? Retomemos o exemplo do depósito de R$ 100,00 realizado na conta poupança de Gabriela. A cada mês, ocorrerá a capitalização dos juros, sempre com base no valor do capital, que foi o valor inicial da operação (neste caso, os R$ 100,00). Sendo assim, vamos fazer o cálculo dos juros (capitalização) mês a mês: 2727 27 • 01/04/2020: a aplicação na conta poupança fez o seu primeiro aniversário. Como a taxa de juros a ser paga é de 1% a.m., calcularemos 1% de juros sobre o valor inicialmente depositado (capital): Juros (em 01/04) 1% de R$ 100,00 = 1% * R$ 100,00 = (1/100) * R$ 100,00 = (0,01) * R$ 100,00 = R$ 1,00 Novo saldo (em 01/04) = R$ 100,00 + R$ 1,00 = R$ 101,00. • 01/05/2020: a aplicação na conta poupança fez o seu segundo aniversário. Ainda que o saldo da conta tenha aumentado, os juros de 1% a.m. serão novamente calculados sobre o valor inicialmente depositado (capital): Juros (em 01/05) 1% de R$ 100,00 = 1% * R$ 100,00 = (1/100) * R$ 100,00 = (0,01) * R$ 100,00 = R$ 1,00 Novo saldo (em 01/05) = R$ 101,00 + R$ 1,00 = R$ 102,00. • 01/06/2020: a aplicação na conta poupança fez o seu terceiro aniversário. Novamente os juros de 1% a.m serão calculados sobre o valor inicialmente depositado (capital): Juros (em 01/06) 1% de R$ 100,00 = 1% * R$ 100,00 = (1/100) * R$ 100,00 = (0,01) * R$ 100,00 = R$ 1,00 Novo saldo (em 01/06) = R$ 102,00 + R$ 1,00 = R$ 103,00. • 01/07/2020: a aplicação na conta poupança fez o seu quarto aniversário. Novamente os juros de 1% a.m serão calculados sobre o valor inicialmente depositado (capital): Juros (em 01/07) 1% de R$ 100,00 = 1% * R$ 100,00 = (1/100) * R$ 100,00 = (0,01) * R$ 100,00 = R$ 1,00 Novo saldo (em 01/07) = R$ 103,00 + R$ 1,00 = R$ 104,00. 2828 A esta altura, você já percebeu que na capitalização simples, não importa o quanto o saldo da aplicação está sendo alterado com o acréscimo dos juros – a cada período, o valor dos juros será sempre calculado com base no valor inicial da operação. Por essa razão, dizemos que na capitalização simples a taxa de juros tem natureza linear – pois o capital evoluirá de forma linear ao longo do tempo (sempre sendo aumentado de uma quantidade fixa, período a período). Entretanto, fazer o cálculo dos juros período a período (como exemplificado anteriormente) seria desnecessariamente trabalhoso. Desta forma, algumas equações foram definidas para auxiliar nesse processo, apresentadas na Figura 3.1.1. Figura 3.1.1 – Equações para o regime de juros simples (capitalização simples) Onde: J = juros C= capital i = taxa de juros t = tempo (prazo) Fonte: elaborada pelo autor. Como você pode aplicar tais equações em uma situação prática? Veja a seguir um exemplo de operação financeira com essas características: “Beatriz deseja emprestarR$ 800,00 junto ao Banco Gama para comprar uma bicicleta nova. O banco oferece o empréstimo em regime de capitalização simples, à taxa de 5% ao mês, para pagamento, em parcela única, após 6 meses”. Pergunta-se: 2929 29 a. Qual o valor que Beatriz deverá pagar ao banco ao final do empréstimo? b. Qual o valor dos juros pagos por Beatriz nesta operação? Em situações como essa, a primeira atitude que você deve tomar é identificar o que significa cada um dos dados apresentados na questão, como segue: • O valor que Beatriz está pegando emprestado com o Banco Gama (R$ 800,00) corresponde ao capital (C) da operação. • O período de tempo entre a concessão do empréstimo e a parcela final a ser paga é de 6 meses – e corresponde ao tempo (t). • A taxa de juros da operação (i) foi dada, sendo igual a 5% ao mês (ou 5% a.m.). • O valor que Beatriz pagará no final dos 6 meses corresponde ao valor final da operação, que chamamos de montante (M) – e que estamos