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Dimens-es-Socioculturais-Hist-ricas-e-Filos-ficas-da-Educa-o-F-sica-e-do-Esporte-2021-Mar-01_14-13-40

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Dimens-es-Socioculturais-Hist-ricas-e-Filos-ficas-da-Educa-o-F-sica-e-do-Esporte-2021-Mar-01_14-13-40/viewer/files/METODOLOGIA_FAM.pdf
METODOLOGIA DA 
FAM
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METODOLOGIA DA FAM
A metodologia da FAM Online articula os valores e missões da instituição 
com determinados fundamentos teóricos a fim de estabelecer um processo 
de ensino-aprendizagem que priorize a relação afetivo-intelectual, instituindo 
uma pedagogia do diálogo em substituição à pedagogia tradicional. 
Em vista disso, elencamos e explicamos as bases de nossa concepção 
metodológica, tornando-as acessíveis a todos, educadores e educandos, 
posto que é por meio delas que se concretiza a nossa concepção dialógica 
de educação, representada também na figura 1: 
1. Metodologia Ativa;
2. O Relatório da UNESCO sobre Educação para o Século XXI; 
3. A missão do Centro Universitário FAM - Formar pessoas para trans-
formar a sociedade - e os pilares que balizam as ações dos profissionais 
que compõem a FAM Online - Pessoas, Metodologia e Tecnologia. 
Figura 1. Representação das bases de nossa metodologia.
Metodologia 
Ativa
Abordagem 
comportamentalista
Abordagem 
humanista
Abordagem 
cognitiva
Abordagem 
sociointeracionista
Metodologia da 
FAM Online
Relatório da 
UNESCO sobre 
Educação para o 
século XXI
Missão do Centro 
Universitário FAM 
e os pilares da 
FAM Online
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METODOLOGIA DA FAM
Cada tópico será especificado a seguir.
1. Metodologia Ativa.
A metodologia utilizada na FAM Online, para ser viabilizada, articula-se 
com todos os outros aspectos constitutivos desta instituição. Por isso, antes 
de expor a metodologia em si, clarifica-se que a equipe docente e tutorial se 
apresenta com formação e experiência necessárias para o trabalho online. 
Todos, inclusive a equipe de design institucional, atendimento ao estudante, 
projetos e setor operacional, têm conhecimentos técnicos relacionados à 
informática e, em específico, às ferramentas disponíveis no ambiente virtual. 
Dessa forma, é possível o desenvolvimento e aplicação de metodologias ati-
vas direcionadas ao estudante. Além disso, os materiais dialógicos, os polos 
bem instalados e as avaliações de aprendizagem consistentes são elementos 
que respaldam a realização de um processo educacional online qualificado.
A intencionalidade educadora é o que permite a atribuição de um sentido 
e propósito às ações dos profissionais da fam online. Esta, alinhada, discutida, 
discutida e entendida como dinâmica, uma vez que as concepções e os valo-
res subjacentes às finalidades da prática profissional e meios de atingi-las são 
constituídas em grupo e pelo grupo, nos diferentes momentos de interação e 
formação continuada. Tem-se, então, como princípio, o trabalho coletivo e a 
participação ativa de todos nas tomadas de decisões, contribuindo para uma 
atividade pedagógica democrática e cooperativa.
Diante disso, entende-se que a metodologia da FAM Online é caracteri-
zada, sobretudo, por considerar o estudante o principal responsável por sua 
aprendizagem. Enfatiza-se, no entanto, que esta aprendizagem não é soli-
tária e totalmente independente, mas colaborativa, uma vez que o suporte 
institucional planeja, desenvolve e promove estratégias de aprendizagem em 
momentos síncronos e assíncronos, que apoiam e sustentam o estudante em 
cada momento do seu itinerário. 
Todo o processo é traçado em vistas a promoção e desenvolvimento da 
pró-atividade do estudante e vinculação de sua aprendizagem a aspectos sig-
nificativos da sua realidade, para que possa desenvolver o pensamento crítico 
e a capacidade de intervenção. Por isso, adota-se a aprendizagem baseada em 
problemas em detrimento da pura transmissão de informação. Os professores 
propõem, em diferentes momentos, atividades com o objetivo de solucionar 
um problema real ou simulado a partir de um contexto, permitindo ao estu-
dante o protagonismo de seu próprio aprendizado por meio da pesquisa.
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METODOLOGIA DA FAM
Neste momento, entende-se como necessário embasar teoricamente a 
nossa metodologia, por isso, a seguir, abordagens teóricas que fundamentam 
a prática educacional são elencadas no intuito de ampliar pensamento crítico 
e criativo sobre a nossa metodologia.
As abordagens Comportamentalista, Cognitivista, Humanista e Socioin-
teracionista, de maneira complementar umas as outras, respaldam as ações 
realizadas na FAM Online. 
A Abordagem Comportamentalista fundamenta as ações educacionais que 
buscam estimular os discentes a experienciar atividades diversificadas disponi-
bilizadas no Ambiente Virtual de Aprendizagem-AVA. A gamificação - uso de 
técnicas características de videojogos aplicadas a situações reais, vinculadas 
ao conteúdo disciplinar e formação continuada dos educadores; os quizzes 
- séries de perguntas interativas que possibilitam uma autoavaliação; a comu-
nicação estabelecida por meio de diferentes linguagens, como textos e vídeos; 
a interação com os pares e os docentes assentada em diferentes momentos, 
como em Fóruns e Aulas Online, são instrumentos e ações que incentivam a 
participação e desenvolvimento de competências e habilidades diversas, tor-
nando o percurso educacional mais cativante, atrativo e, sobretudo, formativo.
Além disso, as possibilidades de ação dadas pela plataforma e acertadas 
pela equipe multidisciplinar da FAM Online permitem que se usem técnicas 
estatísticas e de modelagens de aprendizagem - analytics - que viabilizam a 
organização de dados e o estabelecimento de padrões de comportamento 
do estudante que facultam a promoção e o desenvolvimento de habilidades 
que precisam ser aprimoradas. Assim, oferece-se um apoio ao educador no 
processo de ensino-aprendizagem, pois, de forma estruturada e consciente, 
ele pode facilitar e estimular o desempenho dos estudantes, estruturar, orga-
nizar e planejar disciplinas e cursos.
Associada a esta ação, o feedback elaborado pelos docentes em relação 
a cada atividade avaliativa e nos fóruns de dúvidas possibilitam a ampliação 
do ponto de vista do estudante em relação a determinado tema, orientan-
do-o não só em relação a resposta correta, mas, sobretudo, ao pensamento 
crítico e autoavaliativo. 
Os conceitos da Abordagem Cognitivista estão presentes ao se consi-
derar o estudante como um sujeito ativo, isto é, que traz seus conhecimentos, 
elabora novos saberes e amplia sua compreensão sobre determinado assunto 
a partir do diálogo proposto e estabelecido pelo professor e pelos pares nas 
atividades coletivas. 
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METODOLOGIA DA FAM
Respaldados na teoria da aprendizagem significativa, os professores 
trabalham conceitos e princípios essenciais, que tenham maior poder de in-
clusão e generalidade, para que os estudantes possam identificar a estrutura 
básica da disciplina, facilitando o processamento das informações. Para que 
esta assimilação seja de fato realizada, isto é, para que seja estabelecida a 
relação entre o novo item a ser aprendido e os itens relevantes da estrutura 
cognitiva do estudante, os professores estabelecem critérios que servirão 
como pontos de ancoragem para ideias mais específicas, possibilitando uma 
gama de opções de associação de conceitos que o levem à consolidação do 
aprendizado e, também, a um novo aprendizado.
Já o uso da Taxonomia de Bloom na formulação e redação das atividades 
avaliativas não só permitem classificar o estudante, como também propicia 
uma organização hierárquica de seus processos cognitivos em conformidade 
com níveis de complexidade e objetivos de aprendizagem desejados e plane-
jados. Assim, o professor pode trabalhar de maneira individual os diferentes 
níveis de aquisição de conhecimento pelos seus estudantes.
A linguagem dialógica, a contextualização da disciplina e o elo entre 
teoria e prática realizadas pelo professor, principalmente nas Aulas Online, 
nas atividades avaliativas, não avaliativas e na elaboração do material di-
dático, mostram a importância da troca de experiências como
meio para a 
construção, por parte do estudante, de um raciocínio hipotético-dedutivo e 
do pensamento abstrato.
Com o objetivo de complementar ao diálogo estabelecido com o es-
tudante, a equipe que compõe a FAM Online é constantemente instigada a 
buscar novas práticas e aprimorar as já realizadas, por meio de de formações 
continuadas frequentes e do intercâmbio de conhecimentos, realizados pelos 
profissionais de diversas áreas da instituição.
Da Abordagem Humanista temos a personalização da aprendizagem, 
isto é, o professor e o tutor criam condições para que cada estudante possa 
aprender a seu modo. Este procedimento, que instiga o estudante a buscar 
recursos e instrumentos, também se estabelece na forma como o material 
didático é redigido. Por meio dele, o estudante é constantemente convidado 
a acessar materiais extras e buscar novas e confiáveis fontes de informação. 
Junto à equipe multidisciplinar, o material didático é produzido no in-
tuito de garantir a necessária interatividade no processo ensino-aprendi-
zagem. Ele é organizado e apresentado em uma linguagem dialógica, que 
reproduz uma conversa entre professor e estudante. Mais do que apresentar 
uma grande quantidade de conteúdos, ele oferece referenciais teóricos e es-
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METODOLOGIA DA FAM
tratégias metodológicas que possibilitam uma leitura leve e motivada. Este 
material assume, portanto, o papel de fio condutor que organiza e dinamiza 
o acesso ao conhecimento.
Ademais, o modo como o professor elabora as questões, tendo como 
base as métricas de aprendizagem da Taxonomia de Bloom, e os feedbacks 
dados aos estudantes, com teor formativo, incentiva-o à pesquisa e a autono-
mia da aprendizagem. Desta forma, o estudante pode usufruir plenamente de 
suas potencialidades e é convidado também a aprimorar habilidades pouco 
desenvolvidas em formações anteriores. 
