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Aulas 35 e 36 Socioantropologia 2021 1 PDF

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SOCIOANTROPOLOGIA UNEC 
 
NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA – NEAD 
Prof. Cláudio Soares Barros: claudiobarros0108@gmail.com Página 1 
 
 
 
4.2 Diferença e desigualdade 
Melissa de Mattos Pimenta* 
 
Este capítulo tem como tema central dois conceitos-chave para o entendimen-
to das relações sociais em Sociologia: diferença e desigualdade. 
Aparentemente sinônimos, ambos são fundamentalmente distintos e inextri-
cavelmente ligados, de tal modo 
que qualquer reflexão que se 
pretenda estabelecer sobre este 
tema, necessariamente demanda 
a adequada conceitualização de 
cada acepção, suas principais 
derivações e, principalmente, a 
compreensão da forma e da na-
tureza de sua ligação. Tomando como ponto de partida as relações sociais, o objeto 
central para o entendimento da diferença e da desigualdade é o ser humano no inte-
rior de suas interações. 
Nesse sentido, esses conceitos devem ser percebidos como diferenças e 
desigualdades entre seres humanos. A característica mais importante da diferen-
ça, e talvez a mais difícil de perceber, é que ela nunca é natural, isto é, não é uma 
coisa dada, a priori, mas sempre socialmente construída. Ela resulta do processo 
social de atribuição de identidades individuais e grupais. Quando um indivíduo ou 
um grupo humano se distingue de outro, atribui a si próprio e/o ao outro, determina-
das características que o diferenciam entre o eu e ele ou nós e eles.O que permite 
classificar alguém como membro de um grupo, de uma categoria, de uma classe é, 
portanto, um construto, cujos elementos são dados por aquilo que o indivíduo ou o 
grupo seleciona como base para a categorização. A diferença é orientada ora pela 
natureza, ora pela cultura. No primeiro caso, ela se refere a todos os aspectos físi-
cos e psicológicos associados a características observáveis nos seres humanos, 
Aula 35 
Figura 1 - A quantidade de luzes que as cidades emitem à noite 
revela um grande contraste entre os países do norte do planeta e 
os países do sul. A caracterização da riqueza econômica se con-
centra na Europa e nos Estados Unidos. 
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que se referem ao fenótipo (altura, peso, complei-
ção, cor da pele, tipo de cabelo, formato dos olhos, 
do nariz, da boca etc.) e ao perfil psíquico (dispo-
sição, atitude, humor, entre outros). No segundo 
caso, refere-se a todos os aspectos do comporta-
mento associados às práticas culturais, aos hábi-
tos alimentares, às maneiras de vestir, de comer, 
de andar, de falar, de se portar diante dos outros, 
às crenças religiosas e espirituais e aos valores 
morais. 
A diferenciação, quase sempre, tende a ser 
etnocêntrica, ou seja, ela é dada em relação ao ponto de vista de quem vê. O parâ-
metro para determinar a diferença, portanto, é incapaz de escapar às malhas da 
própria cultura. Por essa razão, tudo aquilo que é diferente do que conhecemos ou 
estamos habituados é estranho, bizarro, irracional ou até mesmo imoral, dependen-
do de como nos defrontamos com a diferença ou da maneira como ela nos é apre-
sentada. 
O etnocentrismo – o julgamen-
to com base na própria cultura – cos-
tuma ser nocivo à análise sociológi-
ca. Daí o recurso metodológico do 
estranhamento, a atitude de redireci-
onar o olhar de forma a tornar estra-
nho àquilo que é familiar ou para o 
qual não há necessidade de explica-
ção, por ser cotidiano, trivial, normal. A atitude de estranhamento, entretanto, não 
deve ser prejudicada por juízos de valor, mas exercitada pelo distanciamento em 
relação aos próprios valores e modos de pensar e agir. Dessa forma, abre-se a pos-
sibilidade de se colocar no lugar do outro e entender como ele pensa, age e se com-
porta. A isso denominamos relativismo cultural.1 
 
1
 “O relativismo cultural é o oposto do etnocentrismo. Refere-se à crença de que todas as culturas e todas as práticas cultu-
rais têm o mesmo valor.” (BRYM et al., 2008, p. 88). 
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A diferença não é o mesmo que desigualdade. Porém, existe uma relação 
inequívoca entre ambas, no sentido de que a diferença, ao se tornar definidora de 
categorias sociais e grupos de pertencimento no interior de sociedades, cria desi-
gualdades na medida em que essas relações nunca são neutras, mas carregadas de 
tensão. 
 