buscando descobrir na questão. • Vale destacar que, antes de aplicarmos as fórmulas, devemos sempre garantir que o tempo (t) e a taxa de juros (i) estejam na mesma base. Como a taxa de juros é ao mês e o tempo da operação está em meses, podemos aplicar as equações com tranquilidade. Caso isso não ocorresse, teríamos que ajustar o tempo para que ambas as grandezas se tornassem compatíveis. Veja um exemplo: “Dado um capital de R$ 1.000,00, calcule o valor do montante (M) que será obtido com uma taxa de juros de 2% ao semestre, por 12 meses, com base em capitalização simples (juros simples).” Note que, neste caso, as variáveis de tempo e taxa de juros não estão na mesma base (a taxa está com base semestral, enquanto o tempo está em base mensal). Assim, deveríamos ajustar o tempo para que fique também na mesma base da taxa (semestral): 3030 Taxa de juros: 2% ao semestre Tempo = 12 meses = 2 semestres Agora sim, você poderia substituir todos os dados na equação sem nenhuma preocupação. Voltando à resolução da situação envolvendo Beatriz, temos os seguintes dados: C = 800,00 t = 6 meses i = 5% a.m = (5/100) = 0,05 M = ? Dentre as equações apresentadas na Figura 3.1.1, podemos aplicar a segunda para solucionar o nosso problema: M = C * (1 + i * t) M = 800 * (1 + 0,05 * 6) M = 800 * (1 + 0,30) M = 800 * (1,30) M = 1040,00 Ou seja, Beatriz terá que pagar R$ 1040,00 ao Banco Gama ao final dos seis meses, resolvendo a primeira parte da questão. E qual foi o valor dos juros pago por Beatriz? Para esse cálculo, podemos utilizar a terceira fórmula apresentada na Figura 3.1.1, considerando que agora sabemos que C = 800,00 e M = 1040,00: M = C + J 1040,00 = 800,00 + J 1040,00 – 800,00 = J J = 240,00 Assim, Beatriz pagou R$ 240,00 em juros nesse empréstimo. 3.2 Capitalização composta Segundo descrito por Hoji (2016), “no regime de capitalização composta, a forma de cálculo do juro é igual ao da capitalização simples. A diferença é que o juro incide sobre o capital inicial e sobre os juros acumulados”. Vale dizer que a capitalização composta é a mais utilizada em nosso dia 3131 31 a dia, sendo aplicada por bancos e outras instituições financeiras. Toda vez que estivermos aplicando a capitalização composta, considere que estamos operando no regime de juros compostos. Mas como esse regime funciona na prática? Analisemos mais uma vez o exemplo do depósito de R$ 100,00 realizado na conta poupança de Gabriela. Agora, a cada mês, ocorrerá a capitalização dos juros sempre considerando o saldo atual da aplicação (e não mais o valor do capital). Isso causará uma importante mudança nos valores que serão encontrados. Vamos fazer novamente o cálculo dos juros (capitalização) mês a mês nessa nova condição: • 01/04/2020: a aplicação na conta poupança fez o seu primeiro aniversário. Como a taxa de juros a ser paga é de 1% a.m., calcularemos 1% de juros sobre o saldo atual (que será igual ao capital apenas neste mês): Juros (em 01/04) 1% de R$ 100,00 = 1% * R$ 100,00 = (1/100) * R$ 100,00 = (0,01) * R$ 100,00 = R$ 1,00 Novo saldo (em 01/04) = R$ 100,00 + R$ 1,00 = R$ 101,00. • 01/05/2020: a aplicação na conta poupança fez o seu segundo aniversário. Entretanto, agora os juros de 1% a.m. serão calculados sobre o saldo atual da conta: Juros (em 01/05) 1% de R$ 101,00 = 1% * R$ 101,00 = (1/100) * R$ 101,00 = (0,01) * R$ 101,00 = R$ 1,01 Novo saldo (em 01/05) = R$ 101,00 + R$ 1,01 = R$ 102,01. • 01/06/2020: a aplicação na conta poupança fez o seu terceiro aniversário. Novamente os juros de 1% a.m. serão calculados sobre o saldo atual da conta: Juros (em 01/06) 1% de R$ 102,01 = 1% * R$ 102,01 = (1/100) * R$ 102,01 = (0,01) * R$ 102,01 = R$ 1,02 Novo saldo (em 01/06) = R$ 102,01 + R$ 1,02 = R$ 103,03. 