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Alimentação complementar (CAB nº 22) Ao orientar o planejamento da alimentação da criança, deve-se procurar respeitar os hábitos alimentares e as características socioeconômicas e culturais da família, bem como priorizar a oferta de alimentos regionais, levando em consideração a disponibilidade local de alimentos. Na idade de 6 a 12 meses o leite materno pode contribuir com aproximadamente metade da energia requerida nessa faixa etária e 1/3 da energia necessária no período de 12 a 24 meses. Assim, o leite materno continua sendo uma importante fonte de nutrientes após os 6 meses de idade, além dos fatores de proteção que fazem parte da sua composição. O leite materno é uma importante fonte de energia e nutrientes para crianças doentes e reduz o risco de mortalidade em crianças mal nutridas. Alimentação Após os seis meses, a criança amamentada deve receber três refeições ao dia: duas papas de fruta e uma papa salgada/comida de panela Aos 6 meses de vida as crianças precisam receber alimentos bem amassados. Assim que possível, os alimentos não precisam ser muito amassados, evitando-se, dessa forma, a administração de alimentos muito diluídos, propiciando oferta calórica adequada. Os alimentos devem ser cozidos em pouca água e amassados com o garfo, nunca liquidificados ou peneirados. Após completar sete meses de vida, respeitando-se a evolução da criança, a segunda papa salgada/comida de panela pode ser introduzida: arroz, feijão, carne, legumes e verduras. Aos 8 meses as crianças aceitam alimentos picados ou em pedaços pequenos. .Entre os seis aos 12 meses de vida, a criança necessita se adaptar aos novos alimentos, cujos sabores, texturas e consistências são muito diferentes do leite materno. Com 12 meses a criança já deve receber, no mínimo, cinco refeições ao dia. Aos 12 meses a maioria das crianças já está apta a comer alimentos na consistência de adultos, desde que saudável. Obs: ¹ Recomenda-se que a fruta seja fornecida in natura, ao invés de sucos que possuem baixa densidade energética. ² A refeição deve conter um alimento de cada grupo (cereais ou tubérculos + leguminosas + legumes ou verduras ou carne ou ovos). Embora a amamentação deva continuar em livre demanda após os seis meses de vida, é possível estabelecer um esquema para a administração da alimentação complementar, de forma a aproximar gradativamente os horários da criança aos da família. A energia requerida pela alimentação complementar para as crianças em aleitamento materno, em países em desenvolvimento, é de aproximadamente 200 kcal/dia de seis a oito meses de idade, 300 kcal/dia de nove a 11 meses de idade e 550 kcal/dia de 12 a 23 meses. Importante: Estimular o consumo de alimentação caseira, da família e: • Priorizar os alimentos regionais (arroz, feijão, batata, mandioca/macaxeira/aipim, legumes, frutas, carnes); • Introduzir a carne nas refeições, desde os seis meses de idade; • Estimular a utilização de miúdos uma vez por semana, especialmente fígado de boi, pois são fontes importantes de ferro. Obs.: Se a criança não estiver sendo alimentada com leite materno e nem fórmula infantil, a partir dos quatro meses de vida deve-se iniciar a introdução de outros alimentos para suprir suas necessidades nutricionais. A partir dessa idade, a criança deverá receber duas de papas salgadas (almoço e jantar) e duas frutas, além do leite sem adição de açúcar Alimentos não recomendados: ➔ Açúcar, enlatados, refrigerantes, balas, salgadinhos, biscoitos recheados e outros alimentos com grandes quantidades de açúcar, gordura e corantes devem ser evitados ➔ Os sucos artificiais não devem ser oferecidos pelo fato de não oferecerem nada além de açúcar, essências e corantes artificiais, que são extremamente prejudiciais à saúde e podem causar alergias. ➔ O consumo de mel deve ser evitado no primeiro ano de vida. ➔ Os alimentos em conserva, tais como palmito e picles, e os alimentos embutidos, tais como salsichas, salames, presuntos e patês, também constituem fontes potenciais de contaminação por esporos de C. botulinum e devem ser evitados, já que oferecem maior risco de transmissão de botulismo de origem alimentar. ➔ é recomendável sugerir que administre quantidade mínima de sal, observando a aceitação da criança ➔ De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, o leite de vaca não é um alimento recomendado para crianças menores de um ano Cuidados de higiene • A água deve ser tratada, fervida ou filtrada; • As mãos devem ser lavadas em água corrente e sabão antes de preparar e oferecer a alimentação para a criança; • Todo utensílio que vai ser utilizado para oferecer alimentação à criança precisa ser lavado e enxaguado com água limpa; • Os alimentos contidos nas papas salgadas devem ser bem cozidos; • As frutas devem ser bem lavadas em água tratada, fervida ou filtrada, antes de serem descascadas, mesmo aquelas que não sejam consumidas com casca. • A sobra de comida no prato não deve ser oferecida novamente. Para higienizar as hortaliças, frutas e legumes, é necessário: 1) Selecionar, retirando as folhas e ou partes deterioradas; 2) Lavar em água corrente vegetais folhosos (alface, escarola, rúcula, agrião, etc.) folha a folha e frutas e legumes um a um; 3) Colocar de molho por 10 minutos em solução clorada, utilizando produto adequado para este fim (ler o rótulo da embalagem), na diluição de 200 ppm (1 colher de sopa para 1 litro de água); 4) Fazer o corte dos alimentos para a montagem dos pratos com as mãos e utensílios bem lavados; 5) Manter sob refrigeração até a hora de servir. Obs: Aqueles alimentos preparados que forem ser armazenados sob refrigeração (5ºC) têm o prazo máximo de consumo de 5 (cinco) dias. Obs: Alimentos congelados não devem ser descongelados à temperatura ambiente. Deve-se utilizar o forno de microondas se for prepará-lo imediatamente ou deixar o alimento em um recipiente dentro da geladeira até o descongelamento. Quando o alimento estiver totalmente descongelado, é necessário cozinhá-lo imediatamente. Depois de cozido, esse alimento pode ser armazenado na geladeira novamente (por 2-3 dias) ou congelado. Fórmula Infantil As fórmulas infantis para lactentes correspondem a leites industrializados indicados para lactentes que não estão em aleitamento materno. A grande maioria das fórmulas existentes no comércio é elaborada a base de leite de vaca e seguem as recomendações do “Codex Alimentárius”. No entanto, apesar de sua adaptação com relação ao carboidrato, proteínas e vitamina, os fatores anti-infecciosos e bioativos encontrados no leite materno não são encontrados nas fórmulas infantis. · Crianças menores de seis meses (< 6 meses) - Fórmula infantil para lactentes - Oferecer água entre as refeições. - Quando a fórmula é oferecida em diluição e quantidade adequada, não é necessário oferecer suplementos vitamínicos, nem suplemento de ferro, pois esses estão presentes na composição das fórmulas. · Crianças maiores de seis meses (> 6 meses) - Fórmula infantil de segmento para lactentes. - A partir do sexto mês de vida, iniciar a introdução de outros alimentos, conforme esquema para crianças amamentadas. - Oferecer água entre as refeições. - Crianças que consomem 500 ml de fórmula infantil em diluição adequada devem ser avaliadas pelo pediatra quanto a necessidade de suplementação de ferro ou de múltiplos micronutrientes. O profissional de saúde deve orientar as mães e cuidadores quanto à importância de seguir as recomendações de diluição do produto. Leites muito concentrados ou muito diluídos podem ser prejudiciais para a saúde da criança, pois pode resultar, respectivamente, em uma sobrecarga renal de sais e proteína ou desnutrição.
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