 
As diferenças, portanto, situam indivíduos e grupos em posições hierarquica-
mente superiores e inferiores na estrutura social. Tais posições, que podem ser eco-
nômicas, sociais ou políticas, conferem vantagens ou desvantagens de acordo com 
o lugar ocupado na estrutura social e revelam a existência de desigualdades com 
base em atributos sociais. Da mesma forma que há inúmeras características por 
meio das quais as sociedades se diferenciam umas das outras, é possível identificar 
diversos atributos com base nos quais pessoas 
e grupos se organizam em posições ou estratos 
sociais: a idade, o fato de ser homem ou mu-
lher, a ocupação, a renda, a raça ou a cor da 
pele etc. Neste capítulo, discutiremos como o 
gênero, a raça e a classe situam pessoas e 
grupos em posições desiguais na hierarquia 
social, na qual geralmente os mais favorecidos 
encontram-se no topo, e os menos privilegiados 
estão mais próximos da base. 
 
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4.2.1 Diferença e desigualdade de gênero 
Uma das principais diferenças a serem destacadas entre os seres humanos é 
o fato de existirem homens e mulheres e, com isso, todo um conjunto de caracterís-
ticas, comportamentos, atividades, práticas, hábitos, crenças, sentimentos e expec-
tativas baseadas na divisão masculino/feminino. Essa distinção, entretanto, é de du-
as ordens: a primeira tem como base a diferença biológica entre os humanos, ou 
seja, o sexo. 
Dependendo das características genéticas com as quais nasce, o indivíduo 
humano desenvolverá genitais distintos e produzirá hormônios específicos, que es-
timularão o sistema reprodutor, definindo seu sexo como masculino ou feminino. Po-
rém, ser homem ou mulher é muito mais do que ter um sexo biologicamente defini-
do, mas significa ter sentimentos, atitudes e comportamentos associados a homens 
e mulheres. 
Por essa razão, do ponto de vista da Sociologia, essa distinção é denominada 
gênero e tem como base características psicológicas, sociais e culturais associadas 
à divisão masculino/feminino. Segundo Giddens (2008), o gênero está associado a 
noções socialmente construídas de masculinidade e feminilidade e, desse modo, 
não é necessariamente um produto direto do sexo biológico de um indivíduo. 
Contudo, as interpretações sociológicas das diferenças e desigualdades de 
gênero têm assumido posições antagônicas em relação à questão do sexo e do gê-
nero. Alguns autores defendem que as diferenças de gênero são fruto da biologia 
humana, ou seja, da forma como homens e mulheres evoluíram geneticamente. 
Nesse sentido, diferenças de comportamento, por exemplo, seriam resultado de as-
pectos fisiológicos e biologicamente determinados, como o tipo de hormônio produ-
zido, o tamanho do cérebro, o papel na reprodução, entre outras. Essas diferenças, 
portanto, seriam naturais e irredutíveis. Isso implica que fatores naturais sejam res-
ponsáveis pelas desigualdades observadas entre os gêneros na maior parte das so-
ciedades (GIDDENS, 2008, p. 109). 
Aula 36 
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As explicações que se situam nessa perspectiva são encontradas na Sociobi-
ologia e na Psicologia evolucionária e utilizam argumentos evolucionistas, cada vez 
mais populares desde os anos de 1970, inspirados nas teorias de Charles Darwin 
(1809-1882), para explicar comportamentos e práticas sociais específicas. 
Em contraposição a essa interpretação situam-se os estudos centrados na 
socialização de gênero, ou seja, no aprendizado dos papéis de gênero por meio da 
interação com agentes sociais, tais como a família, o grupo de pares e os meios de 
comunicação. 
 
 
O aprendizado dos papéis de gênero é um processo muito complexo que en-
volve muito mais do que as interações entre pais e filhos. Ele abrange não apenas 
os agentes de socialização primária, desde a mais tenra idade, mas também figuras 
de autoridade como professores, orientadores, profissionais, sacerdotes, entre ou-
tras, que procuram impor suas ideias acerca do comportamento de gênero apropria-
do às crianças. Além disso, a forma como o processo de socialização se dá no inte-
rior das relações familiares e, posteriormente, na educação escolar, será fundamen-
tal para o tipo de identidade de gênero que a criança desenvolverá em sua vida 
adulta. 
É importante enfatizar que as desigualdades de gênero não foram sempre as 
mesmas, tampouco tiveram a mesma intensidade, em todos os lugares e em todas 
as épocas, para todas as culturas. 
 
