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Suspensões e Emulsões Profa. Ma. Bruna Pereira CURSO DE FARMÁCIA INTRODUÇÃO SISTEMAS DISPERSOS Fase dispersa, interna ou descontínua Fase dispersante, externa ou contínua (sólido, líquido ou gasoso) (sólido, líquido ou gasoso) INTRODUÇÃO Tabela 1: TIPOS DE SISTEMAS DISPERSOS Fase Dispersa Fase Dispersante Nome Exemplo Líquido Gás Aerossóis líquidos Nevoeiros e neblinas Sólido Gás Aerossóis sólidos Fumaça e poeira Gás Líquido Espumas Espuma em soluções de tensoativo Líquido Líquido Emulsões Leite e emulsões farmacêuticas Sólido Líquido Suspensões Suspensões farmacêuticas Gás Sólido Espumas sólidas Poliestireno expandido Líquido Sólido Espumas sólidas Opalas e pérolas Sólido Sólido Suspensões sólidas Plásticos pigmentados SUSPENSÕES CONCEITO São dispersões de partículas de fármacos, insolúveis e finamente divididas (fase dispersa ou fase descontínua) em um líquido/veículo (fase dispersante ou fase contínua), no qual esse exibe mínima solubilidade. SUSPENSÕES VANTAGENS Palatabilidade aos fármacos. Flexibilidade de administração em diferentes doses (lactentes, crianças e idosos). Facilidade de deglutição. Facilidade de mascarar sabores. Ex.: flavorizantes e edulcorantes em suspensões aquosas. Substâncias quimicamente instáveis em soluções (Estabilidade química de alguns fármacos). SUSPENSÕES CARACTERÍSTICAS DE UMA SUSPENSÃO Eficácia Terapêutica Estabilidade Química Durabilidade Facilidade de Resuspensão Tamanho Constante e Uniforme das Partículas Viscosidade Ideal Escoamento Rápido e Uniforme Sedimentação Lenta SUSPENSÕES PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS TAMANHO DAS PARTÍCULAS VISCOSIDADE MOLHABILIDADE ESTABILIDADE SUSPENSÕES PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS TAMANHO DAS PARTÍCULAS -Técnicas de redução. -Homogêneo. - Difícil deposição. - Fácil redispersão. -Ausência de aglomerado (grumos e cristais). SUSPENSÕES MICROPULVERIZADORES (10 a 50 mm) SUSPENSÕES MOINHO A JATO OU MICRONIZADORES (>10mm) SUSPENSÕES SPRAY-DRYING (1mm) SUSPENSÕES PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS VISCOSIDADE Difícil Manter a Suspensão! Difícil Escoar! Difícil Ressuspender! SUSPENSÕES PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS = 0° < 90° = 90° > 90° = 180° H I D R O F O B I A H I D R O F O B I A Ângulo de contato Líquidos aquosos Líquidos oleosos M O L H A B I L I D A D E M O L H A B I L I D A D E 13 MOLHABILIDADE SUSPENSÕES SÓLIDOS HIDROFÍLICOS (LIOFÍLICOS) SÓLIDOS HIDROFÓBICO (LIOFÓBICOS) Facilmente molháveis pela água (óleo). Normalmente são incorporados em suspensões. Repelem-se na água (óleo). Difíceis de dispersar. Frequentemente flutuam. Utilizar agentes molhantes. SUSPENSÕES PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS Manter em suspensão tempo suficiente para administração! Ressuspender quando a agitada! ESTABILIDADE SUSPENSÕES Lei de STOKES Vsed = velocidade de sedimentação (cm/s) r = raio da partícula (cm) D = diâmetro da partícula (cm) d1 = densidade da partícula (g/mL) d2 = densidade do meio (g/mL) g= aceleração da gravidade (cm/s2) V= viscosidade do meio (gcm-1s-1= Poise (ps)) SUSPENSÕES EXERCÍCIO Um fármaco apresenta densidade de 1,3g/mL e o diâmetro médio de 2,5mm. a) De acordo com a equação de Stokes, esse pó sedimentará em água (viscosidade de 1 cps) em qual velocidade? b) Se