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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS IDENTIFICAÇÃO DOS INTEGRANTES DO GRUPO: JÉSSICA DA SOLER & GLEISON PEREIRA ___________________________________________________________________ PLANO DE AULA PRÁTICA – ALGAS ___________________________________________________________________ INFORMAÇÕES DA TURMA Escola Fictícia localizada na cidade de Laguna-Santa Catarina Nível de ensino Ensino médio Série/Turma 2ª Ano Turno Vespertino Disciplina Ciências Data 15/11/2021 Horário 15:10 às 17:10 DESCRIÇÃO DA AULA PRÁTICA 1. TEMA As algas são organismos pluricelulares e unicelulares que realizam a fotossíntese, produzindo energia para o seu metabolismo. Fazem fotossíntese e possuem cloroplastos com clorofila e outros pigmentos, elas são fundamentais para a manutenção da vida na Terra porque liberam grande quantidade de oxigênio para a atmosfera. Além disso, são consideradas como os principais seres produtores dos ambientes aquáticos. As algas podem ser encontradas na água doce ou salgada ou em terra firme, em ambientes úmidos. Sua reprodução é basicamente assexuada, por divisão binaria, embora um número reduzido de espécies tenha reprodução sexuada. 2. OBJETIVOS Identificar e classificar as algas encontradas no costão rochoso e na areia da praia do mar grosso, localizada na cidade de Laguna – Santa Catarina. 3. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO A aula será dividida na seguinte sequência de atividades: a) Orientações sobre a saída de campo (descrito no tópico 4 metodologia); b) Apresentação sobre as algas e suas características gerais; c) Abordagem sobre a maré vermelha; d) Observação das algas no ambiente de estudo; e) Avaliação: relatório da aula prática (descrito no tópico 5 avaliação). Apresentação sobre as algas e suas características gerais As algas microscópicas fazem parte de uma comunidade de organismos que flutuam na água e são levadas pelas correntes aquáticas, o plâncton (errante). Essas algas formam o fitoplâncton, que serve de alimento para peixes e outros animais aquáticos. As algas são produtores de cadeia alimentar, realizando fotossíntese e sintetizado a matéria orgânica. O zooplâncton (protozoários, pequenos crustáceos, larvas de animais, etc.) alimenta-se do fitoplâncton (consumidor primário) e serve de alimento para peixes e outros animais aquáticos (consumidores secundários, terciários, etc). O corpo das algas pluricelulares é formado por um talo, isto é, um conjunto de células no qual não se distinguem tecidos ou órgãos típicos (raiz, caule, folhas, etc). nas classificações antigas, essas algas eram estudadas no grupo dos talófitos, pertencente ao reino vegetal. Tipos de algas e suas características • Euglenófitas Também chamadas de euglenóides, possuem flagelos e vacúolo central contrátil. Nos cloroplastos, há clorofilas a e b e carotenoides, pigmentos que auxiliam na captura da energia da luz. Como substancia de reserva, acumulam paramilo, polissacarídeo exclusivo desse grupo. O gênero mais comum é a Euglena (imagem 1). Havendo luz e nutrientes inorgânicos, a euglena realiza fotossíntese. Na ausência de condições para fotossíntese, os cloroplastos regridem e ocorre nutrição heterotrófica. As euglenas se reproduzem por divisão binaria longitudinal. Imagem 1. Euglena sp. microscópio eletrônico (1 500x), cores artificiais. Fonte: Linhares & Gewandsznajder, 2011. • Bacilariófitas Neste filo estão as diatomáceas, algas microscópicas que constituem os principais componentes do fitoplâncton. Possuem clorofila a e c, carotenoides e outros pigmentos que lhes conferem a cor dourada. Armazenam crisolaminarina (um polissacarídeo), e óleos. A carapaça das diatomáceas possui compostos pécticos (polissacarídeos), geralmente impregnados de sílica, formando uma estrutura rígida típica, com dias metades (valvas) que se encaixam uma na outra (imagem 2). A reprodução pode ser assexuada, por bipartição, ou sexuada, com produção de gametas. Imagem 2. Na primeira foto a carapaças de diatomáceas (microscópio de luz, 60x). na segunda e terceira foto, diatomáceas vistas no microscópio eletrônico, 300x, cores artificiais. Fonte: Linhares & Gewandsznajder, 2011. • Dinoflagelados As algas desse grupo apresentam dois sulcos em forma de cinta, cada um com um