3232 • 01/07/2020: a aplicação na conta poupança fez o seu quarto aniversário. Novamente os juros de 1% a.m. serão calculados sobre o saldo atual da conta: Juros (em 01/07) 1% de R$ 103,03 = 1% * R$ 103,03 = (1/100) * R$ 103,03 = (0,01) * R$ 103,03 = R$ 1,03 Novo saldo (em 01/07) = R$ 103,03 + R$ 1,03 = R$ 104,06. Note que o valor final do saldo da conta poupança de Gabriela com o regime de capitalização composta (R$ 104,06) foi maior do que aquele obtido com a capitalização simples (R$ 104,00). De fato, toda vez que aplicamos o mesmo capital, com a mesma taxa de juros, pelo mesmo intervalo de tempo, o valor final obtido será sempre maior com a utilização da capitalização composta. Como os juros são calculados sobre a soma de capital + juros, dizemos que na capitalização composta a taxa de juros tem natureza exponencial. Para o cálculo de situações envolvendo juros compostos, algumas equações foram determinadas e se encontram apresentadas na Figura 3.2.1. Figura 3.2.1 – Equações para o regime de juros compostos (capitalização composta) Fonte: elaborada pelo autor. ASSIMILE Note que a expressão M = C + J vale tanto para a capitalização simples (juros simples) como para a capitalização composta (juros compostos)! Não se esqueça de aplicá-la nos cálculos envolvendo tais tipos de situações. 3333 33 E como seria uma situação prática de capitalização composta? Veja a seguir um exemplo de operação financeira com essas características. “Alessandro deseja comprar uma nova lente Sigma 18-35 mm F1.8 para sua câmera fotográfica profissional, no valor de R$ 3.200,00. Como ele não pode fazer o pagamento pela lente à vista, o vendedor oferece que ele faça o pagamento apenas daqui a seis meses, à uma taxa de juros de 2% ao mês, com capitalização composta. Como ele quer usar sua lente nova ainda hoje, ele concorda com a condição oferecida e fecha o negócio com o vendedor”. Com base nessa situação, pergunta-se: a. Qual o valor que Alessandro pagará pela lente daqui a seis meses? b. Qual o valor dos juros pagos por Alessandro nesta operação? Em situações como essa, você sempre deve identificar o significado de cada um dos dados apresentados na questão: • O valor da lente que Alessandro está adquirindo (R$ 3.200,00) corresponde ao capital (C) da operação. • O período de tempo entre a compra e o pagamento da dívida ao vendedor é de 6 meses – e corresponde ao tempo da operação (t). • A taxa de juros da operação (i) foi dada, sendo igual a 2% ao mês (ou 2% a.m. = 2/100 = 0,02). • O valor que Alessandro pagará ao lojista após os seis meses corresponde ao valor final da operação, que chamamos de montante (M) – e que estamos buscando descobrir na questão. • Mais uma vez, vale destacar que, antes de aplicarmos as fórmulas, devemos garantir que o tempo (t) e a taxa de juros (i) estejam sempre na mesma base! Como a taxa de juros é ao mês e o tempo da operação está em meses, podemos aplicar as equações com tranquilidade. Caso isso não ocorresse, teríamos que ajustar o tempo para que ambas as variáveis fiquem compatíveis. 3434 Sendo assim, temos: C = 3.200,00 t = 6 meses i = 2% a.m. = (2/100) = 0,02 M = ? Dentre as equações apresentadas na Figura3.2.1, você pode aplicar a primeira delas para encontrar o valor do Montante (M): M = C * (1 + i)t M = 3.200,00 * (1 + 0,02)6 M = 3.200,00 * (1,02)6 Como (1,02)6 = 1,1262, basta substituir esse valor em nossa expressão: M = 3.200,00 * 1,1262 M = 3.603,84 Ou seja, Alessandro terá que pagar R$ 3.603,84 ao vendedor depois de seis meses, resolvendo a primeira parte da questão. E qual foi o valor dos juros pago por Alessandro? Para esse cálculo, podemos utilizar a 2ª fórmula apresentada na Figura 