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PSICOLOGIA SOCIAL- Unidade 4

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- -1
PSICOLOGIA SOCIAL
UNIDADE REPRESENTAÇÕES E FORMAS 
SOCIAIS
Douglas Flores de Oliveira
- -2
Olá!
Você está na unidade . Conheça aqui alguns dos principais conceitos e teoriasRepresentações e Formas Sociais
da psicologia social referentes às representações e formas sociais. Compreenda também a importância de
conceitos como representações sociais, ideologias, gênero, psicologia política e atuação organizacional.
Bons estudos!
- -3
1 Psicologia social: representações sociais
A sociedade e o indivíduo são , o que torna fundamental que sua junção seja estudada, não deindissociáveis
forma unilateral e isolada, mas interdisciplinar. As ciências sociais e psicológicas precisam investigar ambos os
fenômenos simultaneamente devido à sua complexidade, usando, para isso, a antropologia, psicologia, história,
psiquiatria, sociologia etc., sem barreiras disciplinares. É necessário que haja o fim das dicotomias entre as áreas
do conhecimento e também em relação aos objetos de estudo, levando a compreensão para além da percepção
sujeito-objeto, entendendo o fenômeno humano como dual, em que ambos se misturam, complementam e se
unem.
Sendo assim, vemos que estamos situados em contextos que nos constituem, e constituímos os contextos nos
quais outros sujeitos e instituições estão inseridas. Portanto, a compreensão deve abarcar as demarcações, mas
também as porosidades de tais divisões, deixando claro que a divisão entre eu e outro, ou entre eu e ambiente
não é assim tão delimitada e explícita (ARRUDA, 2009). Pensar sem divisórias disciplinares é uma característica
da , que diz respeito a um estudo investigativo e observacionalTeoria da Representação Social, de Moscovici
sobre o que os indivíduos pensam, por que pensam e como pensam, de modo a tentar compreender o seu “senso
comum”, a forma como ocorrem as elaborações sociais e como elas são compartilhadas, e também as
participações a respeito do estabelecimento de visões de mundo e realidades em comum no âmbito sociocultural
(JODELET, 1991).
Assim, devido ao fato das pessoas estarem envolvidas em imagens, linguagens e culturas impostas por
representações dos grupos aos quais pertencem, as representações têm como função convencionalizar objetos,
(MOSCOVICI, 2005). Sendo assim, a Teoria da Representação Social está centrada nopessoas e eventos 
funcionamento do pensamento cotidiano, recebendo influência de teorias como as de Émile Durkheim, Lucien
Lévy-Bruhl, Jean William Fritz Piaget e Lev Vygotsky, culminando numa forte junção entre o social e o individual.
Mas é importante salientar que essa união de áreas, abordagens e disciplinas não se trata de um mero encontro
interdisciplinar e complementar, mas, sim, do envolvimento integral e indissociável de ramos de pesquisa cuja
união deveria ser concebida como incontornável para entender os fenômenos humanos e construir
conhecimento, entendendo seus atores, pensamentos, práticas e campos de atuação (ARRUDA, 2009).
- -4
1.1 Teoria da representação social
Num primeiro momento, a psicologia social tinha demasiado interesse em fenômenos sociais como pressão,
conformidade e estudo das massas. E as ideias de , psicólogo social romeno radicado na França,Serge Moscovici
contrariaram a influência que a psicologia social sofria. O pensamento dele sobre as representações sociais
considerou a psicanálise, o pensamento científico e profissional, e o pensamento cotidiano das pessoas comuns.
Segundo as ideias de Moscovici, toda representação é representação de alguém e de alguma coisa, o que indica
que todo sujeito se situa em determinado momento histórico, em dada sociedade e em determinadas relações,
fazendo parte de constituições estruturais, ideologias, culturas e forças sociais (JODELET, 2001).
As representações sociais são modalidade de conhecimento particular cuja função é de elaborar
comportamentos e relações entre os indivíduos, produzir informações, criar familiarização com o estranho e
normas sociais de acordo com as categorias específicas de determinada cultura, fazendo isso por meio de
processos de ancoragem e objetivação (MOSCOVICI, 2012).
• Ancoragem
É o processo que transforma algo estranho e perturbador em nosso sistema categórico particular,
comparando-o a categorias que pensamos serem apropriadas. Ou seja, ancoragem é o processo de
assimilar e classificar novas informações a conteúdos cognitivos e emocionais pré-existentes. 
• Objetivação
É a transformação de um conceito abstrato em algo tangível (SAWAIA, 2004); a descoberta das
qualidades icônicas de determinada ideia, reproduzindo-a como um conceito em uma imagem
(MOSCOVICI, 2005). 
