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1 MICROBIOLOGIA [ CASO5 ] CASO CLÍNICO 5 SEMANA PADRÃO: INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO (ITU) SISTEMA URINÁRIO – TRAJETO DA URINA A urina é produzida nos rins, passa pelos ureteres é armazenada temporariamente na bexiga e posteriormente lançada para o exterior do corpo via uretra. A formação da urina ocorre na região dos rins chamadas de néfrons. Inicialmente, ocorre o processo de filtração no interior do corpúsculo renal. O sangue que chega aos glomérulos está em alta pressão e o glomérulo atua como uma membrana semipermeável, garantindo que parte do plasma passe para o interior da cápsula (filtração). O filtrado formado é semelhante ao plasma sanguíneo, porém não possui proteínas. O filtrado segue, então, para os túbulos renais, onde passa pelos processos de reabsorção e secreção. Na reabsorção, algumas substâncias são reabsorvidas para o sangue, enquanto no processo de secreção, substâncias são adicionadas ao filtrado. A reabsorção é importante, pois garante que água, íons e glicose, por exemplo, sejam reabsorvidos. A urina é resultado, portanto, dos processos de filtração glomerular, reabsorção tubular e secreção tubular. Após passar pelo túbulo renal, a urina segue para o ducto coletor, que leva o composto até a pelve renal (porção superior do ureter), saindo do rim, portanto, via ureter. Como dito anteriormente, do ureter, a urina segue até a bexiga, onde é armazenada e depois eliminada pela uretra. TIPOS DE ITU: ITU ALTA – Pielonefrite ITU BAIXA – Cistite A infecção do trato urinário (ITU) é habitualmente dividida em 2 tipos: CISTITE ▪ Aspecto da urina: turva e pode estar avermelhada ▪ Disúria ▪ Polaciúria ▪ Febre não é comum 2 ▪ Dor suprapúbica PIELONEFRITE ▪ Quadros de cistite ▪ Febre elevada (superior a 38ºC), calafrios e dor lombar (TRÍADE CLÁSSICA). IST: Infecção sexualmente transmissivel Uretrite – Neisseria e agentes não gonocócicos Chlamydia, Mycoplasma e Ureaplasma Urocultura (EXAME DEFINIDOR DE DIAGNÓSTICO): Cultura da urina - característica da colônia, prova bioquímica, microscopia pela coloração de Gram e antibiograma. Hemocultura – o cultivo da bactéria no sangue. Antibiograma – Serve para verificar qual antibiótico a bactéria apresenta sensibilidade. Patógenos associados à ITU: Mais comuns: UPEC, Klebsiella e Proteus - Escherichia coli uropatogênica (UPEC) É o principal patógeno causador (70 a 95% ) ITU não complicados e 50% de ITU relacionados ao uso de cateter vesical. Outros Bacilos Gram-negativos: - Proteus mirabilis, - Klebsiella pneumoniae, - Enterobacter aerogenes, - Pseudomonas aeruginosa Cocos Gram-positivos (Staphylococcus saprophyticus em até 10% dos casos e Enterococcus spp.) podem estar envolvidos. Agentes etiológicos/morfologia/ carcateristicas bioquímicas. Escherichia coli (UPEC) – Bacilo Gram negativo Lactose positiva - fermenta lactose, citrato positivo; Proteus Mirabilis Bacilo gram negativo Lactose negativa (não fermenta lactose) Urease positiva - degrada uréia formando amônia, deixando o meio alcalino, precipita Mg e Ca na forma de cristais c/ formação de cálculos; Klebsiella pneumoniae Bacilo gram negativo Lactose positiva (fermenta lactose) citrato positive; Enterobacter aerogenes Bacilo Gram Lactose positiva (fermenta lactose) citrato positive; Pseudomonas aeruginosa Bacilo Gram negativo - Não fermentador; 3 Staphylococcus saprophyticus Coco Gram + Catalase positiva; Enterococcus faecalis Coco Gram + Catalase negativa, resistente à optoquina; Candida albicans Oval (fungo) Fatores de virulência geral das bactérias: Pili – adesinas Toxinas Biofilme Capsula – mais aderida Plasmídeo – pedaço de DNA (material genético) que guarda os super poderes das