A Abordagem Sociointeracionista está presente, sobretudo, na concepção 
de homem e de mundo adotadas pelos profissionais que compõe a FAM Online. 
Entendemos os educandos e os educadores como seres em construção, com 
identidades constituídas nas relações. Por isso, nossas ações se pautam na 
construção de condições qualitativas de mediação. Ademais, a categoria zona 
de desenvolvimento proximal auxilia-nos a identificar, em todas as atividades 
propostas, processos ainda não estabelecidos, mas em vias de concretização, 
para elaborar e realizar estratégias sobre como atuar na formação continuada 
dos educadores e formação inicial, intermediária e final dos estudantes.
Além disso, ao pensarmos na formação de nosso estudante, estabele-
cemos alguns procedimentos que permitem ao egresso estar preparado e 
qualificado para o mercado de trabalho. Desta forma, todas as disciplinas, 
desde a sua elaboração até a sua efetivação, consideram as exigências do 
mercado de trabalho, as competências requeridas para o século XXI, as ex-
pectativas do estudante em relação à disciplina e a sua bagagem de conhe-
cimento, favorecendo, assim, o seu desenvolvimento ao longo do curso e sua 
profissionalização. Pensa-se na formação de maneira integral, considerando 
a tridimensionalidade do tempo, isto é, no passado do estudante – os con-
teúdos que ele carrega consigo, de outras formações – o seu presente – as 
possibilidades de desenvolvimento de potencialidades dentro do curso – e 
seu o futuro – o que o mercado espera dele.
2. O Relatório da UNESCO sobre Educação para o Século XXI.
Após a relação estabelecida com as teorias de aprendizagem, nossa me-
todologia está atenta aos desafios da educação para o século XXI, expostos 
no Relatório da UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação. 
Neste documento são elencados os quatro pilares da educação, que 
também são utilizados na metodologia e ações educacionais da FAM Online: 
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METODOLOGIA DA FAM
I. Aprender a conhecer: despertar e incentivar o estudante à pes-
quisa e autonomia da própria aprendizagem. Neste contexto, as ativi-
dades desenvolvidas e materiais disponibilizados ao estudante criam 
condições para a construção de habilidades referentes ao poder de 
análise, interpretação e tomada de decisão. O estudante, ao acessar o 
material, tem a possibilidade de compreender a matéria por diferentes 
vias, sejam aúdios, vídeos ou textos, tendo elas diferentes conteúdos, 
trazendo todos os olhares possíveis para determinado assunto. Isto 
enriquece o debate estabelecido entre professor e estudante, no intuito 
de mostrar que a ciência não é neutra, que possui diversas versões 
e abordagens, contraditórias e complementares. Assim, o estudante 
forma-se com uma visão múltipla e crítica de sua profissão e da rea-
lidade, tendo por base a teoria.
II. Aprender a fazer: levar o estudante a refletir sobre as inúmeras pos-
sibilidades de se aplicar o conhecimento adquirido e o conhecimento 
acumulado. Assim, as atividades avaliativas disponibilizadas, como o 
Fórum, as questões objetivas e dissertativas, oportunizam o desenvol-
vimento do pesamento crítico e a capacidade de resolver problemas. 
Além disso, a relação entre teoria e prática, facultada por uso de cases, 
também fazem os estudantes relacionarem o que aprendem com o que 
fazem e/ou farão em sua profissão. Um outro meio disponibilizado na 
grade curricular do estudante que oportuniza o aprender a fazer rela-
ciona-se às disciplinas práticas, nas quais se estabelecem instrumentos 
específicos de avaliação em substituição às atividades de múltipla es-
colha e dissertativas, que prevalecem nas disciplinas teóricas.
III. Aprender a conviver: estimular a reflexão sobre o direito individual 
e coletivo, aprender a trabalhar em equipe, a respeitar o outro e o plu-
ralismo de ideias, crenças e escolhas. Suscitamos, em nossas ações, 
a troca de informações entre os estudantes, seja por meio do Fórum 
Avaliativo, onde a troca se estabelece em nível prático e teórico, como 
no Fórum de Networking, onde as trocas de informações se estabele-
cem em nível profissional. Em ambos, e em outras oportunidades de 
estabelecimento de diálogo, estimula-se o cultivo da integridade de 
todos por meio da empatia e a tomada de perspectiva, bem como a 
cooperação, a valorização para a diversidade e a comunicação asser-
tiva, tanto entre discentes como entre discente e docente.
IV. Aprender a ser: estimular, analisar e desenvolver aptidões dos 
estudantes a fim de garantir sua autonomia, discernimento e res-
ponsabilidade pessoal. Em nossas ações, estimula-se a autoanálise, a 
persistência e o crescimento profissional, dando-se acesso, após as 
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METODOLOGIA DA FAM
atividades e as Aulas Online, a feedbaks específicos, vinculados ao 
erro ou acerto do estudante, configurando-se como um processo 
avaliativo que não se limita ao mensurável, mas que orienta e regula 
o processo de ensino no âmbito da aprendizagem significativa.
Sinteticamente, consideramos que esses aprendizados elencados no 
Relatório da UNESCO – conhecer, fazer, conviver e ser – são desenvolvidos 
na relação que o estudante estabelece com o professor e seus pares no AVA, 
por intermédio da trilha específica traçada pela coordenação pedagógica.
3. A missão do Centro Universitário FAM e os pilares que balizam as 
ações profissionais que compõem a FAM Online. 
Por último, mas não menos importante, nossa metodologia se espelha 
na Missão do Centro Universitário FAM – Formar pessoas para transformar 
a sociedade – e nos pilares que balizam as ações dos profissionais da FAM 
Online – Pessoas, Metodologia e Tecnologia.
Tal posicionamento ético justifica-se quando consideramos o sujeito 
como alguém que transforma e também é transformado pela sociedade. A 
não fragmentação da unidade sujeito-sociedade vincula-se ao nosso proces-
so educativo no momento em que passamos a analisar a dimensão social 
da formação do homem e possibilitamos o desenvolvimento e ampliação de 
sua consciência por meio do acesso ao conteúdo, produzido e acumulado 
historicamente, no AVA.
Destacamos que o uso
da tecnologia, neste contexto, possibilita formas 
diversificadas de acesso ao conteúdo e, sobretudo, novas formas de acessar 
pessoas, ampliando o espaço de aprendizagem do estudante e sua rede de 
contatos, o que, consequentemente, qualifica a sua formação.
O contexto atual, marcado por constantes mudanças, faz com que a FAM 
Online tenha que adequar seu currículo para atender os imperativos do mer-
cado, sem deixar de considerar a qualidade de formação de seu estudante. 
Atividades inovadoras desenvolvidas no meio tecnológico, neste contexto, 
passam a ser fundamentais para que o estudante tenha acesso a materiais 
que revelem, expliquem e possibilitem as transformações sociais. 
O termo inovação ganha o sentido aqui de superação, de renovação, tanto 
da metodologia utilizada, quanto das ferramentas tecnológicas, atendendo as 
novidades que o espaço social apresenta. Por isso, nossa tecnologia e nossa 
metodologia têm de estar consonantes para que de fato consigam ser aces-
síveis, interessantes, práticas e pedagógicas, isto é, que atinjam as pessoas.
9
METODOLOGIA DA FAM
Aqui, destaca-se que a nossa metodologia medeia a relação estabelecida 
entre pessoas e tecnologia (vide Figura 2). Possibilita, com isso, o estabelecimento 
de uma relação intelectual-afetiva entre educador e educando. O estudante, sendo 
considerado o principal agente do processo educativo – aspecto basilar de nossa 
metodologia – tem todo o suporte operacional e pedagógico necessário para 
despertar seu interesse e fomentar a sua participação nas discussões de assuntos 
atuais, fortalecendo a sua conecção com as exigências da contemporaneidade.
 Pessoas
MetodologiaTecnologia
Figura 2. Representação dos pilares da FAM Online
A cultura organizacional da FAM Online e os pilares que a constinuem 
também são considerados na formação continuada do corpo docente e tuto-
rial. Ações semanais são realizadas pela coordenação pedagógica que, junto 
a equipe multidisciplinar e atrelada a demanda institucional, elenca temas 
oportunos que impulsionam o pensamento crítico e a ação reflexiva, funda-
mentais para a melhoria da qualidade da educação ofertada ao discente.
Ao se pensar na formação continuada dos educadores e na formação 
inicial dos discentes, considera-se a heterogeneidade que caracteriza esses 
dois grupos. Dessa forma, concepções e práticas abrangentes viabilizam o 
potencial transformador da educação, pois tais formações não objetivam 
apenas transmitir teorias para melhorar a capacidade técnica desses dois 
grupos, mas também são consideradas como uma possibilidade concreta de 
desenvolvimento profissional. Assim, não se pensa nos sujeitos que compõem 
o processo educacional desta instituição como pessoas isoladas, malquali-
ficadas e que precisam de treinamento. Pensa-se nas complexas relações 
interpessoais que determinam as ações realizadas que podem reproduzir um 
conteúdo apenas ou conduzir à transformação social. Cria-se na instituição, em 
função disto, tempos e espaços que amparam e beneficiam a ação, reflexão 
e intervenção na e da prática docente para assim contribuirmos de maneira 
efetiva na formação dos nossos discentes.