flagelo (imagem 3). O grupo é conhecido como dinófitas (de dino = turbilhão, rodopio), ou ainda pirrófitas (pyrros – cor fogo), por causa da cor avermelhada de algumas delas; mas também são comuns algas com coloração amarelo-pardas e amarelo-esverdeadas. Algumas espécies são heterotróficas, por possuírem uma espessa parede de celulose. Elas são portadoras da clorofila a e c e carotenos, e armazenam óleos e amido. Podem ser encontradas em água doce e salgada. Alguns dinoflagelados como a Noctiluca, apresentam bioluminescência, ou seja, transforma a energia química em luz, sendo responsável pela luminosidade observada nas ondas do mar ou na areia da praia a noite. Outros podem ser encontrados no interior dos corais, anêmonas, águas vivas e outros animais invertebrados (esses animais se tornam amarelos-pardos, pela grande quantidade de algas em seu interior). A redução nessas algas ocorre por divisão binária. Imagem 3. Cores fantasia – foto Fonte: Linhares & Gewandsznajder, 2011. • Algas verdes ou clorofíceas Nas algas a cor verde da clorofila predomina sobre a de outros pigmentos. Elas possuem clorofila a e b, pigmentos carotenoides, parede celular de celulose e reserva de amido. Pode haver formas unicelulares moveis (com flagelo), imóveis, coloniais ou de vida livre e espécies pluricelulares de vários tamanhos e formas (imagem 4). São mais frequentes em água doce e no mar, embora algumas formas vivam no solo úmido, em troncos, em rochas úmidas, na neve, no gelo e até no interior de outros seres vivos ou associados aos fungos (formando liquens). Imagem 4. Exemplos de alguns gêneros de clorofíceas Fonte: Linhares & Gewandsznajder, 2011. • Algas pardas ou feofíceas Essas algas são quase todas marinhas, macroscópicas e pluricelulares e possuem clorofila a e c, associadas a carotenoides, principalmente a fucoxantina, responsável pela cor marrom (imagem 5). Na parede celular há celulose e outras substancias, como alginas e alginatos, usado como espessante (para dar consistência) em sorvetes, cremes, pudins, etc. Seu açúcar de reserva é um polissacarídeo típico do grupo, a laminarina. Algumas vezes, seu corpo apresenta partes que se assemelham à raiz, ao caule e a folha das plantas superiores e são chamados de rizoides, cauloides e filoides ou lâminas. Imagem 5. Exemplos de alguns gêneros de feofíceas. Fonte: Linhares & Gewandsznajder, 2011. • Algas vermelhas ou rodofíceas Possuem pigmentos carotenoide, clorofila a e ficoeritrina e ficobilina (responsável pela cor vermelha). Armazenem um glicídio semelhante ao glicogênio – o amido das florídeas. Quase todas são pluricelulares, marinhas e variam muitos de tamanhos, desde formas microscópicas até formas com 3 m de comprimento (imagem 6). Na parede celular há celulose, ágar e carragenina, polissacarídeo utilizado como estabilizantes em sorvetes o ágar é usado para dar consistência a culturas de bactérias e de outros microrganismos e alimentos industrializados (cremes, pudins, etc.), e para fazer capsulas de medicamentos, cosméticos e moldes dentários, entre outros. Imagem 6. Exemplos de rodofíceas. Fonte: Linhares & Gewandsznajder, 2011. • Curiosidades Maré vermelha Ocorre pelo aumento excessivo da população de certas algas, principalmente de dinoflagelados, provoca um desequilíbrio ecológico conhecido como mare vermelha, pois a água adquire uma coloraçãovermelha (imagem 7). Essas denominações, no entanto, não são adequadas, uma vez que as manchas podem ser de outras cores. Por isso o fenômeno é chamado também de “floração de algas nocivas”. Ela pode ser provocada por alteraçoes na salinidade, aumento da temperatura da água do mar ou pelo excesso de sais minerais originados do despejo do esgoto domestico ou trazidos por correntes marinhas e que sustentam a população de dinoflagelados. Esse fenômeno acaba quando as condições deixam de existir, o que pode ocorrer, por exemplo, com a formação de ventos que dispersam as algas e diminuem a temperatura da água. O aumento da população é seguido de morte em grande escala das algas. Dependendo da espécie, são liberadas substancias tóxicos que envenenam e matam milhares de seres aquáticos. A ingestão de peixes e moluscos contaminados também podem envenenar o ser humano, que apresenta, então, diarreia e problemas respiratórios e cardiovasculares. Se a