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HISTÓRIA DO CEARÁ

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HISTÓRIA DO CEARÁ 
 
- A expressão ―Descobrimento do Brasil‖ é eurocêntrica e ocidentalizante, pois nega a historicidade 
das nações indígenas ao atribuir o início da nossa história à chegada do colonizador europeu. Além 
disso, a versão oficial que atribui o descobrimento a Cabral está errada. O primeiro europeu a chegar 
ao Novo Mundo-Brasil foi o espanhol Vicente Pinzón que aportou no litoral cearense de Santa Maria 
de La Consolación (Mucuripe) na manhã do dia 26 de janeiro de 1500. Pinzón não é considerado o 
descobridor porque esta terra pertencia a Portugal conforme os termos do Tratado de Tordesilhas. 
 
- A origem do nome Ceará é imprecisa. No início era escrito com ―s‖: Siará, Seara, Ciará e Ceará, 
com diferentes significados conforme os diversos autores: ―cantar forte‖, ―canto da jandaia‖, 
―pequeno periquito‖, ―abundância de caça‖, ―caranguejo branco‖ ou uma variação de Saara (deserto 
africano). 
As terras atualmente pertencentes ao Ceará foram doadas, em 1535, a Antônio Cardoso de Barros, 
mas este não se interessou em colonizá-las e nem sequer chegou a visitar a capitania. Ironicamente, 
quando Barros decide vir à Capitania do Siará (como era conhecida a região correspondente aos 
seguintes lotes: Capitania do Rio Grande, Capitania do Ceará e a Capitania do Maranhão), em 
expedição organizada, o navio naufraga na costa de Alagoas (1556), culminando com sua morte. A 
primeira tentativa séria de colonização portuguesa ocorre com Pero Coelho de Sousa, que lidera a 
primeira bandeira feita em 1603, demonstrando por isso certo interesse de Portugal em colonizar o 
Ceará. 
A missão dos bandeiristas era explorar o rio Jaguaribe, combater piratas, "fazer a paz" com os 
indígenas e tentar encontrar metais preciosos. Após construírem o Forte de São Tiago, às margens do 
Rio Ceará e verificarem a inexistência de riqueza na região, Pero Coelho passou a escravizar índios, 
que se revoltaram e destruíram o forte, obrigando os europeus a fugirem para as ribeiras do Rio 
Jaguaribe, onde construíram o Forte de São Lourenço. Devido às hostilidades dos nativos e à seca de 
1605-1607, Pero Coelho viu-se obrigado a deixar o Ceará. 
Diante do fracasso de Pero Coelho de conquistar as nações índigenas, em 1607 foram enviados os 
padres Jesuítas Francisco Pinto e Pereira Figueira com o intuíto de evangelizar os sivícolas. Estes 
avançaram até a Chapada da Ibiapaba, onde ficaram até a morte do padre Francisco Pinto em outubro 
do mesmo ano. O padre Pereira Figueira, retorna a Pernambuco em 1608, sem grandes sucessos. 
Em 1612, sob o comando de Martim Soares Moreno (considerado posteriormente o "fundador" do 
Ceará), foi construído, às margens do Rio Ceará, o Forte de São Sebastião, local conhecido 
atualmente como Barra do Ceará (divisa entre os Municípios de Fortaleza e Caucaia). 
OBS: O mito fundador do Ceará foi formulado pelo romancista José de Alencar que atribuiu a 
conquista do território a um ato de amor entre a índia Iracema e o guerreiro branco Martim, pais do 
primeiro cearense, Moacir – o filho da dor. O guerreiro branco era Martim Soares Moreno que 
edificou na barra do rio Ceará o Forte de São Sebastião e é considerado pelos escritores românticos o 
―fundador do Ceará‖. 
A colonização portuguesa da região, iniciada no século XVII, foi dificultada pela forte oposição das 
tribos indígenas e as invasões de piratas europeus. O estabelecimento europeu só tomou impulso com 
a construção, na embocadura do riacho Marajaitiba, do forte holandês Schoonenborch, que em 1654, 
foi tomado pelos portugueses e passou a ser chamado Fortaleza de Nossa Senhora de Assunção. Em 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cear%C3%A1
http://pt.wikipedia.org/wiki/1535
http://pt.wikipedia.org/wiki/Capitania_do_Cear%C3%A1
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pero_Coelho_de_Sousa
http://pt.wikipedia.org/wiki/1603
http://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Jaguaribe
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fortim_de_S%C3%A3o_Tiago_da_Nova_Lisboa
http://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Cear%C3%A1
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pero_Coelho
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jesu%C3%ADta
http://pt.wikipedia.org/wiki/Padre_Francisco_Pinto
http://pt.wikipedia.org/wiki/Padre_Pereira_Figueira
http://pt.wikipedia.org/wiki/Martim_Soares_Moreno
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fortim_de_S%C3%A3o_Sebasti%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fortaleza
http://pt.wikipedia.org/wiki/Caucaia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Riacho_Paje%C3%BA
http://pt.wikipedia.org/wiki/Forte_Schoonenborch
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fortaleza_de_Nossa_Senhora_de_Assun%C3%A7%C3%A3o
volta dessa Fortaleza formou-se a segunda vila do Ceará, a vila do Forte, ou Fortaleza. Depois de 
muita disputa política entre Aquiraz e Fortaleza, a última passou a ser a capital do Ceará, 
oficialmente a partir de 13 de abril de 1726 (Data em que se comemora o aniversário da cidade). 
OBS: Os holandeses invadiram o Ceará duas vezes; na segunda em 1649, levantaram na embocadura 
do rio Pajeú (enseada do Mucuripe) uma fortificação, a que deram o nome de Schoonenborch. 
- A expedição saiu do Recife com o comando de Matias Beck, "a serviço da pátria e da Companhia 
das Índias Ocidentais", pretendia encontrar prata no Monte Itarema, em Maranguape. 
- O forte foi o centro das atividades militares e de exploração. Em 1654 os holandeses foram 
derrotados e entregaram o forte aos portugueses, que o reformaram (substituindo a construção de 
madeira por alvenaria) e dele fizeram quartel e sede do governo da capitania, com o novo nome de 
Fortaleza de Nossa Senhora de Assunção, berço da atual capital cearense. 
 
