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Apostila - Psicologia Social

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Prévia do material em texto

FACULDADE ÚNICA 
DE IPATINGA 
PSICOLOGIA SOCIAL 
FERNANDA GÓES 
 
 
2 
 
 
Menu de Ícones 
O decorrer do texto desta apostila você encontrará alguns ícones que foram elaborados 
para facilitar o estudo e servir de ferramenta para sua compreensão Como intuito de 
facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do conteúdo aplicado ao longo da 
apostila, você irá encontrar ícones ao lado dos textos. Elas são para chamar a sua 
atenção para determinado trecho do conteúdo, cada uma com uma função especifica, 
mostradas a seguir: 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
UNIDADE 
01 
Sumário 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 95 
INTRODUÇÃO A PSICOLOGIA SOCIAL 
 
1.1 Conceitos da Psicologia Social 06 
1.2 Qual o objeto de estudo da Psicologia Social? 15 
1.3 As relações interpessoais seguindo a Psicologia Social 16 
 
PROCEDIMENTOS HISTORICOS 
2.1 A Psicologia Social e seu breve histórico 22 
2.2. Principais teóricos da Psicologia Social 25 
2.3.1. Psicologia Social no Brasil 31 
2.4 Psicologia Social na contemporaneidade 34 
 
UNIDADE 
02 
MÉTODOS E PRATICAS DE INTERVEÇÕES 
 
3.1 Intervenções de ações coletivas 40 
3.2 Intervenções psicossociais 43 
3.3 Éticas de atuações 45 
3.4 Métodos de investigação 48 
 
 
 
UNIDADE 
03 
UNIDADE 
04 
CAMPOS DE ATUAÇÃO 
 
4.1 Psicologia Social Organizacional 56 
4.2 Psicologia Social escolar 58 
4.3 Psicologia Social Comunitária 60 
 
 
INDIVÍDUO E SOCIEDADE 
 
5.1. A relação do sujeito com o meio social 67 
5.2 Processos de socialização 69 
5.3 Mediações psicossociais 73 
 
COGNIÇÃO E MEIO SOCIAL 
 
6.1 Cognição social 80 
6.2 Comportamento antissocial: a agressão 84 
6.3 Comportamento pró-social: o altruísmo 88 
 
 
 
UNIDADE 
05 
UNIDADE 
06 
 
 
4 
 
O percurso histórico que a psicologia social percorreu durante anos é muito 
importante para que possamos compreender a sua real finalidade. Nessa 
unidade vamos tentar pontuar, dentro dos caminhos da psicologia social, a sua 
origem até a sua chegada no Brasil. 
 
CONFIRA NO LIVRO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIDADE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Na primeira unidade, vamos destacar os conceitos abordados por autores, o 
objeto de estudo da psicologia social e as relações interpessoais. Nesse primeiro 
momento, tentaremos apresentar aspectos que possam facilitar o seu 
entendimento sobre o que de fato é a psicologia social e como podemos estudá-
la adequadamente. Acreditamos que o conhecimento oferecido nessa unidade 
preparará você pra as próximas. 
 
Nessa unidade, apontaremos os métodos e meios de intervenções que podem 
ser utilizados em caso da aplicabilidade da psicologia social, analisando sua 
importância diante dos resultados que podem ser obtidos utilizando suas 
técnicas. 
 
Nesta unidade vamos focar nos campos de atuação, abordaremos o campo da 
psicologia social nas organizações, no trabalho, na comunidade e na escola, 
tentando apresentar um pouco das contribuições desta área para os âmbitos 
citados. 
 
 
A sociedade e o indivíduo são mencionados frequentemente em todo o texto, 
nesse sentido, nesta unidade ambos serão abordados de forma mais direta em 
relação as suas relações, seus processos e mediações psicossociais. 
 
 
 
Aqui será possível entender a cognição dentro dos processos psicossociais 
em relação aos comportamentos e como o meio pode influenciar isso tudo. A 
sexta unidade, “Filosofias contemporâneas”, objetivará apresentar o mundo 
em uma perspectiva atual. 
 
 
 
 
5 
 
 INTRODUÇÃO 
 
A psicologia social apresenta uma ideia de que a sociedade e o comportamento 
do sujeito caminham sempre em conjunto. O homem é um sujeito social, e a cultura e 
os padrões sociais inflenciam muito em como ele se porta em seus meios de 
convivência. 
Nesse caso, entenderemos a psicologia social como uma ciência que consegue 
estudar os processos cognitivo, relacionando esses processos ao comportamento e a 
sociedade. Mesmo apresentando um objeto de estudo complexo, sabemos que ela 
tem se fundamentando em conceitos voltados para identidade, subjetividade e 
percepção que podem construir a visão de mundo do indivíduo. 
Nessa disciplina você aprenderá sobre os conceitos, histórias e temáticas 
relacionadas a psicologia social de uma forma que você possa comprender suas 
ideias e desenvolver a sua própria percepção a respeito do conteúdo. 
 
Bom estudo! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
INTRODUÇÃO A PSICOLOGIA 
SOCIAL 
 
 
1.1 – Conceitos da Psicologia Social 
 
 
Desde o princípio da humanidade existem indícios de que nós, humanos, 
sempre vivemos em grupos. A socialização é um aspecto necessário para nossa 
sobrevivência e, com isso, podemos interagir e aprender uns com os outros. 
Essa forma de interação e de contribuição mútua pode resumir de forma breve 
o que é de fato a psicologia social. Os seus conceitos são estudados por vários autores 
na intenção de conseguir expressar as características, opiniões e pesquisas a respeito 
dessa área de conhecimento. 
 
Desde seu surgimento, no pensamento social europeu do século XIX, a 
Psicologia Social se definia como uma disciplina plural. A pluralidade, tanto 
de enfoques teóricos como de objetos de estudo, continuou caracterizando a 
Psicologia Social à medida que ocorria sua diferenciação e sua consolidação 
definitiva como disciplina científica independente, o que aconteceu 
simultaneamente na Psicologia e na Sociologia (ÁLVARO; GARRIDO, 2006, 
p. 40) 
 
Sendo assim, podemos afirmar que, segundo Lane (1981), a psicologia social 
busca entender o comportamento dos sujeitos, mostrando que existe uma influência 
social sobre eles. Essa influência ocorre desde o nascimento, e alguns estudos podem 
dizer que até antes, visto que, a família de origem desse sujeito também foi 
influenciada ao longo dos anos. Ou seja, é fácil compreender a psicologia social como 
uma área que estuda qual é a relação entre o sujeito e a sociedade, uma vez que essa 
necessita ser compreendida em nível histórico, isto é, como ocorre sua organização, 
costumes, valores e demais pontos que são necessários para que ela possa ter 
continuidade e se desenvolva. 
Diante disso, podemos compreender a psicologia social por meio de uma 
junção de ciências, como a psicologia e a sociologia. DeLamater (2003)dirá que, além 
disso, na atualidade a psicologia social é uma área que também tem procurado 
UNIDADE
 
 
 
