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Nicolau Jairo - O sistema eleitoral de lista aberta no brasil

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Fichamento 18
NICOLAU, Jairo. O Sistema Eleitoral de Lista Aberta no Brasil. Dados, v. 49, n. 4, 2006.
	A análise feita por Jairo Nicolau detalha o funcionamento do sistema de lista aberta adotado a partir de 1945 no Brasil e cita características específicas que contribuem para as conseqüências apresentadas no decorrer do estudo, como a magnitude do eleitorado brasileiro, a possibilidade de se criar coligações, entre outros. O funcionamento do sistema de lista aberto adotado no Brasil dá duas opções de voto: votar em um nome ou em um partido (chamado voto de legenda), assim, as cadeiras obtidas pelos partidos são ocupadas pelos candidatos mais votados de cada lista, onde as coligações formam uma única lista. A falsa impressão de que os candidatos nas eleições para Câmara dos Deputados concorrem entre si se deve ao fato dos outros cargos concorrerem de forma majoritária e que votar no candidato requer que se digite o nome ou número do candidato, sem menção ou aparição do nome de outro.
	A seleção dos candidatos a deputados ocorre dentro dos partidos e estes podem apresentar como candidatos até uma vez e meia o número de cadeiras em circulação –coligações apresentam até duas vezes o número. Assim, deve-se escolher de 30% a 70% dos candidatos de cada sexo, sem a possibilidade de concorrer em dois estados ou em dois cargos diferentes. O candidato deve ser filiado ao partido a pelo menos um ano e possuir vínculo territorial pelo mesmo período, devendo também ser alfabetizado e maior de 21 anos.
	Deve-se lembrar que os partidos não fazem eleições prévias entre seus filiados para definir a lista e que as convenções estaduais que ocorrem anteriormente ao registro na Justiça Eleitoral cumprem simplesmente um caráter homologatório, já que os candidatos são escolhidos anteriormente. Segundo o autor, a organização da lista leva em conta características geográficas e privilegia nomes com prestígio junto a setores específicos do eleitorado.
	Candidatos a deputado federal possuem autonomia em sua campanha com relação aos partidos, havendo a necessidade de prestação de contas somente a Justiça Eleitoral de forma direta. Em geral, as campanhas promovem um maior contato com o público e distribuem brindes, ganhando maior visibilidade na mídia através do horário gratuito de política eleitoral instituído por lei. Em 1999 foi aprovada a lei que proíbe relações clientelísticas em troca de voto. 
	Os sistemas eleitorais oferecem incentivos para que os candidatos busquem uma reputação partidária (rótulo partidário transmitido para o eleitor) e/ou uma reputação personalizada (focada nos atributos pessoais e sucesso dos resultados). O foco na lista aberta passa a ser o candidato em si, ou seja, a reputação personalizada, já que o eleitor vota prioritariamente em um nome. Isso estimula a competição entre os membros de uma mesma legenda para que estes se diferenciem.
	As variações no número de votos de legenda refletem estratégias de campanha, com a midiática, onde se pede que o eleitor vote no partido pelo vínculo de identificação partidária, porém, segundo pesquisas, a centralização dos candidatos nas campanhas possui maior peso e a reputação pessoal tem influenciado mais na escolha do eleitor, que apóia um candidato a partir de suas qualificações pessoais, atividades e desempenho.
	O sistema de lista aberta incentiva o deputado a se diferenciar atendendo a demandas específicas na vida legislativa associado a uma reputação partidária, sendo fundamental um canal para mostrar isso aos eleitores. As bases eleitorais acerca das atividades de maior importância apontam um relacionamento freqüente com o município que foi votado, obtenção de recursos e encaminhamento das demandas locais como substanciais para um bom mandato.
	O processo democrático e as eleições, no sentido de avaliar quem está no poder, podem recompensar um candidato por um bom governo com a recondução ao poder ou puni-lo com o seu afastamento. Isso resulta da lembrança de quem o eleitor votou, que ele seja eleito e de um acompanhamento de seu mandato.

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