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MICROBIOLOGIA Urocultura Quando a amostra de urina entra no laboratório são feitas 2 coisas: 1- Guardar parte da amostra em uma alíquota na geladeira 2,8 °C por no máximo 24h 2- Semear em meios de cultura Os meios de cultura usados na semeadura de urina podem ser: • Ágar CLED (quantitativo) ou MacConkey • Lâmino-cultivo • Ágar Cromogênio. Após a Semeadura esses ágares vão para a estufa de 18 às 24h. • Se crescer, fazer a identificação (bacterioscopia + testes bioquímicos) e teste de sensibilidade. • Se não crescer, se pega a alíquota da geladeira, e é feito uma bacterioscopia (Gram), para avaliar se há predomínio ou não de certa espécie de bactéria e para avaliar a leucocitúria do paciente. • Se for visualizado na bacterioscopia um predomínio de bactérias, como por exemplo, numerosas bactérias gram-positivas. Fazer uma semeadura dessa alíquota em um meio rico como Ágar sangue e avaliar o crescimento. Uma bactéria que poderia crescer seria o S. agalactiae. • Além disso, a placa que não cresceu é deixada por mais 24h para avaliar crescimento. A microbiologia de Urocultura trabalha juntamente com a bioquímica. Através do Exame de Urina I, podem ser avaliados sedimentos como leucócitos, hemácias e bactérias. Na bioquímica podemos avaliar uma leucocitúria ou hematúria aumentada, o que pode servir de ajuda no auxílio diagnóstico de microbiologia. Se houve crescimento nas placas de CLED/MacConkey, de vários microrganismos, diz-se que tem um crescimento misto de microrganismos, nesse caso não há como avaliar, pois a infecção pode estar sendo causada por uma bactéria, ou por todas elas. Se crescer em ágar 2 bactérias, e uma bactéria tiver um crescimento bem maior que a outra como 80 a 90% de crescimento, é indicativo de infecção por essa bactéria. Situações: 1- Se houver leucocitúria aumentada com bactéria de microbiota Pode ser uma bactéria que não cresce em meio tradicionais ou uma bactéria intracelular. Pode-se semear novamente a amostra para a pesquisa. 2- Hemácias e leucócitos aumentados As hemácias aumentadas na urina podem lisar e liberarem enzimas que inibem o crescimento da bactéria, logo quando for semear, não irá crescer nada, ou muito pouco. 3- Leucócitos e hemácias normais + bactérias (10^5) - Mesmo que os leucócitos não estejam aumentados, não quer dizer que o paciente não tem infecção. Uma carga bacteriana de 10^5 mesmo sem leucócitos, indica infeção, pois o paciente pode ser idoso, ou Imunossuprimidos. Ou a amostra pode ter sido contaminada. Urina O método de coleta deve ser descrito para a realização do exame microbiológico, assim como características clínicas do paciente (gravidez, imunossupressão, sintomas etc.). • Amostra de urina de jato médio – quantitativa • Amostra de primeiro jato – coletar os 10 primeiros ml de urina (substituto da secreção uretral) • Amostra de sonda de alívio • Coleta suprapública Na urocultura é feita uma estria quantitativa na semeadura da placa dos ágares. Triagem e identificação Se não houve crescimento na estufa, fazer o protocolo já descrito anteriormente Se houve crescimento – Avaliar o crescimento e fazer a identificação da bactéria. Avalia-se o citrato e o indol (o indol é feito no próprio lâmino-cultivo, pingando o reativo de Kovacs). DOENÇAS MICROBIANAS DA PELE: COCOS GRAM POSITIVOS Cocos gram-positivos pertencem à microbiota residente, são os mais encontrados na pele. Teste da catalase (fator de virulência – identifica o gênero) • É utilizado para diferenciar Staphylococcus de Streptococcus. • A catalase é uma enzima responsável por converter o peróxido de hidrogênio em O2 e H2O. • Em lâmina coloca-se a colônia (retirada da placa com um palito de madeira) + uma gota de peróxido de hidrogênio, se borbulhar o teste é positivo para catalase. • Staphylococcus são positivos nesse teste, já Streptococcus e enterococcus são negativos. Staphylococcus aureus Fatores de virulência Proteína A – Interfere na opsonização inibindo a fagocitose. Proteína presente na parede celular de muitas linhagens de Staphylococcus aureus. Liga-se seletivamente à região Fc da IMUNOGLOBULINA G humana normal e derivada de mieloma. Ela induz a atividade de anticorpo e pode causar reações de hipersensibilidade devido à liberação de histamina; também tem sido utilizada como marcador de antígeno de superfície celular e na avaliação clínica da função do linfócito B. Coagulase – É uma proteína com atividade similar a protrombina, ou seja, reage com o fibrinogênio que é convertido em fibrina, formando coágulos. O coágulo atua protegendo a bactéria dos fagócitos e a isola das outras defesas do hospedeiro. Para os testes a preferência é pela coagulase livre pois está em maior quantidade, muitas vezes a coagulase ligada não é suficiente para detecção. Pode haver fibrinolisina (ou estafiloquinase) que são enzimas que quebram a fibrina e depois digerem os coágulos formados pelo hospedeiro para controlar a infecção. DNAse – degrada o DNA da célula para tornar o ambiente menos viscoso e facilitar a adesão. Hialuronidase e Colagenase – importantes para a invasão, ajuda o micro-organismo a se espalhar a partir do local inicial da infecção. Ácido teicóico – além de fornecer grande parte da especificidade antigênica da parede e, assim, tornar possível a identificação de bactérias Gram-positivas, também faz adesão às células, principalmente em mucosas. Identificação Coagulase Positiva – Colocar o plasma de coelho + amostra na estufa à 35ºC por 4h. É formado um “botão” de coágulo pela presença da coagulase, que converte o fibrinogênio em fibrina. Pode acontecer de ainda ter fibrinolisina e dar resultado falso-negativo, sendo necessárias mais 24h à temperatura ambiente para que a fibrinolisina perca sua atividade. DNAse – Usar meio nutritivo (àgar DNAse) + DNA (para a bactéria crescer) + bactéria. É utilizado um indicador de pH (como o DNA é ácido, o pH ficará básico se for degradado). Ao colocar HCl, na presença de DNA ele irá precipitar. Manitol Positivo – O Staphylococcus sobrevive bem em altas concentrações de sal, então é feito teste em meio de cultura ágar sal-manitol. Se for Staphylococcus aureus irá utilizar o manitol formando ácido, reconhecido pelo indicador de pH. - Para identificação do Staphylococcus aureus sempre devem ser feitos catalase + manitol + algum de escolha (DNAse ou coagulase). http://decs.bvs.br/cgi-bin/wxis1660.exe/decsserver/?IsisScript=../cgi-bin/decsserver/decsserver.xis&previous_page=homepage&task=exact_term&interface_language=p&search_language=p&search_exp=Parede%20Celular http://decs.bvs.br/cgi-bin/wxis1660.exe/decsserver/?IsisScript=../cgi-bin/decsserver/decsserver.xis&previous_page=homepage&task=exact_term&interface_language=p&search_language=p&search_exp=Staphylococcus%20aureus http://decs.bvs.br/cgi-bin/wxis1660.exe/decsserver/?IsisScript=../cgi-bin/decsserver/decsserver.xis&previous_page=homepage&task=exact_term&interface_language=p&search_language=p&search_exp=Imunoglobulina%20G http://decs.bvs.br/cgi-bin/wxis1660.exe/decsserver/?IsisScript=../cgi-bin/decsserver/decsserver.xis&previous_page=homepage&task=exact_term&interface_language=p&search_language=p&search_exp=Anticorpos http://decs.bvs.br/cgi-bin/wxis1660.exe/decsserver/?IsisScript=../cgi-bin/decsserver/decsserver.xis&previous_page=homepage&task=exact_term&interface_language=p&search_language=p&search_exp=Hipersensibilidade http://decs.bvs.br/cgi-bin/wxis1660.exe/decsserver/?IsisScript=../cgi-bin/decsserver/decsserver.xis&previous_page=homepage&task=exact_term&interface_language=p&search_language=p&search_exp=Libera%E7%E3o%20de%20Histamina http://decs.bvs.br/cgi-bin/wxis1660.exe/decsserver/?IsisScript=../cgi-bin/decsserver/decsserver.xis&previous_page=homepage&task=exact_term&interface_language=p&search_language=p&search_exp=Ant%EDgenosExotoxinas Esfoliatina – É produzida por alguns Staphylococcus aureus e degrada a molécula de adesão de epitélio cutâneo fazendo uma esfoliação. • Exemplo: no impetigo bolhoso há formação de vesículas amareladas, ricas em bactérias que expressam esfoliatina, essas vesículas se rompem, a exotoxina é liberada, promovendo a esfoliação da pele. É altamente contagiosa e sua localização inicial mais comum é perioral. • Ação localizada da esfoliatina: bolhas na pele • Ação generalizada da esfoliatina: acontece principalmente em crianças. No foco primário da infecção a bactéria expressa a exotoxina, que sai dali e vai para toda a pele do bebê formando vesículas transparentes apenas com exotoxinas, sem concentração de bactérias, o que leva a esfoliação. É chamada de doença de pele escaldada ou doença de ritter. O sinal de Nikolsky é a deslocação da pele a partir de uma leve pressão. Citotoxina hemolisina e leucocidinas – formam poros na membrana para extravasar o conteúdo intracelular, estimulando uma resposta inflamatória. • Exemplo: PVL (leucocidina de panton valentine) associada a lesões dermonecróticas. Ao formar poros na membrana ocorre a lise de leucócitos causando necrose. Infecção superficial (folículo piloso) • Foliculite • Sicose de barba (foliculite intensa) • Impetigo bolhoso Infecção superficial (folículo piloso, tecido conjuntivo, glândula sebácea) • Furúnculo • Terçol • Carbúnculo (complicação de furúnculo) Há aumento da secreção sebácea; bactéria degrada esse lipídeo e o AG, isso é tóxico para a pele e leva a uma resposta inflamatória. Streptococcus pyogenes É uma bactéria patogênica altamente infecciosa e frequentemente responsável por faringites. Esta espécie