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FOUCAULT, PODER E A HISTÓRIA DA LOUCURA Foucault foi um autor muito influente e que escreveu tratados sobre diversas áreas, as mais importantes para a psicologia e que veremos aqui são: O exercício do poder e a História da Loucura. Poder e os mecanismos de controle Em seu livro “Vigiar e punir”, Foucault defende que o poder não é algo que se tem, mas que se exerce. Não é um objeto para ser possuído, mas sim uma relação de dominação entre corpos. Características do poder • Multiplicidade universal: é exercido então em uma rede por instituições disciplinares (que não são dotadas de aspecto inferior ou superior). • Produtivo: é a analítica dos poderes. O poder está constantemente produzindo e organizando as relações/hábitos. Logo, com o exercício do poder, há a criação de novas formas de existência, essas novas formas de existência, por sua vez, estabelecem novas formas de poder. MODOS DE PODER Soberania - É o poder que se exerce baseado estritamente na lei e só opera após reconhecer o delito (para controlar os comportamentos delinquentes). Disciplina – Aqui, os indivíduos são encaixados em um padrão disciplinar: há uma organização dos corpos no tempo e no espaço pelas instituições (produção de uma lógica que os indivíduos seguirão a vida inteira, o que Foucault intitulou de corpos dóceis. Aqui, não há somente um molde, mas também uma constante vigilância para que não haja delitos e, consequentemente, não precise haver punição (é mais vantajoso vigiar/coagir do que punir). Essa vigilância é feita o tempo todo por meio de registros. Exemplo: Panóptico O panóptico é o modelo de prisão ideal. Uma estrutura circular possui uma torre de vigia no centro. Por causa dessa estrutura circular, da torre os guardas conseguem observar todos os prisioneiros. Dessa torre, no entanto, sai uma luz fortíssima Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY-NC-ND Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY Sofia Victória http://cgq-cl.blogspot.com/2013/02/michel-foucault.html https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/ https://medialab.unmsm.edu.pe/chiqaqnews/los-panopticos-modernos/ https://creativecommons.org/licenses/by/3.0/ que impossibilita os prisioneiros visualizarem o interior da torre e saberem se de fato estão sendo vigiados. Por isso a sociedade disciplinar é muito mais plástica/flexível, pois atua não somente quando se percebe o delito, mas em qualquer fuga da normalidade. A História da loucura Precisamos entender que a percepção de um indivíduo considerado louco mudou muito ao longo da história. As pessoas “fora do padrão” antigamente muitas vezes eram consideradas quase que misticamente – tendo uma ligação com o divino – e sendo respeitadas. Entretanto, com o surgimento da psiquiatria e o estabelecimento da ideia de loucura cria-se a relação de poder entre louco e psiquiatra e assim altera-se a concepção da loucura. Então, analisaremos um panorama geral acerca da história da loucura: Antiguidade Clássica • Aqui falamos principalmente da Grécia. Os loucos eram vistos como “agraciados” pelos deuses, ou “punidos” por eles – a questão envolvia a mística. Idade Média • Loucura fora atribuída às possessões demoníacas e era tratada pelo exorcismo – quando esse procedimento não funcionava os loucos eram encarcerados no calabouço para morrer. Período Renascentista • Os loucos eram tidos como aberrações, sendo apresentados em feiras, festivais... • A solução, muita das vezes, para os indivíduos mais conflituosos era simplesmente expulsa-los para fora dos muros da cidade, ou os largarem em barcos no oceano (A nau dos loucos). É nítido que tais “alternativas” causavam a morte desses indivíduos. Período Clássico • Durante os séculos XVII e XVIII havia um medicamento geral e uma percepção que considerava a loucura uma doença dos nervos, que também eram tratados por banhos terapêuticos. • Havia dispositivos de administração urbana que recolhiam esses indivíduos sem razão moral em Casas de Correção. • Esses indivíduos que causavam desordem na sociedade não eram somente loucos - mas também mendigos, libertinos, ciganos, homossexuais, etc. O que prova que essas casas não tinham objetivo primário de correção, mas sim de exclusão.
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