Houve duas frentes de ocupação portuguesa do território cearense: a do sertão-de-fora, controlada 
por pernambucanos que vinham pelo litoral; e a do sertão-de-dentro, dominada por baianos. Graças à 
pecuária e aos deslocamentos de pessoas das áreas então mais povoadas, praticamente todo o Ceará 
foi ocupado ao longo do tempo, levando ao nascimento de várias cidades importantes nos 
cruzamentos das principais estradas utilizadas pelos vaqueiros, como Icó. Ao longo do século XVIII, 
a principal atividade econômica cearense foi a pecuária, levando muitos historiadores a falarem que 
o Ceará se transformou em uma "Civilização do Couro", pois a partir do couro se faziam 
praticamente todos os objetos necessários à vida do sertanejo através de um rico artesanato. 
O comércio do charque foi decisivo para a vida econômica do Ceará ao longo do século XVIII e 
XIX. Com ele passou a existir uma clara divisão do trabalho entre as regiões do Estado: no litoral se 
encontravam as charqueadas e, no sertão, as áreas para criação de gado bovino. O charque também 
permitiu o enriquecimento de proprietários de terras e de comerciantes, bem como o surgimento de 
um pequeníssimo mercado interno local. Durante o auge do comércio do charque, a principal cidade 
cearense foi Aracati, de onde eram exportadas mas também floresceram outros centros regionais, 
como Sobral, Icó, Acaraú, Camocim e Sobral. A era do charque finda-se depois das secas de 
1790/93, que desvastram o estado e imposibilitaram a continuação da pecuária cearense. Com este 
evento a produção do charque mudou para o Rio Grande do Sul. 
Outras cidades nasceram a partir de aldeamentos indígenas, onde os nativos eram confinados sob o 
controle de jesuítas, responsáveis por sua catequização e aculturação. Este foi o caso de cidades 
importantes como Caucaia (outrora chamada Soure), Crato, Pacajus, Messejana e Parangaba (as duas 
últimas atuais bairros de Fortaleza). Os indígenas cearenses foram, em sua maior parte, massacrados, 
embora tenham resistido até os dias de hoje. Um dos maiores exemplos de sua resistência foi a 
Guerra dos Bárbaros, na qual indígenas de diversas tribos (Kariri, Janduim, Baiacu, Icó, Anacé, 
Quixelô, Jaguaribara, Kanindé, Tremembé, Acriú, etc.) se uniram para lutar contra os conquistadores 
portugueses, resistindo bravamente durante quase 50 anos. 
O Ceará torna-se administrativamente independentede Pernambuco em 1799. Nas décadas 
anteriores, o cultivo do algodão começou a despontar como uma importante atividade econômica, 
gerando um período de prosperidade para a capitania. Com a recuperação da cotonicultura dos 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Aquiraz
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pernambuco
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bahia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ic%C3%B3
http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XVIII
http://pt.wikipedia.org/wiki/Charque
http://pt.wikipedia.org/wiki/Charqueadas
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gado_bovino
http://pt.wikipedia.org/wiki/Aracati
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sobral_%28Cear%C3%A1%29
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ic%C3%B3
http://pt.wikipedia.org/wiki/Acara%C3%BA
http://pt.wikipedia.org/wiki/Camocim
http://pt.wikipedia.org/wiki/Granja_%28Cear%C3%A1%29
http://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Grande_do_Sul
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jesu%C3%ADtas
http://pt.wikipedia.org/wiki/Crato_%28Cear%C3%A1%29
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pacajus
http://pt.wikipedia.org/wiki/Messejana_%28Fortaleza%29
http://pt.wikipedia.org/wiki/Parangaba
http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_dos_B%C3%A1rbaros
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cariris
http://pt.wikipedia.org/wiki/Anac%C3%A9s
http://pt.wikipedia.org/wiki/Canind%C3%A9s
http://pt.wikipedia.org/wiki/Trememb%C3%A9s
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cear%C3%A1
Estados Unidos da América, o algodão e o próprio Ceará entraram em crise, o que explica o 
envolvimento de cearenses na Revolução Pernambucana de 1817 e na Confederação do Equador. 
OBS: Entre 1621-56 o Ceará ficou submisso ao Maranhão. De 1656-1799 permaneceu na 
dependência de Pernambuco, o que dificultou o desenvolvimento local. 
- Portugal ordenou o estabelecimento da primeira vila do Ceará em 1699 -a de São José de Ribamar-, 
que por anos se deslocou entre a Barra do Ceará, o Forte de Nossa Senhora de Assunção e Aquiraz, e 
só ficou definitivamente nesta localidade em 1713. 
 