bactérias. Flagelo – se locomover melhor 1 - Proteus mirabilis – CAUSA CÁLCULO características gerais Pertence à família Enterobacteriaceae ▪ 5 espécies (P. mirabilis (mais virulento), P. penneri, P. vulgaris, P. myxofaciens e P. hauseri) ▪ Habita o trato intestinal, de onde coloniza a região periuretral e então ascende à bexiga, causando bacteriúria sintomática e/ou assintomática. ▪ Características morfológicas: bacilo Gram negativo, flagelos peritríquios - fenômeno “swarming” uma diferenciação celular que facilita a movimentação e é importante no processo infeccioso. anaeróbio facultativo. ▪ Características bioquímicas: urease positiva - hidrolisa uréia com produção de amônia e dióxido de carbono, lactose negativa. Fímbrias: - fímbria tipo IV, é manose- resistente Proteus-like (MR/P). – fímbria tipo III ou fímbria manose-resistente Klebsiella-like (MR/K), Flagelos: fenômeno de swarming - esse tipo de motilidade é denominado de swarming. Urease: hidrolisa a uréia; Cápsula: Acelera a formação de cristais de estruvita e que esse efeito é correlacionado com a baixa afinidade dessa cápsula por Mg2 +. A fraca ligação de Mg2 + pela cápsula facilita o desenvolvimento de cristais de estruvita, pois os íons magnésio sendo acumulados, podem ser prontamente liberados do LPS para a formação de cálculos. Biofilme - é uma comunidade de bactérias aderidas a uma superfície biótica e/ou abiótica, envoltas por uma matriz polimérica produzida por elas mesmas, e essa associação promove vantagens de sobrevivência, como resistência a antimicrobianos, proteção contra anti- sépticos, desinfetantes, bacteriófagos e mecanismos de defesa do hospedeiro. Fatores de virulência: fimbria, enzima uréase, 4 Patogênese 1- Adsorção de proteínas do hospedeiro. Isso é dependente, de temperatura (febre) e da composição da urina; 2- Formação do filme primário, quando moléculas são depositadas no substrato protéico; 3- Aproximação e adesão bacteriana inicial. A partir desse ponto o processo é irreversível; 4- Colonização, crescimento e formação do biofilme bacteriano. A bactéria torna-se imobilizada na matriz polissacarídica e iniciam a produção de urease; 5- O pH urinário e do biofilme aumenta devido à produção dos íons amônio; 6- Os íons Ca2+ e Mg2+ são atraídos para a matriz. Este fato e a solubilidade diminuída do fosfato de cálcio e da estruvita resultam na próxima etapa; 7- Precipitação de cristais; Tipos de cálculo renal Existem vários tipos de cálculos renais. A alteração do pH da urina facilita a precipitação de algumas substâncias que precipita a formação de cálculos. Cálculos de Estruvita: Esses são chamados de “cálculos de infecção” e são compostos por uma mistura de magnésio, amônia, fosfato e carbonato de cálcio. Alguns tipos de bactérias formam amônia, elevam o pH, deixando a urina mais alcalina e promovendo a formação de estruvita. 2 - Escherichia coli Uropatogênica (UPEC) Pertence à família Enterobacteriaceae ▪ Sorogrupos prevalentes: O1, O2, O6, O18 e O75 / Sorotipo importante: O18:K1:H7 Capsula (K), flagelo (H), antígeno polissacarídeo (O) ▪ Características morfológicas: Bacilo gram negativo não formador de endósporo, geralmente móvel anaeróbio facultativo ▪ Características bioquímicas: lactose positiva, glicose positiva, catalase positiva Lipídeo A do LPS (Endotoxina): febre, vasodilatação e inflamação A UPEC tem origem intestinal. – fatores de virulência PIELONEFRITE – SEPSE – ÓBITO FIMBRIA – para aderir CAPSULA – Aderir e escapar da fagocitose HEMOLISINA – para formar poros em macrófagos e células de defesa CITOXINAS – destrói as células epiteliais e necrosa o epitélio. - FÍMBRIA TIPO 1: adesão ao epitélio vaginal e da bexiga / formação de BIOFILMES e invasão celular (INTRACELULARFACULTATIVO) - FÍMBRIA P: adesão ao epitélio renal também -FLAGELO: permite que as bactérias se movam de forma ascendente no trato urinário, desde a bexiga até os rins. - CITOXINA 5 - EXOTOXINA α-HEMOLISINA: esfoliação das células da bexiga, apoptose e lesão tecidual (permite - EXOTOXINA CNF 1 (Fator Citotóxico Necrotizante tipo 1): ação necrotóxica (apoptose). Na bexiga, contribui para invasão do epitélio. 