7 
 
entender a origem e as causas do comportamento social humano, a partir da hipótese 
de que os aspectos individuais e sociais se relacionam reciprocamente, sendo 
influenciados pelas condutas sociais e influenciando. Percebe-se que o outro nesse 
sentido, é bastante presente nas nossas ações. 
Essa associação da psicologia à sociedade também se baseia em uma ciência 
criada através de experimentos. Na perspectiva de Stephan e Stephan (1985)por 
exemplo, a psicologia social tem como objetivo estudar a experiência social que o 
sujeito obtém por meio da presença nos distintos grupos sociais em qual ele se inclui 
e participa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Na busca dos conceitos para mostrar como podemos definir melhor a psicologia 
social, também é importante apresentar a perspectiva de Torres e Neiva (2011), que 
pontuam a psicologia social como uma área de conhecimento que busca compreender 
o vínculo de reciprocidade entre o sujeito e o meio social que ele está presente. Por 
um lado, existe a influência que o indivíduo pratica sobre sua família, amigos e colegas 
ou até de pessoas que não conhece, e por outro lado, ela estuda o sujeito que recebe 
a influência de terceiros, em relação aos nossos comportamentos, experiências e 
sentimentos. 
É importante destacar que os processos cognitivostambém são estudados, 
uma vez que eles são intrínsecos ao comportamento humano. Ao contrário da 
psicologia, que foca na penalidade do indivíduo, a psicologia social tenta incluir outros 
aspectos voltados para a sociologia reforçando isso segundo Carvalho e Júnior (2017) 
que mencionam que distintamente da psicologia da personalidade, que estuda as 
características individuais do sujeito e, da sociologia, que busca compreender a 
influência cultural e institucional perante o comportamento dos sujeitos, a psicologia 
social procura entender as situações cotidianas, se interessando pela influência que 
Trabalhar como psicólogo social é um grande desafio, pois trabalhar com a 
comunidade para a comunidade apresenta algumas barreiras que devem ser 
enfrentadas, como podemos agir? Como criar políticas públicas de intervenção? 
O artigo sugerido vai nos ajudar a refletir mais sobre essas questões. Disponível 
em: https://bit.ly/3xgPLf2. Acesso em: 04 abr. 2020. 
 
 
8 
 
os ambientes sociais e as interações possuem nas atitudes e comportamentos 
individuais, como também levam em consideração fatores situacionais que podem 
afetar o comportamento social. Dessa forma, verifica-se que essas áreas possuem 
pontos semelhantes, porém analisam esses aspectos por meio de visões distintas. 
Com isso, entenderemos o conceito de psicologia social vinculado a algumas 
palavras chaves como: processos cognitivos e comportamentais dos sujeitos e 
relações sociais/interpessoais, que devem ser consideradas quando um profissional 
da área for atuar. Dessa forma, Ferreira (2010, p. 51) diz que: 
Em outras palavras, os psicólogos sociais da primeira vertente tendem a 
enfatizar principalmente os processos intraindividuais responsáveis pelo 
modo pelo qual os indivíduos respondem aos estímulos sociais, enquanto os 
últimos tendem a privilegiar os fenômenos que emergem dos diferentes 
grupos e sociedades. 
 
A ideia de que o comportamento humano pode ser afetado por suas interações 
faz da psicologia social uma área voltada para estudos psicossociais, esses aspectos 
citados relacionados ao seu conceito de ciência devem abranger também conceitos 
específicos que tem como finalidade explicar os processos envolvidos na psicologia 
social. 
 
 
 
Para que possamos compreender melhor, destacaremos de forma breve 6 (seis) 
conceitos presentes na definição da psicologia social, que são: subjetividade, 
identidade, grupos sociais, consciência, atitude e percepção. 
 SUBJETIVIDADE 
 
 
 Nesse vídeo disponibilizado no Youtube, podemos assistir uma breve 
introdução e resumo da psicologia social de acordo com os conceitos presentes 
em seu desenvolvimento como área de conhecimento. Disponível em: 
https://bit.ly/3wceO1M. Acesso em: 04 abr. 2020. 
 
 O livro Psicologia Social Contemporânea está disponível através do link: 
https://bit.ly/3hxk6zx. Acesso em: 04 abr. 2020. 
 
 
 
9 
 
Figura 1: Cada mente tem sua carga 
 
Fonte: Acervo Pessoal da Autora (2020) 
 
 Cada um de nós apresenta características próprias e até mesmo opiniões sobre 
determinados assuntos, somos únicos em nossas particularidades como seres 
humanos. Todas essas características fazem parte da nossa subjetividade. A 
subjetividade indica o entendimento que possuímos sobre nós mesmos, nos 
permitindo elucidar a razão de um indivíduo se moldar a uma identidade única. “As 
posições que assumimos e com as quais nos identificamos constituem nossa 
identidade. A subjetividade inclui as dimensões inconscientes do eu, o que implica a 
existência de contradições” (WOODWARD, 2000, p. 55) 
Ao falar de subjetividade, Morais (1992) relata que se trata de algo interno para o 
externo em constante relação, é algo subjetivo, de uma relação essencial ao sujeito. 
 
Trata-se da propriedade constitutiva do fenômeno psíquico do sujeito 
autoconsciente e pensante, que só pode ser experimentado por ele. 
Caracteriza, pois a interioridade da pessoa, o seu caráter de individualidade 
irredutível a qualquer conceito geral. Por isso se usa também numa acepção 
concreta para indicar o campo das realidades subjetivas (MORAIS, 1992, p. 
1321). 
 
Existe também uma relação dialética com a objetividade, além disso, a 
construção dessa subjetividade se dá através de suas relações pessoais, no viés da 
psicologia social o sujeito não constrói isso sem a ajuda do outro. 
 
 IDENTIDADE 
 
 
10 
 
Figura 2: Cada sujeito tem suas particularidades 
 
Fonte: Acervo pessoal da Autora (2020) 
 
 A identidade também é relacionada ao nosso “eu”, mas ela é mais específica, 
como por exemplo: Onde eu moro? Qual minha idade? Meu sexo? Qual a cor do meu 
cabelo? Da minha pele? Que classe eu pertenço? Quais meus gostos e 
posicionamentos? A identidade pode ser entendida pelas diferenças visíveis em 
relação ao outro. 
 Para que possamos entender melhor sobre a identidade, Fialho (2017) relata 
que ela é formada por aspectos que podem leva-nos às especificidades e diferenças 
do caráter de um indivíduo ou o caráter de um grupo específico. Alguns pontos dessa 
identidade são advindos dos contextos em que o sujeito está incluso, que propiciam 
interações que vão contribuir e influenciar a construção de sua identidade. Sendo 
assim, é um processo que depende das relações sociais que o sujeito vai construindo 
ao decorrer da sua vida. 
Podemos trazer também a ideia de com Cuche (1999) pois além do que já foi dito, 
o autor ressalta que a identidade social do sujeito é caracterizada pela união dos seus 
vínculos em um sistema social que pode ser por classe sexual, classe de idade, classe 
social, nação, e etc. Dessa forma, podemos dizer que a identidade faz com que o 
sujeito se encontre no sistema social. 
Além disso, também devemos destacar a forma que esse ambiente possibilita as 
construções do eu, até mesmo no quesito emoção, pois essa identidade social pode 
ser entendida como propõe Tajfel (1978) como a que faz o sujeito se incluir em 
diversos grupos sociais construindo vínculos emocionais, englobando não só o que a 
natureza influencia, mas a importância subjetiva que os comportamentos presentes 
no ambiente físico e social dos grupos e individual proporcionam. 
 
 
 
11 
 
 GRUPOS SOCIAIS 
 
 Os grupos sociais são os grupos que se formam por algum motivo, seja pessoal 
ou profissional. As trocas de experiências e as relações constituídas oferecem 
vivências capazes de construir nossa personalidade. 
 
Figura 3: Vivemos nos comunicamos entre nós 
 
Fonte: Acervo pessoal da Autora (2020) 
 
Tajfel (1983) ao estudar grupos sociais constatou que tais grupos são 
fundamentais no processo de construção de uma realidade psicológica e de 
identidade social do indivíduo que faz parte dele. Esses grupos conseguem fazer parte 
de nossa vida desde o nosso nascimento, nossa família, nossa escola e mais tarde, 
teremos amigos e grupos de trabalhos. Nessa perspectiva, Lane (1981) aponta que 
precisamos de outras pessoas para sobreviver, no mínimo duas pessoas, isso já nos 
faz integrante de um grupo. Toda nossa vida será voltava para participar de diferentes 
grupos, sejam aqueles que precisamos para sobreviver ou aqueles circunstanciais ou 
esporádicos que participamos para atingir alguns objetivos. 
 Nesse sentido, podemos entender grupos sociais como um agrupamento com 
mais de duas pessoas que interagem de maneira regular, compartilhando ideais, 
identidades, valores e interesses semelhantes. 
 CONSCIÊNCIA 
 
 
 
 
12 
 
 Na psicologia social, a consciência é onde é processado tudo que aprendemos 
com o meio em que vivemos. É com ela que guardamos o externo no interno e 
selecionamos o que de fato achamos coerente para praticar. 
Figura 4: Nossas vivencias nos permite escolher onde seguir 
 
Fonte: Acervo pessoal da Autora (2020) 
 
Fiuza (2011, p. 36) dirá que: 
A consciência é um fenômeno pessoal e representa uma propriedade de 
nosso corpo, provavelmente docérebro. Entendemos ainda que seu 
conteúdo é variado, englobando percepções, pensamentos, memórias, 
emoções e todo tipo de cognição. 
 
