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43_Contabilidade_Ambiental (1)

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1
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
Contabilidade ambiental
SUMÁRIO
CONTABILIDADE 
AMBIENTAL
2
Contabilidade ambiental
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
A Faculdade Multivix está presente de norte a sul 
do Estado do Espírito Santo, com unidades em 
Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova 
Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória. 
Desde 1999 atua no mercado capixaba, des-
tacando-se pela oferta de cursos de gradua-
ção, técnico, pós-graduação e extensão, com 
qualidade nas quatro áreas do conhecimen-
to: Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, sem-
pre primando pela qualidade de seu ensino 
e pela formação de profissionais com cons-
ciência cidadã para o mercado de trabalho.
Atualmente, a Multivix está entre o seleto 
grupo de Instituições de Ensino Superior que 
possuem conceito de excelência junto ao 
Ministério da Educação (MEC). Das 2109 institui-
ções avaliadas no Brasil, apenas 15% conquistaram 
notas 4 e 5, que são consideradas conceitos 
de excelência em ensino.
Estes resultados acadêmicos colocam 
todas as unidades da Multivix entre as 
melhores do Estado do Espírito Santo e 
entre as 50 melhores do país.
 
miSSÃo
Formar profissionais com consciência cida-
dã para o mercado de trabalho, com ele-
vado padrão de qualidade, sempre mantendo a 
credibilidade, segurança e modernidade, visando 
à satisfação dos clientes e colaboradores.
 
ViSÃo
Ser uma Instituição de Ensino Superior reconheci-
da nacionalmente como referência em qualidade 
educacional.
GRUPO
MULTIVIX
3
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
Contabilidade ambiental
SUMÁRIO
biblioteCa mUltiViX (dados de publicação na fonte)
As imagens e ilustrações utilizadas nesta apostila foram obtidas no site: http://br.freepik.com
Flavia Cristina da Silva.
Contabilidade Ambiental / Da Silva, Flavia Cristina,. – Serra: Multivix, 2019.
FaCUldade CaPiXaba da SeRRa • mUltiViX
Catalogação: Biblioteca Central Anisio Teixeira – Multivix Serra
2019 • Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei.
diretor executivo 
Tadeu Antônio de Oliveira Penina
diretora acadêmica
Eliene Maria Gava Ferrão Penina
diretor administrativo Financeiro
Fernando Bom Costalonga
diretor Geral
Helber Barcellos da Costa
diretor da educação a distância
Flávio Janones
Coordenadora acadêmica da ead
Carina Sabadim Veloso
Conselho editorial 
Eliene Maria Gava Ferrão Penina (presidente 
do Conselho Editorial)
Kessya Penitente Fabiano Costalonga
Carina Sabadim Veloso
Patrícia de Oliveira Penina
Roberta Caldas Simões
Revisão de língua Portuguesa
Leandro Siqueira Lima 
Revisão técnica
Alexandra Oliveira
Alessandro Ventorin
Graziela Vieira Carneiro
design editorial e Controle de Produção de Conteúdo
Carina Sabadim Veloso
Maico Pagani Roncatto
Ednilson José Roncatto
Aline Ximenes Fragoso
Genivaldo Félix Soares
multivix educação a distância
Gestão Acadêmica - Coord. Didático Pedagógico
Gestão Acadêmica - Coord. Didático Semipresencial
Gestão de Materiais Pedagógicos e Metodologia
Direção EaD
Coordenação Acadêmica EaD
editoRial
4
Contabilidade ambiental
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
Aluno (a) Multivix,
Estamos muito felizes por você agora fazer parte 
do maior grupo educacional de Ensino Superior do 
Espírito Santo e principalmente por ter escolhido a 
Multivix para fazer parte da sua trajetória profissional.
A Faculdade Multivix possui unidades em Cachoei-
ro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova Venécia, 
São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória. Desde 1999, 
no mercado capixaba, destaca-se pela oferta de 
cursos de graduação, pós-graduação e extensão 
de qualidade nas quatro áreas do conhecimento: 
Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, tanto na mo-
dalidade presencial quanto a distância.
Além da qualidade de ensino já comprova-
da pelo MEC, que coloca todas as unidades do 
Grupo Multivix como parte do seleto grupo das 
Instituições de Ensino Superior de excelência no 
Brasil, contando com sete unidades do Grupo en-
tre as 100 melhores do País, a Multivix preocupa-
-se bastante com o contexto da realidade local e 
com o desenvolvimento do país. E para isso, pro-
cura fazer a sua parte, investindo em projetos so-
ciais, ambientais e na promoção de oportunida-
des para os que sonham em fazer uma faculdade 
de qualidade mas que precisam superar alguns 
obstáculos. 
Buscamos a cada dia cumprir nossa missão que é: 
“Formar profissionais com consciência cidadã para o 
mercado de trabalho, com elevado padrão de quali-
dade, sempre mantendo a credibilidade, segurança 
e modernidade, visando à satisfação dos clientes e 
colaboradores.”
Entendemos que a educação de qualidade sempre 
foi a melhor resposta para um país crescer. Para a 
Multivix, educar é mais que ensinar. É transformar o 
mundo à sua volta.
Seja bem-vindo!
APRESENTAÇÃO 
DA DIREÇÃO 
EXECUTIVA
Prof. Tadeu Antônio de Oliveira Penina 
diretor executivo do Grupo multivix
5
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
Contabilidade ambiental
SUMÁRIO
liSta de FiGURaS
 > FIGURA 1 - Infográfico sobre economia linear 22
 > FIGURA 2 - Infográfico sobre recursos naturais 24
 > FIGURA 3 - Poluição do ar 29
 > FIGURA 4 - Poluição da água 30
 > FIGURA 5 - Poluição do solo 30
 > FIGURA 6 - Tripé da sustentabilidade 36
 > FIGURA 7 - Transição da base econômica 38
 > FIGURA 8 - Tipos de serviços ecossistêmicos 51
 > FIGURA 9 - Comparação entre as abordagens econômicas 
voltadas ao meio ambiente 62
 > FIGURA 10 - Esquema de elementos contábeis 85
 > FIGURA 11 - Esquema de distribuição dos gastos ambientais 86
 > FIGURA 12 - Esquema de princípios contábeis 86
 > FIGURA 13 - Esquema de evidenciação contábil ambiental 87
 > FIGURA 14 - Mapeamento de atividades 95
 > FIGURA 15 - Infográfico centro de custos 96
 > FIGURA 16 - Direcionadores de custos 98
 > FIGURA 17 - Classificação das atividades ambientais 103
 > FIGURA 18 - SEvidenciação ambiental 114
 > FIGURA 19 - Elementos da Evidenciação 115
 > FIGURA 20 - Riscos de Auditoria 122
6
Contabilidade ambiental
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
liSta de QUadRoS
 > QUADRO 1 - Aspectos e impactos ambientais 25
 > QUADRO 2 - Valoração ambiental 54
 > QUADRO 3 - Tabela de valoração ambiental 57
 > QUADRO 4 - Despesas ambientais, maio de 2019 76
 > QUADRO 5 - Classificação dos custos ambientais 78
 > QUADRO 6 - Classificação de gastos quanto ao tipo 81
 > QUADRO 7 - Atribuição de despesas ambientais, junho de 2019 82
 > QUADRO 8 - Atribuição de custos ambientais, junho de 2019 84
 > QUADRO 9 - Identificação dos direcionadores ambientais 105
 > QUADRO 10 - Proposta de Balanço Ambiental 119
 > QUADRO 11 - Balanço Patrimonial Ambiental 120
7
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
Contabilidade ambiental
SUMÁRIO
liSta de tabelaS
 > TABELA 1 - Atribuição de custo 99
 > TABELA 2 - 1º passo: mapeamento do processo de modernização 
da linha de pintura 106
 > TABELA 3 - Identificação dos custos 107
 > TABELA 4 - 2º passo: atribuição de custos 107
8
Contabilidade ambiental
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
SUmÁRio
UNIDADE 1
UNIDADE 2
1 PanoRama ambiental 16
1.1 PANORAMA AMBIENTAL 16
1.1.1 DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO 17
1.1.1.1 ASPECTOS QUANTITATIVOS 17
1.1.1.2 ECONOMIA LINEAR 20
1.1.1.3 ELEMENTOS QUALITATIVOS 23
1.2 PROBLEMAS E PREOCUPAÇÕES AMBIENTAIS23
1.2.1 ASPECTO E IMPACTO AMBIENTAL 24
1.2.2 ESGOTAMENTO DE RECURSOS NATURAIS 27
1.2.3 POLUIÇÃO 28
1.3 SUSTENTABILIDADE 33
1.3.1 TRÊS PILARES DA SUSTENTABILIDADE 34
1.3.2 ECONOMIA CIRCULAR 36
1.4 GESTÃO AMBIENTAL 39
1.4.1 RESPONSABILIDADE AMBIENTAL CORPORATIVA 42
1.4.2 SELOS AMBIENTAIS 44
1.4.3 SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL 45
ConClUSÃo 46
2 ValoR ambiental 49
intRodUÇÃo 49
2.1 VALOR AMBIENTAL 50
2.1.1 ABORDAGEM ECONÔMICA 52
2.1.1.1 ECONOMIA DO MEIO AMBIENTE 52
2.1.1.2 MÉTODOS DIRETOS DE VALORAÇÃO AMBIENTAL 54
2.1.1.3 MÉTODOS INDIRETOS DE VALORAÇÃO AMBIENTAL 55
2.1.2 ECONOMIA ECOLÓGICA 59
2.2 ABORDAGEM CONTÁBIL 63
2.2.1 INTERAÇÕES COM O MEIO AMBIENTE 63
2.2.2 IMPLEMENTAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES 66
ConClUSÃo 68
9
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
Contabilidade ambiental
SUMÁRIO
