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Teoria de sistemas

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Teoria de Sistemas 
 
1. Introdução 
Os sistemas estão por toda parte. Com o avanço tecnológico, o termo “sistema” vem se difundindo na sociedade moderna. A 
necessidade de se encontrar novos meios para realizar as tarefas faz surgir novas profissões voltadas ao “enfoque sistêmico”, 
com o objetivo de não somente realizar a tarefa pretendida, mas com o foco voltado em realiza-la com o máximo de eficiência e 
menor custo possíveis. 
Sendo assim as mudanças no período atual tem a presença dos sistemas em muitos campos da ciência. Essa transformação 
ocorre na maneira do homem pensar, que passa a encarar tudo como se fossem grandes complexos (sistemas), reorientando o 
pensamento científico. 
Os sistemas vivos, sejam indivíduos ou organizações, são analisados como “sistema abertos”, mantendo um contínuo 
intercâmbio de matéria/energia/informação com o ambiente. 
A Teoria de Sistema permite reconceituar os fenômenos em uma abordagem global, permitindo a inter-relação e integração 
de assuntos que são, na maioria das vezes, de natureza completamente diferentes. 
A teoria sobre sistemas pode servir para diversos campos, até mesmo nas ciências sociais, onde se deve tratar os fenômenos 
sociais contemporâneos como sendo “sistemas”, mesmo sabendo a complexidade das definições socioculturais dos povos 
atuais. 
 
2. História 
A teoria geral de sistemas surgiu com os trabalhos do biólogo austríaco Ludwig von Bertalanffy, publicados entre 1950 e 
1968. 
A T.G.S. não busca solucionar problemas ou tentar soluções práticas, mas sim produzir teorias e formulações conceituais que 
possam criar condições de aplicação na realidade empírica. 
Praticamente todas as tecnologias atuais foram desenvolvidas tendo como base o pensamento científico ancorado nesta 
teoria. 
 
3. Importância 
É significativa tendo em vista a necessidade de se avaliar a organização como um todo e não somente em departamentos ou 
setores. 
O mais importante, ou tanto quanto, é a identificação do maior número de variáveis possíveis, externas e internas que, de 
alguma forma, influenciam em todo o processo existente na Organização. 
Outro fator também de significativa importância é o feedback que deve ser realizado ao planejamento de todo o processo. 
 
4. Conceito 
Sistema pode ser definido como um conjunto de elementos interdependentes que interagem com objetivos comuns 
formando um todo, e onde cada um dos elementos componentes comporta-se, por sua vez, como um sistema cujo resultado é 
maior do que o resultado que as unidades poderiam ter se funcionassem independentemente. Qualquer conjunto de partes 
unidas entre si pode ser considerado um sistema, desde que as relações entre as partes e o comportamento do todo sejam o 
foco de atenção (ALVAREZ). 
O Sistema é um conjunto de partes interagentes e interdependentes que, conjuntamente, formam um todo unitário com 
determinado objetivo e efetuam determinada função (OLIVEIRA, 2002, p. 35). 
Sistema é um conjunto de partes coordenadas e não relacionadas, formando um todo complexo ou unitário. 
 
5. Tipos de sistemas 
Há uma grande variedade de sistemas e uma ampla gama de tipologias para classificá-los, de acordo com certas 
características básicas. 
• Quanto a sua constituição: 
� Físicos ou concretos: quando compostos de equipamento, de maquinário e de objetos e coisas reais (equipamento, 
objetos, hardware); 
� Abstratos ou conceituais: quando compostos por conceitos, planos, hipóteses e ideias que muitas vezes só existem no 
pensamento das pessoas (conceitos, planos, ideias, software). 
Na realidade, há uma complementaridade entre sistemas físicos e abstratos: os sistemas físicos precisam de um sistema 
abstrato para funcionar, e os sistemas abstratos somente se realizam quando aplicados a algum sistema físico. 
 
• Quanto a sua natureza: 
� Fechados: não apresentam intercâmbio com o meio ambiente que os circunda, sendo assim não recebem nenhuma 
influência do ambiente e por outro lado não influenciam. Não recebem nenhum recurso externo e nada produzem 
que seja enviado para fora. 
Ex: A matemática é um sistema fechado, pois não sofrerá nenhuma influência do meio ambiente, sempre 1+1 será 2. 
� Abertos: são os sistemas que apresentam relações de intercâmbio com o ambiente, por meio de entradas e saídas. Os 
sistemas abertos trocam matéria, energia e informação regularmente com o meio ambiente. São eminentemente 
adaptativos, isto é, para sobreviver devem reajustar-se constantemente as condições do meio. 
• Outros: 
� Estático e dinâmico: relacionado às mudanças causadas no sistema devido às mudanças no ambiente. 
� Adaptáveis e não-adaptáveis: relacionados à estabilidade e a dinâmica, ou seja adaptável seria o sistema que 
responde ao ambiente mutável. 
� Permanente e temporário: relacionado ao tempo de existência do sistema.. 
 