O autor também complementa dizendo que nossa consciência nos proporciona 
a noção que temos do mundo (visão de mundo), fazendo com que pudéssemos 
aprender a língua, conhecer locais e pessoas e presenciar situações, como também 
tornou possíveis as atitudes para nossa sobrevivência. Ela nos permite pensar, 
armazenar informações e emoções, perceber o mundo, também nos propicia uma 
noção básica sobre nós mesmos e auxilia a nos distinguir do restante das coisas, nos 
fornecendo a noção de indivíduo. 
 
 ATITUDES 
 
 Precisamos entender que as atitudes são aprendidas mediante ao meio em que 
vivemos, nossas atitudes dependem do nosso meio social. Rodrigues (1999)como 
também Savoia (1989), dirão que as atitudes podem ser aprendidas, nos auxiliam a 
lidar com o meio social e podem ter um viés que surtirá um efeito positivo ou negativo, 
tendo funcionalidade por meio da cognição, podendo ser entendida como as crenças, 
 
 
13 
 
o afeto, que são os sentimentos e emoções, e o comportamento, que está relacionado 
às intenções. 
As atitudes sociais são predisposições a comportamentos em determinadas 
situações, derivadas de valores internalizados durante o processo de 
desenvolvimento de cada pessoa (CHAHINI, 2012, p. 1) 
 
 Nesse contexto podemos usar a definição de Rodrigues; Assmar e Jablonski 
(2009)sobre a atitude social dizendo que é uma organização permanente de crenças 
e cognições em geral, abastecida de uma carga afetiva, seja ela a favor ou contra 
determinado objeto social definido, que possui uma conduta harmônica com as 
cognições e afetos referentes a esse objeto. 
 
 PERCEPÇÃO 
 
Stenberg (2000) menciona ainda que existem duas teorias principais de 
percepção: a percepção construtiva e a percepção direta. A primeira se refere 
a criação de uma percepção mediante um estímulo por meio de informações 
sensoriais e acrescenta outras informações já existentes. A segunda está 
relacionada com as informações provenientes dos receptores sensoriais, 
incluindo o ambiente. 
 
A percepção é um conjunto de processos pelos quais reconhecemos, 
organizamos e entendemos as sensações recebidas dos estímulos 
ambientais. A percepção abrange muitos fenômenos psicológicos”. 
(STENBERG, 2000, p. 110) 
 
Já de acordo com Bock; Furtado e Teixeira (1999)a percepção é um processo 
iniciado no recebimento do estímulo pelo órgão sensorial e segue até a atribuição 
de significado ao estímulo. Ou seja, na percepção há um mecanismo pelo qual o 
sujeito vai selecionar, organizar e interpretar com objetivo de criar significados 
sobre o mundo. 
 
1.2. Qual o objeto de estudo da Psicologia Social? 
 
 
 
14 
 
 Não é difícil identificar que a psicologia social apresenta um objeto de estudo 
bem complexo, apesar de ser diferenciado ao comportamento social, sabemos que 
esse comportamento social abrange outras variáveis que podem dificultar a 
compreensão. Alguns autores defendem que existe mais de um objeto de estudo, 
Lane (1981), por exemplo, menciona que os comportamentos humanos se relacionam 
diretamente com aspectos sociais, e dificilmente não haverá relação entre eles, sendo 
esses aspectos o enfoque da psicologia social. Para a autora, existe mais de um 
objeto de estudo, sendo eles: 
 Violência; 
 Relação de gênero; 
 Comunicação; 
 Exclusão; 
 Identidade social; 
 Consciência de si; 
 Família; 
 Escola; 
 Trabalho e classe social; 
 Grupos; 
 Status social; 
 Liderança; 
 Estereótipos; 
 Motivação; 
 Atitudes; 
 Opiniões; 
 Preconceitos. 
 
 Segundo Ferreira (2010) as mudanças que ocorreram ao longo do surgimento 
da psicologia social e as diferentes abordagens teóricas utilizadas para geração dos 
seus conhecimentos dificultaram a definição do seu objeto de estudo, ou dos diversos 
objetos. Todavia o vínculo do indivíduo com a sociedade, sempre se manteve como 
foco principal entre os psicólogos sociais. 
 
 
15 
 
 Dessa forma, podemos dizer então que o objeto de estudo da psicologia social 
são os comportamentos, pensamentos e sentimentos do sujeito quando ele se 
encontra em interação com outros indivíduos ou em um ambiente social. 
A confusão da psicologia social com a psicologia comunitária entre seus objetos e 
objetivos também existe com frequência, porém o artigo indicado a seguir pode nos 
ajudar a organizar melhor nosso pensamento a respeito: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.3. As relações interpessoais 
 Como já dito, nós somos sujeitos sociais, que precisamos nos relacionar em 
todo momento da vida para adquirir experiências e conhecimentos, e assim construir 
a nossa própria visão de mundo. 
 As relações interpessoais fazem parte das relações humanas, que acontecem 
quando existe um grupo social (grupo de duas ou mais pessoas). Essas relações 
humanas são praticadas de forma que exista respeito ao outro, nesse sentido, 
Cordeiro (1961 )afirma que: 
 
Praticar relações humanas significa, portanto, muito mais do que 
estabelecermos e/ou mantermos contatos com outros indivíduos. Significa 
estarmos condicionados, nessas nossas relações, por uma atitude, um 
estado de espírito ou uma maneira de ver as coisas, que nos permita 
compreender o nosso interlocutor, respeitando a sua personalidade, cuja 
estrutura é, sem dúvida, diferente da nossa. Isto quer dizer que praticar 
relações humanas não equivale simplesmente a "amar ao próximo como a 
nós mesmos", pois o que é bom para uns não é necessariamente válido para 
outros, em decorrência das diferenças de composição e estrutura de suas 
necessidades. (CORDEIRO, 1961 , p. 20) 
 
 
O artigo indicado apresenta os pressupostos de estudos e prática de Psicologia Social e 
de Psicologia Comunitária segundo os autores Bock, Lane e Góis respectivamente. 
Também aborda os conceitos dessas práticas, bem como o campo de atuação e 
possíveis instrumentos de trabalho. Destaca que a Psicologia Social procura 
compreender os comos e os porquês do comportamento social. Já a Psicologia 
Comunitária atua na resolução de problemas da comunidade ao invés dos problemas 
particulares de indivíduos. Disponível em: https://bit.ly/3dEzJEe. Acesso em: 20 abr. 
2021. 
 
 
 
16 
 
É preciso que exista interação entre as pessoas para que ocorra uma relação 
interpessoal, o diálogo e a comunicação são características presentes em seu 
conceito. Dentro desse relacionamento também existem conflitos devido às diferenças 
e as relações de poder. Essa temática é muito abordada em ambientes 
organizacionais, pois em empresas existe uma grande demanda em relação isso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Relação interpessoal se trata de uma temática muito usada para lidar com 
ambientes organizacionais, o artigo a seguir ajudara você a compreender mais 
sobre o assunto. Disponível em: https://bit.ly/3qHWhJs. Acesso em: 20 abr. 2021. 
Renata Tavares e Samon Noyama (2017), na obra “Textos clássicos de filosofia 
antiga: uma introdução a Platão e Aristóteles”, realizam uma importante leitura 
acerca dos tópicos principais dos pensamentos platônicos e aristotélicos. 
Disponível em: https://bit.ly/2UkYUox. Acesso em: 20 abr. 2021. 
 
