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Espelho de Correção Direito Constitucional Seção II

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Seção 2 
ESPELHO DE CORREÇÃO 
DIREITO 
CONSTITUCIONAL 
 
 
 
 
 
 
 
E então, futuro advogado, conseguiu identificar qual a peça processual cabível 
para assegurar o direito de sua cliente? Tenho certeza que sim! Com o que estudamos, 
você seguramente concluiu que a peça indicada para garantir o direito de Magnólia é 
o mandado de segurança individual repressivo, correto? Isso porque é ele o remédio 
constitucional previsto para combater ato ilegal ou de abuso de poder cometido por 
autoridade pública ou pessoa jurídica no exercício das atribuições do Poder Público 
que comprometa ou viole direito líquido e certo de indivíduo, o qual não possa ser 
amparado por habeas corpus ou habeas data. 
No caso colocado nesta seção, vimos um claro desrespeito ao direito à saúde de 
Magnólia, colocando em risco a manutenção da sua saúde ante a impossibilidade de 
dar prosseguimento ao tratamento médico receitado em face de ato ilegal da 
Secretaria de Saúde do Estado do Ceará, que suspendeu o fornecimento de 
medicamentos pelo SUS no Estado. 
Você viu que o art. 23, II da CF/88 determina que a promoção da saúde é dever 
de todos os entes federativos, no qual se inclui o Estado. Bem como que o 
entendimento jurisprudencial firmado pelo STF é de que a responsabilidade dos entes 
federativos é solidária, podendo inclusive ação que vise a defesa do direito à saúde ser 
proposta contra todos os entes e não apenas um deles, já que todos são igualmente 
responsáveis. Evidente, portanto, que o ato cometido pelo Secretário de Estado ao 
suspender o fornecimento gratuito de medicamentos no Ceará e negar o direito a sua 
cliente é um ato ilegal e abusivo. Lembre-se que o Mandado de Segurança visa 
assegurar direito líquido e certo, ou seja, que não necessite de uma dilação probatória 
para restar comprovado, por isso você deve fundamentar muito bem a sua petição 
inicial, demonstrando que fora violado um direito fundamental, previsto no art. 6º e 
no art. 196 da CF/88, bem como nas leis federais 8.808/90 e 8.142/90. Atente que não 
há instrução probatória no mandado de segurança, por isso você já deve juntar à 
petição inicial todos os documentos que comprovam o cometimento de ato ilegal, do 
Seção 2 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
Na prática! 
 
direito da autora e da necessidade da concessão da segurança. O ato abusivo ou ilegal 
foi cometido pelo Secretário de Saúde do Estado. Logo ele deverá integrar o polo 
passivo de sua petição como autoridade coatora, devendo constar a indicação da 
pessoa jurídica/órgão da qual é agente, no caso a Secretaria Estadual de Saúde. Outro 
ponto importante é o endereçamento da sua petição, que deve ser dirigido ao Tribunal 
de Justiça do Estado do Ceará, eis que a autoridade coatora é Secretário de Estado, 
caso de competência originária do TJE, conforme constituição estadual. 
Lembre-se, ainda, de que é necessário demonstrar a urgência da demanda, pois 
a saúde da sua cliente está em risco. Pense que, quando estamos diante de uma 
situação em que o direito é claro e há um perigo na demora da prestação jurisdicional, 
o que deve ser requerido do ponto de vista processual? O mandado de segurança é a 
via judicial correta para isso. 
Bem, não esqueça que este remédio constitucional também possui uma 
regulamentação por legislação infraconstitucional, a Lei n° 12. 016/2009. Portanto, 
não se esqueça de consultá-la para a elaboração de sua peça. Ah! Fique atento 
também para indicar o fiel cumprimento do prazo legal ao ajuizamento da ação, pois 
o seu cumprimento é requisito essencial para a concessão do direito pleiteado. 
De acordo com os fatos, Magnólia soube informalmente que o fornecimento de 
medicamentos estava suspenso no dia 10/10/2017, diante disso, no dia 11/10/2017 
formulou pedido à Secretaria Estadual de Saúde solicitando o fornecimento dos 
medicamentos de que necessitava e, no dia 15/10/2017 foi formalmente notificada da 
negativa do seu pedido. Logo, o prazo legal de 120 dias para a impetração do mandado 
de segurança começa a contar a partir do dia 15/10/2017, data em que tomou ciência 
da ilegalidade praticada. Fique atento! 
 