quantidade de toxinas ingerida for muito alta pode levar a morte. Por isso a necessidade de se estar alerta a essas situações e interditar a área. Imagem 7. Maré vermelha. Fonte: https://www.aquaa3.com.br/mare-vermelha-algas-toxicas/ https://www.aquaa3.com.br/mare-vermelha-algas-toxicas/ Observações: A reprodução das algas verdes, pardas e vermelhas será vista em um outro momento em sala de aula, por este ser um assunto mais complexo. • Aula de observação em campo Após a apresentação da aula, será realizado a observação em campo das algas, observando as algas que estiverem presas ao costão rochoso e as que estiverem na areia da praia, que são trazidas pelas ondas do mar. Será realizado o registro fotográfico das espécies encontradas. Será realizada a discussão sobre as algas encontradas, afim de gerar informações para os alunos fazerem o relatório de aula prática. 4. METODOLOGIA A escola se localiza no bairro progresso na cidade de Laguna/SC. Para realizar a aula prática com saída a campo, os alunos sairão na primeira aula de ciências juntos com a professora, porém, farão o lanche ás 15:00, 10 minutos antes de irem para a praia. A saída da escola está marcada para as 15:10, com chegada na praia 15:15. O deslocamento da escola será com o auxílio de um ônibus que levará os estudantes até a praia do mar grosso na cidade de Laguna. No caminho até chegar à praia os estudantes serão orientados quanto ao percurso e as observações a serem feitas contidas no roteiro da aula que será entregue para cada grupo de estudantes, informando também que todas as informações comentadas em campo deverão ser anotadas, e também fotografadas as algas encontradas. O roteiro serve como um auxílio para o desenvolvimento da aula em campo, destacando os objetivos em despertar no estudante o interesse pela investigação em relação as algas. Será realizada uma aula em campo sobre as algas, apresentando as imagens e formas delas com o auxílio do livro, para posterior identificação da mesma em campo (quando visível a olho nu), abordando os tipos de algas e sua morfologia. Será abordado também a eutrofização e a ações antrópicas que podem ser responsáveis por causas tais alterações. A aula em campo deve durar em torno de 45min, o restante do tempo (40 minutos em média) será usado para observação e discussão em campo das algas encontradas. Em campo será observado os tipos de algas presentes nas pedras e trazidas pelo mar. Ao final da aula de campo será orientado como deverá ser realizado o relatório de saída de campo. O retorno está marcado para as 17:00 com chegada na escola até 17:05. 5. AVALIAÇÃO Como forma de avaliação será elaborar um relatório da saída de campo/aula prática, este deverá ser feito em grupo de 4 a 5 alunos, e deverá ser entregue na próxima aula. No relatório deverá constar: • Introdução (falar sobre as algas); • Relato da saída de campo; • As espécies de algas encontradas; • Classificar as algas encontradas quando possível (domínio; reino; filo; classe; grupo); • Escrever os aspectos/características gerais de cada espécie encontrada; • Poderá conter fotos ou desenhos das algas; • Conclusão; • Bibliografia. O relatório poderá ser entregue em formato digital (pdf) ou feito a mão. 6. REFERÊNCIAS DANRLEI, C. Algas. Relatório de aula prática. Universidade Federal do Maranhão. Pinheiro, MA, 2018. Disponível em: <https://www.studocu.com/pt- br/document/universidade-estadual-do-maranhao/ciencias-licenciatura-em- biologia/relatorio-aula-prtaica-algas/5296781>. Acesso em 29 out. 2021. LINHARES, S.; GEWANDSZNAJDER, F. Biologia hoje: os seres vivos. São Paulo: Ática, 2010. ISBN: 978 85 08 12959-1. QUADROS, R. S. S.; BATISTA, M. G. S. AULA DE CAMPO COMO SUBSÍDIO PARA A FORMAÇÃO DE BIÓLOGOS: ESTUDO DE MACROALGAS. Revista Multidisciplinar de Ensino, Pesquisa, Extensão e Cultura do Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira (Cap-UERJ) V.9 – N20 – Janeiro-Abril de 2020 – ISSN 2316- 9303. DOI: 10.12957/e-mosaicos.2020.44907. Disponível em: <chrome- extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/viewer.html?pdfurl=https%3A%2F%2F www.editorarealize.com.br%2Feditora%2Fanais%2Fconedu%2F2019%2FTRABALH O_EV127_MD1_SA1_ID13624_27092019004914.pdf&clen=260707&chunk=true>. Acesso em 29 out. 2021.
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