3 Contabilidade ambiental 70
intRodUÇÃo da Unidade 70
3.1 CONTABILIDADE AMBIENTAL 71
3.1.1 PRINCÍPIOS CONTÁBEIS 71
3.1.1.1 PRINCÍPIO DA ENTIDADE 72
3.1.1.2 PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE 72
3.1.1.3 PRINCÍPIO DO REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL 72
3.1.1.4 PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA 72
3.1.1.5 PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE 72
3.1.1.6 PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA 73
3.2 GASTOS AMBIENTAIS 74
3.2.1 DESPESAS AMBIENTAIS 76
3.2.2 CUSTOS AMBIENTAIS 77
ConClUSÃo 88
4 GeStÃo eStRatÉGiCa de CUStoS ambientaiS 91
intRodUÇÃo 91
4.1 GESTÃO ESTRATÉGICA DE CUSTOS AMBIENTAIS 92
4.1.1 MÉTODO DE CUSTEIO BASEADO EM ATIVIDADES 93
4.2 ATRIBUIÇÃO DE CUSTOS 97
4.2.1 IDENTIFICAÇÃO DOS CUSTOS AMBIENTAIS 102
4.3 APURAÇÃO DOS CUSTOS AMBIENTAIS 105
biblioGRaFia Comentada 108
ConClUSÃo 109
5 balanÇo PatRimonial ambiental 112
intRodUÇÃo da Unidade 112
5.1 BALANÇO PATRIMONIAL AMBIENTAL 113
5.2 EVIDENCIAÇÃO 114
5.2.1 ATIVO AMBIENTAL 116
SUmÁRio
UNIDADE 3
UNIDADE 4
UNIDADE 5
10
Contabilidade ambiental
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
SUmÁRio
UNIDADE 6
5.2.2 PASSIVO AMBIENTAL 117
5.2.3 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO AMBIENTAL 118
5.3 AUDITORIA 121
5.3.1 PLANEJAMENTO E REALIZAÇÃO 121
5.3.2 DOCUMENTAÇÃO 123
biblioGRaFia Comentada 1 124
biblioGRaFia Comentada 2 124
ConClUSÃo 125
6 diVUlGaÇÃo de ReSUltadoS ambientaiS 127
intRodUÇÃo da Unidade 127
6.1 DIVULGAÇÃO DE RESULTADOS AMBIENTAIS 128
6.2 DESEMPENHO AMBIENTAL E CONTROLE ORGANIZACIONAL 129
6.2.1 INDICADORES DE DESEMPENHO AMBIENTAL 132
6.3 RELATÓRIOS DE SUSTENTABILIDADE 133
6.3.1 BALANÇO SOCIOAMBIENTAL 135
6.3.2 EMAS – ECO-MANAGEMENT AND AUDIT SCHEME 135
6.3.3 GRI – GLOBAL REPORTING INITIATIVE 136
6.3.4 ISE – ÍNDICE DE SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL BOVESPA 137
6.3.5 LIMITAÇÕES À CREDIBILIDADE DOS RELATÓRIOS 137
biblioGRaFia Comentada 1 138
biblioGRaFia Comentada 2 138
ConClUSÃo 139
ReFeRÊnCiaS 141
iConoGRaFia
11
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
Contabilidade ambiental
SUMÁRIO
iConoGRaFia
ATENÇÃO 
PARA SABER
SAIBA MAIS
ONDE PESQUISAR
DICAS
LEITURA COMPLEMENTAR
GLOSSÁRIO
ATIVIDADES DE
APRENDIZAGEM
CURIOSIDADES
QUESTÕES
ÁUDIOSMÍDIAS
INTEGRADAS
ANOTAÇÕES
EXEMPLOS
CITAÇÕES
DOWNLOADS
12
Contabilidade ambiental
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
BIODATA DO AUTOR 
Flavia Cristina da Silva
Mestra em Administração, Gestão Ambiental e Sustentabilidade pela UNINOVE 
(2014-2016), bacharela em Ciências Biológicas pela UNINOVE (2009-2012) e tecnó-
loga em Gestão pela UNIA (2006-2008). Atuou por mais de doze anos (2007-2019) 
na área de operações da indústria automotiva, especialmente nas atividades ligadas 
à gestão da cadeia de suprimentos, gestão da qualidade e meio ambiente. É autora 
de artigos científicos publicados nas principais revistas brasileiras de ciências, como 
RAE, RAM e REGE. Participa da comissão de avaliação de projetos da FEBRACE – Feira 
Brasileira de Ciências e atua como parecerista de estudos submetidos a eventos cien-
tíficos da área de Ciências Sociais Aplicadas, como ENANGRAD, EnAPG, EnANPAD e 
SEMEAD, e de periódicos nacionais e internacionais.
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/8245082722401355.
JUSTIFICATIVA 
A Contabilidade Ambiental reúne conceitos de diversas áreas para mensurar os 
impactos que as empresas exercem sobre a natureza, o que estimula a aquisição 
de conhecimentos multidisciplinares e o desenvolvimento pessoal. É também uma 
ferramenta útil à tomada de decisões relacionadas ao alinhamento do planejamento 
estratégico à postura ambiental das organizações. O profissional que domina esses 
conhecimentos se destaca no mercado de trabalho por estar apto a avaliar e contro-
lar o patrimônio das organizações, tomar decisões estratégicas e planejar a imple-
mentação das ações.
http://lattes.cnpq.br/8245082722401355
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FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
Contabilidade ambiental
SUMÁRIO
ENGAJAMENTO 
Aumento do consumo, industrialização, investimentos e aumento da riqueza são 
alguns dos fatores que contribuem para o crescimento econômico, mas um país que 
cresce economicamente é necessariamente um país que se desenvolve?
Todos os produtos industrializados dependem, em certo grau, dos recursos naturais 
que são em sua maioria não renováveis. Nesse sentido, podemos dizer que a Ecologia 
limita o crescimento econômico?
O desmatamento, o esgotamento de recursos naturais e o aumento da poluição 
são consequências das atividades econômicas, entretanto, é possível promover, ao 
mesmo tempo, o desenvolvimento econômico e a preservação ambiental?
APRESENTAÇÃO DA 
DISCIPLINA
Caro aluno,
Seja bem-vindo ao estudo da disciplina que aplica os elementos convencionais da 
Contabilidade ao estudo do meio ambiente e prepara você para atuar localmente, 
porém, com uma visão organizacional global a respeito das funções contábeis do 
meio ambiente.
Neste curso, você irá avaliar como o desenvolvimento econômico se relaciona com o 
meio ambiente, quais as consequências desse relacionamento e as principais filoso-
fias e estratégias de preservação ambiental.
Analisará os modelos econômico e contábil de valoração do meio ambiente, os méto-
dos de contabilização de custos, receitas, despesas, ativo e passivo ambiental, bem 
como a sistemática de realização do balanço patrimonial ambiental. Por fim, irá 
conhecer os elementos para a avaliação do desempenho e as principais metodolo-
gias de divulgação dos resultados.
14
Contabilidade ambiental
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
O conteúdo está estruturado de forma a desenvolver as competências necessárias 
para que, sob a perspectiva contábil, você atue como um mediador entre as ativida-
des da organização e o meio ambiente, mas se lembre de o sucesso da sua formação 
depender de você. Utilize o material que foi desenvolvido especialmente para você: 
leia o texto, acesse as informações adicionadas nos ícones, assista às videoaulas, reali-
ze os exercícios, participe das atividades conjuntas e busque informações externas 
em livros e outras fontes confiáveis. Invista na sua formação, afinal você é o seu maior 
patrimônio!
OBJETIVOS DA DISCIPLINA
• Descrever os fundamentos contábeis, explicando sua utilização na gestão 
ambiental.
• Interpretar os conceitos da Contabilidade Ambiental, examinando sua aplica-
ção nas atividades das organizações.
• Planejar o uso das ferramentas contábeis, decidindo a estratégia ambiental de 
gestão de custos e alocação de recursos.
15
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
Contabilidade ambiental
SUMÁRIO
OBJETIVO 
Ao final desta 
unidade, 
esperamos 
que possa:
> Descrever aspectos 
do desenvolvimento 
econômico,interpretando 
seus reflexos no meio 
ambiente.
> Explicar os problemas e 
preocupações ambientais, 
demonstrando suas 
consequências potenciais 
e reais.
> Debater as filosofias de 
preservação ambiental 
mais difundidas, 
coordenando estratégias, 
métodos, técnicas e 
ferramentas de gestão 
ambiental.
UNIDADE 1
16
Contabilidade ambiental
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
1 PANORAMA AMBIENTAL
As relações da sociedade com o meio ambiente são contraditórias. Nós consumimos 
cada vez mais e, por isso, produzimos cada vez mais, o que significa utilizar maiores 
quantidades de recursos naturais. Acontece que nem todas as reservas da natureza 
se renovam no ritmo do nosso consumo, alguns elementos se formaram ao longo de 
milhões de anos e serão exauridos se não reduzirmos o seu consumo. O petróleo é 
talvez o exemplo mais claro dessa situação, mas há outros casos preocupantes, como 
o do fósforo, que é um mineral essencial para a agricultura e produção de alimentos.
Mas essa é só uma parte do problema, temos produzido quantidades exorbitantes 
de resíduos, que sem o correto gerenciamento acabam por causar poluição, dete-
riorando o meio ambiente e escasseando ainda mais nossas fontes de recursos. Por 
outro lado, os processos industriais geram empregos, conhecimentos e cultura que 
a sociedade precisa. Esse cenário é especialmente desafiador para as empresas, que 
para se manterem competitivas deverão desenvolver novas formas de se relacionar 
com o meio ambiente – e para isso dependerão de profissionais habilitados na gestão 
ambiental.