Assim, é possível perceber que a versa sobre os processos pelos quais osTeoria das Representações Sociais
indivíduos constroem explicações sobre os mais diversos objetos sociais mediante interações sociais e processos
sociopsicológicos (VALA, 1996).
•
•
- -5
1.2 Reflexões
As representações sociais têm como capacidade assimilar informações e criar categorias, familiarizando o sujeito
em relação à estranheza, de acordo com as categorias de sua cultura. Para estudar essas representações sociais,
há uma diversidade de métodos que ocupam uma vasta área da linguística, da sociologia e da cognição.
No entanto, como uns dependem de outros, há uma variedade e uma relação entre os conteúdos, contextos e
métodos, pois as diferentes formas de abordar os fenômenos exigem diferentes teorias, perspectivas e
conduções empíricas de análise. Isso demonstra que ainda há muito a ser aprendido e estudado antes de ser
possível desenvolver uma satisfatória teoria acerca do pensamento e da comunicação social (MOSCOVICI, 1988).
A representação social é uma , principalmente emteoria da dinâmica e diferenciação dos sentidos comuns
relação à ciência como fonte de conhecimento. O modo como a teoria se desenvolve, orienta a condução da
pesquisa empírica e desdobra poderes sintéticos tanto na psicologia social quanto em outras disciplinas permite
entender as áreas que fazem uso deste conjunto teórico como estando em constante progresso quanto ao seu
rigor e preocupação social (BAUER e GASKELL, 2008).
Há muito tempo existem fortes suspeitas iconoclastas que assombram algumas áreas da psicologia (BAUER e
GASKELL, 1999). A ideia de que diferentes níveis de inclusão definem conceitos distintos do eu levanta questões
interessantes sobre representação, identidade e a natureza das relações entre os diferentes sistemas do eu.
Figura 1 - Representações sociais
Fonte: fizkes, Shutterstock (2020).
#PraCegoVer: Na imagem temos uma psicóloga realizando uma sessão de terapia de grupo com mais quatro
pessoas adultas sentadas em círculo em um ambiente terapêutico.
- -6
Alguns teóricos sustentam que existe um entre elas, o que implica que as identidadesantagonismo funcional
sociais em diferentes níveis da organização são essencialmente independentes e podem incluir representações
diferentes e também incompatíveis do eu. E outros teóricos consideram que as identidades sociais são
integradas ao autoconceito pessoal (DEAUX, 1992).
Entre ambas as abordagens, considera-se que os diferentes sistemas do eu interagem como componentes
complementares de um autoconceito e autoestima gerais (TURNER ., 1994). Algumas teorias enfatizam queet al
a auto-categorização em diferentes níveis é inerentemente variável e altamente dependente de mudanças
contextuais nos quadros de referência. Outras perspectivas sugerem que um nível de autoconstrução é estável e
dominante sobre outros em função dos valores culturais e sistemas de crenças e socialização (TRIANDIS, 1989;
MARKUS & KITAYAMA, 1991; TURNER ., 1994).et al
As mudanças nos níveis de refletem não apenas diferenças nas visões de si, mas tambémauto categorização
diferentes visões de mundo. Diferentes representam perspectivas diferentes para aníveis de identidade
interpretação da realidade social, a teoria da identidade coletiva torna-se uma teoria abrangente para entender a
variabilidadetanto dentro como entre indivíduos. No nível do eu pessoal, os indivíduos buscam semelhança com
outros significativos, mas ao mesmo tempo lutam por um senso de singularidade (SNYDER e FROMKIN, 1980).
É possível perceber, portanto, que as representações têm um importante papel na construção da identidade
(HOWARTH, 2002). Explorar como as representações sociais são manipuladas pelo grupo permite entender
como a construção da identidade leva ao desenvolvimento de representações de grupos sociais relevantes
(HOWARTH, 2002).
Isso mostra que é importante perceber a relação entre como nos vemos e como os outros nos veem, ou seja,
como somos representados e como isso afeta a forma como nos representamos (HALL e DU GAY, 1996). A
identidade e a representação podem acabar sendo dois lados da mesma moeda, ou uma luta colaborativa de
alguém para entender e, por consequência, construir o mundo e sua posição dentro dele (HOWARTH, 2002).
- -7
2 Psicologia política
Em 1978, a psicologia política começa, de fato, a ocupar seu espaço com a criação da Sociedade Internacional
, mas até hoje é um campo de difícil delimitação e que ainda luta por seu espaço. Muitasde Psicologia Política
vezes considerada uma “disciplina na encruzilhada” (MONTERO e DORNA, 1993), a psicologia política é uma
área que realmente apresenta muitas possibilidades de estudo, pesquisa e atuação profissional, principalmente
por trazer consigo muitos paralelos e áreas do conhecimento, como psiquiatria, sociologia etc., de modo que é
apenas mais uma área que investiga a complexidade e variedade das realidades sociopolíticas. Seus estudos
abrangem inúmeros métodos, intercâmbios teóricos e metodológicos, como também o foco em diferentes
contextos, sendo o estadunidense, o europeu e o latino os principais (MONTERO, 2009).