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METODOLOGIA DA FAM
Dimens-es-Socioculturais-Hist-ricas-e-Filos-ficas-da-Educa-o-F-sica-e-do-Esporte-2021-Mar-01_14-13-40/viewer/files/PDFs/E1_DSHF.pdf
E-book 1
Giovana Fernandes
DIMENSÕES SOCIOCULTURAIS, 
HISTÓRICAS E FILOSÓFICAS 
DA EDUCAÇÃO FÍSICA E DO 
ESPORTE
Neste E-Book:
INTRODUÇÃO ���������������������������������������������� 3
RELATOS HISTÓRICOS DA 
ATIVIDADE FÍSICA ��������������������������������������4
SURGIMENTO DAS MODALIDADES 
ESPORTIVAS: CONTEXTO 
HISTÓRICO E SOCIOCULTURAL ����������� 14
Origem de algumas modalidades esportivas ����� 17
Lutas e artes marciais ������������������������������������������ 20
CONSIDERAÇÕES FINAIS ���������������������� 33
2
INTRODUÇÃO
Neste e-book, compreenderemos quais são as carac-
terísticas da atividade física na pré-história e sob que 
circunstâncias o homem realizava essas atividades� 
Sabe-se que, no período pré-histórico, na busca por 
comida, moradia e também pela necessidade de se 
defender dos perigos da natureza, o homem lutava, 
saltava, corria, caminhava longos percursos e atra-
vessava rios, ou seja, o homem era extremamente 
ativo fisicamente.
Aprenderemos também como as atividades físicas 
realizadas pelos homens durante a pré-história fo-
ram fundamentais para sua sobrevivência; além da 
luta pela vida, os homens da sociedade pré-histórica 
realizavam práticas que envolviam a atividade físi-
ca com propósito utilitário, guerreiro, ritualístico ou 
recreativo�
Nota-se que, em consonância com a evolução hu-
mana, o comportamento que envolve os hábitos de 
atividades físicas tem se modificado, uma vez que 
as necessidades passaram a ser outras� Com isso, 
conheceremos a definição de esporte, a história dos 
esportes em diferentes momentos históricos, bem 
como de que maneira e onde surgiram algumas das 
diversas modalidades esportivas�
3
RELATOS HISTÓRICOS DA 
ATIVIDADE FÍSICA
Neste tópico, estudaremos um pouco a história da 
atividade física, o que inclui quais são as caracterís-
ticas dessa prática na pré-história, sua definição e 
seu papel na sociedade. Identificaremos, assim, quais 
eram as atividades físicas praticadas pelo homem 
pré-histórico em sua luta pela sobrevivência�
Em seguida, compreenderemos, por meio dos acon-
tecimentos históricos, como a evolução humana cau-
sou modificações no comportamento do homem, no 
que diz respeito aos hábitos que envolvem a prática 
de atividade física�
Desde os tempos mais remotos, o homem tem pra-
ticado atividades físicas, ainda que com propósitos 
diferentes� Na Pré-História, o homem dependia da sua 
força física, velocidade e resistência para sobreviver� 
Realizava longas caminhadas em suas constantes 
buscas por moradia e alimento, corria para se de-
fender de predadores, lutava, saltava e atravessava 
rios, ou seja, o ser humano era extremamente ativo�
O homem pré-histórico tinha duas grandes preocupa-
ções em sua rotina: atacar e defender-se. A prática 
das atividades física era puramente espontânea e 
ocasional, não sendo praticada por lazer, vaidade ou 
por qualquer outra razão que não a sobrevivência� 
4
Ao falarmos de Pré-História, falamos sobre um perío-
do que ocorreu em torno de 4000 a�C�, que é anterior 
ao surgimento da escrita� Por isso, os estudos sobre 
a Pré-História são baseados em documentos não 
escritos, como restos de armas, utensílios, pinturas, 
desenhos, dentre outros�
Nesse período, as atividades físicas também não 
tinham fins esportivos, pois eram realizadas instin-
tivamente, como uma estratégia de sobrevivência, 
tendo em vista que, nas circunstâncias da época, o 
homem era obrigado a correr para fugir do perigo ou 
para alcançar uma caça, ou seja, conseguir alimento� 
Com isso, atravessavam rios a nado, caminhavam 
longas jornadas procurando abrigo e alimento, pes-
cavam, lutavam, corriam e arremessavam pedras e 
lanças etc�
As atividades físicas realizadas durante esse pe-
ríodo foram fundamentais para que o ser humano 
sobrevivesse e se tornasse capaz de expandir seu 
ambiente habitável, conseguindo lidar com obstá-
culos e imprevistos do próprio ambiente natural� O 
homem, devido à necessidade de sobreviver a um 
ambiente hostil, aprimorou sua força e desenvolveu 
destrezas e habilidades físicas, em virtude de seu 
treinamento diário, considerando que vivia constan-
temente situações difíceis.
Podemos deduzir que os movimentos realizados 
nessas ocasiões eram repetidos diversas vezes, 
pois certamente o homem precisou aprimorar suas 
técnicas de caça — possivelmente errava seu alvo, 
5
deixando escapar a presa por falta de força, agilida-
de ou precisão. Em outras palavras, a fim de obter 
sucesso na busca por sua sobrevivência, era preciso 
aperfeiçoar os movimentos pela repetição�
No que diz respeito às práticas corporais, ao identi-
ficarmos as atividades realizadas pelos homens na 
pré-história, podemos considerar que o homem pré-
-histórico apresentava boa resistência aeróbia, visto 
que seu estilo de vida exigia a realização de longas ca-
minhadas, certamente era um bom velocista, pois tinha 
que ser mais rápido do que um animal para sobreviver�
O homem, em sua luta pela sobrevivência, realizava 
uma repetição contínua de exercícios e, inconscien-
temente, aperfeiçoava suas habilidades relacionadas 
ao desempenho físico� Assim, os homens na pré-
-história certamente eram ágeis, fortes e resistentes�
Com o passar do tempo, o homem passou a dominar 
algumas poucas técnicas ainda que rudimentares da 
agricultura� Nessa ocasião, fez-se necessária uma 
otimização de gestos, bem como um aprimoramen-
to das habilidades físicas devido à necessidade de 
construir algumas ferramentas que facilitassem as 
práticas de sobrevivência�
Dessa forma, o homem evolui ao dominar a natureza 
e desenvolver seu trabalho na agricultura, pois aglo-
merados humanos necessitavam de uma especiali-
zação no trabalho� Podemos notar, com base nesses 
acontecimentos, que a evolução humana implicou o 
comportamento humano de modificar seus hábitos 
de atividades físicas�
6
O homem pré-histórico realizava brincadeiras envol-
vendo corridas, saltos, lutas, danças, tiro ao alvo, além 
de criar encenações que representassem simulações 
de combate, situações de caça, dentre outras. Fazia 
parte da rotina a realização de rituais no intuito de 
despertar a ira dos deuses ou então homenageá-los� 
Tais rituais envolviam atividades rítmicas e danças, 
embalados ao ritmo de tambores, palmas e gritos�
FIQUE ATENTO
O homem primitivo convivia com o medo, pois vi-
via aterrorizado com os perigos que o cercava� 
Considerava sua existência um favor dos deuses 
e manifestava seu misticismo de várias formas� 
Assim, os exercícios corporais, rudimentares e 
sistematizados, estavam presentes nas festas, 
inclusive no culto aos mortos, e simbolizavam 
atos respeitosos (RAMOS, 1983)�
Segundo Ramos (1983, p� 52-57), as características 
das atividades físicas na Pré-História envolviam qua-
tro grandes causas:
 ● Luta pela existência: o homem atacava e defendia-
-se, corria, nadava, fugia de animais, envolvia-se em 
lutas corporais, realizava atividades como a caça, a 
pesca e o arco e flecha, caminhava longas distâncias 
em busca de alimentos, construía armas, barcos etc� 
 ● Ritos e cultos: o homem realizava festas religiosas, 
culto aos deuses, cerimônias fúnebres, culto aos 
mortos, danças místicas e lúdicas�
7
 ● Preparação guerreira: as tribos impunham-se pelo 
valor dos seus guerreiros e, na luta pela vida, se pre-
paravam para vencer nas contendas�
 ● Jogos e práticas atléticas: maias e astecas prati-
cavam diversos jogos como, jogo de pelota (um jogo 
semelhante ao tênis); os índios do Norte da América 
jogavam serpente de neve, aro, lacrosse (uma espé-
cie de hóquei); esquimós praticavam jogos de pelota 
com pele de foca ou rena, kayack e corrida sobre a 
neve; na Austrália, jogavam uma espécie de rúgbi, 
cuja bola era feita com couro de canguru, dardo e 
bumerangue; no México, índios Taharumaras pratica-
vam corridas de resistência, caçada e arco e flecha; 
os incas e astecas tinham os chasquis que corriam 
para entregar mensagens; nos Estados Unidos, ti-
nham os índios cavaleiros, caçadores de bisão e boi 
selvagem; no Brasil, haviam os índios guaicurus e 
charruas, grandes cavaleiros�
Com base nos relatos históricos, fica evidente que a 
Pré-História é um período muito rico de informações 
sobre a evolução das atividades físicas e exercícios 
físicos�
FIQUE ATENTO
Embora muitas vezes os termos “atividade física” 
e “exercício físico” sejam considerados sinôni-
mos, eles possuem definições diferentes:
Atividade física é qualquer movimento corporal, 
produzido pela musculatura esquelética, que re-
8
sulta em gasto energético, com componentes e 
determinantes de ordem biopsicossocial, cultural 
e comportamental, podendo ser exemplificada 
por jogos, lutas, danças, esportes, exercícios fí-
sicos, atividades laborais e deslocamentos (CAS-
PERSEN; POWELL; CHISTENSON, 1985)�
Exercício físico, por sua vez, é uma categoria da ati-
vidade física, definido como movimentos corporais 
planejados, estruturados e repetitivos, que são rea-
lizados para melhorar ou manter um ou mais com-
ponentes da aptidão física (HOWLEY, 2001)�
De qualquer forma, as atividades físicas realizadas 
pelos homens da pré-histórica, seja com o propósito 
utilitário, guerreiro, ritualístico ou recreativo, tinham 
como principal objetivo a luta pela vida�
Assim, entendemos que a educação física tenha surgi-
do de uma prática natural de sobrevivência da humani-
dade, pois os homens desenvolveram muitas das ativi-
dades que atualmente fazem parte da cultura corporal 
do movimento, por uma questão de sobrevivência� 
As práticas físicas realizadas pelo homem tornaram 
possíveis tanto sua sobrevivência quanto a propaga-
ção da espécie (SILVA et al., 2018)� Precisamos ter 
em mente que a compreensão do comportamento 
de uma sociedade relacionado a hábitos de atividade 
física requer uma viagem ao passado�
Na Pré-História, especialmente no período Paleolítico, 
existiram expressões de jogos utilitários e recreati-
vos, cujas práticas, tal qual acontece na atualidade, 
9
tinham suas regras estabelecidas e, geralmente, tanto 
os vencedores quanto os perdedores encaravam o 
resultado desportivamente� Assim, segundo Ramos 
(1983), foi nas civilizações primitivas que surgiu a 
máxima “para ganhar é preciso perder”, uma forma 
antiga do atual fair play�
Com o passar do tempo, a evolução proporcionou 
ao homem um avanço no domínio das técnicas de 
agricultura e domesticação de animais, o que o le-
vou também a um aumento de tempo ocioso, fa-
zendo com que caminhasse para um processo de 
sedentarização�
Assim, as atividades físicas que até então eram reali-
zadas por razões utilitárias, guerreiras ou ritualísticas 
passam a ter outros propósitos, surgindo a práti-
ca de atividade física baseada em uma concepção 
esportiva�
No momento em que o homem se sedentarizou, 
aconteceu o início da luta por posse de terras� Com 
isso, vieram os grandes embates, nos quais os ven-
cedores eram aqueles que ainda realizavam as ati-
vidades físicas mais intensas, pois apresentavam o 
melhor desempenho físico� Os homens que já plan-
tavam e criavam passaram a utilizar seu tempo livre 
treinando, visando a um melhor preparo físico para 
se saírem vitoriosos em possíveis novos ataques�
A necessidade de o homem praticar tantas atividades 
físicas o levou a um melhor conhecimento de suas 
capacidades, bem como ao domínio da agricultura, 
ou seja, ele encontrou uma nova forma de viver ao 
10
não ter mais de se deslocar de um lado para outro 
em busca de alimentos, podendo abandonar sua 
vida nômade�
Quando o homem finalmente superou a questão 
da sobrevivência, sua vida tornou-se mais fácil, po-
rém, passou a ter que lidar com outras questões. 