1.1 PANORAMA AMBIENTAL
A extração de recursos naturais somada à atividade industrial e ao uso de combustíveis 
responde por mais de 90% da escassez hídrica e perda da biodiversidade mundial. 
Os oceanos recebem a cada ano aproximadamente 8 milhões de toneladas de resí-
duos plásticos, e cerca de 1/3 da produção mundial de alimentos é desperdiçada.
Esses e outros dados foram compilados no relatório do sexto Panorama Ambiental 
Global, que traz previsões nada animadoras para o futuro da população mundial, 
caso o modelo de desenvolvimento e os atuais padrões de produção, consumo e utili-
zação de recursos naturais não sejam revistos (ONU, 2019).
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FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
Contabilidade ambiental
SUMÁRIO
onde pesquisar:
A Organização das Nações Unidas – ONU reúne diferentes grupos de cien-
tistas ao redor do mundo para o estudo das transformações ambientais no 
planeta. O Panorama Ambiental Global (Global Environment Outlook – GEO) 
é a publicação periódica mais importante em termos de avaliação das conse-
quências das atividades humanas sobre o meio ambiente e suas perspecti-
vas futuras.
1.1.1 DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
O modelo de desenvolvimento econômico mais adotado em todo mundo é aquele 
que baseado no capitalismo transforma relações em produtos tendo o lucro como 
objetivo final.
O grau de desenvolvimento econômico de uma cidade ou país pode ser entendido 
como um mecanismo composto por diversas engrenagens. Algumas dessas engre-
nagens são qualitativas e estão relacionadas à condição de vida da população, como 
qualidade e expectativa de vida e acesso à educação. Outras são quantitativas e 
dizem respeito ao crescimento econômico (VEIGA, 2010).
O desenvolvimento é um conceito bastante vasto, e o primeiro passo para assimilar 
seu significado consiste em compreender os elementos que o compõem, a começar 
por seus aspectos quantitativos.
1.1.1.1 ASPECTOS QUANTITATIVOS
Os aspectos quantitativos do desenvolvimento econômico estão relacionados à quan-
tidade de riqueza e determinam o crescimento econômico de uma cidade, estado 
ou país.
18
Contabilidade ambiental
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
Essa forma de mensuração pode ser aplicada tanto ao capital humano, como, por exem-
plo, na quantificação do ganho potencial incorporado à renda das pessoas, quanto na 
medição do capital físico, como aumento de estoque e número de equipamentos.
O crescimento econômico corresponde ao aumento da renda per capita ao longo 
do tempo, ou seja, à expansão da economia, e pode ser representado por indicado-
res como taxa de investimento, de poupança e as relações entre produto e capital 
(CORREIA; DIAS, 2017).
O Produto Interno Bruto – PIB representa as relações entre produto e capital. 
É o resultado da multiplicação da quantidade total de produtos produzidos 
e serviços prestados em um país no período de três meses ou um ano, pelo 
preço que foi praticado pelas empresas.
Há três formas de cálculo do PIB: pela perspectiva da demanda, da ofer-
ta e do rendimento, entretanto, os diferentes métodos chegam ao mesmo 
resultado.
Percebe-se, então, que a base do crescimento econômico são a produção e o consu-
mo. Quando essa relação demanda mais recursos físicos, humanos ou de capital para 
aumentar a expansão da economia, tem-se o crescimento econômico extensivo, uma 
estratégia de aumento da escala produtiva adotada desde a Revolução Industrial, 
que requer ampla exploração dos recursos naturais e causa a degradação ambiental.
O crescimento econômico extensivo da era industrial estabeleceu uma relação preda-
tória com o meio ambiente, pois, além da utilização excessiva dos recursos naturais, 
diversos materiais e substâncias químicas que até então não existiam na natureza 
passaram a ser utilizados em larga escala e descartados incorretamente, o que tem 
causado a poluição do ar, corpos d’agua e solo (BARBIERI, 2015).
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SUMÁRIO
Desenvolvido no final do século XVIII o inseticida DDT (diclorodifeniltriclo-
retano) passou a ser utilizado amplamente por volta dos anos 1940 para 
combater o mosquito causador da malária; e, devido ao seu baixo custo 
e elevada eficácia, passou a ser muito utilizado como defensivo agrícola 
combatendo as pragas da lavoura. Contudo, pesquisas evidenciaram que o 
DDT é facilmente transportado pelo ar e água, está relacionado à incidência 
de câncer, tem efeito cumulativo e permanece no organismo por mais de 
50 anos, sendo transmitido de mãe para filho por meio da amamentação. 
A partir de 1970 diversos países proibiram sua utilização, o que ocorreu no 
Brasil somente em 2009.
Fonte: D’AMATO; TORRES; MALM, 2002; BRASIL, 2009.
De acordo com dados de pesquisas recentes (ONU, 2019), calcula-se existirem mais 
de 100.000 substâncias químicas no mercado, o que torna a poluição química uma 
ameaça global. Consomem-se três vezes mais recursos naturais do que se consumia 
em 1970, e, se esse modelo de crescimento econômico que explora extensivamen-
te a natureza persistir até 2060, a perspectiva é que o uso dos recursos aumente em 
mais de 100%.
A expansão da economia pode ocorrer por meio de um outro tipo de crescimen-
to econômico, o intensivo, quando se utiliza a mesma quantidade de recursos com 
maior eficiência. Nesse caso, o uso da tecnologia torna os processos mais eficientes, 
e com o aumento da produtividade ocorre a diminuição do impacto ambiental em 
relação ao PIB. Entretanto, em longo prazo esse modelo não diminui a pressão exerci-
da sobre o meio ambiente, pois ambos os tipos de crescimento se baseiam em uma 
economia extrativista (VEIGA; ISSBERNER, 2012).
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1.1.1.2 ECONOMIA LINEAR
A Primeira Revolução Industrial ocorreu entre os séculos XVIII e XIX, uma série de 
invenções e descobertas transformou não só o modo como os artefatos eram produ-
zidos, como também as relaçõesque as pessoas mantinham com a terra.
A invenção da máquina à vapor possibilitou que processos e técnicas de produção 
rudimentares fossem mecanizados, assim como as locomotivas favoreceram a redu-
ção das distâncias e aumentaram a circulação de mercadorias. Ao mesmo tempo, 
novos implementos agrícolas otimizaram a forma de cultivo de alimentos e diminuí-
ram a necessidade de mão de obra, o que provocou a migração em massa da popu-
lação rural para as cidades.
No período entre o final do século XIX e meados do século XX, avanços tecnológi-
cos ainda maiores marcaram a Segunda Revolução Industrial, como a utilização do 
petróleo como fonte de energia nos motores à combustão, a substituição do vapor 
pela eletricidade e do ferro pelo aço.
A Terceira Revolução Industrial, ou Revolução Tecno-científica, se distingue pelo 
progresso tecnológico nas áreas de telecomunicações, transportes, saúde e muitas 
outras. Atualmente fala-se em uma quarta fase da Revolução Industrial diferenciada 
por seu alto refinamento tecnológico. A Indústria 4.0 é caracterizada pelos altos níveis 
de automação e conectividade, como inteligência artificial (Artificial Intelligence – AI), 
internet das coisas (Internet of Things – IoT) e outros processos baseados na ciência de 
dados (SCHWAB, DAVIS, 2019).
Todas as fases da Era Industrial têm em comum o fato de que a produção se baseia 
na extração de recursos naturais, como se as fontes desses recursos fossem inesgotá-
veis. De outra parte, essa lógica produção-consumo é responsável pela geração expo-
nencial de resíduos e sua disposição no meio ambiente, causando a poluição.
Esse sistema produtivo baseia-se na economia linear, que tem por princípio a extra-
ção-produção-descarte (take-make-dispose). A vida útil dos produtos diminui cada 
vez mais em resposta ao que se chama de obsolescência e feedback positivo: os 
consumidores utilizam seus produtos por curtos períodos, substituindo-os por novos 
produtos frequentemente.
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SUMÁRIO
Pela obsolescência o ciclo de vida de um produto termina antes mesmo que ele 
perca sua função primária e pode apresentar três características: i) técnica, quando 
ocorre devido a inovações; ii) planejada, quando tem o objetivo de estimular o consu-
mo; e iii) percebida, quando é determinada pelo consumidor.
obsolescência técnica, ou funcional, acontece com produtos que tiveram 
suas funções superadas por uma tecnologia mais moderna, por exemplo: a 
superação da tecnologia analógica pela digital.
obsolescência planejada, ou programada, é uma estratégia da indústria 
para reduzir a duração dos produtos e estimular a venda, como é o caso de 
eletrodomésticos e equipamentos eletrônicos. Países como Itália e França 
já adotaram leis rígidas contra esse tipo de prática e têm aplicado multas 
aos fabricantes que não prestam informações detalhadas aos consumidores 
sobre o ciclo de vida de seus produtos.
obsolescência percebida, ou psicológica, ocorre quando o consumidor é 
induzido a deixar de utilizar produtos que são plenamente funcionais em 
razão de novos lançamentos que apresentam pequena diferença em aspec-
tos visuais ou funcionais. As indústrias de roupas e calçados lançam novas 
coleções a cada estação, incentivando a moda e o consumo (RUBIO, 2018; 
ZAMBON et al., 2015).
A economia linear é uma forma de organização econômica inviável. Os riscos de 
colapso desse modelo estão relacionados ao aumento crescente da população e 
afinidade dos recursos, além disso são previstas diversas consequências da poluição 
relacionadas à perda da saúde. Além dos fatores correspondentes à geração de rique-
za, o desenvolvimento econômico abrange aspectos relacionados às condições de 
vida da população.
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FIGURA 1 - INFOGRÁFICO SOBRE ECONOMIA LINEAR
ECONOMIA 
LINEAR
Os limites planetários e o aumento da população colocam 
em risco o suprimento de recursos.
