Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 ___________________________________________________________________ AMANDA CAROLINA DE PAULA BARBOSA R.A.: 942122301 Curso: Direito Período/Módulo: DIR – 2NA Turno: Noite Professor: Marcelo Bueno Mendes Disciplina: História Do Direito Referência a Resenha: Resenha: A obra trata diretamente de uma das civilizações mais importantes para toda a história mundial, a Civilização Grega, especificamente iniciada com o aparecimento das Polis, até o surgimento dos primeiros tribunais. Com objetivo de expor toda a rica história de um mundo que deu origem a civilizações e sistemas bem estruturados. Ao tratar da história extensa que o estudo do Direto compõe, é indispensável a análise do mundo grego e toda sua composição de pensamento, pois hodiernamente muitas palavras e termos jurídicos são oriundos da sociedade Grega e todo seu sistema jurídico da antiguidade. Vivemos e aprendemos com o surgimento e desaparecimento de legislações e sistemas, bons e ruins, que quando aplicados a experiência e vivencia social foram bem sucedidas ou fracassadas. A autora subdivide sua narrativa em tópico para melhor compreensão de sua obra: 1. Introdução; 2. A escrita grega; 3. A lei grega escrita como instrumento de poder; 4. O direito grego antigo; 5. A retórica grega como instrumento de persuasão; 6. As instituições gregas; 7. Conclusão. Onde procura destrinchar os traços históricos, a analise teórica, discreta a seguir: Ao dar início a sua obra, a proeminência das pólis é notável no período de analise em questão pois Atenas será a principal das pólis e leva se fundamental papel no desenvolvimento da democracia e no desenvolvimento do pensamento crítico. A apesar do direito de Atenas ser seu maior destaque, não era considerado o Direito de toda a Grécia. Em seguida, a autora destaca o surgimento da escrita como um dos pontos fundamentais par a popularização do direito grego por ser considerada na época uma DE SOUZA, Raquel: O Direito Grego Antigo pag. 72 á 103 (Capítulo 4) em FUNDAMENTOS DA HISTÓRIA DO DIREITO. 2 nova tecnologia que permitira a codificação das leis e sua divulgação nos muros da cidade, o que teria sido a parca no monopólio da justiça para os aristocratas quando aliada a inscrições democráticas. Ainda na introdução, faz-se menção e uma pequena apresentação de dois legisladores atenienses: Drácon e Sólon. A Drácon é devida toda a introdução de importantes princípios do direito penal, como a distinção entre os diversos tipos de homicídio, diferenciando entre homicídio voluntário, homicídio involuntário e o homicídio em legítima defesa. Já a Sólon deve-se a criação de um código de leis, que alterou o código criado por Drácon e juntamente a procedência da reforma institucional, social e econômica. A finalização da introdução é feita com uma relevante menção de considerações do direito de Atenas, destacando a queda da tirania de Pisístrato em 510 a.C. que ocasionou da reação do povo ateniense com a eleição de Clístenes, posteriormente, considerado o pai da democracia grega atuando como forte legislador ao realizar uma verdadeira reforma e instaurou nova Constituição. Outro dentre os destaques, são as guerras Pérsicas que iniciam o que foi chamado de era clássica. Período este que consolida as principais instituições gregas: a Assembleia, Conselho dos Quinhentos (Boulê) e os Tribunas de Heliaia. Já no segundo tópico, a autora empenha-se em destacar a falta que a escrita fez para o direito grego, já que a maturidade da escrita só é atingida com o ocaso da civilização e em seu ressalto da relevância, afirma que não há como ter um sistema jurídico plenamente estabelecido sem um sistema de escrita. Indo além, a autora destaca o avanço dos gregos ao perceber que não podendo desenvolver os aspectos formais do direito, se apegaram a parte do direito que trato do uso da oratória. Em obra, o historiador Moses Finley, chama a atenção para essa característica dos gregos, os gregos preferiam falar e ouvir, Heródoto, por exemplo, fez leituras públicas da sua História; Platão exprimiu abertamente a sua desconfiança em relação aos livros; Sócrates conseguiu a sua reputação apenas com uma longa vida de conversação, já que não escreveu uma só linha. A característica grega se apresenta novamente ao