Atualmente, a qualidade de vida é uma de suas prin-
cipais preocupações.
SAIBA MAIS
O Colégio Americano de Medicina Esportiva 
(ACSM) publica no Health & Fitness Journal as 
principais tendências de saúde e fitness para o 
ano seguinte� A publicação é fruto de uma pes-
quisa que indica tendência e não modismo, com 
o principal objetivo de identificar quais são as ati-
vidades que estão crescendo com maior expres-
sividade no mundo, ou seja, que estão em alta�
Confira quais foram as tendências de 2019, aces-
sando Walter R� Thompson (2018)� Para você, 
futuro profissional de educação física, é impor-
tante estar sempre atualizado quanto a essas 
tendências�
A história nos conta que, entre os séculos 9 a�C� e 
6 a�C� na Grécia Antiga, as cidades guerreiras edu-
cavam seus habitantes priorizando a formação de 
um cidadão com uma índole forte, preparado para 
enfrentar qualquer combate�
11
Refletir sobre os
modelos de organização social que 
havia na Grécia Antiga nos traz uma compreensão 
mais abrangente da evolução da humanidade e nos 
faz entender também quais foram os caminhos que 
a sociedade, principalmente a ocidental, tem trilhado 
desde então�
O espírito de guerra existente entre as tribos que 
habitavam a Grécia Antiga contribuiu para o conceito 
de corpo do herói, do mesmo modo que a prática da 
agricultura em uma região acidentada, com a utili-
zação de pouca ou nenhuma ferramenta (utensílios 
agrícolas) levava à utilização do uso quase que exclu-
sivo da força física para o trabalho, determinando um 
biótipo de homem apto a atender as necessidades 
diante das circunstâncias da época�
Assim, é de fundamental importância que a Educação 
Física considere a forma de viver e de organizar-se de 
uma sociedade é o que determina o modelo corporal 
considerado ideal, bem como as atividades a serem 
efetivadas em sua prática pedagógica�
A história nos aponta que, em tempos de guerra, o 
tipo ideal de homem é o guerreiro; em outras épocas, 
em que havia o predomínio da agricultura, o modelo 
passa a ser o do agricultor ou camponês� Com isso, 
entendemos que é a atividade laboral dominante que 
dá conformação ao corpo e cria o modelo ideal a ser 
seguido (SANTOS,1997)�
Foi na Grécia também que surgiram os grandes pen-
sadores, criadores de diversos conceitos que ainda 
hoje são considerados pela Educação Física e pela 
12
pedagogia. Pensadores e filósofos como Sócrates, 
Hipócrates, Platão e Aristóteles foram os criadores 
de conceitos como o de equilíbrio entre corpo e men-
te, citados por Platão, e defenderam a importância 
do exercício físico na educação dos jovens gregos�
Considerando a divisão histórica, no que diz respeito 
ao mundo ocidental, compreendemos que a prática 
de atividade física vem da Pré-História, consolida-se 
na Antiguidade, estaciona na Idade Média, fundamen-
ta-se na Idade Moderna e sistematiza-se na Idade 
Contemporânea (RAMOS, 1983)�
O fato é que os hábitos relativos à prática da ativi-
dade física correspondem ao momento cultural em 
que vivemos�
REFLITA
Hoje em dia, os avanços tecnológicos tornaram 
a vida do homem muito mais fácil, modificando 
totalmente seu estilo de vida� Diante desse ce-
nário, convido você a refletir sobre as seguintes 
questões:
Você acredita que o novo estilo de vida propor-
cionou ao homem um aumento no seu tempo 
destinado ao lazer?
Esse novo estilo de vida do homem torna a prá-
tica da atividade física imprescindível e mais 
facilitada?
13
SURGIMENTO DAS 
MODALIDADES 
ESPORTIVAS: 
CONTEXTO HISTÓRICO E 
SOCIOCULTURAL
Neste tópico, vamos conhecer um pouco da história 
do esporte, sua origem, suas definições e suas princi-
pais manifestações na Antiguidade. Vamos conhecer 
também a histórias de algumas modalidades espor-
tivas, descobrindo de que maneira e onde surgiram�
O esporte é um fenômeno que se manifesta social-
mente em diferentes formas, ou seja, ocupa muitos 
lugares e exerce uma grande influência nas pesso-
as de diferentes maneiras, seja pela preferência da 
prática de determinado esporte, seja na escolha por 
assistir aos grandes espetáculos proporcionados�
A história do esporte está ligada à cultura humana, 
pois é através dela que podemos interpretar os po-
vos e seus costumes de cada época, uma vez que 
cada período tem seu esporte, além do fato de que 
a cultura de cada povo se reflete nele.
Grande parte das definições de esporte passa pelo 
jogo, porém, alguns autores definem o esporte como 
algo contrário ao jogo, ao passo que outros consi-
deram o esporte um jogo institucionalizado, regula-
do por códigos e regras, comandado por entidades 
como federações.
14
Conforme já estudamos, os homens pré-históricos 
praticavam exercícios físicos somente pela sobre-
vivência; porém, com o passar do tempo, quando 
começou a dominar a natureza, esse comportamento 
de prática de atividades física em prol da luta pela 
vida começou a se modificar. 
