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Medo, razão e emoção. Razão e emoção são interações mentais que são acompanhadas de uma experiência interior característica capaz de orientar o comportamento e realizar ajustes fisiológicos necessários - a emoção é uma função cerebral, ou seja, é uma alteração cerebral. Além disso, a emoção é diferente dos sentimentos. ● Sentimento é o ato de sentir: sentir frio, calor, tato, dentre outras coisas. O sentimento é a aquisição de informações do meio ou de si próprio; ● A emoção é a reação em relação a algo que foi sentido. Por exemplo, se um barulho que representa perigo for escutado, imediatamente as pessoas podem começar a respirar ofegante, ter taquicardia e aumento da PA – essa reação é emocional. Algumas pessoas tem a capacidade de apresentar menos reação emocional, sendo mais contidas. Por que as emoções são sentidas? As emoções são necessárias porque os seres humanos não têm consciência total de tudo, portanto, a emoção é basicamente um mecanismo de alerta. Os animais também possuem reação emocional, porque essas reações os preparam fisiologicamente para o que está acontecendo no ambiente. A taquicardia, o aumento da PA, dilatação pupilar e outras reações correm porque existe o Reflexo de Emergência de Cannon, que é um tônus simpático que aumenta os sentidos, deixando o indivíduo em alerta. Dentro desse reflexo há o “fight or flight” que representa enfrentar ou fugir, mas de qualquer forma o organismo está preparado para uma reação vigorosa. ● A hipertensão arterial acontece para o sangue possa chegar mais rápido no cérebro, levando à agilidade de pensamento – decisões são tomadas de forma rápida; ● No momento de luta ou fuga, a perfusão dos intestinos, dos rins e da pele perdida. A perda da perfusão da pele leva a palidez subcutânea e a pessoa passa a “suar frio” porque a pele perde calor em decorrência da vasoconstrição periférica, justamente para que toda a reação física seja concentrada no que está oferecendo ameaça – a emoção nada mais é do que a percepção disso. ● Então, em situações de perigo o fluxo sanguíneo é direcionado para o cérebro, pulmões, coração e para os músculos. Essa mesma reação emocional também pode ocorrer para coisas boas. Por exemplo, um menino está apaixonado por uma menina e tem a oportunidade de conversar com ela. Nesse momento, ele sente taquicardia, dilatação de pupila, suor frio e todas as outras reações emocionais. Mas porque uma situação positiva pode causar uma reação semelhante às reações de medo? Isso ocorre em situações positivas que são consideradas importantes, existindo de certa forma o medo de ser lesado ou o medo de perder uma grande oportunidade. Portanto, as reações emocionais surgem tanto para coisas positivas quanto para coisas negativas, dependendo do grau de importância que é dado para o acontecimento. Todo o comportamento humano, por mais intelectualizado que seja, tem origem no comportamento emocional - o comportamento emocional é capaz de informar o que é importante para a vida, sendo que todo o resto visa buscar isso que é importante. Então, não existe algo que seja planejado para a vida sem que se tenha uma razão efetiva/emocional por trás e, com isso, todo o aparelho cognitivo é utilizado para buscar aquilo que foi planejado. Além disso, todo aprendizado tem base emocional: a punição ensina pelo lado negativo e a recompensa ensina pelo lado positivo. As emoções podem ser classificadas em primárias, secundárias e emoções de fundo. ● As emoções primárias são aquelas que nascem com cada indivíduo: alegria, tristeza, medo, nojo e etc. O nojo surge quando algo pode trazer um efeito danoso para o organismo. Por exemplo, um material orgânico em putrefação pode transmitir alguma doença para os humanos, causando repulsa, porém, para animais que vivem de alimentos em putrefação esse material orgânico pode ser atraente. Todas as emoções primárias são emoções basais, ou seja, são emoções que já estão pré-programadas no cérebro desde o nascimento; ● As emoções secundárias são aquelas aprendidas com a sociedade, são emoções adquiridas socialmente: vergonha, orgulho, culpa e etc. São emoções que dependem da impressão que o outro vai ter sobre outra pessoa. Para uma determinada sociedade, um indivíduo repetir o ano três vezes não quer dizer nada, mas para outra sociedade repetir o ano apenas uma vez é motivo para uma enorme vergonha. Então, as emoções secundárias são aquelas desenvolvidas ao longo da vida social; ● Emoção de fundo é o estado geral de cada um: existem aquelas pessoas que são consideradas pessoas alegres e existem aquelas pessoas que são consideradas estressadas, por exemplo. Portanto, emoções