 
 
À COLENDA CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ 
 
Magnólia, brasileira, cearense, estado civil, profissão, portadora da CI nº xxxxxxxxxx-x, 
inscrita no CPF sob o nº xxxxxxxxxxxx-xx, endereço eletrônico, residente e domiciliada 
em Caicó, na rua, nº, bairro, Ceará, representada por seu advogado conforme 
procuração in fine assinada (doc. Nº), com endereço profissional na rua, bairro, nº, 
Cidade, CEP, vem, respeitosamente, perante a Vossa Excelência, com fulcro no art. 5º, 
LXIX, da Constituição da República Federativa do Brasil e na Lei nº 12.016/09, 
impetrar o presente: 
Questão de ordem! 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641516/artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
 
 
 
MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL REPRESSIVO COM PEDIDO LIMINAR 
 
visando proteger direito líquido e certo seu, indicando como coator o Excelentíssimo 
Senhor, SECRETÁRIO DE SAÚDE DO ESTADO DO CEARÁ, o qual é vinculado à pessoa 
jurídica da SECRETARIA DE SAÚDE DO ESTADO, sediada na rua, nº, bairro, Imaginária, 
Ceará, pelos fundamentos de fato e de direito que se seguem: 
 
1. DOS FATOS 
 
A impetrante é uma jovem moça que recentemente foi diagnosticada com uma 
grave doença: lúpus. Passou alguns dias internada em Hospital Público estadual, na 
capital do Estado, após receber alta, retornou à sua cidade natal. Entretanto, em razão 
do seu quadro clínico, foi receitado que a impetrante fizesse uso contínuo do 
medicamento xxxxx, conforme consta nos documentos acostados nesta inicial, em 
especial o seu prontuário médico. 
O medicamento de que a impetrante necessita é gratuitamente fornecido pelo 
SUS, conforme consulta feita à lista de medicamentos elaborada pelo Poder Público. 
Em razão disso, a jovem dirigiu-se ao posto de saúde municipal mais perto de sua casa 
para solicitar a medicação. Lá chegando foi informada de que o fornecimento de 
medicamentos estava suspenso há alguns meses, em razão de uma ordem da 
Prefeitura Municipal. 
Não lhe restando alternativa, a impetrante elaborou requerimento e 
protocolou junto à Prefeitura, explicando sua situação e solicitando o fornecimento de 
medicamentos. Referido documento, conforme se faz prova em anexo, foi formalizado 
em 11/10/2017. No dia 15/10/2017 obteve a resposta formal da Prefeitura, 
informando que a compra de todos os medicamentos estava suspensa por tempo 
indeterminado. 
Diante disso, o impetrante procurou um advogado de sua confiança e por meio 
do presente instrumento pretende fazer valer seus direitos, conforma argumentação 
legal abaixo demonstrada. 
 
Destaca-se, Excelência, que o presente remédio constitucional está sendo 
impetrado dentro do prazo legal de 120 dias, a contar da notificação recebida no dia 
15/10/2017, na forma do art. 3º, parágrafo único e art. 24 da Lei n° 12.016/09. 
 
2. DO DIREITO 
 
https://jus.com.br/tudo/pessoa-juridica
https://jus.com.br/tudo/pessoa-juridica
 
2.1. DO DIREITO À SAÚDE E A RESPONSABILIDADE DO MUNICÍPIO 
 
O direito a saúde é um direito fundamental social, assegurado no art. 6º da 
Constituição Federal, a qual estabelece ainda em seu art.196, que 
 
AA saúde é direito de todos e dever do Estado, garantindo mediante políticas 
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros 
agravos e ao acesso universal igualitário às ações e serviços para sua 
promoção, proteção e recuperação.(BRASIL, 1988, [s. p.]) 
 