A psicologia política tem muitos propósitos e ambições, mas o principal ainda deve ser o da libertação e
. Ela deve ter como função mostrar à sociedade sua multiplicidade, instabilidade e imperfeição,conscientização
como também seus mecanismos causais e suas dinâmicas de poder e mudança constante (MONTERO, 2009).
- -8
2.1 Pensamento político e racionalidade
A racionalidade como parte do pensamento e dos processos sociopolíticos é uma das temáticas centrais da área.
Nesse sentido, é importante estudar o princípio moderno das relações entre os estudos científicos sociológicos,
psicológicos, econômicos e políticos.
No início do século XX, quatro ícones apresentaram muitas ideias e estudos interessantes: Graham Wallas,
Walter Lippmann, Harold Lasswell e William Riker, com . As suas ideias e teoriasLei de Duverger
demonstraram que o comportamento humano segue padrões e pode ser delimitado por “leis”, cabendo a áreas
como a psicologia política analisá-las e estudá-las.
Também há inúmeras outras pesquisas e abordagens, como os estudos de John Meisel sobre comportamentos
eleitorais, os de Jon H. Pammett e Michael Whittington, sobre socialização política, e os de Richard Simeon e
David J. Elkins, sobre a tipologia de personalidades políticas (NESBITT-LARKING, 2004).
Assista aí
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/a429f20fb98077cf32f917a6b593e1ff
A de um indivíduo reflete o modelo do qual ele se utiliza para ver, sentir e interpretar o mundo, à visão política
semelhança do que ocorre com as crenças e os valores culturais. Essa visão política atual no sentido de fornecer
significados e reforçar vieses cognitivos, de modo a tornar processos como tomadas de decisão mais simples e
menos dispendiosos, à custa, é claro, da exatidão de suas avaliações e de processos de atenção que refinam
demasiadamente as informações coletadas.
Esse aspecto bem específico do conteúdo político pode ser analisado do ponto racional e frio do racionalismo. No
entanto, no chamado , nem sempre a lógica e a racionalidade detêm ocomportamento social político
monopólio do significado e das explicações, fazendo com que componentes simbólicos e emocionais tornem o
objeto de estudo concebido como sendo aparentemente aleatório. Claro que as análises racionalistas podem
auxiliar em processos de entendimento e pesquisa, mas ela não pode levar muito mais adiante do que isso, pois o
comportamento das massas, quando envolve tomada de decisão e uma alta carga de conteúdo simbólico, é
significativamente caótico.
Nesse sentido, verifica-se que o comportamento humano e seus padrões de decisão e julgamento não costumam
seguir uma base puramente racional, e que essa racionalidade, além de limitada, nem sempre segue critérios
objetivos (SIMON, 1978). Onde quer que haja incertezas, há uma potencialização de manifestação de impulsos
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inconscientes sobre a deliberação e tomada de decisão. Quando os fatos são claros ainda há uma chance de
aplicar princípios lógicos e racionais, no entanto, quando há poucas evidências, ou princípios mais subjetivos e
conflitantes, a racionalidade ocupa pouco espaço ou poder preditivo independente (SIMON, 1978).
Nesse sentido, há inúmeros estudos como, por exemplo:
As vantagens e desvantagens da manifestação de heurísticas cognitivas durante processos de tomada de decisão
política (LAU e REDLAWSK, 2001);
As diferenças entre padrões de fundamentos morais entre liberais e conservadores em determinados contextos
(GRAHAM et al., 2009).
Portanto, diante disso, há de se perguntar o quanto do comportamento social e político humano é racional, e o
quanto essa racionalidade ou irracionalidade impacta na realidade.
2.2 Ações políticas
As ações políticas consideram o quadro de referência dos indivíduos que formam o grupo onde essas ações serão
realizadas. Isso demanda que, além de compreender como as pessoas decidem, mas também quais os resultados
que elas buscam para decidirem o que decidiram. E esse processo tem sido bastante negligenciado na história da
psicologia política (SIMON, 1985).
De certa forma, , pois toda ação é influenciada, motivada e formatada de diversas formas. Otoda ação é política
político não é apenas o partidário, mas abrange toda a atuação existencial humana, pois a moeda corrente, as
estruturas sociais, as instituições, os códigos morais e os sistemas éticos, todos eles implicam em um poderoso
conjunto de fatores políticos predominantes. Esses fatores políticos dão o contorno e a tonalidade da vida
individual e em sociedade, permitindo atuações e manutenções.