também pode provocar doenças mais graves como a escarlatina e a febre reumática. Características Gerais • Beta hemolítico do grupo A • Cocos Gram-positivos • Possui ácidos teicóico e lipoteicóico • Capsulados (inibe fagocitose) Fatores de Virulência • Fímbria: possibilita a fixação da bactéria à mucosa faringoamigdalina; • Toxina eritrogênica: responsável pelo eritema da escarlatina; • Cápsula: confere resistência à fagocitose; • Proteína M: interfere com a fagocitose de modo que amostras ricas nesta proteína são resistentes, tornando-se sensíveis na presença de anticorpos anti-M; • Ácidos lipoteicóicos: importantes componen- tes da superfície dos estreptococos do grupo A, formando fímbrias juntamente com a proteína M; • Peptideoglicano: é tóxico para células animais in vitro e in situ; • Estreptolisina o S - é a responsável pelo halo de hemólise. Estudos recentes sugerem que ela é responsável pela morte de uma parte dos leucócitos que fagocitam o S. pyogenes; o O - também é uma hemolisina, mas só é ativa na ausência de oxigênio. Parece contribuir com a vi rulência do S. pyegenes porque pod e lesar outras células além das hemácias. • Fibrinolisina • Estreptoquinase, desoxirribonuclease e hialuronidase: são enzimas produzidas pela maioria dos S. pyogenes estando provavelmente envolvidas na patogênese das infecções estreptocócicas. • Superantígenos - causam erisipela e escarlatina. As escarlatinas se originam de um quadro de faringite. Faringo-amigdalites Estreptococos aderem à faringe e tonsilas com auxílio do ácido lipoteicóico, proteína M e polissacarídeo C, levam à alteração da microbiota, resultando em um quadro de colonização ou infecção. Na infecção, as complicações incluem otites, sinusites, meningite e escarlatina. S. pyogenes leva a um quadro com exsudato purulento a COLETA é feita do local edemaciado Em crianças é solicitado o teste do sabonetinho (teste rápido), que consistem em um swab da região, que por ser feito crianças, a coleta é dificultada, ocorrendo a contaminação com saliva, levando à um falso negativo. Complicações não supurativas Ocorrem quando a doença não é adequadamente diagnosticada ou tratada Glomerulonefrite: ocorre de 1 a 4 semanas após a faringite ou uma infecção cutânea, impetigo. É um quadro de deposição do complexo de anticorpo- antígeno nos glomérulos renais, ocorrendo inflamação no local seguido de edema generalizado, hipertensão, hematúria e proteinúria. Febre reumática: ocorre no mesmo período da Glomerulonefrite, sendo uma reação cruzada entre anticorpo e antígeno, que reagem com o tecido cardíaco humano, levando a complicações locais por sua citotoxicidade. Cardiopatias reumáticas: produção de níveis altos de anticorpo anti-estreptolisina O, com lesões crônicas nas válvulas cardíacas. Tratamento Não se faz teste de sensibilidade à antimicrobianos para pyogenes, só se faz quando o paciente tem muitas recidivas. • Feito com penicilinas ou cefalosporinas. Mycobacterium • Bacilos longos e finos ou cocoides • Aeróbios • Imóveis • Não formam esporos • Contaminação Aerossol • Ocasionalmente formam filamentos ramificados • Exigentes nutricionalmente (estritamente patogênicos) – meio de cultura a base de ovo/amido. CRESCIMENTO LENTO – cerca de 30 dias • Parede rica em lipídeos (fator de virulência) • Álcool ácido resistência As paredes das micobactérias apresentam composição e arquitetura distintas das bactérias Gram positivas e Gram Negativas. Tem uma complexa parede rica em lipídeos – responsável por muitas das características da bactéria, por exemplo, álcool ácido resistência, crescimento lento, resistência a detergentes, resistência aos antibióticos comuns e antigênicidade. Pesquisa de micobactérias A pesquisa de micobactérias é feita através da baciloscopia ou BAAR (bacilo álcool-ácido resistente). Baciloscopia: pesquisa de bacilos álcool-ácido resistentes, geralmente pedida quando não há melhora com o uso de antibióticos. BAAR: A coloração de bacilos álcool-ácido resistentes como as micobactérias é feita através do método de coloração de Ziehl Neelsen. Podemos dividir as micobactérias em dois grandes grupos: Tuberculosas (complexo M. Tuberculosis) – crescimento lento. • M. tuberculosis • M. bovis – Suas proteínas são utilizadas para formulação de vacina • M. africanum • M. Canetti • M. pinnipedil • M. caprae Não tuberculosas (NTM) – micobacteriose (normalmente infecções de pele) • Algumas não tuberculosas levaram a quadros pulmonares Micobactérias não tuberculosas • Não é isolada em ágar sangue • Crescimento rápido (18 a 24h) • Presente em ambientes naturais (água e solo) e ambientes artificiais (piscinas) • Vivem em ambientes com poucos nutrientes • Toleram grandes faixas de pH e temperatura • Capacidade de formar biofilme. MYCOBACTERIUM LEPRAE • Causadora da hanseníase • Não é cultivável em nenhum meio de cultura, só é visualizado na microscopia • Crescem em temperaturas menores que 37ºC • Causa infecções cutâneas DOENÇAS MICROBIANAS DO SISTEMA DIGESTÓRIO Família Enterobacteriaceae • Escherichia • Citrobacter • Enterobacter • Klebsiella • Salmonella • Shigella São anaeróbios facultativos (crescimento rápido em meios comuns) Classificação • Provas bioquímicas • Estruturas antigênicas • Hibridação • Sequenciamento de DNA. Habitat • Solo • Água • Vegetação • Trato intestinal da maioria dos animais Caracterização antigênica • Ag O - parte polissacarídica do LPS • Ag K - Kapsel = cápsula (polissacarídeos ou proteínas) • Ag H - proteínas flagelares • Finalidade: especificidade antigênica Principais fatores de virulência • LPS (Lipídeo A) – endotoxina • Cápsula – antígeno K • Sistema de secreção tipo III – injeta proteínas dentro de células do hospedeiro. • Sistemas de captação de ferro. Ex. Sideróforos Fotocromogênicas –crescimento lento em culturas expostas a luz, pigmento alaranjado Estocromogênicas – pigmento amarelo alaranjado na ausência de luz Acromogênicas – crescimento lento, não tem pigmento Acromogênicas ou Fotocromogênicas – crescimento rápido (até 7 dias) • Resistência ao soro – em infecções sistêmicas - cápsula e outros fatores que impedem ligação do complemento e subsequente eliminação da bactéria. • Resistência aos antimicrobianos – resistência múltipla, mediada por plasmídeos. Gêneros de Bacilos Gram-negativos fermentadores de glicose mais isolados em amostras clínicas humanas: • Citrobacter • Enterobacter • Serratia • Proteus/Morganella Grupo mais numeroso de microrganismos anaeróbios facultativos presentes no intestino humano (109 bactérias/g fezes). Identificação segundo propriedades bioquímicas, estrutura antigênica (sorotipagem) e sequenciamento de material genético. Grupo CESP • Infecções do trato urinário (ITU). • Infecções hospitalares em neonatos (meningites) e imunocomprometidos. • Alta resistência a diversos antimicrobianos - falha terapêutica Proteus mirabilis • Causa infecções do trato urinário • Produz urease - aumenta o pH da urina, sendo tóxico para o epitélio urinário. Enterobacter sp. • Capacidade de contaminar equipamentos médicos e soluções parenterais • Infecções comunitárias: diversas • Infecções nosocomiais: infecções do trato urinário e pneumonias. Serratia sp. • Principal Espécie: Serratia marscescens • Capacidade de contaminar equipamentos médicos e soluções de baixo poder desinfetante. • Infecções nosocomiais: bacteremias, ITU e pneumonias. Membros da família Enterobacteriaceae mais frequentemente relacionados com doenças humanas: Klebsiella sp. • Bactérias capsuladas • Gosta de aderir em muco pois tem mucinase • Principais espécies são K. pneumoniae e K. oxytoca • Infecções comunitárias: pneumonias, ITU e infecções de ferimentos • Infecções nosocomiais: pneumonias e ITU • Doença granulomatosa: causa de pneumonia em pessoas com funções pulmonares comprometidas (não removem secreções). Colonizando pacientes saudáveis são resulta em grandes problemas, porém se colonizar trato respiratório superior de pacientes com comorbidades, idosos, ou imunodeprimido é preocupante. Normalmente não se pesquisa essa bactéria, a não ser que o paciente entre na UTI, relembrando a cultura de vigilância. Essa bactéria pode migrar e causar infecção de trato urinário, tecido mole, se infectar por um ferimento. Patogênese • Inalação alvéolos (resiste à fagocitose devido à cápsula) • Necrose alveolar – forma cavidade – escarro sanguinolento • Outras infecções: em ferimentos, tecidos moles e ITU Ambiente hospitalar: Trato respiratório, ITU, bacteremia Paciente ambulatorial: Feridas, ITU Pode levar a lesões granulomatosas em seios nasais e paranasais, laringe, faringe, e dessa ulceração será capturado o material clinico, onde o microrganismo será encontrado. Princípios dos testes Estudar pelos slides – aula 5 Características para identificação presuntiva Quais são os indícios iniciais de que uma bactéria desconhecida pode pertencer a uma enterobactéria? Morfologia e propriedade tintoriais no Gram: Primeira coisa a se pensar é que se cresceu no meio de cultura será feito um gram, e será analisada a morfologia e propriedade tintoriais na microscopia. Serão encontrados bacilos ou cocobacilos G- (a morfologia se adapta ao ambiente, de acordo com o pH, com a quantidade de nutrientes disponível na placa, por exemplo). São anaeróbios facultativos, a partir dessa informação é decidido os próximos testes. As características morfológicas da colônia em ágar: - Meios não-seletivos (ágar-sangue e ágar chocolate) a semeadura é feita por esgotamento, quantitativa e semi-quantitativa. • Klebsiella pneumoniae • Proteus ssp. – possui véu. Expressa uma proteína que libera uma camada no meio de cultura que atrapalha o crescimento bacteriano de outros microrganismos porque contamina a cultura. Se a quantidade de eletrólitos diminuir, o Proteus não consegue produzir muito véu. - Meio seletivo e diferencial: utilizados para amostras de fezes que são ricas em bactérias e esses meios irão auxiliar no isolamento de enteropatógenos, por inibir o crescimento da microbiota. (MC, SS, EMB, VB) • MC – MacConkey – possui lactose (se utiliza ou não lactose pra formar ácidos: Lac- fica amarelo e Lac+ fica rosa), sais biliares e cristais violeta (inibe G+), indicador de pH – vermelho neutro. • MC Sorbitol – troca o açúcar para fazer uma triagem grosseira. A EHEC não utiliza o Sorbitol, por exemplo. • SS - Salmonella-Shigella: é altamente seletivo para salmonella e shigella, indicador de pH (vermelho neutro), inibe G+ e coliformes com sais biliares e citrato de sódio, eventualmente crescem outros microrganismos, o que interessa aqui é Lac- e há também a detecção de H2S (+) porque a salmonella produz tiossulfato redutase, será formado um precipitado negro. • EMB – Eosina Metileno Blue: é utilizado no controle de qualidade e é bem diferencial para E.coli (metalizado) e salmonella sp. (roxo-claro ou transparente). • VB – verde-brilhante: um ágar cromogênico utilizado para salmonella sp. (rosa) e Klebsiella sp. (amarela). Ágar cromogênico: muito utilizado para urina, faz uma triagem grosseira. Caldos para enriquecimento: Ao mesmo tempo que a amostra a semeada no ágar também e colocada em um caldo de enriquecimento para continuar inibindo o G+, e continuar a multiplicação as bacterias de interesse clinico, facilitando a multiplicação de enteropatógenos. A partir disso é feito uma segunda semeadura caso na primeira não tenha crescido nada. Crescerão: EPEC, salmonella, shigella. • Selenito (inibe algumas cepas de shigella e coliformes) • Tetrationato (inibe coliformes) Como diferencia-las? • Metabolismo • Enzimas que participam do metabolismo • Sorotipagem Provas bioquímicas TSI – Tríplice Açúcar Ferro: se a bactéria G- é fermentadora de glicose (o meio possui pouca glicose) 1- K/K: pH neutro 2- K/A: fermenta apenas glicose (forma pouco ácido) 3- A/A: fermenta glicose, lactose e sacarose (bactéria não tem tiossulfato redutase) 4- K/A: fermenta apenas glicose, porém maior quantidade de H2S. Teste de OF (oxidação-fermentação): substitui o TSI Procedimento: Utiliza-se um tubo aberto (sem óleo mineral) e um fechado (com óleo mineral). A cor inicial é verde, se há o metabolismo do açúcar, a cor se tornará amarela. Prova da oxidase: Para avaliar se a bactéria possui citocromo-oxidase Procedimento: Coloca a bactéria em um papel de filtro impregnado com substrato (reduzido – incolor) + alfa- naftol na presença de oxigênio. Se a bactéria expressa a enzima, em 10 segundos será formado o azul de indofenol e H2O – terá uma sinalização visual. IAL – Meio de Rugai Modificado Em um único tubo, 9 testes Indol: avaliar se a bactéria produz indol. Procedimento: Colocar substrato (triptofano) no meio de cultura para avaliar se a bactéria tem triptofanase, em caso positivo será produzido indol, ácido pirúvico e amônia. Como o indol é um gás transparente (vai subir para o algodão), é adicionado uma gota do reativo de kovacs, resultando em uma reação de cor rosa. Obs. Em um tubo separado o indol forma um complexo vermelho com o reativo de kovacs, sendo assim, o anel vermelho é teste positivo e o amarelo é negativo. Lisina – descarboxilação da lisina: avaliar se a bactéria possui descarboxilase Tem que acontecer em anaerobiose, para isso tem a cera de carnaúba separando o fundo do tubo do resto. Procedimento: São utilizadas a lisina, ornitina ou arginina, cada uma em um tubo. Se descarboxilar a lisina o produto formadoserá a cadaverina, ornitina resultará em putrecina e arginina resultará em citrulina. Para descarboxilação de aminoácidos é utilizado um indicador de pH chamado purpura de bromocresol, no ponto neutro é lilás claro, caso o produto seja formado, o meio será alcalinizado e o pH estará mais alto, sendo visto um indicador roxo forte, se acidificar o meio, a cor será amarela (negativo). Fenilalanina (LTD): pesquisa da fenilalanina desaminase Procedimento: Colocar a fenilalanina no meio de cultura, se ocorrer a desaminação da fenilalanina haverá formação de ácido fenilpirúvico, para que isso seja observado é adicionado o Fe³, isso deixará o pH ácido e resultará em uma coloração verde musgo. Obs.: Proteus, providencia, morganela são genêros que possuem a fenilalanina desaminase e não chamam muita atenção. Uréia: pesquisa de urease (muito pesquisada direto de biópsia gástrica). Procedimento: Caldo de uréia, se a bactéria expressar urease formará amônia e gás carbônico, para revelar a reação é utilizado o vermelho de fenol como indicador, se o pH subir resultará na cor vermelha (positivo). No rugai é utilizado o azul de bromotimol. Obs.: O laranja é um resultado duvidoso, deve-se repetir o teste. Obs. Proteus chama atenção nesse teste. Motildade: presença de estruturas flagelares em meio semi-solido. No tubo da direita a bactéria é imovel. No tubo da direita a bactéria é lofotriquia, isso é observado porque o meio fica turvido. Para facilitar a observação é adicionado no meio o trifenil de tetrazolio, que deixa rosa. Testes fora do Tubo de Rugai: Citrato: é importante para identificar a espécie, é visto se a bactéria o citrato como única fonte de carbono, se utilizar significa que ela tem citratase. Procedimento: Em uma placa ou um tubo, serão colocados citrato de sódio e sal de amônia, se forem utilizados haverá a formação de hidróxido de amônia (alcalino), para a revelação da reação será utilizado o azul de bromotimol como indicador, caso o resultado sejá negativo, a cor será verde, se o pH diminuir ficará amarelo. Redução de NO3: sempre feito separado do rugai. Avaliar a expressão de nitrato redutase. Procedimento: Em um caldo de nitrato a bactéria que expressa a enzima formará nitrito (18-24h), isso será revelado com a adição de 1º ácido sulfanílico e 2º alfa- naftol, caso seja positivo a reação será avermelhada. Algumas bactérias vão além da redução de nitrato á nitrito, então é necessário adicionar pó de zinco para a confirmação de negativos, porque o zinco faz uma ligação com o nitrato resultando em uma cor de terra (resultado negativo), se não houver cor significa que a prova é positiva (o zinco desce). VM (vermelho de metila) e VP: sempre feitos juntos e separados do tubo de rugai. São utilizados para saber a via metabolica de utilização de glicose. Muito utilizado em casos de contaminação de amostra, porque não pode dar positivo nos dois testes, a bactéria utiliza apenas uma via. Procedimento: É feito no caldo de glicose, se a bactéria utilizar a via de ácidos mistos haverá formação de ácido e o indicador (vermelho de metila) ficará vermelho (tubo inicial é amarelo). Em outro caldo de glicose, se a bactéria utilizar a via de etilenoglicol formando acetoína, para a revelação é adicionado hidróxido de potássio e alfa-naftol resultando em um tom avermelhado. E. coli – Patótipos gastrointestinais Características Gerais Faz parte da microbiota normal, a maioria delas são lactose positiva. As amostras de E. coli que apresentam significado biológico para o homem são classificadas em: Amostras comensais, patógenos extra-intestinais e patógenos entéricos. Uma característica dos bacilos gram negativos da ordem enterobactericeae é o sistema de secreção tipo 3, que é a injeção de proteínas que alteram diversos processos celulares. A bactéria manda proteína para o interior da célula para sinalizar. Via de transmissão de infecção intestinais Indireta: consumo de água e alimentos contaminados com bactérias. (mais frequente) Direta: comunidade, ambiente hospitalar e contato pessoal. No laboratório Nas fezes existem muitas bactérias, então normalmente não é feito o Gram inicial, primeiro é feito o isolamento em placa Os patógenos entéricos podem ser divididos em 5 patótipos: E. coli Enteropatogênica (EPEC) • Formação de pedestal • Causa diarreia aquosa. • Possui receptor para adesão no intestino delgado. EPEC Típica: normalmente acomete crianças de até 1 ano. Mecanismo de virulência: faz adesão nas microvilosidades e célula-célula por ser fimbriada, essa adesão é chamada de adesão localizada/ compactada, a partir dessa primeira adesão ela envia para o citosol uma proteína que será uma mensagem, ela se tornará um receptor para as intiminas na membrana da célula do hospedeiro, possibilitando uma íntima adesão (Lesão A/E) da bacteria com a célula. A partir do momento que a intimina fez essa intima adesão, acontecerá destruição das microvilosidades e alterações no citoesqueleto, formando o pedestal. EPEC Atípica: Os receptores para adesão inicial dela são diferentes da típica e não possuem fimbriam para fazer a adesão célula-célula, resultando em uma adesão frouxa, os receptores para essa E. coli são mais observados em adultos. Causa diarreia persistente (duração de 10-15 dias). De resto, é igual a típica. E. coli Enterotoxigênica (ETEC) Adere a mucosa intestinal. Não invade a célula, não altera as microvilosidades do enterócito, nem forma pedestal. Possui fímbrias de adesão. Causa diarreia em crianças e em adultos que podem ser brandas até graves com desidratação, porém não apresentam leucócitos, sangue ou muco. Mecanismo de virulência: Injeta enterotoxinas no interior da célula, causa um quadro