de fundo são aquelas que dão a característica da personalidade de cada pessoa e isso independe de programação social e das emoções primárias, ou seja, as emoções de fundo informam o estado basal de cada indivíduo - o estado basal de cada indivíduo pode sofrer alterações. Existem três coisas que sempre andam juntas: depressão, dor e insônia - as pessoas portadoras de dor crônica sempre tem depressão e sempre tem insônia (dormem mal); já as pessoas que apresentam insônia podem desenvolver dor crônica (fibromialgia) e também podem desenvolver depressão. Uma pessoa se torna basalmente depressiva, ou seja, essa pessoa passou a apresentar uma emoção de fundo que anteriormente ela não tinha. A depressão pode ser desenvolvida cronicamente se uma pessoa apresentar, em média, três episódios graves de depressão na vida. Exemplo: uma pessoa passou por um luto e logo depois passou por outro, não conseguindo se recuperar completamente do primeiro. Em seguida, passou por mais um luto, não conseguindo se recuperar dos outros dois corretamente – após a terceira crise grave de depressão, essa depressão pode ser considerada crônica. O luto demora seis meses para passar, mas se durar mais tempo do que esse período pode ser um indicativo para um tratamento. ● No geral, os pacientes têm receio dos antidepressivos e preferem fazer o tratamento com os calmantes. Porém, os calmantes são benzodiazepínicos e podem causar vício, já os antidepressivos conseguem ser retirados após o tratamento e o paciente fica bem; ● Não é indicado o uso de ansiolíticos para tratar depressão. Os ansiolíticos são usados para causas comportamentais em casos de Síndrome do Pânico. Atenção! Os benzodiazepínicos são agonistas gabaérgicos, assim como o álcool. Se acontecer de uma pessoa se viciar em benzodiazepínicos e em álcool, pode ocorrer uma parada respiratória por intoxicação. O abuso de benzodiazepínicos deve ser evitado ao máximo. Atenção! O medo tem um valor adaptativo e as reações causadas por ele estão relacionadas com o SNS. Existe no cérebro uma estrutura chamada SARA (Sistema Ativador Reticular Ascendente) que utiliza inúmeros neurotransmissores para ativar o cérebro, sendo um deles a NA – a NA aumenta a capacidade de atenção e aumenta o aprendizado. Então, quando uma pessoa fica tensa a capacidade de absorver informações é muito maior graças a NA. Gráfico da ansiedade: Produtividade Produtividade máxima Ansiedade Uma pessoa sem ansiedade nenhuma é incapaz de sair da cama, portanto, quanto mais a ansiedade aumenta, mais produtiva uma pessoa se torna, sendo que existe um ponto máximo de produtividade para cada um. Depois que o ponto máximo é atingido a curva inverte, porque a pessoa passa a ficar desatenta – o cérebro vai sendo ativado e, com isso, começam a ser ativados circuitos que são desnecessários para a atenção naquele momento e a pessoa passa a prestar atenção em várias coisas ao mesmo tempo, fazendo com que a produtividade máxima seja perdida. A ansiedade é necessária em quantidades adequadas, mas se ultrapassar essa quantidade a pessoa fica improdutiva. A Síndrome do Pânico é o reflexo de ansiedade em limites extremos – a pessoa com pânico passa a achar que vai morrer, porque ela começa a ter uma taquicardia extrema ou uma taquipnéia extrema. Além disso, Síndrome do Pânico apresentaduas características importantes: 1. Pode ocorrer a qualquer momento; 2. Agorafobia: medo de se apresentar em público. Para esse quadro clínico, é possível receitar o Rivotril de 0,25 mg sublingual. As manifestações emocionais podem ser tanto autonômicas quanto comportamentais. Algumas manifestações são imediatas - por exemplo: ao levar um susto, uma pessoa tem imediatamente todas as reações simpáticas do perigo. Depois que o fenômeno passar, a pessoa não volta ao normal no mesmo momento, ou seja, certo estado de alerta é mantido, sendo reduzido com o tempo. O estresse pós-trauma é uma doença muito comum em veteranos de guerra. Os veteranos de guerra podem relacionar o barulho de fogos de artifício com o barulho de um ataque – para essas pessoas, provavelmente, sempre havia um segundo estímulo antes de se recuperar e por isso elas não tinham tempo de concluir que o fenômeno que representava perigo já tinha acabado, sendo que esse processo pode perdurar ao final da guerra. Já algumas reações/manifestações podem ser duradouras e elas tendem a vir de uma resposta humoral. O estresse é definido como uma adição de energia ao sistema, ou seja, o estresse é um sistema de alta energia. Uma pessoa na véspera de uma prova na qual existe uma vaga para oitenta candidatos está sobre estresse, da mesma forma que um jogador de basquete que acabou de ganhar