 
17 
 
 
 
 
1) A psicologia social é uma área nova da Psicologia, voltada para estudos 
psicossociais, podendo ser considerada como a área responsável por 
estudar: 
 
a) A relação entre o comportamento humano do sujeito e sua família. 
b) O comportamento dos sujeitos, mostrando influência social existente sobre eles. 
c) A percepção que o sujeito tem do mundo e do seu meio social. 
d) As relações humanas existentes em determinado grupo. 
e) O comportamento individual do sujeito sem a interferência do meio social. 
 
 
2) Existem alguns conceitos muito utilizados em psicologia social que ajudam a 
entender os processos envolvidos nela. Esses seis conceitos basicamentesão: 
 
a) Relacionamento, atitude, comportamento, percepção, subjetividade e consciência. 
b) Identidade, consciência, atitude, sensação, comportamento e grupos sociais. 
c) Atitudes sociais, comportamento, consciência, subjetividade, identidade e 
percepção. 
d) Percepção, consciência, identidade, atitude, grupos sociais e subjetividade. 
e) Grupos sociais, relações humanas, consciência, identidade, atitude e subjetividade. 
 
3) Sternberg (2000) afirma que existem 2 tipos principais de percepção, sendo 
elas: 
 
I. A Percepção construtiva se refere a criação de uma percepção mediante 
um estímulo por meio de informações sensoriais e acrescenta outras 
informações já existentes e a Percepção direta que está relacionada com 
as informações provenientes dos receptores sensoriais, incluindo o 
ambiente. 
II. A Percepção direta que está relacionada com as informações provenientes 
dos receptores sensoriais, incluindo o ambiente e Propriocepção que é a 
capacidade em reconhecer a localização espacial do corpo, sua posição e 
orientação, a força exercida pelos músculos e a posição de cada parte do 
corpo em relação às demais, sem utilizar a visão 
III. A Percepção construtiva se refere a criação de uma percepção mediante 
 
 
18 
 
um estímulo por meio de informações sensoriais e acrescenta outras 
informações já existentes e a Percepção social que consiste na capacidade 
de ver e interpretar o comportamento de outros indivíduos e é essencial 
para a interação social. 
IV. A Percepção direta que está relacionada com as informações provenientes 
dos receptores sensoriais, incluindo o ambiente e a Percepção social que 
consiste na capacidade de ver e interpretar o comportamento de outros 
indivíduos e é essencial para a interação social. 
 
A alternativa correta é: 
a) III 
b) I 
c) II 
d) Nenhuma das alternativas 
e) IV 
 
4) O conceito de “predisposições a comportamentos em determinadas 
situações, derivadas de valores internalizados durante o processo de 
desenvolvimento de cada pessoa” se refere a: 
 
a) Consciência 
b) Percepção 
c) Atitudes 
d) Pensamento 
e) Grupos sociais 
 
5) O diálogo e a comunicação são características fundamentais que estão 
presentes em ___________. A afirmação refere-se ao conceito de: 
 
a) Grupos sociais 
b) Atitudes sociais. 
c) Percepção social. 
d) Relações interpessoais 
e) Nenhuma das alternativas 
 
 
19 
 
 
 
6) O local é onde é processado tudo o que aprendemos com o meio em que 
vivemos é conhecido na psicologia social como: 
 
a) Subjetividade. 
b) Consciência. 
c) Linguagem. 
d) Sistema Nervoso. 
e) Percepção. 
 
7) Alguns autores afirmam que devido as diversas mudanças que ocorrem na 
psicologia social, seu objeto de estudo é difícil de identificar. Analise as opções 
abaixo sobre o objeto de estudo da psicologia social. 
 
I. Comportamentos, pensamentos e sentimentos do sujeito quando ele se 
encontra em interação com outros indivíduos ou em um ambiente social. 
II. Apenas a Violência; Relação de gênero; Comunicação; Exclusão; 
Identidade social; Consciência de si. 
III. O vínculo existente entre o indivíduo e a sociedade 
IV. A subjetividade humana, incluindo todos os elementos possíveis que podem 
existir e interferir. 
 
Estão corretas apenas as afirmativas: 
a) I e II. 
b) II e IV. 
c) Todas as alternativas. 
d) I e III. 
e) I, III e IV. 
 
 
8) O conjunto de processos pelos quais reconhecemos, organizamos e 
entendemos as sensações recebidas dos estímulos ambientais é conhecido 
como: 
a) Consciência. 
 
 
20 
 
b) Sensação. 
c) Percepção. 
d) Pensamento. 
e) Linguagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
PROCEDIMENTOS HISTÓRICOS 
 
 
2.1. Psicologia social e seu breve histórico 
 
Para entender os processos históricos vivenciados pela psicologia social 
precisamos compreender que essa área do conhecimento passou por uma série de 
estudos e perspectivas sociais para hoje, alcançar a visibilidade que tem na 
sociedade. 
Falar da psicologia social remete-se falar da sociedade, cultura e 
comportamento humano que possuem aspectos presentes na história desde os 
tempos primitivos. Nessa época começou o processo de civilização, onde se deu 
início às primeiras comunidades, estabelecendo relações sociais que foram 
resultantes do trabalho da agricultura e da criação de animais. Araújo (2006) afirma 
que nessa era primitiva as relações sociais começaram a se firmar através das trocas 
de bens que precisavam ser feitas, associando também isso às relações econômicas. 
Essas trocas poderiam ser “as trocas de favores, de presentes, de saberes, de 
informações, de afetos” ações essas que são essenciais desde sempre (ARAUJO, 
2006). 
Essa relação com outro começou a ser estudada logo depois, sempre existiu, mas 
só teve visibilidade diante da psicologia durante o século XX. Para entender o trajeto 
da psicologia social é necessário compreender que a mesma partiu da origem da 
psicologia, Schultz e Schultz (2007) ressaltam que ela foi reconhecida como ciência 
na Alemanha em 1879, no Laboratório de Psicologia Experimental, por meio do 
médico Wilhem Wundt, permitindo assim um desmembramento da Filosofia, 
convertendo a Psicologia em uma ciência independente. 
UNIDADE
 
 
 
22 
 
 
 
Após os estudos, “a psicologia é usualmente definida como ciência do 
comportamento humano e a psicologia social como aquele ramo dessa ciência que 
lida com a interação humana” (GERGEN, 2008, p. 475) 
Entender a psicologia social como um ramo da psicologia é de suma 
importância para saber que ela não é tão recente como imaginamos, mas que obteve 
força há pouco tempo. 
González Rey (2004) afirma que a psicologia social positivista originou-se no 
início do século XX, nos Estados Unidos, visando estudar o social exclusivamente por 
intermédio dos efeitos específicos de determinados aspectos no comportamento 
humano. 
O termo “psicologia social” foi usado pela primeira vez na primeira metade do 
século XX, em 1908, em dois livros distintos, motivo que levou esse ano a ser 
classificado por vários estudiosos como o de criação da disciplina de acordo com 
Torres ; Neiva (2011) 
Os dois livros considerados como principais na criação da psicologia moderna 
são “Uma introdução a psicologia social” (Introductionofsocial psychology) escrito por 
William McDougall e “Psicologia social: uma resenha e um livro texto” (Social 
Psychology) de Edward Ross, conforme Pepitone (1981) 
Contudo, Álvaro e Garrido (2006) afirmam que essa escolha foi aleatória e sem 
justificativa, pois, primeiramente não considerou as obras de Gabriel Tarde “Estudios 
de Psicología Social” (1898) e “Algunos prolegómenos a lapsicología social” (1901), 
“Estudando a psicologia numa dimensão histórico-social, é possível entender a 
sua constituição em ciência e entender seus debates atuais no interior mesmo 
das relações sociais desenvolvidas pelos homens. Concebemos, como primeiro 
ponto a ser levado em conta, que a psicologia não é uma criação mágica ou 
abstrata. Pelo contrário, é uma criação humana e bem concreta: inicialmente, 
enquanto ideias psicológicas imersas na filosofia; depois, enquanto disciplina 
científica, tendo, nos dois momentos, o objetivo de compreender as ações, as 
atitudes, os comportamentos e tantos outros estados subjetivos humanos que se 
revelam dinamicamente na relação dos homens entre si no mundo em que vivem”. 
 
