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Apostila - Revisão Extensivo Português

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Português
Curso Extensivo – A
3.a Série – Ensino Médio
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Sintaxe (I)11
Leia o trecho extraído de uma notícia veiculada na internet:
1. (FUVEST-2020) – No português do Brasil, a função sintática do
sujeito não possui, necessariamente, uma natureza de agente, ainda
que o verbo esteja na voz ativa, tal como encontrado em:
a) “O carro furou o pneu”.
b) “e bateu no meio fio”.
c) “O refém conseguiu acionar a população”.
d) “tentaram linchar eles”.
e) “afirmou o major”.
RESOLUÇÃO:
A oração que apresenta sujeito sem natureza de agente, apesar de estar na
voz ativa, é “o carro furou o pneu”, uma vez que o sujeito “carro” não é
o agente da ação do verbo “furar”. Resposta: A
Texto para as questões 2 e 3.
2. (FUVEST-2020) – É correto afirmar que o poema
a) aborda o tema da memória, considerada uma faculdade que torna
o ser humano menos amargo e sombrio.
b) enfoca a hesitação do eu lírico diante das palavras, o que vem
expresso pela repetição da palavra “talvez”.
c) apresenta natureza romântica, sendo as palavras “amora” e
“amargo” metáforas do sentimento amoroso.
d) possui reiterações sonoras que resultam em uma tensão inusitada
entre os termos “amor” e “amar”.
e) ressalta os significados das palavras tal como se verificam no seu
uso mais corrente.
RESOLUÇÃO:
As interações sonoras entre “amora”, “amor”, “amargo” e “amar”
configuram assonância (repetição do fonema vocálico a), aliteração
(repetição dos fonemas consonantais m e r), paranomásia (“amor” e
“amar”), em que as palavras têm sonoridade parecida, mas a primeira se
refere a um sentimento e a segunda, a uma ação. Esse jogo sonoro cria
tensão semântica entre “amor”, palavra doce, e “amar”, palavra menos
doce, segundo as acepções utilizadas pelo poeta. Resposta: D
3. (FUVEST-2020) – Tal como se lê no poema,
a) a palavra “amora” é substantivo, e “amargo”, adjetivo.
b) o verbo “amar” ameniza o amargor da palavra “amargo”.
c) o substantivo “corpo” apresenta sentido denotativo.
d) o substantivo “amor” intensifica o dulçor da palavra “amora”.
e) o verbo “amar” e o substantivo “amor” são intercambiáveis.
RESOLUÇÃO:
Na primeira estrofe do poema, a palavra “amora” poderia ser menos
doce, caso não tivesse “em seu corpo” a “memória da palavra amor”.
Resposta: D
4. (SANTA CASA-2020) – O termo sublinhado em “Proponho
uma reforma no estilo político” exerce a mesma função sintática do
termo sublinhado em:
a) “A isto responderá o algarismo com a maior simplicidade”
b) “São sinceros, francos, ingênuos.”
c) “A Constituição é para eles uma coisa inteiramente
desconhecida.”
d) “Quando uma Constituição livre pôs nas mãos de um povo o seu
destino”
e) “Gosto dos algarismos, porque não são de meias medidas”
RESOLUÇÃO:
O termo sublinhado “uma reforma” exerce a função sintática de objeto
direto do verbo “propor”. A passagem “o seu destino” exerce a mesma
função em relação ao verbo “pôr”. Em a, a função sintática é de sujeito;
em b e c, predicativo do sujeito; em e, objeto indireto. Resposta: D
5. (SANTA CASA-2020) – A frase em que ocorre um advérbio que
modifica o sentido de um adjetivo é:
a) “A isto responderá o algarismo com a maior simplicidade”
b) “São sinceros, francos, ingênuos.”
c) “A opinião pública deste país é o magistrado último”
d) “A Constituição é para eles uma coisa inteiramente desconhecida.”
e) “70% jazem em profunda ignorância.”
RESOLUÇÃO:
O termo “inteiramente”, formado a partir do adjetivo feminino “inteira”,
acrescido do sufixo “mente”, formador de advérbio. A palavra modificada
é o adjetivo “desconhecida”. Resposta: D
“O carro furou o pneu e bateu no meio fio, então eles foram
obrigados a parar. O refém conseguiu acionar a população, que
depois pegou dois dos três indivíduos e tentaram linchar eles. O
outro conseguiu fugir, mas foi preso momentos depois por uma
viatura do 5º BPM”, afirmou o major.
Disponível em https://www.gp1.com.br/.
AMORA
a palavra amora
seria talvez menos doce
e um pouco menos vermelha
se não trouxesse em seu corpo
(como um velado esplendor)
a memória da palavra amor
a palavra amargo
seria talvez mais doce
e um pouco menos acerba
se não trouxesse em seu corpo
(como uma sombra a espreitar)
a memória da palavra amar
(Marco Catalão, Sob a face neutra.)
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Textos para a questão 6.
6. (UNICAMP-2020) – Embora os dois textos tratem do termo
“maratonar” a partir de perspectivas distintas, é possível afirmar que
o Texto II retoma aspectos apresentados no Texto I porque
a) esclarece o significado do neologismo “maratonar” como
esforço físico exaustivo, derivado de “maratona”.
b) deprecia a definição de “maratona” como ação contínua de
superação de dificuldades e melhoria da saúde.
c) reflete sobre o impacto que a falta de exercícios físicos e a
permanência em casa provocam na saúde.
d) menospreza o uso do termo “maratonar” relacionado a um estilo
de vida sedentário, antagônico a maratona.
RESOLUÇÃO:
Ambos os textos apontam o sentido negativo do neologismo “maratonar”
que, em oposição ao signifi ca do tradicional que lhe dá origem (maratona),
refere-se ao sedentarismo daquele que assiste inin ter rup tamente aos
episódios de uma série.
Resposta: D
7. (UNESP-2020) – Em “mas, rigorosamente, não há morte, há
vida, porque a supressão de uma é condição da sobrevivência da
outra” e “As batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos”,
os termos sublinhados estabelecem relação, respectivamente, de
a) consequência e conformidade.
b) causa e conformidade.
c) conformidade e consequência.
d) causa e finalidade.
e) consequência e finalidade.
RESOLUÇÃO:
No primeiro trecho, a relação que se estabelece entre a oração iniciada
pela conjunção porque com a anterior é de causa. No segundo trecho, a
oração iniciada pela preposição “para” estabelece relação de finalidade
com a oração anterior.
Resposta: D
TEXTO I
Os idiomas e suas regras são coisas vivas, que vão se
modificando de maneira dinâmica, de acordo com o momento em
que a sociedade vive. Um exemplo disso é a adoção do termo
“maratonar”, quando os telespecta dores podem assistir a vários ou
a todos os episódios de uma série de uma só vez. Contudo, ao que
parece, a plataforma Netflix não quer mais estar associada à
“maratona” de séries. A maior razão seria a tendência atual que as
gigantes da tecnologia têm seguido para evitar o consumo
excessivo e melhorar a saúde dos usuários.
(Adaptado de Claudio Yuge, “Você notou? Netflix parece estar evitando
o termo ‘maratonar’.” Disponível em https://www.tecmundo.com.br/
internet/133690-voce-notou-net flix-pareceevitando-termo-
maratonar.htm. Acessado em 01/06/2019.)
TEXTO II
(Disponível em http://www.willtirando.com.br/anesia-417/. 
Acessado em 01/06/ 2019.)
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Para responder às questões 8 e 9, leia o trecho de uma carta de Charles
Darwin ao biólogo Joseph Hooker em 11.01.1844.
8. (UNIFESP-2020) – Em termos figurados, a dimensão
transgressora de sua teoria é reforçada por Darwin no seguinte trecho
a) “Deus me livre das bobagens de Lamarck”.
b) “um trabalho muito ambicioso”.
c) “é como confessar um homicídio”.
d) “nenhum indivíduo que conheço deixaria de considerar muito
bobo”.
e) “ao contrário do que achava inicialmente”.
RESOLUÇÃO:
Nessa carta, a referência que Darwin faz sobre a mutabi lidade das
espécies tem um efeito tão transgressor que é comparado à confissão de
um homicídio, pois o cientista tinha consciência de que essa teoria se
opunha a concepções religiosas e dogmáticas.
Resposta: C
9. (UNIFESP-2020) – “Deus me livre das bobagens de Lamarck
como ‘tendência ao progresso’, ‘adaptações a partir do esforço dos
animais’, — porém minhas conclusões nãodiferem muito das dele —
embora a forma da mudança difira inteiramente — creio que descobri
(que presunção!) a maneira simples pela qual as espécies se adaptam
a várias finalidades.”
No contexto em que se insere, o trecho sublinhado expressa ideia de
a) comparação.
b) causa.
c) conclusão.
d) consequência.
e) concessão.
RESOLUÇÃO:
A oração introduzida pela conjunção “embora” é subordinada adverbial
concessiva em relação à anterior. Esse conectivo pode ser substituído por
“ainda que”, “mesmo que”, “se bem que”.
Resposta: E
Texto para a questão 10.
10. (UNESP-2020) – Antônio Vieira recorre a esse recurso
expressivo em:
a) “Sendo propostos a Catão dois cidadãos romanos para o provi -
mento de duas praças, respondeu que ambos lhe descontentavam”
b) “e, consolando-a eu pela morte de tantos filhos, respondeu-me”
c) “e desta terra há-de tirar Inácio do Rego mais de 100 mil cruzados
em três anos, segundo se lhe vão logrando bem as indústrias”
d) “São lastimosas as misérias que passa esta pobre gente das Ilhas”
e) “Eu, Senhor, razões políticas nunca as soube, e hoje as sei muito
menos”
RESOLUÇÃO:
No trecho apresentado, “razões políticas” é objeto direto do verbo saber,
retomado pelos pronomes “as” que funcionam como objeto direto
pleonástico.
Resposta: E
Texto para as questões 11 e 12.
Papaiz: http://i.pinimg.com
11. (FUVEST-transferência-2020) – Uma paráfrase possível do
anúncio é: Um produto que
a) apareceu para durar. Desde que onde colocam, ninguém tire.
b) surgiu para resistir. Sendo que onde colocam, nunca se tira.
c) chegou para emplacar. Até porque onde colocam, ninguém tira.
d) nasceu para aguentar. Até que onde colocam, alguém tire.
e) despontou para permanecer. Mesmo que onde colocam, ninguém tire.
Resposta: C
Sempre que haja necessidade expressiva de reforço, de ênfase,
pode o objeto direto vir repetido. Essa reiteração recebe o nome
de objeto direto pleonástico.