um campeonato na final do jogo também está sobre estresse. Portanto, estresse é quando se adiciona energia ao sistema. O hormônio do estresse é o cortisol, que atua aumentado a concentração de glicose no sangue, sendo que a glicose é uma molécula de energia, além do cortisol, também ocorre liberação de adrenalina. No estresse, ocorre uma resposta neural (a recaptação de um neurotransmissor na fenda sináptica é imediata) e uma resposta humoral (tende a ser mais duradoura, porque as substâncias que são liberadas na corrente sanguínea precisam ser reabsorvidas, metabolizadas e eliminadas). A expressão emocional subjetiva é derivada da expressão fisiológica comportamental ou o sistema nervoso é o ponto causador da experiência subjetiva e da expressão fisiológica? ● Por exemplo, um professor faz um discurso em sala de aula e acaba falando coisas que vai contra os princípios de um dos alunos. Essa pessoa vai disfarçar, mas ela vai sentir raiva – esse sentimento do aluno é chamado de experiência subjetiva, ou seja, não teve uma demonstração comportamental do sentimento, sendo apenas um sentimento experimentado pelo aluno. A questão é: essa experiência subjetiva é fruto da expressão do sentimento (é preciso expressar o sentimento para poder senti-lo) ou os sentimentos são primeiro criados no cérebro para depois serem expressos no comportamento? Foram feitas experiências em gatos. Nessas experiências, o hipotálamo do animal era desconectado do córtex cerebral e, com isso, o gato passou a ter a reação de pseudoraiva, ou seja, todo estímulo que era apresentado para o gato o fazia demonstrar reações de raiva. A explicação para isso foi que talvez exista uma estrutura cerebral que limita a expressão da raiva. Por exemplo, qualquer estímulo externo é um estímulo potencialmente ameaçador, então, qualquer estímulo que se apresente pode causar uma reação de raiva, porém, se o estímulo for reconhecido e for entendido que ele não é ameaçador, a reação de raiva é inibida – a reação de raiva é primitiva, mas o córtex é capaz de inibir essa reação quando é reconhecido que o estímulo não é potencialmente ameaçador. Se o córtex for desconectado do hipotálamo, o córtex deixa de inibir a reação de raiva, fazendo com que a raiva seja expressa por qualquer motivo (pseudoraiva). Por conta dessa experiência foi visto que o comportamento emocional é originado no cérebro, não sendo fruto da expressão (já existe no cérebro antes da expressão) e o local em que ele começa a se manifestar é o hipotálamo – o hipotálamo é o responsável por definir o funcionamento do SNA. O SNA é puramente periférico (não tem ação no SNC), mas o hipotálamo influencia o funcionamento do organismo através do SNA. Então, se uma pessoa precisa reagir com taquicardia, é o hipotálamo que vai fazê-la sentir isso. A reação emocional que é definida como uma reação fisiológica que prepara para enfrentar o ambiente é originada, obrigatoriamente, no hipotálamo. Sistema Límbico: O Sistema Límbico é formado, principalmente, pelo Circuito de Papez e por algumas estruturas satélites que se relacionam com esse Circuito. As características desse sistema são: conexões difusas, favorecendo bases subjetivas para as emoções e se conecta com o cérebro como um todo. O hipocampo é o responsável pela conversão da memória de curto prazo em memória de longo prazo e ele não atua no comportamento emocional. Então, pode se afirmar que a função do Circuito de Papez é emoção e memória, porém os hipocampos não influenciam na emoção – a emoção é apenas um sinal e quanto maior o impacto emocional da experiência, mais memória desse evento é guardada. O hipotálamo faz parte do Sistema Límbico e atua fazendo o controle das reações emocionais através do SNA, do sistema endócrino e do sistema imune (o sistema imune atua mais como uma defesa contra o ambiente). Medo: É a emoção de intensidade e duração variável entre o susto/sobressalto e a ansiedade. Então, o medo é uma emoção negativa e desconfortável, existindo para evitar a exposição aos perigos. ● O medo é inconsciente e pode ser considerado bom ou ruim; ● O medo pode ser superado através da repetição da experiência que causa o medo. Os seres humanos são pré-programados para sentir medo e, eventualmente, as pessoas podem projetar o medo para coisas específicas, como, por exemplo, algumas pessoas têm medo de gatos. A programação do medo é necessária para que situações que possam levar ao perigo sejam evitadas, porém, às vezes essa programação pode está desregulada, fazendo com que algumas pessoas projetem o medo para coisas específicas. Atenção! Algumas pessoas nascem com a capacidade de não sentir dor, sendo que a dor demonstra que algo é