Quando se consideram atos comunitários, mas também objetivos pessoais e projetos de vida, não há apenas uma
ênfase individualista, mas um encaminhamento político. Sendo assim, viver em sociedade é viver politicamente,
adotar uma postura política e uma identificação política. E, diante disso, é claro que se percebe a importância da
visão política de várias áreas do conhecimento em relação aos fenômenos e eventos, mas a psicologia precisa
demonstrar uma maior ênfase neste aspecto, pois ela tange todos os constructos básicos que participam destes
sistemas, suas causas, motivações e consequências.
Portanto, a psicologia deixa de ser uma disciplina para ser, também, uma ferramenta, de modo que o psicólogo
pode e deve fazer uso de tal ferramenta de forma constante e incisiva.
- -10
3 Psicologia social: ideologia
Segundo o teórico René Kaës, a pode ser considerada como uma construção sistemática edificadaideologia
como defesa contra a dúvida e o desconhecido com o objetivo de fornecer explicações universais e totais
segundo princípios de causalidade, e em formatos de concepções e representações do mundo ou de suas partes
(KAES, 2016). Portanto, a ideologia é como um pensamento sem sujeito, que requer que os sujeitos se ausentem
de seus enunciados, para, depois disto, cobrir esse vazio (KAES, 2016). Neste sentido, considera-seque não há
grupo sem ideologia, de modo que é impossível estar em um grupo sem adotar uma ideologia; não há ideologia
individual, pois ela precisa ser apoiada no grupo ou cria-lo (KAES, 2016). Em casos individuais ou grupais a
ideologia efetua diferentes funções, pois o processo grupal costuma ser um elemento determinante da
organização e do funcionamento psíquico do sujeito (KAES, 2016).
Essa perspectiva vai ao encontro de Alfredo Bosi, crítico, historiador literário e professor emérito da
Universidade de São Paulo (USP), que considera o poder de difusão de uma ideologia proporcional ao seu grau
 (BOSI, 1995). De outro modo, a ideologia pode ser considerada como um discurso sedutorde utilização social
que se apodera e faz uso da própria realidade social dos sujeitos para invertê-las, visando à manutenção do
poder da classe dominante (ADORNO; HORKHEIMER, 1978).
Também há concepções que consideram a ideologia como um corpo sistemático de normas e representações que
“ensinam” a conhecer e agir, engendrando uma lógica de identificação que unifique pensamento, linguagem e a
realidade; é uma forma específica do imaginário social utilizada pelos agentes sociais para representar, ocultar
ou dissimular o real (CHAUÍ, 1997).
Para os filósofos e sociólogos alemães Theodor Adorno (1903-1969) e Max Horkheimer, a crítica à ideologia é
uma crítica que tem como objetivo promover a possibilidade de uma que consideraexperiência não ideológica
a singularidade do objeto, como também tudo aquilo que ele representa, como também uma forma de destituir o
poder de seu discurso sedutor e suas estratégias de perpetuação (ADORNO; HORKHEIMER, 1978).
Fique de olho
Adorno e Horkheimer foram responsáveis pelo conceito de "indústria cultural", cuja intenção
seria de formar uma estética ou percepção comum na sociedade e suas representações, com a
intenção de promover o consumismo por meio de uma homogeneidade sociocultural e
simbólica, e impedir a autonomia e a independência.
- -11
3.1 Formatação da ideologia
Embora ainda haja um negacionismo referente à inclinação ideológica das pessoas em determinado sentido, as
evidências científicas demonstram diferentes inclinações ideológicas pronunciadas em diferentes domínios da
vida e das interpretações de mundo, podendo ser preferências implícitas ou explícitas e ligadas a tradições,
sistemas de governo, crenças, valores, governos, economia etc. Esses sistemas de crenças e formatações
ideológicas comumente são estruturados por meio de dispositivos e dinâmicas psicofisiológicas, ligadas, por
exemplo, à necessidade de reduzir incertezas (JOST ., 2008).et al
Mas cabe perguntar: O termo foi usado pela primeira vez por Antoine Destutt de Tracy,o que é uma ideologia?
filósofo francês, com o intuito de capturar a ciência das ideias, hoje podendo ser denominada de “sociologia do
conhecimento”. Somente depois disso que o termo foi utilizado por Karl Marx e Friedrich Engels, podendo ter
dois sentidos distintos:
Senso de valor neutro, referindo-se a qualquer sistema abstrato de crença ou significado internamente coerente;
Sentido mais crítico, capturando sistemas de crenças propagandísticas que são tipicamente enganosas e
sistematicamente distorcidas.