1. Adesão ao epitélio da bexiga - através da fímbria do tipo 1 e também pode ser pela fímbria P 2. Invasão na célula epitelial, através da fímbria do tipo 1. 3. Multiplicação bacteriana intracelular (INTRACELULAR FACULTATIVA). Formação de comunidades bacterianas (proteção contra o sistema imune) 4. Esfoliação (degradação de células epiteliais) e apoptose: causado pela exotoxina α-hemolisina, aumentando a disseminação da UPEC. Algumas comunidade bacterianas intracelulares continuam intactas (possível causa de infecção recorrente) Bactérias flageladas podem sair da comunidade e voltar para o lúmen vesical ou podem invadir células adjacentes. Nesse momento, há migração de leucócitos PMN. Infecções não tratadas podem progredir de forma ascendente até alcançar os rins e próstata. Expressão de flagelos e fímbria P (papel importante na aderência ao epitélio renal). A inflamação é mediada por citocinas, cuja produção é induzida pelo antígeno O, α- hemolisina etc. Pode atravessar epitélio renal, atingir corrente sanguínea. PATOGENESE RIM – PIELONEFRITE Adesão Multiplicação Pode ocorrer disseminação no sangue – SEPSE; BEXIGA – CISTITE Adesão; Invasão intracelular Multiplicação Esfoliação Pode ocorrer disseminação tecidual junto ao rim. Rotas de infecção (ascendente e hematogênica) Infecção por via ascendente é a principal forma de infecção do trato urinário, sendo observada a ascensão dos micro-organismos pela uretra, podendo atingir a bexiga, ureteres e os rins. É muito comum que bactérias que vivem no intestino humano entrem em contato com a uretra e causem a infecção por essa via. A via hematogênica ocorre devido a intensa vascularização do rim podendo o mesmo ser comprometido em qualquer infecção sistêmica; é a via de eleição para ITU por alguns micro-organismos como Staphylococcus aureus, Mycobacterium tuberculosis, sendo também a principal via das ITU em neonatos. Alguns patógenos provenientes da via hematogênica: ▪ S. aureus ▪ M. tuberculosis 6 ▪Leptospira interrogans (Leptospirosezoonose) ROTA ASCENDENTE – E. coli UPEC (presente no intestino) atinge a uretra / cateter vesical etc. Leptospirose patógeno da via hematogênica. Espiroqueta, Gram negativa, com 2 endoflagelos. Transmissão: penetração da bactéria, proveniente de água contaminada com urina de rato, em pequenas abrasões na pele ou mucosas. Diagnóstico: teste sorológico ou detecção do microorganimo ou seu DNA em amostras de sangue, urina ou outros fluidos. CONTATO COM ÁGUA CONTAMINADA; PERIODO DE INCUBAÇÃO: 1 OU 2 SEMANAS; INFECTA CÉLULAS FAGOCÍTICAS, INVADINDO O SISTEMA IMUNE; SINTOMAS: DOR DE CABEÇA, DOR MUSCULAR, CALAFRIOS E FEBRE; DIAS DEPOIS, OS SINTOMAS AGUDO DESAPARECEM E A TEMPERATURA VOLTA AO NORMAL; APÓS ALGUNS DIAS, A FEBRE PODE RETORNAR; INSUFICIÊNCIA RENAL. Grupos de risco (principais) ▪ Crianças até 6 anos de idade. ▪ Mulheres (padrão anatômico) / jovens e com a vida sexual ativa ▪ Adultos idosos com mais de 60 anos (hiperplasia prostática benigna) Padrão anatômico feminino Uretra mais curta e pouca distância entre a vagina e o ânus A - ITU não complicada ▪ Geralmente em quadros de pielonefrite ▪ Falhas terapêuticas ▪ Alterações estruturais ou funcionais do trato urinário ▪ Desenvolvida em ambiente hospitalar (ex. Pseudomonas) ▪ Patógenos comuns: bactérias gram positivas e gram negativas com elevada