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CAS - 01 DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB-mesclado

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Prévia do material em texto

CURSO DE APERFEIÇOAMENTO DE SARGENTOS
DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB
VOLUME ÚNICO
COMUM
CAS
IMPRESSO NA GRÁFICA DA EEAR
MINISTÉRIO DA DEFESA
COMANDO DA AERONÁUTICA
ESCOLA DE ESPECIALISTAS DE AERONÁUTICA
DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB
VOLUME ÚNICO
Texto Dialogado da Disciplina Doutrina e Planejamento
da FAB (DPL) do Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos
(CAS).
Edições(es):
1a Edição: SO BMA Refm De Lima – 2/2019
2a Edição: SO BMA Refm De Lima – 1/2020
3ª Edição: SO BMA Refm De Lima – 2/2020
4ª Edição: SO BMA Refm De Lima – 1/2021
5ª Edição: SO BMA Refm De Lima – 2/2021
Revisão Pedagógica:
Ten PED Vieira e Ten PED Érica
GUARATINGUETÁ – SP
2021
SO
BMA REFM DE LIMA
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO.........................................................................................................................1
CAPÍTULO 1 - DOUTRINA MILITAR.....................................................................................5
TÓPICO 1.1 - DOUTRINA MILITAR BRASILEIRA.............................................................7
TÓPICO 1.2 - PRINCÍPIOS DA DOUTRINA MILITAR AEROESPACIAL......................13
TÓPICO 1.3 - FONTES DA DOUTRINA MILITAR.............................................................16
CAPÍTULO 2 - PODER AEROESPACIAL.............................................................................22
TÓPICO 2.1 - A GUERRA AÉREA (CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA)..................22
TÓPICO 2.2 - TEORIAS DO PODER AÉREO E DO PODER AEROESPACIAL............28
TÓPICO 2.3 - PRINCÍPIOS DE GUERRA SOB A ÓTICA DO PODER AEROESPACIAL
.......................................................................................................................................................30
TÓPICO 2.4 - CARACTERÍSTICAS DO PODER AEROESPACIAL................................35
TÓPICO 2.5 - A DISSUASÃO...................................................................................................39
TÓPICO 2.6 - PODER AEROESPACIAL BRASILEIRO E SEUS ELEMENTOS............42
CAPÍTULO 3 - PLANEJAMENTO INSTITUCIONAL DA AERONÁUTICA...................51
TÓPICO 3.1 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA....................................................................51
TÓPICO 3.2 - FASES DO PLANEJAMENTO INSTITUCIONAL......................................55
TÓPICO 3.3 - DEFINIÇÃO DA MISSÃO...............................................................................59
TÓPICO 3.4 - DEFINIÇÃO DA VISÃO DE FUTURO..........................................................62
TÓPICO 3.5 - DEFINIÇÃO DOS VALORES NA FORÇA AÉREA BRASILEIRA...........64
CAPÍTULO 4 - ÁREA DE ATUAÇÃO: DIMENSÃO 22.......................................................71
TÓPICO 4.1 - A DIMENSÃO 22...............................................................................................71
REFERÊNCIAS...........................................................................................................................79
EEAREEAR CAS - CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB 11 / / 8888
APRESENTAÇÃO
Prezado Aluno(a), parabéns por sua matrícula neste Curso de Aperfeiçoamento de
Sargentos. Trata-se de um grande momento em sua carreira. 
Possivelmente, você já teve contato com parte dos assuntos que serão tratados nesta
apostila, entretanto o que se pretende é sistematizar este conhecimento a fim de capacitá-lo para
exercer as atribuições de um graduado em sua posição hierárquica, em que serão exigidos
conhecimentos e habilidades para assessorar superiores e orientar equipes compostas por
militares mais modernos.
Estudaremos como se estrutura a Doutrina Militar, o Poder Aeroespacial, o Planejamento
Institucional da Aeronáutica e a Área de Atuação: Dimensão 22.
No primeiro capítulo, abordaremos os aspectos que envolvem a Doutrina Militar, como
essa doutrina é executada em nosso território nacional, os princípios da doutrina militar
aeroespacial e suas fontes.
No segundo capítulo, trabalharemos o Poder Aeroespacial, desde o início até sua
evolução e demais aspectos importantes sobre esse assunto.
O terceiro capítulo está pautado no Planejamento Institucional da Aeronáutica, sua
fundamentação, fases e definições da missão, visão e valores de futuro.
Para finalizarmos, realizaremos algumas reflexões a respeito do tema Dimensão 22 e as
três principais ações executadas pela FAB.
Parabéns novamente e votos de sucesso em seus estudos!
AD ASTRA ET ULTRA!
EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS FORMAÇÃO (DEPF)
22 / / 8888 CAS - CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB EEAREEAR
ESTRUTURA DA DISCIPLINA
A disciplina “Doutrina e Planejamento da FAB”, pertencente ao Campo Militar e à área
das Ciências Militares, tem como objetivos específicos:
a) Descrever as características e as fontes da Doutrina Militar Aeroespacial (Cp);
b) Identificar o poder aeroespacial na história e no contexto atual (Cn);
c) Explicar a relevância e a dissuasão no poder aeroespacial (Cp);
d) Demonstrar como o planejamento institucional da FAB pode promover a eficácia na
administração da Aeronáutica (Cp);
e) Apontar as características da Missão, Visão e Valores contidas na Concepção
estratégica da FAB (Cn); e
f) Definir Dimensão 22 e suas principais características (Cn).
Buscando atingir os objetivos específicos, a disciplina contará com uma carga horária de
38 (trinta e oito) tempos para instrução e 04 (quatro) tempos para avaliação, distribuídos em 04
(quatro) unidades didáticas: 
1) Doutrina Militar Aeroespacial
2) Poder Aeroespacial Brasileiro
3) Introdução ao Planejamento Institucional da FAB
4) Dimensão 22
EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS FORMAÇÃO (DEPF)
EEAREEAR CAS - CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB 33 / / 8888
A Unidade 1 está estruturada da seguinte forma:
1. DOUTRINA MILITAR AEROESPACIAL
Objetivo específico da Unidade 1:
a) Descrever as características e as fontes da Doutrina Militar Aeroespacial (Cp);
SUBUNIDADE OBJETIVOS OPERACIONALIZADOS
1. CARACTERÍSTICAS,
PRINCÍPIOS E FONTES
DA DOUTRINA
MILITAR
a) Identificar as características da doutrina militar brasileira (Cp);
b) Apontar os princípios da doutrina militar aeroespacial (Cp);
c) Exemplificar as fontes da doutrina militar aeroespacial (Cp); 
d) Descrever a Doutrina Militar Aeroespacial a partir da
comparação de suas características, princípios e fontes (Cp).
A Unidade 2 está assim estruturada:
2. PODER AEROESPACIAL BRASILEIRO
Objetivos específicos da Unidade 2:
a) Identificar o poder aeroespacial na história e no contexto atual (Cn); e
b) Explicar a relevância da dissuasão no poder aeroespacial (Cp).
SUBUNIDADE OBJETIVOS OPERACIONALIZADOS
1. PODER
AEROESPACIAL
a) Citar o processo histórico relacionado à Guerra Aérea e ao Poder
Aeroespacial (Cn);
b) Identificar as Teorias do Poder Aéreo e do Poder Aeroespacial (Cn);
c) Enunciar os Princípios de Guerra sob a ótica do Poder Aeroespacial
(Cn); e
e) Enunciar as Características do Poder Aeroespacial (Cn).
2. PODER
AEROESPACIAL E
DISSUASÃO
a) Explicar como se estabelece a dissuasão e sua relevância no
contexto do Poder Aeroespacial (Cp).
3. PODER
AEROESPACIAL
BRASILEIRO E SEUS
ELEMENTOS
a) Enunciar os Elementos que constituem o Poder Aeroespacial
Brasileiro (Cn).
EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS FORMAÇÃO (DEPF)
44 / / 8888 CAS - CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB EEAREEAR
A Unidade 3 está assim estruturada:
3. INTRODUÇÃO AO PLANEJAMENTO INSTITUCIONAL DA FAB
Objetivos específicos da Unidade 3:
a) Demonstrar como o planejamento institucional da FAB pode promover a eficácia na
administração da Aeronáutica (Cp); e
b) Apontar as características da Missão, Visão e Valores contidasna Concepção estratégica da
FAB (Cn).
SUBUNIDADE OBJETIVOS OPERACIONALIZADOS
1. FUNDAMENTAÇÃO
TEÓRICA
a) Identificar a fundamentação teórica de planejamento institucional
(Cp).
2. SISTEMÁTICA DE
PLANEJAMENTO DA
AERONÁUTICA
a) Apontar a contribuição da Sistemática de Planejamento e Gestão
Institucional da Aeronáutica no planejamento institucional (Cp);
b) Descrever as fases do planejamento institucional (Cp); e
c) Demonstrar como o planejamento institucional ao ser aplicado no
contexto da FAB promove a eficácia na administração da
Aeronáutica (Cp).
3. CONCEPÇÃO
ESTRATÉGICA:
MISSÃO, VISÃO,
VALORES
a) Caracterizar a Missão da Aeronáutica contida em sua concepção
estratégica (Cn);
b) Identificar a Visão da Aeronáutica contidos em sua concepção
estratégica (Cn); e
c) Enunciar os Valores da FAB, contidos em sua concepção
estratégica (Cn).
Por fim, a Unidade 4 está assim estruturada: 
4. DIMENSÃO 22
Objetivo específico da Unidade 4:
a) Definir Dimensão 22 e suas principais características (Cn).