Os sistemas ideológicos costumam ser caracterizados por aspectos como estabilidade, consistência, lógica e
sofisticação política (ALLPORT, 1962; CONVERSE, 1964; GERRING, 1997), e também como dispositivos
organizadores relativamente benignos (KNIGHT, 2006). Atualmente considera-se que, de um ponto de vista mais
geral, as pessoas costumam pensar, sentir e se comportar de maneira ideológica, mesmo que não haja
consciência ou articulação nesse sentido, seu comportamento tem influências ideológicas de acordo com as 
 e que a pessoa adotou (JOST ., 2008). visões de mundo sistemas de crenças et al Também não é difícil
encontrar ideias que se referem às ideologias como ilusões que servem ao sistema, ou a formas como sistemas e
sociedades se racionalizam ou se revolucionam (KNIGHT, 2006).
Em outros casos se considera que qualquer reflexão de cunho político é ideológica, podendo ser quanto a seus
termos, instituições, figuras de poder ou como se relacionam com as críticas ou aprovações (MILLS, 1960). A
ideologia tem a função de endossar justificativas ou o poder que o sistema adota, legitimando aspectos dos mais
diferentes domínios de tais estruturas, mas também contribuindo para outros aspectos, tais como a estabilidade
das relações e organizações hierárquicas entre grupos e papeis sociais (JOST; SIDANIUS, 2004).
- -12
3.2 O lócus da ideologia em psicologia social
Cada vez mais, os aspectos ideológicos tornam-se parte constitutiva dos meandros da academia. Há um aumento
do número de materiais que fazem afirmações demasiadamente generalistas ou incisivas sem, no entanto,
fornecer os dados e referências de onde aquilo é retirado ou com base em quais pressupostos, teorias ou
pesquisas empíricas é apoiado. Isso compromete, não somente a área, mas também a pesquisa e a atuação
científica e profissional.
Diante disso, mostra-se claramente a necessidade de uma maior reflexão, pensamento crítico e observação
crítica em relação aos contatos e conhecimentos expostos e também que se manifestam diante de nós. Cada vez
mais é necessário que sejam realizadas pesquisas de forma interdisciplinar e que sejam considerados pontos de
vista distintos, teorias dissonantes e aspectos políticos polêmicos, encarando tal realidade e se preparando para
a constante reflexão e manutenção das próprias abordagens, atuações, percepções e interpretações do mundo e
dos fenômenos que participam deste mundo.
- -13
4 Psicologia social: gênero
O uso do termo tem sido dotado de novos significados por meio da literatura feminista, ao mesmo tempogênero
em que adquiriu graus de tensão em sua aplicabilidade. Há divergências entre teóricos e estudiosos na utilização
do conceito, principalmente no que diz respeito ao estatuto cognitivo do conceito, como também seus
pressupostos históricos. Questiona-se, com base em diferentes premissas, se “gênero” é uma categoria empírica
ou uma categoria analítica.
4.1 Os conceitos de gênero
Considera-se que o termo começou a ser utilizado por com o objetivo de se referir afeministas americanas
organizações sociais entre os sexos e, em seguida, para enfatizar o caráter predominantemente social das
distinções sexuais, rejeitando o determinismo biológico implícito nos termos “sexo” ou “diferença sexual”
(SCOTT, 1995).
Para Scott, o termo gênero é uma maneira de indicar e criações totalmente sociais deconstruções culturais
ideias sobre papeis definidos em relação aos homens e às mulheres.
Para as teorias feministas, portanto, gênero é uma sobre um corpo sexuado,categoria social imposta
distinguindo-se a prática sexual e os papeis sexuais atribuídos aos homens e às mulheres. Esse conceito é
constitutivo das relações sociais que são fundadas sobre as percepções entre os sexos e às significações das
relações de poder (SCOTT, 1995).
Assista aí
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/97c722cfd5d72c18ddb018e1bced83b4
O estudo conceitual sobre gênero permite:
Questionar as explicações sobre desigualdades presentes nas relações e papeis sociais;
Identificar aspectos históricos por trás de determinadas questões presentes na contemporaneidade;
Analisar as formas como determinados constructos sociais são elaborados e perpetuados.
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5 Psicologia social na organização
O realiza um trabalho institucional com duas funções:psicólogo institucional 
Educar;
Ser educado.
Esse trabalho é feito por meio das experiências, observações e intervenções, desenvolvendo sua forma de
atuação paulatinamente apartir da demanda institucional (BLEGER, 1984).
Um dos objetivos da inserção profissional em é a de promover a satisfação e o estadoâmbitos organizacionais 
emocional positivo e menos conflitante possível (LOCKE, 1976). Isso melhora as condições que forem
necessárias e possibilita a manutenção e aperfeiçoamento de processos e estruturas (DRYDAKIS, 2015) em todos
os níveis, desde os mais básicos, do trabalhador, passando pelos grupos e chegando às diretorias e presidências
(DI FABIO, 2017).