(Adriano da Gama Kury. 
Novas lições de análise sintática, 1997. Adaptado.)
Além de um interesse geral pelas terras meridionais, desde que
retornei tenho me dedicado a um trabalho muito ambicioso que
nenhum indivíduo que conheço deixaria de considerar muito
bobo. Fiquei tão impressionado com a distribuição dos
organismos nas Galápagos e com a natureza dos fósseis de
mamíferos americanos, que resolvi recolher todo tipo de coisa que
pudesse ter alguma relação com alguma espécie. Li montanhas de
livros sobre agricultura e horticultura e não paro de coletar
informações. Por fim surgiu uma luz, e estou quase convencido
(ao contrário do que achava inicialmente) de que as espécies (é
como confessar um homicídio) não são imutáveis. Deus me livre
das bobagens de Lamarck como “tendência ao progresso”,
“adaptações a partir do esforço dos animais”, — porém minhas
conclusões não diferem muito das dele — embora a forma da
mudança difira inteiramente — creio que descobri (que
presunção!) a maneira simples pela qual as espécies se adaptam a
várias finalidades.
(Shaun Usher (org.). Cartas extraordinárias, 2014.)
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12. (FUVEST-transferência-2020) – No enunciado “Mesmo
porque onde colocam, ninguém tira.”, os complementos dos verbos
“colocam” e “tira” não são expressos lexicalmente. Se expressos por
pronomes e seguindo a norma padrão da língua portuguesa, o
resultado seria:
a) “... onde colocam-no, ninguém o tira.”
b) “... onde o colocam, ninguém tira-o.”
c) “... onde lhe colocam, ninguém lhe tira.”
d) “... onde o colocam, ninguém o tira.”
e) “... onde colocam-lhe, ninguém tira-lhe.”
Resposta: D
Considere trecho da Bíblia para responder às questões de números 13
e 14.
13. (UNIFESP) – No trecho, afirma-se que Abraão e Sara já
estavam adiantados em idade e que a Sara já havia cessado o costume
das mulheres. Essas expressões são
a) eufemismos, que remetem, respectivamente, à velhice e ao ciclo
menstrual.
b) metáforas, que remetem, respectivamente, à idade adulta e ao
vigor sexual.
c) hipérboles, que remetem, respectivamente, à velhice e à paixão
feminina.
d) sinestesias, que remetem, respectivamente, à decrepitude e à
sensualidade.
e) sinédoques, que remetem, respectivamente, à idade adulta e ao
amor.
RESOLUÇÃO:
Eufemismo consiste no emprego de palavra ou expres são mais suave, para
minimizar o peso conotativo de outra palavra. Assim, “adiantados em
idade” substitui “velhos” e “costume das mulheres”, “menopausa”.
Resposta: A
14. (UNIFESP) – Em
a conjunção pois tem valor ____________________ e o pronome lhe
refere-se ao termo _________________.
Os espaços devem ser preenchidos, respectivamente, com
a) conclusivo e Abraão.
b) explicativo e Sara.
c) causal e Sara.
d) explicativo e Abraão.
e) condicional e Abraão.
RESOLUÇÃO:
A oração iniciada por “pois” é coordenada conclusiva. Deus falara a
Abraão, antes mencionado e retomado no pronome “lhe” (objeto
indireto).
Resposta: A
E disse [Deus]: Certamente tornarei a ti por este tempo da
vida; e eis que Sara tua mulher terá um filho. E Sara escutava à
porta da tenda, que estava atrás dele.
E eram Abraão e Sara já velhos, e adiantados em idade; já a
Sara havia cessado o costume das mulheres.
Assim, pois, riu-se Sara consigo, dizendo: Terei ainda deleite
depois de haver envelhecido, sendo também o meu senhor já
velho? (...)
E concebeu Sara, e deu a Abraão um filho na sua velhice, ao
tempo determinado, que Deus lhe tinha falado.
(www.bibliaonline.com.br, Gn 18, 10-12; 21, 2.)
• Assim, pois, riu-se Sara consigo...
• ... que Deus lhe tinha falado.
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Texto para a questão 1.
1. (FUVEST-2020) – Considerando o contexto, o trecho “E não se
pense que este nome a alegrou, posto que a lisonjeasse” (L.13-14)
pode ser reescrito, sem prejuízo de sentido, da seguinte maneira: E
não se pense que este nome a alegrou,
a) apesar de lisonjeá-la.
b) antes a lisonjeou.
c) porque a lisonjeava.
d) a fim de lisonjeá-la.
e) tanto quanto a lisonjeava.
RESOLUÇÃO:
A locução conjuntiva “posto que” é concessiva e pode ser substituída
adequadamente por “apesar de, embora, mesmo que, ainda que,
conquanto, se bem que”. Em b, “antes” indica tempo; em c, “porque”,
causa; em d, “a fim de”, finalidade; em e, “tanto quanto”, comparação.
Resposta: A
Leia a tira Níquel Náusea, de Fernando Gonsales.
(Folha de S.Paulo, 4 jun. 2019)
2. (FGV-Economia-2020) – Nas frases “E outra que ele come para
digerir de novo” e “Nojinho agora?”, o termo “para” introduz no
enunciado noção de
a) conformidade, enquanto a pergunta do coelho consiste em uma
advertência à garota para que não o segure.
b) finalidade, enquanto a pergunta do coelho representa aceitação
da expressão de asco da garota.
c) causa, enquanto a pergunta do coelho expressa desapontamento
em relação ao nojo demonstrado pela garota.
d) finalidade, enquanto a pergunta do coelho expressa repulsa em
relação ao comportamento da garota.
e) conformidade, enquanto a pergunta do coelho demonstra sua
perplexidade diante da atitude da garota.
RESOLUÇÃO:
A preposição “para” estabelece, no contexto, sentido de finalidade, ao
esclarecer que o coelho come um tipo de fezes a fim de digeri-lo
novamente. Já a pergunta do coelho expressa objeção à expressão da
garota, que manifesta aversão ao fato de ele comer as próprias fezes.
Resposta: D
Repito, comia bem, dormia largo e fofo. Chegara ao fim da
comissão das Alagoas, com elogios da imprensa; a Atalaia
chamou-lhe “o anjo da consolação”. E não se pense que este nome
a alegrou, posto que a lisonjeasse; ao contrário, resumindo em
Sofia toda a ação da caridade, podia mortificar as novas amigas, e
fazer-lhe perder em um dia o trabalho de longos meses. Assim se
explica o artigo que a mesma folha trouxe no número seguinte,
nomeando, particularizando e glorificando as outras comissárias –
“estrelas de primeira grandeza”.
(Machado de Assis, Quincas Borba.)– 5
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22 Sintaxe (II)
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O poema abaixo vem impresso na orelha do livro Psia, de Arnaldo
Antunes.
3. (UNICAMP-2020) – Na orelha do livro, Antunes apresenta ao
leitor seu processo de criação poética. É correto dizer que o autor se
propõe a
a) revelar a primazia da comunicação oral sobre a escrita das
palavras.
b) discutir a flexão de gênero, que torna a palavra “psia” um
substantivo.
c) defender a conversão das palavras em coisas, mudando seu
estatuto.
d) explorar o poder de representação da interjeição exclamativa
“psiu!”.
RESOLUÇÃO:
O autor se propõe a explorar o processo de formação de palavras,
alterando-as morfológica e semantica men te: “Psia” / “Psiu”; “calos” /
“calar”; “piscina” / “pia”. Além disso, associa-as por semelhança sonora,
enfati zan do seu uso em novos contextos.
Resposta: C
Texto para as questões de 4 a 6.
4. (FAMEMA-2020) – O objetivo do texto é
a) analisar o impacto no aumento do ICMS para as políticas
públicas educacionais.
b) examinar práticas que visem à melhoria das condições de ensino
do país.
c) criticar a falta de políticas públicas em educação para atender os
estados brasileiros.
d) contestar os resultados de práticas educacionais chamadas de
inovadoras no país.
e) descrever as condições do ensino no Ceará, afetado pelas
restrições de renda.
RESOLUÇÃO:
O editorial “Unidos pelo Ensino” valoriza as práticas educacionais no
Ceará. Ao avaliá-las, os editores consideram que elas são “exemplo de
como a sociedade pode se mobilizar em termo de propostas palpáveis”.
Resposta: B
O Ceará, apesar de restrições de renda, destaca-se em
alfabetização. Um dos motivos do êxito é a parceria com os
municípios, os principais encarregados dos primeiros anos de
escolarização.
Além de medidas que incluem formação de professores e
material didático estruturado, o governo cearense acionou um
incentivo financeiro: as cidades com resultados melhores recebem
fatia maior do ICMS, com liberdade para destinação dos recursos.
O modelo já foi adotado em Pernambuco e está sendo
implantado ou avaliado por Alagoas, Amapá, Espírito Santo e São
Paulo.
Replicam-se igualmente as boas iniciativas do ensino médio em
Pernambuco, baseado em tempo integral, que permite ao estudante
escolher disciplinas optativas, projeto acolhido em São Paulo.
Auspiciosa, essa rede multilateral e multipartidária pela
educação é exemplo de como a sociedade pode se mobilizar em
torno de propostas palpáveis.
(“Unidos pelo Ensino”. 
Folha de S.Paulo, 27.08.2019. Adaptado.)
Psia é feminino
de psiu;
que serve para chamar a atenção
de alguém, ou para pedir
silêncio.
Eu berro as palavras
no microfone
da mesma maneira com que
as desenho, com cuidado,
na página.
Para transformá-las em coisas,
em vez de substituírem
as coisas.
Calos na língua; de calar.
Alguma coisa entre a piscina e a pia.
Um hiato a menos.
(Arnaldo Antunes, Psia. 
São Paulo: Iluminuras, 2012.)
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5. (FAMEMA-2020) – O sentido original do texto está mantido
com a reescrita do trecho:
a) As cidades com liberdade para destinação dos recursos recebem
fatia maior do ICMS, obtendo assim resultados melhores.
b) São Paulo desenvolve projeto de ensino médio que permite ao
estudante escolher disciplinas optativas, o qual se replica em
Pernambuco.
c) Um dos motivos do êxito é a parceria com os principais
encarregados dos primeiros anos de escolarização, isto é, os
municípios.
d) Apesar de algumas medidas, como formação de professores e
material didático estruturado, o governo cearense acionou um
incentivo financeiro.
e) Destaca-se em alfabetização o Ceará devido às restrições de
renda da parceria com os municípios.