- Fortaleza somente foi elevada à categoria de vila e capital em 1726 e não apresentou até a 2ª 
metade do século XIX, maior importância econômica-política. Em 1736, Icó foi elevada à condição 
de vila, a primeira do interior; Aracati alcançou a categoria de vila em 1748; Sobral, em 1773. 
 
- Os Jesuítas buscaram catequizar os índios nos aldeamentos que deram origem a vários núcleos 
urbanos da atualidade, como Viçosa do Ceará, Caucaia, Parangaba, Messejana, Barbalha e Baturité, 
entre outros. 
 
- Na economia o Ceará foi outro Nordeste, sem a riqueza da cana-de-açúcar ou o esplendor do pau-
brasil. A ocupação econômica do sertão ocorreu com o avanço da pecuária conduzido por 
aventureiros atraídos pelos excelentes pastagens e do bom clima dos sertões. À proporção que 
conquistavam terreno, instalavam currais para nuclear os rebanhos que conduziam, e, sem demora, 
oficializavam suas conquistas com a obtenção de datas ou sesmarias. O avanço da pecuária levou a 
expulsão dos índios na ―guerra dos bárbaros‖. Alguns silvícolas foram domesticados e aproveitados 
no trabalho como vaqueiro, recebedores da remuneração em forma de quarta. A produção no séc. 
XVII de charque (Carne seca) foi um dos fatores para o crescimento de Aracati, tida como o ―pulmão 
da economia cearense‖. Sobral( ―princesa da zona norte‖)e Icó também merecem destaque na 
chamada ―Civilização do Couro‖. 
 
- A Revolta dos Padres ocorreu em 1817 em Pernambuco. Foi um movimento emancipacionista 
liberal e republicano. No Ceará apenas a vila do Crato, com a família Alencar, aderiu a revolta que 
foi sufocada e Bárbara de Alencar se tornou a primeira mulher presa por razões políticas na história 
do Brasil. 
 
- As províncias do Grão-Pará, Cisplatina,Bahia, Piauí e Maranhão não aceitaram a independência do 
Brasil.Nas duas províncias do nordeste as tropas portuguesas eram comandadas por Cunha Fidié. O 
Ceará teve decisiva participação na campanha contra o comandante português. Um exército 
improvisado, de mais de seis mil homens, sob as ordens de Pereira Figueiras e Tristão Gonçalves, 
enfrentou o inimigo em Caxias e fê-lo capitular , a 1º de agosto de 1823. 
 
- O Ceará participou da Confederação do Equador(1824), movimento separatista, liberal e 
republicano contra o absolutismo de D. Pedro I que outorgou a Constituição de 1824. Os principais 
líderes—Tristão Gonçalves, Pereira Figueiras, Pessoa Anta, Padre Mororó, entre outros,acabam 
mortos com o fracasso da revolta. 
 
- Em 1831, com a abdicação de Pedro I, O monarquista, coronel de Jardim, Pinto Madeira iniciou 
uma guerra civil no Ceará contra os liberais do Crato pela hegemonia do Cariri.Os jagunços que 
lutaram de ambos os lados mal sabiam as razões da guerra dos coronéis. Pinto Madeira foi derrotado, 
julgado e fuzilado em 1834. 
 
- Em 1840, ocorreu a Revolução de Sobral—conservadores tentaram assassinar o presidente liberal 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Estados_Unidos_da_Am%C3%A9rica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Pernambucana
http://pt.wikipedia.org/wiki/Confedera%C3%A7%C3%A3o_do_Equador
da província, senador Alencar. Este, porém, derrotou os inimigos. 
 
- O Ceará anuncia oficialmente a extinção da escravidão negra em seu território, sendo pioneiro no 
Brasil, em 1884. Nessa campanha abolicionista, destaca-se Francisco José do Nascimento, o ―Dragão 
do Mar‖. O pioneirismo cearense deveu-se ao pouco peso do braço escravo na economia local, ao 
aumento do tráfico interprovincial de escravos, a resistência negra, ao movimento abolicionista e a 
seca de 1977 que arruinou a economia cearense. 
 