SUBUNIDADE OBJETIVOS OPERACIONALIZADOS
1. INTRODUÇÃO À
DIMENSÃO 22
a) Identificar as características da Dimensão 22 (Cn).
b) Conceituar “Controlar, Defender e Integrar” no contexto da
Dimensão 22 (Cn).
EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS FORMAÇÃO (DEPF)
EEAREEAR CAS - CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB 55 / / 8888
CAPÍTULO 1 - DOUTRINA MILITAR
Olá! Ao longo da leitura você observará algumas estratégias das quais
utilizamos para facilitar a sua compreensão. Queremos que nosso contato
seja proveitoso, agradável e que essa fase da sua vida seja lembrada pelo
sucesso alcançado por meio de seu esforço e dedicação. Passaremos
algumas horas juntos e, a todo momento, dialogaremos sobre assuntos
com os quais você convive diariamente. É importante destacar que você
será o “ator” nesta construção da própria aprendizagem. Leia e responda
todos os questionamentos, respeite os marcadores, pois a metodologia
utilizada na confecção do material busca minimizar dúvidas, produzir
reflexões e desenvolver a sua aprendizagem e habilidades necessárias.
Compreender, interpretar, analisar e avaliar são pontos importantes para
a sua aprendizagem. Esperamos que nossa convivência contribua para seu
aperfeiçoamento de habilidades necessárias para seu sucesso profissional.
Veja isso!
Texto1 – Compilação de textos e notícias do site do 
Ministério da Defesa (MD) com assuntos ligados à 
Defesa Nacional. Disponível no AVA [20 p.]. 
Texto2 – Doutrina Militar de Defesa – DMD. Disponível 
em: <https://www.gov.br/defesa/pt-
br/arquivos/File/legislacao/emcfa/publicacoes/md51a_ma
_04a_doutrinaa_militara_dea_defesaa_2aa_ed2007.pdf>.
Vídeo1 – Doutrina Militar – A alma de um exército. 
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?
v=w8rVJrsH0mA>.
BREVE “AQUECIMENTO” EM RELAÇÃO AO ASSUNTO “DOUTRINA”
Considerando que a proposta da disciplina é fazer uma introdução aos temas “Doutrina e
Planejamento da FAB”, uma forma de abordar o assunto (em uma visão didática, e não de
EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS FORMAÇÃO (DEPF)
https://www.youtube.com/watch?v=w8rVJrsH0mA
https://www.youtube.com/watch?v=w8rVJrsH0mA
https://www.gov.br/defesa/pt-br/arquivos/File/legislacao/emcfa/publicacoes/md51a_ma_04a_doutrinaa_militara_dea_defesaa_2aa_ed2007.pdf
https://www.gov.br/defesa/pt-br/arquivos/File/legislacao/emcfa/publicacoes/md51a_ma_04a_doutrinaa_militara_dea_defesaa_2aa_ed2007.pdf
https://www.gov.br/defesa/pt-br/arquivos/File/legislacao/emcfa/publicacoes/md51a_ma_04a_doutrinaa_militara_dea_defesaa_2aa_ed2007.pdf
66 / / 8888 CAS - CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB EEAREEAR
aplicação militar) é fazer uma visualização em camadas. Deve-se observar que o termo
DOUTRINA não é específico do meio militar, outras áreas do conhecimento também o utilizam.
Pequenas diferenças em relação à compreensão de conceitos podem gerar conflitos
durante a execução de uma ação militar. Ações militares são complexas, são dispendiosas, e
muitas envolvem dilemas próprios do ser humano. Na atualidade, muitas das ações militares
acontecem por meio de coalizões de Forças “distintas”, além de ser necessário enfrentar
combates assimétricos. Desse modo, é necessário padronizar o entendimento de princípios,
diretrizes, normas, conceitos e procedimentos. Essa padronização é feita pela Doutrina.
Considerando que um dos objetivos da Doutrina Militar é padronizar conceitos, para que
Forças Militares (distintas e com características próprias), operando juntas, tenham a mesma
compreensão de diretrizes, normas e procedimentos, torna-se necessário partir da definição do
que (e a que) estou me referindo quando utilizo o termo “Doutrina Militar”. Aqui se torna
necessário “pensar sobre” todo o significado da profissão militar (suas características e
especificidades, seus códigos internos de conduta e sua cultura organizacional, além de outros
aspectos). Neste momento de nossa discussão, poderíamos trazer fatos, história, e cultura de
Forças Militares de outras nações. Iríamos concluir que, apesar de válidas, muitas “regras
doutrinárias” de determinado país não fizessem sentido para nós, visto que se aplicam,
especificamente, ao contexto cultural daquele país.
Isso nos levaria a pensar que neste universo da doutrina militar, poderíamos fazer um
recorte (uma nova camada), e focarmos na doutrina militar brasileira. Porém, mesmo “aqui”,
também poderíamos trazer para o debate, não apenas a doutrina de cada Força, mas das Forças
Auxiliares que possuem “doutrinas específicas” para o cenário em que atuam (a função das
Forças Auxiliares não é a “Defesa” do modo como trabalhamos o conceito nas FA). Também se
deve compreender que há ações das FA que não são tipicamente de Defesa, mas são afetas ao
cumprimento de atribuições subsidiárias.
Novamente, precisaríamos considerar mais uma camada: a Doutrina Militar de Defesa, no
sentido da doutrina que deve ser comum às FA, que de fato atuam na “Defesa Nacional” (aqui no
conceito que lhe é aplicado na própria Constituição Federal). Então prosseguiríamos com nossas
“camadas”, e chegaríamos à Doutrina Aeroespacial, e na sequência, à Doutrina Militar
Aeroespacial. 
EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS FORMAÇÃO (DEPF)
EEAREEAR CAS - CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB 77 / / 8888
TÓPICO 1.1 - DOUTRINA MILITAR BRASILEIRA
O que a Força Aérea “pensa” sobre determinado assunto? Você já se fez
essa pergunta? A Doutrina de uma Força se encarrega de sistematizar
esse pensamento. Vamos fazer um “voo rasante” para conhecer um
pouquinho mais sobre esse tema?
A Doutrina Militar Brasileira é estabelecida pelo Ministério da Defesa (MD) em
consonância com a política do Estado Brasileiro. Para facilitar a compreensão da amplitude da
aplicação dos conceitos de Doutrina nos diversos contextos das Forças Armadas (FA), como já
dito, propõe-se visualizar o tema em forma de uma “espiral”, ou seja, ao mesmo tempo em que
suas partes estão alinhadas, há uma hierarquia entre os conceitos, semelhante a uma visão em
camadas. Vamos às definições de Doutrina, Doutrina Militar e Doutrina Militar de Defesa,
encontradas no MD35-G-01, 5ª edição (MD, 2015), que dispõe sobre o Glossário das FA.
DOUTRINA – Conjunto de princípios, conceitos, normas e procedimentos,
fundamentadas principalmente na experiência, destinado a estabelecer linhas
de pensamentos e a orientar ações, expostos de forma integrada e harmônica.
DOUTRINA MILITAR – Conjunto harmônico de ideias e de entendimentos que
define, ordena, distingue e qualifica as atividades de organização, preparo e
emprego das Forças Armadas.Englobam, ainda, a administração, a
organização e o funcionamento das instituições militares.
DOUTRINA MILITAR DE DEFESA – Parte da doutrina militar brasileira que
aborda as normas gerais da organização, do preparo e do emprego das Forças
Armadas, quando empenhadas em atividades relacionadas com a defesa do
País. Seus assuntos relacionam-se diretamente com a garantia da soberania e
da integridade territorial e patrimonial do país, além da consecução dos
interesses nacionais. (MD, 2015, p. 94, grifo nosso).
EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS FORMAÇÃO (DEPF)
88 / / 8888 CAS - CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB EEAREEAR
NOTA: para nosso estudo, a primeira definição deve ser entendida no seu sentido
LATO, e as seguintes devem ser entendidas no sentido ESTRITO.
A Doutrina Militar sistematiza orientações com foco em como agir, portanto não são um
conjunto de regras imutáveis, devido a sua própria dinamicidade. Ela se vale da experiência
acumulada, constituindo-se no que pode ser comparado a um “caderno de boas práticas”, além
de tornar-se uma referência que contribui para a educação e para o treinamento, conforme se
pode observar na citação que segue, extraída do Prefácio da DCA 1-1, Vol I, que dispõe sobre a
Doutrina Básica da FAB:
A Doutrina, em seu significado mais amplo, é o conjunto de princípios,
conceitos, normas e procedimentos, exposto de forma integrada e
harmônica, destinado a estabelecer linhas de pensamentos e a orientar
ações. A formulação doutrinária é fundamentada principalmente na
experiência e deve refletir as melhores práticas até então conhecidas e
aprovadas. (EMAER, 2020).
Além das definições supracitadas, o item 1.4.5 do MD51-M-04 (MD, 2007), que dispõe
sobre a Doutrina Militar de Defesa (DMD), afirma que
A Doutrina Militar de Defesa brasileira aborda os fundamentos doutrinários,
que visam ao emprego de forças militares na defesa da Pátria e em outras
missões previstas na Constituição Federal, nas leis complementares e em
outros diplomas legais. As concepções para a organização e o preparo das FA
não constituem objeto desta publicação, tendo em vista que esses fundamentos
são estabelecidos pelos respectivos Comandos de Força. Dessa forma, esta
publicação deve ser complementada por documentos operacionais que
contenham conceitos, normas e procedimentos. (MD, 2007, p. 12, grifo nosso).
Esse recorte da DMD mostrou um conceito envolvendo os Comandos de cada Força.
