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Conceitos em M.Klein

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Teoria: 
São três os pilares fundamentais da teoria Kleiniana 
Primeiramente existe um mundo interno, formado a partir das percepções do mundo externo, colorido com as ansiedades do mundo interno. Com isso os objetos, pessoas e situações adquirem um colorido todo especial. 
O seio materno, primeiro objeto de relação da criança com o mundo externo, tanto é percebido como bom quando amamenta, daí o nome de “seio bom” a esse objeto no mundo interno, quanto é percebido como “seio mau”, quando não alimenta na hora em que a criança assim deseja. 
Como é impossível satisfazer a todos os desejos da criança, invariavelmente ela possui os dois registros desse seio, um bom e um mau. Esse conceito também é muito importante no estudo da formação de símbolos e desenvolvimento intelectual.
Em segundo lugar os bebês sentem, logo quando nascem, dois sentimentos básicos: amor e ódio. É como se a vida fosse um filme em branco e preto, ou se ama, ou se odeia. É fácil, portanto, perceber que a criança ama o “seio bom” e odeia o “seio mau”. O problema é que na fantasia da criança, o “seio mau”, esse objeto interno, vai se vingar dela pelo ódio e destrutividade direcionados a ele.
Esse medo de vingança é chamado de ansiedade persecutória. Quando nos defrontamos diante de um perigo, como por exemplo, quando caminhando em um parque nos defrontamos diante de uma cobra, temos o instinto de fugir. Essa reação diante do perigo é chamada em psicanálise de defesa. O conjunto de ansiedade persecutória e suas respectivas defesas são chamados por Klein de “posição esquizoparanóide”.
Com o desenvolvimento o bebê percebe que o mesmo objeto que odeia (seio mau) é o mesmo que ama (seio bom). Ele percebe que ambos os registros fazem parte de uma mesma pessoa. Agora o bebê teme perder o seio bom, pois teme que seus ataques de ódio e voracidade o tenham danificado ou morto. Esse temor da perda do objeto bom é chamado por Klein de “ansiedade depressiva”. O conjunto de ansiedade depressiva e suas respectivas defesas são chamados por Klein de “posição depressiva”.
O conceito de posições é muito importante na escola kleiniana, pois o psiquismo funciona a partir delas, e todos os demais desenvolvimentos são invariavelmente baseados em seu funcionamento. Nesse sentido, o desenvolvimento em fases, proposto por Freud (fase oral, anal e genital), é aqui substituído por um elemento mais dinâmico que estático, pois as três fases estão presentes no bebê desde os três primeiros meses de vida. Klein não nega essa divisão, muito pelo contrário, mas dá a elas uma dinâmica até então ainda não vista em psicanálise.
Aliás, é essa palavra que distingue o pensamento kleiniano do freudiano. Para Klein, o psiquismo tem um funcionamento dinâmico entre as posições esquizoparanóide e depressiva, que se inicia como o nascimento e termina com a morte. Todos os problemas emocionais, como neuroses, esquizofrenias e depressão são analisados a partir dessas duas posições. Por isso, em uma análise kleiniana, não basta trabalhar os conteúdos reprimidos, é preciso “equacionar” as ansiedades depressivas e persecutórias. É necessário que o paciente perceba que o mundo não funciona em preto e branco, e que é possível amar e odiar o mesmo objeto, sem medo de destruí-lo. Em outras palavras, não adianta trabalhar o sintoma (neurose) se não trabalhar os processos que levaram seus surgimentos (ansiedades persecutória e depressiva).
O termo «posições» em vez de estádios do desenvolvimento, é usado para indicar que se trata de fases que não são nunca completamente ultrapassadas - o que também era um pressuposto, embora de modo menos explícito, da teoria psicanalítica anterior. 
As duas «posições» são marcadas por angústias específicas, por mecanismos psíquicos bem diferenciados, que até Klein não tinham sido claramente descritos: 
a) Posição esquizo-paranóide, predominante durante os 3 a 6 primeiros meses de vida, com impulsos destrutivos, angústia persecutória e tendência para a clivagem e identificação projetiva; 
b) Posição depressiva, sobrepondo-se h anterior, com integração da mãe num objeto total, angústia de tipo depressivo, tendência para utilizar cada vez mais o mecanismo de reparação, que está na base das relações objetais estáveis e das sublimações. Nas «posições» descritas por Klein, como se vê, não está só implícita a libido, mas igualmente a sua combinação com os impulsos agressivos.