COM ESSA ORGANIZAÇÃO ECONÔMICA ATÉ 2060, ESTIMA-SE QUE:
• A EMISSÃO DE GASES DO EFEITO ESTUFA AUMENTE CERCA DE 50%.
• A CARGA DE POLUENTES QUÍMICOS AFETARÁ A FERTILIDADE DE 
 HOMENS E MULHERES E COMPROMETERÁ O DESENVOLVIMENTO 
 NEUROLÓGICO INFANTIL.
• A POLUIÇÃO DO SISTEMA DE ÁGUAS AUMENTARÁ A RESISTÊNCIA 
 MICROBIANA E SERÁ RESPONSÁVEL PELO MAIOR NÚMERO DE MORTES.
REFERÊNCIAS
ONU (2019); WWB (2017).
Desde 1970, a extração mundial de 
materiais passou de 27 bilhões de 
toneladas para 92 bilhões.
O preço das commodities flutua de 
acordo com a disponibilidade, 
tornando indústrias e investidores 
vulneráveis ao mercado.
Em 2016, foram geradas mais de 2 
bilhões de toneladas de resíduos em 
todo o mundo, cerca de 270 kg/pessoa.
As indústrias metalúrgica, de 
eletroeletrônicos, automóveis e 
transporte dependem de materiais 
críticos que têm reservas reduzidas.
Nos últimos 50 anos, a 
população mundial dobrou 
de tamanho. O PIB global 
aumentou 4 vezes.
O FLUXO INSUSTENTÁVEL
EXTRAÇÃO
COMMODITIES
CONSUMO
PRODUÇÃO
DESCARTE
Fonte: Elaborada pela autora.
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1.1.1.3 ELEMENTOS QUALITATIVOS
Os primeiros estágios da Era Industrial trouxeram a concepção de que a medida 
adequada de desenvolvimento seria a quantidade de riqueza produzida por uma 
sociedade predominantemente urbana e altamente industrializada, contudo, obser-
vou-se que os indicadores de renda per capita não eram equivalentes ao real poder 
de compra, especialmente nos países mais pobres. As taxas de crescimento baseadas 
no PIB não representavam as formas de distribuição de renda e outros elementos 
não quantificáveis, como os direitos individuais e o bem-estar-social.
A partir dos anos 1990 aspectos da qualidade de vida foram incorporados ao relatório 
anual do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD, ampliando 
o conceito de desenvolvimento para além dos resultados financeiros e alargando o 
foco para a análise dos resultados que a geração de renda proporcionou à determi-
nada sociedade (PNUD, 2019).
O índice de Desenvolvimento Humano – IDH mede a renda, educação e saúde de 
acordo com os critérios padrão de vida, acesso ao conhecimento e expectativa de 
vida ao nascer. O valor do IDH pode variar entre 0, que significa nenhum desenvolvi-
mento, até 1, que representa total desenvolvimento.
No entanto, o IDH não avalia em que condições ambientais ocorreu o desenvolvi-
mento, quais as consequências trazidas para o meio ambiente e nem mesmo se esse 
desenvolvimento tem possibilidades de se sustentar ao longo do tempo.
1.2 PROBLEMAS E PREOCUPAÇÕES AMBIENTAIS
Uma vez que a existência da vida depende do meio ambiente, todos os insumos, 
bens e serviços da natureza são considerados recursos naturais (TOWNSEND, BEGON, 
HARPER, 2009).
O ser humano desenvolveu a crença de que a natureza existe para servi-lo, e essa cren-
ça foi a base de toda a organização social. Algumas poucas culturas ainda sobrevivem 
em harmonia com a natureza, mas a maioria dos povos apartou-se dela e passou 
a utilizá-la desmedidamente para o progresso de suas sociedades. Desse modo, os 
recursos ambientais comumente são classificados em função de sua utilidade de 
acordo com a perspectiva de vida humana.
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FIGURA 2 - INFOGRÁFICO SOBRE RECURSOS NATURAIS
RECURSOS NATURAIS
CLASSIFICAÇÃO EM RELAÇÃO 
AO SEU USO
RENOVÁVEIS NÃO RENOVÁVEIS
RENOVÁVEIS 
SOB RISCO
Inalteráveis
• Energia solar direta
• Energia indireta 
 (dos ventos e mares)
Que podem ser 
alterados
• Recursosbiológicos 
 como populações 
 animais e vegetais
Qualidade ou quantidade pode 
aumentar ou diminuir
• Recursos físico-químicos como ar, água, 
 ciclo de nutrientes, fertilidade do solo
Que existem em quantidade limitada
• Combustíveis fósseis minerais
FONTE: Adaptada de ALVES, 2016; BARBIERI, 2015.
Fonte: Elaborada pela autora.
O crescimento exponencial da população e o aumento da escala de produção e 
consumo são as principais causas dos problemas ambientais que enfrentamos hoje.
1.2.1 ASPECTO E IMPACTO AMBIENTAL
As organizações estabelecem relações de causa e efeito com o meio ambiente devi-
do às atividades que praticam, aos produtos que fabricam e consomem ou aos servi-
ços que prestam. As interações de causa são chamadas de aspectos ambientais e se 
referem à utilização que a empresa faz dos recursos naturais para realizar suas ativi-
dades, como, por exemplo, ao utilizar o espaço para instalação de sua estrutura física, 
ao consumir água e matérias-primas nos processos de manufatura, transportar seus 
produtos para serem vendidos ou armazenar e descartar resíduos (ABNT, 2018). 
As interações de efeito são chamadas de impactos ambientais e correspondem à 
modificação adversa ou benéfica que a organização provocou no meio ambiente ao 
utilizar seus recursos (ABNT, 2018).
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SUMÁRIO
Observe que a origem de uma interação com o meio ambiente pode ocasio-
nar diversos aspectos ambientais, da mesma forma, um mesmo aspecto 
pode originar vários impactos.
QUADRO 1 - ASPECTOS E IMPACTOS AMBIENTAIS
MOTIVO DA INTERAÇÃO TIPO DA INTERAÇÃO
ORIGEM DESCRIÇÃO
ASPECTO AMBIENTAL
(CAUSA)
IMPACTO AMBIENTAL
(EFEITO)
Atividade Construção de edifício
Remoção da cobertura 
vegetal do terreno
Alteração da paisagem
Eliminação do habitat Alteração do ecossistema
Emissão de ruído Poluição sonora
Produto
Equipamentos de 
Proteção Individual – 
EPI (contaminados) 
Descarte em aterro 
sanitário Classe I
Ocupação do solo
Poluição de águas 
subterrâneas
Poluição do solo
Serviço Lavagem de veículos
Consumo de água Utilização de recursos 
naturaisConsumo de energia
Descarte de efluentes
Poluição de corpos hídricos
Poluição do solo
Instalação de bacia 
de contenção para 
decantação de efluentes
Prevenção da poluição
Fonte: Elaborado pela autora.
Em termos de avaliação, a análise primordial a ser feita sobre um impacto ambiental 
é em relação ao tipo de efeito produzido: benéfico ou adverso. Os impactos benéfi-
cos trazem melhorias como poupar a extração de recursos e recuperar uma condição 
existente, são exemplos a reciclagem de metais e o reflorestamento, respectivamente.
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Em relação ao tipo de dano causado, os impactos ambientais adversos podem ser 
resumidamente agrupados em esgotamento dos recursos naturais e a poluição. 
Análises detalhadas consideram atributos como a frequência com que o impacto 
ocorre, a severidade e extensão do dano, assim como a abrangência de suas conse-
quências.
Saiba mais
A realização de empreendimentos de elevado impacto ambiental, como a 
construção de obras de infraestrutura e a instalação e operação de indús-
trias, depende de licenças ambientais emitidas pelos órgãos governamen-
tais, e a emissão dessas licenças está condicionada à avaliação dos impactos 
ambientais desses empreendimentos.
A metodologia de avaliação de impactos ambientais – aia requer a elabo-
ração de estudos aprofundados sobre os impactos ambientais potenciais 
e reais, bem como o planejamento para mitigá-los ou evitá-los. Os instru-
mentos utilizados para esse propósito são o estudo de impacto ambiental 
– eia e o Relatório de impacto ambiental – Rima, que abrangem também 
a identificação e análise de impactos sociais e econômicos.
Quando a avaliação dos impactos ambientais é necessária ao desenvolvi-
mento de políticas, planos e programas públicos, utiliza-se o método de 
avaliação ambiental estratégica – aae, por se tratar de um processo de 
avaliação ampla e sistemática, adequada à tomada de decisão nos níveis 
estratégicos de uma hierarquia.
Fonte: SANTIAGO et al., 2015.
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1.2.2 ESGOTAMENTO DE RECURSOS NATURAIS
As causas para a escassez e elevado risco de esgotamento dos recursos naturais estão 
na associação entre crescimento populacional, aumento da produção e do consumo. 
Os minerais exercem papel fundamental no crescimento econômico e atividades da 
sociedade moderna.
A base identificada de um recurso mineral é composta por quantidades mensura-
das, indicadas e inferidas, além dos recursos ainda não identificados. Embora alguns 
estudos estimem que existam vastas reservas no planeta, a prática da mineração está 
sujeita a outros desafios além do declínio da disponibilidade e da incerteza a respei-
to de reservas desconhecidas. A atividade tem alto consumo de energia e água, gera 
grande quantidade de resíduos e apresenta baixos investimentos tecnológicos em 
favor da saúde e segurança, além disso, está associada a danos significativos ao meio 
ambiente, como a remoção da cobertura vegetal, a modificação da paisagem e alte-
ração dos ecossistemas, a perda da biodiversidade, danos à propriedade, à integrida-
de física e perda de vidas humanas (ARNDT et al., 2017). O rompimento de barragens 
nas cidades mineiras de Mariana, em 2015, e Brumadinho, em 2019, são exemplos 
recentes do potencial de degradação ambiental e prejuízo à sociedade.