o pó tiver o seu tamanho médio reduzido 10 vezes, qual será a velocidade de sedimentação? c) Se a viscosidade tiver um aumento de 10 vezes com a adição de algum agente suspensor, qual será a velocidade de sedimentação? SUSPENSÕES POTENCIAL ZETA SUSPENSÕES PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS POTENCIAL ZETA Força de Repulsão > Força de Atração Partículas se dispersão (DEFLOCULADAS) POTENCIAL ZETA Força de Repulsão < Força de Atração Formam agregados não compactos (FLOCULADAS) ESTABILIDADE SUSPENSÕES PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS FORMAÇÃO DE CAKE ou CAKING! INSTABILIDADE SUSPENSÕES CARACTERÍSTICAS DA FASE DISPERSA: SISTEMA DEFLOCULADO SISTEMA FLOCULADO TIPO DE LIGAÇÃO Forte (COVALENTE) Fraca (VAN DER WAALS) FORMA DAS PARTÍCULAS Assimétrica Simétrica TAMANHO DAS PARTÍCULAS Finamente divididas Não tão finamente divididas VOLUME DO SEDIMENTO Compacto Não compacto VELOCIDADE DE SEDIMENTAÇÃO Lenta Rápida REDISPERSÃO Mais Difícil Fácil INSTABILIDADE CAKE (massa sólida aglomerada) -------- SUSPENSÕES FLOCULADO DEFLOCULADO SUSPENSÕES ADJUVANTES FARMACÊUTICOS: AGENTES MOLHANTES. AGENTES FLOCULANTES. AGENTES SUSPENSORES. SUSPENSÕES AGENTES MOLHANTES Reduzir a tensão interfacial entre o sólido e o líquido, fazendo com que o ar adsorvido na superfície do sólido seja deslocado pelo líquido. Ex.: Tensoativos (EHL entre 7 e 9) Span®, Tween®, laurilsulfato de sódio, lecitinas e Poloxamer®. Colóides hidrofílicos Goma arábica, magma de bentonita, goma xantana, derivados de celulose. Solventes Álcool, glicerina e propilenoglicol. SUSPENSÕES AGENTES FLOCULANTES Controlam a floculação Ex.: Eletrólitos Alteram o potencial Zeta Ex.: sais sódicos de acetato, fosfato e citrato. Tensoativos Neutralizam as cargas das partículas. Polímeros facilitam a formação de ligação cruzada entre as partículas Ex.: amido, alginatos, derivados da celulose, goma adrajante, carbômeros e silicatos. SUSPENSÕES AGENTES SUSPENSORES Modificam a viscosidade da suspensão. Ex.: Polissacarídeos: Goma arábica, goma adragante, alginatos e amido. Celuloses hidrossolúveis: Metilcelulose, carboximetilcelulose, hidroximetilcelulose e celulose microcristalina. Silicatos hidratados: Bentonita, silicatos de magnésio e alumínio e hectorita. Carbômeros. Dióxido de silício coloidal. SUSPENSÕES APLICAÇÕES FARMACÊUTICAS DAS SUSPENSÕES. LIBERAÇÃO ORAL ADMINISTRAÇÃO TÓPICA USO PARENTERAL SUSPENSÕES LIBERAÇÃO ORAL Pessoas com dificuldade de deglutição das formas farmacêuticas sólidas. Ex.: crianças e idosos. Algumas substâncias precisam está finamente dividida no trato gastrintestinal. Ex.: hidróxido de alumínio e carbonato de magnésio. Mascarar sabor desagradável de certos fármacos. Ex.: paracetamol (solução, solução pediátrica e suspensão) e mebendazol. SUSPENSÕES Exemplos de suspensões orais: Antiácidos: Mylanta® (hidróxido de alumínio 200mg, hidróxido de magnésio 200mg e simeticona 20mg / 5mL). Antibióticos: Estolato de eritromicina (125 e 250mg / 5mL). Bactrim® (Sulfametoxazol 200mg + Trimetroprima 40mg / 5mL). Anticonvulsivante: Mysoline® (Primison 250mg / 5mL). Anti-helmíntico: Tiabena® (tiabendazol 500 mg / 5 mL). Diurético: Diuril® (Clorotiazida 250 mg / 5mL) SUSPENSÕES ADMINISTRAÇÃO TÓPICA Loções fluidas Ex.: Calamina (Caladril®), pasta d’água e loção Hees. SUSPENSÕES USO PARENTERAL Visam o controle da velocidade