conhecido como diarreia dos viajantes por conta de água e alimentos contaminados. Possui um mecanismo semelhante ao da cólera, por conta da presença de toxinas que estimula a liberação de prostaglandina, que estimula o AMPc, resultando em liberação de água e eletrólitos. As enterotoxinas expressas são a termoestável (ST), que retém sua atividade tóxica a 100°C e a termolábil (LT), que perde sua atividade tóxica a 100°C, essa é dividida em LT-I (amostras associadas ao homem) e LT-II (amostras associadas a alimentos e animais). E. coli produtora de toxina Shiga (STEC) ou E. coli Enterohemorrágica (EHEC) Causa colite hemorrágica e surtos de toxinfecção alimentar causada por carnes mal-cozidas. Esse patotipo expressa enterotoxinas, que dão início ao quadro de diarreia leve e a citotoxina Shiga Like Toxin I e II (SLT-I e SLT-II) que inibe a síntese de proteína. Mecanismo de virulência: Causa adesão frouxa. Inicialmente tudo ocorre como a EPEC, só não há adesão célula-célula por conta da falta de fímbrias. A bactéria adere a célula, fazendo uma íntima adesão (lesão A/E), forma o pedestal, injeção de enterotoxinas, provocando o desequilíbrio hidroeletrolítico e injeta Toxina Shiga na célula a expressão de SLT-II chama mais atenção). A toxina pode invadir o endotélio e lisar hemácias, por conta da lesão causada, será exposto colágeno que irá interagir com a plaquetas formado microtrombos (consumo excessivo de plaquetas), também tem afinidade pelas células renais (síndrome hemolítica urêmica), podendo ter uma insuficiência renal aguda e por células do sistema nervoso central. Esse patotipo pode ter outros fatores de virulência, entre eles a toxina citoletal distensora (CDT) que bloqueia o ciclo celular eucariótico e a enterohemolisina, esses fatores de virulência podem intensificar todo esse processo, mas nem todas as estirpes as expressam. E. coli Enteroinvasora (EIEC) • Causa infecção em crianças maiores de 2 anos e adultos • Ela invade a célula• Expressa enterotoxinas e precisa de proteínas de invasão • Necessário inóculo alto (diferente da Shigella) • Encontrada no trato intestinal • Causa disenteria Possui propriedades bioquímicas diferentes das demais, ou seja, no laboratório será utilizado o tubo de rugai no qual serão visualizadas algumas características diferentes, como lisina negativa e ser imóvel, essas características podem confundir com Shigella Mecanismo de virulência: Os receptores para essa bactéria se encontram no intestino grosso onde se adere e logo após invade a célula formando um vacúolo que será lisado, a bactéria se multiplica dentro da célula, expressa cauda de actina e migra de célula em célula (escapa da resposta inflamatória). A expressão de enterotoxinas resulta em desequilíbrio hidroeletrolítico, a bactéria pode, ao invés de se multiplicar na célula, descer e invadir macrófagos onde se multiplica causando sua lise, provocando resposta inflamatória e necrose de mucosa. E. coli Enteroagregativa (EAEC) • Caracterizada pelo padrão de adesão ás células epiteliais: agregativo (pilha de tijolos) • Diarréria persistente (por conta da formação de biofilme) e aquosa que ocorre em crianças e adultos • Possui fimbria para adesão célula-célula e adesão nas células. Mecanismo de virulência: Após a adesão a bactéria irá sinalizar a entrada de enterotoxinas e citotoxinas. O biofilme auxilia na diarreia aquosa por conta do problema na absorção além dele existem alfa hemolisinas, que causa lise celular, e toxinas que aumentam a quantidade de água e eletrólitos no lúmen, alteração do citoesqueleto (distensão) e acúmulo de muco Salmonella É um gênero de classificação confusa Características Gerais • Bacilos ou cocobacilos Gram negativo • Anaeróbios facultativos • Oxidase negativa • Fermentam glicose • NO3 → NO2 • Imóveis ou móveis com flagelos • H2S positiva • Não fermenta lactose 2 espécies: S. enterica e S. bongori A S. entérica está envolvida em infeções humanas e em animais e possui 6 subespécies, sendo que a subespécie enterica é a reconhecida pela infecção humana. Além disso existem os sorotipos que vão determinar a patogênese da infecção, podem ser, por exemplo, Parathyphi A, Typhimurium, Typhi, Enteritidis, etc. (inicia com letra maiúscula, não escrever em itálico nem em negrito). Como hoje em dia só há a Salmonella esterica subsp. enterica, no laudo só é identificado que a bactéria é a Salmonella e seu sorotipo, por exemplo, Salmonella Typhimunium. Fator de Virulência Fimbrias: por conta dos diferentes tipos de fimbrias, ela faz adesão em diferentes células epiteliais Sistema de secreção do tipo III: translocação de proteínas para o interior da célula. Lipopolissacarídeo (LPS): longas cadeias lateriais do antígeno O. Impede que a membrana interna seja alcançada pelo complexo de ataque a membrana (resposta imune). Superóxido Dismutase: uma das enzimas que a bactéria expressa, responsável por degradar os produtos superóxidos produzidos pela resposta imune. Cápsula: protege a bactéria dos mecanismos de imunidade inata do hospedeiro, impede a opsonização mediada por anticorpo e aumenta a resistência da Salmonella sp. a ação do sistema complemento. Consiste no principal antígeno de superfície da S. Thyphi. Obs.: Salmonella Typhi e Parathyphi são patógenos humanos estritos e a Typhi possui uma baixa dose infectante (quadro sistêmico). Transmissão: Contato com pessoas doentes ou portadores assintomáticos, contato direto (fecal-oral), ingestão de água e alimentos contaminados. Patogênese As Salmonellas são causa de infecções intra e extra- intestinais, se no primeiro contato a bactéria foi ingerida, ocorrerá um quadro intra-intestinal, invadem a camada epitelial e tecidos profundos. A principais síndromes clínicas são as gastroenterites causadas, por exemplo, por S. Typhimurium, caso a bactéria saia do local de infecção primária, ela pode deixar de causar um quadro autolimitado e passar a causar um quadro chamado sepse com abscessos metastáticos (infecção extra-intestinal) – formação de abscessos pela resposta imunológica exacerbada. Outras síndromes extra-intestinais: febre tifóide causada por S. Typhi e febre paratifóide causada por S. Paratyphi (forma branda). Gastroenterite por Salmonella sp. É uma infecção aguda (intensa inflamação) da mucosa intestinal que se caracteriza por infiltração e transmigração epitelial de neutrófilo, exsudação de liquido seroso e diarreia (sem sangue). Possui dose infecciosa muito alta (pelo menos 100 mil organismos) e é autolimitada, durando de 2 dias até 1 semana. • Atinge adultos e crianças • Adesão fimbriada ao intestino delgado e grosso • Invasão transepitelial (não há apagamento das microvilosidades e sim formação de ondas provocadas por proteínas expressas pela bactéria) e multiplicação dentro do vacúolo endocítico. • Alcançam a lâmina própria – pode invadir as células que estão ali (como neutrófilos), rompe essas células e provoca resposta inflamatória, secreção de fluidos e diarreia. Em indivíduos debilitados pode ocorrer a migração da bactéria da lâmina própria para vasos linfáticos e sangue, resultando em septicemia, meningite ou outros. Febre Tifóide (febre entérica) Doença sistêmica febril caracterizada por febre gradual constante 10 a 14 dias após a infecção. Patogênese A S. Typhy e Paratyphi têm uma predileção pelo intestino delgado, nessas células ela invade e já vai para a camada subeptelial onde invade macrófagos onde pode ou não se multiplicar. Nesse momento ocorrerá a primeira bacteremia, utilizando o macrófago como transporte para o sangue (bactéria indetectável), depois ela vai para células de afinidade (fígado, baço e medula óssea) onde se multiplica, depois disso ocorre a segunda bacteremia, momento em que ocorre a sintomatologia (baixa detecção). Caso a bactéria vá para a vesícula biliar o paciente se torna portador assintomático, podendo ocorrer uma reinfecção intestinal. Febre Paratifóide Apenas A, B e C S. Paratyphi levam ao quadro semelhante da S. Typhi. Patogênese A patogênese dessa febre é igual a tifoide, as diferenças são: não há portador, e causa um quadro com menos comprometimento (não causa danos em outros tecidos). Shigella Características Gerais • Bacilos Gram negativos • Imóveis • Não formam esporos • Patógenos intracelulares facultativos • Alta especificidade com humanos • Muita parecida com a EIEC S. dysenteriae é a espécie causadora de disenteria bacilar, o que a diferencia das outras é que ela expressa Toxina Shiga que leva a síndrome hemolítica urêmica. Causa surtos epidêmicos e formas severas de disenteria são a causa da maioria dos casos fatais de shigelose. S. flexneri e S. sonnei são endêmicas e causam a maioria das infecções. S. boydii ainda não foi detectada em humanos. Fatores de virulência • Sistema de secreção tipo III - formação de ondas, endocitose. • Enterotoxinas que podem ser expressas juntas ou separadas que levam a um desequilíbrio hidroeletrolítico – começam o quadro leve. Plasmidiais • Proteínas Ipa (proteína de invasão). • IcsA - Expressão da calda de actina. • IcsB – rompe vacúolo para disseminação intracelular da bactéria. Cromossomal • Resistência intrínseca (estreptomicina, ampicilina, cloranfenicol) – utilizado para diferenciar da EIEC e auxiliar na identificação. Mecanismo de virulência Bactéria invade e pode cair na camada subeptelial, invadir macrófagos, proliferar, lisar a célula, provocar resposta inflamatória e voltar para o enterócito, onde se propaga para as células adjacentes. As suas enterotoxinas causam desequilíbrio hidroeletrolítico. Obs.: No caso de S. dysenteriae a toxina Shiga vai para o endotélio, podem causar uma síndromehemolítica urêmica. Síndrome Clínica Shigelose (disenteria bacilar) • Baixa dose infectante. • Período de incubação: em média 24h. • Severa destruição da camada epitelial da mucosa – pela intensa resposta inflamatória. • Casos graves: deficiência proteica e de B12 + perda de eletrólitos. • Doença autolimitada (2 a 7 dias). DOENÇAS MICROBIANAS DOS SISTEMAS URINÁRIO E REPRODUTIVO Escherichia coli (UPEC) E. coli Extra intestinais (origem intestinal) são as maiores causadoras de infecção urinaria (ITU), cerca de 80%, e essas bactérias não fazem parte da microbiota. Essas E. coli extra intestinais são denominadas de UPEC (E. coli UROPATOGENICA). Fatores de virulência • Cápsulas (resiste à fagocitose). • Adesina. • Hemolisina. • citotoxinas. A bactéria possui adesinas que tem receptores em células do trato urinário, logo ela adere na superfície da célula, invade e se multiplica, promovendo descamação (esfoliação celular) e migração dessa bactéria, causando as cistites. E. coli pode ter recidiva de infecção urinaria, pois durante a invasão/ multiplicação algumas bactérias E. coli podem ficar latentes, e quando novamente houver condições, pode causar doença; Podem causar quadros de Pielonefrite, a bactéria alcança o epitélio renal, reconhece essas células através de adesinas e passa a expressar citotoxinas levando ao quadro de pielonefrite – Hematúria (Urina escura). A partir dos rins pode ir para o sangue e ter bacteremia, Klebsiella GRANULOMATIS e Klebsiella oxytoca É encontrada nas vias respiratórias (nasofaringe), com menor frequência, e nas fezes de cerca de 30% dos indivíduos normais. Causa importante de pneumonia, bacteremia, e infecção em outros órgãos como nas vias urinárias. Bactéria OPORTUNISTA - RN, Idosos, portadores de neoplasias, diabetes, paciente cirúrgico. • Cápsula polissacarídica é importante fator de virulência e na cultura é vista macroscopicamente GOMOSA, por conta da cápsula. • Adesão a mucosas trato urinário e respiratório K. Granulomatis – granuloma inguinal, uma IST que se caracteriza por ulcerações nos órgãos genitais e nas regiões inguinal e perianal, não são infecção do trato urinário, são lesões nos genitais. Proteus Pode causar infecção urinária Proteus mirabilis, expressa UREASE, que transforma ureia em amônia, o que é extremamente toxico para o epitélio no trato genital devido ao aumento do pH da urina e formando calcificações devido ao amônio. ➢ Em meios tradicionais ocorre formação de um VEL ➢ CLED inibe o vel do Proteus ficando com uma cor caramelizada ➢ LAC Staphylococcus Saprophyticus Possui fatores de virulência clássicos dos Staphylococcus, cresce no ágar sangue. Aparece na rotina ambulatorial Catalase positiva e Coagulase negativa • Microbiota: Pele e região Peri uretral de homens e mulheres Importante patógeno oportunista • Infecção do trato urinário • Cistites (pós-coito) – CISTITE DA LUA DE MEL Possui Proteína Ligadora à fibronectina para a adesão às células uretrais ✓ Resistente a NOVOBIOCINA (teste para identificação não de resistência) Streptococcus agalactiae • β-hemolítico do grupo B • Coco gram positivo • Catalase negativa • Possui vários fatores de virulência • Leucócitos no limite da normalidade Presença do patógeno em secreções vaginais de pacientes assintomáticos, colonizam o trato geniturinário e são importantes quando a paciente está grávida, a colonização por S. agalactiae da mãe podem passar para o recém-nascido que pode desenvolver doença. S. agalactiae é a causa mais comum de sepse e meningite em RN, também pode causar faringite. Representantes são encapsulados (9 sorotipos de cápsula) é um fator de virulência importante. • Cápsula polissacarídicas - Inibição da fagocitose e ativação do complemento Por ser um Streptococcus, possui fatores de Virulência como: ✓ DNAse, Hiarulonidase, Estreptolisina (hemolisina). Resumo S. Agalactiae são bactérias que podem se assemelhar com a Listéria, sendo importante a diferenciação laboratorial. Assim como agalactiae, a Listéria é muito importante para gestantes por apresentar risco ao feto (parto prematuro, natimorto, meningite em recém- nascidos, sepse). Ambas são beta hemolíticas e gram positivas, porém para diferencia-los é necessário o GRAM, pois: ✓ S. Agalactiae é COCO gram positivo ✓ Listéria é BACILO gram positivo. Apesar do S. agalactiae ser o único coco que apresenta CAMP positivo, a Listéria pode se mostrar fracamente positiva no CAMP, pois tem uma enzima que age em sinergismo com a do Staphylococcus Aureus. Enterococcus Sp • Cocos gram-positivos • Microbiota Intestinal • Se identificado puro, quantidade maior que 10^5, indicativo de infecção • Patógeno hospitalar oportunista emergente E. FAECALIS: Espécie mais frequente do gênero Enterococcus, compreende cerca de 80 a 85% das amostras de Enterococcus isoladas de material clínico. Agentes importantes de infecção Nosocomial, com agravante de ter adquirido resistência à maioria dos antibióticos, incluindo vancomicina (VRE). A preocupação com Enterococcus é ele ser um VRE (Enterococcus resistente à vancomicina). E. faecium: segundo mais frequente Características • Cocos gram-positivos (ovoides) • Dispostos em cadeias curtas e aos pares • Anaeróbio facultativo • Alfa ou gama hemólise • Catalase negativa • Tolerância – NaCl 6,5 e sais biliares a 40% (crescem em meios hipertônicos) • Crescimento em condições variáveis de temperatura e pH. • PYR + Testes Bioquímicos Fatores de virulência • Aderência (substância agregativa) proteína de superfície que os agrega na conjugação, mas também interage com células e tecidos animais. • Citolisinas - Atividade lítica sobre eritrócito e outras células humana (hemolisina) e expressa atividade lítica contra bactérias (bacteriocina). • Codificação por plasmídeos – pAD1 • Resistencia a antimicrobianos (conjulgação- plasmídeos-pAD1) • Resistentes à vancomicina – Inibição da síntese da parede celular pela ação da droga Listeria • Listeria e Streptococcus agalactiae (são semelhantes AS) -> diferenciação com testes bioquímicos, geralmente estão presentes em amostras de trato urinário e vaginal. • Listéria está presente em alimentos de origem animal, logo pode dar origem à infecção de trato gastrointestinal em pacientes não gestantes. • Grávidas infectadas: feto nasce natimorto ou prematuro em quadros precoces, pois a bactéria infecta pode ultrapassar a barreira placentária, caso não ultrapasse, o bebê adquire a infecção no parto, apresentando meningite com duas semanas de vida, apresentando um quadro tardio. Características da bactéria • PH ótimo: 4,5-6,5 • É resistente a variação de temperatura (sobrevivem em geladeiras -> laticínios), mas morrem quando ficam a 60°c por 30 minutos. • Aeróbios facultativos • Resistem a sal • Móvel a 25°C • Bacilos pequenos gram + • Beta hemolítica em AS Espécies Listéria monocytogenes (maior importância clínica), L. ivanovii, L.innocua, L. seeligeri etc. Espécies sem ser a L. monocytogenes são saprófitas e raramente infectam o homem, estão presentes em plantas, vegetais, água e esgoto. Sitio primário de infecção: Sistema gastrointestinal Fatores de virulência • Bactéria invasora: é endocitada, fica dentro do vacúolo, é capaz de resistir à acidez dos vacúolos e inibe a fusão do fagolisossomo, ao escapar do vacúolo, apresenta cauda de actina e se difundir nas células vizinhas. • Internalinas (são proteínas): promovem a endocitose • Hemolisina formadora de poros (listeriolisinas O): promovem a lise do lisossomo, não permitindo a fusão com o fagossomo. • Fosfolipase C: degrada os fosfolípides do lisossomo. • Act A: forma a cauda de actina. • Sideróforo: captura de ferropara utilizar no seu metabolismo. Listéria não possui protocolo para procura em gestação, mas para S. agalactiae possui. Prevenção Durante a produção do alimento: cuidados na lavagem, cozimento adequado, pasteurização. Armazenamento correto de alimentos derivados de animais, vacinação do gado, já que a bactéria possui ampla faixa de PH e cresce sob refrigeração. Teste bioquímico: Motilidade em guarda chuva. Transmissão • Ingestão de alimentos contaminados (leite, carnes e vegetais malcozidos) • Infecção de pele e mucosas (difícil) Mãe colonizada transmite para o feto, podendo levar ao aborto ou meningite. Epidemiologia • Infecções ocorrem geralmente em recém- nascidos e imunodeprimidos. • Invasão e proliferação celular • Incubação de 20h a 3 semanas • Dose infectante alta (109) Diagnóstico laboratorial • Coloração de Gram • Ágar Sangue: beta hemolítico • Motilidade em guarda-chuva (25°C) • Catalase: positiva Testes para identificação da Listéria 1) Catalase POSITIVA 2) CAMP – Fracamente positiva 3) Motilidade positiva a 25°C forma um guarda- chuva. Neisseria Características • São diplococos gram negativos • São IST (infecções sexualmente transmissíveis) • Fastidiosas N. gonorrhoeae e a N. Meningitidis • Precisam de nutrientes e temperaturas específicas para poder crescer • Não fazem parte da microbiota, porém a N. meningitidis pode aparecer esporadicamente. • Tem um crescimento lento • Só crescem no ágar chocolate, pois ele é um meio rico com fatores de crescimento para essas bactérias, permitindo o crescimento de todas as bactérias, e ágar Thayer Martin (TH), pois ele é um ágar chocolate acrescido de antibióticos, assim tem a inibição do crescimento de outras bactérias. • São doenças infecciosas primariamente do trato genital inferior, de cunho inflamatório e de transmissão