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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE ESTUDOS DE AGRICULTURA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA CURSO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA E AMBIENTAL BIOQUÍMICA VEGETAL EA1 2020.2 ELEMENTOS TÓXICOS ÀS PLANTAS Atividade para obtenção de nota parcial na disciplina de Bioquímica vegetal, ministrada pelo professor Levy Barreto, realizada pelo discente Izaias Marcelino de Lima Neto. Recife, outubro de 2021 https://classroom.google.com/u/0/c/MzA5NjEwNzMzNjM0 O ambiente terrestre está em constante mudança e isso contribui para que as forças naturais de seleção produzam modificações nos organismos (Pollard, 2000). No caso das plantas, essas modificações permitem que elas se adaptem às novas condições ambientais por meio de mudanças genéticas nas populações durante um período de tempo regido pela seleção natural (Pollard, 2000). Para o crescimento estável e saudável das plantas, as mesmas precisam de subsídios para que seu sistema radicular possa crescer e absorver os macro e micronutrientes que são necessários para sua nutrição. Contudo, o mal manejo de um solo ou sua distrofia natural, pode vir a acarretar problemas para as plantas, devido ao fornecimento de elementos tóxicos para as mesmas. É possível citar também as fontes antropogênicas de elementos tóxicos tais como, os fertilizantes, os quais se distribuídos adequadamente podem acarretar problemas, águas de irrigação contaminadas, deposição de resíduos,entre outras fontes. Os elementos que as plantas podem absorver, podem ser classificados em, elementos essenciais, os quais sem eles as plantas ficam impossibilitada de viver, os elementos úteis ou benéfico que podem não ser essenciais, mas sua presença pode trazer benefícios para crescimento e produção de uma determinada cultura e os elementos tóxicos que podem ser essenciais ou não, quando são prejudiciais às plantas. Dentre os elementos tóxicos temos: • Alumínio- Al 3+: Um dos elementos mais abundantes na matriz mineral do solo, pois a maioria dos minerais primários das rochas e os minerais secundários que se formam durante o intemperismo são aluminosilicatos. É parte do processo de formação e intemperismo dos solos. O alumínio é considerado um elemento tóxico por ser um metal pesado o qual a depender da quantidade pode vir a ser prejudicial às plantas. A presença desse metal traz para as plantas a atrofia no sistema radicular e no crescimento das raízes das mesmas, acarreta também, o amarelamento nas folhas, devido a interferência na biossíntese de clorofila e é prejudicial à planta na absorção da água e nutrientes no solo, devido ao atrofiamento das raízes. • Cromo – Cr: O cromo, em sua forma trivalente Cr3+ apresenta uma baixa mobilidade e movimento restrito através das raízes. A presença desse metal em certas quantidades pode acarretar clorose e redução do crescimento foliar, radicular e morte. • Chumbo – Pb O: É um elemento tóxico, e ocorre como contaminante ambiental devido seu largo emprego industrial, como: indústria extrativa, petrolífera, de acumuladores, tintas e corantes, de cerâmica e bélica, encontra-se intensamente no meio em que o homem vive, a população urbana defronta-se com este problema devido à constante emissão por veículos automotores, pelas indústrias, ou ainda pela ingestão de alimentos sólidos e líquidos contaminados (Larini ,1987; Nriagu, 1988). • Cádmio – Cd: O cádmio pode vir a causar distúrbio em atividades enzimáticas, pode ocasionar também o distúrbio no metabolismo do nitrogênio, ferro e do magnésio (clorose). Mesmo sob baixas concentrações é tóxico. Níveis tóxicos deste elemento podem levar à desnaturação de proteínas e ao estresse oxidativo, resultando em danos às membranas, redução na atividade enzimática e fotossíntese, clorose, dentre várias outras mudanças metabólicas. • Flúor: Pode causar necrose marginal (ponta queimada) e clorose internerval. O flúor pode causar problemas de toxidez, sendo as dicotiledôneas as mais sensíveis. Os sintomas nas plantas incluem cloroses, necroses, redução no crescimento e remoção da cera epicuticular, entre outros (Chaves et al., 2002). • Bromo – Br: Em excesso, causa a inibição de germinação