- O plantio do algodão, voltado para o mercado externo, foi favorecido pela Revolução Industrial 
inglesa, Independência dos Estados Unidos e teve o apogeu com a Guerra da Secessão americana. 
Fortaleza,capital e cidade coletora e exportadora do algodão, teve importantes beneficiamentos. São 
dessa época: ruas calçadas e iluminadas a gás, rede ferroviária, telefones, lojas bem montadas, bons 
educandários. Chegavam as idéias novas com a ―Academia Francesa‖ e os jornais cearenses se 
caracterizaram pelo espírito polêmico. Fortaleza assumiu a condição de principal cidade do Ceará, 
cresceu e se ―aformoseou‖, imitando os padrões parisienses, era a época do ―Belle Epoque‖. 
 
- A Padaria Espiritual se destacou entre os vários grupos intelectuais cearenses do final do século 
XIX . Fundada por Antônio Sales, os padeiros se reuniam no Café Java na Praça do Ferreira e 
agitaram a cultura local com humor e ironia. 
 
- O povo cearense assistiu bestializada a proclamação da República. Gerônimo Jardim, o último 
presidente monarquista, foi deposto e assumiu o poder Luiz Ferraz que faleceu em 1891.O novo 
governador João Cordeiro, afastado pelo deodorista Clarindo de Queiroz. Este foi deposto por uma 
revolta, ascendendo ao poder o grupo político do ex-monarquista e republicano ―de véspera‖ 
Nogueira Accioly. 
 
- A oligarquia comandada por Nogueira Accioly dominou o Ceará de 1896 a 1912 com 
características de nepotismo (emprego de parentes nos cargos públicos), despotismo, corrupção e 
natureza monolítica. As razões da hegemonia aciolina devem ser buscadas na adesão à Política dos 
Governadores, violência contra a oposição, apoio dos latifundiários do interior do estado com 
destaque para o ―pacto dos coronéis‖ articulado pelo padre Cícero Romão. A queda de Nogueira 
Accioly, apelidado de ―babaquara‖, ocorreu após uma revolta popular em Fortaleza e está ligada à 
―Política das Salvações‖ do presidente Hermes da Fonseca. As oposições comandadas por Franco 
Rabelo derrubaram Accioly, mas não alteraram o sistema oligárquico-clientelista. Apesar disso, o 
povo comemorou nas ruas de Fortaleza a queda do oligarca. 
 
- A Sedição de Juazeiro foi a deposição do salvacionista Franco Rabelo em 1914 por jagunços 
comandados por Floro Bartolomeu, sob inspiração do Padre Cícero, aliados do aciolismo. 
 
- A questão religiosa de Juazeiro foi uma disputa dentro da Igreja Católica. De um lado uma igreja 
romanizada,elitista e europeizada e do outro, as práticas cotidianas do catolicismo popular dos 
padres do sertão cearense, especialmente do Padre Cícero . O estopim da crise foi o ―milagre da 
hóstia‖ que virou sangue na boca da beata Maria de Araújo. O Bispo D. Joaquim não reconheceu 
este suposto milagre. Cícero morreu em 1934, excomungado pela Igreja Católica. Hoje há um 
intenso movimento dentro da Igreja por sua reabilitação. Para o povo do sertão, Cícero já é um 
―santo‖ e foi escolhido recentemente em votação popular o ―cearense do século‖. 
 
- A população de Fortaleza se revoltou contra o serviço público de transportes em 1925. No ano 
seguinte, a lendária Coluna Prestes passou para o Ceará e quase enfrentou as tropas do cangaceiro 
Lampeão. 
 
- O Caldeirão foi uma comunidade cristã primitiva, coletivista, igualitária, messiânica e milenarista, 
localizada no Crato e liderada pelo Beato José Lourenço. Foi destruída em 1936 por tropas enviadas 
pelo Governador Menezes Pimentel, eleito pela Liga Eleitoral Católica. O sítio foi acusado de ser um 
antro comunista e fanático, além disso, foi deixado em testamento do Padre Cícero para a ordem dos 
salesianos. 
 
- O Ceará continuou dominado pelas oligarquias agrárias através dos Partidos conservadores e 
democratas sem grandes diferenças ideológicas que se alternaram no poder, entre 1914 e 1930. Este 
foi um período marcado por secas, guerra de coronéis e cangaceiros que levavam terror aos sertões. 
Neste período governaram: Liberato Barroso ( 1914 a 1916) destaque para a seca do quinze. João 
Tomé(1916 a 1920), Justiniano de Serpa e Ildefonso Albano(1920 a 1924), Desembargador 
Moreira(1924 a 1928) e Matos Peixoto que foi deposto pela ―Revolução de 30. 
 
