Buscar

Fichamento NAPOLITANO - 1964 História do regime militar brasileiro (Cap. 1 e 2)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

NAPOLITANO, Marcos. 1964: História do regime militar brasileiro. SP: Editora
Contexto, 2014, p. 13-67.
Utopia e agonia do Governo Jango.
[p.13]
- Questionamentos do capítulo: “O governo Jango teve, efetivamente, algum diferencial
político e ideológico marcante para a história do Brasil? Se teve, qual seu grau e
importância? Houve, em algum momento do seu governo, a real possibilidade de
mudar a face de um país politicamente excludente e socialmente desigual? Ou, pelo
contrário, seu governo não passou de um jogo de cena no qual a demagogia e o
proselitismo das esquerdas apenas alimentavam o velho elitismo autoritário das
direitas?”
[p.14]
- No momento de crise do regime militar, em meados de 1970/80, “houve uma
recuperação positiva da memória de Jango”.
- “Esboçou-se o perfil de um estadista ousado, vitimado pelo conservadorismo das
elites, pela ganância do imperialismo e pelo autoritarismo dos militares.”
- Entretanto, neste mesmo período existia uma parte da esquerda que colocava o
governo Jango como marcadamente populista, demagógico e de projetos limitados.
- Corrente da “nova esquerda” - Partido dos Trabalhadores: “Jango e seu
governo eram vistos como um momento de ilusão histórica.”
[p.16]
- O autor coloca que as esquerdas não foram vítimas da conspiração militar, mas por
outro lado, se pergunta se teria o próprio Jango, ao não saber governar, cavado o
próprio túmulo.
[p.17]
- Segundo uma perspectiva progressista, é possível notar uma agenda (não um projeto)
de democratização da cidadania e da propriedade.
- “[...] esta mudança de agenda serviu para fazer convergir contra o governo Jango
tanto o golpismo histórico, que vinha do começo dos anos 1950, alimentado pelo
medo do comunismo nos marcos da Guerra Fria, como o eventual engrossado no calor
da crise política conjuntural do seu governo.”
[p.18]
Jéssica Quinteiro - História/UNIFESP
- Questão do “golpe cirúrgico” que deveria ter sido o golpe militar, no intuito de
retornar ao Estado hierarquizado e de pouca participação política, mas que na verdade
se perdura por conta da desconfiança desses militares nos demais partidos.
[p.19]
- A CLT como forma de controle da classe operária no regime militar.
[p.21]
- “ ‘Nacional-popular’ era a expressão que designava, ao mesmo tempo, uma cultura
política e uma política cultural das esquerdas, cujo sentido poderia ser traduzido na
busca da expressão da cultura nacional, que não deveria ser confundida nem com o
regional folclorizado (que representava uma parte da nação) nem com os padrões
universais da cultura humanista (vivenciada pela burguesia ilustrada, por exemplo).”
- “Como tarefas básicas, à medida que o governo João Goulart assumia as Reformas de
Base como sua principal bandeira, o CPC se dispunha a desenvolver a consciência
popular, base da libertação nacional.”
[p.24]
- “Se a canção engajada da era Jango conciliou o material musical popular e as
estruturas modernas da canção legadas pela Bossa Nova, o Cinema Novo agenciou o
moderno para redimensionar o popular, a partir de um cinema autoral. Em ambos, o
despojamento dava o tom.”
[p.25]
- “Como se pode ver pelos temas, o Nordeste, ao lado das favelas cariocas, era o tema
preferido desse tipo de cinema, o que nem sempre agradava o público de classe
média, acostumado ao glamour hollywoodiano. Mas a intenção era precisamente
chocar não só o público médio brasileiro, mas também a visão dos estrangeiros sobre
o nosso país.”
[p.27]
- “Seu governo [de Jango] foi o auge de uma primavera democrática brasileira, que
nunca chegou ao verão.”
- Jango como ministro de Vargas: “As mudanças que ele patrocinou nos pouco mais de
seis meses de Ministério foram suficientes para garantir-lhe lugar de honra na galeria
dos inimigos da direita. Só perdia para o próprio Vargas e para os comunistas.”