Disponível em: https://bit.ly/3hcuePi. Acesso em: 20 abr. 2020. 
 
 
23 
 
de Charles Elwood, como também sugeriram que nem sempre o título do livro se 
relaciona diretamente com o seu conteúdo. 
A Psicologia Social, mesmo com suas origens na Europa, é um acontecimento 
particularmente americano, conforme comenta Farr (2002). Além disso, essa teoria é 
confirmada por Gonzaléz Rey (2004) onde relata em suas pesquisas que durante a 
década de 1930, diversos pesquisadoresmigraram para os Estados Unidos, o que 
causou profunda influência no desenvolvimento da psicologia social no país. 
Autores como Bernardes (1998)e Gonzaléz Rey (2004)mencionam que a migração 
dos psicólogos gestaltistas é considerada a mais importante, e que mesmo não 
realizando psicologia social em solo europeu, quando confrontados com o 
behaviorismo que, na época predominava nos Estados Unidos, foram responsáveis 
pela criação da Psicologia Social Cognitiva. 
 Em seu percurso histórico ela se alimentou de muitas teorias e ciências que 
possibilitaram sua construção como ramo da psicologia. Torres e Neiva (2011) 
ressaltam que: 
A psicologia social se beneficia de teorizações oriundas dos grandes 
sistemas psicológicos (behaviorismo, gestalt, psicanálise, etc.), mas também 
apresenta teorizações próprias desenvolvidas a partir das pesquisas 
realizadas nos últimos 60 anos (TORRES; NEIVA, 2011, p. 31). 
 Em síntese, Almeida (2012)afirma que a psicologia social teve sua imersão em 
terras norte-americanas durante o século XX. Na década de 1930, o behaviorismo era 
considerado dominante e promoveu um entendimento dos indivíduos na sociedade, 
uma vez que ele entendia que a psicologia individual poderia ser utilizada para 
entender a sociedade. O avanço de Hitler na Alemanha, acabou sendo o ápice para 
que os pesquisadores gestaltistas imigrassem, favorecendo o aparecimento da 
psicologia social cognitivista, que em comum com a behaviorista, defendia a postura 
individualizante, separando o sujeito e a sociedade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
“A Psicologia social passou a ser compreendida como o estudo das interações humanas 
e debruçou-se sobre os problemas relativos às atitudes e aos valores, que podiam ser 
negativos, como o preconceito, ou positivos, como a liderança. Outro foco bastante 
abordado pela psicologia social norte-americana foi o funcionamento do grupo como 
dispositivo de produtividade, seguindo as demandas do capitalismo avançado daquele 
país.” (ALMEIDA, 2012, p. 126) 
 
 
 
24 
 
 Além disso, o autor relata que a soberania da psicologia social norte-americana 
se deu na pós-segunda guerra, visto que as universidades europeias e japonesas 
estavam sendo reconstruídas, como também acontecia um processo de colonização 
cultural das Américas, fatos que antecederam o surgimento da crise da psicologia 
social na década de 70. 
 
2.2. Principais teóricos da Psicologia Social 
 
 A psicologia social foi fundamentada com base em diversos teóricos que tinham 
o objetivo de conhecer o comportamento social dos sujeitos e entender como 
funcionava a relação meio e indivíduo. 
 
Figura 5: Charles Darwin 
 
Fonte: Pixabay (2020) 
 
Torres e Neiva (2011) ressaltam que, a teoria da evolução proposta por Charles 
Darwin exerceu grande influência sobre a psicologia. Em seu livro "Origem das 
espécies", Darwin formulou a hipótese de que o ser humano é resultado de um 
processo evolutivo, e que desenvolveu a capacidade de se adaptar a ambientes 
físicos e sociais. “Ao longo das gerações, propunha Darwin, os hábitos que levam ao 
bem coletivo seriam mais frequentes e os que levam ao benefício individual 
desapareceriam” (PORTUGAL, 2007 , p. 140) 
 
 
25 
 
 
 
 
 
 
Figura 6: Herbert Spencer 
 
Fonte: Disponível em https://bit.ly/3w7y8ND. Acesso em: 20 abr. 2020. 
 
Ainda segundo Torres e Neiva (2011), Spencer publicou a obra "Princípios da 
psicologia", em que se baseava na teoria de Darwin e a aplicava em assuntos como 
desenvolvimento humano, culturas e grupos. Ele defendia a ideia de que nações mais 
evoluídas eram superiores as mais atrasadas em relação à escala de evolução, visto 
que possuíam maior capacidade de adaptação e organização. Tanto ele, como 
Darwin, influenciou a psicologia no século XX. 
 
 
 
Darwin esteve no Brasil na década de 1830 conheceu as florestas, insetos e 
botânica do país, nos trajetos de ida e de volta de sua viagem. Ao todo, ele 
permaneceu cinco meses. Disponível em: https://bit.ly/36c9y3z. Acesso em: 20 
abr. 2020. 
 
 
26 
 
 
 
Os dois autores citados até agora foram os principais fundadores da psicologia 
social na Inglaterra. 
Figura 7: Wilhelm Wundt 
 
Fonte: Psicoativo (2020) 
 
Jacques (2014) menciona que Wilhelm Wundt criou entre 1900 e 1920 sua obra 
com 10 volumes, denominada "Psicologia das massas" Volkerpsycologie. Nessas 
obras ele abordava conteúdos como pensamento, cultura, linguagem, costumes e 
religião. Ele também é considerado o pai da psicologia, criando em 1879, na 
Alemanha, o laboratório em psicologia, tendo como objetivo estudar a experiência 
imediata à consciência. Para Mcgarty e Haslam, (1997)a psicologia dos povos visava 
estudar os principais aspectos em comum do pensamento coletivo do povo alemão. 
 Na perspectiva de Torres e Neiva (2011)na sua obra, eles definem a mente 
como sendo proveniente da cultura e da linguagem de um poço específico, só 
podendo ser compreendida a partir de termos coletivos. A psicologia dos povos 
 
Herbert é considerado o fundador da teoria do darwinismo social que defendia 
que as classes diferenciadas formariam a seleção natural na sociedade. Teve 
grande influência em estudiosos como Durkheim. Disponível em: 
https://bit.ly/36c9y3z. Acesso em: 20 abr. 2020. 
 
 
 
27 
 
influenciou principalmente a psicologia social sociológica, sendo Wundt o principal 
percussor da psicologia social na Alemanha. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 8: Emile Durkeim 
 
Fonte: Infoescola (2020) 
 
 Para Torres e Neiva (2011), Durkheim é considerado como um dos teóricos que 
fundou a sociologia, publicou vários livros que falam da evolução da sociedade. O 
teórico exerceu influência direta sobre Serve Moscovici, psicólogo social, que 
desenvolveu anos depois a teoria das representações sociais. Sua obra que 
influenciou diretamente a psicologia social europeia é intitulada “Representações 
 
Wilhelm Wundt (1832-1920) é geralmente celebrado nos manuais de história da 
psicologia como o fundador da psicologia científica. Como data para esta 
fundação, é frequentemente citado o ano de 1879, quando ele inaugurou o 
Laboratório de Psicologia Experimental na Universidade de Leipzig, 
supostamente o primeiro em seu gênero. Disponível em: https://bit.ly/369xd4w. 
Acesso em: 20 abr. 2020. 
 
O livro Psicologia Social está disponível através do link: https://bit.ly/3hmYJAQ. 
Acesso em: 20 abr. 2020. 
 
 
28 
 
individuais e representações coletivas” de 1898, onde de acordo com Melo Neto 
(2000) ele criou a ideia de representações coletivas. O teórico exerceu influência 
direta sobre Serve Moscovici, psicólogo social, que desenvolveu anos depois a teoria 
das representações sociais. 
 