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Também as desigualdades de gênero são resultado de processos sociais e 
históricos de longa duração, que variam enormemente de um contexto para outro. 
Não pretendemos aqui discutir as diversas interpretações sociológicas para 
as origens das desigualdades de gênero, mas destacar os principais âmbitos nos 
quais elas se evidenciam atualmente. 
O modo como as ideologias de gênero são construídas socialmente reforça a 
constituição e o exercício de papéis masculinos e femininos considerados apropria-
dos. Este aspecto é decisivo, por exemplo, no momento da escolha da carreira pro-
fissional. Um levantamento realizado (Brym et al., 2008, p. 259-260) a partir de da-
dos do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira 
(INEP), de 2003, revelou a tendência para uma clara divisão sexual nas opções pro-
fissionais de jovens brasileiros, ao analisarem-se os cursos superiores com maiores 
percentuais de matrícula do sexo feminino e do sexo masculino, respectivamente. A 
preferência feminina é pelas Ciências Humanas e da saúde, especialmente os servi-
ços sociais e de orientação, a fonoaudiologia, a nutrição e o secretariado, enquanto 
a preferência masculina é pelas Ciências Exatas, especialmente a mecânica, a 
construção e a manutenção de veículos a motor, os transportes e serviços (cursos 
gerais) e a eletrônica. 
As escolhas profissionais femininas tendem a limitá-las a ocupações e em-
pregos mal remunerados. Isso ocorre porque o trabalho desempenhado por mulhe-
res é considerado menos qualificado e, consequentemente, é menos valorizado do 
que o trabalho desempenhado por homens. Essas percepções são baseadas em 
pré-noções acerca das capacidades atribuídas a homens e mulheres e fundamen-
tam as atitudes de preconceito e discriminação com base no gênero. O fato de a mu-
lher ser capaz de gerar e dar à luz a um bebê confere a ela uma suposta capacidade 
inata para o amor e o cuidado com as crianças, levando à tendência de se atribuir às 
atividades profissionais de atendimento e educação infantil como próprias ao univer-
so feminino. Essa é uma noção preconceituosa de que somente a mulher é capaz 
de cuidar de crianças ou é mais capacitada para cuidar delas do que os homens. A 
discriminação ocorre quando preconceitos em relação às capacidades masculinas e 
femininas para o trabalho são utilizados para determinar faixas salariais, estabele-
cendo, assim, desigualdades de renda. 
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Além da discriminação de gênero, as disparidades de renda entre homens e 
mulheres também são explicadas pelas diferenças de qualificação profissional entre 
as mulheres, pelo fato de ter filhos e pelo tempo de dedicação ao trabalho (emprego 
de meio período ou tempo integral). Os ganhos salariais estão diretamente relacio-
nados a esses aspectos e ao fato de a mulher estar ou não inserida no mercado de 
trabalho (dedicada exclusivamente ao cuidado dos filhos e às atividades domésti-
cas). Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), produzida 
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2007, mostram que, 
entre os ocupados, as mulheres tendem a receber menos que os homens: 
 
Tabela 1 – Pessoas de 10 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de 
referência, por sexo, segundo as classes de rendimento mensal de todos os traba-
lhos (%) – Brasil, 2007. 
 