deparar-se com a informação de que os escritores do século IV eram na sua maioria oradores e 3 professores de retórica, pois antes de todas as nomenclaturas destinadas ao direito grego, a mais pertinente reputação é a que o rotula como um “Direito Retórico”. Já em seu terceiro tópico, Raquel expõe a teoria mais aceita sobre o surgimento das leis escritas. A explicação mais predominante até o período teria sido a de que o ovo grego, em determinado ponto histórico (por volta do éculo VIII a.C.), começou a exigir leis escritas para assegurar melhor justiça por parte dos juízes da época, o real objetivo ser a o de remover o conteúdo das leis do controle de um grupo restrito de pessoas e coloca-lo em lugar aberto de livre acesso a todos. Junto a obra, outra percepção do fato é apresentada, nela a vinda escrita é vista como uma forma de dominação da elite, não como uma conquista populacional. Não entendo, entre as objeções a essa teoria está a falta de evidência de que a leis, posteriormente aos legisladores, estivessem sob controle exclusivo de determinados grupos da sociedade. Outra versão destacada na obra é a de Michael Gabarem, que consiste em dizer que a utilização da nova tecnologia pela cidade (polis) como um instrumento de poder sobre o povo, no que contestava que embora os magistrados judiciais possuíssem autonomia limitada, o poder absoluto continuava intocável. Ainda em seu terceiro tópico, é destacado que conforme a diversidade de ideias é fundamentada, as agitações sociais ganham seu lugar na história e em resposta a estas, muitas cidades buscam na nova tecnologia da escrita uma forma de controle e persuasão. À medida que suas cidades aumentavam em tamanho e complexidade, era cada vez mais conhecida a necessidade de um conjunto de normas oficiais escritas e publicamente divulgadas para que sua autoridade lhe fosse confirmada. Ainda sobre a escrita, Marcel Dettienne, em seu artigo, concluiu que a escrita, além de sua complexidade intrínseca para os povos antigos, estava confinada aos palácios e era privativa de especialistas letrados. E passa a ser “popular” quando surge em modelo alfabético, mercadores, poetas, artesãos e o povo em geral passam a utiliza-la. Já sobre o Direito Grego antigo, Raquel destaca que no começo de 900 a.C., a Grécia ainda não possuía leis oficiais e quanto menos um sistema de punição, o que 4 gera um causa populacional. Até que no meio do século VII a.C. foi estabelecida a primeira codificação de leis oficiais, que possuíam como fontes, duas categorias: fontes literárias e fontes epigráficas. Ainda de acordo com a obra, vale ressaltar que os gregos não emitiam tratados sobre o Direito, limitando-se apenas a tarefa de legislar (criar as leis) e administrar a justiça pela resolução de conflitos (o que fornece os primeiros traços do Direito Processual). Adicionalmente, a obra ressalta que embora todas as obras de grande influência e grandes autores, foram reescritas e comentadas, isso não ocorreu com a legislação. Ainda dentre o tópico, é ressaltada a for de classificação das leis gregas, utilizada por Michael Gagarin, que as subdividiu em Crimes (incluindo tort), família e processual. Sendo a categoria de crimes e tort: o homicídio; as leis estabelecidas por Zaleuco, que fixou penalidade para determinadas ofensas; os embriões do Direito Penal: as leis de Carondas; as leis de Sólon, que previam ema multa para estupros; e personalidade especifica para roubo. Sendo a categoriade família, leis sobre: casamento; sucessão; herança; adoção; legitimidade de filhos; escravos; cidadania; comportamento das mulheres em público, etc... Em relação ao direito processual, não era casual dispor de considerável informação, mas a relevância deste direito é evidenciada por Aristóteles em sua obra” Constituição de Atenas”. A autora ainda destaca que, como leis públicas, eram existentes as que regulavam as atividades e deveres políticos dos cidadãos, as atividades religiosas, econômicas (regiam o comércio), finanças, vendas, alugueis, o processo legislativo, relação entre cidades, construção de navios, dividas, etc... Ressalta ainda a distinção feita entre lei substantiva e lei processual na cultura. A lei processual trata dos meios e dos instrumentos pelos quais o fim deve ser atingido, regulando a conduta e as relações dos tribunais e dos litigantes com respeito a ligação em si, enquanto a lei substantiva é o próprio fim que a administração da justiça busca e determina a conduta e as relações com respeito aos assuntos litigados. 