Portanto, deve ser observado que o MD estabelece os fundamentos doutrinários e, a partir daí,
cada Força estabelece sua doutrina com base em suas peculiaridades, porém alinhada com a
DMD. Com isso, chegamos à Doutrina Aeroespacial.
EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS FORMAÇÃO (DEPF)
EEAREEAR CAS - CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB 99 / / 8888
Quanto à Doutrina Aeroespacial, o MCA 10-4 (EMAER, 2001), Manual do COMAER
que dispõe sobre o Glossário da Aeronáutica, traz as seguintes definições (observe que os
conceitos e definições se complementam):
DOUTRINA AEROESPACIAL – Conjunto de princípios e normas orientadores
do preparo e emprego do Poder Aeroespacial da Nação, em tempos de paz ou
em período de conflito.
DOUTRINA BÁSICA DA FORÇA AÉREA BRASILEIRA – Conjunto de
princípios e normas fundamentais que orientam o preparo e o emprego da
Força Aérea Brasileira. A formulação da Doutrina Básica da Força Aérea
Brasileira é um processo que evolui em função da conjuntura nacional e
internacional, dos objetivos nacionais, das novas concepções de emprego das
Forças Armadas e dos novos desenvolvimentos tecnológicos. Situa-se em um
quadro mais amplo da Doutrina Militar, uma vez que deve guardar coerência
com os princípios de emprego conjunto ou combinado das Forças Armadas.
(EMAER, 2001, p. 57).
Após as reflexões mencionadas e a observação da imagem anterior, você
saberia explicar a aplicação da expressão Doutrina Militar?
A Doutrina Militar de Defesa se decompõe nas doutrinas de cada Força. No âmbito da
FAB, a DCA 1-1 (EMAER, 2020), que dispõe sobre a Doutrina Básica da Força Aérea Brasileira
(DBFAB), tem a finalidade de fixar princípios e conceitos que orientam o preparo e o emprego
da FAB (Doutrina Militar Aeroespacial). 
Na reedição de 2020, a DCA 1-1 passou a ser composta por dois volumes (Vol I e II). Em
síntese, o Volume I aborda os aspectos históricos, conceituais e acadêmicos da Doutrina
Aeroespacial e o Volume II concentra-se no aspecto operacional da Força, com foco nas Tarefas
e Ações de Força Aérea.
EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS FORMAÇÃO (DEPF)
1010 / / 8888 CAS - CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB EEAREEAR
A Doutrina Militar Aeroespacial estabelece como deve ser executado o preparo e o
emprego do pessoal, aeronaves, plataformas espaciais, armamentos, instalações, equipamentos e
sistemas. 
NOTA: Para se aprofundar nos conceitos de “Preparo” e “Emprego”, consulte a DCA
55-40 (EMAER 2019), que dispõe sobre a Adjudicação de Meios de Preparo e Emprego.
Considerando-se que Doutrina Militar é algo “dinâmico”, é importante destacar que, em
uma visão macro, outros documentos estratégicos, no âmbito da FAB, corroboram com a
formação do conceito da Doutrina da FAB.
Os principais documentos estratégicos que expandem a doutrina relativa ao seu preparo e
emprego são a DCA 1-1 (DBFAB – Doutrina Básica da FAB, Vol I e II); DCA 11-45 (Concepção
Estratégica – Força Aérea 100); PCA 11-47 (PEMAER – Plano Estratégico Militar da
Aeronáutica); e NSCA 1-1 (Sistema de Doutrina Militar Aeroespacial – SIDMAE), dentre outros
documentos de nível estratégico, os quais são desdobramentos da Doutrina Militar de Defesa
com aplicação específica no contexto da FAB. 
De acordo a DBFAB (EMAER, 2020, Vol I), a Doutrina Militar Aeroespacial divide-se
em três níveis: estratégico, operacional e tático, conforme Figura 1.
NOTA: diferente daquilo que normalmente é encontrado em outras literaturas, que
apresentam o nível tático como intermediário, no âmbito das FA, o escalonamento entre os
níveis decisórios estão dispostos na ordem: Estratégico, Operacional e Tático (Fig. 1).
EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS FORMAÇÃO (DEPF)
FIGURA 1: NÍVEIS DA DOUTRINA DA FAB
FONTE: (NSCA 1-1, 2013, P. 14).
EEAREEAR CAS - CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB 1111 / / 8888
Segundo a DBFAB (EMAER, 2020, Vol I, p. 13), no âmbito da FAB, a Doutrina Militar
Aeroespacial em Nível Estratégico é de competência do Estado-Maior da Aeronáutica (EMAER)
e abrange os princípios e os conceitos que orientam o preparo e o emprego da FAB. 
A Doutrina em Nível Operacional é de competência dos Órgãos de Direção Setorial e dos
Órgãos de Assistência Direta e Imediata ao Comandante da Aeronáutica (ODSA).
NOTA: Para saber quais são esses Órgãos, veja o Texto5 (na midiateca), ou consulte o
Decreto nº 6.834/2009 (com alterações pelo Decreto 9.077/2017) disponível no link a seguir.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Decreto/D6834.htm
Nesse nível são definidos os conceitos, as normas e os procedimentos que orientam o
planejamento, a execução e o controle das Ações de Força Aérea em uma operação militar ou em
uma operação aeroespacial, e deve ser estabelecida em concordância com os princípios e
conceitos da Doutrina em Nível Estratégico.
A Doutrina em Nível Tático, também sob competência dos Órgãos de Direção Setorial e
dos Órgãos de Assistência Direta e Imediata ao Comandante da Aeronáutica (ODSA), define as
normas e os procedimentos a serem seguidos na execução das Ações de Força Aérea, que
sustentam o emprego do PoderMilitar Aeroespacial, em concordância com os conceitos, as
normas e os procedimentos preconizados na Doutrina em Nível Operacional.
EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS FORMAÇÃO (DEPF)EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS FORMAÇÃO (DEPF)
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Decreto/D6834.htm
1212 / / 8888 CAS - CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB EEAREEAR
Veja
isso!
Texto3 – DCA 55-40, Adjudicação de meios de preparo e emprego. 
(Veja o cap. 2, para distinguir os conceitos de Preparo e Emprego). 
Disponível em: <http://www.sislaer.intraer/asp/download.asp?
codigo=3504&tipo_midia=2&iIndexSrv=1&iUsuario=0&obra=4392
&tipo=2&iBanner=0&iIdioma=0>.
Texto4 – NOPREP/OPR/22 (COMPREP, 2021). Disponível em: 
<http://www.comprep.intraer/manuais_eletronicos/noprep/Colet
%c3%a2nea%20de%20NOPREP%20OPR/NOPREP%20OPR
%2022A%20-%20SISTEMA%20DE%20DOUTRINA%20MILITAR
%20AEROESPACIAL.pdf>.
Texto5 – Definições de ODG, ODS, ODSA e ODGSA. Disponível no 
AVA [3 p.]. 
Tudo bem até aqui? Tenho certeza de que você “saiu inteiro” desse nosso
primeiro voo sobre esse tema tão apaixonante!
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http://www.comprep.intraer/manuais_eletronicos/noprep/Colet%C3%A2nea%20de%20NOPREP%20OPR/NOPREP%20OPR%2022A%20-%20SISTEMA%20DE%20DOUTRINA%20MILITAR%20AEROESPACIAL.pdf
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TÓPICO 1.2 - PRINCÍPIOS DA DOUTRINA MILITAR AEROESPACIAL
Você já se perguntou sobre a razão de haver tantos documentos normativos
no âmbito de nossa profissão?
Que tal prosseguirmos em nossa jornada, no sentido de conhecermos melhor
a Doutrina de nossa própria Instituição? Vamos juntos?
Veja
isso!
Texto6 – NSCA 1-1, Sistema de Doutrina Aeroespacial. 
Disponível em: <http://www.sislaer.intraer/asp/download.asp?
codigo=6&tipo_midia=2&iIndexSrv=1&iUsuario=0&obra=13&t
ipo=2&iBanner=0&iIdioma=0>. Veja o Cap. 2.
Prezado(a) Cassiano(a), antes de prosseguirmos será necessário harmonizar o significado
de “princípios” para o nosso tema em estudo. Dentre diversos significados encontrados, Santos
(2015) nos dá uma explicação bastante apropriada para o contexto de nossa discussão.
Os princípios, além de serem a origem, a base de sustentação da norma,
também são ideias mais genéricas – de onde podem ser extraídas concepções e
intenções para a criação de outras normas, ou onde se encontra sustentação
em caso de lacunas na sua aplicação. Princípios são os alicerces da norma,
são o seu fundamento em essência, são o refúgio em que a norma encontra
sustentação para racionalizar a sua legitimação, são a base de onde se extrai o
norte a ser seguido por um ordenamento [...]. (SANTOS, 2015, p. 1).
A DBFAB (EMAER, 2020, Vol I, p. 12) define Princípio como “[...] a base orientadora da
Doutrina, alicerçada na teoria e nas convicções éticas da FAB”. Essa base orientadora são os
fundamentos (no sentido de um referencial que se admite como “ponto de partida”) da Doutrina
Aeroespacial.
Quando se afirma que a Doutrina da FAB é um conjunto de “princípios” e normas que
orientam o preparo e o emprego da FAB, a Doutrina da FAB (como conceito) pode ser descrita
como um conjunto de fundamentos (de referenciais) que se constituem no “ponto de partida”
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1414 / / 8888 CAS - CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB EEAREEAR
para o estabelecimento das normas doutrinárias, e apoia-se em dois pilares: base teórica e
convicções éticas da Instituição (o “core de valores”, no sentido de Valores Centrais da Força).