frequência de organismos multirresistentes. Ex.: Enterobactérias produtoras de Beta Lactamases de Espectro Estendido (ESBL – E. coli, Klebsiella) B - ITU de repetição (comum: E. coli) b) ITU complicada (fator de virulência microbiano X resposta imune humana) ▪ Geralmente em quadros de cistite ▪ Sistema urinário sem alterações ▪ Imunocompetentes ▪ Patógeno comum: E. coli Obs.: Um MULHER é considerada portadora de ITU de repetição quando acometido por 3 ou + episódios de ITU no período de 1 ano. O HOMEM quando ocorre 2 ou + episódios de ITU no período de até 3 anos. Profilaxia na ITU ▪ Higiene pessoal, incluindo a higiene íntima no sentido ântero-posterior do períneo, evita a migração de bactérias da região anal para a região periuretral 7 ▪ Aumento da ingestão hídrica : 1,5 a 2 litros de água /dia contribui para a lavagem vesical e dificulta a aderência da bactéria ao tecido vesical ▪ Micção com intervalos mais curtos evita a estase urinária, que contribui para a proliferação de micro-organismos ▪ Prevenção contra doenças em que os patógenos atingem o rim por via hematogênica Mecanismo de controle da patogenicidade ▪ pH da urina (concentração de ureia elevada) (normal de 5 a 6) ▪ Osmolaridade urinária elevada ▪ Fluxo urinário ▪ Válvula fisiológica no ureter que impede o fluxo reverso da urina para o rim ▪ Secreções prostáticas ▪ Inibidores de adesão: uromodulina* ou proteínas Tamm-Horsfall produzidas nos rins e excretada na urina e mucopolissacarídeos secretados pelo uroepitélio ▪ Resposta imune (migração de fagócitos, principalmente neutrófilos). OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM ORIENTADORES DE ESTUDO: 1 - Analisar a forma e coloração de Gram de Proteus mirabilis; bactéria gram-negativa, Anaeróbia facultativa, em forma de bastonete, com motilidade e capaz de produzir grandes quantidades de urease. 2 - Justificar os principais fatores de virulência de Proteus mirabilis, de UPEC e das principais bactérias causadoras de ITU. PROTEUS – fatores de virulência: Fimbrias, flagelos (fenômeno de Swarming), uréase (quebra de ureia, aumentando o ph da urina formando cálculos), capsula (facilita a formação de cristais de estruita). UPEC – fatores de virulência: flagelos, fimbrias, capsula, catalase positiva, exotoxina. PRINCIPAIS PARA ITU: E.coli (UPEC E UROPATOGENICA) Klebisiela Proteus Mirabilis Candida albicans (uso de sondas) Staphylococcus saprophyticus 8 CASO CLÍNICO TUBERCULOSE Características gerais da Micobactérias • Bacilos pleomórficos: retos ou encurvados, filamentosos ou formas ramificadas. (0,2- 0,6 µm por 1-10 µm) • Bacilos Álcool-ácido Resistentes (BAAR) • Aeróbios obrigatórios (estritos) • Sensível a ação de calor e radiação ultravioleta = sensível a luz solar • Resistente à dessecação e ao ambiente escuro – podem sobreviver por anos no ambiente externo • Parede: Complexa Lipídeos (60% lipídeos) • produção destes lipídeos (Ácido micólico) Quais as diferenças entre as paredes das bactérias coradas por Gram e as BAAR? (A) Membrana plasmática Parede: (B) Peptidoglicano (PEG) (C) Arabinogalactana (AGA) - polissacarídeo ligado ao PEG (D) Lipoarabinomanana coberta por manose (LAM) - fator imunogênico (E) proteínas associadas à membrana plasmática e à parede celular (PT) (F) ácidos micólicos (AM) - ácidos graxos de cadeia longa (60-60 átomos de carbono) (G) moléculas de glicolipídios (GL) de superfície associadas aos ácidos micólicos Técnica de ZiehlNeelsen - Técnica utilizada para bactérias que não são coradas pela coloração de Gram (Mycobacterium e Nocardia). Essas bactérias são denominadas de Bacilos Álcool-ÁcidoResistentes (BAAR). - Na coloração de Ziehl-Neelsen, o calor atua como um mordente (fixador)físico enquanto o fenol (carbol da carbolfucsina) atua