Por meio do constante aprimoramento dos múltiplos níveis e da satisfação do trabalhados, aumenta-se o
engajamento, o que, por sua vez, possibilita a constante melhora da organização e de seus envolvidos (HAKANEN
et al., 2017).
A foi negligenciada por muito tempo, de modo que importantes processos forampsicologia organizacional 
descartados de imediato. Atualmente há em curso uma alteração desse cenário, o que faz com que empresas e
instituições, em geral, busquem, cada vez mais, a inserção de profissionais de saúde e psicologia para seus
quadros. Isso demonstra que a aplicação de princípios de psicologia pode enriquecer o âmbito organizacional e
se transformar em retorno a curto, médio e longo prazo (BARON e PFEFFER, 1994).
Assista aí
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5.1 Psicologia social na escola
A psicologia social aplicada à educação e aos processos de formação individuais deve ter uma íntima relação com
a individualidade e subjetividade das crianças e demais envolvidos no cenário educacional. A é um passoescola
essencial da formação individual e é interessante que seja olhada atentamente por parte da psicologia (MEAD,
1896, 1898, 1910).
A antiga e retrógrada concepção da escola como algo à parte da sociedade fez com que fosse criado um dos
principais problemas sociais da história, pois surgiu um claro impedimento e uma divisória entre os pactos de
mediação entre o indivíduo e a sua sociedade (BOCK, 2001). O que teria como objetivo a proteção da criança
tornou-se agressivo a ela e também visto como ferramenta do poder e da manutenção da obediência civil.
Durante os primeiros anos escolares há inúmeras nas crianças e em seus ambientes.mudanças significativas
Tais mudanças produzem novas demandas e novas formas de manejo e participação, como também alteração
das formas de aprendizado e relacionamento. O que as crianças fazem com os colegas também muda, passando
de brincadeiras fingidas a participação em atividades organizadas, como jogos e esportes, ou conversas e jogos
de poder social (ZARBATANY et al., 1990). Ou seja, as formas de brincar, se relacionar, aprender e se comunicar
são alteradas significativamente, e muitas vezes a escola e a família não sabem como agir, nem mesmo quanto às
suas funções diretas, como o ensinar (RUBIN et al., 1998).
É importante haver um foco do psicólogo em contexto escolar, pois as que os estudantes estabelecemrelações
com seus pares são fundamentais para o desenvolvimento socioemocional das crianças (HARTUP, 1996).
Relações íntimas baseadas em cooperação, confiança e aceitação são essenciais, pois servem como fator
protetivo contra a rejeição e a impopularidade (LADD et al., 1997). Amizades íntimas nesse momento da vida
servem como um suporte social contra os efeitos negativos dos processos de socialização (HODGES et al., 1999;
GEST et al., 2001).
É interessante analisar duais, dos alunos em relação a um de seus pares, masprocessos de socialização
também focar parte dos esforços em observar e analisar os processos de formação e impacto em relação às redes
sociais e experiências em grupos, de modo que sejam investigadas as formações em que esses indivíduos se
inserem, são afetadas e como interagem (GIFFORD-SMITH; BROWNELL, 2003).
As intervenções sociopsicológicas que consistem em breves exercícios que visam os pensamentos, sentimentos e
crenças dos alunos na escola e sobre ela podem levar a ganhos consideráveis no desempenho dos alunos. Tais
intervenções têm efeitos duradouros porque visam as experiências subjetivas dos alunos na escola, e o bem-
estar possibilitado por elas (YEAGER e WALTON, 2011).
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Daí a importância de trabalhar as relações das crianças durante seus anos escolares, principalmente focando na
aceitação, e sua participação em redes de socialização e amizade (GIFFORD-SMITH e BROWNELL,autoconceito
2003); além disso, focar e promover intervenções com objetivo de trabalhar a regulação emocional dos
estudantes. A atuação psicológica, nesses contextos, deve buscar práticas inovadoras e baseadas em evidências,
firmada em conhecimentos psicossociais e trabalhando de forma humanizada e empática.
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5.2 Psicologia social da saúde
A estuda o comportamento humano em contexto de saúde e doença, com o objetivo depsicologia da saúde
compreender o papel de variáveis psicológicas sobre a manutenção da saúde, o desenvolvimento de doenças e os
comportamentos associados a elas, de modo a prevenir doenças e promover a saúde (ALMEIDA e MALAGRIS,
2011)
A psicologia da saúde começou com um grupo de trabalho em 1970, na American Psychological Association
(APA), e, em 1978 foi criada a divisão 38, chamada , em resposta a uma crescente área deHealth Psychology
prática e pesquisa. No mesmo ano os participantes da Yale Conference definiram o campo da medicina
 que teve como intuito integrar as ciências comportamentais e biomédicas, cuja perspectivacomportamental
serviu como base para o campo da psicologia da saúde (SARAFINO, 2004).