Até o século XX os materiais mais utilizados eram madeira, tijolos, ferro, cobre, 
ouro, prata e uma pequena variedade de plásticos. Atualmente os produ-
tos são compostos por uma grande variedade de materiais, ainda que em 
pequenas quantidades. Você sabia que um moderno chip de computador 
utiliza mais de 60 elementos químicos diferentes? Isso significa que um chip 
carrega cerca de metade da tabela periódica.
Fonte: GRAEDEL et al., 2015.
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Acompanhando as estimativas de aumento da população, a produção de alimentos 
deverá aumentar 70% até o ano de 2050. Nesse sentido há uma grande preocupa-
ção com a capacidade de produção de alimentos. O fósforo é um elemento químico 
que provém de fontes finitas e não renováveis. Como macronutriente tem grande 
importância pela transferência de energia nos ciclos biogeoquímicos, e sua ausência 
nos solos compromete o crescimento das plantas e a produção de frutos e sementes. 
As atividades humanas têm interferido no ciclo do fósforo, evitando que este retorne 
à natureza, principalmente devido à utilização em larga escala na produção de ferti-
lizantes e detergentes (QUEVEDO; PAGANINI, 2011).
Mas não somente os recursos não renováveis estão ameaçados. As modificações no 
uso da terra e a destruição de ecossistemas têm colocado mais espécies da fauna e 
flora em risco de extinção. Se medidas efetivas não forem tomadas, presume-se que 
cerca de 75% das espécies serão extintas nos próximos 50 a 80 anos.
A disponibilidade de água tem sido reduzida devido à intensificação da agricultura 
e aumento das atividades industriais. Hoje em dia, cerca de 20% da população não 
têm acesso à quantidade mínima de água potável para sua sobrevivência, e essa 
parcela tende a subir progressivamente, caso não sejam tomadas ações globais para 
reverter esse quadro (UN ENVIRONMENT, 2019).
Como se vê, a disponibilidade dos recursos ambientais que suportam a vida no plane-
ta está comprometida não apenas em razão da exploração desmedida, mas tambémdevido às alterações ambientais provocadas pela poluição.
1.2.3 POLUIÇÃO
A poluição é um impacto ambiental adverso, resultado da adição ou remoção de 
substâncias ao meio ambiente, que causa o desequilíbrio das funções dos ecossiste-
mas e prejuízo da qualidade de vida dos seres vivos. Alguns exemplos são os efluen-
tes líquidos que contaminam os rios ou os resíduos plásticos que poluem os oceanos.
Mas não se trata apenas do que é visível, a poluição pode ser microscópica, como, 
por exemplo, no caso dos microplásticos contaminantes da água e dos alimentos, ou 
invisível, na forma de ruído ou calor. A classificação mais utilizada de poluição é em 
função do meio agredido, ar, água e solo, e outros métodos de categorização podem 
ser pelo tipo ou duração (SANTOS, 2017).
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SUMÁRIO
FIGURA 3 - POLUIÇÃO DO AR
Fonte: SHUTTERSTOCK.COM, 2019.
A poluição atmosférica ocorre pela presença de matéria ou energia que possa causar 
danos ao meio ambiente, saúde humana e patrimônio, em razão de seus atributos, 
composição e tempo de suspensão no ar (DONAIRE; OLIVEIRA, 2018).
Entretanto, a poluição atmosférica não é resultado apenas das atividades humanas, 
como os processos de manufatura, realização de queimadas e transportes. Sua origem 
pode ser natural, por meio da erupção de vulcões, tempestades de areia, incêndios 
florestais causados por descargas elétricas ou combustão espontânea, além de outros 
fenômenos naturais.
Longas exposições a ambientes poluídos reduz a expectativa de vida da população, 
principalmente por causa da inalação de gases tóxicos e partículas suspensas que 
podem provocar doenças respiratórias e causar sérios danos ao sistema cardiovascular.
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FIGURA 4 - POLUIÇÃO DA ÁGUA
Fonte: SHUTTERSTOCK.COM, 2019.
A água encontrada na natureza tem em sua molécula outros elementos além de H2O. 
Essa pureza química somente pode ser alcançada em um laboratório, pois no meio 
ambiente há sempre substâncias adicionadas que são essenciais à manutenção da 
vida, como minerais dissolvidos e partículas orgânicas. Portanto, uma água de quali-
dade é aquela que tem mais moléculas puras do que contaminantes dissolvidos.
A poluição da água a deixa imprópria para o consumo humano e manutenção da vida 
dos animais, torna-a nociva para uso em atividades de recreação e inadequada para as 
aplicações industriais. Uma forma de classificação da poluição é em função do seu uso 
para suprir as necessidades humanas e da quantidade de poluentes concentrados.
FIGURA 5 - POLUIÇÃO DO SOLO
Fonte: SHUTTERSTOCK.COM, 2019.
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SUMÁRIO
Observe a complexidade do solo:
• É heterogêneo, pois apresenta características físicas, químicas e biológicas.
• Possui composição variável, seu tipo resulta das interações com outros fatores, 
como clima, organismos e tempo.
• Divide-se em três compartimentos, formado por minerais em estado sólido, 
água e minerais dissolvidos em estado líquido e ar atmosférico e gases em 
estado gasoso.
Essa diversidade resulta em inúmeras funções prestadas à natureza, como sustentar 
o habitat de muitas espécies, ser o meio de produção de alimentos, manter a cicla-
gem da água e nutrientes, conter fontes de recursos minerais e águas superficiais e 
subterrâneas, entre outras.
Intencionalmente ou não, os solos são a destinação final de diversos resíduos. A depo-
sição natural de resíduos orgânicos e minerais, como ocorre, por exemplo, nas flores-
tas com os restos de árvores e animais, contribui para a ciclagem dos nutrientes, 
devolvendo ao solo os elementos que lhe foram retirados. O mesmo não aconte-
ce com a maioria dos resíduos gerados pelo homem, pois, devido à quantidade ou 
composição, esses materiais não são absorvidos pelo solo.
De acordo com dados do Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil (ABRELPE, 2018), 
entre 2015 e 2017, em média 29 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos 
foram dispostas incorretamente em aterros controlados e lixões. Estima-se que 3 bilhões 
de pessoas em todo o mundo não tenham seus resíduos corretamente geridos.
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dicas 
O documentário lixo extraordinário, de Lucy 
Walker, apresenta o projeto do artista plásti-
co brasileiro Vik Muniz que envolveu catado-
res na criação de imensos quadros a partir 
de sucata. Filmado no aterro sanitário Jardim 
Gramacho no Rio de Janeiro, o maior da 
América Latina, recebeu em 2010 o prêmio 
de melhor documentário nos Festivais de 
Berlim, na Alemanha, e Sundance, nos Esta-
dos Unidos. Com roteiro envolvente e relatos 
emocionantes, o filme aborda temas como a 
desigualdade social e a reciclagem de mate-
riais, ideias e vidas.
O avanço tecnológico tem contribuído para o controle da poluição. Diversas técnicas 
têm sido desenvolvidas para capturar e tratar os poluentes e as inovações nesse senti-
do aumentam a cada dia. Apesar de sua extrema importância, os recursos tecnoló-
gicos são apenas um aspecto, a solução dos problemas ambientais precisa do envol-
vimento da população e de seus representantes políticos para a tomada de decisão 
sobre os aspectos culturais, econômicos e sociais que contribuirão para um estilo de 
vida mais sustentável.
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SUMÁRIO
leitura complementar 
O livro Poluição do meio ambiente, de Marcos Auré-
lio dos Santos, Editora LTC, aborda detalhadamente os 
tipos de poluição e suas consequências para o meio 
ambiente e seres humanos. Após uma breve introdu-
ção sobre o que é a poluição, o tema é classificado em 
meio poluído, ar, água e solo, e tipos de poluição, radia-
ção, térmica, por resíduos e vazamentos. O livro tem 
organização prática e funcional que permite fácil loca-
lização da informação.
1.3 SUSTENTABILIDADE
Qualidade de vida, desenvolvimento econômico e preservação do meio ambiente, de 
forma que as gerações atuais e futuras tenham as mesmas condições de sustentar 
seu desenvolvimento. O conceito da sustentabilidade surgiu na década de 1970 em 
resposta às preocupações com os crescentes níveis de poluição e perda da qualida-
de ambiental. A Conferência das Nações Unidas em Estocolmo, na Suécia, em 1972, 
marcou o início da mobilização mundial em favor do meio ambiente.
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Saiba mais
Hiroshima, Nagasaki e Minamata, no Japão, Seveso, na Itália, Bophal, na Índia, 
e Vila Socó, Mariana e Brumadinho, no Brasil, foram palco de grandes tragé-
dias ambientais. Conheça detalhes desses e outros acidentes graves pesqui-
sando na internet pelos piores desastres ambientais da história mundial.
As mudanças constantes que nossa sociedade atravessa são fatores que contribuem 
para o abandono da antiga crença de que a natureza está à nossa disposição, ao 
mesmo tempo em que nos movimenta em direção a um paradigma sustentável. 
Mercados cada vez mais competitivos obrigam empresas a buscarem inovações 
contínuas em termos de eficiência e produtividade, e os valores humanos e sociais 
têm se flexibilizado em busca de maior tolerância.
De outra parte, as relações entre empresas e governos têm se tornado mais transpa-
rentes, e a formação de parcerias tem apresentado ganho de resultados ao longo do 
tempo. Apesar de todas as dificuldadesde transição, a sociedade moderna tem se 
esforçado em busca de se desenvolver e preservar a natureza.