- Fernandes Távora foi o primeiro interventor do Ceará após a ―Revolução de 30‖, porém manteve 
práticas oligárquicas e foi afastado por Vargas. Seu substituto, Carneiro de Mendonça (1931-1934), 
conciliou os mudancistas com as antigas oligarquias. Os ―revolucionários‖ fundaram o PSD( Partido 
Social Democrático) enquanto as tradicionais oligarquias se organizaram na LEC ( Liga Eleitoral 
Católica), que apoiada pela Igreja e pelos fascistas, comandou o estado de 1935 a 1945 com Menezes 
Pimentel, um período marcado por muita violência política. 
 
- A LCT ( Legião Cearense do Trabalho) foi uma organização operária de inspiração fascista 
liderada por Severino Sombra com caráter anti-liberal,anti-comunista, corporativista, nacionalista e 
autoritária que dominou o Ceará de 1931 a 1937 com apoio da Igreja Católica. 
 
- Com a II Guerra Mundial ( 1939-45), vários cearenses foram lutar na Europa contra os países 
fascistas e outros acabaram indo para o norte na chamada ―guerra da borracha. O Estado Novo 
incentivou a migração para os seringais amazônicos como parte de um acordo firmado com os 
Estados Unidos de fornecimento de borracha. A propaganda oficial prometia a colonização da região 
com fornecimento de terras, livre do drama das secas e com respeito aos direitos trabalhistas. Na 
verdade o que se buscava era aliviar as tensões sociais no campo e suprir com mão-de-obra barata 
um setor em crise da economia nacional. As promessas não foram cumpridas e muitos cearenses 
morreram de malária e de fome na selva. 
 
- Em 1941, "Jacaré" e mais três pescadores embarcaram na jangada São Pedro rumo ao Rio de 
Janeiro para pedir que Presidente Getúlio Vargas concedesse direitos trabalhistas aos pescadores 
cearenses. Esta aventura inspirou o diretor americano Orson Welles a filmar no Ceará. Era a época 
da ―política da boa vizinhança‖ em que os Estados Unidos tentavam afastar as influências nazi-
fascistas e socialistas na América. 
 
- O Drama das secas: O fenômeno das longas estiagens favorece a conceitos incorretos sobre a seca. 
Um fenômeno climático se transforma em tragédia social agravado pelas condições políticas. As 
secas são crises periódicas caracterizadas pela falta completa de chuvas, má distribuição das quedas 
pluviais no tempo ou no espaço ou ainda quando chove bastante, mas irregularmente, dando margem 
a que, com a demora, o solo se resseque e as plantações morram. Quando volta a chover, o prejuízo 
já se concretizou. As improvisações das políticas governamentais não solucionam o problema, 
propiciando o desenvolvimento da indústria da seca, que prospera na proporção em que são 
favorecidos poderosos grupos políticos locais. 
 
- Durante parte do Regime Militar, de 1964 a 1982, o Ceará foi governado pelos coronéis, militares 
de patente, Virgílio Távora, Adauto Bezerra e César Cals. Em 1982 Gonzaga Mota foi eleito 
governador com apoio dos coronéis, mas rompeu com o esquema coronelístico,apoiou Tancredo 
Neves à presidência e indicou o empresário Tasso Jereissati, ex-presidente do CIC( Centro Industrial 
do Ceará), como seu sucessor no governo do estado., 
 
- A Era Jereissati se estendeu de 1986 até 2002. Tasso imprimiu os princípios da administração 
privada na gestão pública em busca de eficiência empresarial e administrativa e tornou o Ceará um 
laboratório do neoliberalismo. As contas públicas foram equilibradas, empresas foram privatizadas e 
a burocracia estatal se tornou mais eficiente. Contudo permaneceram elevados os índices de miséria, 
analfabetismo e desemprego. 
 
ALGUNS APROFUNDAMENTOS: 
 