RESOLUÇÃO:
No texto original, a expressão “os principais encarregados dos primeiros
anos de escolarização” é aposto explicativo do substantivo “municípios”.
Na alternativa reescrita, há uma inversão dessa função, pois o termo
“municípios” passa a ser o aposto explicativo.
Resposta: C
6. (FAMEMA-2020) – A forma verbal sublinhada expressa ideia
de ação em processo no trecho:
a) “e está sendo implantado ou avaliado por Alagoas, Amapá,
Espírito Santo e São Paulo” (3.o parágrafo).
b) “o governo cearense acionou um incentivo financeiro” (2.o
parágrafo).
c) “O Ceará, apesar de restrições de renda, destaca-se em
alfabetização” (1.o parágrafo).
d) “Replicam-se igualmente as boas iniciativas do ensino médio em
Pernambuco” (4.o parágrafo).
e) “essa rede multilateral e multipartidária pela educação é exemplo
de como a sociedade pode se mobilizar” (5.o parágrafo).
RESOLUÇÃO:
A locução verbal “está sendo implantado” apresenta o verbo “ser” no
gerúndio, expressando ação em processo, em desdobramento.
Resposta: A
As questões de números 7 a 11 tomam por base uma passagem de um
romance de Autran Dourado (1926-2012).
7. (UNESP) – No primeiro parágrafo, com a frase “então era
parelho mesmo, por igual”, o narrador faz referência ao fato de o
coronel
a) vestir em certos eventos sociais a calça também de casimira.
b) ser par para qualquer desafio que lhe fizessem.
c) usar também em certas ocasiões o jaquetão de brim.
d) usar roupas iguais às de todos na cidade.
e) demonstrar sua humildade por meio das roupas.
RESOLUÇÃO:
“Então era parelho mesmo, por igual” refere-se ao fato de que, em
ocasiões especiais, o coronel en vergas se calça do mesmo tecido do seu
“jaquetão de casimira inglesa”. Informa o dicionário Houaiss que parelho
é um substantivo regional (São Paulo) que significa “conjunto de calça e
paletó masculinos”.
Resposta: A
A GENTE HONÓRIO COTA
Quando o coronel João Capistrano Honório Cota mandou
erguer o sobrado, tinha pouco mais de trinta anos. Mas já era
homem sério de velho, reservado, cumpridor. Cuidava muito dos
trajes, da sua aparência medida. O jaquetão de casimira inglesa, o
colete de linho atravessado pela grossa corrente de ouro do
relógio; a calça é que era como a de todos na cidade — de brim, a
não ser em certas ocasiões (batizado, morte, casamento — então
era parelho mesmo, por igual), mas sempre muito bem passada, o
vinco perfeito. Dava gosto ver:
O passo vagaroso de quem não tem pressa — o mundo podia
esperar por ele, o peito magro estufado, os gestos lentos, a voz
pausada e grave, descia a rua da Igreja cumprimentando
cerimoniosamente, nobremente, os que por ele passavam ou os
que chegavam na janela muitas vezes só para vê-lo passar.
Desde longe a gente adivinhava ele vindo: alto, magro,
descarnado, como uma ave pernalta de grande porte. Sendo assim
tão descomunal, podia ser desajeitado: não era, dava sempre a
impressão de uma grande e ponderada figura. Não jogava as
pernas para os lados nem as trazia abertas, esticava-as feito
medisse os passos, quebrando os joelhos em reto.
Quando montado, indo para a sua Fazenda da Pedra Menina,
no cavalo branco ajaezado de couro trabalhado e prata, aí então
sim era a grande, imponente figura, que enchia as vistas. Parecia
um daqueles cavaleiros antigos, fugidos do Amadis de Gaula ou
do Palmeirim, quando iam para a guerra armados cavaleiros.
(Ópera dos mortos, 1970.)
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8. (UNESP) – No terceiro parágrafo, a comparação do coronel com
uma ave pernalta representa
a) um recurso expressivo para ilustrar sua aparência e sua presença
física.
b) uma figura de retórica sem grande significado des cri tivo.
c) uma imagem visual de seu temperamento amável, mas perigoso.
d) uma imagem que busca representar sua impressionante beleza.
e) um modo de chamar atenção para o ambiente rústico em que
vivia.
RESOLUÇÃO:
Trata-se de uma comparação em que se ressaltam a magreza e o porte da
personagem.
Resposta: A
9. (UNESP) – Em seu conjunto, a descrição do coronel sugere uma
figura quea) exibe um temperamento tímido e fechado.
b) manifesta desprezo por tudo à sua volta.
c) demonstra humildade em tudo o que fazia.
d) revela nos gestos e comportamento segurança e poder.
e) inspira certo receio aos habitantes da cidade.
RESOLUÇÃO:
É sobretudo no quarto parágrafo transcrito que a atitude altiva e segura
do coronel é focalizada na descrição.
Resposta: D
10. (UNESP) – No início do segundo parágrafo, por ter na frase a
mesma função sintática que o vocábulo “vagaroso” com relação a
“passo”, a oração “de quem não tem pressa” é consi derada
a) coordenada sindética.
b) subordinada substantiva.
c) subordinada adjetiva.
d) coordenada assindética.
e) subordinada adverbial.
RESOLUÇÃO:
Trata-se de uma oração subordinada adjetiva restri tiva referente a
“passo”.
Resposta: C
11. (UNESP) – Analisando o último período do terceiro parágrafo,
verifica-se que a palavra “feito” é empregada como
a) advérbio.
b) verbo.
c) substantivo.
d) adjetivo.
e) conjunção.
RESOLUÇÃO:
Empregado como conjunção comparativa, feito é um brasileirismo.
Equivale a como, tal qual.
Resposta: E
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Leia o texto de Richard Conniff para responder às questões 12 e 13.
12. (FAMEMA) – “Diz o velho clichê que todo dinheiro do mundo
não significa nada quando não se tem saúde”. Assinale a alternativa
que estabelece a correta relação entre o texto e o clichê citado.
a) O texto relativiza o clichê, notando que há uma correlação direta
entre a saúde das pessoas e o dinheiro que elas têm.
b) O texto confirma a afirmação do clichê, trazendo dados
numéricos e rigor científico ao que o clichê afirmava a partir da
sabedoria popular.
c) O texto contesta o que o clichê diz, afirmando que, mesmo para
pessoas com saúde debilitada, o dinheiro pode amenizar os
sofrimentos durante o tempo que precede a morte.
d) O texto relativiza o clichê, questionando com dados e pesquisas
científicas atualizadas os dados em que o clichê se baseia.
e) O texto contesta a validade do clichê, afirmando que pessoas
mais saudáveis tendem a ganhar mais dinheiro.
RESOLUÇÃO:
Os argumentos apresentados no texto comprovam que a longevidade está
associada a uma vida abastada, relativizando o clichê de que não adianta
ter dinheiro quando não se tem saúde.
Resposta: A
13. (FAMEMA) – “As pessoas enterradas sob os obeliscos tendem
a ser abastadas, e os pesquisadores presumiram que os obeliscos
mais altos marcariam as sepulturas mais ricas” (2.º parágrafo). As
palavras em destaque indicam que o texto trata, nessa passagem, de 
a) uma conclusão indireta, deduzida a partir da pesquisa feita nos
obeliscos do século XIX.
b) uma decorrência lógica da pesquisa feita nos obeliscosdo século
XIX.
c) uma hipótese em que se apoiou a pesquisa feita nos obeliscos do
século XIX.
d) uma solução correta para uma das questões da pesquisa feita nos
obeliscos do século XIX.
e) uma das motivações que levaram à pesquisa nos obeliscos do
século XIX.
RESOLUÇÃO:
A forma verbal “marcariam” está no futuro do pretérito, o que indica
uma hipótese que justificaria o que os pesquisadores “presumiram” sobre
o tamanho dos obeliscos em relação à riqueza das pessoas enterradas sob
eles. 
Resposta: C
Consideremos, por exemplo, a questão da morte, que, pelo
menos à primeira vista, parece ser um indicador fidedigno de que
se perdeu a luta darwiniana. Os ricos também morrem, é claro –
só que não tão cedo. Levam uma vida mais longa e mais sadia do
que o resto de nós. Diz o velho clichê que todo dinheiro do mundo
não significa nada quando não se tem saúde, mas as pessoas
endinheiradas geralmente a têm. E, em média, quanto mais
dinheiro têm, melhor é sua saúde. O estudo Longitudinal de 1990,
no Reino Unido, constatou que os donos de casa própria que têm
um automóvel tendem a morrer mais moços do que os que têm
dois, e assim sucessivamente, num “gradiente contínuo” de
redução de mortalidade que vai das áreas mais desprivilegiadas
até as mais opulentas. (O estudo considerou a posse de
automóveis meramente como uma medida conveniente da
riqueza; não pretendeu implicar que ter vinte carros qualificaria
Elton John para a imortalidade.)
Outras pesquisas indicaram que as pessoas abastadas tinham
vida mais longa no passado. Numa das mais estranhas pesquisas
demográficas de que se tem notícia, uma equipe de
epidemiologistas e psicólogos vasculhou o cemitério de Glasgow,
em meados dos anos 90, munidos de varas de limpar chaminés.
Usaram-nas para medir a altura de mais de oitocentos obeliscos do
século XIX. As pessoas enterradas sob os obeliscos tendem a ser
abasta das, e os pesquisadores presumiram que os obeliscos mais
altos marcariam as sepulturas mais ricas. O estudo revelou que
cada metro extra de altura do obelisco traduzia-se em quase dois
anos de longevidade adicional para a pessoa sepultada sob ele.
(História natural dos ricos, 2004. Adaptado.)
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Examine o cartum de Steinberg, publicado em seu Instagram em
06.04.2019.
1. (UNESP-2020) – Para o cartunista, a diferença entre estar ou
não estar de dieta limita-se a um sentimento de
a) culpa. b) euforia. c) tristeza.
d) vazio. e) satisfação.
RESOLUÇÃO:
O fato de o personagem manter o mesmo comportamento, estando ou não
de dieta, indica que a dieta afeta apenas sua consciência, manifestada pelo
sentimento de culpa, e não por suas atitudes.
Resposta: A
Leia o soneto “VII”, de Cláudio Manuel da Costa, para responder à
questão 2.