Princípios são as premissas teóricas, alinhadas aos valores da profissão militar e da
Instituição que funcionam como base para o estabelecimento de normas doutrinárias
relacionadas ao Poder Militar Aeroespacial. Aqui poderíamos considerar essas premissas teóricas
como “princípios basilares” que fundamentam os diversos documentos normativos em relação ao
preparo e emprego dos meios aéreos. De certa forma, é uma parte da doutrina que, em tese, não
será alterada. É uma base (um ponto de partida) e que se mantém nas reedições dos documentos
doutrinários.
Um exemplo que pode ajudar na compreensão do conceito é colocá-lo ao lado das “fontes
da doutrina”. Consideremos, de forma hipotética, que fôssemos atualizar um procedimento
doutrinário (há um processo específico que orienta como isso deve ser feito). Em tese, iríamos
analisar o histórico desse procedimento que está sendo alterado, levando em consideração os
“fatores que influenciaram” a necessidade de mudança e sua “origem” (a fonte doutrinária de
nosso procedimento). Durante nossa análise será necessário verificar se a mudança que será
proposta não fere algum “princípio”, algum ponto da doutrina que “não deve ser alterado”, sob o
risco de “quebrarmos” princípios (que no nosso caso podem ser fundamentos operacionais já
estabelecidos como concretos ou princípios na esfera da ética e dos valores de nossa
profissão/Instituição). Em síntese, Princípios são fundamentos que devem ser observados e
mantidos e dos quais não se deve abrir mão.
Para fins de comparação, considere outro exemplo de seu cotidiano: certamente há alguns
procedimentos em seu ambiente de trabalho que obedecem a “regras rígidas”, e que não podem
ser violadas por razões de “quebrar princípios” que foram estabelecidos. Isso também se aplica à
Doutrina. 
E então? Você observou que os conceitos estão relacionados entre si?
Conseguiu identificar a importância de se conhecer os aspectos teóricos
de nossa profissão?
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EEAREEAR CAS - CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB 1515 / / 8888
Vamos fazer
algumas
anotações!
- Procure no texto, as palavras-chave que melhor
representam o que foi estudado até aqui.
- Faça uma lista dessas palavras-chave seguida de um
breve comentário.
- A partir da leitura delas, tente reconstruir o que foi
visto.
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1616 / / 8888 CAS - CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB EEAREEAR
TÓPICO 1.3 - FONTES DA DOUTRINA MILITAR
Você pode estar se perguntando: “Tá, mas de onde surgiu isso? Baseado
em que isso tudo está sendo afirmado”? Aí é que entram as fontes da
Doutrina.
As fontes da Doutrina Militar são uma ampla gama de vetores que fomentam o processo
de desenvolvimento doutrinário. Essas fontes são teorias e estratégias vigentes, a análise das
experiências históricas, as alterações na política nacional, os impactos relacionados aosurgimento de novas tecnologias e a influência de fatores contextuais e operacionais. Como já se
afirmou, a Doutrina é um processo dinâmico, encontrando-se em constante evolução. Sua
elaboração e atualização é composta por diversos níveis, devendo ser observado que a Doutrina
Aeroespacial encontra-se alinhada a outros documentos de nível superior. 
A Doutrina Militar não se fundamenta apenas nas próprias experiências, ela se atualiza
regularmente por meio da apropriação e adequação de experiências e práticas de outras nações à
realidade brasileira. 
Outra fonte permanente para estabelecimento da Doutrina Militar são as teorias
desenvolvidas por estudiosos das guerras e, no caso da Doutrina Aeroespacial, do emprego do
Poder Aéreo como Arma. Essas teorias agregam novos conceitos e, via de regra, são
experimentadas em exercícios e operações militares para validar sua sistematização.
No caso da DBFAB, os exercícios e operações militares também compõem o escopo de
atualização do conjunto doutrinário da Força, principalmente no contexto atual, em que a FAB
tem marcado presença em exercícios combinados, com a participação de Forças de nações
amigas, e em diapasão com as novas tecnologias embarcadas nas novas aeronaves incorporadas
ao acervo da FAB. 
Com o avanço de tecnologias aplicadas ao ambiente militar, os jogos de guerra e as
simulações também vêm sendo incorporados ao rol de fontes doutrinárias. Cabe destacar que o
avanço tecnológico é exponencial e tem sido um forte agente de mudanças (agente portador de
futuro). No contexto da Doutrina Aeroespacial, esse avanço vai além das Tecnologias da
Informação e Comunicação (TIC). 
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EEAREEAR CAS - CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB 1717 / / 8888
Para ampliar a percepção do conceito e das fontes da Doutrina e suas influências nos
destinos da Força, as Figuras 2 e 3 demonstram os principais fatores que influenciam e que são
influenciados pela Doutrina, e isso ocorre nos diversos níveis. No caso da Doutrina Militar
Aeroespacial, isso não é diferente, daí se afirmar que a Doutrina é dinâmica e que deve ser
atualizada constantemente, valendo-se de experiências que combinam prática e teoria.
FIGURA 2: FATORES QUE INFLUENCIAM A FORMULAÇÃO DA DOUTRINA
FONTE: (MD35-D-02, P. 13).
FIGURA 3: FATORES INFLUENCIADOS PELA DOUTRINA
FONTE: (MD35-D-02, P. 13).
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1818 / / 8888 CAS - CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB EEAREEAR
Vamos fazer
algumas
anotações!
- Procure no texto, as palavras-chave que melhor
representam o que foi estudado até aqui.
- Faça uma lista dessas palavras-chave seguida de um
breve comentário.
- A partir da leitura delas, tente reconstruir o que foi visto.
Agora, que
tal uma
pausa?
Parabéns por ter avançado até aqui! Está na hora de fazer
uma pausa.
Lembre-se de que o descanso e a reflexão fazem parte do
estudo.
Está na hora
de resumir!
A partir de suas anotações, reconstrua com suas palavras
todo o estudo em um ou dois parágrafos, ou se preferir,
elabore um mapa mental ou um infográfico sobre o texto.
Exercícios para Aprendizagem do Capítulo.
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EEAREEAR CAS - CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB 1919 / / 8888
Bem, agora que você já cumpriu uma etapa da missão, que tal avaliar seu
grau de assimilação em relação ao conteúdo que foi visto neste capítulo?
Não se preocupe caso não saiba responder prontamente. A proposta é que
você consulte as suas anotações ou produza um debate com algum
companheiro. Vale consultar o texto dialogado. O importante é que você
resolva as questões a seguir.
 1. O que você compreendeu sobre o tema Doutrina Militar Brasileira? Como você
explicaria esse conceito para alguém? Quais argumentos e quais partes do texto você
usaria para firmar seu parecer? Imagine que você fosse explicar o assunto para um
“novinho”, o que você lhe diria? Expresse suas ideias a seguir.
 2. Como você explicaria o link que há entre a Doutrina Militar e a Doutrina Aeroespacial? E
por falar em Doutrina Aeroespacial, existe diferença entre ela e a Doutrina Militar
Aeroespacial? Qual é (ou quais são)? Utilize o espaço abaixo.
 3. Se você fosse ministrar uma aula sobre os Princípios da Doutrina Militar Aeroespacial e
dispusesse de apenas cinco minutos, utilizando no máximo três slides, quais seriam os
conteúdos desses slides? Indique no espaço abaixo.
 4. Construa um mapa mental que possibilite uma visão macro das fontes da Doutrina
Militar. Insira nesse seu mapa mental, os fatores que influenciam e que são influenciados
pela Doutrina. Como ficou? Discuta sobre ele no fórum da Disciplina.
 5. Leia o texto a seguir: 
“O Exercício Carranca foi desenvolvido para tornar-se referência e servir de fórum de
discussões. Atuando como laboratório de novas doutrinas para atividade SAR, a manobra
inclui o treinamento exclusivo de coordenação e execução das missões componentes das
operações de busca e salvamento. Em 2015, no período de 2 a 13 de março, mais de 350
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2020 / / 8888 CAS - CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB EEAREEAR
militares de todo Brasil participam da quarta edição do Exercício Carranca, na Base
Aérea de Florianópolis (BAFL)”. (Recorte de matéria publicada no Portal da FAB, menu:
Operações Militares).
Justifique a importância desse Exercício no contexto da Doutrina da FAB.
6. Dadas as sentenças relativas às características estratégicas contidas na DCA 1-1
(EMAER, 2020), que dispõe sobre a Doutrina Básica da Força Aérea Brasileira (DBFAB).
I - A responsabilidade pela sua edição cabe aos ODSA. 
II - Seu conteúdo encontra-se em harmonia com a Doutrina Militar de Defesa. 
III - Seu conteúdo é baseado nos manuais táticos específicos que orientam o emprego
da FAB. 
IV - Trata-se de um documento de nível estratégico em relação à Doutrina Militar
Aeroespacial.
Está(ão) correta(s) somente:
a) I.
b) I - IV.
c) II - III.
d. II - IV.
7. Leia o texto a seguir:
“Parte da Doutrina Militar Brasileira que aborda as normas gerais da organização, do
preparo e do emprego das Forças Armadas, quando empenhadas em atividades relacionadas com
a defesa do País”. (MD, 2015. Glossário das Forças Armadas, MD35-G-01).
A descrição fornecida se refere ao conceito de:
a) Doutrina Militar Conjunta.
b) Doutrina Militar de Defesa.
c) Doutrina Militar de Emprego.
d) Doutrina Militar Aeroespacial.
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EEAREEAR CAS - CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB 2121 / / 8888
8. Estreitando-se a compreensão da Doutrina Militar Brasileira para o contexto
aeroespacial, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir.