Movimentos independentistas e Império 
O século XIX também foi marcado por alguns movimentos revolucionários e conflitos. Em 1817, 
alguns cearenses, liderados pela família Alencar, apoiaram a Revolução Pernambucana. O 
movimento, no entanto, ficou restrito ao Cariri e, especialmente, à cidade do Crato, e foi rapidamente 
sufocado. Em 1824, já após a independência, os mesmos ideais republicanos e liberais apareceram 
num movimento mais amplo e organizado: a Confederação do Equador. Aderindo aos revoltosos 
pernambucanos, várias cidades cearenses, como Crato, Icó e Quixeramobim, demonstraram sua 
insatisfação com o governo imperial. Após choques com o governo provisório controlado pelo 
Imperador Dom Pedro I, foi estabelecida a República do Ceará em 26 de agosto de 1824, tendo 
Tristão Alencar como presidente do Conselho que governaria a província. A forte repressão das 
forças imperiais, no entanto, derrotaram rapidamente o movimento rebelde devido a diversos 
motivos: a superioridade militar das tropas do governo imperial; a pouca participação popular; as 
principais lideranças terem sido presas ou mortas. 
Outro conflito que se destacou na história cearense foi a Sedição de Pinto Madeira, um violento 
conflito entre a vila do Crato, liderada por liberais republicanos (com maior destaque para a família 
Alencar), e a de Jardim, praticamente dominada por Pinto Madeira, de caráter absolutista e 
autoritário. As duas elites locais disputavam pelo controle político do Cariri cearense. Por fim, os 
cratenses contrataram o mercenário francês Pierre Labatut e, reagindo com um exército formado por 
sertanejos humildes, renderam os jardinenses. Pinto Madeira foi julgado sumariamente no Crato, 
após ser considerado culpado pela morte do liberal José Pinto Cidade. 
Também no século XIX, o Ceará sofreu um verdadeiro boom econômico durante o período da 
Guerra de Secessão (1861-1865) nos EUA, que, afetando a cotonicultura norte-americana, abriu o 
mercado mundial para o algodão cearense. Foi nesse período que Fortaleza desbancou Aracati do 
posto de cidade principal do Ceará: o algodão substituía o charque em importância econômica. 
Porém, a Grande Seca(1877/78/79), interfere na agricultura do algodão, Fortaleza foi invadido pelas 
vítimas da estiagem, uma grande parte da população cearense emigra para a Amazônia e assim 
contribui no boom do primeiro Ciclo da Borracha. E partir desta seca o Ceará passa a ser fator de 
atenção dentro da política nacional. 
Depois do outro período de seca o Império iniciou projetos sociais e de infra-estrutura (Açude do 
Cedro), para amenizar as consequências dasestiagens, fato que resultou com criação da Comissão de 
Açudes e Irrigação (atualmente DNOCS). 
http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XIX
http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Pernambucana
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cariri
http://pt.wikipedia.org/wiki/Confedera%C3%A7%C3%A3o_do_Equador
http://pt.wikipedia.org/wiki/Crato_%28Cear%C3%A1%29
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ic%C3%B3
http://pt.wikipedia.org/wiki/Quixeramobim
http://pt.wikipedia.org/wiki/Dom_Pedro_I
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jardim_%28Cear%C3%A1%29
http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_de_Secess%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cotonicultura
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http://pt.wikipedia.org/wiki/Amaz%C3%B4nia
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http://pt.wikipedia.org/wiki/A%C3%A7ude_do_Cedro
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http://pt.wikipedia.org/wiki/DNOCS
No século XIX, um movimento de grande importância aconteceu no Ceará: a campanha 
abolicionista, que aboliu a escravidão no estado em 25 de março de 1884, antes da Lei Áurea, que é 
de 1888. Foi, portanto, o primeiro estado brasileiro a abolir a escravatura. Dentro do Ceará, o 
primeiro município a abolir a escravatura foi Acarape, que depois do evento, passou a ser chamado 
de Redenção. O abolicionismo foi favorecido pela pouca importância da escravidão na economia 
cearense relativamente às outras regiões do Brasil. Contou com o apoio da Maçonaria e até mesmo 
de grupos formados por mulheres da elite do Estado. Além da pequena quantidade de escravos, 
quando da campanha abolicionista, muitos escravos eram vendidos para o trabalho em outras 
províncias com maior demanda de trabalho compulsório. Pela grande dificuldade em atracar navios, 
devido ao mar bravio, a capital cearense era um péssimo ancoradouro, o que fazia dos jangadeiros 
um elemento de suma importância para a economia local, já que o embarque e desembarque no porto 
de Fortaleza tinha que ser feito por meio de embarcações pequenas e insubmersíveis conhecidas 
como jangadas, e a forte campanha abolicionista, em 1881, convenceu os jangadeiros cearenses a 
não mais realizar o transporte de escravos para terra firme. Sob o lema "No Ceará não se embarcam 
mais escravos", o movimento, comandado pelo jangadeiro Francisco José do Nascimento, o "Dragão 
do Mar", hoje nome de um centro cultural da cidade de Fortaleza, ganhou significativa simpatia da 
população cearense. 
República Velha 
Após a proclamação da República no Brasil, em 1889, o quadro político-econômico do Ceará 