como mordente químico. - Na coloração de Kinyoun não requer aquecimento, “realizado a frio”. Requer alta concentração de fucsina. Mycobacterium tuberculosis • Principal agente de tuberculose no homem • parasita intracelular facultativo (macrófagos) • Imóvel • Crescimento lento /Tempo de geração de 24 horas • Sem Fatores de Virulência Clássicos • Virulência: Propriedades metabólicas e/ou estruturais: Fosfolipases, lipases, esterases e proteases; PknG (proteina kinase G) . • Componentes lipídios estão envolvidos na patogênese (Intracelulares facultativas e não são destruídos no interior dos fagócitos, evita fusão do fagossoma com o lisossoma). Então a capacidade de sobrevivência dentro do macrófago seria um fator de virulência do M. tuberculosis? Sim! A maioria das bactérias e micobactérias não patogênicas são rapidamente mortas quando fagossomo funde-se com lisossomos. • O M. tuberculosis permanece dentro dos fagossomos e a bactéria libera PknG (proteina kinase G) para bloquear a fusão do fagossomo com lisossomo. • As bactérias que não possuem gene pknG são rapidamente transferidas para os lisossomos e eliminadas. Transmissão - Somente pessoas doentes com tuberculose pulmonar e laríngea transmitem a doença. 9 Transmissão: Partículas infectantes - paciente com TB ativa (inflamação crônica e disseminação para novos hospedeiros): - Contato direto - Inalação de aerossol (tosse, espirro, fala) - Perdigotos no ar: Suspenso por horas (alto contágio: 1 a 10 bacilos, suficientes para infecção) - Bacilos inalados: fagocitados por macrófagos alveolares Contágio Um indivíduo bacilífero de uma comunidade pode infectar entre 10 e 15 pessoas num ano. Convivência aumenta a possibilidade de infecção. A formação de granulomas é uma das principais características clínicas da tuberculose • O M. tuberculosis permanece dentro dos fagossomos e iniciam sua replicação. • Formação devido presença de fagócitos, bacilos, células do parênquima pulmonar: Necrose sólida (caseosa) = REFÚGIO DE BACILOS • Formação de cavidade pulmonar - Disseminação através da tosse; • Disseminação extrapulmonar: Tuberculose miliar Vacina: BCG (Bacilo de Calmette e Guérin) M. bovis atenuado : a vacina oferece 50% de proteção das principais formas , 68 % para meningoencefalite. Tuberculose – Diagnóstico CLÍNICO •Contato com pessoas com BK (infecção – bacilíferos) •Sintomas e sinais sugestivos: •tosse seca ou produtiva por 3 semanas ou + •febre vespertina; perda de peso; sudorese noturna; dor de cabeça DIAGNÓSTICO •História de tratamento anterior para BK •Presença fatores de risco: pessoas que vivem com HIV (PVHIV), câncer, etilismo. 1. Baciloscopia (escarro e coloração de BARR) 2. Cultura (cultivo em ágar Lowestein Jensen) e teste de sensibilidade aos antimicrobianos 3. Teste rápido molecular para tuberculose (TRM-TB) 4. Raio X • pacientes adultos com sintomas respiratórios • pacientes com alterações ao RX Suspeita de TB pulmonar com exame direto negativo; • Diagnóstico de forma extra-pulmonares; • Casos suspeitos de resistência bacteriana às drogas (testes de sensibilidade a drogas). OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM ORIENTADORES DE ESTUDO: 1- Caracterizar morfologicamente as bactérias M. tuberculosis. Bacilo - em forma de bastão – álcool acido resistente (retem a coloração) Aeróbio; Intracelular facultativo ( sobrevive e se multiplica no interior de células fagocitárias); Parede rica em lipídeos e acido micolico (facilita viver nos macrófagos) 2- Descrever os mecanismos de patogenicidade de M. tuberculosis, formas de transmissão, métodos de diagnóstico, tratamento e profilaxia. 