3.2.1, que relaciona o montante, o capital e o juros: M = C + J 3.603,84 = 3.200,00 + J 3.603,84 - 3.200,00 = J J = 403,84 Assim, Alessandro pagou R$ 403,84 em juros nessa operação de compra da lente para sua câmera fotográfica. PARA SABER MAIS Quer saber mais sobre juros e o impacto que ele exerce sobre a vida do cidadão e das empresas? Visite o site “Papo Reto” disponibilizado pela Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN), que foi criado com o objetivo de auxiliar o brasileiro a melhorar a sua relação com o dinheiro. No site, você pode encontrar ferramentas como tabelas de controle orçamentário, simulador de sonhos, dentre outras. 3535 35 Dominar os conceitos envolvendo juros simples e compostos é de fundamental importância para a adequada tomada de decisão financeira, tanto no ambiente pessoal como no profissional. Neste momento, revise os conceitos expostos nesta leitura e tente aplicá-los nas questões apresentadas, de forma a fixar o conteúdo aqui exposto. TEORIA EM PRÁTICA Reflita sobre a seguinte situação: imagine que você é o Diretor Financeiro da empresa QFria. Após uma reunião da diretoria, a empresa decide fazer uma aquisição de uma nova frota de 100 veículos para a equipe de vendas. Depois de pedir cotações junto a 3 montadoras, a empresa decidiu pela compra de 100 unidades do veículo Zeta 1.8 Turbo, ao valor unitário de R$ 50.000,00. Entretanto, a QFria não dispõe do dinheiro em caixa para a compra dos veículos e você recorre ao Banco Gama para financiar a aquisição. Diante da solicitação, o gerente da instituição financeira oferece duas possibilidades de financiamento: a) financiar o valor para pagamento em 1 parcela única, após 24 meses, com taxa de juros de 2% a.m., capitalização simples, ou b) financiar o valor para pagamento em 1 parcela única, após 20 meses, com taxa de juros de 2% a.m., capitalização composta. Diante desse cenário, em qual das alternativas a empresa pagará menos juros? No ambiente de trabalho, situações em que você precisará tomar decisões como esta são frequentes, exigindo o conhecimento técnico necessário para que a alternativa selecionada seja a melhor para a empresa. 3636 VERIFICAÇÃO DE LEITURA 1. O gerente da empresa QFria percebeu que a fatura de energia elétrica de maio (no valor de R$ 1.280,00) não foi paga pelo responsável no vencimento. Em função disso, a concessionária de energia cobrará um percentual de 12% de acréscimo (em função de juros e multa). O novo valor a ser pago pela QFria por essa fatura de energia será de: a. R$ 1.336,30. b. R$ 1.376,30. c. R$ 1.386,60. d. R$ 1.433,60. e. R$ 1.456,30. 2. Paulo Ricardo é o gerente geral da unidade de Itupeva da empresa QFria e conseguiu a aprovação da Diretoria Executiva da empresa para a montagem de mais uma linha de produção de sorvetes. O investimento dessa expansão será de R$ 500.000,00, mas a empresa não dispõe de recursos para tal ação. Por isso, Paulo Ricardo foi orientado a procurar o Banco Gama para a obtenção de um empréstimo para cobrir tais custos. Com base no histórico favorável da QFria com a instituição, o gerente do Banco Gama concordou em conceder o empréstimo, com as seguintes condições: 3737 37 - Data do empréstimo: 01/05/2020; taxa de juros: 2,5% a.m.; capitalização simples; pagamento do empréstimo em parcela única, após 10 meses (em 01/03/2021). Paulo Ricardo concordou com as condições e o empréstimo foi efetivado em 01/05/2020. Considerando esta situação, o valor final a ser pago pela QFria em 01/03/2021 e o valor dos juros pagos são, respectivamente, iguais a: a. R$ 615.000,00 e R$ 115.000,00. b. R$ 625.000,00 e R$ 125.000,00. c. R$ 650.000,00 e R$ 150.000,00. d. R$ 675.000,00 e R$ 175.000,00. e. R$ 695.000,00 e R$ 195.000,00. 