( ) A Doutrina Aeroespacial é um conceito amplo que faz menção ao Poder Aeroespacial e
todos os seus elementos constituintes.
( ) A Doutrina Básica da FAB (DBFAB) faz menção ao Poder Militar Aeroespacial,
tratando, especificamente do emprego do elemento FAB.
( ) Diferente da DBFAB, a Doutrina Aeroespacial ordena seus níveis decisórios em
estratégico, tático e operacional.
( ) A doutrina em nível estratégico é atribuição do Estado-Maior da Aeronáutica
(EMAER).
A sequência correta é:
a) F – F – V – V.
b) V – V – F – F.
c) V – V – F – V.
d) F – V – F – F.
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2222 / / 8888 CAS - CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB EEAREEAR
CAPÍTULO 2 - PODER AEROESPACIAL
TÓPICO 2.1 - A GUERRA AÉREA (CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA)
Este tópico tem o capítulo 3.1, do Vol I, da DBFAB (EMAER, 2020) como
base textual (com adaptações para adequação do conteúdo). 
Você gosta de história? Se sua resposta for “sim”: você se deu bem…
Caso contrário, terá que se abrir para uma varredura pela história da
aviação, tudo bem? Conto com seu esforço.
Historicamente, foi um padre brasileiro, Bartolomeu de Gusmão, quem pela primeira vez
ascendeu um aeróstato utilizando ar quente, em 1709, como princípio de sustentação. Esse
personagem abriu o caminho para o emprego militar no ambiente aeroespacial, cujo episódio
inicial teria ocorrido em 1792, na Guerra Revolucionária francesa. Daí em diante, mormente com
o propósito de observação e, posteriormente, regulando o tiro da artilharia de campanha.
A partir de 1849, os balões seriam utilizados em uma nova função. Tropas austríacas
empregaram aeróstatos para transportar granadas que seriam lançadas quando esses dispositivos
sobrevoassem a cidade de Veneza, em uma primeira tentativa de explorar aquelas características
que distinguiriam a guerra aérea. Entretanto, esses primeiros aeróstatos não possuíam
dirigibilidade, ficando à mercê dos ventos, o que muitas vezes limitava seu emprego. Somente
com o advento da capacidade de direcionar o movimento, transformando balões em dirigíveis,
surgiu a possibilidade de emprego que viria a contextualizar de forma mais contundente a guerra
aérea. Novamente um brasileiro, Alberto Santos-Dumont, se distinguiria nessa empreitada.
Quando em 1901 e 1906 conquistou, respectivamente, a dirigibilidade nos balões e ascendeu de
forma controlada e autônoma em uma aeronave mais pesada que o ar.
O episódio que marcou a introdução na guerra do conceito de aeronave desenvolvido por
Santos-Dumont foi a Guerra Ítalo-turca, na Líbia, em 1911. Experiências semelhantes àquelas
registradas pelos pilotos italianos nesse conflito foram conduzidas na Guerra dos Bálcãs, de 1912
a 1913. Entretanto, pode-se considerar a 1ª Guerra Mundial como aquela que testemunhou uma
guerra aérea de intensidade relevante. Nela, pôde-se observar praticamente todas as funções que
hoje desempenham as aeronaves. Aperfeiçoaram-se as técnicas de observação a partir do ar,
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EEAREEAR CAS - CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB 2323 / / 8888
surgidas com os balões e as aeronaves empregaram equipamento de fotografia para identificar
concentrações de tropas, alvos, redutos de defesa e linhas de comunicação do oponente. Por fim,
surgiram os primeiros combates aéreos, quando as aeronaves opostas se encontravam no ar.
Há que se destacar que, em 1915, o Brasil fazia sua primeira tentativa de usar um avião
como instrumento de poder aéreo em operações militares, durante um movimento sedicioso em
um dos estados da Federação. O tenente Ricardo Kirk armou três aeronaves Morane-Saulnier
com bombas para combater os separatistas. Da mesma forma, durante a 1ª Guerra Mundial, o
Exército e a Marinha do Brasil se preocuparam com a emergência da guerra aérea.
Em 1917, o Exército enviou dois tenentes à Aéronautique Militaire para aprender como
iniciar sua aviação no Brasil. A Marinha, por outro lado, designou alguns pilotos para treinar
com o Royal Naval Air Service, que posteriormente realizariam missões de patrulha marítima em
Plymouth.
Ainda na Guerra de 1914, foi ressaltado um fator que estaria presente em toda a história
da guerra aérea: a tecnologia. Equipamentos com características de voo superiores, tais como
velocidade, razão de subida, manobrabilidade (capacidade de fazer curvas rápidas) e armamento
sucederam-se nas linhas de produção, reforçando as Forças Aéreas. A tecnologia, associada a
uma empírica doutrina aérea, permitiu o desenvolvimento de novos tipos de aeronaves, que
executariam missões diferenciadas: o bombardeio aéreo, o transporte logístico, a evacuação de
enfermos e a interceptação aérea.
No período entre as guerras mundiais houve uma desmobilização das Forças Aéreas
formadas para a 1ª Guerra Mundial. Alguns países, como a Grã-Bretanha, descobriram novas
funções para as suas aeronaves, empregando-as nos conflitos coloniais em ações contra rebeldes
locais que se insurgiam contra o domínio imperial. Surgia o controle aéreo, uma forma mais
econômica de substituir as tropas de superfície na tarefa de manter as possessões ultramarinas.
Por sua vez, a Guerra Civil espanhola foi um laboratório para novos equipamentos aéreos e
novas táticas de emprego, quando as Forças Aéreas desenvolveram novas aeronaves e testaram
sua eficácia. O transporte aéreo assumiu uma nova dimensão com a operação da Força Aérea
Alemã (Luftwaffe) no transporte de soldados através do Mediterrâneo, destacando efeitos
marcantes nas batalhas terrestres desse conflito. Nessa mesma Guerra, desenvolveram-se
técnicas e táticas de apoio aéreo aproximado, permitindo uma ampliação da cooperação entre a
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2424 / / 8888 CAS - CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB EEAREEAR
Força Aérea e a Força Terrestre, por meio de planejamento conjunto e aperfeiçoamento das
comunicações.
Com a eclosão da 2ª Guerra Mundial, a guerra aérea adquiriu uma significativa
maturidade pois, a partir de então, não era mais possível se pensar em guerra sem a participação
das aeronaves. Na Europa, a aviação alemã resgatou a mobilidade perdida no conflito anterior,
por meio das invasões na Polônia, França e União Soviética, quando surgiu um novo conceito de
emprego, a guerra-relâmpago (ou Blietzkrieg). Posteriormente, em resposta, a campanha de
bombardeio estratégico conduzida pela Grã-Bretanha e pelos EUA contra a Alemanha significou
um desgaste considerável na Luftwaffe e na economia alemã. Depois da Normandia, a
sincronização das ações aéreas com o avanço terrestre foi fundamental na derrota alemã, não
somente do lado ocidental, mas também quando se observa a campanha soviética de reconquista
dos territórios invadidos. No Atlântico, a campanha antissubmarino e de patrulhamento marítimo
permitiu que os comboios navais entregassem os suprimentos e as tropas necessárias para a
continuidade da guerra. No Pacífico, as batalhas navais mudaram sua configuração, pois os
navios não mais combatiam entre si como no passado. A aeronave embarcada e aquelas que
operavam no litoral passaram a ter um papel relevante naquilo que se denominou batalha
aeronaval. Ainda nesse cenário, o bombardeio à longa distância infligiu danos severos ao Japão,
obrigando-o a capitular. As operações aéreas na Europa e Atlântico, assim como aquelas
desenvolvidas no Pacífico, contribuíram sobremaneira para a vitória dos Aliados.
A participação do Brasil na guerra aérea desse conflito iniciou-se com a criação da FAB,
em 1941. Esta não foi uma tarefa fácil, devido às diferenças de experiência, doutrina,
equipamento, propósito, treinamento e logística, que caracterizaram a consolidação das aviações
do Exército e da Marinha em uma força aérea independente. Em 1942, o Brasil decidiu se juntar
ao esforço de guerra ao lado dos Aliados e, em menos de dois anos, a recém-criada FAB fora
obrigada a lidar com a ameaça ao transporte marítimo no Atlântico Sul e enviar contingentes
para a frente italiana. O batismo de fogo da FAB ocorreu em três contextos bem diferentes: na
participação do 1º Grupo de Aviação de Caça, o Senta a Púa; na atuação da 1ª Esquadrilha de
Ligação e Observação, Olho Neles; e na caça aos submarinos italianose alemães ao longo do
litoral brasileiro conduzida pelas aeronaves de patrulha marítima.
A partir da 2ª Guerra Mundial a guerra aérea tornou-se uma realidade em todos os
conflitos. As aeronaves assumiriam um papel de independência nos combates, mas também
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EEAREEAR CAS - CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB 2525 / / 8888
seriam integradas às operações de superfície, seja cooperando com o exército ou tripulando as
embarcações nos navios-aeródromo.
Encerrado o grande conflito em 1945, consolidam-se duas potências militares que iniciam
uma luta pelo predomínio político e pela influência nas diversas regiões do globo. A Guerra Fria
foi um período em que as Forças Aéreas direcionavam sua preocupação para a capacidade de
bombardeio nuclear, ora utilizando a aeronave, ora por meio do uso dos mísseis
intercontinentais. Esse tipo de arma desencadeou a corrida pelo espaço.