[p.30]
- “O pacto PSD-PTB durou até meados de 1964, dando sinais de esgotamento desde o
ano anterior. Quando ele se rompeu, o fio tênue que segurava a democracia política
brasileira exercitada na República de 46 também se partiu.”
[p.31]
- Governo Jânio Quadros
- Apoiado pela União Democrática Nacional (UDN) para derrotar o getulismo.
- “defendiam o voto em Jânio e Jango, ao mesmo tempo, mesmo estes fazendo
parte de chapas e coligações opostas.”
- As problemáticas pós era JK: inflação, dívida externa e corrupção.
[p.32]
- “A polêmica condecoração de Ernesto Che Guevara.”
- “consolidando a imagem de um político contraditório, oportunista e
ideologicamente ambíguo”. É até acusado de preparar um golpe de Estado.
- Renúncia - tentativa de “autogolpe”.
[p.33]
- Junta militar dos ministros de Jânio contra a posse do vice-presidente Jango e Estado
de Sítio.
- Mobilizações militares e civis (Brizola e Marechal Henrique Teixeira Lott) em defesa
da Constituição e da posse de Jango.
[p.34]
- “Em 29 de agosto, o Congresso Nacional rechaçou o pedido de impedimento do
vice-presidente [...] Esta decisão, aliada à pressão civil e militar contra a junta
golpista, acabou por esvaziar o veto à posse de Goulart.”
[p.35]
- A mudança para o regime parlamentarista e a aceitação de Jango faz com que ele já
assuma sendo mal visto pelas alas mais à esquerda.
- “O fato de não ter acontecido uma guerra civil de proporções consideráveis não deixa
de ser um mérito da engenharia política brasileira. Mas não se pode negar o caráter
golpista do parlamentarismo, apelidado de ‘golpe branco’ pelos setores mais à
esquerda.” - parlamentarismo para tirar os poderes de Goulart.
[p.36]
- “Além de sugerir que o parlamentarismo não era a solução para os problemas do país,
Goulart encampava a demanda por uma Assembléia Nacional Constituinte, a ser eleita
em outubro daquele ano, visando à reforma constitucional e à desobstrução para as
‘reformas de base’ nomeadas no discurso: reforma agrária, bancária, eleitoral,
tributária, sem falar na regulamentação da remessa de lucros das multinacionais para
suas matizes.”
[p.38]
- Foi feito um plebiscito para retirada do parlamentarismo, e daí adiante ficava aberta,
sob a visão das esquerdas, a brecha para começar as reformas.
- O grupo brizolista, como representante das reformas mais radicais, fazia pressão ao
presidente.
[p.39]
- Plano Trienal - Celso Furtado.
[p.40]
- O Plano não é aceito e o governo se coloca descontrolado quanto à economia e a
inflação.
- 1963: Luta pela reforma agrária.
[p.41]
- Oposição do STF aos militares e suspeita de golpe por Jango e Brizola.
- Carlos Lacerda.
O carnaval das direitas: o golpe civil-militar
[p.43-44]
- “[...] o golpe foi muito mais do que uma mera rebelião militar. Envolveu um conjunto
heterogêneo de novos e velhos conspiradores contra Jango e contra o trabalhismo:
civis e militares, liberais e autoritários, empresários e políticos, classe média e
burguesia. Todos unidos pelo anticomunismo, a doença infantil do antirreformismo
dos conservadores.”
- Setembro de 1963: greve generalizada em Santos, coordenada pelo CGT.
- “No episódio da greve de Santos ficava claro, para quem quisesse ver, que o Exército,
como instituição, até apoiaria uma reforma pelo alto, mas não toleraria a ação da
classe operária. Sobretudo se coordenada por uma organização sindical sob influência
comunista.”
[p.45]
- No mesmo ano “veio a decisão do STF considerando inelegíveis os sargentos eleitos a
vários cargos legislativos no ano anterior.”
- “Instaurou-se o ‘Comando Revolucionário de Brasília’, que pretendia sublevar os
sargentos de todo o país.”
- “O Jornal do Brasil deu a senha para a formação de um bloco da imprensa contra o
governo.”
[p.46]
- “Com efeito, os jornais passaram a ser peças-chave na conspiração a partir do final de
1963.”
- Segundo a imprensa liberal, Jango estaria sendo manipulado pelo PCB, pela sua frágil
governança, e as reformas seriam o início de uma subversão.