e folhas cloróticas e necróticas. Os sintomas de toxidez de bromo assemelham-se aos do excesso de sais, ocorrendo uma clorose foliar seguida de necrose dos pontos e margens das folhas em expansão, podendo também ocorrer um prejuízo na germinação das sementes. • Zinco - Zn: É considerado o 250 elemento mais abundante na crosta terrestre, ocorre em vários minerais e em diferentes formas (sulfetos e carbonatos de Zn), seu maior uso é na galvanização de produtos de ferro (Fe), proporcionando uma cobertura resistente à corrosão. É utilizado em baterias, fertilizantes, aros e rodas de veículos, tintas, plásticos, borrachas, em alguns cosméticos como pós e bases faciais e produtos farmacêuticos como por exemplo, em complexos vitamínicos (Moore & Ramamoorthy, 1984; Lester,1987). De acordo com os autores Kabata-Pendias e Mukherjee (2007), a presença em excesso de tais elementos no solo frequentemente, estão associadas a fontes antropogênicas, uma vez que, naturalmente, esse excesso não ocorre. As fontes antropogênicas de contaminação do solo por elementos tóxicos podem ser resultantes de práticas industriais, como por exemplo, metalúrgicas, indústria aeroespacial, agroindústria, como uso de lodo de esgoto, fertilizantes e pesticidas; geração de energia a partir da queima de combustíveis fósseis, da planta nuclear e queima de resíduos sólidos, além de outros segmentos (WANG; CHEN, 2009; NICHOLSON et al, 2003; VEGLIÓ et al, 2003). A contaminação do solo por elementos potencialmente tóxicos ocorre também, pelo descarte inadequado de efluentes contendo estes elementos, consequentemente serão absorvidos pelos componentes do solo. Além disso, existe a possibilidade de contaminação dos animais que são consumidos por seres humanos, se estes consomem por um determinado tempo, plantas com níveis inadequados de elementos tóxicos. Algumas espécies de plantas são mais tolerantes que outras e, também, podem gerar compostos orgânicos que formam quelatos ou complexos organo-minerais, reduzindo a atividade desses elementos na solução do solo. Resultados de pesquisa mostram que o nabo forrageiro, por exemplo, apresenta maior potencial de redução da toxicidade de alumínio do que a ervilhaca e a aveia preta. Portanto, deve-se considerar a intercalação de culturas tolerantes com as menos tolerantes para a composição de adequados esquemas de rotação de culturas e, com isso, minimizar ainda mais os efeitos, principalmente de alumínio e manganês para as plantas. No entanto, a exposição dos organismos vivos às substâncias potencialmente tóxicas que incluem os elementos metálicos e semi-metálicos, como Cd, Ni e Pb, são inevitáveis em alguns níveis, visto que estes ocorrem naturalmente. Os elementos potencialmente tóxicos ocorrem naturalmente nos solos, e as concentrações de um elemento resultante de “processos naturais e sem a influência de atividades antropogênicas são referidos como antecedentes geoquímicos” (PATINHA et al, 2018). Sendo assim, os autores Patinha et al (2018) citam os elementos potencialmente tóxicos arsênio, cádmio, cobre, níquel e zinco como elementos de cautela, visto que normalmente estes elementos são acumulados nos organismos vivos e podem ocasionar efeitos adversos em seres humanos como câncer, doenças respiratórias e cardiovascular, disfunções hepáticas e neurológicas, e entre outros (KLAASSEN, 2008) Referências 1. ADRIANO, D.C. Trace elements in the terrestrial environment. New York: Springer-Verlag, 1986. 2. SEABRA, G. M. A presença do flúor nas águas subterrâneas da formação SERGI (jurássico superior) da bacia do recôncavo no estado da bahia, brasil. 2011, p. 29. Salvador. Monografia (Bacharel em Geologia). Universidade Federal da Bahia. Instituto de Geociências, Salvador-Ba, 2011. 3. CASTILHOS, Danilo D. et al. ACÚMULO DE CROMO E SEUSEFEITOS NA FIXAÇÃO BIOLÓGICA DE NITROGÊNIO E ABSORÇÃO DE NUTRIENTES EM SOJA. Pelotas/RS: [s.n.], 2001. 221-224 p. v. 7. 4. BALBINO MIGUEL, Paulo Sérgio et al. Efeitos tóxicos do alumínio no crescimento das plantas: mecanismos de tolerância, sintomas, efeitos fisiológicos, bioquímicos e controles genéticos. Juíz de Fora: [s.n.], 2010. 13-24 p. v. 24. 5. MALAVOLTA, E. Elementos de nutrição mineral de plantas. São Paulo: Ceres, 1980. 251 p.