Apesar de a Guerra Fria não ter escalado para o confronto direto entre os EUA e a URSS,
alguns conflitos regionais colocaram em choque as ambições capitalistas e comunistas em
guerras como as da Coréia (1950-1953) e do Vietnã (1965 a 1972). O conflito no Vietnã foi
emblemático no contexto da guerra aérea pois, além de diversas inovações no campo
tecnológico, como as bombas de precisão, os equipamentos de interferência eletrônica, a
consolidação das aeronaves a reação, o emprego de helicópteros em combate, dos mísseis ar-ar e
superfície-ar, uma realidade viria a ter impacto significativo na doutrina: o dilema entre a guerra
aérea convencional e a guerra contra uma insurgência.
No Oriente Médio, a criação do estado de Israel desencadeou uma série de conflitos entre
os judeus e os árabes, sendo o mais marcante deles a Guerra dos Seis Dias na qual, em 1967,
testemunhou-se uma das ações mais espetaculares do poder aéreo. A Operação Moked, na qual a
Força Aérea Israelense atacou bases aéreas e aeródromos egípcios, praticamente destruindo a
Força Aérea Egípcia no solo. Nessa operação, foram fundamentais o trabalho de inteligência, o
treinamento e a doutrina de que se valeram os israelenses para obter uma vitória decisiva.
O ano de 1982 trouxe a guerra aérea para o continente sul-americano, quando argentinos
e britânicos lutaram na Guerra das Falklands/Malvinas (1982), considerada, do ponto de vista da
guerra aérea, uma guerra aeronaval. A guerra demonstrou a importância da projeção de poder, as
limitações do emprego naval sem a devida proteção aérea e a diferença tecnológica em termos de
equipamento e de processo de planejamento e condução de operações militares.
Nos anos de 1990, foi a Guerra do Golfo (1991) o evento mais marcante, que pode ser
reconhecida como o apogeu da guerra aérea. Tanto na Operação Desert Shield quanto na Desert
Storm, a aviação da Coalizão desempenhou um papel fundamental para o seu sucesso. Nesse
conflito inúmeros fatores mereceram destaque, como o esforço logístico de transporte aéreo de
tropas e suprimentos para a campanha militar. Pela primeira vez, os EUA requisitaram aviões
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2626 / / 8888 CAS - CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB EEAREEAR
comerciais para o transporte de tropas para o teatro de operações. Nessa Guerra, a
responsabilidade pelo planejamento e condução das operações aéreas foi centralizado em um
comandante único, o que representou uma grande conquista no conceito de operação conjunta e
combinada, fator não observado no Vietnã. Nos primeiros dias da campanha, o foco foi a
desestruturação da capacidade de comando e controle iraquiana, inclusive com a tentativa de
decapitação da sua liderança. A fase de superioridade aérea eliminou a Força Aérea Iraquiana,
destruída em solo. Obtido o domínio do ar, o esforço voltou-se para a destruição das forças
blindadas, artilharia de campanha e concentrações da Guarda Republicana Iraquiana. Concluída
essa fase, a guerra terrestre desenvolveu-se em curto espaço de tempo, no qual foram alcançados
os objetivos políticos da Coalizão, cuja superioridade tecnológica, doutrina e treinamento foram
decisivos nos combates. Outro fator importante foi a presença das capacidades espaciais como
fator multiplicador da força. Alguns teóricos chegaram a afirmar que essa teria sido a primeira
guerra espacial da história, pois o domínio espacial se justapunha ao domínio aéreo e, a partir
daquele momento, fazia sentido a definição de ambiente aeroespacial.
Na esteira do sucesso de 1991, a guerra aeroespacial seria observada entre 1992 e 1995,
na Bósnia (Operação Deliberate Force), em Kosovo, entre 1998-1999 (Operação Allied Force),
no Afeganistão, a partir de 2001 (Operação Enduring Freedom) e no Iraque em 2003 (Operação
Iraq Freedom). Nesses conflitos, pode-se observar, em maior ou menor intensidade, a negação
do uso do espaço aéreo, o ataque em larga escala aos alvos terrestres, bombardeio às estruturas
de importância estratégica, guerra contra insurgentes, utilização de forças especiais e guias
aéreos avançados, aeronaves não tripuladas, apoio de fogo às forças de superfície e a imensa
superioridade tecnológica americana, em especial aquela decorrente do uso de sistemas de
navegação e comunicação a partir do espaço exterior.
No presente momento, apesar do foco que se tem dado aos conflitos ditos de baixa
intensidade decorrente das experiências recentes, cuja natureza de emprego é caracterizada pelo
combate na forma de guerrilha, contra insurgência ou contra o terrorismo, observa-se, em face
das características geopolíticas, um retorno à discussão da guerra convencional, em especial no
contexto das grandes operações militares entre pares. A ascensão de novas potências globais, que
venham a contestar a predominância unipolar dos EUA, ressuscita no debate da guerra aérea o
caráter primordial na luta pelo controle do ar. Nesse ponto, surge a necessidade de se repensar a
discussão teórica sobre Poder Aéreo, fruto dessa evolução da história da guerra e da guerra aérea.
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EEAREEAR CAS - CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB 2727 / / 8888
Interessante conhecer (ou relembrar) tudo isso, não é mesmo? Após essa
viagem no tempo e seleção de tantos fatos importantes para a evolução da
Força Aérea e a proteção do território nacional, passamos a compreender
e a significar nosso trabalho diário, dando continuidade e
aperfeiçoamento ao trabalho iniciado por essas figuras históricas, as
quais são lembradas por suas condutas inovadoras nos conflitos. Na
posição de integrantes da Força Aérea Brasileira, precisamos saber
recontar essa história.
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2828 / / 8888 CAS - CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB EEAREEAR
TÓPICO 2.2 - TEORIAS DO PODER AÉREO E DO PODER AEROESPACIAL
Este tópico tem o capítulo 3.2 e 3.3, Vol I, da DBFAB (EMAER, 2020)
como base textual (com adaptações para adequação do conteúdo).
Cassiano(a), é assim que lhe chamam em sua Unidade não é? Vamos
prosseguir. Apesar de toda discussão histórica do progresso da Força
Aérea Brasileira que realizamos no texto anterior, você sabia que o papel
da FAB na Defesa Nacional não se restringe ao espaço aéreo destinado ao
voo? “Arregalou os olhos”? 
A guerra aeroespacial é travada em uma dimensão possuidora de características próprias,
que seriam distintivas das operações na superfície. Contudo, o reconhecimento dessa realidade
não foi obtido apenas de forma empírica. Para dar consistência a essenovo domínio da guerra,
foram necessárias formulações teóricas que sustentassem o conceito de emprego de aeronaves
em combate, surgindo a Teoria do Poder Aéreo.
A teoria, irmanada com a observação da experiência histórica, forma a essência de uma
doutrina. A experiência é adquirida por meio da prática (a guerra em si), das simulações
(treinamentos, jogos de guerra, estudos históricos) ou pela troca de conhecimentos (parcerias
internacionais ou observação da experiência alheia). No que tange à teoria, trata-se de um
produto de pessoas (e às vezes escolas, centros de desenvolvimento, think tanks) que antecipam
proposições, normalmente à luz de pesquisas e hipóteses, transformando-as em base sistemática
de análise em determinado campo do conhecimento.
Em verdade, a Teoria do Poder Aéreo, face à crescente presença e importância da arma
aérea no campo de batalha, tem progressivamente ampliado seu escopo. A inclusão da dimensão
do espaço exterior e do ciberespaço, conjugados à dimensão aérea, transforma-a em Teoria do
Poder Aeroespacial.
Sobre o tema, teorias subsidiárias identificam esse domínio de forma separada do
contexto aéreo, em função de características físicas distintas, apesar de sua contiguidade
(diferença entre aerodinâmica e astrodinâmica). Em verdade, as atuais aeronaves não têm
condições de operar no espaço exterior, assim como os satélites ou outros dispositivos similares
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EEAREEAR CAS - CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB 2929 / / 8888
apenas transitam pelos ares até atingirem seu ambiente de operação, comumente acima dos 100
km da superfície terrestre. Apesar dessas limitações tecnológicas, hoje não há mais como se
conceber uma Teoria de Poder Aeroespacial que não contemple o uso das potencialidades
(telecomunicações, imagens, posicionamento geográfico, digitalização etc.) advindas do espaço
exterior. Assim, faz sentido o entendimento contemporâneo de que a guerra no ar e no espaço
não mais se restringe aos enfrentamentos entre aeronaves.
O Poder Aeroespacial consiste na projeção da parcela do Poder Nacional que resulta da
integração dos recursos de que a Nação dispõe para a utilização do espaço aéreo e do espaço
exterior, quer como instrumento de ação política e militar quer como fator de desenvolvimento
econômico e social, visando conquistar e manter os objetivos nacionais.
NOTA: Os Elementos que compõem o Poder Aeroespacial Brasileiro serão detalhados
em tópico específico.
Veja isso!
Vídeo2 – FAB TV – Modernização da Indústria 
Aeroespacial Brasileira. Disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=Qn8bFIQlnKU>.
Vamos fazer
algumas anotações!
- Procure no texto, as palavras-chave que melhor
representam o que foi estudado até aqui.
- Faça uma lista dessas palavras-chave seguida de
um breve comentário.
- A partir da leitura delas, tente reconstruir o que
foi visto.
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https://www.youtube.com/watch?v=Qn8bFIQlnKU
3030 / / 8888 CAS - CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB EEAREEAR
TÓPICO 2.3 - PRINCÍPIOS DE GUERRA SOB A ÓTICA DO PODER AEROESPACIAL
Este tópico tem o capítulo 3.5, Vol I, da DBFAB (EMAER, 2020) como
base textual (com adaptações para adequação do conteúdo).