Os japoneses, chineses e hindus praticavam a ativida-
de física com um propósito higienista; os gregos de 
Atenas realizavam os exercícios físicos dando-lhes 
um caráter educativo; já os de Esparta continuaram 
por mais tempo se exercitando no intuito de se pre-
pararem para a guerra� 
No período das ginásticas gregas, surgiu então o 
primeiro evento organizado envolvendo competições, 
conhecido como Jogos Gregos, evento que se tornou 
um marco na história esportiva porque representa a 
concepção inicial do esporte� Na Grécia Antiga, os 
jogos disputados eram os Nemeus, Píticos, Fúnebres, 
Olímpicos, dentre outros (TUBINO,1992)�
A principal manifestação do esporte na Antiguidade 
foram os Jogos Olímpicos, que aconteciam em 
Olímpia a cada quatro anos. Foram disputados 293 
vezes entre 776 a�C� e 394 d�C� Os Jogos Olímpicos 
envolviam uma regulamentação rígida estabelecida 
pelos helenoices, que eram os seus dirigentes�
A preparação dos atletas gregos para as compe-
tições envolvia treinos com o uso de cargas para 
musculação, dietas, massagens, além de treinadores 
especializados, como o xistarca, para as corridas, 
15
o agonistarca, para as lutas, e o pedódribo, para os 
jogos�
Vale ressaltar que a preparação dos atletas gregos já 
era muito semelhante aos treinamentos de alto nível 
que são realizados nos dias de hoje (TUBINO,1992)�
FIQUE ATENTO
Os vencedores dos Jogos Olímpicos recebiam 
como premiação uma coroa de oliveira, escra-
vos, isenção de impostos, pensão vitalícia, dentre 
outros�
Ao conhecermos mais a fundo o surgimento das di-
versas modalidades esportivas, é importante termos 
em mente que todo esporte contém uma história que 
envolve conceitos, construções ideológicas, políticas 
e estéticas�
Os jogos esportivos e outras diversas práticas corpo-
rais transformam-se pela técnica, ciência e sobretudo 
pelas dinâmicas culturais. Essas transformações fa-
zem parte da história da humanidade (SOARES, 1996)�
Conhecer a história dos esportes em diferentes mo-
mentos históricos nos faz refletir sobre sua evolução 
até os dias atuais, já que se trata de uma manifesta-
ção do movimento humano, construído pelos homens 
e também modificado de acordo com as necessida-
des e interesses de quem o pratica�
16
Origem de algumas 
modalidades esportivas
O atletismo surgiu na Grécia Antiga� Embora não 
se saiba ao certo qual é a sua verdadeira origem, o 
que podemos dizer é que a prática do atletismo está 
diretamente ligada aos movimentos naturais do ser 
humano� Movimentos como correr, saltar, lançar e 
arremessar acompanham o homem desde os tem-
pos primitivos. A fim de garantir sua sobrevivência, o 
ser humano corria de animais ferozes, saltava rios e 
troncos e atirava lanças em direção à caça na busca 
por suas presas�
O atletismo é tido por alguns estudiosos da área 
como o pai dos esportes, pois envolve as modalida-
des de correr, saltar e lançar, que são ações motoras 
utilizadas na prática de diversos outros esportes� 
Dessa maneira, considera-se o atletismo um esporte-
-base para todos os outros, devido às suas habili-
dades estarem presentes na maioria das demais 
modalidades esportivas�
As primeiras provas de atletismo, principalmente as 
que envolvem corrida, tiveram início na Antiguidade, 
nos Jogos Olímpicos da Grécia, confirmando a ideia 
de que esse esporte é de fato bastante antigo e que 
sofreu diversas influências até se tornar o esporte 
que conhecemos na atualidade (ROJAS, 2017)�
17
FIQUE ATENTO
O atletismo segue como uma das modalidades 
pioneiras presentes nas Olimpíadas� Entre as 
principais competições de atletismo, estão o 
Campeonato Mundial, os Jogos Olímpicos e o 
Campeonato Paraolímpico, e as maratonas espa-
lhadas pelo mundo, em especial as de Nova Ior-
que e Roma�
A bola é um dos implementos desportivos mais an-
tigos do mundo, e os jogos com bola conquistam o 
homem há milênios� O Handebol é um esporte surgi-
do a partir de diversos passatempos dos séculos 19
e 
20� O Harpasto, praticado na Roma Antiga, e o Urânia, 
praticado na Grécia Antiga, têm alguns fundamentos 
técnicos e uma dinâmica de jogo parecidos com a do 
handebol, pois ambos eram jogados com as mãos� 
Desde os jogos antigos, já existiam alguns elementos 
dessa modalidade esportiva, que foi aprimorando 
suas técnicas e regras até se tornar o que é�
O professor dinamarquês Holger Nielsen criou, 
no Instituto Ortrup em 1848, um jogo chamado 
Haandbold; nessa mesma época, os tchecos joga-
vam um jogo chamado Hazena, e jogos semelhantes 
também eram praticados na Irlanda e no Uruguai�
O professor alemão Karl Schelenz reformulou o 
Torbal, em 1919, mudando o nome para handball e, 
em 1920, o diretor da Escola de Educação Física da 
Alemanha tornou o handebol um desporto oficial.
18
No Brasil, o handebol, como uma modalidade de cam-
po, foi trazido para São Paulo nos anos 1930, pelos 
imigrantes da colônia alemã. A Federação Paulista 
de Handebol foi fundada em 1940 e, desde então, 
vem realizando competições. O handebol de salão 
foi oficializado somente em 1954 e, atualmente, são 
disputados os campeonatos da modalidade de salão�
James Naismith, criador do basquete, recebeu a 
missão de criar um jogo sem violência e que esti-
mulasse os estudantes do colégio internacional da 
Associação Cristã de Moços (ACM) durante o in-
verno rigoroso de Massachussetts (EUA), mas que 
pudesse também ser praticado durante o verão, em 
áreas abertas� Assim, James Naismith criou em um 
ambiente fechado uma estrutura na qual colocou dois 
cestos de pêssegos a uma altura de 3 metros e a bola 
utilizada era de futebol� Em seguida, estabeleceu as 
primeiras regras do esporte, que contém 13 itens�
O professor Augusto F. Shaw, do Mackenzie College 
de São Paulo, em 1896, trouxe a primeira bola de 
basquete e introduziu o esporte no Brasil�
William George Morgan, professor de Educação 
Física e diretor da ACM nos Estados Unidos, criou o 
voleibol em 1895� Seu propósito na criação do espor-
te foi o de minimizar acidentes provocados por con-
tatos corporais, bem como o de diminuir o esforço 
físico realizado pelos jogadores que se deslocavam 
em grandes distâncias pela quadra durante a dinâ-
mica de ataque e defesa. A fim de diminuir o esforço 
físico dos jogadores, William Morgan criou um jogo 
19
no qual equipes se deslocariam apenas do seu lado 
da quadra, conduzindo uma bola sobre uma rede�
O voleibol chegou ao Brasil por volta de 1915, pela 
ACM de São Paulo e depois aos demais estados�
FIQUE ATENTO
Podemos descobrir diversas curiosidades ao es-
tudarmos a história dos esportes, dentre elas:
a) o handebol já foi um esporte olímpico realiza-
do em campo de gramado com 11 jogadores;
b) o basquetebol originalmente não permitia con-
tato corporal, até hoje a altura da cesta permane-
ce a mesma desde o primeiro dia de jogo;
c) no sistema de pontuação do voleibol existia a 
“vantagem”�
Lutas e artes marciais
As lutas sempre estiveram presentes na vida do ho-
mem, mesmo que com diferentes objetivos: servia 
tanto como autodefesa quanto como condicionamen-
to físico� A origem das lutas e artes marciais seguem 
diferentes caminhos� Para alguns estudiosos, sua 
origem continua sendo uma incógnita� Os gregos 
praticavam uma luta conhecida como pancrácio, 
modalidade que esteve presente nos primeiros jogos 
olímpicos da era antiga� Os Gladiadores Romanos 
20
utilizavam técnicas corporais de luta, mas também 
armas e táticas severas de treinamento� Na Índia e 
China, surgiram os primeiros indícios de formas or-
ganizadas de combate (MAZZONI; OLIVEIRA JUNIOR, 
2011)� Ou seja, são diversas as histórias que envol-
vem a origem das lutas, suas modalidades e estilos� 
SAIBA MAIS
Assista ao filme 300 (2016) e saiba mais sobre 
o treinamento recebido pelo rei Leônidas, desde 
a infância, em Esparta� Um treinamento militar, 
com o intuito de eliminar fraquezas, onde os ga-
rotos aprendiam a resistir ao medo e à dor� En-
volvia o manejo de lança e escudo, corrida, nata-
ção, lançamento de dardos e discos, luta corpo a 
corpo, além de serem instruídos na caça, dança, 
canto, e também habilidades sociais. Fazia parte 
do treinamento uma disciplina com alimentação 
extremamente controlada, e castigos cruéis�
Porém, a verdadeira origem e os fatos que envolvem 
a histórias das lutas foram distorcidos ao longo dos 
tempos� Os antigos mestres não repassavam seus 
conhecimentos facilmente, além disso, não existiam 
muitos registros documentados� 
Assim, as tradições eram passadas de forma oral, de 
mestre para discípulo ou de pai para filho. Na história 
da humanidade, muitas culturas manifestavam suas 
tradições em danças, lutas, cerimônias, caças, defe-
21
sas das suas aldeias, tribos e festividades (MAZZONI; 
OLIVEIRA JUNIOR, 2011)�
Atualmente, as artes marciais estão vinculadas às 
disputas em competições oficiais, porém, ao con-
siderarmos suas origens, podemos observar que o 
significado atribuído pelos diferentes povos a essas 
práticas tinha outros propósitos, entre os quais o 
ritualístico, por exemplo�
É comum vincularmos a prática de artes marciais 
com questões relacionadas à agressividade, vio-
lência, autodefesa e com disputas de vale-tudo� 
Contudo, nos dias de hoje, a busca pela prática de 
lutas também está relacionada à busca pela melhoria 
do condicionamento físico e da qualidade de vida�
As lutas e artes marciais têm diversas influências e 
momentos históricos marcantes, podendo ser expli-
cados conforme suas origens e contextualizações.
No Oriente, a Índia tem o kalaripayit; na China, o 
wushu (kung fu ou boxe chinês), jeet kune do, tai chi 
chuan, pa kua, hsing-i; o Japão com o caratê, judô, 
jiu-jítsu, ninjitsu, kendo, aikido, sumô; na Coreia do 
Sul, o tae kwon do, tang soo do; na Tailândia, o muay 
thai; em Israel, o Kravmaga�
No Ocidente, temos nos EUA e Inglaterra o wrestling, 
fullcontact, kickboxing e o boxe; no Brasil, a capoeira, 
luta livre e muitas outras modalidades produzidas e 
significadas em todo o mundo (MAZZONI; OLIVEIRA 
JUNIOR, 2011)�
22
A capoeira surgiu no Brasil com a chegada de escra-
vos africanos que utilizavam a prática como estraté-
gia de defesa pessoal� Com um destaque especial 
pelo aspecto acrobático dos seus golpes e movimen-
tos, a capoeira é considerada por muitas pessoas 
uma dança, não uma arte marcial�
Ela é considerada um patrimônio cultural do nosso 
país; embora tenha sido proibida no século 19, sob 
a argumentação de estar associada a crimes de vio-
lência, a capoeira está presente nas escolas, clubes, 
academias etc�
FIQUE ATENTO
De acordo com os Parâmetros Curriculares Na-
cionais (PCNs), a definição de lutas é: [...] dis-
putas em que oponentes devem ser subjugados, 
com técnicas e estratégias de desequilíbrio, con-
tusão, imobilização ou exclusão de um determina-
do espaço na combinação de ações de ataques 
e defesas. Caracterizam-se por uma regulação 
específica a fim de punir atitudes de violência e 
deslealdade. Podem ser citados exemplos de lu-
tas as brincadeiras de cabo de guerra e braço de 
ferro até as práticas mais complexas da Capoeira, 
do Judô e do Karatê (BRASIL, 1998)�
Sobre a origem da dança, há indícios de que todos 
os povos, em todas as épocas dançavam� A dança 
sempre foi uma forma de linguagem humana, pois 
em todos os tempos o homem se comunicou através 
23
de movimentos realizados mediante diversos ritmos� 
É através do corpo que o homem expressa senti-
mentos, valores, conceitos etc� Uma das primeiras 
formas de expressão artística do homem, a dança é 
tão antiga quanto a própria vida humana�
No período evolutivo, as primeiras manifestações 
de dança eram individuais e estavam relaciona-
das ao nomadismo humano, pois as expressões 
de movimentos serviam também para garantir sua 
sobrevivência�
Na crença de que o semelhante atrairia o seme-
lhante através da imitação de animais e fenômenos 
da natureza ou pela conquista de parcerias, então 
o homem dançou
para suprir suas necessidades 
mais imediatas, como alimento, condição climática 
e acasalamento (RIBEIRO, 2019)�
Estudos arqueológicos que analisaram pinturas 
deixadas em rochas, em regiões como a França, 
Espanha, Itália e África do Sul, identificaram algu-
mas características do modo de dançar do homem 
pré-histórico, em que predominavam os movimentos 
convulsivos e desordenados, mas também foram 
identificados movimentos de danças ligados a rituais 
religiosos�
Quando o homem deixou de ser nômade, ocorreu 
uma mudança em sua forma de dançar� Ao se tornar 
um ser social, começou a realizar danças coletivas, 
com contato físico, realizadas em círculos ou colunas, 
caracterizando uma organização do grupo� Essas 
danças tinham o propósito de atrair forças superio-
24
res na busca pelo sucesso na caça, nas guerras, nas 
colheitas e também atrair a chuva (RIBEIRO, 2019)�
No Antigo Egito, a dança era considerada sagrada, 
isto é, uma prática comum em rituais, pois o homem 
dançava acreditando que isso poderia exercer efeito 
sobre os fenômenos da natureza�
Na Grécia, a dança também tinha essência religiosa, 
e os gregos acreditavam que dançar era um dom 
dos imortais. Grandes filósofos gregos acreditavam 
nos valores educacionais da dança, tanto para uma 
melhora relacionada à saúde e a aspectos físicos, 
quanto para o pensamento filosófico.