 
 
Figura 9: Gabriel Tarde 
 
Fonte: Maestrovirtuale (2020) 
 
Gabriel Tarde publicou a obra denominada "As leis da imitação", em 1890, onde 
defendia a ideia de que a vida social tem como base a imitação. Segundo Álvaro e 
Garrido (2006) as pessoas tendem a imitar as outras, principalmente as de baixo 
status social que imitam as de maior status, iniciando a imitação pela cultura nacional 
 
Émile Durkheim (1858-1917) foi um sociólogo francês. É considerado o pai da 
Sociologia Moderna e chefe da chamada Escola Sociológica Francesa. É o 
criador da teoria da coesão social. Junto com Karl Marx e Max Weber, formam 
um dos pilares dos estudos sociológicos. Disponível em: https://bit.ly/3w7mKkI. 
Acesso em: 04 abr. 2020. 
 
A "psicologia social" que Tarde ajudou a construir foi uma temática que se difundiu 
entre o fim da década de 1880 e os primeiros anos do século XX, numa conjuntura 
intelectual de definição e de institucionalização de novas disciplinas na área de 
ciências sociais. Disponível em: https://bit.ly/3ygkXLz. Acesso em: 04 abr. 2021. 
 
 
 
29 
 
e seguindo para a estrangeira. A obra de Tarde influenciou Edward Ross, que publicou 
posteriormente um dos primeiros livros de psicologiasocial. 
 
Figura 10: Gustavo Le Bon 
 
Fonte: Infoescola (2020) 
 
 Para Torres e Neiva (2011) Gustav Le Bom, que publicou em 1895 o livro 
intitulado "Psicologia das multidões", influenciou a atuação de diversos psicólogos 
sociais. O teórico defende a ideia de que quando o sujeito entra em contato com uma 
multidão, sua personalidade é reprimida e ele acaba sendo influenciado pelo 
comportamento coletivo. Ou seja, sua racionalidade entra em questão e o indivíduo 
pode tomar decisões que não tomaria se estivesse sozinho. Para o teórico os povos 
são compostos por sujeitos de personalidades diferentes, porém quando o sujeito está 
em contato com o grupo perde a autonomia e age de acordo com o comportamento 
coletivo. Os três teóricos citados acima são considerados os percussores da 
psicologia social na França. 
 
2.3 Psicologia Social no Brasil 
 
 
 
30 
 
A história da psicologia social no Brasil foi marcada por uma longa jornada de 
conhecimento, mesmo que os primeiros estudos publicados que se referiam a 
aspectos psicossociais passaram a surgir a partir de 1930, de acordo com Bonfim 
(2003)apenas em 1962 teve a institucionalização da psicologia social, que segundo 
Ferreira (2010)foi realizada quando o Conselho Federal de Psicologia (CFP) emitiu o 
parecer 403/63, onde foi criado o currículo mínimo para os cursos de Psicologia, e 
assim tornando obrigatória a disciplina de psicologia social. 
Associação Brasileira de Psicologia Social - ABRAPSO (2009) relata que o 
início dos estudos da psicologia social no Brasil começou com a ideia dos Estados 
Unidos no século XX, aproximadamente no ano de 1960 a 1970. Porém, esse começo 
tratava-se de uma Psicologia Social muito extrema que foi motivo de movimentos 
contrários que pudessem propor uma nova ideia de psicologia social no Brasil. Essa 
onda iniciou em 1980 pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. 
Reforçando tais ideias, Jacques et al. (2014) nas décadas de 1960/1970 no 
Brasil, a psicologia social seguia um caminho muito parecido com a forma de 
psicologia social vinda dos Estados Unidos, esse aspecto pode ser observado em 
alguns livros de psicologia social da época. A partir dessa falta de contextualização 
com o Brasil, em 1970 surgiu a crise denominada “crise da psicologia social” ou “crise 
de referência”. Depois de alguns movimentos criados pelos psicólogos sociais, em 
1980, no Brasil, surge a Associação Brasileira de Psicologia Social (Abrapso), 
contando com pesquisadores como Silvia Lane. Lane e Codo (1984) organizam a 
obra considerada como fundamental para o rompimento da psicologia social brasileira 
“Psicologia social: o homem em movimento”, onde a ruptura com a psicologia social 
norte-americana é explicitada. 
Para Carvalho e Dunker (2006)esse movimento foi de extrema importância para 
a psicologia social no Brasil, pois integra nos tempos atuais uma das principais 
correntes da Psicologia brasileira, buscando abordar, acima de tudo, as dificuldades 
sociais encaradas, tais como: desigualdade social, pobreza, violência doméstica, 
moradores de rua e privação da escola. 
 Hoje, podemos colocar a psicologia social complementada com avanços 
causados também pelo território brasileiro, pois segundo Bernardes (1998) a entrada 
da psicologia social no Brasil pode apresentar características próprias da cultura e 
valores presentes em nosso país. 
 
 
31 
 
 
 
 
 
 
 
Sobre a psicologia social no ano de 1964, Lane (1994) ressalta que esse 
momento histórico contribui bastante para as práticas sociais em relação ao trabalho 
do psicólogo, favorecendo o lado reflexivo dos profissionais enquanto atuantes a 
pessoas carentes. Ainda nesse cenário, Silva e Corgozinho (2011)afirmam que após 
um curto período de tempo, logo depois da Psicologia ser considerada como profissão 
no Brasil, a ditadura militar (1964) foi instaurada, censurando o processo de formação 
e exercício profissional dos psicólogos, vetando que o tema “social” fosse colocado e 
divulgado nos currículos. 
Segundo Cordeiro (2012)a psicologia social brasileira é um campo de 
conhecimento que possui diversas definições, objetos de estudo e abordagens 
teóricas. Alguns teóricos defendem a ideia de que ela seja um campo da Psicologia, 
já outros a consideram um encontro da sociologia com a psicologia, como ainda 
existem alguns que garantem que compromisso social do psicólogo é mais importante 
que o adjetivo social utilizado para a delimitar. Existindo diversos psicólogos sociais 
que são behavioristas, psicanalistas, cognitivistas e comunitários. 
A mesma autora, em suas pesquisas, identificou que alguns teóricos que 
realizaram textos sobre psicologia social no Brasil, como: Bernardes (2001), Tittoni, 
Jacques (2001), Bock (2008), Furtado (2001), Teixeira (2003), Mancebo (2000), Jacó-
Vilela, Rocha (2003), Ferreira (2011), apud Cordeiro (2012), mencionam que existem 
dois momentos da psicologia social, um que a caracteriza antes da crise, em 1970, e 
outro após. Todos esses estudiosos comentam que o primeiro momento é sinalizado 
pela supremacia da psicologia social norte-americana, Rodrigues era o principal 
representante brasileiro, e era baseada no positivismo. O segundo momento foi 
caracterizado por realizar fortes críticas ao modelo biologicista, e, sobretudo, por 
legitimar que a psicologia social era uma ciência vinculada a mudanças sociais. 
Ferreira (2010) menciona que, da década de 1980 em diante, os cursos de pós-
graduação em psicologia social começaram a surgir, que foram essenciais na 
O início da psicologia também foi marcado pela ditadura militar de 1964, esse 
contexto contribui de forma significativa para a construção dessa área de 
conhecimento, nesse contexto, as sequelas existentes no cenário da época 
deram espaço à atuação de psicólogos, que você pode entender mais nesse 
artigo sugerido. Disponível em: https://bit.ly/3xg7nYx. Acesso em: 04 abr. 2020. 
 