1.3.1 TRÊS PILARES DA SUSTENTABILIDADE
O grande desafio de nossa existência é desenvolver um modelo econômico global 
que possa ser suportado pelo planeta ilimitadamente.
O pilar econômico corresponde a questões fundamentais, à longevidade da empre-
sa, como, por exemplo: a taxa de inovação se manterá a longo prazo? A empresa 
permanecerá competitiva em relação a seus fornecedores? Há risco de perda do 
capital humano e intelectual por meio do desligamento de funcionários? A gestão 
é transparente?
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SUMÁRIO
Os reflexos das decisões internas das empresas têm alcance para além de seus portões 
e impactam não somente o ambiente e a comunidade do entorno, mas o planeta e 
a sociedade de uma forma geral. Adequar seus processos e produtos ao desenvolvi-
mento sustentável significa manter a empresa em padrão de igualdade em relação 
a seus competidores.
Esse cenário traz às organizações uma mudança significativa na relação com o meio 
ambiente, a transição do conceito de recurso para capital natural. O pilar ambien-
tal consiste em incorporar o valor aos bens e serviços prestados pela natureza, de 
modo que a empresa adeque seus produtos e processos e evite a dependência de 
um recurso finito, ao mesmo tempo em que previne a poluição. São ações que fazem 
com que ela aumente seu capital natural.
Em princípio pode parecer que a sustentabilidade se trate de uma questão pura-
mente econômica e ambiental, mas na verdade um modelo de desenvolvimento 
sustentável envolve várias questões sociais (ELKINGTON, 2012).
O pilar social diz respeito aos aspectos culturais, éticos, o direito das minorias e o 
compromisso de equidade, em resumo, a distribuição equilibrada de recursos entre 
todos os povos. Para tanto, as empresas precisam desenvolver o capital social, que 
consiste na reunião e organização das pessoas para um fim comum: geração de 
riqueza, saúde, qualidade de vida, educação e desenvolvimento de habilidades.
É fato que esse objetivo só poderá ser alcançado mediante a ação conjunta em várias 
frentes: empresas, governos, sociedade civil, associações e entidades não governa-
mentais.
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FIGURA 6 - TRIPÉ DA SUSTENTABILIDADE
Fonte: SHUTTERSTOCK.COM, 2019.
O modelo de desenvolvimento que equipare a importância entre os aspectos econô-
micos, ambientais e sociais é a premissa para a sustentabilidade, entretanto, é incom-
patível com a base linear que, como visto anteriormente, não condiz com as capaci-
dades de carga do planeta.
A viabilidade do desenvolvimento sustentável depende de uma filosofia econômi-
ca que privilegie a extração moderada de matérias-primas e a redução máxima da 
poluição.
1.3.2 ECONOMIA CIRCULAR
O conceito de economia circular sugere um sistema de desenvolvimento contrário ao 
pensamento linear de exploração do meio ambiente, em que os recursos, depois de 
extraídos e transformados em produtos, são descartados no meio ambiente.
O eixo fundamental da economia circular é a dissociação entre o desenvolvimen-
to econômico e a degradação, que prevê a restauração dos sistemas ambientais e 
a economia dos recursos naturais por meio da extensão da vida útil de materiais e 
produtos e sua incorporação nos processos produtivos (GENG; SARKIS; UGLIATI, 2016).
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Contabilidade ambiental
SUMÁRIO
Não se limita apenas a diminuir os impactos ambientais do modelo linear de desen-
volvimento, mas implementar uma mudança sistêmica que conduza à sustentabi-
lidade em longo prazo, gerando oportunidades econômicas em todas as escalas de 
negócios, tanto para indivíduos como organizações, em nível local e global.
O que a economia circular sugere é que o capital natural seja preservado por meio da 
gestão eficiente das reservas e que a poluição seja reduzida ao se eliminar a geração 
de resíduos. Propõe também que a utilização dos produtos seja estendida e, ao final 
dela, esses produtos voltem aos fluxos de produção na forma de matérias-primas 
para novos produtos. Nesse contexto, os recursos geoquímicos como fósforo, ferro, 
cobre e minerais em geral devem ser poupados e os ciclos biológicos devem ser utili-
zados com cautela, respeitando-se a taxa de renovação dos recursos.
Para implementar a economia circular é preciso seguir cinco premissas básicas (EMF, 
2019):
1. Eliminar os resíduos na fase de projeto – manter a ciclagem indefinida dos 
materiais.
2. Priorizar a resiliência – criar sistemas modulares, versáteis e adaptáveis às incer-
tezas externas.
3. Estabelecer uma matriz energética renovável – investir na geração de energia 
solar, eólica e proveniente das marés ao mesmo tempo que diminui o uso de 
combustíveis fósseis.
4. Planejar a integração – desenvolver a interdependência entre os sistemas 
alimentares, industriais, habitacionais etc.
5. Projetar níveis de circularidade – favorecer a criação de valor dos materiais e 
produtos que são empregados em outras aplicações e processos.
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FIGURA 7 - TRANSIÇÃO DA BASE ECONÔMICA
ECONOMIA LINEAR ECONOMIA CIRCULAR
ENERGIA DE FONTES FINITAS ENERGIA DE FONTES RENOVÁVEIS
Levar Fazer
Faz
er
Reciclar
U
sar
Descartar
Fonte: SHUTTERSTOCK.COM, 2019.
Em resumo, a economia circular busca reproduzir na atual sociedade tecnológica e 
consumista a eficiência dos conceitos naturais em que os elementos são submetidos 
a ciclos contínuos com total aproveitamento de massa e energia. Entretanto, a aplica-
ção dessa filosofia depende de métodos e instrumentos que a aproximem dos níveis 
de planejamento em que ela é necessária. Para isso, independentemente do âmbito 
de atuação, entre economias globais ou no ambiente interno de uma empresa fami-
liar, temos a gestão ambiental.
dica
Conheça as iniciativas da Fundação Ellen MacArthur para a economia circu-
lar. No site você encontra estudos de casos realizados no Brasil e no exterior, 
diversas publicações e indicações de cursos on-line gratuitos.
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SUMÁRIO
1.4 GESTÃO AMBIENTAL
Os problemas ambientais apresentam uma particularidade, as dimensões que os 
impactos ambientais alcançam. Um vazamento de produto químico local pode 
contaminar o lençol freático e comprometer o suprimento de água de poços situa-
dos a quilômetros de distância. As emissões atmosféricas causam poluição imediata 
a uma determinada região, mas também contribuem para o aumento do efeito estu-
fa em todo o globo.
A gestão ambiental pode ser entendida como uma metodologia ou um conjunto de 
diretrizes aplicado nas atividades administrativas e operacionais visando ao plane-
jamento, articulação, controle, monitoramento e alocação de recursos para tratar os 
problemas ambientais (BARBIERI, 2012).
as dimensões de atuação da gestão ambiental
Global – a Organização das Nações Unidas – ONU é uma associação de mais 
de 170 países para tratar de problemas globais. Um departamento espe-
cífico chamado Programa das Organizações Unidas para o Meio Ambiente 
reúne especialistas do mundo inteiro para o estudo de questões ambientais 
de ordem planetária, como o aquecimento global, a escassez hídrica, o esgo-
tamento dos recursos naturais, bem como suas consequências ambientais, 
sociais e econômicas. Importantes acordos têm sido firmados internacional-mente para a melhoria da qualidade ambiental, como a Agenda 2030 para o 
Desenvolvimento Sustentável, em que os países signatários se compromete-
ram com o alcance dos dezessete Objetivos do Desenvolvimento Sustentável 
– ODS. Conheça o tratado, acessando o site Nações Unidas.
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Regional – os países, estados e municípios planejam as políticas de preserva-
ção ambiental em suas esferas de atuação. A Política Nacional de Resíduos 
Sólidos – PNRS, implementada pela Lei Federal nº 12.305/2010, determina 
a forma como o país deve se organizar no gerenciamento de seus resíduos, 
atribuindo responsabilidades a estados, municípios, pessoas físicas e jurídicas.
local – os municípios elaboram seus planos de gestão de resíduos para aten-
der às determinações da PNRS em relação à geração, coleta, tratamento e 
disposição dos resíduos, enquanto empresas monitoram o consumo e imple-
mentam estratégias de logística reversa de seus produtos.
As organizações são instituições que, ao mesmo tempo em que influenciam os 
ambientes políticos, econômicos e sociais, estão sujeitas às pressões exercidas pelos 
governos, mercados e sociedade. Sua atuação é progressivamente complexa e ampla, 
por outro lado, está cada vez mais exposta ao olhar vigilante das partes interessadas 
em seu comportamento ético, inclusive em relação ao meio ambiente.
A gestão ambiental na empresa aborda as questões ambientais sob três perspectivas 
complementares em relação à poluição, controle, prevenção e eliminação. O modo 
como as questões ambientais são abordadas determina as tendências atuais e futu-
ras do posicionamento da empresa no mercado (BARBIERI, 2012).
Empresas que orientam seus esforços para controle da poluição apresentam uma 
postura reativa em relação à valorização do meio ambiente como capital natural, em 
geral seus empresários e administradores possuem a visão de que o investimento 
ambiental significa custo e raramente tomam parte nas decisões. Suas preocupa-
ções resumem-se ao cumprimento das leis e o alvo de suas ações são unicamente as 
fontes geradoras de poluição.
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SUMÁRIO
Organizações voltadas à prevenção da poluição têm preocupação com o uso eficiente 
dos materiais, pois a percepção de seus gestores é de que o investimento ambiental 
traz redução de custos e aumento da produtividade. Por isso as ações se concentram 
em corrigir e prevenir falhas, conservar e substituir matérias-primas, utilizar tecnolo-
gias menos poluentes e ampliar a atuação para outros departamentos além daque-
les que contêm a fonte geradora de poluição. Oscilando entre posturas reativas e 
proativas, envolvem-se periodicamente na tomada de decisão.