2. (UNESP-2020) – Está reescrito em ordem direta, sem prejuízo
de seu sentido original, o seguinte verso:
a) “Quem fez tão diferente aquele prado?” (1.a estrofe) → Quem
aquele prado fez tão diferente?
b) “Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço” (2.a estrofe) → Uma
fonte houve aqui; eu não me esqueço.
c) “Ali em vale um monte está mudado:” (2.a estrofe) → Ali está
mudado um monte em vale.
d) “Tudo outra natureza tem tomado,” (1.a estrofe) → Tudo tem
tomado outra natureza.
e) “Nem troncos vejo agora decadentes.” (3.a estrofe) → Nem
troncos decadentes vejo agora.
RESOLUÇÃO:
A oração em ordem direta obedece ao seguinte esquema: sujeito + verbo
+ complemento verbal (objeto direto). A frase que se encontra nessa
ordem é: “Tudo” (sujeito), “tem tomado” (locução verbal) e “outra
natureza” (objeto direto).
Resposta: D
Texto para as questões 3 e 4.
3. (FUVEST-2020) – Considerando que se trata de um texto
literário, uma interpretação que seja capaz de captar a sua
complexidade abordará o poema como
a) uma defesa da natureza.
b) um ataque às forças armadas.
c) uma defesa dos direitos humanos.
d) uma defesa da resistência civil.
e) um ataque à passividade.
RESOLUÇÃO:
A sociedade civil é metaforizada pela figura da “planta” que, apesar de
sua aparente distração (sesta), é despertada pela pisada da bota, que, em
linguagem conotativa representa o opressor, gradativamente fragilizado
pela resistência civil, representada pela planta. Resposta: D
4. (FUVEST-2020) – O ditado popular que se relaciona melhor
com o poema é:
a) Para bom entendedor, meia palavra basta.
b) Água mole em pedra dura tanto bate até que fura.
c) Quem com ferro fere, com ferro será ferido.
d) Um dia é da caça, o outro é do caçador.
e) Uma andorinha só não faz verão.
RESOLUÇÃO:
No poema, a planta, que sofre a agressão, não se enfraquece, ao contrário,
é a bota quem perde força a cada ofensiva, assim, chega-se ao provérbio
expresso na alternativa b, o qual demonstra que a resiliência vence até
mesmo elementos mais vigorosos. Resposta: B
Onde estou? Este sítio desconheço:
Quem fez tão diferente aquele prado?
Tudo outra natureza tem tomado,
E em contemplá-lo, tímido, esmoreço.
Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço
De estar a ela um dia reclinado;
Ali em vale um monte está mudado:
Quanto pode dos anos o progresso!
Árvores aqui vi tão florescentes,
Que faziam perpétua a primavera:Nem troncos vejo agora decadentes.
Eu me engano: a região esta não era;
Mas que venho a estranhar, se estão presentes
Meus males, com que tudo degenera!
(Cláudio Manuel da Costa. Obras, 2002.)
Uma planta é perturbada na sua sesta* pelo exército que a pisa.
Mas mais frágil fica a bota.
(Gonçalo M. Tavares, 1: poemas.)
*sesta: repouso após o almoço.
33 Sintaxe (III)
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Texto para as questões de 5 a 7.
* Shindô-Renmei foi uma organização nacionalista, que surgiu no Brasil
após o término da Segunda Guerra Mundial, formada por japoneses que
não acreditavam na derrota do Japão na guerra. Possuía alguns membros
mais fanáticos que cometiam aten tados, tendo matado e ferido diversos
cida dãos nipo-brasileiros.
5. (UNIFESP) – O texto permite afirmar que
a) o antigo e pernicioso sentimento de intolerância entre brasileiros
e japoneses, cultivado há quatro décadas, recrudesce no pós-
guerra.
b) a ideia de um “paraíso racial”, cristalizada no mundo das letras,
foi bastante benéfica para o desenvol vimento do país.
c) a ideologia, de um lado, e o pragmatismo, de outro, criaram
condições para uma fase de silêncio sobre a intolerância
antinipônica.
d) as motivações racistas do assassinato do caminhoneiro Pascoal
pelo caminhoneiro Kababe, em 1946, desenca dearam as
hostilidades entre brasileiros e japoneses.
e) a violência dos atentados da Shindô-Renmei reprimiu a
intolerância dos brasileiros contra os japoneses.
RESOLUÇÃO:
A literatura da primeira metade do século XX dissemi nou a ideologia do
Brasil como “paraíso racial” e os japoneses de segunda e terceira gerações
empenha ram-se em ascender socialmente. Assim, tanto a ideo lo gia,
quanto a atitude pragmática dos imigrantes contribuíram para ocultar a
intolerância contra os japoneses.
Resposta: C
6. (UNIFESP) – No texto, as orações (...) que já estava com os
nervos à flor da pele em virtude de dois atentados da Shindô-Renmei
na cidade (...) e (...) que encontrasse pela frente (...) são exemplos,
respectivamente, de oração subor di nada adjetiva explicativa e
subordinada adjetiva restritiva, porque:
a) a primeira limita o sentido do termo antecedente (a população de
Osvaldo Cruz), enquanto a segunda explica o sentido do termo
antecedente (qualquer japonês).
b) a pausa, antes e depois da primeira oração, revela seu caráter de
restrição e precisão do sentido do termo antecedente, tal como se
dá com a segunda oração.
c) na primeira, a oração é indispensável para precisar o sentido da
anterior, enquanto, na segunda, a oração pode ser eliminada.
d) a primeira explica o sentido do termo antecedente (a população
de Osvaldo Cruz), enquanto a segunda limi ta o sentido do termo
antecedente (qualquer japonês).
e) o sentido do termo “qualquer japonês”, explicado na segunda
oração, é determinante para a compreensão da primeira.
RESOLUÇÃO:
A justificativa apresentada na alternativa explica exata mente a função de
cada oração adjetiva: a expli cativa se refere a todo o conjunto do
antecedente e a restritiva delimita a parte desse conjunto a que se refere. 
Resposta: D
7. (UNIFESP) – No texto, os termos à flor da pele e eclipse trazem
as ideias de, respectivamente,
a) irritação e ressurgimento.
b) ódio e obscurecimento.
c) vingança e desaparecimento.
d) nervosismo e recrudescimento.
e) ultrassensibilidade e final.
RESOLUÇÃO:
A expressão à flor sugere o que está na superfície. Assim, à flor da pele
indica extrema susceptibilidade. Eclipse foi empregado em sentido
figurado e significa “desaparecimento, ausência, término”. 
Resposta: E
Por causa do assassinato do caminhoneiro Pascoal de Oliveira,
o Nego, pelo – também caminhoneiro – japonês Kababe
Massame, após uma discussão, em 31 de julho de 1946, a
população de Osvaldo Cruz (SP), que já estava com os nervos à
flor da pele em virtude de dois atentados da Shindô-Renmei* na
cidade, saiu às ruas e invadiu casas, disposta a maltratar
“impiedosamente”, na palavra do histo riador local José
Alvarenga, qualquer japonês que encontrasse pela frente. O
linchamento dos japoneses só foi totalmente controlado com a
intervenção de um destacamento do Exército, vindo de Tupã,
chamado pelo médico Oswaldo Nunes, um herói daquele dia
totalmente atípico na história de Osvaldo Cruz e das cidades
brasileiras.
Com o final da Segunda Guerra Mundial, o eclipse do Estado
Novo e o desmantelamento da Shindô-Renmei, inicia-se um ciclo
de emudecimento, de ambos os lados, sobre as quatro décadas de
intolerância vividas pelos japoneses. Do lado local, foi sedimen -
tan do-se no mundo das letras a ideia do país como um “paraíso
racial”. Do lado dos imigrantes, as segundas e terceiras gerações
de filhos de japoneses se concentraram, a partir da década de
1950, na construção da sua ascensão social. A história foi sendo
esque cida, junto com o idioma e os hábitos culturais de seus pais
e avós.
(Matinas Suzuki Jr. 
Folha de S.Paulo, 20.4.2008. Adaptado.)
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Texto para as questões de 8 a 10.
8. (UNIFESP) – Segundo o texto,
a) as formas de violência mais difíceis de eliminar são aquelas rela -
cio nadas aos assassinatos e aos acidentes fatais de trânsito.
b) os assassinatos com armas de fogo, nas periferias, cons ti tuem a
face perversa da impunidade exercida pela polícia.
c) nossa Constituição assegura direitos restritos aos negros, aos
índios e aos gays e, assim, eles costumam também ser alvo de
muita violência.
d) como causa de mortalidade, os acidentes de trânsito são quase tão
importantes quanto os assassinatos, no ranking da violência no Brasil.
e) o conjunto das mortes pela violência – assassinatos, acidentes de
trânsito e constrangimentos a vários grupos sociais – onera os
cofres do Estado.
RESOLUÇÃO:
Os trechos que comprovam a afirmação da alternativa de resposta são:
nos últimos três anos foram assas sina das mais de 140 mil pessoas no Brasil.
e Logo atrás, em termos de letalidade, estão os acidentes fatais de trânsito. 
Resposta: D
9. (UNIFESP) – No período Uma parcela expressiva destas
mortes, que varia de região para região, é atribuída à ação da polí -
cia, que se respalda na impunidade para continuar cometendo seus
crimes, as palavras sublinhadas referem-se, respecti va mente,
a) à palavra parcela e tem a função de sujeito; à palavra polícia e
tem a função de sujeito.
b) à palavra mortes e tem a função de sujeito; à palavra polícia e
tem a função de sujeito.
c) à palavra parcela e tem a função de objeto; à palavra polícia e
tem a função de objeto.
d) à palavra parcela e tem a função de objeto; à palavra ação e tem
a função de sujeito.
e) à palavra parcela e tem a função de sujeito; à palavra ação e tem
a função de sujeito.
RESOLUÇÃO:
Os pronomes relativos em questão referem-se, respec tivamente, a parcela e a
polícia e funcionam sintatica mente como sujeitos das orações que introduzem. 
Resposta: A
10. (UNIFESP) – Considere as afirmações.
As ideias apresentadas no texto encontram-se em
a) I, apenas. b) I e II, apenas. c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas. e) I, II e III.
RESOLUÇÃO:
O último parágrafo do texto apresenta as afirmações contidas em II e III. 
Resposta: D
Tirinha para a questão 11.
(Bill Watterson. In O mundo é mágico – As aventuras de Calvin e Haroldo.
2.ª Edição. São Paulo: Conrad Editora, 2010, p. 27.)
11. (FUVEST-transferência-2020) – O efeito de humor se
depreende, principalmente,
a) da interpretação de Calvin para o choro da mãe.
b) do emprego de uma palavra complexa por uma criança.
c) da ambiguidade contida na resposta dada pela mãe.
d) do contraste entre a serenidade do filho e a emoção da mãe.
e) do fato de a mãe assoar o nariz sobre a comida.