O perfil ocupacional dos brasileiros também é desigual: os homens tendem a 
ocupar posições como trabalhadores da produção de bens e serviços industriais 
(33,7%) e da agricultura (21,4%), enquanto as mulheres se concentram em ativida-
des de serviço (30,9%), vendas e comércio (12,0%) e administração (12,0%). Po-
rém, a proporção de mulheres a ocuparem o topo da hierarquia ocupacional ainda é 
menor: enquanto 5,5% dos dirigentes em geral eram homens, apenas 4,2% eram 
mulheres. 
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Outro importante fator de desigualdade entre gêneros são as relações assi-
métricas entre homens e mulheres no interior da família. 
A noção de assimetria (disparidade, grande diferença) assenta-se, sobretudo, 
na divisão doméstica do trabalho, isto é, na forma como as tarefas são distribuídas 
entre os membros do agregado familiar. 
Embora hoje um número cada vez maior de mulheres trabalhe fora de casa, e 
as tradicionais divisões sexuais do trabalho doméstico tenham se modificado (no 
sentido de que cada vez mais os homens e mulheres partilham as mesmas tarefas), 
a criação dos filhos e o trabalho da casa ainda são responsabilidades assumidas 
preferencialmente pelas parceiras e mães, o que diminui consideravelmente o seu 
tempo de lazer, o tempo dedicado aos estudos e ao aperfeiçoamento profissional, o 
tempo dedicado ao trabalho remunerado e, consequentemente, os rendimentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1) “[...] uma grande marca enaltece, acrescenta um maior sentido de propósito à ex-
periência, seja o desafio de dar o melhor de si nos esportes e nos exercícios físi-
cos ou a afirmação de que a xícara de café que você bebe realmente importa [...] 
Segundo o velho paradigma, tudo o que o marketing vendia era um produto. De 
acordo com o novo modelo, contudo, o produto sempre é secundário ao verdadei-
ro produto, a marca, e a venda de uma marca adquire um componente adicional 
que só pode ser descrito como espiritual”. O efeito desse processo pode ser ob-
servado na fala de um empresário da Internet comentando sua decisão de tatuar 
o logo da Nike em seu umbigo: “Acordo toda manhã, pulo para o chuveiro, olho 
para o símbolo e ele me sacode para o dia. É para me lembrar a cada dia como 
tenho de agir, isto é, ‘just do it’.” 
(KLEIN, Naomi. Sem logo: a tirania das marcas em um planeta vendido. 
Rio de Janeiro: Record, 2002, p. 45-76.) 
 
Com base no texto e nosconhecimentos sobre ideologia, é CORRETO afirmar: 
a) A atual tendência do capitalismo globalizado é produzir marcas que estimulam 
a conscientização em detrimento dos processos de alienação. 
b) O capitalismo globalizado, ao tornar o ser humano sem ideologia, aproximou-se 
dos ideais marxistas quanto ao ideal humano. 
c) Graças às marcas e à influência da mídia, em sua atuação educativa, as pes-
soas tornaram-se menos sujeitas ao consumo. 
d) Por meio da ideologia associada à mundialização do capital, ampliou-se o feti-
chismo das mercadorias, o qual se reflete na resposta social às marcas. 
 
 
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2) Quanto ao conceito de indústria cultural, é CORRETO afirmar que: 
I – A indústria cultural produz bens culturais como mercadorias. 
II – O objetivo da indústria cultural é estimular a capacidade crítica dos indivíduos. 
III – A indústria cultural cria a ilusão de felicidade no presente e elimina a dimen-
são crítica. 
IV – A indústria cultural ocupa o espaço de lazer do trabalhador sem lhe dar tem-
po para pensar sobre as condições de exploração em que vive. 
Assinale a alternativa CORRETA: 
a) II, III e IV estão corretas. 
b) I, II e III estão corretas. 
c) I, III e IV estão corretas. 
d) I, II e IV estão corretas. 
 
3) “A indústria cultural vende Cultura. Para vendê-la, deve seduzir e agradar o con-
sumidor. Para seduzi-lo e agradá-lo, não pode chocá-lo, provocá-lo, fazê-lo pen-
sar, fazê-lo ter informações novas que perturbem, mas deve devolver-lhe, com 
nova aparência, o que ele sabe, já viu, já fez. A ‘média’ é o senso-comum cristali-
zado que a indústria cultural devolve com cara de coisa nova [...]. Dessa maneira, 
um conjunto de programas e publicações que poderiam ter verdadeiro significado 
cultural tornam-se o contrário da Cultura e de sua democratização, pois se diri-
gem a um público transformado em massa inculta, infantil, desinformada e passi-
va”. 
(CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. 7ª ed. São Paulo: Ática, 2000. p. 330-333.) 
 
Com base no texto e nos conhecimentos sobre consumismo e indústria cultural, 
considere as afirmativas a seguir. 
I. Por terem massificado seu público por meio da indústria cultural, os meios de 
comunicação vendem produtos homogeneizados. 
II. Os meios de comunicação vendem produtos culturais destituídos de matizes 
ideológicos e políticos. 
III. No contexto da indústria cultural, por meio de processos de alienação de seu 
público, os meios de comunicação recriam o senso comum enquanto novidade. 
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IV. Os produtos culturais com efetiva capacidade de democratização da cultura 
perdem sua força em função do poder da indústria cultural na sociedade atual. 
Estão CORRETAS apenas as afirmativas: 
a) I e II. 
b) I e III. 
c) II e IV. 
d) I, III e IV. 
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