Análise infantil e a controvérsia Melanie Klein e Anna Freud:
Antes de Melanie Klein a clínica psicanalítica baseava-se sobre a influência exercida pelas vicissitudes da experiência infantil no psiquismo do adulto. Mas havendo poucas observações sistemáticas feitas em crianças, a realidade da vivência infantil era apenas conhecida através da recordação deixada no espírito adulto - que poderia deformar. 
Melanie Klein, usando pequenos brinquedos, através dos quais as crianças podiam manifestar os seus desejos e fantasias, o desenhar, e de uma forma geral o brincar da criança (play technique) tornou acessível o mundo psíquico das crianças. 
A sua técnica era aplicável a partir da idade de dois anos e meio até às épocas em que a verbalização era já possível, como nos adultos. Não admira que nessas circunstâncias, um grande número de analistas tivessem procurado aprender e dominar os processos de play technique propostos por Melanie Klein que abriam novas vias para a investigação psicanalítica.
Klein conseguiu desenvolver estudos sobre as ansiedades arcaicas porque dedicou quase toda a sua vida à análise de crianças. Seu primeiro paciente foi seu próprio filho, Hans, que apresentava sérios distúrbios de aprendizagem. Aos poucos Klein foi percebendo estruturas psíquicas que estavam fora do esquema freudiano, e, a partir da investigação dessas estruturas chamadas “arcaicas”, foi possível o desenvolvimento de suas teorias. Alguns paradigmas precisaram ser quebrados para que isso fosse possível e isso lhe rendeu uma série de inimizades.
O primeiro e principal paradigma para a época era a questão da possibilidade da análise infantil. Para Freud era impossível a análise de crianças muito pequenas, pois as mesmas não possuíam uma estrutura de linguagem suficientemente desenvolvida para a elaboração e livre verbalização de ideias. 
Sua maior opositora nesse campo foi Anna Freud, que na época também trabalhava com crianças. Robert Young descreve essa relação da seguinte forma 
“Onde Anna Freud disse que crianças muito pequenas não podiam realizar livre associação, Klein viu um rico mundo de fantasias refletidas no brincar. Onde Anna Freud viu a si mesma como uma professora com suas obrigações educadoras, Klein foi mais fundo, interpretando ansiedades sobre seios e outras partes do corpo, sobre ódio, sofrimento, luto e inveja que chocaram os não-kleinianos.”
Desenvolvimentos Posteriores:
Mesmo quando Klein era viva, o movimento Kleiniano foi, dizendo do ponto de vista psicanalítico, ambivalente. Ao mesmo tempo em que Klein evitava um confronto direto com Freud, a partir de 1935 era impossível manter essa posição. Certo radicalismo se instaurou na Sociedade Psicanalítica Britânica, que praticamente foi dividida em três partes: os freudianos, os kleinianos e os neutros. 
É importante aqui frisar que essa divisão, apesar de meramente técnica, também tinha aspectos políticos, que devem ser levados em consideração quando se estuda psicanálise. Não se pode dizer que outros psicanalistas não tenham contribuições importantes, somente porque não rezam essa ou aquela cartilha. Ciência não se faz dessa maneira, e se assim o fosse, o ego do psicanalista estaria acima das necessidades dos pacientes. A verdade deve ser um dos princípios que norteiam o movimento psicanalítico, acima de tudo.
Entre os neutros estava Dr. D. Winnicott, um importante psicanalista, que também trabalhou com crianças. As maiores contribuições de Winnicott para a psicanálise foram sobre o “ambiente e os processos de maturação”, ou seja, a figura da mãe como responsável pelo desenvolvimento da criança. Klein estava tão absorta no mundode fantasias da criança que não se aprofundou na relação mãe – bebe. 
Coube a Winnicott esse desenvolvimento. Outros pontos também são importantes, como por exemplo, os objetos transicionais, falso self, etc. Apesar de suas discordâncias, e de alguns autores atribuírem uma rivalidade teórica maior do que realmente existiu, Winnicott é de extrema importância em um trabalho psicanalítico sério, e suas contribuições para a psicanálise são de extremo valor.
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