Assim, desde 1982 a APA publica a revista , e, em 1986, foi fundada a Health Psychology European Health
 (EHPS, 2003), uma organização com o objetivo de promover a pesquisa em saúde e aplicarPsychology Society
técnicas e métodos. Também há o campo da , ramo que tem como foco asmedicina psicossomática
enfermidades etiologicamente determinadas por fatores emocionais, suscetíveis de compreensão psicanalítica
(EKSTERMAN, 1975).
A integra três perspectivas:psicossomática
Dimensão psicológica da doença;
Relação médico-paciente;
Ação terapêutica voltada para a pessoa do doente, enquanto um todo biopsicossocial.
No contexto brasileiro, o campo da medicina psicossomática é formado por psicanalistas, psiquiatras e
psicólogos (MELLO FILHO, 1992).
A psicologia em contexto médico adota duas perspectivas:
Tradicional
Fique de olho
O doutor Abram Eksterman foi um dos pioneiros da medicina psicossomática no Brasil, tendo
sido o fundador da Associação Brasileira de Medicina Psicossomática. Segundo ele, os médicos
precisam ter um compromisso constante com a experiência de estar junto e compreender
quem sofre, olhando para o doente antes de tratar a doença.
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modelo biopsicossocial, com base em métodos quantitativos e que investiga os comportamentos saudáveis e de
risco, com foco em aspectos psicológicos e em seu valor preditivo.
Crítica
modelo fenomenológico-discursivo, baseado em métodos qualitativos de análise do discurso e que investiga as
experiências pessoais quanto à saúde e à doença.
Considera-se que as intervenções em tais contextos devem considerar três dimensões: dos pacientes, dos
familiares e dos profissionais (ISMAEL, 2005). Atualmente, a psicologia da saúde diz respeito a um conjunto de
atividades exercidas por profissionais da área de psicologia no campo da saúde, não somente nas formas de
assistência e pesquisa, mas também na forma de ensino (DE MARCO, 2003), tentando contribuir para o aumento
do bem-estar e realizando intervenções comunitárias e também em âmbitos clínicos (TRINDADE & TEIXEIRA,
2002).
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5.3 Psicologia social na comunidade
A psicologia comunitária tem início em 1965, com a reunião de psicólogos naConferência Swampscott, quando a
insatisfação geral em relação à capacidade e competência da psicologia clínica para tratar de aspectos sociais e
 acabou levando a uma percepção de que a psicologia precisava dar um maior enfoque napolíticos mais amplos
comunidade e mudança social, a fim de abordar a saúde mental e o bem-estar (ORNELAS, 2008).
Daí o compromisso histórico da psicologia comunitária com a compreensão dos comportamentos individuais em
contextos socioculturais, como também na avaliação de contextos e o impacto comunitário de atuações e
instituições (TRICKETT, 2009).
O foco dos fundadores não se limitava à saúde mental, mas adotava uma concepção mais ampla, considerando
aspectos políticos, raciais, culturais e institucionais, com vistas a intervenções em tais contextos e a uma
promoção de saúde mental e inserção comunitária em prol dos menos favorecidos (TRICKETT, 1996; BENNETT 
., 1966).et al
O relatório da Conferência de Swampscott considerou as preocupações em relação à interação entre estruturas e
funções do , além da necessidade de intervenções em sistemas sociais esistema social e a saúde mental
serviços comunitários (TRICKETT, 1996). A intenção de criar novas formas de pensar, novos alvos de
intervenção e novos papeis profissionais e mais colaborativos teve sucesso, tornando possível a vinculação e a
solidificação teórica, prática, acadêmica e profissional (TRICKETT, 1996).
Desde então, a área da psicologia comunitária cresceu bastante e hoje conta com uma divisão na American
. A Divisão 27, chamada de , é dedicadaPsychological Association Sociedade de Pesquisa e Ação Comunitária
especialmente à psicologia comunitária. Além disso, vários periódicos são dedicados ao tema:
Journal of Community & Applied Social Psychology;
American Journal of Community Psychology;
Journal of Community Psychology.
Quanto aos , considera-se como base o bem-estar individual, ofundamentos da psicologia comunitária
sentimento de comunidade, a justiça social, a participação cívica, a colaboração, o fortalecimento comunitário e o
respeito pela diversidade (ORNELAS, 2008).