5 Um exemplo citado para evidenciar a evolução do Direito processual grego foi encontrado no estudo dos árbitros públicos e privados, sendo essas duas práticas comuns no período como alternativa a um processo judicial normal. Partindo ao quinto tópico, a autora da inicio declarando a ausência do que conhecemos hoje como juízes, promotores e advogados. Justificando assim o motivo pelo qual o direito grego não influenciou as sociedades subsequentes, alindo a justificativa a razão do direito grego se concentrar em mãos de amadores. Ainda que em mãos de amadores, os gregos possuíam uma característica própria desta civilização e de seus cidadãos que se aparenta na parte processual formada por litigantes, logógrafos e júri popular que se manifesta a retórica da persuasão. Robert Bonner reconhecia a importância dos oradores átocos e seus discursos como fonte de informação do direito. Ainda em seu quinto tópico, a autora relata que o direito grego através de seus tribunais formados por um júri composto por cidadãos comuns, enquanto na sociedade moderna, a administração da justiça está nas mãos de profissionais especializados. As sessões formadas pelo júri, trabalhava para julgar os casos, chamados de “dikasterias”, tinha início com a apresentação dos casos feita por um discurso contínuo de cada um dos litigantes, sendo algumas vezes sustentados por amigos e parentes como forma de testemunha. Cabia ao litigante convencer a maior parte de jurados e para isso valia-se de todos os truques possíveis, sendo o mais comum, o uso de logógrafos, escritores profissionais de discursos forenses. O que de acordo com a autora, pode-se considerar como os primeiros advogados da história. Ainda sobre, é destacado que os logógrafos objetivavam um discurso o mais natural possível para o seu litigante cliente. Robert Bonner cita vários usos de agentes que utilizavam serviços de pessoas com domínio de leis de prática jurídica, com banqueiros, pessoas que emprestavam dinheiro, políticos e homens de negócios. Ainda como peça fundamental, é destacado que por mais que pessoas influentes usufruíssem dos serviços, a figura do “sicofanta”, permitia que qualquer cidadão grego iniciasse uma ação pública. Partindo ao sexto tópico, a autora trata das instituições gregas, que de acordo com a obra, eram formadas pelos órgãos do governo e pela justiça e tribunais. 6 Sendo as instituições políticas que se ocupam do governo compostos pelo Conselho (incumbido de examinar, preparar e controlar as leis); pela Assembléia (incumbida de deliberar, decidir, eleger e julgar); pelos Estrategos (incumbidos de administrar a guerra, distribuir os impostos e dirigir a polícia); e pelos Magistrados (incumbidos de instruir os processos, ocuparem-se dos cultos e exercerem as funções municipais). Tratado mais especificadamente de acordo com Rafaela: A Assembléia (ekklêsia), era composta por todos os cidadãos homens, acima de 20 anos e de posse de seus direitos políticos. Sendo o órgão de maior autoridade, com atribuições legislativas, executivas e judiciárias. A autoridade emanava da proveniência de seu poder, que provinha do povo, porém, muita das vezes encontrava dificuldades para o exercício de sua soberania pela falta de execução dos projetos aprovados. O Conselho, era composto por 500 membros que trabalhavam como um auxiliar a Assembléia, a aliviá-la das atividades que requeriam dedicação total, funcionando como parlamento moderno. Os Estrategos, eram um número de dez, sendo eleitos pela Assembléia e tinham como função principal, comandas o exército de Atenas e a defesa nacional. Como atividade política, podiam convocar assembléias extraordinárias e assistir ás sessões secretas do Conselho. E por fim, os Magistrados, eram sorteados dentre os candidatos eleitos anualmente e constituíam a função de executar as sentenças de morte, inspecionar os mercados, os sistemas de água, o sistema de medidas e demais atividades relacionadas com a administração municipal. Partindo a Justiça e tribunais, pode-se destacar que o modelo ateniense tinha a soberania contida no