sexual (IST) • Normalmente ele é utilizado em amostras genitais, pois elas vem com diversas bactérias Saprófitas • São todas as outras Neisserias • Não precisam de nutrientes e temperaturas tão especificas para crescer, podendo ser cultivadas em um ágar sangue. • Fazem parte da nossa microbiota • Algumas estirpes da Neisseria possuem uma camada de peptidoglicano maior do que o normal, podendo parecer uma bactéria gram positivo Neisseria gonorrhoeae Características • Patógeno primário • Diplococos gram negativos • Não apresentam cápsula • São imóveis • São aeróbios, com temperatura de crescimento de 35 a 37ºC, umidade e atmosfera com 3 a 7% de CO2. N. meningitidis é capsulada, diferente da N. gonorrhoeae • Oxidase e catalase positivos • Não são fermentadoras, mas metabolizam carboidratos pela via oxidativa (glicose) • Não crescem em meios comuns • Tem crescimento rápido • No transporte da amostra dessas bactérias, precisa ter carvão ativado no meio de transporte, para absorver as enzimas das outras bactérias e garantir o crescimento desses microrganismos Propriedades intrínsecas • Destruídas pelo ressecamento, luz solar, calor, úmido e por outros desinfetantes • Resistencia natural a vancomicina, polimixina B e colistina (antibióticos utilizados no ágar Thayer Martin) Patogenicidade • Aderência ➞ Colonização ➞ Invasão da mucosa ➞ Proliferação no tecido subepitelial, gerando uma reação inflamatória ➞ Disseminação. Epidemiologia • As mulheres são assintomáticas, o que facilita a disseminação da bactéria • São necessárias poucas bactérias para causar a doença (1000 bactérias) • É uma doença recorrente • Então associadas com outras ISTs e com a AIDS • As secreções variam entre uma cor branca até uma amarela • Os sintomas das infecções generalizadas são a febre, artrites, endocardite, meningite e lesões cutâneas, podendo ser purulentas, hemorrágicas ou necróticas. Fatores de Virulência *LOS Dentre as complicações que elas causam estão as • Infecções no reto: caracterizadas pela defecação dolorosa e por uma secreção purulenta • Faringite: podendo apresentar um exsudato purulento • Infecções oculares: que se não for tratado pode levar a uma conjuntivite gonocócica (tem a presença de muita secreção no olho) e a cegueira • Meninas mais jovens acabam desenvolvendo uma vulvovaginite: que geralmente só aparece nas pessoas mais velhas Método de Credé • Prevenção com solução de nitrato de prata a 1%, para prevenir o bebe contra a cegueira que a doença pode causar Diagnóstico • Amostras o Urina 1º jato, podendo ser ou não após massagem prostática o Secreção vaginal e uretral o Secreção da faringe e ocular o Sangue, líquor ou líquido sinovial o Raspado de lesão (menos utilizado) • Prova de catalase ➞ positiva • Prova de oxidase ➞ positiva para glicose Tratamento • Ceftriaxona (cefalosporina de 3ª geração) • Essas bactérias possuem resistência a penicilina, a tetraciclina, a ciprofloxacina e a azitromicina Algumas bactérias presentes na nossa microbiota conseguem inibir o crescimento dessas bactérias (fastidiosas) Prevenção e controle • Sexo com camisinha • Identificação dos contatos • Erradicação dos assintomáticos Quando uma amostra chega ao laboratório, o que fazer? 1- A primeira coisa a ser feita é uma bacterioscopia para observar se tem a presença de diplococos gram negativos. 2- Em seguida é realizado uma semeadura semi- quantitativa para as secreções, sempre indo do meio menos seletivo para o mais seletivo. Para a urina de 1º jato e para o esperma é feita uma quantificação (UFC/mL). AS (rotina) ➞ AC ou TM ➞ MC ou caldo Thioglicolato ➞ Caldo de enriquecimento • Tanto o ágar MacConkey quanto o caldo de Thioglicolato são opcionais • O caldo de Thioglicolato é um caldo de enriquecimento que favorece o crescimento de vários microrganismos, incluindo os fastidiosos. • Para o ágar sangue e o ágar TM é feita uma triagem (ver se houve crescimento bacteriano) após 24 horas de incubação. Caso não tenha nada, pode-se estender a incubação até 72 horas • Após 24 horas no Caldo de Thioglicolato, o caldo é semeado em uma ágar TM, que fica em Microaerofilia por 24 horas de 35 a 37ºC 3- No final é feita a análise das placas para chegar a um resultado • Sempre precisa ser feito uma coloração de gram em todos os tipos de bactérias que crescerem e também fazer testes para saber qual é cada uma dessas bactérias • Caso tenha o crescimento de um tipo de bactéria no ágar TM e três no ágar MC, significa que essa que cresceu no ágar TM é uma Neisseria ou um Hemófilos • E. coli podem crescer em ágar chocolate • O ágar TM é para o crescimento de bactérias fastidiosas, como as Neisseria e os Hemófilos • Se tiver crescimento no ágar chocolate é feito um gram. Se der um diplococo gram negativo é feito um teste catalase e uma oxidase. Se der catalase positiva e oxidase positiva para glicose, é uma Neisseria. As Neisserias saprófitas conseguem crescer no ágar sangue, formando colônias de cor creme ou acizentada, sendo mais gomosas. Neisseria meningitidis A meningite meningocócica é causada pela bactéria Neisseria meningitidis, e pode ser transmitida de pessoa a pessoa por contato direto ou por gotículas aspergidas. • Pode estar presente na microbiota • Diplococo Gram Negativo • Aeróbio • ENCAPSULADO, sendo sua cápsula de extrema importância para a sua virulência. • Usa carboidrato por via oxidativa. Maioria das infecções sorotipos B e C. Única bactéria que pode matar em horas. • Não esporulado • N. meningitidis é capsulada, diferente da N. gonorrhoeae Fatores de virulência • Pilli - adesão às células endoteliais e eritrócitos • As moléculas de adesão Opa e Opc estão correlacionadas com a invasão de células epiteliais e endoteliais. • Na parede celular encontra-se o lipooligossacarídeo(LOS) ou LPS que consiste na presença do lipídeo A responsável pela toxicidade da endotoxina meningocócica. • Produção de Beta lactamase • Produção de PROTEASES IgA - clivam IgA presente na mucosa e colonizam a nasofaringe e se aderem as células da mucosa. A maioria das infecções assintomáticas ou discretas. Mecanismo de ação Quando caem na circulação sanguínea pode causar meningococcemia ou seguir até as meninges e causar meningite. Pode causar os dois ao mesmo tempo também. • Meningococcemia: Lesões vasculares determinadas por endotoxinas da bactéria contida em vesículas (blebs). Essas vesículas estão lotadas de LOS. O LPS liberado durante o processo de multiplicação ou morte celular leva a produção de citocinas pró- inflamatórias dentre elas o TNF. O TNF é capaz de ativar o sistema de coagulação fazendo uma obstrução vascular pela formação de trombos. A neisseria meningitidis é capaz de levar a um quadro de CID levando o indivíduo a óbito. Além disso, o TNF age nas células endoteliais promovendo aumento da permeabilidade vascular, aumentando o extravasamento de liquido que irão causar lesões cutâneas, HIPOTENSÃO e choque. As respostas imunológicas causadas por esse tipo de bactéria nas meninges vão gerar um estado febril alto devido à liberação de IL-1 pelos macrófagos, causando também calafrios e petéquias. Diagnóstico Laboratorial A primeira coisa a se fazer é o gram e utilizar tinta nanquim para pesquisa de fungo capsulados (Cryptococcus que é um agente causal de meningite em paciente Imunosuprimidos). BACILOSCOPIA só é feito se solicitado E logo após a cultura • Amostra = líquor • Realiza um Gram que apresenta diplococos Gram negativos • Semeia em meios de cultura: ágar sangue (não cresce, pois, é fastidiosa), ágar chocolate Líquor não tem microbiota, então não é necessário usar ágar TM, usa-se só o chocolate, pois a N. Meningitidis é fastidiosa. - Em microfilia, incubação em estufa a 42°C com 5% de dióxido de carbono (CO2) por 24h. • Teste de oxidação e de catalase: positivos • Antibiograma: cepa sensível a Ceftriaxona, e resistente à penicilina Diagnostico diferencial (líquor): O exame quimiocitológico (sorologico) do líquor revela um aspecto turvo, com baixos níveis de: • Glicose, pois o microrganismo consome a glicose do liquor. Aumento dos níveis de : • Proteínas - Alterações de barreira hematoencefalica permitem a passagem de proteínas • Leucócitos e um predomínio de neutrófilos. Tratamento: • Utiliza cefalosporina de 3º geração → ceftriaxona • Prevenção: vacina (Para todos os sorotipos exceto o B) • Quimioprofilaxia: rifampicina , ceftriaxona Gonococco: Penicilina G e Ampicilina DOENÇAS MICROBIANAS DO SISTEMA RESPIRATÓRIO No caso de N. meningitidis, como ela causa uma infecção sanguínea, ao liberar a LOS nos vasos ela pode levar a pessoa a um choque endotóxico Streptococcus pyogenes Causam faringites (geralmente são recidivas). • Beta hemolítico do grupo A • Cocos Gram positivos • Possui ácidos teicóico e lipoteicóico Fatores de Virulência • Capsulados (inibe fagocitose) • Proteínas o M - interage com o fibrinogênio e camufla a presença da bactéria, além de ser um adesina, se liga a fração Fc o F - adesão em mucosa de faringe • Estreptolisina - forma poros nas membranas celulares o S - identificação do microrganismo, mostra que estamos diante de um beta-hemolítico. o O - produzida em anaerobiose, inibe resposta imune. • Fibrinolisina • Peptideoglicano • Estreptocinase - lise de coágulo para disseminação • Superantígenos (toxinas eritrogênicas) - causam erisipela e escarlatina. As escarlatinas se originam de um quadro de faringite. Faringo-amigdalites Estreptococos aderem à faringe e tonsilas com auxílio do ácido lipoteicóico, proteína M e polissacarídeo C, levam à alteração da microbiota, resultando