começou a se transformar. Alguns anos depois, teria início a poderosa oligarquia acciolina, que 
recebeu esse nome por ser comandada pelo comendador Antônio Pinto Nogueira Accioli, que 
governou o estado de forma autoritária e monolítica entre 1896 e 1912. A situação de desesperadora 
miséria e abandono social era uma marca profunda do Ceará nessa época, o que levou ao surgimento 
de diversos movimentos messiânicos ao longo do século XIX e XX, tendo como líderes religiosos 
Antônio Conselheiro (que formaria na Bahia o arraial de Canudos), Padre Ibiapina, Padre Cícero, 
Beato Zé Lourenço, etc. Surgiu também outro meio de escapar da miséria: o cangaço. Muitos 
homens formaram grupos de cangaceiros que saqueavam vilas, assaltavam e amedrontavam a todos. 
Além desses eventos em 1896 começou a ser construida a ferrovia Sobral-Crateus por Antonio 
Sampaio Pires Ferreira, onde logo se estabeleceria em suas margens a cidade de Pires Ferreira. 
O século XX, para o Ceará, foi marcado pelos ciclos de poder dos "coronéis" e por enormes 
transformações de ordem social e econômica. O século se iniciou no contexto da oligarquia 
acciolina, comandada, direta ou indiretamente, por Nogueira Accioli de 1896 a 1912. Durante esse 
período, a família Accioli controlou, literalmente, todas as esferas do poder cearense, desde os altos 
escalões do Governo estadual até as delegacias. 
Então se vivia uma conturbada e violenta campanha eleitoral no Ceará, graças ao Salvacionismo 
pretendido pelo presidente Hermes da Fonseca, que procurava enfraquecer as oligarquias regionais 
contrárias ao seu poder. Dentro das política das Salvações, foi lançada a candidatura de Franco 
Rabelo para o governo, enquanto Accioli apontava como seu candidato Domingos Carneiro. Em 
Fortaleza, houve uma passeata de crianças em favor de Franco Rabelo, a qual foi repreendida 
duramente pelas forças policiais, causando a morte de algumas crianças e ferindo outras tantas. 
Em consequência, a população fortalezense se revoltou contra o governo, mergulhando a capital em 
verdadeiro estado de guerra civil durante três dias. Accioli teve, então, que renunciar ao governo 
cearense, tendo como garantia o direito de permanecer vivo e poder fugir do Estado. Franco Rabelo 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_%C3%81urea
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foi eleito para governar o Ceará logo em seguida, mas acabou sendo deposto por outra revolta, a 
Sedição de Juazeiro, entre 1913 e 1914. 
Juazeiro do Norte era uma cidade recém-emancipada do Crato. Seu surgimento se deveu ao 
carismático Padre Cícero, que, após ter ficado famoso devido ao suposto milagre da Beata Maria de 
Araújo (cuja hóstia teria se transformado em sangue), conquistou uma imensa massa de sertanejos 
pobres e religiosos. Muitos passaram a morar em Juazeiro, de modo que em pouco tempo o local 
possuía milhares de moradores. Como não tinha o apoio da alta hierarquia católica, Padre Cícero 
procurou evitar que Juazeiro tivesse o mesmo fim trágico de Canudos e aliou-se ao poder político 
dos coronéis, posicionando-se ao lado da oligarquia de Nogueira Accioli. Embora mantendo a 
proximidade com o povo, o padre tornou-se, para alguns, um "coronel de batinas". 
Franco Rabelo havia, em pouco tempo, perdido o apoio de muitos políticos que o haviam ajudado a 
chegar ao poder - a Assembleia Legislativa tentou até mesmo, sem sucesso, votar o impeachment do 
"salvacionista". Os oposicionistas tentaram, então, convocar extraordinariamente a Assembleia 
Legislativa em Juazeiro e cassaram o mandato de Rabelo. Este, que tinha ainda bastante apoio em 
Fortaleza, mandou tropas para Juazeiro do Norte, pretendendo derrotar os golpistas. Os sertanejos, 
incitados pelo Padre Cícero e pelos coronéis, acreditaram ser aquela uma agressão contra o "Padim 
Ciço". Iniciou-se um verdadeiro clima de guerra santa em Juazeiro. Após meses de combate, os 
seguidores de Padre Cícero venceram as tropas de Rabelo e iniciaram uma longa marcha até 
Fortaleza, obrigando Rabelo a renunciar ao governo cearense. 
Após a Sedição de Juazeiro, estabeleceu-se um certo equilíbrio entre as oligarquias cearenses, não 
havendo mais conflitos militares entre elas. O povo, no entanto, continuou reprimido e sem voz. 
Estado Novo 
A situação política no Ceará se modificaria bastante com a Revolução de 1930, que levou ao poder 
Getúlio Vargas. Durante 15 anos, governaram o Estado interventores do Governo Federal. O 
primeiro interventor no Ceará foi Fernandes Távora, mas ele governou por pouco tempo, pois 
continuou com as práticas clientelistas ecorruptas da República Velha. Os interventores não 
tardaram a se acomodar com as elites locais. O quadro político cearense esteve, nesse período, 
influenciado por duas associações: a Liga Eleitoral Católica (LEC), que, por seus vínculos 
religiosos e apoio dos latifundiários interioranos, obteve grande penetração no eleitorado cearense e 
apoiou segmentos fascistas que organizaram a Ação Integralista Brasileira (AIB) no Ceará; e a 
Legião Cearense do Trabalho (LCT), organização operária conservadora, corporativista, 
anticomunista e antiliberal (na prática, fascista) que existiu no Ceará entre 1931 e 1937. A LCT, após 