povo, e somente a ele cabia administrar a justiça e resolver conflitos. As instituições atenienses, para a administração da justiça, podem ser agrupadas em duas categorias: Justiça Criminal e Justiça Civil. Tratado mais especificadamente de acordo com Rafaela: A Justiça Criminal era dividida em tribunais, sendo Areópago o mais antigo tribunal de Atenas, que no quarto século a.C., somente julgada casos de 7 homicídios premeditados ou voluntários, de incêndios e de envenenamento e seus membros eram ex-arcontes. O tribunal dos Efetas tinha seus membros designados por sorteio e tendo a função posterior ao tribunal de Areópago, sendo a ele enviadas as funções de casos tocantes a homicídio involuntário ou desculpável (como legítima defesa). A Justiça Civil tinha seus “Juízes dos demos”, intitulados por sorteio e eram considerados um arranjo que facilitava a vida dos habitantes do campo, evitando que tivessem de se dirigir á cidade para solicitar pequenos litígios. Também eram divididos em grupos de tribunais: os “árbitros”, a “heliaia” e os “nautodikai”. Os árbitros poderiam ser privados ou públicos e no caso de árbitros privados, eram escolhidos pelos litigantes e funcionava como um sistema rápido e econôm ico para a solução de litígios entre familiares; A heliaia foi uma grande demonstração de que o povo era soberano em matéria jurídica, por ser um tribunal que permitia que a maior parte dos processos fosse julgada por júris populares. E por fim, havia os juízes dos tribunais marítimos (nautodikai), que se ocupavam dos assuntos concernentes ao comércio e á marinha mercante, além das acusações contra os estrangeiros que usurpavam o título de cidadão. Partindo ao nono e último tópico abordado, Raquel inicia com a declaração de que dois mitos têm-se perpetuado em nossa cultura: o de que os gregos não eram fortes em direito e o da severidade das leis draconianas que tudo punia com a morte. Acrescenta ainda em sua conclusão que três fatos adicionais contribuíram para que o direito grego não ocupa a importância que é merecida. Primeiramente, o desenvolvimento da escrita e a publicação de textos em matéria durável. Segundamente, a obstinação dos gregos em não aceitar a profissionalização do direito. E em terceiro, devido ao tio de material da época para a produção de leis e textos escritos (madeira, pedra e papiro), associado à pequena reprodução de cópias, muito pouco material sobreviveu para servir aos estudiosos modernos do direito grego antigo. Ainda sobre, a autora destaca que, contrariamente ao pressuposto de que o direito começou a ser escrito na Grécia antiga, tão logo surgiu a escrita, para que o povo tivesseacesso as leis, os estudos publicados nos últimos anos reconhecem na 8 inscrição das primeiras leis escritas ema demonstração dede poder da cidade (pólis) sobre os cidadãos. Ao finalizar, enfatiza que os gregos antigos não só tiveram um direito evoluído, como influenciaram o direito romano e alguns de nossos modernos conceitos e práticas jurídicas: o júri popular, a figura do advogado na forma embrionária do logógrafo, a diferenciação de homicídios, a mediação e a arbitragem, a gradação das penas de acordo com a gravidade dos delitos e, finalmente, a retórica e eloquência forense. Após apresentado todo o conteúdo da obra, concluo em resenha a finalidade deste trabalho, a importância existente ao se tratar do Direito Grego Antigo como o embrião de toda a estrutura hoje existente no mundo jurídico e nível global. Destaco a relevância da obra e concluo que da sua extração informacional que ao pensar no direito como sistema e como ciência, infelizmente os gregos não nos deixaram um grande legado jurídico e até por este motivo se torna dificultoso se aprofundar nos estudos da Grécia antiga. Se por um lado os Gregos não nos forneceram um legado jurídico, por outro, seu legado filosófico e político é magnifico com referencia intelectuais utilizadas até hoje e um modelo por eles criado que se torna o ideal ao tratar de um conjunto social, a Democracia. A caso a base do Direito utilizado no mundo seja hoje Romana, é descrito na obra que o Direito Romano toma o direito grego como base para a estrutura de seus primeiros passos jurídicos e por tanto, a atuação grega foi fundamental para a criação do mundo do “dever ser”.
Compartilhar