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Gabriela Zogbi – Medicina Veterinária | Anatomia dos Animais Domésticos II | 2021.2 Sistema digestório Ventrículo dos animais domésticos Introdução: Forma – unicavitário e pluricavitário Revestimento de mucosa – simples (dilatação entre o esôfago e o intestino) e composto (apenas uma parte é revestida de mucosa glandular, os demais segmentos serão revestidos de mucosa aglandular – proventrículo). • Cães e gatos possuem ventrículo unicavitário simples (possuem mucosa glandular). • Equino e suíno possuem ventrículos unicavitário composto (porque possui mucosa glandular a aglandular). Ruminantes (bovino, ovino e caprino) possuem ventrículo pluricavitário composto. Ventrículo unicavitário: Divisão – fundo, corpo e parte pilórica (antro pilórico – mais dilatada - e canal pilórico) O esôfago chega visivelmente na face parietal. O divertículo nos suínos está na face visceral, caudalmente para a direita. Capacidade: • Equino: 5 a 15 litros • Suíno: 5,7 a 8 litros • Canino: 0,5 a 6 litros Situação: • Na parte dorsal da cavidade abdominal em equinos, caudal ao diafragma e fígado, principalmente para à esquerda do plano mediano; • Em suínos, cães e gatos está na parede ventral da cavidade abdominal. Morfologia externa: • Formato de um “J” (equino) e “C” (cão e gato); • Duas faces: parietal e visceral; • Duas curvaturas: maior e menor (incisura angular); • Duas extremidades: esquerda (saco cego nos equinos e divertículo nos suínos) e direita (pilórica). Morfologia interna: Equino: mucosa aglandular (extensa) e glandular; margem pregueada; região das glândulas cárdicas em torno da margem pregueada Suíno: mucosa aglandular (quadrilátera) e glandular (cárdicas, gástricas e pilóricas); maior região das glândulas cárdicas, toro pilórico Cão e gato: apenas mucosa glandular; região das glândulas cárdicas em torno do óstio cárdico Função das glândulas cárdicas e pilóricas: • Produzem muco para revestir e proteger porque as glândulas gástricas produzem enzimas e ácido clorídrico. Funções do ventrículo unicavitário: • Armazenamento do alimento ingerido; • Mistura do alimento com secreções; • Controle do esvaziamento de seu conteúdo. Fundo: recebe e estoca o conteúdo pela adaptação de seu volume; Corpo: atua como um tonel misturador de saliva, alimento e secreções gástricas; Antro: serve como bomba para regulação da propulsão da passagem do esfíncter pilórico para dentro do duodeno; as contrações do antro, associadas às contrações do esfíncter pilórico fazem com que o conteúdo retorne ao corpo. Meios de fixação: • Ligação gastrofrênico (une o ventrículo ao pilar do diafragma) • Omento menor: ligamento hepatogástrico e hepatoduodenal O ligamento hepatogástrico une a fissura portal no fígado com a curvatura menor do ventrículo. - Ligamento gastroesplênico (une a curvatura maior do ventrículo ao hilo esplênico) - Omento maior Ventrículo Pluricavitário: ⇨ Ocupa ¾ da cavidade abdominal Formado por rúmen, retículo, omaso e abomaso. Parte pro ventricular: rúmen, retículo e omaso. A parte proventricular faz a digestão mecânica da celulose. Parte glandular: abomaso (digestão química). Capacidade ventricular: • Modificações no estômago após o nascimento: tamanho e proporção; • Causas relacionadas diretamente com o tipo de alimentação; • Ao nascimento, o abomaso representa o maior dos 4 compartimentos. Rúmen: • É o maior dos quatro compartimentos • Ocupa a parte ventral da 7º a 8º espaço intercostal até quase a entrada da pelve • Sua forma geral é aproximadamente ovoide, comprimida lateralmente • Duas faces: parietal (esquerda) e visceral (direita) • Duas curvaturas: dorsal (em contato com a parede dorsal do abdômen) e ventral (é livre) • Duas extremidades: cranial e caudal • Morfologia externa do rúmen: • Sulcos cranial e caudal • Sulcos longitudinais esquerdo e direito • Átrio do rúmen (extremidade cranial do saco dorsal é uma área de recepção) • Sulco ruminorreticular (demarca o rúmen do retículo) • Sulcos acessórios esquerdo e direito • Ínsula do rúmen • Sacos cegos caudodorsal e caudoventral • Sulcos coronários dorsais e ventrais • Sulco do reticulo = goteira esofágica • Sulcos coronários dorsais são incompletos, mas os ventrais são completos Morfologia interna do rúmen: • Pilares que correspondem externamente aos sulcos; • Pilares cranial e caudal, longitudinais direito e esquerdo, coronários dorsal e ventral; • A prega ruminorreticular corresponde ao sulco ruminorreticular; • Constitui a margem do óstio ruminorreticual ⇨ comunicação entre o rúmen e o retículo. Funções do rúmen: • Movimentos: ⇨ Fermentação energética ⇨ Homogeneização ⇨ Umidificação Além disso, o rúmen também realiza fenômenos químicos através da fermentação, causando a digestão da celulose que resulta em gases (carbônico e metano, os quais serão eliminados pela cavidade oral) e produção de ácidos graxos de cadeia curta, os quais serão absorvidos pelas paredes ruminais. Retículo – situação: • Está entre a 6º, 7º ou 8º costelas, sua maior parte à esquerda do plano sagital mediano • Está intimamente em contato com o diafragma Morfologia externa do retículo: ⇨ Face diafragmática (em contato com o diafragma e o fígado) ⇨ Face visceral (em contato com o saco dorsal do rúmen) ⇨ Curvatura maior ⇨ Curvatura menor Morfologia interna do retículo: • Apresenta o sulco do retículo/sulco reticular/goteira esofágica o qual se inicia no óstio cárdico e termina no óstio reticulomasal. Funções do retículo: • Mecânica ⇨ Regular o trânsito de alimentos para o omaso ⇨ Sulco reticular: conduto (recém-nascido) • Destino da ingesta: ⇨ Encaminha para o esôfago para fazer a ruminação, ou para o omaso para realizar a 2º mastigação. Omaso: • Situação: Direita do plano mediano e dorsalmente entre o 7º ao 11º espaço intercostal Morfologia externa do omaso: • Face parietal (direita) • Face visceral (em contato com o saco ventral do rúmen) • Curvatura dorsal • Colo do omaso • Base do omaso Morfologia interna do omaso: • Lâminas omasais • Recessos interlaminares • Papilas unguiculiformes • Canal do omaso (o leite que passa pela goteira esofágica passa pelo canal do omaso) • Sulco do omaso • Pilar do omaso • Véu abomásico (possui a função de evitar que ocorra o refluxo do conteúdo abomásico para o omaso) • Óstio omasoabomasal O omaso prepara o alimento para a digestão química que será feita no abomaso. Funções do omaso: - Realiza a desidratação e preparação do alimento para a digestão verdadeira que será realizada no abomaso. Abomaso – situação: Caudoventralmente entre o 7º até o 11º espaço intercostal Forma de um saco alongado e repousa sobre o assoalho abdominal à direita do plano sagital mediano Morfologia externa do abomaso: • Face parietal (em contato com a parede ventral do abdômen) • Face visceral (em contato com o saco ventral do rúmen) • Curvatura maior (sustenta o omento maior) • Curvatura menor (em contato com o omaso e sustenta o omento menor) • Fundo, corpo e parte pilórica Morfologia interna do abomaso: • Pregas abomasais (aumentam a área de contato com a ingesta) • Toro pilórico • Óstio pilórico (comunica-se com o duodeno) • Esfíncter pilórico (auxilia no fechamento do óstio) • Mucosa glandular Funções do abomaso: • No animal lactante irá ocorrer a digestão láctea, e no animal adulto é o principal local da digestão proteica (as proteínas podem vir através da alimentação, evadidas da degradação bacteriana, produzidas pelos microrganismos do rúmen e provenientes da massa microbiana) Ruminação: Deglutição ⇨ o alimento vai para o átrio dorúmen ⇨ saco dorsal e saco ventral do rúmen ⇨ retorna para o retículo ⇨ vai para a boca ⇨ o alimento na boca sofre uma remastigação e reinsalivação ⇨ ocorre a segunda redeglutição ⇨ dessa vez o retículo leva o alimento para o omaso ⇨ abomaso ⇨ absorção no intestino Meios de fixação do ventrículo pluricavitário: • Desembocadura do esôfago na cárdia • Continuação com o duodeno através do piloro • Pregas peritoneais e tecido conjuntivo •Ligamentos gastrofrênicos e frenicoesplênico • Omento maior • Omento menor O saco ventral do rúmen está envolvido pela bolsa omental. Estrutura dos ventrículos: Vascularização do ventrículo unicavitário: • Artéria celíaca que emite três ramos: ⇨ Artéria esplênica (artéria gástrica curta e a artéria gastroepiploica esquerda); ⇨ Artéria gástrica esquerda (ramo parietal e ramo visceral); ⇨ Artéria hepática (a. gástrica direita e a. gastroduodenal – artéria gastroepiploica direita). Vascularização do ventrículo pluricavitário: • Artéria celíaca emite: ⇨ Artéria esplênica: artéria ruminal direita e esquerda; ⇨Artéria gástrica esquerda – artéria gastroepiploica esquerda; ⇨ Artéria hepática: a. gástrica direita e a. gastroduodenal – artéria gastroepiploica direita. Inervação: •Tronco vagal dorsal: ⇨ Ventrículo unicavitário – face visceral ⇨ Ventrículo pluricavitário – parede ruminal, sulco reticular, orifício reticulomasal, omaso e o abomaso •Tronco vagal ventral: ⇨ Ventrículo pluricavitário – face parietal ⇨ Ventrículo pluricavitário – átrio do rúmen, retículo, sulco reticular, orifício reticulomasal, omaso e face direita do abomaso
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