10 PATOGENICIDADE Bacteria aeróbia, após inalação por aerossóis que se propaga através do ar, contendo os bacilos expelidos por um doente com TB pulmonar ao tossir, espirrar ou falar em voz alta. Após a inalação o bacilo segue ate o pulmão (principalmente do lado direito que tem mais O2, vai para corrente sanguínea ou linfática para atingir outros órgãos. 3- Executar a técnica de coloração de Ziehl Neelsen; Há bactérias que são resistentes à coloração, mas que uma vez coradas vão resistir fortemente à descoloração. Às bactérias que possuem esta propriedade dizemos que são ácido-álcool resistentes. Esta característica é devida ao elevado teor de lípidos estruturais (ex. ácido micólico) na parede celular destas bactérias, que provoca uma grande hidrofobicidade, dificultando a ação dos mordentes e diferenciadores de corantes aquosos. A técnica de Ziehl-Neelsen evidencia esta ácido-álcool resistência. Segue o seguinte protocolo: Confeccionar o esfregaço seguindo as técnicas atuais de biossegurança; Cobrir a lâmina com fucsina fenicada (o mordente é o ácido fénico); Aquecer a lâmina até à emissão de vapores (é importante não deixar ferver); Aguardar 5 a 8 minutos; Lavar com água corrente; Cobrir a lâmina com álcool- ácido 3% até descorar totalmente o esfregaço; Lavar com água corrente; Cobrir a lâmina com azul de metileno durante 1 minuto; Lavar com água corrente; Secar; Observar. A fucsina fenicada, atuando a quente, vai corar todas as células bacterianas e outras estruturas presentes no esfregaço de vermelho (o calor vai derreter os lípidos de membrana, tornando-a permeável). O ácido diluído em álcool aplicados vão descorar todas as bactérias exceto as ácido-álcool resistentes, que permanecem coradas de vermelho pela fucsina. Assim, ao serem observadas após coloração e contraste, com azul de metileno, encontraremos as bactérias: Ácido-álcool resistentes: coradas de vermelho. Não ácido-álcool resistentes: coradas de azul. 4- Diferenciar as técnicas de coloração: Ziehl Neelsen e de Gram. Coloração de Gram é baseado na capacidade das paredes celulares de bactérias Gram- positivas de reterem o corante cristal violeta no citoplasma durante um tratamento com etanol- acetona enquanto que as paredes celulares de bactérias Gram-negativas não o fazem. O método de coloração de Ziehl-Neelsen é utilizado para a detecção dos BAAR (bacilos álcool-ácido-resistentes. 5- Explique porque as micobactérias e Nocardia se coram apenas pela técnica de Ziehl Neelsen e não se coram pela técnica de Gram? Devido ao elevado teor de lípidos estruturais (ex. ácido micólico) na parede celular destas bactérias, que provoca uma grande hidrofobicidade, dificultando a ação dos mordentes e diferenciadores de corantes aquosos. 11 CASO STAPHYLOCOCCUS AUREUS E STAPHYLOCOCCUS EPIDERMIDIS Os estafilococos são bactérias cocos Gram- positivas, com arranjo dos cocos dispostas em cachos, bactérias não formadoras de esporos, imóveis e catalase positivos. Staphylococcus aureus são coagulase- positivos, colonizadores das narinas e comumente encontrados na pele humana. Fatores de virulência: enzimas como catalase e coagulase, cápsula, proteínas de superfície, citotoxinas (como hemolisina, toxina do choque tóxico, superantigenos etc) sendo considerados os mais virulentos do gênero. As espécies são diferenciadas pelo teste da coagulase, sendo S. aureus coagulase positiva e as demais espécies de estafilococos coagulase negativa (ECN). Os Staphylococcus epidermidis são coagulase-negativos, membros da flora normal da pele humana. Fatores de virulência: biofilme, lipases. A hemocultura é o exame realizado com o objetivo de isolar e identificar patógenos no sangue de um paciente que se supõe ter uma infecção, bacteremia, sepse, em que o sangue do paciente é inoculado em meio de cultura. Os estafilococos desenvolvem rapidamente resistência