em um quadro de colonização ou infecção. Na infecção, as complicações incluem otites, sinusites, meningite e escarlatina. S. pyogenes leva a um quadro com exsudato purulento a COLETA é feita do local edemaciado Em crianças é solicitado o teste do sabonetinho (teste rápido), que consistem em um swab da região, que por ser feito crianças, a coleta é dificultada, ocorrendo a contaminação com saliva, levando à um falso negativo. Infecção Complicações não supurativas Ocorrem quando a doença não é adequadamente diagnosticada ou tratada Glomerulonefrite: ocorre de 1 a 4 semanas após a faringite ou uma infecção cutânea, impetigo. É um quadro de deposição do complexo de anticorpo- antígeno nos glomérulos renais, ocorrendo inflamação no local seguido de edema generalizado, hipertensão, hematúria e proteinúria. Febre reumática: ocorre no mesmo período da Glomerulonefrite, sendo uma reação cruzada entre anticorpo e antígeno, que reagem com o tecido cardíaco humano, levando a complicações locais por sua citotoxicidade. Cardiopatias reumáticas: produção de níveis altos de anticorpo anti-estreptolisina O, com lesões crônicas nas válvulas cardíacas. Tratamento Não se faz teste a sensibilidade à antimicrobianos para pyogenes, só se faz quando do paciente tem muitas recidivas. • Feito com penicilinas ou cefalosporinas. Streptococcus pneumoniae Presente em 5-70% (trato respiratório superior) dos adultos. São portadores de um ou mais tipos sorológicos, sem sintomas. Transmissão: gotículas respiratórias (aerossóis) Características • Catalase Negativa • Arranjo aos pares (não apresentam características arredondadas, são mais ovalados, possui as pontas esticadas, em borda de vela). • Gram positivo • Cápsula polissacarídica • Anaeróbio facultativo • Alfa-hemolíticos • Crescimento inibido pela bile (teste biliesculina) • Optoquina sensível (Grupo S. do grupo viridans é resistente) – não usado para tratamento • Resistente à bacitracina • Necessidades nutricionais complexas: crescem bem em meios ricos (AS) • Colônias brilhantes Existe vacinação contra esse microrganismo possui 23 sorotipos (de 37 existentes) e é dada para pacientes que estão internados, principalmente idosos ou crianças. Quadro de meningite bacteriana: Neisseria meningitidis, Haemophilus influenzae tipo B e Streptococcus pneumoniae. Fatores de virulência • Cápsula polissacarídica • Presentes em gram POSITIVO: parede de peptídeos (inibidor de resposta imune, forte indutor de inflamação e possui mecanismos semelhantes a endotoxinas), ácido teicóico (ativam o complemento e a secreção de citocinas inflamatórias) e lipoteicóico (auxiliar na adesão), proteína F (adesão no trato respiratório). • Auto lisinas: leva a lise da própria bactéria, causando extravasamento de pneumolisinas que desestabilizam a membrana e causam lise celular, permitindo a disseminação das bactérias em fase exponencial. • Hiarulonidase: hidrolisa ácido hialurônico facilitando a disseminação • Protease de IgA: inativação desse anticorpo • CbpA: adesinas que permitem a adesão na musocsa do trato respiratório. Pneumonias Comunitárias • 30 – 60% das pneumonias • Causadas por S. Pneumoniae, H. Influenzae e M. catarrhalis o Moraxella catarrhalis: é um diplococo gram positivo, DNAse positivo e em meio de cultura (AS), é uma colônia friável, ou seja, é uma colônia de cor creme, seca e móvel, não se desfaz ao ser coletada no ágar, move como um botão. Está presente em microbiota de trato respiratório inferior e eventualmente é o agente causal de sinusites e pneumonias. Pneumonias por infecção hospitalar Aparecem entra 48 e 72 horas após a admissão • Staphylococcus aureus • Enterobactérias • Acinetobacter ssp. • Mycoplasma pneumoniae (pneumonia atípica) • Pseudomonas aeruginosa • Burkholderia cepacea Diagnóstico Sensibilidadeà Optoquina (halo de 14-18mm), se for negativo é streptococcus do grupo viridans Tratamento Penicilinas Vacinas • Crianças com mais de 2 anos, adolescentes e adultos o VPP23 – 23 tipos de polissacarídeos capsulares, utilizada em crianças acima de 2 anos • Crianças a partir de 2 meses até 2 anos o VPC10 – 10 sorotipos de S. pneumoniae o VPC13 – 13 sorotipos de S. pneumoniae Streptococcus viridans Haemophilus spp. Amante do sangue São pequenos cocobacilos Gram-negativos colonizando principalmente as membranas e mucosas do trato respiratório. Apesar de ter espécies que fazem parte de microbiota de outros tecidos. • Os Haemophilus são bactérias fastidiosas, ou seja, necessitam de nutrientes específicos para o seu crescimento, necessitam dos Fatores de crescimento X e V. • São Oportunistas; normalmente relacionados à infecção de trato respiratório. Epidemiologia Haemophilus spp. São encontrados no trato respiratório superior (exceto H. ducrey que é encontrado no trato geniturinário e sempre como agente infeccioso) Transmissão: Via aérea (cepas endógenas ou não) ou contato sexual Infecções: • Pneumonia • Meningite • Otite, sinusite • Cancro mole Fatores de Virulência (1h10) • Cápsula – para os capsulados • LPS • Fimbria para adesão • Várias proteínas de membrana • Protease • Precisa de Ferro • Bacteriocina – sorotipo B Outras espécies de importância médica • H. influenzae (meningite) • H. influenzae biogrupo aegyptius (conjuntivite purulenta) • H. ducrey (agente do cancro mole) • H. Parainfluenza (Pneumonia, endocardite). • H. haemolyticus • H. aphrophillus (placas dentárias) Haemophilus Influenza é a espécie mais comumente associada a doenças. Haemophilus Influenza Características gerais • Coco-bacilo Gram negativo • Imóvel • Aeróbio facultativo • Oxidase positiva • Fastidioso in vitro: requerem fator X e V que são fatores de crescimento, para a produção adequada de energia. • Colonizam principalmente o trato respiratório superior humano Os H. influenza podem ser: Não capsulados – Parte da Microbiota de Trato respiratório (comumente superior), mas são oportunistas podendo se disseminar localmente, causando otites, sinusites, bronquites, pneumonia. Capsulados: detectáveis em pequenas quantidades, podendo fazer parte da microbiota. O Sorotipo B dessa bactéria capsulada é responsável por uma grande quantidade de casos de Meningite e Pneumonia. Hoje tem-se vacina contra esse sorotipo o que diminui sua carga na microbiota humana. Diagnóstico Laboratorial 1. Crescimento da bactéria APENAS em ágar chocolate; pois no ágar chocolate há os fatores X e V necessários para o crescimento desse microrganismo. Não cresce em ágar Sangue, pois no ágar Sangue não tem hemácia lisada que irá liberar os fatores de crescimento. 2. Realização do gram detecção de cocos-bacilos gram negativos 3. Fazer o Teste de Oxidase; Apresentando-se como oxidase POSITIVA. 4. Realizar Teste de SATELITISMO Prova do Satelitismo Pega-se a colônia da bactéria que cresceu em ágar chocolate, e faz uma suspensão no tubo em soro fisiológico com uma escala de 0,5 de MacFarland. Após a suspensão, fazer semeadura de tapete desse microrganismo em (semeadura em 3 direções). É feito uma linha nessa cultura, com colônia de Staphylococcus Aureus. O Staphylococcus Aureus possui Beta-hemolisinas, que são responsáveis por LISAR à hemácia, que por sua vez irá liberar o Fator X. O próprio S. Aureus também já secreta o Fator V no meio de cultura. Ou seja, se o fator X e V são liberados isso dá condições para o Haemophilus crescer. E o seu crescimento ocorre em torno do Aureus. Diagnósticos Diferenciais 1ª Situação: 1. Foi recebido amostra de trato respiratório superior e foi realizado um Gram identificando a presença de cocos bacilos Gram negativos. 2. Foi feito uma cultura dessa amostra em ágar Sangue, chocolate e MacConkey. Se após 18 às 24h na triagem das placas, houver crescimento apenas em chocolate, suspeita-se de Haemophilus e é seguido pelo teste da Oxidase que irá dar positivo. Se após 18 às 24h na triagem das placas, houver crescimento nos 3 ágares, suspeita-se de Bacilos gram negativos não fermentadores de glicose e é seguido pelo teste da Oxidase que irá dar positivo ou Negativo. 2ª Situação Paciente HOSPITALAR de UTI, com Infecção Urinária, apresentando leucocitúria. 1º dia: Semeadura da urina para cultura • Semeado em meio de cultura CLED/MacConkey OU Ágar cromogênio OU lamino cultivo 2º dia: Triagem das Placas Após 18-24h o resultado parcial dessa cultura, é um resultado negativo, não cresceu nos meios utilizados. A partir da Alíquota da Urina, é feito uma semeadura em ágar Sangue para identificação de S. Agalactiae. (Pode crescer também Bacilos gram negativos, coco gram+). E como o paciente é um paciente HOSPITALAR, faz-se semeadura em ágar chocolate. 