Vamos conhecer sob quais Princípios de Guerra o Poder Aeroespacial
atua? 
Veja isso!
Vídeo3 – FABTV - FAB na História - Década de 40. Disponível
em: <https://www.youtube.com/watch?v=Mmuz5pYk4LE>.
Vídeo4 – FAB TV - FAB na História - déc 50 e 60. Disponível 
em: <https://www.youtube.com/watch?v=AwQL5Bqikco>.
Vídeo5 – FAB na História - Décadas de 70 e 80. Disponível 
em: <https://www.youtube.com/watch?v=DTAg1Eos0ts>.
Vídeo6 – FAB na História - Décadas de 90 e 2000. Disponível 
em: <https://www.youtube.com/watch?v=2IPmNMa6mqA>.
Elementarmente, os princípios de guerra foram desenvolvidos a partir de observações e
análises de batalhas terrestres e, em alguns casos, para a batalha naval. Portanto, esses princípios
devem ser adaptados à luz da guerra aérea e aeroespacial.
Os princípios de guerra foram deduzidos ou analisados por estudiosos do fenômeno da
guerra aérea e revelados a partir da experiência obtida na história dos conflitos, em cujos
contextos houve significativa participação de meios aéreos. Os princípios, quando aplicados aos
problemas militares, requerem flexibilidade intelectual e criatividade na sua utilização, não
devendo ser encarados como leis absolutas (rígidas e inflexíveis) de conduta. Eles orientam o
planejamento e a conduta das operações de combate ou de qualquer outra natureza, sendo
consolidados na forma de palavras, expressões ou ideias que traduzem condutas sugeridas, cujo
contexto e tantas outras variáveis determinarão a maior ou menor ênfase, sua presença ou
ausência, a observância ou não.
Os princípios de guerra estão conceituados na Doutrina Militar de Defesa. Em face das
recentes evoluções no fenômeno da guerra e pela demanda de interpretações próprias, no âmbito
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https://www.youtube.com/watch?v=2IPmNMa6mqA
https://www.youtube.com/watch?v=DTAg1Eos0ts
https://www.youtube.com/watch?v=AwQL5Bqikco
https://www.youtube.com/watch?v=Mmuz5pYk4LE
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da FAB, os seguintes princípios de guerra serão apresentados sob a ótica da guerra aeroespacial:
Economia de Forças ou de Meios, Exploração, Manobra, Massa, Moral, Objetivo, Ofensiva,
Prontidão, Segurança, Simplicidade, Surpresa, Unidade de Comando. Apesar de se referirem a
eventos da guerra aeroespacial, o cumprimento de ações em todo o espectro da guerra (paz, crise
ou conflito armado), seja em exercícios, operações ou ações independentes, demanda a
observância de princípios de guerra.
ECONOMIA DE FORÇAS OU DE MEIOS
Os Meios Aeroespaciais e de Força Aérea possuem alto valor agregado, crescente
complexidade científico-tecnológica e demandam intensa capacitação para a operação das
plataformas e sistemas d’armas. Em face dessas condicionantes, a quantidade de meios
disponíveis para emprego (tanto recursos materiais quanto humanos) exige que seu emprego seja
realizado de forma judiciosa, voltado para a obtenção de efeitos mormente de caráter estratégico,
aproveitando a oportunidade de se atingir o centro de gravidade. Dessa forma, o esforço
prioritário da campanha deve preceder sobre a dispersão de meios que objetivem esforços
secundários.
EXPLORAÇÃO
Aquele que planeja e conduz uma campanha aeroespacial, de qualquer natureza, deve
estar consciente e ser perspicaz do potencial que um sucesso inicial pode trazer para a
continuidade das ações. Haja vista a possibilidade de rapidamente mobilizar seus recursos e
explorar a terceira dimensão sobre o teatro de operações, o Poder Aeroespacial pode
proporcionar a todas as forças em combate aproveitamento de êxito inicial. Esse princípio está
diretamente ligado à consciência situacional do comandante e à sua capacidade de comando
centralizado.
MANOBRA
No âmbito da guerra aeroespacial a manobra está associada a duas perspectivas. A
primeira delas compartilha a ideia de movimento, cujo espaço físico é a variável predominante.
Para tanto, observa-se a capacidade intrínseca aos Meios Aeroespaciais de Força Aérea em se
deslocar e se posicionar no espaço de batalha. Essa capacidade contribui sobremaneira com
aspectos relacionados à liberdade de movimento, desdobramento e gera opções de configuração
da posição das forças na campanha militar. A segundaperspectiva do princípio da manobra está
associada à variável tempo. Explorando a velocidade, principalmente, busca-se colocar o inimigo
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3232 / / 8888 CAS - CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB EEAREEAR
em desvantagem quanto à sua capacidade de decisão, interferindo efetivamente em sua
habilidade de comandar e controlar.
MASSA
Esse princípio, em decorrência da evolução tecnológica aeroespacial que ampliou
sobremaneira a precisão no emprego de armamento, tem sofrido uma variação conceitual. A
guerra aeroespacial tem demonstrado que a quantidade de meios, outrora um fator essencial nas
operações aéreas, cede espaço à ideia de massa na obtenção de efeitos.
Obviamente que é desejável ser superior ao inimigo em termos de quantidade, porém o
conceito de massa, atualmente, não significa essencialmente maior número, tampouco maior
concentração de meios em pontos decisivos. O princípio da massa, no âmbito da guerra
aeroespacial moderna, está diretamente relacionado aos efeitos resultantes das Ações de Força
Aérea.
MORAL
O estado de ânimo ou a atitude mental das tripulações de combate é um fator decisivo
para o sucesso da campanha aeroespacial. A história demonstra que forças aéreas motivadas e
imbuídas do espírito de corpo podem obter sucessos significativos contra inimigos cujas
aeronaves sejam de maior valor quantitativo e, mesmo, qualitativo. A manutenção do moral na
guerra é alcançada por uma boa liderança, senso de disciplina consciente, preocupação com o
bem-estar da tropa e uma clareza nos propósitos da missão. Importante também destacar o efeito
positivo que as aeronaves obtêm sob o moral das forças amigas que se sentem protegidas e
negativo, sobre as forças inimigas que se veem fustigadas pelas ações aéreas.
OBJETIVO
Princípio mestre na guerra aeroespacial, o estabelecimento de objetivos de guerra provê
foco para a atuação do Poder Aeroespacial. Preservadas as características de clareza e coerência,
sempre com o foco prioritário de atuação de forma estratégica, a ideia-chave é a de perseverança
no objetivo. Muitos são os exemplos históricos nos quais mudanças precipitadas no objetivo
levaram ao fracasso. A questão que se impõe, portanto, é o julgamento criterioso, levando-se em
conta todas as variáveis, da pertinência da manutenção do objetivo ou da necessidade de alterá-
lo.
OFENSIVA
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EEAREEAR CAS - CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB 3333 / / 8888
Os principais teóricos do Poder Aeroespacial consideram que esse é um princípio de
especial atenção, igualando-o em importância ao princípio do objetivo. A ofensiva deve estar na
gênese de toda campanha aeroespacial. Por meio da obtenção da iniciativa das ações, a ofensiva
obriga o oponente a reagir, ao invés de agir. Assim, obtém-se uma vantagem valiosa sobre o ciclo
de decisão do adversário, impondo-se o ritmo desejado.
PRONTIDÃO
Outro princípio de elevada importância para o Poder Aeroespacial, a prontidão significa
estar em condições de colocar em prática todas as capacidades demandadas em uma guerra
aeroespacial. Dessa forma, demandam ações desde o tempo de paz, que exigem planejamento e
treinamento, de forma que não haja solução de continuidade nos momentos de conflito. Na
campanha aeroespacial em si, a prontidão se revela na forma de atendimento premente às
demandas dos níveis operacional e estratégico, essencialmente voltadas ao cumprimento de
objetivos das fases da campanha conjunta.
SEGURANÇA
Consiste na preservação da capacidade de combate do Poder Aeroespacial. Envolve
medidas que reduzam vulnerabilidades, assegurem a disponibilidade dos Meios Aeroespaciais,
mantenham a habilidade em exercer as funções de comando e controle e, em última instância,
conservem o potencial de infligir efeitos estratégicos e nos centros de gravidade do adversário.
SIMPLICIDADE
No âmbito da guerra aeroespacial, a simplicidade observa-se na forma como se planejam
as Ações de Força Aérea, na conjugação dos meios em determinado cenário tático, na elaboração
de um plano de campanha aeroespacial e nas decisões tomadas ao longo da condução dessa
campanha. A simplicidade está associada à plena compreensão dos objetivos, à comunalidade de
conceitos, à facilidade de coordenação das ações e à eficiência na obtenção de resultados.
SURPRESA
Esse princípio se revela por meio de ações que obtenham efeitos decisivos sobre o
adversário, de forma inesperada, levando-o a uma paralisia, momentânea ou mais duradoura.
Essa paralisia está associada inegavelmente à capacidade de reagir, por conseguinte, afeta o ciclo
de decisão do oponente. A paralisia será estratégica quando a ação que explore a surpresa leve o
inimigo a tornar-se incapaz, física ou mentalmente, de responder com alguma efetividade ao
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3434 / / 8888 CAS - CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB EEAREEAR
estímulo recebido. Na guerra aeroespacial, a exploração das características de velocidade,
alcance e penetração dos Meios Aeroespaciais é fundamental para a obtenção da surpresa.
