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Processo Civil | Maria Eduarda Q. Andrade pág. 1 Está disposto no art. 138 do CPC. É auxiliar do juízo. Ele não é parte do processo, é colaborador do juízo. Tem conhecimento técnico, ou tem interesse jurídico, institucional na solução do feito. Art. 138, CPC: O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a especificidade do tema objeto da demanda ou a repercussão social da controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível, de ofício ou a requerimento das partes ou de quem pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a participação de pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, com representatividade adequada, no prazo de 15 (quinze) dias de sua intimação. ® É espontâneo, mas nada impede que o juiz ou as partes requeiram. ® Pode ser qualquer pessoa de conhecimento relevante. Importante: não é perito e não vira litisconsorte. O amicus curiae é modalidade de intervenção de terceiro por força de lei porque ele não tem as características de um terceiro interveniente. ® O amicus curie pode ingressar, independentemente de demonstrar interesse jurídico. ¨ Finalidade: Contribui para o resultado do julgamento. Auxilia o juiz ou o relator. Os tribunais já aceitavam audiências públicas ouvindo pessoas ou instituições, a fim de tomar decisão mais qualificada tecnicamente. O novo CPC amplia a utilização do amicus curiae para todos os processos/ demandas individuais. Trata-se de conhecer as peculiaridades do feito. ® Ele não colabora com as partes, mas sim com o juízo. ® Amplia a discussão, ampliando o contraditório: aprofundamento da discussão. É cabível também nos juizados especiais. ® Ele não é parte, assim não pode recorrer. ¨ Gestão processual O pedido de ingresso do Amicus curiae será decidido pelo juiz ou relator, que aceitará ou recusará esse ingresso. A decisão que admite, ou seja, se o juiz aceita a presença do amicus curiae no processo, é IRRECORRÍVEL. Agora, se não admite (o juiz recusa) cabe recurso? Há uma parcela da doutrina que, interpretando a contrario sensu, admitiria Amicus curiae Processo Civil | Maria Eduarda Q. Andrade pág. 2 essa irrecorribilidade nos casos de recusa a ingresso. Art. 138. (...) § 1º A intervenção de que trata o caput não implica alteração de competência nem autoriza a interposição de recursos, ressalvadas a oposição de embargos de declaração e a hipótese do § 3º. Importante: Nos termos do art. 987 CPC, os recursos cabíveis contra decisão disposta no § 3º do art. 138, que julga incidente de resolução de demandas repetitivas, são o recurso especial e o recurso extraordinário. Então o Amicus curie NÃO pode recorrer, a exceção é que ele pode: 1. Opor Embargos de Declaração, porque se presta a melhorar a decisão. 2. Recorrer da decisão que julgar incidente de resolução de demandas repetitivas – REsp ou RE. A manifestação do amicus curiae pode ser simultânea ao seu requerimento de ingresso no processo, caso em que se inadmitido, sua decisão será excluída dos autos. ® Em alguns casos, é necessário que o amicus curiae esteja representado por advogado. Sendo somente manifestações nos autos, não precisa de advogado. ® Não implica em modificação de competência. ® Pode intervir mais de 1 amicus curiae. Quando se aceita o amicus, o relator deve zelar pelo equilíbrio. Não se deve trazer um monte de amicus para um dos lados a favor de determinado ato e desacobertar o outro lado. Aceitando um amicus que traz argumento forte para um lado, deve-se aceitar outro amicus que traga argumento forte para o lado contrário para sempre manter um equilíbrio e uma paridade de armas em relação à figura do amicus: Enunciado 82 da I Jornada de Direito Processual Civil do CJF: Quando houver pluralidade de pedidos de admissão de amicus curiae, o relator deve observar, como critério para definição daqueles que serão admitidos, o equilíbrio na representatividade dos diversos interesses jurídicos contrapostos no litígio, velando, assim, pelo respeito à amplitude do contraditório, paridade de tratamento e isonomia entre todos os potencialmente atingidos pela decisão. ® O juiz não fica vinculado à manifestação do amicus curiae, mas deve enfrentar suas alegações na decisão. Ao ter a manifestação, o juiz tem que se manifestar sobre o que foi falado, sob pena de decisão adequada. Isso qualifica o debate. Se, de repente, o amicus curiae traz um argumento bom e qualificado, demonstrando seus pontos, o juiz tem que se manifestar sobre o que o amicus curiae trouxe. Se o juiz não se manifestar, a decisão é omissa, cabendo embargo de declaração. Processo Civil | Maria Eduarda Q. Andrade pág. 3 ® Houve, hoje, uma ampliação e é admitido amicus curiae tanto em processos objetivos em primeiro grau até em cortes constitucionais. Qual é a possibilidade de atos que serão praticados por esse amicus curiae quando ele ingressar dentro do processo? Os poderes do amicus estão no art. 138, parágrafo 2º: ® Caberá ao juiz ou ao relator, na decisão que solicitar ou admitir a intervenção, definir os poderes do amicus curiae. Enunciado n. 392 do FPPC: As partes não podem estabelecer, em convenção processual, a vedação da participação do amicus curiae. É norma cogente, então não poderia ter um negócio processual para proibir o ingresso de amicus curiae.
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