a numerosos antimicrobianos, podendo ser pormeio da bomba de efluxo, por resistência à meticilina (MRSA) e resistência à vancomicina (VRSA). É importante realizar o antibiograma, um teste de sensibilidade das bactérias aos antibióticos testados. BACTÉRIAS GRAM POSITIVAS - FATORES DE VIRULÊNCIA Staphylococcus aureus: cocos gram positivos em cacho Enzimas a) Catalase: conversão do peróxido de hidrogênio em água e oxigênio – impede a digestão intracelular. b) Coagulase impede a cascata normal da coagulação do plasma. Produção de fibrina . c) hialuronidase destrói ácido hialurônico – Toxinas : a) Hemolisinas (lisam eritrócitos; ação sobre musculatura lisa vascular) Doenças de pele associadas: Erisipela, celulite, impetigo bolhoso, impetigo não bolhoso, furúnculo, carbúnculo, foliculite, síndrome da pele escaldada, etc b) Citotoxina associadas a síndrome da pele escaldada – toxina exfolitativa - Cápsula; - Proteína A: proteína de superfície que se liga à IgG impedindo a fagocitose - Lipoproteinas na parede induzem citocinas pró-inflamatórias; - Ácidos teicoicos, lipoteicoicos – adesão, PAMP Staphylococcus Coagulase negativa : cocos gram positivos em cacho ex. S. epidermidis: infecção em próteses, cateteres e o mais frequente encontrado em hemoculturas. 12 Catalase positiva; Coagulase negativa Streptococcus pyogenes : cocos gram positivos em cadeia Cocos em cadeia ; Beta hemolítico Aspectos clínicos importantes da ERISPELA: área afetada edemaciada, eritematosa, quente, de limites bem definidos, bordos elevados, com aspecto de casca de laranja, por vezes com vesículas, muito dolorosa. Faixas avermelhadas ao longo do trajeto dos vasos linfáticos. Comum em crianças e idosos (70% EM MEMBROS INFERIORES). Causa mais comum de infecção grave de tecidos moles em indivíduos saudáveis. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM ORIENTADORES DE ESTUDO: 1- Descrever o gênero Staphylococcus e diferenciar as espécies S. aureus e S. epidermidis. Staphylococcus - grupo de bactérias gram- positivas que possuem formato arredondado, são encontradas agrupadas em cachos, semelhante a um cacho de uva e o gênero é chamado de Staphylococcus, são catalase positiva, ou seja, degradam peróxido de hidrogênio. S. aureus - Cocos gram positivos, Anaeróbio facultativo, Catalase positiva, Coagulase positiva, Exotoxina (depende de como ocorre a infecção, se for gastrointestinal é enterotoxina e se for uma infecção na pele por ex ela produz citotoxina, hemolisina), Semeado em ágar salgado, chamado sal manitol, Ágar DNAse positivo, Resistência microbiana: produz beta lactamase, enzima que degrada a penincilina e o gene MECA, que é encontrado em cepas resistentes a meticilina (MRSA) e codifica uma proteína que tem baixa afinidade para antibióticos betalactâmicos fazendo com que não ocorra a inibição da síntese da parede microbiana. S. epidermidis - Cocos gram positivos, Anaeróbio facultativo, Catalase positiva, COAGULASE NEGATIVA, Biofilme, Lipase, Ágar DNAse negativo, Sensível à novabiocina e optoquina. 2- Investigar os fatores de virulência das espécies S. aureus e S. epidermidis. S. aureus – FATORES DE VIRULÊNCIA: Catalase, Coagulase, hialuronidase, Hemolisinas (toxinas), Cápsulas, Proteína A e - Ácidos teicoicos, lipoteicoicos. – S. epidermidis - Catalase positiva; Coagulase negativa. 3 - Compreender os mecanismos de resistência de S. aureus aos antibióticos. Essa resistência era mediada pela aquisição de genes que codificavam enzimas, inicialmente conhecidas como penicilinases, e agora chamadas β-lactamases. 1) alteração da proteína alvo de ação da droga, ou seja, das “PBP”s; 2) produção de enzimas inativadoras, chamadas beta-lactamases
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