O Direito à saúde tem uma dimensão tanto coletiva, como individual; ele não 
apenas significa uma diretriz a ser cumprida pelo Estado, mas um direito público 
subjetivo. Nesse sentido, o ilustre ex-ministro do STF Celso de Mello, ao julgar o AgR-
RE 271.286-8/RS, proferiu voto no sentido de reconhecer o direito à saúde como um 
direito exigível judicialmente, destacando que 
 
[…] “a essencialidade do direito à saúde fez com que o legisladorconstituinte 
qualificasse como prestações de relevância pública as ações e serviços de 
saúde (art. 197)”, legitimando a atuação do Poder Judiciário nas hipóteses em 
que a Administração Pública descumpra o mandamento constitucional em 
apreço. 
 
Nesse sentido, ressalta-se que a Constituição determina que o Estado, além 
de preservar a saúde dos indivíduos tem o dever de promovê-la mediante políticas 
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos. 
Sobre a competência do Estado para tanto, no art. 23, II, da CF/88 há a previsão de que 
tal dever pertence aos três entes federativos: União, Estados e Municípios, nos 
seguintes termos: “Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios: [...] II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e 
garantia das pessoas portadoras de deficiência”. 
 
O STF já firmou entendimento inclusive de que essa responsabilidade é 
solidária entre todos os entes federativos, conforme a decisão proferida no RE 855178 
RG / Sergipe, vejamos pela ementa (grifo nosso): 
 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. DIREITO 
À SAÚDE. TRATAMENTO MÉDICO. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DOS ENTES 
FEDERADOS. REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA. REAFIRMAÇÃO DE 
JURISPRUDÊNCIA. O tratamento médico adequado aos necessitados se insere 
no rol dos deveres do Estado, porquanto responsabilidade solidária dos 
 
entes federados. O polo passivo pode ser composto por qualquer um deles, 
isoladamente, ou conjuntamente” (RE 855178 RG/SE – Sergipe. Relator: Min. 
Luiz Fux. Julgamento: 05/03/2015. DJe – 050 Divulg 13-03-2015 Public 16-03-
2015).1 
 
 
No mesmo art. 196, a Constituição Federal fala que o direito à saúde deve ser 
garantido mediante políticas sociais e econômicas, políticas que visem à redução do 
risco de doença e de outros agravos, políticas que visem o acesso universal e igualitário 
às ações e serviços para promoção, proteção e recuperação da saúde, o que revela o 
dever do Estado na promoção da saúde, tanto no âmbito preventivo como no âmbito 
do tratamento médico e hospitalar, bem como o caráter integral do direito à saúde, 
que não se resume a medidas relativas ao tratamento médico, mas a todas as ações 
ligadas à proteção e promoção da saúde, incluindo o fornecimento de medicamentos 
médicos, o desenvolvimento de novas tecnologias etc. Essa previsão contida na norma 
constitucional, faz com que todas as medidas necessárias para a consecução dessas 
políticas públicas sejam exigíveis do Estado. 
 
A Lei n° 8.808/90, ao dispor sobre as condições para a promoção, proteção e 
recuperação da saúde e sobre a organização e funcionamento dos serviços 
correspondentes, possui alguns pontos que merecem ser destacados dentro da 
temática de fornecimento de medicamentos que estamos abordando, vejamos: 
 
Art. 5º São objetivos do Sistema Único de Saúde SUS: 
[…] 
III - a assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção 
e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais 
e das atividades preventivas. 
 
Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema Único de Saúde 
(SUS): 
[…] 
d) de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica; 
 
1 Acórdão disponível na íntegra em: 
<http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=%28RE%24%2ESCLA%2E+E+85517
8%2ENUME%2E%29+OU+%28RE%2EPRCR%2E+ADJ2+855178%2EPRCR%2E%29&base=baseRepercus
sao&url=http://tinyurl.com/q6u8omz>. Acesso em: 26 set. 2017. 
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=%28RE%24%2ESCLA%2E+E+855178%2ENUME%2E%29+OU+%28RE%2EPRCR%2E+ADJ2+855178%2EPRCR%2E%29&base=baseRepercussao&url=http://tinyurl.com/q6u8omz
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=%28RE%24%2ESCLA%2E+E+855178%2ENUME%2E%29+OU+%28RE%2EPRCR%2E+ADJ2+855178%2EPRCR%2E%29&base=baseRepercussao&url=http://tinyurl.com/q6u8omz
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=%28RE%24%2ESCLA%2E+E+855178%2ENUME%2E%29+OU+%28RE%2EPRCR%2E+ADJ2+855178%2EPRCR%2E%29&base=baseRepercussao&url=http://tinyurl.com/q6u8omz
 
[…] 
VI - a formulação da política de medicamentos, equipamentos, 
imunobiológicos e outros insumos de interesse para a saúde e a 
participação na sua produção; 
 
Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados 
contratados ou conveniados que integram o Sistema Único de Saúde (SUS) 
são desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no art. 198 da 
Constituição Federal, obedecendo ainda aos seguintes princípios: 
I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de 
assistência; 
II - integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e 
contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e 
coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do 
sistema; 
III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade 
física e moral; 
 
[…] (BRASIL, 1990, [s. p.], grifo nosso) 
 
Portanto, é inegável que o fornecimento de medicamentos, quando 
necessários à prevenção, recuperação ou promoção da saúde deve ser assegurado 
pelo Poder Público ao indivíduo como parte das ações a serem promovidas em nome 
da proteção ao direito à saúde, sob a mácula de violação a esse direito fundamental. 
 
A respeito da interferência do Poder Judiciário nesta seara, é preciso observar 
que, em função do princípio da separação de poderes, não cabe ao Poder Judiciário 
formular políticas públicas sociais e econômicas, sob pena da usurpação de 
competência do Legislativo. E, Excelência, não é isso que se requer na presente 
demanda! O que se pretende é combater um ato ilegal e abusivo do Poder Público 
Municipal que está pondo em risco direito líquido e certo da impetrante, qual seja o 
seu direito fundamental à saúde, especificado no caso pelo acesso gratuito aos 
medicamentos de que necessita para o tratamento da sua doença. 
 
Nesse sentido, Excelência, convém destacar os ensinamentos do professor 
Gilmar Mendes2, que, com clareza, afirma que as hipóteses de conflito entre o Estado 
 
2 MENDES, Gilmar Ferreira. Curso de Direito Constitucional. 12. ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2017, 
p. 703. (Série IDP). 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao.htm#cfart198
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao.htm#cfart198
 
e o cidadão envolvendo a efetividade do direito à saúde são diversas, e que, quando o 
Poder Judiciário constatar a existência de política pública concretizadora do direito 
constitucional, deve então procurar verificar quais as razões para o não cumprimento 
da mesma, identificando o motivo pelo qual a pretensão do indivíduo foi negada. 
Destaca que 
 
pode ocorrer de medicamentos requeridos constarem das listas do Ministério 
da Saúde, ou de políticas públicas estaduais ou municipais, mas não estarem 
sendo fornecidos à população por problemas de gestão: há politica publica 
determinando o fornecimento do medicamento requerido, mas, por 
problemas administrativos do órgão competente, o acesso está interrompido. 
Nesses casos, o cidadão, individualmente considerado, não pode ser punido 
pela ação administrativa ineficaz ou pela omissão do gestor do sistema de 
saúde em adquirir os fármacos considerados essenciais, em quantidades 
suficientes para atender à demanda. Não há duvida de que está configurado 
um direito subjetivo à prestação de saúde, passível de efetivação por meio do 
Poder Judiciário. 
 