Empresas com foco na eliminação da poluição preocupam-se em se manter compe-
titivas em um mercado de incertezas. Embora ainda conservem traços reativos em 
sua postura ambiental, utilizam tecnologias limpas, implementam ações que se ante-
cipam aos problemas ambientais e capturam oportunidades. A alta direção envolve-
-se contínua e sistematicamente no processo decisório, e as atividades ambientais 
são estendidas para a comunidade do entorno e parceiros da cadeia de suprimentos 
(DONAIRE; OLIVEIRA, 2018).
Independentemente de qual seja a abordagem adotada pela empresa, ela deverá ser 
suportada por dados legítimos e verdadeiros pelos quais a empresa responda civil e 
criminalmente.
leitura complementar
O livro Gestão ambiental na empresa, de Donaire e Oliveira (2018), discor-
re sobre a inserção da variável ambiental no ambiente de negócios e suas 
consequências sobre o contexto econômico e desempenho das empresas. O 
livro aborda o tema sob o ponto de vista estratégico em relação à estrutura 
interna da empresa e aos seus competidores.
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1.4.1 RESPONSABILIDADE AMBIENTAL CORPORATIVA
Há um movimento crescente de conscientização em nossa sociedade sobre a neces-
sidade de que as empresas assumam a responsabilidade pelos impactos causados 
ao meio ambiente. Isso implica clareza nas operações, conformidade com as exigên-
cias legais, além do comprometimento com a melhoria do meio ambiente. As orga-
nizações começam a se preocupar em evitar a imagem de empresas poluidoras e a 
construir relações positivas com seu público, pois os consumidores estão propensos a 
puni-las ao deixar de adquirir seus produtos.
Algumas empresas arriscam sua reputação ao divulgar informações de maneira sele-
tiva, omitindo resultados de baixo desempenho e ressaltando os benefícios alcança-
dos. Há ainda casos mais graves em que os dados são alterados propositadamente 
a fim de demonstrar uma condição melhor que a real. Essas práticas caracterizam o 
que se conhece no mercado como greenwashing ou lavagem verde, quando empre-
sas intencionalmente vinculam seus produtos ou serviços a mensagens ambientais 
falsas com o objetivo de obter benefícios comerciais e financeiros (FIALHO; MARQUE-
SAN, 2018).
Como identificar a lavagem verde
Muito mais comuns do que imaginamos e nem tão fáceis de serem identifi-
cadas, observe algumas características do discurso ambiental vazio:
Falta de evidências – produtos declarados como sustentáveis ou ecológicos 
que não apresentam selos ou certificações independentes para garantirem 
sua procedência. Nessa categoria cabem também as autodeclarações, selos 
de pureza, conformidade, etc., criados pela própria empresa.
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Contabilidade ambiental
SUMÁRIO
Divulgar o cumprimento da legislação – as empresas têm seus negócios sujei-
tos a determinadas legislações e atendê-las é parte de suas obrigações, mas 
algumas empresas utilizam isso como publicidade, como quando anunciam 
que estão reflorestando áreas degradadas para proteger o meio ambiente, 
mas na verdade estão compensando impactos ambientais causados.
enfatizar informações imprecisas – muitos produtos ressaltam que são não 
tóxicos, livres de produtos químicos ou 100% naturais, o que não é suficien-
te para provar que em grandes quantidades não será causa de intoxicação, 
além do mais todos os produtos têm algum grau de elemento químico em 
sua composição e metais pesados, como o chumbo e mercúrio, que também 
são naturais.
omitir informações importantes – algumas empresas destacam as qualida-
des ambientais positivas de seus produtos, mas se silenciam a respeito das 
negativas, como, por exemplo, destacar que um produto tem baixo consu-
mo de energia sem mencionar que ele não é reciclável.
mentir – algumas empresas inventam certas características para seus produ-
tos, falseando a composição e iludindo o consumidor.
apresentar benefícios verdadeiros em produtos considerados nocivos – 
algumas empresas ressaltam as características positivas de produtos que são 
rejeitados pela população, como, por exemplo, divulgar que um cigarro ou 
inseticida é orgânico.
Fonte: DIMITRIESKA; STANKOVSKA; EFREMOVA, 2017.
As empresas precisam de mecanismos que protejam sua reputação e as diferenciem 
de seus concorrentes, em especial, que forneçam um aval para atrair a confiança e 
preferência dos consumidores. Para isso, podem utilizar os selos ambientais.
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1.4.2 SELOS AMBIENTAIS
Buscar o reconhecimento de um organismo independente demonstra que as empre-
sas asseguram a conformidade ambiental de acordo com requisitos específicos. 
Os selos ambientaiscomprovam que foram tomadas medidas ambientalmente 
sustentáveis em relação a um produto, processo ou sistema. Sua proposta é que, a 
partir da confirmação de uma instituição confiável representada por um símbolo, o 
consumidor se sinta seguro.
Três tipos de selos ambientais são amplamente reconhecidos, os de terceira parte, 
as autodeclarações e os independentes. Um selo atribuído por um organismo de 
terceira parte pode se orientar parcial ou integralmente pelos critérios da abordagem 
de ciclo de vida para atestar a conformidade de um produto, processo ou sistema. 
A instituição de terceira parte que o fornece pode ser pública ou privada.
As autodeclarações ambientais são afirmativas em relação aos benefícios ambientais 
de um produto ou conformidade ambiental de um processo ou sistema, bem como 
dos impactos ambientais causados. Essas declarações devem ser fixadas pelo produ-
tor de acordo com uma metodologia específica (ABNT; 2017), entretanto não estão 
obrigadas à verificação de uma parte independente.
Os selos independentes estão vinculados à reputação de uma associação, comunida-
de, organismo não governamental, entre outros. Seu objetivo é desenvolver a cons-
ciência para determinados aspectos do produto ou serviço e criar diferenciação no 
mercado, ao mesmo tempo em que influencia a escolha do consumidor e o compor-
tamento da empresa.
Autodeclarações – uma empresa realiza o sistema de gestão ambiental implementa-
do segundo a norma ABNT NBR ISO 14001:2015 e declara sua conformidade; entre-
tanto, o sistema não é verificado pelo organismo de terceira parte.
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SUMÁRIO
Selos ambientais são sistemas de garantia de que produtos, processos ou 
sistemas estão em conformidade com requisitos de proteção ambiental. 
Observe os diferentes tipos:
Selos de terceira parte – certificação ISO 14001 para empresas que possuem 
um sistema de gestão ambiental em acordo com a norma ABNT NBR ISO 
14001:2015. O selo PROCEL é conferido a produtos que comprovam sua 
eficiência energética.
Selos independentes – selo de produto orgânico atribuído a produtos que 
tiveram seu sistema de produção verificado por uma associação. A associa-
ção dos produtores de café mantém um selo de pureza do produto.
Para lidar com os problemas ambientais resultantes de suas atividades, as organiza-
ções dependem de um conjunto de atividades administrativas e operacionais empre-
gadas de maneira metódica e contínua. Nesse sentido são empregados os sistemas 
de gestão ambiental.
1.4.3 SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL
A finalidade de um Sistema de Gestão Ambiental – SGA é integrar a perspectiva 
ambiental em todas as atividades da empresa, de administrativas a operacionais, 
internas ou terceirizadas. O objetivo mínimo do SGA é garantir que a empresa aten-
da à legislação, mas para fazer frente a seus competidores é necessário que ele seja 
parte do planejamento estratégico.
Em relação ao modelo de SGA, é possível que a empresa desenvolva o seu próprio 
ou adote o padrão de alguma instituição, convém, entretanto, que a decisão esteja 
alinhada aos propósitos da empresa, mercado de atuação e tipo de clientes.
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As referências mundiais em SGA são a Câmera de Comércio Internacional (Internatio-
nal Chamber of Commerce – ICC) e o Conselho da Comunidade Econômica Europeia 
(conhecido como Eco Management and Audit Scheme – EMAS). O primeiro tem seus 
processos estruturados em planejamento, organização, implementação e controle. O 
segundo baseia seus processos em planejamento, execução, verificação e ação para a 
melhoria. A principal diferença entre ambos é que o ICC não define o modo de abor-
dagem dos problemas ambientais, enquanto o EMAS define como meta a prevenção 
da poluição (BARBIERI, 2015).
O SGA orientado segundo as normas ABNT NBR ISO 14001:2015 e 14004:2018 
também é compromissado com a melhoria contínua, devendo apresentar evolução 
a cada ciclo. Sua estrutura deve ser amparada por atividades, procedimentos e regis-
tros, enquanto seus fundamentos consistem na política ambiental, na identificação 
dos aspectos e impactos ambientais e da legislação aplicável às atividades da empre-
sa, objetivos, metas e programas.
CONCLUSÃO
A partir da análise da situação ambiental atual, foram estabelecidas relações de causa 
e efeito com o modelo de desenvolvimento econômico empregado desde o início da 
Era Industrial, de modo a interpretar a degradação ambiental como consequência 
das estratégias de crescimento econômico dependentes da exploração de recursos 
naturais.
Os conceitos de aspecto e impacto ambiental foram explorados na discussão sobre 
os principais problemas atuais e preocupações ambientais futuras: esgotamento 
de recursos naturais e poluição. Em contrapartida, foram expostos os argumentos 
e propostas dos três pilares para a sustentabilidade e economia circular, correntes 
filosóficas mais influentes para a restauração do equilíbrio entre desenvolvimento 
econômico, ambiental e social. Por fim, foi discorrido sobre a gestão ambiental como 
metodologia para implementação dessas filosofias.