Para os gregos, os deuses eram imortais, porém, 
possuíam características humanas que comanda-
vam suas relações sociais e políticas. Assim, para a 
história da dança, isso significou uma transição da 
idolatria da força da natureza para a força humana, 
ao passo que a dança ritual se transformou em um 
entretenimento voltado ao teatro (RIBEIRO, 2019)�
A dança na Grécia manifestava-se em diversos con-
textos, como religiosos, educativos e de entreteni-
mento, sendo que os movimentos eram realizados 
considerando seus significados, não somente pela 
execução muscular, o que verdadeiramente caracte-
riza a dança como linguagem�
Em Roma, diante do fato de a população ser formada 
na sua maioria por soldados, as danças mais pratica-
das eram as guerreiras, que os soldados praticavam 
antes das batalhas, para o deus da guerra�
25
No período do Baixo Império em Roma, a dança foi 
desprezada e degradada aos poucos, bem como 
outras artes que valorizavam a reflexão, a expressão 
e a comunicação humana, pois nessa ocasião o pres-
tígio romano foi direcionado às lutas de gladiadores 
e animais ferozes nas arenas (RIBEIRO, 2019)�
Entretanto, no Renascimento, a dança voltou com 
o surgimento de uma nova atitude em relação ao 
dualismo cristão, em que os valores mundanos da 
vida e do corpo novamente se destacaram� Na Era 
Renascentista, as artes que estavam a serviço da 
Igreja passaram a significar símbolos de riqueza 
e poder�
FIQUE ATENTO
No período Renascentista (século 16), na Itália, 
dos cerimoniais da corte e dos divertimentos da 
aristocracia, nasceu o balé�
Na Idade Média, o cristianismo não conseguiu apagar 
por completo o sentido pagão das danças populares� 
O carnaval tornou-se a festa mais popular diante do 
ponto de vista cultural e psicológico, funcionando 
como uma “válvula de escape”, para que o povo, du-
rante os festejos, possa expandir seus sentimentos, 
podados no severo regime de servidão feudal e tu-
telado pelo clero� Como exemplo dessa proibição, 
podemos citar a inquisição e a submissão de impe-
radores e reis ao papa (DINIZ; SANTOS, 2010)�
26
Na era cristã, os tipos de danças de caráter religioso 
que estavam sob o domínio exclusivo dos sacer-
dotes passaram também para o domínio do povo, 
transformando-se em manifestações populares. 
Assim, ocorreu uma transição da dança religiosa 
para a folclórica�
Alguns registros históricos apontam que, na segunda 
parte da Idade Média, surge a figura do chamado 
“mestre de danças” o qual acompanha seus senhores 
nobres e, muitas vezes, possuía cargo de confiança. 
Com o tempo, o “mestre de danças” passou a ser 
um professor de boas maneiras e, então, a dança 
começou a fazer parte da educação de cavalheiros�
São diversos os estilos de dança, sendo que cada 
grupo social possui uma identificação com deter-
minado estilo, que vai das clássicas até as mais po-
pulares� O balé clássico tem características mais 
conservadoras; por outro lado, o balé contemporâ-
neo tem uma linguagem mais próxima da sociedade 
moderna� Além do balé, temos também o samba, 
funk, hip-hop, a dança de salão com suas diferentes 
categorias, como a valsa, o xote, o tango, o forró etc� 
(SILVA, 2016)�
A dança brasileira tem uma grande influência africa-
na, devido à chegada de africanos ao Brasil� Diversas 
danças africanas têm nome do instrumento musical 
que serve de acompanhamento, por exemplo, o ca-
xambu, ou então têm o nome da cerimônia na qual 
acontecem, como o maracatu e a gongada�
27
A diversidade dos estilos de dança que encontramos 
no Brasil provavelmente tem relação com a influência 
dos diferentes povos que colonizaram o país, não 
só os africanos, mas também os italianos, alemães, 
ingleses e espanhóis� Alguns desses estilos foram 
assimilados ou alterados�
As danças juninas (ou quadrilhas), por exemplo, 
contêm certas características relacionadas a um 
momento histórico no qual a sociedade era domi-
nantemente rural; porém, essa dança tem origem 
no estilo quadrilhe, estilo muito dançado pela corte 
brasileira�
A ginástica teve um papel importante para a sobrevi-
vência do homem pré-histórico, devido à necessidade 
de atacar e defender-se� Dito de outra maneira, ao 
conhecermos a história da humanidade, fica claro 
que a ginástica como prática de exercícios físicos, 
assim como o atletismo, as lutas e danças também 
surgiram na Pré-História�
A ginástica artística surgiu na Grécia Antiga, como 
uma forma de atividade física atlética; no Egito 
Antigo, como uma forma de entretenimento, as pes-
soas realizavam acrobacias circenses nas ruas� Com 
o tempo, o homem percebeu que a prática regular 
da ginástica poderia desenvolver habilidades corpo-
rais, como força e flexibilidade. Desse modo, o ser 
humano passou a utilizá-la no treinamento militar�
A Grécia Antiga utilizou a ginástica para o treinamen-
to militar; já em Roma, a utilização dessa modali-
dade artística para treinamento foi desconsiderada, 
28
e a ginástica acontecia apenas nas apresentações 
de circo�
Segundo a evolução do homem, o exercício físico 
utilitário e sistematizado, ainda que de forma rudi-
mentar, começou a acontecer como parte dos jogos, 
também nas comemorações festivas e nos rituais, 
sendo transmitido às gerações.
Há registros sobre atividades envolvendo a ginástica 
como prática metódica de exercícios físicos, princi-
palmente no Oriente (China, Japão, Índia), que datam 
cerca de 2600 a�C�
Os exercícios físicos apareceram em várias formas 
de luta, na natação, no remo, no hipismo e na arte de 
atirar com o arco, além de figurar em jogos, rituais 
religiosos e preparação militar, habilidades como 
equilíbrio, força, flexibilidade e resistência eram muito 
valorizados�
No Renascimento, artistas faziam culto ao corpo e 
às formas� Por conta disso, a prática da ginástica 
nas escolas passou a ser constante, a modalidade 
ganhou cada vez mais espaço�
O ressurgimento da ginástica na Era Moderna acon-
teceu por meio da arte. Porém, oficialmente, o sur-
gimento da ginástica aconteceu apenas em 1811, 
quando o professor Friedrich Ludwig Jahn fundou em 
Berlim (Alemanha) o primeiro clube voltado somente 
à prática da ginástica�
O educador também criou regras específicas, apa-
relhos diferentes e um sistema de exercícios físicos 
29
chamado Die Deutsche Turnkunst (em português, a 
arte gímnica), que até hoje é considerada a matriz 
na Ginástica Olímpica�
Nessa mesma época, na Suécia, Pehr Henrik Ling 
apresentou um tipo diferente de ginástica, o qual 
envolvia um sistema baseado no exercício coletivo 
e seu intuito era desenvolver um ritmo perfeito
de 
movimento�
FIQUE ATENTO
Tanto a ginástica criada por Friedrich Ludwig 
Jahn quanto os métodos utilizados por Pehr 
Henrik Ling foram utilizados no treinamento de 
militares�
Em 1891, fundou-se a Federação Internacional de 
Ginástica (FIG), uma das entidades esportivas mais 
antigas do mundo� Cinco anos depois, a ginástica foi 
incluída no programa dos primeiros Jogos Olímpicos 
modernos, que aconteceram em Atenas (Grécia), 
assim, a evolução da ginástica como desporto acon-
teceu rapidamente�
A Ginástica Olímpica é atualmente um dos esportes 
mais populares� Diante da sua rápida evolução e po-
pularização, essa modalidade tornou-se a rainha da 
FIG entre as demais práticas de ginástica. A Ginástica 
Olímpica, inicialmente uma modalidade esportiva 
masculina, tornou-se também um desporto feminino, 
30
com grande destaque e um maior número de prati-
cantes além de atletas mundialmente reconhecidas�
A ginástica chegou ao Brasil por meio das organi-
zações dos imigrantes alemães, que queriam prati-
car a atividade da sua terra natal, por isso, criaram 
os chamados clubes de ginástica� Inicialmente, a 
ginástica tinha um caráter acrobático e valorizava 
prioritariamente a habilidade e a força� Entretanto, 
com o tempo, a ginástica também chegou às esco-
las e, hoje, está inserida em diferentes formatos e 
atendendo a públicos diferentes�
A ginástica envolve modalidades competitivas e não 
competitivas, como os alongamentos� É uma série 
de movimentos que envolvem força, flexibilidade e 
coordenação motora� Pode-se dizer também que é 
o conjunto de exercícios corporais sistematizados, 
realizados no solo ou com auxílio de aparelhos que 
podem ser aplicados com diversos objetivos, entre 
os quais citamos o educativo, competitivo, terapêu-
tico etc�
Lembrando que a ginástica também pode transitar 
em momentos durante a realização de um jogo, dan-
ça, esporte e nas lutas� Entre os diversos tipos de 
ginástica, podemos citar as ginásticas de condicio-
namento físico, ginásticas de competição, ginástica 
laboral etc� Para uma compreensão mais abrangente 
sobre a definição de alguns dos diversos tipos de 
ginástica, observe o Quadro 1:
31
Ginástica de 
condicionamento físico
Modalidades que objetivam a 
aquisição ou a manutenção da 
condição física, como ginásti-
ca localizada, hidroginástica, 
ginástica funcional etc�
Ginástica de competição
Modalidades competitivas que 
obedecem às regras de acordo 
com as orientações de uma fede-
ração, como, ginástica artística 
ou olímpica, ginástica rítmica 
etc�
Ginástica laboral
Ginástica realizada em ambien-
te corporativo, com o propósito 
de minimizar os impactos 
provocados pelos esforços 
repetitivos realizados durante 
as atividades laborais�
Tabela 1: Fonte: Elaborado pela autora (2020).