3. Luiz Claudio deseja comprar uma TV 4K LED de 50 polegadas nas Lojas PraCasa. O preço da TV à vista é de R$ 2.999,99, mas Luiz não dispõe de todo esse dinheiro para comprar a TV. Assim, ele decide fazer um empréstimo no Banco Gama, com taxa de juros de 3,0% a.m., capitalização composta, para pagamento em uma parcela única daqui a 12 meses – e compra sua sonhada TV. Dados: (1,3)12 = 23,2981; (1,03)12 = 1,4258; (1,003)12 = 1,0366 O valor que Luiz pagará ao banco ao final do empréstimo será de: 3838 a. R$ 2.999,99. b. R$ 3.245,29. c. R$ 4.277,39. d. R$ 3.109,79. e. R$ 69.894,07. Referências bibliográficas HOJI, Masakazu. Matemática financeira: didática, objetiva e prática. São Paulo: Atlas, 2016. p. 25-30, 44-49. PAPO RETO FEBRABAN. Ferramentas. Disponível em: https://paporetocomfebraban. com.br/. Acesso em: 26 set. 2019. VIEIRA SOBRINHO, José Dutra. Matemática Financeira. São Paulo: Atlas, 2018. p. 7-11. Gabarito Questão 1 – Resposta D Neste caso, a multa será de 12% sobre o valor da fatura de maio (que era de R$ 1.280,00). Sendo assim, podemos calcular a multa da seguinte forma: Multa = 12% de R$ 1.280,00 = 12% * R$ 1.280,00 = (12/100) * R$ 1.280,00 Multa = 0,12 * R$ 1.280,00 = R$ 153,60. Assim, o novo valor da fatura será: Novo valor = valor fatura + multa = R$ 1.280,00 + R$ 153,60 Novo valor = R$ 1.433,60. https://paporetocomfebraban.com.br/ https://paporetocomfebraban.com.br/ 3939 39 Questão 2 – Resposta B Em questões desse tipo, inicialmente é importante identificar todos os dados que foram apresentados, como segue: - Valor da expansão = valor a ser emprestado = Capital (C) = R$ 500.000,00 - Taxa de juros = 2,5 % a.m. - Pagamento em parcela única após 10 meses = tempo operação (t) = 10 meses - Capitalização simples = juros simples - Valor final a ser pago = Montante (M) = ? - Juros a serem pagos = Juros (J) = ? Sendo assim, vamos inicialmente calcular os juros dessa operação. Como se trata de uma operação com capitalização simples (juros simples), basta usar a equação J = C * i * t e substituir os dados oferecidos. Fique atento para conferir se a taxa e o tempo se encontram na mesma base. Como ambos estão com base mensal, podemos fazer a substituição na equação sem maiores problemas. J = 500.000,00 * 2,5% * 10 = 500.000,000 * (2.5/100) * 10 J = 500.000,00 * (0,025) * 10 -> J = 125.000,00. Sendo assim, o valor final a ser pago (Montante, M) pode ser calculado: M = C + J = 500.000,00 + 125.000,00 --> M = 625.000,00 Questão 3 – Resposta C Nesta questão, mais uma vez é importante identificar os dados apresentados no enunciado: - Preço à vista = Valor do financiamento = Capital (C) = R$ 2.999,99 - Taxa de juros = 3,0 % a.m. = (3/100) = (0,03) 4040 - Capitalização composta = juros compostos - Pagamento em parcela única após 12 meses = tempo operação (t) = 12 meses - Valor final a ser pago = Montante (M) = ? Como se trata de uma operação com capitalização composta (juros compostos), basta usar a equação M = C * (1 + i)t. M = 2.999,99 * (1 + 0,03)12 M = 2.999,99 * (1,03)12 Como o enunciado fornece o valor de (1,03)12 = 1,4258, basta substituí-lo na fórmula: M = 2.999,99 * 1,4258 M = 4.277,39. 4141 41 Inflação, taxas de juros reais e nominais Autor: Marcello Eduardo Mônaco Objetivos • Compreender o conceito de inflação e suas causas. • Entender quais são os efeitos da inflação sobre os processos de tomada de decisão em uma empresa. • Assimilar os conceitos de taxas de juros nominal e efetiva, assim como sua importância nas decisões econômico-financeiras de uma organização. 4242 1. Introdução Avaliar a rentabilidade de um investimento é uma das atribuições mais
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