6. A organização como um sistema aberto 
As organizações são por definição sistemas abertos, pois não podem ser adequadamente compreendidas de forma isolada, 
mas sim pelo inter-relacionamento entre diversas variáveis internas e externas, que afetam seu comportamento. Tal como os 
organismos vivos, as organizações têm seis funções primárias ou principais, que mantêm estreita relação entre si, mas que 
podem ser estudadas individualmente. 
Funções primárias das organizações: 
a) Ingestão: as organizações adquirem ou compram materiais para processá-los de alguma maneira. Para assistirem outras 
funções, como os organismos vivos que ingerem alimentos para suprirem outras funções e manter a energia. 
b) Processamento: no animal, a comida é transformada em energia e suprimento das células. Na organização, a produção é 
equivalente a esse ciclo animal. Os materiais são processados havendo certa relação entre entradas e saídas no qual o 
excesso é o equivalente a energia necessária para a sobrevivência da organização (transformação em produtos). 
c) Reação ao ambiente: o animal reage frente as mudanças ambientais para sua sobrevivência. Ele deve adaptar-se as 
mudanças. As organizações também reagem ao ambiente, mudando seus materiais, consumidores, empregados e recursos 
financeiros. As alterações podem efetuar-se nos produtos, no processo ou na estrutura. (As mudanças ocorrem face ao que o 
mercado demanda). 
d) Suprimento das partes: os participantes da organização são supridos, não só do significado de suas funções, mas também 
de dados de compras, produção, vendas ou contabilidade, e são recompensados principalmente sob a forma de salários e 
benefícios. 
e) Regeneração das partes: as partes do organismo perdem sua eficiência, adoecem ou morrem e devem ser regenerados ou 
recolocados no sentido de sobreviver no conjunto. Os membros das organizações também podem adoecer, aposentar-se, 
desligar-se da firma ou então morrer. As máquinas podem tornar-se obsoletas. Ambos os homens e máquinas devem ser 
mantidos ou recolocados – manutenção e substituição. 
f) Organização: administração e decisão sobre as funções; 
 
7. Principais características das organizações 
a) Comportamento probabilístico: as organizações são sempre afetadas pelas variáveis externas. O ambiente é 
potencialmente sem fronteiras e inclui variáveis desconhecidas e incontroladas. Por outro lado as consequências dos 
sistemas sociais são probabilísticas e não-determinadas. O comportamento humano nunca é totalmente previsível. As 
pessoas são complexas, respondendo a muitas variáveis. Por esta razão a administração não pode esperar que os 
consumidores, fornecedores, tenham um comportamento previsível e de acordo com suas expectativas. sistema social num 
ambiente sem fronteiras, complexo e nem sempre previsível; 
b) Parte de uma sociedade maior: as organizações são vistas como sistemas dentro de sistemas. Os sistemas são complexos 
de elementos colocados em interação. Essas interações entre os elementos produzem um todo que não pode ser 
compreendido pela simples investigação das várias partes tomadas isoladamente.– ajuste constante entre grupos internos e 
externos, como estudado mais propriamente na Sociologia, Antropologia ou Economia (econômico e cultural); 
c) Interdependência entre as partes: uma organização não é um sistema mecânico, no qual uma das partes pode ser mudada 
sem um efeito concomitante sobre as outras. Em face da diferenciação das partes provocadas pela divisão do trabalho, as 
partes precisam ser coordenadas por meio de integração e de trabalho. As interações internas e externas do sistema 
refletem diferentes escalões de controle e da autonomia. Uma variedade de subsistema deve cumprir a função do sistema e 
as suas atividades devem ser coordenadas. – divisão de trabalho, coordenação, integração e controle; 
d) Homeostasia versus adaptabilidade: a homeostasia (auto regulação) garante a rotina e a permanência do sistema, 
enquanto a adaptabilidade leva a ruptura, à mudança e à inovação. Rotina e ruptura. Estabilidade e mudança. Ambos os 
processos precisam ser levados a cabo pela organização para garantir a sua viabilidade. – tendência a estabilidade e 
equilíbrio X tendência ao atendimento de novos padrões; 
e) Fronteiras ou limites: é a linha imaginária que serve para marcar o que está dentro e o que está fora do sistema. Nem 
sempre a fronteira de um sistema existe fisicamente. –fronteiras permeáveis- sobreposições e intercâmbios com os sistemas 
do ambiente; 
f) Morfogênese – capacidade de se modificar, de determinar o crescimento e as formas da organização, de se corrigir e de 
obter novos e melhores resultados; 
g) Resiliência - capacidade de o sistema superar o distúrbio imposto por um fenômeno externo. As organizações, como 
sistemas abertos, apresentam a capacidade de enfrentar e superar perturbações externas provocadas pela sociedade sem 
que desapareça seu potencial de auto-organização; 
h) Sinergia - esforço simultâneo de vários órgãos que provoca um resultado ampliado. A soma das partes é maior do que o 
todo (2 + 2 = 5 ou mais); 
i) Entropia - consequência da falta de relacionamento entre as partes de um sistema, o que provoca perdas e desperdícios. É 
um processo inverso a sinergia, a soma das partes é menor que o todo (2 + 2 = 3). A entropia leva o sistema à perda de 
energia, decomposição e desintegração. 
j) Sintropia, negentropia ou entropia negativa - para que o sistema continue existindo, tem que desenvolver forças contrárias 
à Entropia; 
k) Adaptabilidade, a tendência à mudança da organização no sistema na sua interação ou nos padrões requeridos para 
conseguir um novo e diferente estado de equilíbrio com o ambiente externo; 
l) Heterostase - toda vez que há uma ação imprópria (desgaste) do sistema, ele tende a se equilibrar. (OBS: O "estado de 
equilíbrio", segundo a lei da entropia, é um pouco diferente do que pode parecer pelo senso comum) 
 