Existem ainda as ginásticas utilizadas em terapias 
de reabilitação, no tratamento de doenças, ginástica 
para conscientização corporal, enfim, são diversos 
os tipos de ginástica e várias inovações estão vin-
culadas a cada época, muitas vezes incentivadas 
pelos modismos�
32
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste e-book, conhecemos como o homem pré-his-
tórico praticava atividade física, como uma forma 
de sua luta pela sobrevivência, na necessidade de 
dominar a natureza, na busca por alimento e moradia, 
ou seja, o ser humano era obrigado a correr, saltar, 
lutar, lançar, nadar etc�
Estudamos também que, conforme o homem foi con-
seguindo dominar o ambiente hostil onde habitava, 
ele passou a práticas que envolviam a atividade física 
com o propósito utilitário, guerreiro, ritualístico ou 
recreativo, não somente por razões de sobrevivência.
Com isso, identificamos o quanto a evolução da 
humanidade é capaz de interferir e modificar com-
portamentos, inclusive os que envolvem hábitos da 
prática relacionada à atividade física� 
Por fim, conhecemos a origem do esporte e sua his-
tória nos diferentes momentos históricos, além da 
origem e evolução de algumas das diversas moda-
lidades esportivas� Dessa maneira, fomos capazes 
de analisar qual é o papel social e cultural ao longo 
dos tempos desse fenômeno social de grande repre-
sentatividade chamado esporte�
33
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		INTRODUÇÃO
		RELATOS HISTÓRICOS DA ATIVIDADE FÍSICA
		SURGIMENTO DAS MODALIDADES ESPORTIVAS: CONTEXTO HISTÓRICO E SOCIOCULTURAL
		Origem de algumas modalidades esportivas
		Lutas e artes marciais
		CONSIDERAÇÕES FINAIS
Dimens-es-Socioculturais-Hist-ricas-e-Filos-ficas-da-Educa-o-F-sica-e-do-Esporte-2021-Mar-01_14-13-40/viewer/files/PDFs/E2_DSHF.pdf
E-book 2
Giovana Fernandes
DIMENSÕES SOCIOCULTURAIS, 
HISTÓRICAS E FILOSÓFICAS 
DA EDUCAÇÃO FÍSICA E DO 
ESPORTE
Neste E-Book:
INTRODUÇÃO ���������������������������������������������� 3
ORIGEM DOS JOGOS OLÍMPICOS ���������4
JOGOS OLÍMPICOS DA ERA 
MODERNA: EVOLUÇÃO E 
PRINCIPAIS ACONTECIMENTOS �����������17
CONSIDERAÇÕES FINAIS ���������������������� 35
2
INTRODUÇÃO
Neste e-book, vamos entender a origem dos Jogos 
Olímpicos, voltando à Antiguidade, na Grécia Antiga, 
onde tudo começou. Vamos conhecer algumas teo-
rias que explicam como nasceu esse grande evento 
esportivo, quais eram as provas realizadas nessa 
grande competição, como os atletas se preparavam e 
como eram as instalações do local onde aconteciam.
Os Jogos Olímpicos, durante muito tempo, foram 
o principal acontecimento relacionado à cultura na 
Grécia Antiga. Contudo, com o passar do tempo, o 
grandioso evento esportivo acabou. Por isso, vamos 
conhecer algumas versões que explicam as possíveis 
razões que levaram os Jogos Olímpicos da antigui-
dade a entrar em decadência.
Vamos compreender também todo o processo de 
reinvenção dos Jogos Olímpicos, movimento que 
foi idealizado pelo historiador francês Pierre de 
Coubertin. A história dos Jogos Olímpicos Modernos 
atravessou o século 20 cheia de altos e baixos e 
espalhou pelo mundo grandes transformações no 
universo dos esportes.
3
ORIGEM DOS JOGOS 
OLÍMPICOS
Neste tópico, o tema é a origem dos Jogos Olímpicos. 
Vamos entender como o surgimento deste evento 
esportivo mantém uma estreita ligação com as ra-
zões de cunho religioso. Vamos compreender ainda 
a importância e o prestígio que o evento tinha para a 
sociedade grega, isto é, de que maneira aconteciam 
seus preparativos, desde a organização até as prepa-
rações dos atletas, as instalações onde aconteciam 
e de que maneira as provas eram disputadas.
Figura 1: Deuses e heróis olímpicos. Fonte: Designed by macrovector 
/ Freepik.
A origem dos Jogos Olímpicos é sempre muito dis-
cutida, apresentando-se pelas diversas versões e 
teorias explicadas pelos historiadores. Um dos mitos 
relacionados à origem dos Jogos Olímpicos é que 
4
https://image.freepik.com/vetores-gratis/deuses-gregos-antigos-2-figuras-de-desenhos-animados-horizontais-conjuntos-com-dionysus-zeus-poseidon-aphrodite-apollo-athena_1284-27795.jpg
https://image.freepik.com/vetores-gratis/deuses-gregos-antigos-2-figuras-de-desenhos-animados-horizontais-conjuntos-com-dionysus-zeus-poseidon-aphrodite-apollo-athena_1284-27795.jpg
teriam surgido a partir das corridas de carruagem, 
em que Pélope (que deu nome a Peloponeso) teria 
saído vitorioso de uma dessas corridas e, com isso, 
conquistado a mão da princesa Hipodâmia.
De fato, antigas evidências apontam para o prestígio 
e a importância das corridas de carruagem. Entre as 
incertezas sobre a origem dos Jogos Olímpicos, é 
unânime o fato de que suas origens mantêm uma 
relação estreita com a junção de exercício físico com 
religião. Os gregos acreditavam que o corpo tem 
a mesma importância que o intelecto e o espírito, 
assim, a melhor maneira de honrar Zeus (Figura 2) 
seria cuidando do corpo e da mente. Diante dessa 
estreita ligação com o culto aos deuses, entende-se 
que a origem dos Jogos Olímpicos possui razões de 
cunho religioso.
Figura 2: Zeus. Fonte: Pixabay.
5
https://cdn.pixabay.com/photo/2013/07/12/13/25/zeus-146991_960_720.png
SAIBA MAIS
Saiba mais sobre o culto heroico, consultan-
do, Culto heroico, cerimonias fúnebres e a ori-
gem dos Jogos Olímpicos, de Haiganuch Sarian 
(1996/1997), que será importante para seus es-
tudos, pois trará novos conhecimentos sobre as 
teorias que envolvem a origem dessa grande e 
importante competição atlética.
As competições esportivas aconteciam em santuá-
rios próximos aos templos e, em geral, realizavam-se 
por ocasião de festas religiosas, conforme ocorreram 
nas cidades gregas de Olímpia, Delfos, Nemeia e 
Istmo de Corinto.
Nessa época, a Grécia não existia enquanto um país, 
e sim como uma região com cidades independentes 
entre si, mas que mantinham uma cultura comum. 
Essas cidades viviam em guerra; porém, no período 
dos Jogos, estabelecia-se uma trégua que era co-
mumente respeitada por todos.
Sobre a origem das modalidades de jogos, acredi-
ta-se que muitas delas passavam por instituições 
divinas e heroicas. Apolo teria sido o inventor do 
pugilato; Zeus teria instituído a luta a partir de uma 
disputa com seu pai, Cronos; Jasão teria inventado 
o pentathlon, que envolve os cinco jogos mais fa-
mosos da Antiguidade: corrida, arremesso de disco, 
lançamento de dardo, salto e luta. Quanto à corrida, 
existem duas versões: uma considera que teria sido 
6
uma instituição de Apolo; outra que acredita que foi 
uma invenção de Héracles.
Célebres festivais atléticos Pan-Helênicos eram rea-
lizados na Antiga Grécia. A seguir, vamos conhecer 
alguns:
 ● Jogos píticos: considerados o segundo evento 
atlético mais importante, aconteciam a cada quatro 
anos em Delfos, onde havia um santuário com locais 
para a prática de atividade física. Esses jogos tive-
ram uma grande importância não somente pelo seu 
caráter atlético, mas também pelo seu valor artístico.