UNIDADE DE COMANDO
A unidade de comando, que decorre da premissa do controle centralizado e da execução
descentralizada, tem se demonstrado essencial no contexto de campanhas aeroespaciais. As
demandas de coordenação no uso do espaço aéreo, na sinergia para alcance dos objetivos da
campanha militar, no aproveitamento da capacidade estratégica do Poder Aeroespacial, exigem
que a autoridade aeroespacial no teatro de operações seja atribuída a um único comandante com
experiência nessa atividade. Tal fato é essencial não somente para que a cooperação entre as
forças singulares alcance um grau ótimo de eficiência, mas também para que se evite o
fratricídio.
Vamos fazer
algumas
anotações!
- Procure no texto, as palavras-chave que melhor
representam o que foi estudado até aqui.
- Faça uma lista dessas palavras-chave seguida de um
breve comentário.
- A partir da leitura delas, tente reconstruir o que foi visto.
Agora, que tal
uma pausa?
Parabéns por ter avançado até aqui! Está na hora de
fazer uma pausa.
Lembre-se de que o descanso e a reflexão fazem
parte do estudo.
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TÓPICO 2.4 - CARACTERÍSTICAS DO PODER AEROESPACIAL
Este tópico tem o capítulo 3.6, Vol I, da DBFAB (EMAER, 2020) como
base textual (com adaptações para adequação do conteúdo).
Você “curte” filmes de guerra? Mesmo que não aprecie, imagino que você
já tenha assistido a pelo menos um deles. Você notou o quanto o poder
aéreo é decisivo para o resultado da guerra?
Decorridos vários anos de emprego de aeronaves em conflitos armados e em situações de
não guerra, é possível agrupar-se propriedades que dão ao Poder Aeroespacial identidade própria.
Características do Poder Aeroespacial podem ser fatores de potencialização da força ou atuarem
como limitadoras de seu emprego.
ALCANCE
Está relacionado ao potencial das aeronaves e das plataformas espaciais para atingir
objetivos a grandes distâncias, em função de propriedades como, por exemplo, autonomia,
capacidade de reabastecimento em voo, cargas externas, tipo de órbita no caso de satélites, entre
outras. 
FLEXIBILIDADE OU VERSATILIDADE
Apesar de não serem sinônimos, flexibilidade e versatilidade, no âmbito do Poder
Aeroespacial, expressam características concorrentes. Em ambasestão implícitas as ideias-
síntese de maleabilidade, rapidez e facilidade nos movimentos, mutabilidade e mudança. Os
Meios Aeroespaciais podem assumir funções distintas de forma rápida, cujos impactos podem
variar desde o nível tático até o nível político. Um mesmo meio pode variar de destino ou alvo
em voo, pode gerar efeitos cinéticos ou não e cumprir distintas Ações de Força Aérea.
MOBILIDADE
Resulta da habilidade do pessoal, das aeronaves, dos armamentos, dos equipamentos e
dos sistemas de Força Aérea para, de imediato, desdobrarem-se de um aeródromo para outro,
operando com igual ou maior efetividade.
PENETRAÇÃO
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3636 / / 8888 CAS - CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB EEAREEAR
Característica que provém da capacidade que as aeronaves e as plataformas espaciais
possuem para adentrar o território do oponente, a despeito das defesas inimigas ou dos
obstáculos naturais.
PERSPECTIVA
Consiste na atuação a partir da terceira dimensão do espaço de batalha, o que fornece
ampla perspectiva e consciência situacional. O advento dos veículos orbitais dilatou essas
características superando em muito a limitação da impermanência das aeronaves.
PRECISÃO
Consiste no emprego de armamento aéreo com alto grau de precisão. Pequenas
concentrações de Poder Aeroespacial, com armas de precisão, no local exato e no tempo certo,
podem produzir efeitos muito superiores à quantidade dos meios envolvidos. Essa característica
minimiza danos colaterais, reduz custos e esforço logístico.
PRONTA-RESPOSTA
É a consequência da habilidade do Poder Aeroespacial para reagir, imediatamente, a uma
demanda, empregando meios na dimensão adequada, no local preciso e no momento oportuno.
TECNOLOGIA
Conjunto de conhecimentos aplicados na atividade aeroespacial, oriundo das pesquisas
científicas, geralmente derivando em produtos, sistemas ou aperfeiçoamentos que inovam no
emprego das aeronaves e seus sistemas d’armas. O Poder Aeroespacial é essencialmente uma
arma de cunho tecnológico. Naturalmente, essa característica pode também redundar em ponto
fraco, quando a sensibilidade e o domínio das evoluções científico-tecnológicas não forem
acompanhados pela Instituição e obtidas sua autonomia.
VELOCIDADE
Decorre do potencial das aeronaves para percorrer, rapidamente, grandes distâncias. A
velocidade pode ser utilizada na obtenção da surpresa e permite reduzir o tempo de exposição
dos Meios Aeroespaciais à ação do inimigo, aumentando sua capacidade de sobrevivência.
CUSTOS
Naturalmente, resultam do alto valor investido na aquisição, na operação e na
manutenção de aeronaves, plataformas espaciais, armamentos, instalações, equipamentos e
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sistemas, bem como do tempo e dos esforços despendidos na formação de recursos humanos
especializados.
DEPENDÊNCIA DE TECNOLOGIA
Resulta do fato de o emprego efetivo do Poder Aeroespacial ser muito sensível às
evoluções científico-tecnológicas, porque no mundo moderno faz-se necessário o domínio de
tecnologias para se operar aeronaves de última geração e seus sistemas d’armas, engenhos
espaciais, e comunicações/monitoramento por satélite.
DEPENDÊNCIA DE INFRAESTRUTURA
Tem origem na necessidade de instalações e de equipamentos especializados para o
desenvolvimento, o preparo, o lançamento, a sustentação e o acolhimento de aeronaves, sistemas
d’armas e de plataformas espaciais. Tal fato restringe a operação desses artefatos a aeródromos e
locais apropriados, mesmo que por tempo reduzido.
FRAGILIDADE
É consequência das particularidades intrínsecas às aeronaves, às plataformas espaciais,
aos equipamentos e aos sistemas, normalmente dotados de componentes relativamente frágeis e
fáceis de destruir. Danos em suas estruturas podem ter resultados catastróficos para as operações.
NECESSIDADE DE COMANDO E CONTROLE
O emprego eficaz do Poder Aeroespacial demanda capacidade de comandar, controlar e
dirigir as aeronaves no campo de batalha. Estruturas militares de comando e controle, com sua
inteligência e comunicações adjudicadas existem, precisamente, para detectar e superar pequenos
e grandes atritos por meio de intervenções oportunas, assim como explorar oportunidades
momentâneas no combate e lidar com os perigos decorrentes. A infraestrutura moderna de
comando e controle opera em grande parte no Domínio Cibernético, sendo necessárias ações de
Defesa Cibernética para a manutenção da confidencialidade, integridade e disponibilidade das
informações.
NECESSIDADE DE INTELIGÊNCIA E DE CONTRA-INTELIGÊNCIA
O emprego eficaz do poder aeroespacial demanda conhecimento profundo do inimigo,
principalmente quando se empregam armas de precisão, que demandam acuradas informações
que permitam se atingir os efeitos desejados sem o dano colateral. Na perspectiva contrária, o
acesso do inimigo às informações de capacidade, disponibilidade e do planejamento de emprego
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3838 / / 8888 CAS - CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB EEAREEAR
dos Meios Aeroespaciais e de Força Aérea anula todos os pontos fortes do Poder Aeroespacial. É
característica de grande importância para o Poder Aeroespacial, constituindo-se em tarefa que se
inicia desde o tempo de paz, responsável por dimensionar os aspectos quantitativos e qualitativos
do poder adversário e por salvaguardar as informações que possibilitem o emprego do Poder
Aeroespacial, com efetividade, dos princípios de guerra de surpresa, ofensiva, segurança e
economia de meios.
PERMANÊNCIA
Essa característica está relacionada à incapacidade de as aeronaves voarem
indefinidamente, pois necessitam reabastecer, rearmar ou trocar tripulações, o que resulta em
restrições no cumprimento de atividades continuadas, portanto demandando rodízio de vetores
ou repetição de surtidas para obter os efeitos desejados.
RESTRIÇÃO DE CARGA ÚTIL
Deriva da limitação que as aeronaves e as plataformas espaciais possuem para carregar
pessoal, armamento, material e sensores, o que pode exigir o uso de múltiplos vetores e repetidas
surtidas para a consecução de um objetivo.
SENSIBILIDADE ÀS CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS
Esse aspecto relaciona-se à influência das condições atmosféricas ou da falta de luz solar
sobre as capacidades, das aeronaves e das plataformas espaciais, cumprirem determinadas
missões. Sistemas e sensores que permitem operar em condições ambientais adversas e
tripulações devidamente treinadas diminuem a incerteza dos efeitos das condições
meteorológicas na realização das operações aéreas e espaciais, mas não a eliminam.
Vamos fazer
algumas
anotações!
- Procure no texto, as palavras-chave que melhor
representam o que foi estudado até aqui.
- Faça uma lista dessas palavras-chave seguida de um breve
comentário.
- A partir da leitura delas, tente reconstruir o que foi visto.
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TÓPICO 2.5 - A DISSUASÃO
Este tópico tem o capítulo 4.1 da DCA 11-45 (EMAER, 2018), que dispõe
sobre a Concepção Estratégica da FAB, como base textual (com
adaptações para adequação do conteúdo). 
Você conhece o significado de “franzir o cenho”? Prefere consultar no
Google ou que eu lhe responda já? Vou lhe adiantar: é quando uma pessoa
uni as sobrancelhas, franzindo a testa, aparentando um semblante
fechado.

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