[p.47]
- “Obviamente, o discurso antirreformista na imprensa encontrava eco em muitos
segmentos da sociedade brasileira, ainda que estesnão fossem tão majoritários quanto
se alardeava.”
[p.48]
- “[...] quem está mais perto da base da pirâmide social se sente mais ameaçado. Não
por acaso, o fantasma do comunismo encontrou mais eco nesses segmentos médios.”
Essas classes eram bombardeadas pela imprensa e pelas entidades religiosas
anticomunistas.
- A tese do golpe preventivo: “Para justificar um possível golpe da direita, cada vez
mais disseminou-se a ideia de um golpe da esquerda em gestação.”
- Seria um golpe “meramente reativo, portanto, legítima defesa da democracia e
dos valores ‘ocidentais e cristãos’ contra os ‘radicais’ da esquerda.”
- Jango começa a se dirigir à política das ruas, o que significava se aproximar de
organizações de esquerda. [p.51]
[p.53]
- “A historiografia tem afirmado, com certa razão, que os reformistas e as esquerdas em
geral não foram meras vítimas da história e de golpistas maquiavélicos. Estes se
alimentaram dos erros e indecisões daqueles. Mas os erros políticos e o discurso
radical das esquerdas, muitas vezes sem base social real para realizar-se, não devem
encobrir um fato essencial: o golpe de Estado foi um projeto de tomada do poder -
complexo, errático e multifacetado, é verdade, mas ainda assim um projeto.”
- No começo de 1964 tem início a politização das ruas dos dois projetos.
- Para os reformistas, com a aproximação do presidente à esquerda, se cria uma
esperança.
- Entretanto, “Jango em nenhum momento assumiu o rompimento com as instituições
ou com o princípio de negociação.”
[p.56]
- “Animados com a presença da massa contra o governo Goulart e seus aliados, os
golpistas se assanharam. Não era mais preciso sussurrar nos palácios, pois agora as
ruas também gritavam contra as reformas. Portanto, a ação contra o governo estaria
legitimada.”
[p.58]
- “O ambiente político interno se deteriora de vez, contando agora com um elemento
novo: a rebelião militar pró e contra as reformas e o governo.”
- O papel dos EUA: “Desde 1959, os norte-americanos estavam de olho no processo
político e social brasileiro, assustados com as Ligas Camponesas.”
[p.59]
- Os problemas dos EUA com Jango começaram em 1962. Mas já antes existiam
problemas com Leonel Brizola.
[p.60]
- Brasil defendendo a não invasão de Cuba na crise dos mísseis deixa um clima
estranho.
- Ou seja, até 1963, havia já uma posição contra Jango, mas não um efetivo apoio ao
golpe.
[p.61]
- “Em 1964, Washington não apenas acompanhava as conspirações e apoiava os
conspiradores, mas passou a ser um ator decisivo nos acontecimentos.”
- “[...] os EUA deveriam criticar publicamente o governo brasileiro, ao mesmo tempo
que deveriam apoiar, secretamente, na forma de ‘ações de cobertura’, envio de armas
e apoio logístico, a ‘resistência democrática’, ou seja, os golpistas.”
[p.62]
- “A ação seria brasileira; o apoio logístico e diplomático ficaria a cargo dos EUA.”
[p.64-65]
- À partir da rebelião militar teve-se o golpe, quando o Congresso Nacional declara
“vacância” da presidência mesmo com o presidente ainda no Brasil.
- No Rio de Janeiro, pessoas saem às ruas para comemorar a vitória sob o comunismo.
- Castelo Branco é eleito indiretamente.
[p.66]
- Têm início as cassações: “Destruir uma parcela da elite que aderiu ao reformismo,
desarticular as forças de esquerda e reprimir os movimentos sociais.”
[p.67]
- “Ao que parece, todos, conspiradores e governistas, acreditaram que se tratava de
mais uma intervenção militar à brasileira: cirúrgica, de curta duração, que logo
devolveria o poder aos civis, em um ambiente político ‘saneado’, como as direitas
gostavam de dizer.”
- “O golpe civil-militar rapidamente se transformaria em um regime militar. O carnaval
da direita civil logo teria a sua quarta-feira de cinzas.”

Continue navegando