 ● Jogos ístmicos: aconteciam no Istmo do Corinto, 
um dos principais centros comerciais do mundo 
antigo. A origem desses jogos é também cercada de 
diversas versões que se confundem, porém, sabe-se 
que além das disputas atléticas e artísticas os jogos 
tiveram uma famosa competição de pintura, devido 
ao relevante papel que o Corinto exercia sob a arte.
 ● Jogos nemeus: aconteciam em Nemeia, uma pe-
quena vila localizada no Nordeste da Península do 
Peloponeso. A origem dos Jogos nemeus envolve 
duas versões muito diferentes, porém, com base 
nelas, fica claro que tinham um forte caráter fúne-
bre. A programação do evento envolvia somente 
jogos atléticos, e sua primeira edição, após ter sido 
instituída a regularidade, foi registrada em 573 a. C, 
apesar de existirem algumas evidências que apontam 
a existência dos jogos desde 1251 a.C.
7
Todas essas competições tinham sua importância, 
porém, nenhuma se igualou aos Jogos Olímpicos, 
de Olímpia.
Os Jogos Olímpicos eram a grande festa do mundo 
grego, e até unia cidades rivais. Sua popularidade foi 
de suma importância para fazer brotar nos gregos uma 
consciência de pertencer a uma só raça, falar uma 
mesma língua e de crer nos mesmos deuses, ocasio-
nando a unificação e divulgação da cultura helênica.
Os jogos aconteciam em Olímpia (Grécia Antiga), 
uma cidade banhada pelo rio Alfeu, que sediou por
mais de um milênio os Jogos Olímpicos, o mais im-
portante evento esportivo da Antiguidade.
O Vale de Olímpia era considerado um lugar sagrado, 
neutro e inviolável, ou seja, não podia estar expos-
to ao risco de guerras, pois muito mais do que um 
estádio, Olímpia era um lugar de culto, uma vez que 
a grande missão do santuário de Olímpia era a de 
representar, sacralizar, manter e honrar o espírito de 
competição.
Os Jogos Olímpicos começaram a partir de 776 a.C., 
e essa data importante tornou-se uma referência para 
os gregos medirem o tempo.
FIQUE ATENTO
Há divergências sobre quando, de fato, os Jogos 
Olímpicos começaram. Por isso, Lima, Martins e 
Capraro (2009, p. 2-3) fazem um apanhado dos 
pontos divergentes:
8
Lee (1988) nos diz que, de acordo com as evidên-
cias arqueológicas, é possível que tenham existi-
do 27 jogos antes de 776 a.C., os quais não tinham 
grande significado. Já Mallwitz (1988), diretor ale-
mão das escavações em Olímpia, acredita que os 
Jogos tiveram início no ano de 704 a.C. e eram re-
alizados anualmente, sendo que somente em 680 
a.C., passaram a ser quadrienais. Para Wacker 
(1996) a data de 776 a.C. pode ser um falso fato 
histórico criado na cidade de Elis, por uma série de 
razões. Ele argumenta que as descobertas realiza-
das pelos arqueólogos demonstraram que o san-
tuário de Olímpia foi aumentado por volta de 700 
a.C. e que não existiam evidências da existência 
de atividades competitivas antes desse período.
A cada quatro anos, era realizada uma Olimpíada que, 
inicialmente, durava um dia. Com o tempo, passou 
a durar uma semana. Acontecia no final do mês de 
julho, em agosto ou no início de setembro, sempre 
após o solstício de Verão, na segunda ou na terceira 
lua cheia, e assim que a data fosse definida, um co-
municado era enviado para que as cidades gregas 
fossem avisadas.
Os preparativos começavam um ano antes do evento, 
pois os templos e estádios eram preparados, as pis-
tas precisavam ser niveladas, dentre outros reparos. 
O santuário de Zeus, onde aconteciam os Jogos, 
possuía templos, altares, complexos desportivos, 
ginásio, piscinas, estádio, hipódromo e um grande 
teatro.
9
O núcleo de Olímpia era um bosque sagrado cha-
mado Áltis, de onde eram retirados os ramos de 
oliveira para a premiação dos atletas vencedores. 
Posteriormente, os atletas, ao se profissionalizarem, 
passaram a receber prêmios em dinheiro.
O ginásio tinha locais específicos para a realização 
das provas de saltos e arremessos, pista de corrida, 
local para massagens, banhos e local para os espec-
tadores. Com o tempo, o lugar foi incrementado com 
melhorias, por exemplo, a construção de um palácio, 
termas e uma grande fonte, além de todo local ser 
adornado com cerâmica e esculturas de deuses, atle-
tas vencedores e de outras pessoas consideradas 
importantes nas várias épocas.
As competições dos Jogos Olímpicos eram dividi-
das em:
 ● gimnicas: provas realizadas no estádio, de acordo 
com a idade dos atletas (adultos ou adolescentes);
 ● hípicas: provas realizadas no hipódromo.
Somente homens podiam participar das competi-
ções, além disso, os atletas deveriam seguir regras 
rígidas, sob o risco de severas punições quando não 
respeitadas. Os atletas começavam a treinar por vol-
ta de dez meses antes dos jogos, e com a mesma 
antecedência eram definidos os juízes.
Um mês antes do início do evento, os atletas e ju-
ízes tinham de ir a Olímpia para que lá os atletas 
pudessem treinar sob a orientação dos juízes. Os 
que não estivessem em condições, ou seja, não 
10
apresentassem boa forma física, acabavam sendo 
desclassificados.
SAIBA MAIS
Algumas curiosidades sobre os atletas:
Os atletas se exercitavam nus, por acreditar que 
a nudez facilitava os movimentos, bem como em 
virtude ao culto ao corpo, que era muito valoriza-
do pelos gregos. Os competidores passavam, no 
corpo, óleo e areia no intuito de regular a tempe-
ratura do corpo, proteger-se do Sol e proteger-se 
das punições do treinador, ocasionadas quando 
eles não realizavam corretamente os exercícios.
Ao término das provas, os atletas usavam um 
instrumento curvo chamado de strigilis, para re-
mover o azeite e a areia da pele, além de esponja 
e água. Após os treinos, os atletas podiam des-
cansar, tomar banho e fazer massagem. Por mui-
to tempo, a alimentação dos atletas durante os 
ciclos de treinos era somente vegetariana.
Tanto o culto ao corpo quanto o culto à mente eram 
valorizados, pois um atleta completo era aquele que 
dominava diversas áreas do conhecimento. Além da 
hereditariedade, a educação da mente era conside-
rada muito importante. Na época, já existiam muitos 
conceitos relacionados a conhecimentos sobre o 
treino de atletas, repouso e alimentação adequada.
11
Ao se aproximar o início dos jogos, começavam a 
chegar os que iriam assistir ao evento e as famílias 
dos atletas, príncipes, viajantes, peregrinos, comer-
ciantes, pessoas ilustres, pessoas humildes etc. 
Todos ficavam instalados em tendas localizadas 
nas proximidades da área esportiva.
Ir aos jogos significava tanto um divertimento quanto 
uma peregrinação, visto que naquela época não era 
nada fácil viajar por terra ou mar, porém, milhares de 
pessoas faziam esse grande esforço para assistir 
aos jogos.
Os Jogos Olímpicos seguiam um ritual: no primeiro 
dia, era oferecido um sacrifício ao deus, e os atletas 
e juízes participavam de uma cerimônia na qual fa-
ziam um juramento de lealdade perante a estátua de 
Zeus. Em seguida, começavam as provas e sempre 
os jogos iniciavam e findavam com festas homena-
geando os deuses.
Podemos notar que algumas características e tradi-
ções dos jogos da Antiguidade são mantidas até os 
dias de hoje, pois nos Jogos Olímpicos realizados 
na atualidade são igualmente realizadas as cerimô-
nias de abertura, o juramento olímpico, a entrada dos 
atletas no estádio, algumas provas como as corridas, 
lutas, dentre outras e também as cerimônias de con-
sagração dos vitoriosos.
Entre as provas que eram disputadas nos Jogos 
Olímpicos da Antiguidade, algumas são as corridas, 
corrida com armas (escudo), pugilato, pancrácio e 
pentatlo (salto, lançamento de disco, lançamento de 
12
dardo, corrida e luta), que eram realizadas no está-
dio, e as corridas de cavalos e corridas de carros de 
cavalos, que eram realizadas no hipódromo.
SAIBA MAIS
Fique por dentro de algumas regras e curiosida-
des sobre as provas disputadas nos Jogos Olím-
picos na Grécia Antiga.
Luta: para ser vencedor, era preciso provocar a 
queda do adversário por três vezes, sendo carac-
terizada a queda quando costas, ombros ou peito 
do adversário tocasse o chão. A luta não tinha 
um tempo limite, não era permitido atacar com 
mordidas nem a zona genital.
Pugilato: só era permitido usar os punhos, visto 
que os dedos ficavam envolvidos em tiras de cou-
ro. O jogo só acabava quando um dos atletas fi-
cava em estado inconsciente ou quando alguém 
sinalizava desistência.
Pancrácio: era um misto de luta e pugilato em 
que tudo era permitido, só não enfiar o dedo nos 
olhos do adversário, arranhar, morder ou atacar a 
região genital.
Pentatlo: envolvia cinco provas, como lança-
mento do disco, do dardo, salto em distância, 
corrida de 200 metros e luta. O disco podia ser 
de pedra, ferro ou bronze e pesava 9,5 kg. O dar-
do era feito de madeira. O atleta que vencesse 
13
as três primeiras provas não precisava realizar 
as duas últimas.
O ponto alto desse grande evento esportivo era a 
distribuição dos prêmios, não pelo seu valor intrínse-
co, mas por toda honraria, pois os vencedores eram 
reconhecidos por toda a Grécia como grandes heróis.
Nas competições desportivas, nunca houve entre os 
atletas outras ambições que não fosse as do triunfo, 
uma vez que a performance característica do des-
porto moderno ainda não existia naqueles tempos, 
além de não haver o conceito de recorde. Com isso, 
o que realmente importava era ser o melhor.

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