ruim e precisa ser evitado. Se essas pessoas não sentem dor, elas não sentem medo e podem não evitar as situações que causam perigo. Dos cinco sentidos, dois colocam as pessoas em contato com o mundo a distância: visão e audição - a visão e a audição, geralmente, costumam alertar sobre algo que está longe. A amígdala está localizada no uncus, que é a porção mais medial do lobo temporal e lá, além da amígdala, também está a cabeça do hipocampo. ● A amígdala possui conexões com a área visual, com a área auditiva e com áreas multissensoriais, ou seja, possui conexões com áreas de associação. Quando algum estímulo acontece, a amígdala é estimulada – a amígdala é dividida em cinco núcleos, sendo que é o núcleo basolateral que recebe as informações do córtex e que manda essas informações para o grupo central. Do grupo central, as informações de projetam para as áreas efetoras das reações de medo; ● A amígdala, basicamente, é o órgão do medo. Se a amígdala de um animal for removida, ele vai apresentar comportamentos inadequados, porque ele não terá medo, não se sentindo intimidado. Assim como um animal, se for retirada a amigdala de uma pessoa, ela deixa de sentir medo e vai passar a não reagir negativamente a nada do ambiente. Do grupo central da amígdala saem as informações que vão se projetar para o hipotálamo, para os núcleos bulbares e para a substância cinzenta periaquedutal. Já o núcleo basolateral da amígdala recebe informações do córtex, principalmente do córtex visual e auditivo, mas também recebe informações de áreas multissensoriais, inclusive do tato. Essa informação vai para o núcleo central, que vai projeta-la para o hipotálamo, para a substância cinzenta periaquedutal e para os núcleos bulbares (núcleos do tronco cerebral). Existem três tipos de medo: a) Medo causado por estímulo simples: ● Por exemplo, as pessoas podem ter tolerância até um determinadotipo de ruído. Se o barulho for muito mais alto, ultrapassando a tolerância, as pessoas tendem a se defender e a se afastar. Então, sons altos demais podem declarar uma reação emocional de medo – esse medo é bem primitivo e a reação será de susto (reação impulsiva); ● As reações desse medo são puramente reflexas e quase não recebem influência dos córtex associativos, porque ele é gerado diretamente pela área visual primária e pela área auditiva primária. b) Medo do estímulo condicionado: ● Esse medo é um pouco mais complexo e está relacionado com o córtex associativo do lobo temporal. Os circuitos de associação vão ativar a amígdala com base em elementos pré-programados por vivências e à medida que as pessoas vão sendo condicionadas a determinadas situações elas vão desenvolvendo medos específicos; ● É uma memória implícita que está na amígdala. c) Medo causado pelo lobo frontal: ● Os estímulos muito complexos relacionados a situações sociais é o medo causado pelo lobo frontal. A área pré-frontal é área do comportamento; ● Na extremidade do lobo frontal está localizada a porção que define quem nós somos (as características pessoais estão no lobo frontal), porque as decisões são tomadas nessa região. Quando uma pessoa é lobotomizada/frontalizada, ou seja, quando uma pessoa perde a porção anterior do lobo frontal ela se torna uma pessoa sem vontades e sem iniciativa. Porém, os medos mais complexos vêm justamente dessa região – medo de situações sociais, medo de se comunicar em público, medo de se apresentar e etc. As pessoas lobotomizadas não apresentam medos sociais, mas podem apresentar outros medos que não estão relacionados ao lobo frontal; ● No lobo frontal está a área motora, sendo que é a área pré-motora que desenvolve o movimento que a área motora irá realizar – a área pré-frontal da o ponta pé inicial para o movimento. Todo movimento foi um pensamento que foi transformado em uma decisão, que se tornou um ato planejado e depois um movimento. Atenção! As pessoas conseguem ser diferenciadas umas das outras com base no ponto de vista comportamental, sendo que o lobo frontal o responsável por definir o comportamento e por tomar a iniciativa de executar os comportamentos. Por isso, é possível dizer que as características individuais estão no lobo frontal, porque é ele que decide o que cada indivíduo irá fazer. As execuções das reações de medo ficam a cargo do hipotálamo, que atua estimulando o SNA, o sistema endócrino e imune e da substância cinzenta periaquedutal, que atua estimulando os núcleos descendentes motores. Isso quer dizer que em situações de medo/perigo é preciso que ocorra uma reação, seja essa reação fugir ou enfrentar - o tronco encefálico prepara os núcleos motores do próprio troco e da medula para que se possa fugir ou