Resposta: A
Nos últimos três anos foram assassinadas mais de 140 mil
pessoas no Brasil. Uma média de 47 mil pessoas por ano. Uma
parcela expressiva destas mortes,que varia de região para região,
é atribuída à ação da polícia, que se respalda na impunidade para
continuar cometendo seus crimes. São 25 assassinatos ao ano por
cada 100 mil pessoas, índice considerado de violência epidêmica,
segundo organismos internacionais. 
Se os assassinatos com armas de fogo são uma face da
violência vivida na nossa sociedade, ela não é a única. Logo atrás,
em termos de letalidade, estão os acidentes fatais de trânsito, com
cerca de 33 mil mortos em 2002 e 35 mil mortes por ano em 2004
e 2005. Isto, sem falar nos acidentados não fatais socorridos pelo
Sistema Único de Saúde, que multiplicam muitas vezes os
números aqui apresentados e representam um custo que o IPEA
estima em R$ 5,3 bilhões para o ano de 2002.
A lista da violência alonga-se incrivelmente. Sobre as mulheres,
os negros, os índios, os gays, sobre os mendigos na rua, sobre os
movimentos sociais etc. Uma discussão num botequim de periferia
pode terminar em morte. A privação do emprego, do salário digno,
da educação, da saúde, do transporte público, da moradia, da
segurança alimentar, tudo isso pode ser compreendido, conside -
rando que incide sobre direitos assegurados por nossa Constituição,
como tantas outras formas de violência.
(Silvio Caccia Bava. Le Monde Diplomatique Brasil, 
agosto 2010. Adaptado.)
I. A falta de empregos, a baixa remuneração e o déficit habita -
cional raramente são compreendidos como forma de violência.
II. O não-oferecimento de educação, saúde e transporte público
a toda a população também pode ser visto como uma forma
de violência.
III. Uma briga de bar que resulta em morte é um ingre diente a
mais a engrossar o caldo da violência no país.
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STexto para a questão 1.
1. (FUVEST-2020) – O trecho que melhor define a
“incompreensão fundamental” (L.6) referida pela autora é:
a) “não que eu buscasse respostas para tudo” (L.6-7).
b) “não tinha consciência de mim” (L.8).
c) “Por que eu ficava isolada na hora do recreio” (L.11).
d) “me esforçando para não ser notada” (L.15).
e) “sentia vergonha de levantar a mão” (L.9).
RESOLUÇÃO:
O trecho que melhor define a “incompreensão funda men tal” a que se
refere a autora é “não tinha cons ciência de mim”, uma vez que a
afirmação expressa o desconhecimento de sua condição de mulher e
negra.
Resposta: B
Leia a charge do cartunista Duke para responder às questões 2 e 3.
(www.otempo.com.br)
2. (FAMEMA-2020) – Depreende-se com a leitura da charge que
as redes sociais
a) melhoram a saúde do homem, quando usadas intensamente.
b) podem ocasionar prejuízos à saúde do ser humano.
c) promovem situações salutares de convivência humana.
d) permitem o aguçamento da percepção das pessoas.
e) influenciam pouco a saúde, assim como as atividades físicas.
RESOLUÇÃO:
Pode-se depreender que, uma vez que a saúde do paciente melhora após
deixar as redes sociais, elas são prejudiciais à saúde.
Resposta: B
3. (FAMEMA-2020) – Nas perguntas do médico “Tem praticado
atividades físicas? Mudou hábitos alimentares?”, o sujeito das
orações remete a “você”. Se os sujeitos fossem “atividades físicas” e
“hábitos alimentares”, essas perguntas assumiriam, em conformidade
com a norma-padrão, a seguinte redação:
a) Têm sido praticado atividades físicas? Mudaram-se hábitos
alimentares?
b) Vêm-se praticando atividades físicas? Mudou-se hábitos
alimentares?
c) Têm sido praticadas atividades físicas? Mudaram hábitos
alimentares?
d) Atividades físicas tem sido praticadas? Mudou-se hábitos
alimentares?
e) Atividades físicas vem sendo praticadas? Mudou hábitos
alimentares?
RESOLUÇÃO:
Considerando que “atividades físicas” e “hábitos alimentares” são
sujeitos, os verbos devem ficar no plural. A primeira oração está na voz
passiva analitica sendo “atividades físicas” o sujeito paciente. A segunda
oração está na voz ativa, com sujeito posposto ao verbo.
Resposta: C
O feminismo negro não é uma luta meramente identitária,
até porque branquitude e masculinidade também são
identidades. Pensar feminismos negros é pensar projetos
democráticos. Hoje afirmo isso com muita tranquilidade,
mas minha experiência de vida foi marcada pelo incômodo
de uma incompreensão fundamental. Não que eu buscasse
respostas para tudo. Na maior parte da minha infância e
adolescência, não tinha consciência de mim. Não sabia por
que sentia vergonha de levantar a mão quando a professora
fazia uma pergunta já supondo que eu não saberia a resposta.
Por que eu ficava isolada na hora do recreio. Por que os
meninos diziam na minha cara que não queriam formar par
com a “neguinha” na festa junina. Eu me sentia estranha e
inadequada, e, na maioria das vezes, fazia as coisas no
automático, me esforçando para não ser notada.
(Djamila Ribeiro, Quem tem medo do feminismo negro?)
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Textos para a questão 4.
4. (UNICAMP-2020) – Considerando o tweet e o texto acima, é
correto afirmar que a atleta
a) enfrentou o time adversário com chuteiras pretas, mesmo que
não tenha sido influenciada pelo futebol “raiz”.
b) usou chuteiras sem logotipo e luta pela igualdade de gênero no
esporte, mesmo sendo considerada seis vezes a melhor do
mundo.
c) não recebeu patrocínio de nenhuma grande empresa, embora a
chuteira preta sem logotipo simbolize o futebol “raiz”.
d) optou por lutar contra o machismo no esporte, embora as
propostas de patrocínio não tenham considerado seu valor.
RESOLUÇÃO:
Ambos os textos salientam a desigualdade de gênero no futebol feminino,
a partir do fato de Marta, seis vezes eleita como a melhor jogadora do
mundo, não ter recebido uma proposta de patrocínio que fizesse jus à sua
relevância no esporte, em comparação aos patrocínios milionários dos
jogadores de futebol masculino.
Resposta: B
Textos para a questão 5.
5. (UNICAMP-2020) – Considerando a relação entre os textos I e
II, conclui-se que a charge
a) resgata a temática do cordel, rompendo com o impasse vivido
pelos personagens.
b) reafirma o dilema dos personagens da peça, parafraseando os
versos iniciais do cordel.
c) evidencia a tradição popular nordestina, utilizando a imagem
para sofisticar os versos.
TEXTO I
Leia os versos iniciais da peça Se correr o bicho pega, se ficar
o bicho come (1966), de Oduvaldo Vianna Filho e Ferreira Gullar.
Em formato de cordel, os versos são cantados por todos os atores.
Se corres, bicho te pega, amô.
Se ficas, ele te come.
Ai, que bicho será esse, amô?
Que tem braço e pé de homem?
Com a mão direita ele rouba, amô,
e com a esquerda ele entrega;
janeiro te dá trabalho, amô,
dezembro te desemprega;
de dia ele grita "avante”, amô,
de noite ele diz: "não vá":
Será esse bicho um homem, amô,
ou muitos homens será?
(Oduvaldo Vianna Filho e Ferreira Gullar, Se correr o bicho pega, se
ficar o bicho come. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1966, p. 3.)
TEXTO II
Observe a charge de Laerte que fez parte da mostra Maio na
Paulista, em 2019.
(Laerte, Exposição Maio na Paulista, de Laerte e Angeli, 2019.
Disponível em https://gq.globo.com/Cultura/ noticia/2019/05/ laerte-e-
angeli-participam-de-exposicao-ao-arlivre-na-avenida-paulista.html.
Acessado em 02/06/2019.)
TEXTO I
TEXTO II
O que levou Marta, seis vezes a melhor do mundo, a enfrentar
a Austrália de chuteiras pretas? Adianto, não foi o futebol “raiz”.
Marta não fechou patrocínio com nenhuma das gigantes do
mercado esportivo. Não recebeu nenhuma proposta à altura do seu
futebol. Isso diz muito sobre o machismo no esporte. A partir
disso, a atleta decidiu calçar a luta pela diversidade.
(Fonte: https://www.hypeness.com.br/2019/06/chuteira-sem-logo-e-com-
simbolo-de-igualdade-de-genero-foi-mais-um-golaco-de-marta/. 
Acessado em 18/06/2019.)
REVISAO 1_A_3A_PORT_2020_GK.qxp 18/09/2020 15:20 Página 14d) confirma a força transformadora da versificação popular,
reproduzindo-a em imagens.
RESOLUÇÃO:
A máxima popular “se correr, o bicho pega; se ficar, o bicho come” foi
empregada nos dois textos, embora no texto I haja um impasse que é
solucionado no último quadrinho do texto II. Se no primeiro texto, o casal
não encontra solução para uma situação adversa; na charge, a
representação da união dos trabalhadores sugere uma força de
enfrentamento que afugenta o impasse: “se unir o bicho foge”.
Resposta: A
Texto para as questões de 6 a 11.
6. (FUVEST-transferência-2020) – O estilo e os recursos
linguísticos utilizados na construção do texto caracterizam-no como
próprio do gênero
a) crônica.
b) editorial.
c) artigo de divulgação científica.
d) relatório de pesquisa.
e) ensaio.
Resposta: A
7. (FUVEST-transferência-2020) – De acordo com o texto, o R
caipira
a) aparece primeiramente no interior do estado de São Paulo.
b) remonta a estágios anteriores da língua portuguesa.
c) encontra-se também em Portugal.
d) é típico do falar de Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do
Sul, Paraná, oeste de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
e) compõe o estilo do ator Amácio Mazzaropi para representar
força, dada a intensidade na produção dessa consoante.
Resposta: B
8. (FUVEST-transferência-2020) – A conexão exercida pelo
“que” em “pesquisadores da USP observaram que moradores do
interior tanto do Brasil quanto de Portugal” (L. 34-36) também é
encontrada, da mesma maneira, em
a) “... que fazem o urubu de São Paulo ” (L. 2-3).
b) “... que parece valer por dois ou três” (L. 8-9).
c) “... que veio com os portugueses” (L. 22).
d) “... que o S chiado” (L. 25).
e) “... que os portugueses” (L. 26).