o exílio de seu líder Severino Sombra por ter apoiado a Revolução Constitucionalista de São Paulo 
em 1932, foi perdendo poder. Ao voltar do exílio, Sombra abandonou a LCT e fundou a Campanha 
Legionária, mas não teve sucesso, pois a Igreja prestava agora apoio à AIB e começavam a surgir 
entidades operárias de esquerda no Estado. Em 1937, por fim, todas as associações de orientação 
fascista (LCT, AIB e Campanha Legionária) foram extintas pelo Estado Novo de Getúlio Vargas. 
Durante a seca de 1915 e, novamente na estiagem de 1932, foram criados campos de concentração 
no Ceará.
[1][2]
 O objetivo destes, era impedir que retirantes fugindo da seca e da fome, chegassem às 
grandes cidades. Estes locais de confinamento eram conhecidos como os currais do governo. 
Um importante movimento social no período varguista foi o Caldeirão. De forma semelhante a 
Canudos, ele reuniu cerca de 3 mil pessoas sob a liderança do beato Zé Lourenço, paraibano que 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sedi%C3%A7%C3%A3o_de_Juazeiro
http://pt.wikipedia.org/wiki/Juazeiro_do_Norte
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http://pt.wikipedia.org/wiki/Maria_de_Ara%C3%BAjo
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http://pt.wikipedia.org/wiki/Campos_de_concentra%C3%A7%C3%A3o_no_Cear%C3%A1
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http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_do_Cear%C3%A1#cite_note-0
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http://pt.wikipedia.org/wiki/Carestia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Caldeir%C3%A3o_de_Santa_Cruz_do_Deserto
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Louren%C3%A7o_Gomes_da_Silva
chegara a Juazeiro por volta de 1890 e era seguidor de Padre Cícero. Aconselhado por Padre Cícero a 
se estabelecer na região e trabalhar com algumas das famílias de romeiros, arrendou um lote de terra 
no sítio Baixa Danta, em Juazeiro do Norte. O sítio prosperou e começou a desagradar a parte da 
elite, sendo difamado pelos adversários políticos de Padre Cícero. Isso culminou na exigência do 
dono do sítio Baixa Danta de que os camponeses e o beato deixassem a terra. 
Instalando-se no sítio Caldeirão, no Crato, propriedade de Padre Cícero, os camponeses formaram 
uma pequena sociedade coletiva e igualitária, prosperando tanto que chegaram a vender os 
excedentes nas cidades vizinhas. O sítio tornou-se, portanto, um "mau exemplo" para os sertanejos e 
desagradou fortemente à Igreja e aos latifundiários que perdiam a mão-de-obra barata. As 
difamações culminaram com a acusação de que o beato Zé Lourenço era agente bolchevique! 
Quando Padre Cícero morreu, em 1934, as terras foram herdadas pelos padres salesianos, e os 
camponeses do Caldeirão ficaram desamparados. Em setembro de 1936, a comunidade é dispersa e o 
sítio é incendiado e bombardeado. Zé Lourenço e seus seguidores rumaram, então, para uma nova 
comunidade. Alguns dos moradores, no entanto, resolveram se vingar e realizaram uma emboscada, 
matando alguns policiais, o que foi respondido com um verdadeiro massacre de camponeses pelos 
contingentes policiais (estima-se entre trezentos e mil mortos). 
O início dos anos 1940, no Ceará, foi influenciado pela Segunda Guerra Mundial e as implantações 
decorridoas pelos Acordos de Washington. Em Fortaleza, foi montada uma base norte-americana, 
mudando os hábitos locais e empolgando a população, que passou a realizar diversos atos, 
manifestos e passeatas contra o nazismo. O Serviço Especial de Mobilização de Trabalhadores 
para a Amazônia - SEMTA, foi criado e teve sua sede em Fortaleza. Este ralizou uma forte 
propaganda governamental a qual estimulava os sertanejos a migrar para a Amazônia, onde estes 
tornariam-se os Soldados da Borracha do Exército da Borracha, isto é, explorariam o látex das 
seringueiras. Milhares de cearenses emigraram para o Norte, muitos dos quais morreram. Porém, 
estas mortes não foram em vão, já que, graças aos soldados da borracha e sua mais-valia, os Estados 
Unidos e Aliados puderam combater os exércitos do Eixo sem os seringais da Ásia para abastecê-los. 
A luta contra o nazismo e o posicionamento contraditório do governo brasileiro (uma ditadura de 
base fascista dentro do País lutando contra regimes autoritários fascistas no exterior) precipitaram a 
derrocada do Estado Novo. Formaram-se os diversos partidos novos, como a UDN, o PSD, o PCB e 
o PSP. A UDN e o PSD, partidos conservadores e elitistas, dominariam o cenário político cearense 
pelas próximas décadas, enquanto o PSP, chefiado por Olavo Oliveira, seria, ao menos nos anos 
1950, o "fiel da balança" nas disputas eleitorais. O primeiro governador após a redemocratização foi 
Faustino Albuquerque, da UDN. Vale lembrar que, apesar de todas as transformações políticas, o 
Ceará era então um dos locais mais miseráveis do Brasil. 
 
 
 
 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Juazeiro_do_Norte
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http://pt.wikipedia.org/wiki/Segunda_Guerra_Mundial
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http://pt.wikipedia.org/wiki/Estados_Unidos
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http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81sia

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