3º dia Após 18-24h não foi observado crescimento em ágar Sangue; Foi Observado crescimento apenas em Ágar Chocolate, sendo indicativo de Haemophilus. Identificação das espécies A identificação da espécie é feita por presença de Hemólise, e das necessidades nutricionais (fator X e V). Prova de Requerimento Nutricional Pega-se a colônia da bactéria que cresceu em ágar chocolate, e faz uma suspensão no tubo em soro fisiológico com uma escala de 0,5 de MacFarland. Após a suspensão, fazer semeadura de tapete desse microrganismo em Ágar Haemophilus (Características semelhantes ao Mueller Hilton). Após a semeadura no Ágar Haemophilus, são adicionados os Fatores de crescimento X e V em disco ou fita. E são observados os crescimentos em torno dos discos de cada fator, o qual indicará a espécie. Como houve crescimento em XV, A espécie nessa amostra é o Haemophilus Influenza. • Método Rápido: Para identificar o SOROTIPO do microrganismo, pode ser feito Soro aglutinação de colônia direta ou líquor com partículas de látex recobertas por anticorpos específicos. Neisseria meningitidis • Diplococo Gram-negativo • Aeróbio • Não-esporulado • Diversos fatores de virulência • Cápsula: vários sorotipos o Principais: A, B, C, Y e W135 • Proteína OPC: adesiva Única bactéria que pode matar em horas. A maioria das infecções é causada por ... (2h05) Doença meningocócica Definição: Doença infecciosa localizada (nasofaringe) ou sistêmica (meningococcemia com ou sem meninge) Epidemiologia • Distribuição: cosmopolita • Transmissão: inalação de aerossóis respiratórios Situações que favorecem a bacteremia... (2h11) Patogenicidade Coloniza a nasofaringe, cai na circulação... gera uma infecção assintomática ou discreta Meningococcemia fulminante... Pode ocorrer com ou sem meningite . . . Corynebacterium • Mais de 1000 espécies • Bacilos Gram POSITIVOS difeteróides • Pleomórficos (“coryne”; clava) • Microrganismos aeróbios ou anaeróbios facultativos • Imóveis • Catalase positivo • Microbiota (nasal; vaginal). • Arranjo em paliçada (letras chinesas) • Forma de “pesinho de academia” Microbiota • Pele • Trato respiratório • Trato gastrointestinal • Trato geniturinário Espécies de Importância médica • C. jeikeum – Infecções oportunistas em pacientes imunocomprometidos • C. Urealyticum – Infecções urinárias (raras) – Pode ser confundida com listéria sendo preciso diagnóstico diferencial como cultura e teste de motilidade. Quantificação e isolamento do microrganismo puro. • C. diphtheriae – Difteria Corynebacterium diphtheriae • Agente etiológico da DIFTERIA • Doença do Trato respiratório Superior • Afeta principalmente crianças • Mecanismos de aderência não são entendidos • A bactéria multiplica-se • Toxina destrói células epiteliais formando uma úlcera com exsudatonecrótico Os C. diphtheriae se multiplicam localmente nas células epiteliais da faringe, sem invadir, levando a uma intensa resposta inflamatória com dano tecidual e a formação de uma PSEUDOMEMBRANA que é composta por bactérias, linfócitos, células mortas, fibrina. • A pseudomembrana pode estreitar os canais respiratórios ou desprender-se de improviso e bloquear completamente a via respiratória, impedindo que a criança possa respirar. Se for extraída bruscamente pode provocar hemorragia das membranas mucosas adjacentes. Sintomas Inflamação inicial ligeira na garganta dor ao engolir seguido febre, frequência cardíaca acelerada, náuseas, vomito, calafrios e dor de cabeça. Depois aparecimento de edema dos gânglios linfáticos do pescoço. Secreção nasal aumentada (uni ou bilateral), Infecção na garganta leva a formação de pseudomembrana: dificuldade respiratória (impedimento mecânico). Além da formação da pseudomembrana, algumas das C. diphtheriae podem expressar a sua toxina diftérica, promovendo intensas complicações como: Miocardites – arritimas e hipertensão Neuropatias • Paralisia do palato mole e faringe • Sistema oculomotor • Paralisia ciliar • Paralisia dos nervos periféricos Sistema digestivo: diarreia Renal: insuficiência Trombocitopenia: síndrome hemorrágica com petéquias cutaneomucosas. Toxina diftérica – Atividade Tóxica • Inibe síntese proteica em células eucarióticas • Pode cair na corrente sanguínea e ir para outros locais Porém para que essa toxina seja expressa pela bactéria, é necessária uma menor concentração de ferro intracelular, pois o ferro é capaz de reprimir sua produção. Portanto uma das estratégias de inibir a sua síntese, é através da administração de ferro no paciente juntamente ao soro antidiftérico. Diagnóstico Laboratorial O material de orofaringe ou nasofaringe deve ser colhido das bordas, abaixo da pseudomembrana. Gram: bacilo positivo Melhor é em ágar Albert Laybourn (permite visualizar grânulos metacromáticos), é CARO. Deve ser tratada como Mycombacterium, nível 3 de segurança. Semeadura Meio de enriquecimento: Ágar loeffler azul de metileno Meio seletivo e diferencial: Ágar sangue cisteína- telurito A C. diphtheriae reduz o telurito, produzindo uma coloração acinzentada ou preta na placa do ágar. A degradação da cisteína por esse microrganismo produz uma auréola marrom ao redor das colônias. Depois disso é necessário fazer testes diferenciais. Tratamento Específico – Soro antidiftérico (SAD) • Inativar a toxina circulante o mais rapidamente possível (não tem ação sobre a toxina já impregnada no tecido) • Possibilitar a circulação de anticorpos para neutralizar a toxina produzida pelo bacilo. Administração de ferro: a fim de diminuir a síntese Antibioticoterapia (medida auxiliar da SAD) • Eritromicina ou Penicilina G (droga de escolha). Mycobacterium Tuberculosis Caraterísticas Gerais São bactérias intracelulares, SOBREVIVEM DENTRO DOS MACRÓFAGOS; • Bacilos longos e finos ou cocoides • Aeróbios • Imóveis • Não formam esporos • Ocasionalmente formam filamentos ramificados • Crescimento em Middlebrook e • .. • .. • .. • .. • .. • .. • Não são mortos pelo pH ácido dentro do fagolisossomo; • Não são mortos pelas enzimas lisossômicas; • Não são mortos pelos radicais oxidantes; • Não são lisadas pelo complemento; • Não são mortas pelas proteínas catiônicas das mucosas. Diagnóstico laboratorial A principal amostra para realização da pesquisa de M. tuberculosis é o ESCARRO (trato respiratório inferior). O protocolo é baseado em: 1. Fazer três lâminas com a amostra de escarro a fresco, realizando a coloração de Ziehl Neelsen. Esse resultado sai em 2 horas, porém a amostra não é tratada. 2. Fazer um tratamento da amostra de escarro através de soluções descontaminantes a fim de remover outras bactérias que não são M. tuberculosis e de agentes mucolíticos, com objetivo de remover o muco presente. Após esse tratamento é feita a visualização em lâmina, esse processo melhora a sensibilidade na pesquisa de M. tuberculosis. Também é feita uma cultura em ágar (amostra tratada é semeada em cultura - importante para evitar contaminação). A cultura é feita em ágar Lowestein-Jensen (base de ovo), e geralmente leva 4 semanas ou mais para que o M. tuberculosis seja identificado. Outro material tratado pode ser: FEZES A M tuberculosis, não é exclusivo de pulmão, pode migrar para outras regiões. O PCR em tempo real é bastante utilizado no caso de M. tuberculosis para a sua confirmação pois possui alta sensibilidade e especificidade. É utilizado em pacientes que possuem genes resistentes a rifampicina. Patogenicidade • A principal forma de tuberculose é pulmonar, mas pode atingir qualquer parte do corpo. • A transmissão ocorre pelo ar, quando o paciente fala, tosse ou espirra. Para que a infecção ocorra, uma partícula contendo 1-10 bacilos cai diretamente dentro do alvéolo pulmonar. As bactérias inaladas resistem aos mecanismos da imunidade inata. • Reservatório é o homem • Se a resposta imune não for adequada mas suficiente, há formação de granuloma • A resposta imune pode ser inadequada e insuficiente para circunscrever a bactéria Sintomas • Tosse seca frequente • Cansaço • Perda de peso rápida • Suores noturnos • Febre ao final do dia Muitas vezes em suspeita de infecção pulmonar é solicitado um diferencial de TB na pesquisa de algumas micoses sistêmicas como, Paracoccidioidomicose e histoplasma. Busca ativa de tuberculose: atender população de risco susceptível a M. tuberculosis. A infecção pode ter três situações: 1º. Situação (Resposta Adequada) Se a resposta celular for adequada, o inoculo da bactéria for pequeno e a virulência for baixa. A doença não se desenvolve, pois, a bactéria que adentrou o macrófago sofre eliminação intracelular. Como é uma bactéria intracelular a imunidade celular é a única forma de proteção. 2º. Situação (Resposta Parcial) Muitas vezes a resposta não consegue eliminar a bactéria totalmente, pois é uma resposta insuficiente (ou o inóculo é grande ou a virulência é elevada), ou seja, nessa situação tem-se uma resposta parcial. Muitos dos macrófagos que a bactéria adentrou não são ativados e permitem que as bactérias sobrevivam, apenas alguns macrófagos são ativados tendo uma resposta parcial. Essa resposta parcial elimina parte das bactérias e promove a formação de um GRANULOMA, com uma “necrose caseosa” no centro. O granuloma faz uma contensão da infecção isso porque a bactéria não consegue se multiplicar dentro do granuloma, mas pode permanecer viável por longos períodos. Nessa situação a doença não ocorre, pois foi contida pelo granuloma, a resposta é parcial e a bactéria latente. Se uma pequena carga antigênica estiver presente quando os macrófagos são estimulados, o granuloma é pequeno e as bactérias são destruídas com dano celular mínimo (bactérias mortas). No entanto se a carga bacteriana for grande os granulomas serão grandes necróticos ou caseosos e tornam-se encapsulados com fibrina. Essa necrose caseosa no centro é devido à eliminação de bacilos que liberam lipídeos ficando com aspecto gorduroso, também a morte de leucócitos que se infiltraram e de células do parênquima pulmonar, dando um aspecto sólido-líquido. Bactéria latente: O bacilo pode apresentar uma coexistência pacífica com o seu hospedeiro na forma de infecção quiescente ou dormente Esses indivíduos apresentam 5% de chance de desenvolver tuberculose ativa após o primeiro ano e 10% de chance ao longo da vida. As bactérias podem ser reativadas, por motivos exógenos como álcool e tabagismo, ou por uma redução da resposta imune por conta da idade, ou por terapia supressora. 3º.
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