Existem muitas formas de psicologia comunitária e de comunidades. Essas comunidades, por sua vez, servem
como mediadores-chave entre o indivíduo e a sociedade (CAMPBELL e MURRAY, 2004). Em alguns destes
contextos, os membros mais marginalizados não têm acesso ao mundo além de seus espaços geográficos, de
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modo que a influência ambiental e comunitária é seu único veículo possível para emancipação e mudança
coletiva. No entanto, os moradores de comunidades locais nem sempre compartilham identidades ou valores
comuns. Pelo contrário, as relações locais podem frequentemente ser caracterizadas por diferenças sutis ou
óbvias no acesso ao (CAMPBELL e MURRAY, 2004). Essas diferenças podempoder simbólico ou material
constituir um microcosmo das desigualdades sociais que comprometem as relações e a saúde comunitárias, mas,
ao mesmo tempo, tornando-as úteis para estudar processos sociais que as comprometem (CAMPBELL e
MURRAY, 2004).
O contexto de inserção e ação das negociações simbólicas e identitárias moldam as experiências e
comportamentos dos cidadãos e de aspectos comunitários, tais como a saúde, o bem-estar, a educação e a
segurança de seus membros. Isso demonstra um complexo conjunto de fatores formativos e um amplo leque de
conflitos. Mas isso também ocupa uma função de permitir ou restringir atitudes, normas e comportamentos.
Portanto, os papeis sociais e as dinâmicas comunitárias devem ser alvo de uma atuação mais expandida e
heterogênea, dotada de diferentes métodos, pontos de vista, atuações e formas de cuidado. A psicologia
comunitária deve prestar uma atenção especial às estruturas da comunidade e suas famílias, grupos, instituições
e relações, fomentando o aumento do bem-estar, da saúde, da segurança, do conforto e de um funcionamento
integral mais natural e menos adoecedor (CAMPBELL e MURRAY, 2004).
Isso demanda um importante compromisso dos psicólogos comunitários para entender o que constitui os 
 que possibilitam a saúde, além de mapear as mudanças individuais e sociaiscontextos da comunidade
envolvidas na promoção de tais contextos (CAMPBELL e MURRAY, 2004). Um desafio enfrentado pelos
profissionais é o de mudar não apenas os padrões individuais de comportamento relacionado à saúde, mas
também os contextos comunitários e sociais que sustentam essa saúde. Outro desafio é desenvolver estratégias
para trabalhar com as comunidades, de modo a superar a privação social e melhorar o bem-estar (CAMPBELL e
MURRAY, 2004).
Sendo assim, deve haver uma vinculação entre análise e ação, de modo que a atuação do psicólogo comunitário
não se detenha unicamente na intervenção ou na pesquisa, mas na ajuda e na justiça social. Por isso que se
defende que a libertação não deve ser um mero discurso da literatura, mas uma postura política em relação a
todos os tipos de opressão em todo lugar, questionando noções que perpetuam a opressão (VARAS-DIAZ;
SERRANO-GARCIA, 2003).
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é isso Aí!
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• aprender sobre a teoria da representação social, de Moscovici, e suas implicações para a psicologia 
social e o entendimento de cenários distintos;
• verificar que a racionalidade não é o principal fator de decisão política e que as escolhas e processos 
sociopolíticos são perpassados por inúmeros vieses cognitivos e avaliações emocionais, muito mais do 
que pela razão;
• ver a ideologia como uma forma de discurso, representação e sedução que faz uso da própria realidade 
social dos sujeitos para alterá-las, com o intuito de perpetuar o poder dominante;
• perceber o trabalho da psicologia institucional como uma forma de promover a satisfação e o estado 
emocional positivo e menos conflitante, possibilitando a manutenção e aperfeiçoamento de processos e 
estruturas em todos os níveis institucionais;
• entender a inserção da psicologia comunitária como uma intervenção das próprias negociações 
simbólicas e identitárias que moldam as experiências e comportamentos dos cidadãos e de suas 
comunidades, como também a defesa em nome de uma postura política em relação a todos os tipos de 
opressão em todo lugar.
Referências
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ALMEIDA, R. A.; MALAGRIS, L. E. N. A prática da psicologia da saúde. , v. 14, n. 2, p. 183-202, jan.Revista SBPH
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	Olá!
	1 Psicologia social: representações sociais
	1.1 Teoria da representação social
	Ancoragem
	Objetivação
	1.2 Reflexões
	2 Psicologia política
	2.1 Pensamento político e racionalidade
	Assista aí
	2.2 Ações políticas
	3 Psicologia social: ideologia
	3.1 Formatação da ideologia
	3.2 O lócus da ideologia em psicologia social
	4 Psicologia social: gênero
	4.1 Os conceitos de gênero
	Assista aí
	5 Psicologia social na organização
	Assista aí
	5.1 Psicologia social na escola
	5.2 Psicologia social da saúde
	5.3 Psicologia social na comunidade
	é isso Aí!
	Referências

Outros materiais