enfrentar. Sistemas ascendentes difusos do tronco encefálico: esses sistemas são os responsáveis por ativar o cérebro, ativando a atenção, a memória e o raciocínio para que a melhor decisão possível possa ser tomada. A percepção subjetiva (sentimento do medo) de que uma emoção está acontecendo surge através de trocas de informações entre o complexo amigdalóide e o córtex através do giro do cíngulo. ● O Sistema Límbico tem início no hipocampo, sendo que o hipocampo não tem função de emoção, mas ele pode ser potencializado pela emoção do medo. O giro do cíngulo também faz parte do Sistema Límbico e é o responsável por distribuir para todo o córtex cerebral a percepção de que um determinado estímulo causa medo e que, portanto, é um estímulo desagradável; ● O medo causa a modulação da memória. Área septal: A área septal fica localizada na porção mediana do lobo frontal e essa área é responsável por fornecer a recompensa e o prazer. Da mesma forma que ativando a amígdala ocorrem reações negativas, ativando a área septal ocorrem reações positivas de prazer e a sensação recompensa. Então, tudo o que é sentido é uma programação cerebral. Atenção! O medo mais complexo vem de elementos da personalidade que estão na área pré-frontal, mas se a área pré-frontal for utilizada o medo pode ser inibido. Por exemplo, uma pessoa que nunca andou de avião e vai andar pela primeira vez pode se lembrar dos acidentes aéreos que já aconteceram e acabar sentindo medo. Nesse caso, o medo pode ser inibido com pensamentos do tipo “vários aviões estão voando agora e nenhum está caindo”. ● Nesse exemplo ocorrem duas coisas: (1) a pessoa começa a entender que voar de avião é menos perigoso do que a alusão que tinha sido feita antes; (2) o lobo frontal quando é hiperativado ele consegue inibir a amígdala, inibindo, dessa forma, a reação de medo; ● Se uma pessoa presta muita atenção no medo, a capacidade de entender o que está acontecendo é reduzida – ela toma decisões mais rápidas, mas a capacidade de entender o que está acontecendo diminui. Se essa pessoa esquecer o medo e procurar entender a situação, ela vai conseguir agir de uma forma melhor e imediatamente o medo começa a diminuir, porque o lobo frontal inibe a amígdala (inibição direta). Portanto, o raciocínio faz perder o medo – se o raciocínio for feito da forma correta o medo é perdido, mas o raciocínio também pode ser feito da forma errada. Por exemplo, um aluno acha que não vai se dar bem em uma prova e para de estudar para poder assistir série. Como o lobo frontal está sendo usado para que a série seja entendida, a amígdala encontra-se inibida, porém, essa inibição está fugindo do objetivo do medo e não está resolvendo o objeto do medo. Como se sabe que a amígdala é inibida pelo lobo frontal? Foram feitas experiências clínicas que mostraram que se uma notícia ruim for dada para uma pessoa que está em uma situação de absoluta tranquilidade, a reação dessa pessoa será muito maior do que seria caso ela estivesse no ambiente de trabalho, por exemplo – no ambiente de trabalho o lobo frontal (raciocínio) é muito mais utilizado. Além disso, também foram usados exames de função cerebral, como, por exemplo, a ressonância funcional. Se uma pessoa está lendo um livro e tem uma experiência ruim, o lobo frontal ativado vai causar uma reação emocional muito menor quando comparada a uma reação emocional que teria sido causada se o lobo frontal não tivesse ativado. Atenção! Para uma pessoa vencer o medo ela precisa se expor ao evento que causa o medo de forma voluntária e não de forma forçada. Se uma pessoa que tem pânico de escuro for obrigada a ficar no escuro, o medo dela vai piorar, podendo causar um trauma. ● Ao contar uma história de dormir para uma criança, ocorre ativação do lobo frontal e à medida que o lobo frontal vai funcionando o medo vai se dissolvendo, porque o lobo frontal efetivamente diminui a reação amigdaliana. Nesse caso, o medo não é enfrentado, mas a criança é capaz de perceber que o ambiente do quarto não vai lhe causar nenhum mal. ● O ideal é que a pessoa seja exposta ao medo de forma voluntária e que também seja tranquilizada, para que ela seja condicionada de que determinado estímulo não leva a nada (aprendizado). Exemplo: uma pessoa passa todo dia em frente a uma padaria e compra uma barra de chocolate, só que essa mesma pessoa decide emagrecer. Por hábito, a pessoa vai continuar comprando a barra de chocolate ao passar pela padaria – para mudar esse comportamento a pessoa precisa mudar de trajeto. Todas as coisas são comportamentais e também são pré-programadas, sendo que as coisas podem ser reprogramadas.
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