 
32 
 
construção de linhas distintas de pesquisa no campo da psicologia social, guiadas por 
padrões e tendências variadas, como também, nessa mesma época, a produção 
científica em psicologia social teve um avanço significativo. 
Nesse processo de crescimento da área, Araújo (2008)comenta que, o 
crescimento da psicologia social se deu no Brasil, frente aos alvoroços sociais e 
políticos do país. Foram surgindo nas organizações e instituições técnicas de 
dinâmicas de grupo e ações psicossociologias, dando prioridade as relações 
empresariais e interpessoais. 
Quando o país ainda enfrentava a ditadura militar e vivenciava confrontos 
frequentes, por volta da década de 1980, esse período foi de extrema importância 
para a psicologia social, pois, segundo Bonfim (2003)ela procurou criar sua 
independência científica, por meio de várias ações, tais como: aumento significativo 
do número de publicações, explicação minuciosa de assuntos já abordados e a 
inserção de outros, expansão da divulgação de aplicações da psicologia social, 
enfatizando sua atuação em comunidades necessitadas. Araújo (2008)afirma que 
essa década foi crucial para a psicologia social, pois houve um crescimento de 
publicações na área e foram criados os primeiros doutorados também na área, com a 
defesa de várias teses. 
 
2.4 Psicologia Social na Contemporaneidade 
 
Falar do papel e das contribuições que a Psicologia social apresenta hoje é de 
suma importância para contextualizá-la melhor. Bernardes (1998)cita que a psicologia 
social, atualmente, se mostra mais histórica e contextualizada, preocupando-se mais 
com os valores, a cultura e os costumes tanto brasileiros quando latino-americanos. 
No estudo de Ferreira (2010)é possível verificar as diferentes realidades 
apresentadas da psicologia social nos mais diversos lugares, principalmente no Brasil, 
na América Latina, na América do Norte e na Europa. Na Europa há prevalência da 
Psicologia Social Sociológica, utilizando métodosexperimentais/não-experimentais, 
com objetivo de esclarecer os processos velados que existem nas relações dos 
grupos sociais e entre grupos sociais distintos. 
 
 
33 
 
Ainda na mesma perspectiva, na América do Norte, a Psicologia social 
psicológica é a que rege, tendo base cognitivista e experimental, enfatizando 
principalmente os acontecimentos e processos subconscientes que influenciam na 
relação do sujeito com a sociedade em que vive. Na América Latina e no Brasil, a 
psicologia social crítica é a predominante, se importando com as questões sociais, 
buscando criar um conhecimento próprio e entender fenômenos sociais. Todavia, no 
Brasil também existem publicações referentes às três visões da psicologia acima 
citadas. 
A Psicologia Social, atualmente conhecida nos mais distintos centros de estudo 
e trabalho, teve sua origem por meio de profissionais que se comprometeram em suas 
atuações, que conseguiram verificar as necessidades expostas em seus campos de 
atuação. São profissionais que presenciaram a crise da psicologia social, mencionada 
anteriormente, e que de alguma forma buscaram expor a realidade social distinta da 
mostrada nos centros de comando político, científico e econômico, menciona Freitas 
(2000) 
Podemos considerar que existiu uma grande evolução no percurso histórico da 
Psicologia social que contribuiu de forma significativa para sua construção como área 
do conhecimento, suas formas de construir conhecimentos a respeito do 
comportamento social estão sempre em constantes transformações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Psicologia social já evoluiu muito se compararmos com seu inicio, hoje ela 
apresenta vertentes que podem nos ajudar em questões sociais e melhorar 
nossos experimentos, dessa forma é muito importante à reflexão sobre seu papel 
e sobre os novos cenários que vão surgindo para que se busque formar de 
soluções no meio social. O artigo sugerido a seguir ajudará você a compreender 
e refletir sobre essas questões. Disponível em: https://bit.ly/3hrzLQM. Acesso em: 
20 abr. 2020. 
 
 
34 
 
 
 
1) Apesar da psicologia social ter surgido na Europa, a mesma teve grande parte 
de seu desenvolvimento em outro país. Sendo o principal aspecto para esse 
fato: 
a) A criação da Psicologia social positivista na Itália. 
b) A mudança de pensamento dos pesquisadores, levando suas ideias para América 
Latina. 
c) A migração dos psicólogos gestaltistas para os Estados Unidos, o que causou 
profunda influência no desenvolvimento da psicologia social no país. 
d) O surgimento do behaviorismo na Europa, onde os pesquisadores decidiram levar 
suas ideias para América do Norte. 
e) Nenhuma das alternativas acima. 
 
2) Em 1908, dois livros foram publicados se referindo ao termo “Psicologia 
social”, o que levou alguns estudiosos a definirem esse ano como o de criação 
da disciplina, esses livros são: 
a) Uma introdução a psicologia social” (Introductionofsocial psychology) de William 
McDougall e “Estudios de Psicología Social” de Gabriel Tarde. 
b) “Uma introdução a psicologia social” (Introductionofsocial psychology) escrito por 
William McDougall e “Psicologia social: uma resenha e um livro texto” (Social 
Psychology) de Edward Ross. 
c) “Psicologia social: uma resenha e um livro texto” (Social Psychology) de Edward 
Ross e “Algunos prolegómenos a lapsicología social” de Charles Elwood. 
d) “Algunos prolegómenos a lapsicología social” de Charles Elwood e Uma introdução 
a psicologia social” (Introductionofsocial psychology) de William McDougall. 
e) “Estudios de Psicología Social” de Gabriel Tarde e “Algunos prolegómenos a 
lapsicología social” de Charles Elwood. 
 
 
35 
 
 
3) A psicologia social tem como base diversos teóricos, que contribuíram com 
suas ideias e pesquisas ao longo dos anos. Um desses teóricos é considerado 
o principal percussor da psicologia social na Alemanha pela criação da obra 
“Psicologia das massas”. Essa afirmação refere-se a: 
a) Emile Durkeim 
b) Charles Darwin 
c) Wilhelm Wundt 
d) Herbert Spencer 
 
e) Gabriel Tarde 
 
4) Considere as afirmações a seguir acerca da Psicologia Social no Brasil: 
I) O crescimento da psicologia social se deu no Brasil, frente aos alvoroços sociais e 
políticos do país. 
II) O período da ditadura militar por volta da década de 1980 foi de extrema 
importância para a psicologia social. 
III) A década de 1980 foi crucial para a psicologia social, pois houve um crescimento 
de publicações na área e foram criados os primeiros doutorados também na área. 
Estão corretas apenas as afirmativas: 
a) I 
b) II 
c) II e III 
d) Todas as alternativas 
e) I e III. 
 
5) Sobre a Psicologia Social contemporânea, considere as afirmações a seguir: 
 
I) Na Europa há prevalência da Psicologia Social Psicológica, utilizando 
métodos experimentais/não-experimentais; 
 
 
36 
 
II) Na América do Norte, a Psicologia social psicológica é a que rege, tendo 
base cognitivista e experimental; 
III) Na América Latina e no Brasil, a psicologia social crítica é a predominante, 
se importando com as questões sociais; 
IV) No Brasil a psicologia social sociológica é predominante. 
Estão corretas as afirmativas: 
a) I e II 
b) II e III 
c) II e III e IV 
d) Todas as Alternativas 
e) Nenhuma das alternativas 
 
6) A ideia de que “quando o sujeito entra em contato com uma multidão, sua 
personalidade é reprimida e ele acaba sendo influenciado pelo comportamento 
coletivo” é defendida pelo teórico: 
a) Wilhelm Wundt 
b) Gabriel Tarde 
c) Gustavo Le Bon 
d) Edward Ross 
e) Charles Darwin 
 
7) Nas décadas de 1960 e 1970, a psicologia social no Brasil seguia um caminho 
muito parecido com a forma de psicologia social vinda dos Estados Unidos. A 
partir dessa falta de contextualização com o Brasil, em 1970, surgiu a: 
a) Crise de identidade 
b) Crise de referência 
c) Crise de desenvolvimento 
d) Crise situacional 
e) Crise de reputação 
 
 
 
37 
 
8) A ideia “de que nações mais evoluídas eram superiores as mais atrasadas em 
relação à escala de evolução, visto que possuíam maior capacidade de 
adaptação e organização” era defendida pelo teórico: 
a) Charles Darwin 
b) Herbert Spencer 
c) Wilhelm Wundt 
d) Emile Durkeim 
e) Gabriel Tarde 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
MÉTODOS E PRÁTICAS 
DE INTERVEÇÕES 
 
 
3.1. INTERVENÇÕES DE AÇÕES COLETIVAS 
 
Assim como as áreas que em conjunto fazem parte da psicologia, a psicologia 
social também apresenta seus próprios métodos e práticas que podem ajudar a 
modificar determinadas ações. Ações coletivas são atitudes realizadas por grupos de 
pessoas de determinada comunidade sobre determinada situação ou assunto. É muito 
comum alguns autores relacionarem essas ações como movimentos sociais, e outros, 
distinguirem justificando que podem existir ações coletivas em grupos sem que exista 
uma organização como é vista em movimentos. 
 