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Contabilidade ambiental
SUMÁRIO
Conclui-se que o alinhamento entre os pilares do desenvolvimento sobre uma nova 
base econômica circular deverá ser mensurado, isolada e conjuntamente, por meio 
de ferramentas que se ajustem à transição desse novo modelo. Nesse sentido surge 
a Contabilidade Ambiental, com a intenção de suprir a necessidade da empresa 
em demonstrar monetariamente os resultados de sua postura em relação ao meio 
ambiente.
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OBJETIVO 
Ao final desta 
unidade, 
esperamos 
que possa:
> Identificar as 
metodologias de 
valoração ambiental, 
comparando as teorias 
econômicas ambiental e 
ecológica.
> Interpretar as relações 
entre a contabilidade 
e o meio ambiente, 
discutindo a abrangência 
da contabilidade 
ambiental.
UNIDADE 2
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SUMÁRIO
2 VALOR AMBIENTAL
Nesta unidade, será discutido o valor do meio ambiente a partir das abordagens 
econômica e contábil. Sob a perspectiva econômica, primeiramente será discutido o 
papel do poder público como mediador do consumo dos recursos naturais e o papel 
da sociedade como consumidora desses recursos. Em seguida, serão apresentados os 
princípios de duas correntes filosóficas. Em economia do meio ambiente, será discor-
rido sobre os parâmetros e técnicas para atribuir valor monetário aos bens e serviços 
ambientais, além das vantagens e desvantagens trazidas por esses métodos para a 
efetiva preservação do meio ambiente. Em economia ecológica, serão expostos os 
princípios e diretrizes para o desenvolvimento sustentável.
A partir do ponto de vista contábil, serão descritas as dimensões em que a conta-
bilidade interage com o meio ambiente. Investidores, governo, funcionários, clien-
tes, fornecedores, associações de classes, organizações não governamentais (ONGs) 
e a sociedade em geral são as partes interessadas em uma empresa. À medida que 
essas partes interessadas passaram a solicitar que as empresas divulgassem, além da 
tradicional prestação de contas, informações relacionadas aos seus aspectos sociais 
e ambientais, surgiu a necessidade de expandir o balanço para além dos aspectos 
econômicos, demonstrando a responsabilidade da empresa para com as necessida-
des sociaise sua interação com o meio ambiente. Nesse contexto, a contabilidade 
ambiental tem a função de sistematizar e quantificar as informações ambientais das 
empresas.
INTRODUÇÃO
Questões éticas e interesses políticos são algumas entre as diversas razões para se 
preservar o meio ambiente. Embora esses motivos não sejam econômicos, podem 
trazer consequências econômicas significativas para pessoas, organizações e gover-
nos. De modo geral, as empresas causam impactos ambientais, tanto pelo consu-
mo de recursos quanto pela geração de poluição, porque esse é o meio mais barato 
de produzir em larga escala. Entretanto, frente à possibilidade de que esses impac-
tos causados se transformem em valores monetários a serem deduzidos do lucro, as 
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empresas tomam medidas efetivas para evitá-los. Da mesma forma, estão interessa-
das em poupar recursos e liderar ações de preservação se puderem agregar algum 
valor às suas operações.
As pressões exercidas pela sociedade para a conservação ambiental tendem a moldar 
novos padrões de relacionamento com a natureza e utilização de seus recursos. Nesse 
cenário, as empresas serão impelidas a ter rígido controle sobre seus bens, direitos e 
deveres ambientais, o que, sem dúvida, constitui oportunidades para o profissional 
habilitado em contabilidade ambiental.
2.1 VALOR AMBIENTAL
Uma empresa siderúrgica, ao comprar uma tonelada de minério de ferro de uma 
mineradora, paga um preço determinado para cobrir os custos que a mineradora 
teve em extrair e beneficiar o mineral, mais a rentabilidade pelo capital investido. 
No entanto, esse preço não remunera a terra por produzir o metal ou diminuir suas 
reservas.
O mesmo ocorre com a água que chega às torneiras. O preço cobrado pelas compa-
nhias se refere à captação, tratamento e distribuição, não há uma retribuição mone-
tária pelo uso do recurso natural, isso porque a água é essencial à manutenção da 
vida, um bem público de livre apropriação, seu acesso é um direito assegurado pela 
Constituição Federal.
Existem diferenças entre preço e valor. Preço corresponde à quantidade monetária 
que se paga pela aquisição de um bem ou serviço. Já o valor desse mesmo bem ou 
serviço pode variar de acordo com o grau de necessidade ou satisfação que cada 
pessoa atribui a ele. No caso dos recursos naturais, essa diferença pode ser mais bem 
percebida quando se considera sua escassez.
Os recursos naturais são os bens e serviços prestados pela natureza e são normal-
mente classificados de acordo com a utilização que se faz deles, conforme já estuda-
do. Trata-se, portanto, do conjunto de elementos que fazem parte do meio ambiente. 
Para fins de valoração, é necessário detalhar o que são exatamente os bens e os servi-
ços que fazem parte dos recursos naturais.
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SUMÁRIO
De acordo com Fiorillo (2018), bens ambientais são os recursos naturais essenciais à 
manutenção da saúde, e o uso comum pela população é assegurado pela constitui-
ção. Já os serviços ambientais ou serviços ecossistêmicos englobam benefícios que a 
humanidade obtém direta ou indiretamente da natureza por meio dos ecossistemas, 
a fim de sustentar a vida no planeta. Segundo o relatório Ecossistemas e bem-estar 
humano (MILLENIUM ECOSYSTEM ASSESSMENT, 2005), os serviços ecossistêmicos 
são classificados em quatro grupos, conforme a figura a seguir.
FIGURA 8 - TIPOS DE SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS
SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS
CLASSIFICAÇÃO DOS
PROVISÃO
Produtos adquiridos 
dos ecossistemas
• Água doce
• Alimentos
• Madeira
• Fibras
• Produtos bioquímicos
• Recursos genéticos
Benefícios advindos da regulação 
de processos sistêmicos
• Regulação do clima
• Regulação hídrica
• Polinização
• Controle de doenças
REGULAÇÃO
Benefícios imateriais advindos 
dos ecossistemas
• Espirituais
• Recreação
• Turismo
• Estéticos
• Herança cultural
CULTURAIS
Serviços indispensáveis à 
existência de todos os demais
• Formação do solo
• Ciclagem de nutrientes
• Produção primária
• Habitat para espécies
SUPORTE
Fonte: Adaptado de BARBIERI, 2017.
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Retornando ao exemplo da água, o consumidor reconhece facilmente se o preço da 
conta é alto ou baixo dependendo da quantidade que consome, O valor da água, 
no entanto, é incontestável quando se atravessam períodos de escassez que podem 
levar ao racionamento no fornecimento, ou seja, somente na iminência da falta que 
se atribui o devido valor. O mesmo acontece em relação aos demais recursos naturais: 
sob o risco de esgotamento, seu valor passa a ser evidente.
O valor de um recurso ambiental pode ser abordado econômica e contabilmente. 
Abordar o valor dos recursos naturais em termos econômicos compreende examinar 
a relação entre economia e meio ambiente em termos gerais. A perspectiva contábil 
interpreta essas relações no ambiente das empresas.
2.1.1 ABORDAGEM ECONÔMICA
A economia tem uma estreita relação com o meio ambiente, pois todas as ativida-
des econômicas dependem de alguma maneira dos recursos naturais. Entre as várias 
abordagens, a valoração monetária do meio ambiente é um esforço para interrom-
per a degradação dos recursos naturais, antes que estes cheguem ao esgotamento. 
Nesse sentido, aplicam-se os conceitos da economia do meio ambiente.
2.1.1.1 ECONOMIA DO MEIO AMBIENTE
O meio ambiente ou sistema natural provê o sistema econômico com seus recursos 
e, ao mesmo tempo, serve como depósito dos resíduos. Além disso, as atividades de 
produção e consumo modificam todo o entorno do espaço em que se desenvolvem. 
Essa dinâmica é derivada da escola de economia neoclássica e possui característica 
linear, em que a evolução do sistema econômico é limitada pela capacidade do siste-
ma natural.
Uma vez admitida a finitude dos recursos naturais e a possibilidade de que os cres-
centes níveis de poluição chegassem ao ponto de não serem absorvidos pelo plane-
ta, os modelos econômicos passaram a incorporar o princípio do balanço de mate-
riais na busca do equilíbrio nas relações entre os sistemas econômico e natural. Dessa 
forma, a temática ambiental foi inserida na teoria econômica (ANDRADE, 2008).
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SUMÁRIO
A economia do meio ambiente, ou economia ambiental, consiste em aplicar os prin-
cípios econômicos à gestão ambiental, analisando as funções de utilidade da natu-
reza, ou seja, receber a poluição ou fornecer recursos. A economia do meio ambiente 
se concentra em descobrir como as decisões tomadas no meio econômico podem 
trazer melhorias ou provocar a destruição dos ambientes naturais (FIELD; FIELD, 2014).
Produzir bens ou serviços gera consequências, chamadas de externalidades, que 
podem ser positivas ou negativas, de modo que a missão da economia do meio 
ambiente é identificar os mecanismos ideais de controle da poluição e encontrar a 
taxa ótima de exploração dos recursos, a fim de que o sistema econômico continue a 
se expandir ilimitadamente.
Os instrumentos da economia do meio ambiente são os métodos de valo-
ração ambiental por meio dos quais atribui-se valor monetário aos bens e 
serviços ambientais e preço às externalidades. Trata-se de mensurar como 
as alterações ambientais afetam o bem-estar da sociedade e quanto essa 
sociedade está disposta a pagar ou receber para manter esses recursos.
Valorar um recurso ambiental economicamente consiste em atribuir valor a todo tipo 
de uso que se possa fazer dele e igualmente atribuir valor pelo

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