Resposta: D
9. (FUVEST-transferência-2020) – No texto, a palavra
“desavergonhado” (L. 12) poderia ser substituída, sem prejuízo de
sentido, por
a) desvalido.
b) desclassificado.
c) despudorado.
d) desmedido.
e) desprestigiado.
Resposta: C
10. (FUVEST-transferência-2020) – Em “Mesmo os portugueses
não eram originais: os especialistas argumentam que o S chiado, que
faz da esquina uma shquina, veio dos nobres franceses, que os
portugueses admiravam.” (L. 24-26), os dois pontos estabelecem a
mesma relação expressa por:
a) haja vista que.
b) contanto que.
c) conquanto que.
d) de modo que.
e) enquanto que.
Resposta: A
ORA POIS, UMA LÍNGUA BEM BRASILEIRA
A expansão do português no Brasil, as variações regionais
com suas possíveis explicações, que fazem o urubu de São
Paulo ser chamado de corvo no Sul do país, e as raízes das
inovações da linguagem estão emergindo por meio do
trabalho de cerca de 200 linguistas. De acordo com estudos da
Universidade de São Paulo (USP), uma inovação do
português brasileiro, por enquanto sem equivalente em
Portugal, é o R caipira, às vezes tão intenso que parece valer
por dois ou três, como em porrrta ou carrrne.
Associar o R caipira apenas ao interior paulista, porém, é
uma imprecisão geográfica e histórica, embora o R
desavergonhado tenha sido uma das marcas do estilo matuto
do ator Amácio Mazzaropi em seus 32 filmes, produzidos de
1952 a 1980. Seguindo as rotas dos bandeirantes paulistas em
busca de ouro, os linguistas encontraram o R supostamente
típico de São Paulo em cidades de Minas Gerais, Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e oeste de Santa Catarina
e do Rio Grande do Sul, formando um modo de falar similar
ao português do século XVIII. Quem tiver paciência e ouvido
apurado poderá encontrar também na região central do Brasil
– e em cidades do litoral – o S chiado, uma característica hoje
típica do falar carioca que veio com os portugueses em 1808
e era um sinal de prestígio por representar o falar da Corte.
Mesmo os portugueses não eram originais: os especialistas
argumentam que o S chiado, que faz da esquina uma shquina,
veio dos nobres franceses, que os portugueses admiravam.
A história da língua portuguesa no Brasil está trazendo à
tona as características preservadas do português, como a troca
do L pelo R, resultando em pranta em vez de planta. Camões
registrou essa troca em Os Lusíadas – lá está um frautas no
lugar de flautas – e o cantor e compositor paulista Adoniran
Barbosa a deixou registrada em diversas composições, em
frases como “frechada do teu olhar”, do samba Tiro ao
Álvaro. Em levantamentos de campo, pesquisadores da USP
observaram que moradores do interior tanto do Brasil quanto
de Portugal, principalmente os menos escolarizados, ainda
falam desse modo.
Carlos Fioravanti. “Ora pois, uma língua bem brasileira”. 
Pesquisa FAPESP, 04/2015, ed. 230.
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11. (FUVEST-transferência-2020) – Na formação de palavras por
prefixação, “des-” atua como prefixo de negação, como na palavra
“desavergonhado” (L. 12). A mesma atuação, com o prefixo “a-”, é
encontrada em
a) analógico.
b) aposto.
c) alistado.
d) acondicionado.
e) afônico.
Resposta: E
Texto para a questão 12.
12. (FUVEST-transferência-2020) – É correto afirmar que
a) o texto sugere a fragilidade, no tempo de seu autor, das leis que
puniam a desonestidade.
b) Montaigne considera a honestidade como uma característica
inerente ao ser humano.
c) a honestidade, segundo Montaigne, requer uma contínua
desconfiança de si mesmo.
d) na época do autor, os jogos infantis não eram, segundo
Montaigne, uma forma de diversão.
e) de acordo com o texto, as crianças requerem maior fiscalização
em suas ações do que os adultos.
Resposta: C
Texto para a questão 13.
13. (FUVEST) – Depreende-se do texto que seu autor
a) pretende corroborar a censura, embora afirme que os meios de
comunicação devam ser responsabilizados por seus produtos.
b) isenta os meios de comunicação de responsa bilidades em relação
aos produtos que veiculam.
c) posiciona-se contra a censura prévia e reconhece que os meios de
comunicação podem ser responsa bilizados pelos produtos que
veiculam.
d) pretende evitar a censura, estabelecendo critérios prévios quanto
ao que pode ou não ser veiculado nos meios de comunicação.
d) busca transferir para o próprio órgão de imprensa a
responsabilidade pela censura prévia.
RESOLUÇÃO:
O segundo período do texto implica uma condenação da censura prévia e
o primeiro período afirma, explicitamente, a respon sabilidade dos meios
de comunicação por aquilo que veiculam, ou seja, por seus produtos.
Resposta: C
Não se trata aqui, é óbvio, de procurar eximir os meios de
comunicação da responsabilidade por seus produtos. Mas
determinar de antemão o que não pode ser veiculado é policiar a
expressão livre de ideias e informações – ou seja, chancelar a
censura.
(Folha de S. Paulo)
Bem sei que fui educado na infância a andar sempre pela
estrada larga e a recusar-me a introduzir em meus folguedos
intrigas e malícias, pois os jogos infantis devem julgar-se não
apenas como divertimentos, mas ainda como ações de
importância. Sinto-me sempre e espontaneamente impelido a
hostilizar a trapaça por mais insignificante que seja o passatempo
a que me dedique. Em jogando cartas, a dinheiro de cobre ou de
ouro, ganhe ou perca, jogue com estranhos ou com minha mulher
e filhas, minha maneira de jogar é a mesma. Em tudo e em todo
lugar meus próprios olhos bastam para me controlar, para me pôr
de sobreaviso em relação a mim mesmo. Ninguém me vigia tão
bem nem mais temo eu do que escandalizar.
(Michel de Montaigne. Ensaios. Trad. e notas de Sergio Milliet. Cap.
XXI. São Paulo: Editora 34, 2016, p. 149.)
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SLeia o soneto “Aquela triste e leda madrugada”, do poeta português
Luís de Camões (c. 1524-1580), para responder aos testes 1 e 2: 
1. (UNIFESP) – O pronome“ela”, que se repete no início de três
estrofes, refere-se a
a) “piedade”.
b) “mágoa”.
c) “saudade”.
d) “claridade”.
e) “madrugada”.
RESOLUÇÃO:
O pronome “ela” retoma o termo “madrugada”, expresso no primeiro
verso do soneto.
Resposta: E
2. (UNIFESP) – Observa-se a elipse (supressão) do termo “vontade”
no verso:
a) “viu apartar-se de uma outra vontade” (2.a estrofe)
b) “cheia toda de mágoa e de piedade” (1.a estrofe)
c) “quero que seja sempre celebrada” (1.a estrofe)
d) “Ela só viu as lágrimas em fio” (3.a estrofe)
e) “que puderam tornar o fogo frio” (4.a estrofe)
RESOLUÇÃO:
No verso apresentado na alternativa a, há elipse do primeiro emprego da
palavra “vontade”: “viu apartar-se de uma [vontade] outra vontade”.
Resposta: A
Texto para o teste 3.
3. (UNICAMP-2020) – Considerando-se o segundo “Sermão de
Quarta-Feira de Cinza” (1673), de Antônio Vieira, é correto afirmar
que a presunção de confiança por parte do auditório cristão do século
XVII decorre da
a) habilidade política do pregador.
b) atenção disciplinada dos ouvintes.
c) crença na salvação e na danação eternas.
d) defesa institucional da Igreja Católica feita pelo clero.
RESOLUÇÃO:
O texto de Olivier Reboul aborda o conceito de verossimilhança, o aspecto
de veracidade como resultado da confiança que decorre de se presumir
como verdadeira uma premissa. Nesse sentido, a credibilidade do segundo
“Sermão de Quarta-Feira de Cinza” é garantida por ideias preconcebidas
que fazem parte da crença dos ouvintes: a salvação eterna para os
virtuosos, os que se afastam dos valores terrenos, e a condenação ao
inferno para os pecadores, os que se apegam a valores mundanos. Um
público que não acreditasse nessas ideias não seria convencido pelo
sermonista.
Resposta: C
Aquela triste e leda madrugada,
cheia toda de mágoa e de piedade,
enquanto houver no mundo saudade
quero que seja sempre celebrada.
Ela só, quando amena e marchetada
saía, dando ao mundo claridade,
viu apartar-se de uma outra vontade,
que nunca poderá ver-se apartada.
Ela só viu as lágrimas em fio
que, de uns e de outros olhos derivadas,
se acrescentaram em grande e largo rio.
Ela viu as palavras magoadas
que puderam tornar o fogo frio,
e dar descanso às almas condenadas.
(Sonetos)
O que é então o verossímil? Para encurtar: tudo aquilo em que
a confiança é presumida. Por exemplo, os juízes nem sempre são
independentes, os médicos nem sempre capazes, os oradores nem
sempre sinceros. Mas presume-se que o sejam; e, se alguém
afirmar o contrário, cabe-lhe o ônus da prova. Sem esse tipo de
presunção, a vida seria impossível; e é a própria vida que rejeita o
ceticismo.
(REBOUL, Olivier. Introdução à Retórica. 
São Paulo: Martins Fontes, 1998. p. 97-98.)
55 Literatura e Análise de Textos Literários – I
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Texto para os testes 4 e 5.
4. Padre Antônio Vieira é um autor que possui um estilo próprio, e o
trecho acima apresenta dois elementos desse estilo que são constantes
não só no texto do qual foi retirado, mas também nos outros dois
sermões que Vieira planejou para a Quarta-Feira de Cinzas, a saber: 
a) o jogo de contrastes e a reinterpretação da Bíblia.
b) a oposição semântica e o paralelismo sintático.
c) o padrão cultista ou gongórico e o antidogmatismo.
d) a interrogação retórica e a reiteração constante.
RESOLUÇÃO:
O estilo de Vieira é marcado pelo uso de interrogações ou perguntas
retóricas, que servem para orientar a exposição das ideias de seus
sermões, como se percebe nos três sermões de Quarta-Feira de Cinza. É o
que ocorre, por exemplo, em “como o pode alcançar o entendimento, se os
olhos estão vendo o contrário?”, “O pó vive?”, “Pois como é pó o
vivente?”, “O pó sente?”, “Pois como é pó o sensitivo?”, “O pó entende e
discorre?”. Outro traço de estilo de sua prosa é o emprego da reiteração
— veja-se a repetição do termo “pó” —, que serve para encaminhar a
progressão do assunto, bem como manter a unidade temática.