de absorção. Controle do tempo de duração da atividade por ajuste no tamanho das partículas. Ex.: antibióticos de maneira geral (penicilinas e cefalosporinas). SUSPENSÕES ACONDICIONAMENTO E ARMAZENAMENTO DE SUSPENSÕES: Recipiente de boca larga. Espaço acima do líquido. Recipiente hermeticamente fechado. Protegido do calor excessivo, luz e congelamento. Agite antes de usar! Obtenção de uma distribuição uniforme das partículas Garantir a exatidão da dose. FASE DISPERSANTE (externa ou contínua) FASE DISPERSA (interna ou descontínua) FASE DISPERSANTE (externa ou contínua) FASE DISPERSA (interna ou descontínua) EMULSÕES LÍQUIDO (ÓLEO ou ÁGUA) LÍQUIDO (ÁGUA ou ÓLEO) EMULSÃO TENSOATIVO EMULSÕES CLASSIFICAÇÃO DAS EMULSÕES MACROEMULSÃO: - termodinamicamente instável; - opacas (leitosas); - 5 mm. MICROEMULSÃO: - termodinamicamente estável; - transparentes; - < 1 mm. MINIEMULSÃO EMULSÕES TIPOS DE EMULSÕES O/A A/O A/O/A O/A/O EMULSÕES TRADICIONAIS EMULSÕES MÚLTIPLAS EMULSÕES TIPOS DE EMULSÕES EMULSÃO O/A EMULSÃO A/O EMULSÕES TIPOS DE EMULSÕES EMULSÃO A/O/A EMULSÃO O/A/O EMULSÕES TIPOS DE EMULSÕES EMULSÃO A/O EMULSÃO O/A EMULSÕES COMO DEFINIR OS TIPOS DE EMULSÕES? EMULSÕES O/A EMULSÕES A/O MISCIBILIDADE (DILUIÇÃO) DILUI EM ÁGUA DILUI EM ÓLEO COLORAÇÃO ADIÇÃO DE CORANTELIPOFÍLICO (MACROSCÓPICO) MENOS CORADO MAIS CORADO COLORAÇÃO ADIÇÃO DE CORANTE LIPOFÍLICO (MICROSCÓPICO) GOTÍCULAS CORADAS CONTRA UM FUNDO INCOLOR GOTÍCULAS INCOLORES EM CONTRASTE COM UM FUNDO CORADO CONDUTIVIDADE CONDUZ ELETRICIDADE NÃO CONDUZ ELETRICIDADE EMULSÕES ESCOLHA DO TIPO DE EMULSÃO Via Oral O/A Via IV O/A Via IM O/A Via Tópica O/A A/O A/O O/A/O A/O/A EMULSÕES COMPOSIÇÃO BÁSICA DE UMA EMULSÃO FASE AQUOSA FASE OLEOSA TENSOATIVOS ADJUVANTES - Edulcorantes - Conservantes - Flavorizantes - Corantes EMULSÕES CARACTERÍSTICAS DE UM TENSOATIVO INERTE, INCOLOR, AUSÊNCIA DE ODOR E SABOR; BOA COMPATIBILIDADE; GARANTIR A ESTABILIDADE DA EMULSÃO DURANTE A SUA VALIDADE. EMULSÕES TEORIA DA EMULSIFICAÇÃO SEM TENSOATIVO COM TENSOATIVO REPOUSO AGITAÇÃO REPOUSO FASE OLEOSA TENSOATIVO FASE AQUOSA EMULSÕES TEORIA DA EMULSIFICAÇÃO TENSOATIVO REDUZ A TENSÃO INTERFACIAL ENTRE O ÓLEO E A ÁGUA FORMA UM FILME INTERFACIAL ENTRE O ÓLEO E A ÁGUA DEFINE O TIPO DE EMULSÃO EM A/O ou O/A TENSOATIVO EMULSÕES ESTABILIDADE DE UMA EMULSÃO QUEBRA EMULSÕES ESTABILIDADE DE UMA EMULSÃO BAIXA TENSÃO INTERFACIAL; ALTA VISCOSIDADE DA FASE CONTÍNUA; PROPORÇÃO ADEQUADA DAS FASES AQUOSA E OLEOSA; CONCENTRAÇÃO ADEQUADA DE TENSOATIVO; TAMANHO HOMOGÊNEO DAS GOTÍCULAS; POTENCIAL ZETA ADEQUADO; TENSOATIVO DE EHL IDEAL. Cremagem EMULSÕES ETAPAS DA INSTABILIDADE DE UMA EMULSÃO Pontes de Ostwald Reversível Irreversível Irreversível Lei de Stokes EMULSÕES EHL EMULSÕES SISTEMA EHL (Equilíbrio Hidrófilo-Lipófilo) Griffin (1947) HIDROFILIA DO TENSOATIVO Quem determina o EHL do sistema é a sua fase oleosa! HLB (Hidrophily-Lipophily Balance) EMULSÕES SISTEMA EHL (Equilíbrio Hidrófilo-Lipófilo) APLICAÇÃO VALOR DE EHL ANTIESPUMA 1 – 3 EMULGENTE A/O 3 – 6 AGENTE MOLHANTE 7 – 9 EMULGENTE O/A 8 – 18 SOLUBILIZANTES 15 – 20 DETERGENTES 13 – 16 Valor de EHL dos tensoativos e sua aplicação EMULSÕES VANTAGENS VANTAGENS ESTABILIDADE QUÍMICA DOS P.A. MASCARAR SABOR E ODOR USO TÓPICO, PARENTERAL E ORAL BIOCOMPATIBILIDADE COM A PELE MELHORA A BIODISPONIBILIDADE
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