8. Três níveis de hierarquia de sistemas 
Sistema - é o que está estudando ou considerando. 
Subsistemas - são as partes identificadas de forma estruturada, que integram o sistema. 
Supersistemas ou ecossistemas - é o todo e o sistema é um subsistema dele. 
 
9. Sistema de Informação 
• Conceito 
Para Laudon um SI pode ser definido como um conjunto de componentes inter-relacionados trabalhando juntos para coletar, 
recuperar, processar, armazenar e distribuir informações, com a finalidade de facilitar o planejamento, o controle, a 
coordenação, a análise e o processo decisório em organizações. 
De acordo com Turban; Maclean; Wetheber, o sistema de informação coleta, processa, armazena analisa e dissemina 
informações com um determinado objetivo dentro de um contexto. 
• Elementos básicos de SI 
 
• Tipologia do sistema de informação 
A melhor maneira de tipificar os sistemas de informação é levar em consideração a hierarquia organizacional. 
 
 
10. Exercício 02 
1. Qual é a importância da sistematização de processos organizacionais? 
2. Conceito Sistema e Sistema de informação 
3. Diferencie os tipos de sistemas abaixo exemplificando-os: 
a. Físicos ou concretos 
b. Abstratos ou conceituais 
c. abertos e fechados 
d. Estático e dinâmico 
e. Adaptáveis e não-adaptáveis 
f. Permanente e temporário 
4. Explique duas das as funções primárias dos sistemas abertos (Ingestão; Processamento; Reação ao ambiente; 
Suprimento das partes; Regeneração das partes; Organização;) 
5. Escolha três das principais características das organizações e explique-as (Comportamento probabilístico; Fronteiras ou 
limites; Morfogênese; Resiliência; Sinergia; Entropia; Sintropia, negentropia ou entropia negativa; Homeostase; 
Adaptabilidade; Heterostase) 
6. Um sistema é sempre o todo ou ele pode ser formado por partes? Justifique sua resposta 
7. Quais são os elementos básicos de SI? 
 
11. Referências Bibliográficas 
BUCKLEY, WALTER, A Sociologia e a Moderna Teoria dos Sistemas. 
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração. 4ª Edição, Ed. Makron Books. 
LAUDON; Kenneth C.; Laudon; Jane Price (1999). Sistema da Informação com Internet 
O'BRIEN, James (2004). Sistema de Informação e as decisões gerenciais na era da internet 
REZENDE, Denis Alcies; ABREU, Aline França de. Tecnologia da Informação Aplicada a Sistemas de Informação Empresariais. 
3ª Edição, Editora Atlas. 
TURBAN; Efraim; McLEAN; Ephraim; WETHERBE; James (2004). Tecnologia da informação para gestão

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