Resposta: D
5. Os três sermões que Vieira compôs para a Quarta-Feira de Cinzas
são coerentes com o espírito do Barroco, pois desenvolvem como
tema
a) a submissão da política imperialista portuguesa aos ditames do
Cristianismo.
b) o ataque às vaidades e a pregação sobre os desenganos e a
efemeridade da vida.
c) a enumeração dos riscos de uma riqueza alienada dos problemas
da sociedade.
d) o niilismo existencial diante do caráter inútil das atividades
humanas.
RESOLUÇÃO:
“O Sermão de Quarta-Feira de Cinza” (tanto o de 1672, quanto o de 1673,
assim como o que não foi proferido) tematiza a efemeridade da vida,
metaforizada na imagem bíblica do pó. Coerente com essa concepção é a
ideia de que a existência estaria, portanto, vulnerável às vaidades, a
valores que costumeiramente são enaltecidos, mas que, no fundo, são vãos.
A vida apegada ao mundo terreno seria, na visão do Cristianismo, errada.
A tomada de consciência dessa falha configura o desengano, outro tema
caro ao Barroco. A vida deve ser ascética, uma preparação para a
eternidade, para o pós-morte.
Resposta: B 
(...) De sorte que, para eu crer que hei de ser pó, não é
necessário fé, nem entendimento, basta a vista. Mas que me diga,
e me pregue hoje a mesma Igreja, regra da fé e da verdade, que
não só hei de ser pó de futuro, senão que já sou pó de presente:
Pulvis es? como o pode alcançar o entendimento, se os olhos estão
vendo o contrário? É possível que estes olhos que veem, estes
ouvidos que ouvem, esta língua que fala, estas mãos e estes braços
que se movem, estes pés que andam e pisam, tudo isto já hoje é
pó: Pulvis es? Argumento à Igreja com a mesma Igreja: Memento
homo. A Igreja diz-nos que supõe que sou homem; logo não sou
pó. O homem é uma substância vivente, sensitiva, racional! O pó
vive? Não. Pois como é pó o vivente? O pó sente? Não. Pois como
é pó o sensitivo? O pó entende e discorre? Não. Pois como é pó o
racional? Enfim, se me concedem que sou homem: Memento
homo, como me pregam que sou pó: Quia pulvis es? 
(VIEIRA, Antônio. “Sermão de Quarta-Feira de Cinza – Ano de 1672”. 
In: A Arte de Morrer. São Paulo: Nova Alexandria, 1994. p. 48.)
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Textos para o teste 6.
6. (FUVEST-2020) – O soneto de Gregório de Matos e o samba de
Noel Rosa, embora distantes na forma e no tempo, aproximam-se por
ironizarem
a) o processo de composição do texto.
b) a própria inferioridade ante o retratado.
c) a singularidade de um caráter nulo.
d) o sublime que se oculta na vulgaridade.
e) a intolerância para com os gênios.
RESOLUÇÃO:
Gregório de Matos compõe um soneto que deveria elogiar “certa
personagem desvanecida”, mas, ironicamente, não há o que elogiar, pois
se trata de uma pessoa presunçosa, além de nula, vazia. A letra de Noel
Rosa aproxima-se do sentido do soneto de Gregório de Matos, por se
referir a um indivíduo que, de tanto assimilar todos os tipos, é alguém
nulo (um “tipo zero”), sendo justamente essa sua singularidade. 
Resposta: C
A CERTA PERSONAGEM DESVANECIDA
Um soneto começo em vosso gabo: louvor
Contemos esta regra por primeira,
Já lá vão duas, e esta é a terceira,
Já este quartetinho está no cabo.
Na quinta torce agora a porca o rabo;
A sexta vá também desta maneira:
Na sétima entro já com grã canseira, grande
E saio dos quartetos muito brabo.
Agora nos tercetos que direi?
Direi que vós, Senhor, a mim me honrais
Gabando-vos a vós, e eu fico um rei.
Nesta vida um soneto já ditei;
Se desta agora escapo, nunca mais:
Louvado seja Deus, que o acabei.
(Gregório de Matos)
TIPO ZERO
Você é um tipo que não tem tipo
Com todo tipo você se parece
E sendo um tipo que assimila tanto tipo
Passou a ser um tipo que ninguém esquece
Quando você penetra num salão
E se mistura com a multidão
Você se torna um tipo destacado
Desconfiado todo mundo fica
Que o seu tipo não se classifica
Você passa a ser um tipo desclassificado
Eu até hoje nunca vi nenhum
Tipovulgar tão fora do comum
Que fosse um tipo tão observado
Você ficou agora convencido
Que o seu tipo já está batido
Mas o seu tipo é o tipo do tipo esgotado
(Noel Rosa)
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Texto para os testes 7 e 8.
7. Considerando o poema, assinale a alternativa correta.
a) O eu lírico imprime certa temporalidade — antes e depois do
relacionamento amoroso — à sua compreensão do ciúme: num
primeiro momento, “caos”, “labirinto”, “desengano”; em seguida,
“sono brando”, “certeza”, “verdade”. 
b) A 3.ª estrofe é marcada pela presença de polos antagônicos —
“certeza”, “bem” x “desengano”, “dano” —, que se aproximam e
se confundem num jogo retórico de aniquilamento das certezas.
c) A última estrofe repõe imagens e preceitos apresentados em
estrofes anteriores — tais como “labirinto”, “Babel”, “bem” e
“dano” —, sob a óptica da superação dos contrastes e consequente
apaziguamento.
d) Os verbos no gerúndio — “penando”, “vivendo” e “sonhando” —
remetem ao passado, o que confere certo distanciamento do eu
lírico em relação aos sofrimentos amorosos outrora
experimentados.
e) Remontando ao conceptismo barroco ao qual está ligado, nesse
soneto Gregório de Matos faz emergir certeza e verdade do que
outrora se apresentava como um labirinto confuso de
desconfianças. 
RESOLUÇÃO:
Em sua tentativa de definir o ciúme, o eu lírico lança mão de polos
antagônicos — “certeza”, “bem” x “desengano”, “dano” — que se
aproximam e se confundem num jogo retórico de aniquilamento das
certezas, como se nota, por exemplo, na chave de ouro: “E cega presunção
para verdade.”
Resposta: B
8. Observa-se no soneto:
a) inexistência de antítese num mesmo verso.
b) invocação da amada logo no primeiro verso.
c) pleonasmo em “caos confuso”. 
d) paralelismo sintático nos dois últimos versos de cada estrofe.
e) ausência de linguagem conotativa, como exemplifica “Babel”.
RESOLUÇÃO:
Ocorre pleonasmo estilístico em “caos confuso”, o que contribui para a
ênfase que o eu lírico pretende dar a seu conturbado estado de alma. 
Resposta: C
DESCREVE COM GALHARDA PROPRIEDADE
O LABIRINTO CONFUSO DE SUAS DESCONFIANÇAS
Ó caos confuso, labirinto horrendo,
Onde não topo luz, nem fio achando;
Lugar de glória, aonde estou penando;
Casa da morte, aonde estou vivendo!
Oh voz sem distinção, Babel tremendo;
Pesada fantasia, sono brando;
Onde o mesmo que toco, estou sonhando;
Onde o próprio que escuto, não o entendo.
Sempre és certeza, nunca desengano;
E a ambas pretensões com igualdade,
No bem te não penetro, nem no dano.
És ciúme martírio da vontade;
Verdadeiro tormento para engano;
E cega presunção para verdade.
(MATOS, Gregório de. Poemas Escolhidos. 
Sel. e org. de José Miguel Wisnik. 
São Paulo: Companhia das Letras, 2010. p. 219.)
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Leia o soneto “VII”, de Cláudio Manuel da Costa, para responder aos
testes 9 e 10:
9. (UNESP-2020) – No soneto, o eu lírico expressa um sentimento
de inadequação que, a seu turno, se faz presente na seguinte citação:
a) “A independência, não obstante a forma em que se desenrolou,
constituiu a primeira grande revolução social que se operou no
Brasil.” (Florestan Fernandes, A Revolução Burguesa no Brasil)
b) “Todo povo tem na sua evolução, vista à distância, um certo
‘sentido’. Este se percebe não nos pormenores de sua história, mas
no conjunto dos fatos e acontecimentos essenciais que a
constituem num largo período de tempo.” (Caio Prado Júnior,
Formação do Brasil Contemporâneo)
c) “A ocupação econômica das terras americanas constitui um
episódio da expansão comercial da Europa. A descoberta das terras
americanas é, basicamente, um episódio dessa obra ingente. De
início pareceu ser episódio secundário. E na verdade o foi para os
portugueses durante todo um meio século.” (Celso Furtado,
Formação Econômica do Brasil)
d) “Trazendo de países distantes nossas formas de convívio, nossas
instituições, nossas ideias, e timbrando em manter tudo isso em
ambiente muitas vezes desfavorável e hostil, somos ainda hoje uns
desterrados em nossa terra.” (Sérgio Buarque de Holanda, Raízes
do Brasil)
e) “A formação patriarcal do Brasil explica-se, tanto nas suas
virtudes como nos seus defeitos, menos em termos de ‘raça’ e de
‘religião’ do que em termos econômicos, de experiência de cultura
e de organização da família, que foi aqui a unidade colonizadora.”
(Gilberto Freyre, Casa-Grande e Senzala)
RESOLUÇÃO:
O desconforto do eu lírico diante da paisagem remete à reflexão de Sérgio
Buarque de Holanda apresentada na alternativa d, sintetizada na frase:
“somos ainda hoje uns desterrados em nossa terra”.
Resposta: D
10. (UNESP-2020) – Considerando o contexto histórico-geográfico
de produção do soneto, as transformações na paisagem assinaladas
pelo eu lírico relacionam-se à seguinte atividade econômica:
a) indústria.
b) extrativismo vegetal.
c) agricultura.
d) extrativismo mineral.
e) pecuária.
RESOLUÇÃO:
No soneto de Cláudio Manuel da Costa, o eu lírico lamenta as alterações
sofridas pela natureza em decorrência da mineração e da ampla
exploração econômica da região de Minas Gerais, terra natal do poeta,
iniciador do Arcadismo, em 1768, com Obras Poéticas.
Resposta: D
Onde estou? Este sítio desconheço:
Quem fez tão diferente aquele prado?
Tudo outra natureza tem tomado,
E em contemplá-lo, tímido, esmoreço.
Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço
De estar a ela um dia reclinado;
Ali em vale um monte está mudado:
Quanto pode dos anos o progresso!