Muito bem, o conteúdo acima descrito demostra de maneira objetiva que 
o direito à saúde é constitucionalmente inquestionável, sendo dever do Estado (Poder 
Público) garantir o exposto na Constituição Federal de 1988. É, portanto, direito líquido 
e certoque vem sendo violado por ato ilegal cometido pela autoridade coatora, 
ensejando a concessão da segurança aqui pleiteada. 
 
2.2. DO CABIMENTO DO MANDADO DE SEGURANÇA 
 
Conforme o Artigo 5º, LXIX, da Constituição da República Federativa do Brasil, 
 
conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, 
não amparado por “habeas corpus” ou “habeas data”, quando o responsável 
pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de 
pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público. (BRASIL, 1988, [s. 
p.]) 
 
 Nesse mesmo sentido é a redação do artigo 1º da Lei n° 12.016 de 2009 
ao assegurar que 
 
conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, 
não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente 
ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou 
https://jus.com.br/tudo/habeas-corpus
 
houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria 
for e sejam quais forem as funções que exerça.(BRASIL, 2009, [s. p.]) 
 
Registre-se que, para fins de mandado de segurança, equiparam-se às 
autoridades os representantes ou órgãos de partidos políticos e os administradores de 
entidades autárquicas, bem como os dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas 
naturais no exercício de atribuições do poder público, somente no que disser respeito 
a essas atribuições. 
 
3. DO PEDIDO LIMINAR 
 
 
Conforme o art. 7º, III da Lei n° 12.016/09, ao despachar a inicial, o juiz 
ordenará que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver 
fundamento relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida, caso 
seja finalmente deferida. Diante do exposto, vê-se que o fundamento da presente 
impetração é relevante e que encontra amparo no texto da Constituição e na 
jurisprudência atual sinal de bom direito. 
 
De igual modo, há risco na demora da prestação jurisdicional. Observa-se que 
a impetrante é detentora de lúpus, doença grave, e por essa razão necessita 
urgentemente de medicamentos específicos para tratamento de saúde. Sendo certo 
que o não tratamento e a continuidade deste ocasionará complicações em sua saúde 
podendo chegar a óbito. Por esse motivo necessita em caráter de urgência dos 
medicamentos xxxxxxxxx (conforme documentos em anexo). 
 
Assim, presentes os requisitos, pede a V. Exa. que, LIMINARMENTE, assegure 
à Impetrante o direito de obter do Município o fornecimento gratuito dos 
medicamentos receitados. 
 
4. REQUERIMENTOS E PEDIDOS 
 
Ante o exposto, requer a Vossa Excelência que se digne a: 
 
(1) Requerer seja notificada a autoridade coatora do conteúdo da presente 
petição inicial. 
 
(2) Requerer seja dado ciência do feito ao órgão de representação judicial da 
pessoa jurídica interessada. 
(3) Requerer seja ouvido o representante do Ministério Público. 
 
 
(4) Reiterar o pedido liminar nos termos formulados. 
 
(5) Pedir que seja determinado ao Poder Público municipal que proceda o 
fornecimento de medicamento específico para o tratamento da impetrante, até que 
se sane a doença. 
 
Provas pré-constituídas anexas. 
 
Atribui à causa o valor de R$ 1.000,00. 
 
Termos em que pede e espera deferimento. 
 
Caicó, Ceará, 15/11/2017 
 
Advogado 
 
OAB/UF n. XXXXX 
 
 
 
1) Por que os Direitos Sociais são considerados por parte da doutrina 
normas programáticas? 
2) Costuma-se dizer que os direitos sociais têm um custo. O que isso 
quer dizer? Qual a consequência prática disso? 
3) Como equilibrar a questão dos custos dos direitos com a proteção ao 
direito fundamental? O que é reserva do possível e mínimo 
existencial? 
4) O Poder Judiciário pode determinar a criação de uma política pública 
visando a eficácia de um direito social? 
5) O que é ativismo judicial? 
 
Resolução comentada

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