Árvores aqui vi tão florescentes,
Que faziam perpétua a primavera:
Nem troncos vejo agora decadentes.
Eu me engano: a região esta não era;
Mas que venho a estranhar, se estão presentes
Meus males, com que tudo degenera!
(Cláudio Manuel da Costa, Obras)
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Texto para o teste 1.
1. (ALBERT EINSTEIN) – O movimento a que o texto se refere é o
a) Simbolismo.
b) Realismo.
c) Arcadismo.
d) Romantismo.
e) Modernismo.
RESOLUÇÃO:
O movimento romântico surge na Europa em meio às transformações
sociais trazidas pela ascensão da burguesia e pela industrialização.
Relacionada também com o movimento alemão Sturm und Drang
(“Tempestade e Ímpeto”) e com os ideais da Revolução Francesa, essa
nova estética é um protesto cultural contra a aristocracia e a arte dessa
classe, o Arcadismo ou Neoclassicismo. No Brasil, o Romantismo
desenvolve-se em meio a uma sociedade escravocrata, a uma burguesia
nascente e no contexto da recente independência do País. Por isso,
enfatizam-se idealmente questões ligadas ao processo de formação da
identidade nacional, omitindo-se nossas mazelas.
Resposta: D 
Texto para o teste 2.
2. (FAMERP-2020) – As três lacunas do texto são preenchidas por:
a) urbano – românticos – Manuel Antônio de Almeida
b) indianista – românticos – José de Alencar
c) urbano – naturalistas – Aluísio Azevedo
d) urbano – românticos – José de Alencar
e) indianista – naturalistas – Aluísio Azevedo
RESOLUÇÃO:
O excerto de Antônio Cândido refere-se aos vários tipos de romance do
Romantismo no Brasil: regionalista, de costumes, histórico e indianista. O
prosador mais destacado da estética romântica, e que passou por todas
essas vertentes, foi José de Alencar.
Resposta: B
Quanto à matéria, o romance brasileiro nasceu regionalista e
de costumes; ou melhor, pendeu desde cedo para a descrição dos
tipos humanos e formas de vida social nas cidades e nos campos.
O romance histórico se enquadrou aqui nesta mesma orientação;
o romance _______________ constituiu desenvolvimento à parte,
do ponto de vista da evolução do gênero, e corresponde a certas
necessidades, poéticas e históricas, de estabelecer um passado
heroico e lendário para a nossa civilização, a que os
__________________ desejavam, numautopia retrospectiva, dar
tanto quanto possível traços autóctones. 
A figura dominante do período, ________________________,
passou por todas essas vertentes e em todas deixou boas obras.
(Antônio Cândido,
Formação da Literatura Brasileira, adaptado)
Se, na Europa, este movimento é um protesto cultural, se o
“mal do século”, a saudade do paraíso perdido são as
consequências da industrialização e da ascensão da burguesia; no
Brasil, onde a sociedade do Império compreende apenas grandes
proprietários escravocratas e uma burguesia nascente, o
movimento, produto de importação, corresponde a uma afirmação
nacionalista.
(Paul Teyssier, Dicionário de Literatura Brasileira – adaptado)
66 Literatura e Análise de Textos Literários – II
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Texto para os testes 3 e 4.
3. (FAMEMA-2020) – O romance de Manuel Antônio de Almeida
aborda costumes da sociedade do Rio de Janeiro do século XIX. Um
deles é a presença comum de agregados nas casas. No texto, essa
figura é descrita
a) com certa reserva, já que se tratava de uma pessoa que não era bem
vista pela família.
b) por dois vieses, conforme a sua relação com a família: ou era útil
a esta ou a explorava.
c) de modo divertido, como uma pessoa que surpreendia não raro
pelo seu humor e pela sua simpatia.
d) como vítima do sistema, uma vez que a família a explorava,
chegando a tratá-la como um escravo.
e) de forma positiva, dado que os laços afetivos estabelecidos com a
família eram legítimos.
RESOLUÇÃO:
O agregado era uma figura social significativa na sociedade brasileira do
final do século XIX. No excerto, podemos observar sua participação
familiar por dois vieses: em alguns casos, era útil à família, que “tirava
grande proveito de seus serviços”; em outros, “era uma verdadeira
parasita que se prendia à árvore familiar”.
Resposta: B
4. (FAMEMA-2020) – A hipérbole é uma figura de linguagem que
expressa ideia de exagero; a metáfora, por sua vez, expressa ideia de
semelhança. As passagens do segundo parágrafo do texto que
exemplificam essas figuras são, respectivamente:
a) “Em certas casas os agregados eram muito úteis”; “chegava
mesmo a dar cabo dela”.
b) “o esmagavam com o peso de mil exigências”; “que lhe
participava da seiva sem ajudá-la a dar frutos”.
c) “se lhe batiam a cada passo com os favores na cara”; “quando
contamos a história do finado padrinho de Leonardo”.
d) “saltavam-lhe os pais em cima tomando o partido de seu filho”;
“intervinha enfim nos mais particulares negócios”.
e) “se o filho mais velho da casa, por exemplo, o tomava por seu
divertimento”; “que se prendia à árvore familiar”.
RESOLUÇÃO:
A expressão “mil exigências” é hiperbólica para intensificar a maneira
como a família exigia do agregado muitos serviços. Já a metáfora “que lhe
participava da seiva sem ajudá-la a dar frutos” sugere a condição
parasitária do agregado no meio familiar.
Resposta: B 
(...) no tempo em que se passavam os fatos que vamos
narrando nada mais havia comum do que ter cada casa um, dois e
às vezes mais agregados.
Em certas casas os agregados eram muito úteis, porque a
família tirava grande proveito de seus serviços, e já tivemos
ocasião de dar exemplo disso quando contamos a história do
finado padrinho de Leonardo; outras vezes porém, e estas eram
maior número, o agregado, refinado vadio, era uma verdadeira
parasita que se prendia à árvore familiar, que lhe participava da
seiva sem ajudá-la a dar frutos, e o que é mais ainda, chegava
mesmo a dar cabo dela. E o caso é que, apesar de tudo, se na
primeira hipótese o esmagavam com o peso de mil exigências, se
lhe batiam a cada passo com os favores na cara, se o filho mais
velho da casa, por exemplo, o tomava por seu divertimento, e à
menor e mais justa queixa saltavam-lhe os pais em cima tomando
o partido de seu filho, no segundo aturavam quanto desconcerto
havia com paciência de mártir, o agregado tornava-se quase um rei
em casa, punha, dispunha, castigava os escravos, ralhava com os
filhos, intervinha enfim nos mais particulares negócios.
Em qual dos dois casos estava ou viria estar em breve o nosso
amigo Leonardo? O leitor que decida pelo que se vai passar.
(Manuel Antônio de Almeida,
Memórias de um Sargento de Milícias)
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Textos para os testes 5 e 6.
5. Segundo os textos lidos, pode-se inferir que a relatividade entre a
verdade e a fantasia presente desde a epígrafe de A Relíquia, de Eça de
Queirós, atinge níveis mais profundos ao longo do romance devido à/ao
a) trajetória do próprio protagonista e de outras personagens, que se
dividem entre o jogo de aparências, que mal dissimulam, e seus
interesses caricaturalmente escusos.
b) alternância de vozes narrativas no relato da saga de Teodorico,
repleta de fracassos e de falta de ética, apesar de um desfecho em
que o protagonista tem consciência de que a verdade prevalece no
mundo.
c) fato de o romance denunciar as mazelas da sociedade lusa,
seguindo o estilo naturalista e, assim, excluindo o onírico.
d) ausência de características da farsa demolidora e ridicularizadora,
já que o estilo desse livro evita o jocoso, o anticlímax risível.
e) distanciamento da tradição da novela picaresca do século XVI, já
que a objetividade do narrador onisciente exclui o depoimento
pessoal do órfão desvalido.
RESOLUÇÃO:
A única alternativa que se refere de modo claro e direto ao
aprofundamento da representação e reflexão sobre a “relatividade entre a
realidade e a fantasia” é a alternativa a, ao mencionar o jogo entre
“aparências, que mal dissimulam, e seus interesses caricaturalmente
escusos” na vida do protagonista e das demais personagens.
Resposta: A
6. A interpretação da epígrafe do romance à luz da reflexão formulada
por Teodorico no último parágrafo do livro permite inferir que
a) o protagonista não lastima a falta de argumentos falsos numa
situação de impostura.
b) a falácia impera no mundo, desde que construída com certa
verossimilhança.
c) a verdade sempre se impõe, apesar de a mentira ter uma duração
maior do que merece.
d) no mundo nem tudo é burla, e, no conjunto das religiões e ciências,
predomina o que é verdadeiro.
e) o desfecho não é irônico, contrariando uma característica
fundamental desse romance.
RESOLUÇÃO:
A epígrafe “Sobre a nudez forte da verdade, o manto diáfano da fantasia”,
relacionada ao fecho do livro, permite inferir que a mentira, articulada
com certa verossimilhança, pode se tornar uma verdade dogmática, seja
na religião, seja na ciência.
Resposta: B
As palavras que servem de pórtico para o livro, “Sobre a nudez
forte da verdade, o manto diáfano da fantasia”, expressam a opção
de fazer referência à verdade sempre tendo em mente sua
realização artística. Ou seja, para falar sobre a verdade, não se
pode esquecer o lirismo. O problema que essas palavras colocam
é essencial na obra: fantasia e verdade estão juntas, e às vezes é
muito difícil distingui-las. Isto significa que é quase impossível
saber a verdade sobre o mundo, porque essa verdade é sempre
relativa.
(COUTO, Fernando Marcílio Lopes. “Apresentação”. 
In: EÇA DE QUEIRÓS, J. M. A Relíquia. 
São Paulo: Ateliê Editorial, 2001. p. 23.)
Assim ficavam saciadas as minhas ambições sociais. E quem
sabe? Bem poderiam ficar também satisfeitas as ambições
intelectuais que me pegara o douto Topsius. Porque talvez a
ciência, invejosa do triunfo da fé, reclamasse para si esta camisa
de Maria de Magdala, como documento arqueológico... Ela
poderia alumiar escuros pontos, na história dos costumes
contemporâneos do Novo Testamento — o feitio das camisas na
Judeia no primeiro século, o estado industrial das rendas da Síria
sob a administração romana, a maneira de abainhar entre as raças
semíticas... Eu surgiria, na consideração da Europa, igual aos
Champollions, aos Topsius, aos Lepsius, e outros sagazes

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