 
 
 
 
Conhecimento: Verdade ou Convencimento? 
 
Como vimos nas Unidades 1 e 2, a preocupação da filosofia na nascente 
sociedade grega tem uma preocupação genuína com o conhecimento verdadeiro, 
colocando a palavra movida pelo logos como ferramenta para o seu alcance. 
Contudo, há, na Grécia Clássica, outra classe de sujeitos que maneja a palavra 
racional: os sofistas. Para os sofistas, não há uma verdade conhecível, apenas 
convicções relativizáveis. Portanto, a palavra não é instrumento do conhecimento, 
mas sim, argumentação com a função de persuasão/convencimento com vistas à 
obtenção de poder político. Disponível em: https://bit.ly/3qHM3sn. Acesso em: 04 
abr. 2020. 
 
Jesus (2012) diz que: 
 
 Movimentos sociais se baseiam em orientações ideológicas e/ou políticas por 
meio de mobilizações conhecidas como ocupações e marchas. 
 
 Ações coletivas apresentam um conceito mais amplo, os grupos usam o espaço 
público para reivindicar algo e mantêm uma relaçãodinâmica e conflituosa com 
a sociedade. 
 
UNIDADE
 
 
 
39 
 
Sendo assim os movimentos sociais podem ser considerados um tipo de ação 
coletiva. Podem-se destacar também os protestos, que são presentes com mais 
intensidade na história desde o século XX. Sobre isso, Mutzenberg (2015)ressalta 
que: 
Considera-se que "protestos sociais" são um fenômeno ubíquo na história, 
nas mais diversas sociedades e processos civilizatórios. Tais manifestações 
foram e são classificadas e nomeadas a partir de posições sociais, de 
interesses, de concepções de quem as classifica ou as nomeia. Há, assim, 
condicionamentos sociais, culturais, políticos e de concepções do real 
subjacentes à produção de conhecimento/desconhecimento sobre os 
fenômenos aqui referidos (MUTZENBERG, 2015, p. 418) 
 
Dessa forma as ações sociais partem de interesses comuns em busca de 
mudanças que muitas vezes precisam ser solucionadas. Porém, também existe a 
ideia de desenvolver uma ação coletiva sobre determinado aspecto para um grupo 
específico, com isso, o papel da psicologia social se amplia bem mais, pois as análises 
devem também estar relacionadas em como sugerir algo que possa agradar o 
coletivo. 
 
 
 
 
 
 
 
Ao discutir sobre os movimentos de ações coletivas se faz necessário um olhar 
analítico e crítico baseado na Psicologia Social. Esses movimentos são alvos de 
investigações que podem trazer explicações e fatos sobre suas características. Jesus 
(2012) diz que os movimentos e ações coletivas contribuem na valorização da 
diversidade e das diferenças, pois é a partir disso que é possível criar uma visibilidade 
maior desses grupos. Além disso, as grandes mudanças que ocorreram em nossa 
sociedade foram ocasionadas pelas ações sociais, o direito das mulheres ao voto é 
um bom exemplo a ser citado. 
Em síntese, Mutzenberg (2015)afirma que: 
 
 
Os movimentos sociais apresentam uma história que vale a pena refletir para 
aprender mais sobre sua trajetória e poder entender como a influência das 
interações se desenrola. Disponível em: https://bit.ly/3jDc6PV. Acesso em: 20 abr. 
2021. 
 
 
40 
 
Assim, as distinções entre movimentos sociais tradicionais, novas e 
novíssimas dizem respeito fundamentalmente às abordagens, perspectivas e 
nomeações que emergiram e compõem este campo teórico em seus 
contextos sociais, políticos, culturais e ideológicos. Reafirma-se, para evitar 
mal-entendidos, que as formas, intensidade, motivações e o alcance das 
manifestações são dinâmicas e se atualizam permanentemente em 
consonância com as transformações sociais, políticas, culturais, 
tecnológicas, etc (MUTZENBERG, 2015, p. 418). 
 
O comportamento humano pode ser identificado de diversas formas, assim 
como no individual no comportamento coletivo, os psicólogos têm um compromisso 
social e também podem intervir em grupos. Para entender o contexto do coletivo, Lima 
(2005) pontua alguns pontos para tal atuação: 
 Interagir com a comunidade; 
 Identificar os conflitos; 
 Facilitar da “reflexão crítica” de ambos. 
 A autora ainda ressalta a atuação psicológica coletiva baseada na escuta, 
filtrando o lado sociocultural e considerando a subjetividade. O psicólogo será um 
interventor-facilitador que “[...] é um profissional que busca provocar transformações 
nas formas de vida dos grupos em que atua, realizando esta tarefa de acordo com o 
desejo e as demandas do próprio grupo” (SILVA; CORGOZINHO, 2011, p. 17) 
 Nesse Caso, podemos exemplificar o movimento LGBTQI+, em que Soares, 
Massaro e Campanini (2010) relatam que é imprescindível o psicólogo entender as 
construções sociais para evitar atitudes homofóbicas em sua prática. Além disso, 
devem ajudar nas questões polêmicas e conflituosas, seja de forma individual, para 
que o sujeito consiga lidar melhor com os grupos de opiniões diferentes, ou com os 
grupos, para que eles consigam estabelecer vínculos e trocar experiências. Perceba 
que o psicólogo social ajuda de forma dialética nos movimentos seja ele qual for, e é 
preciso entender suas particularidades para que não leve nada para o lado pessoal. 
 
 
 
 
41 
 
 
 
3.2 INTERVENÇÕES PSICOSSOCIAIS 
 
As intervenções psicossociais são muito utilizadas em comunidades para 
resolver conflitos e melhorar as relações interpessoais dos grupos. Para fazer uma 
proposta de intervenção psicossocial é muito comum que se faça uma investigação 
antes de tudo. Essa investigação pode ser a IAP – Investigação Ação-Participativa – 
uma metodologia que segundo Ansara e Dantas (2010) pode ser entendida como: 
 
[...] um modelo participativo de intervenção social, parte da premissa de que 
os sujeitos com os quais os agentes externos trabalham devem estar 
ativamente presentes em todo o processo de intervenção, desde o 
levantamento das necessidades até as decisões que serão tomadas em 
conjunto para a solução de determinados problemas. O objetivo da 
intervenção tem por base a transformação das condições de vida da 
população e o compromisso político que visa à potencialização da 
comunidade (ANSARA; DANTAS, 2010, p. 100). 
 
 Os autores frisam a importância do psicólogo, no processo de intervenção, 
conseguir respeitar os limites das instituições alvos no trabalho com a comunidade e 
os limites que a própria teoria nos oferece, pois é necessário fortalecer a comunidade 
oferecendo a elas programas sociais de investigação dos fatores que afetam os 
grupos em busca da transformação de vida, de forma que valorizem os agentes 
internos e externos. 
Sobre a teoria, Ploner et al. (2008) afirma que não é suficiente para causar uma 
mudança tanto social como política, pois é necessário que haja intervenções sociais 
e políticas que acarretem em práticas institucionalizadas, isto é, ações e trabalho 
prolongado. 
 
Ao falar dos movimentos grupais também precisamos entender sobre as relações 
que existem dentro desses movimentos de grupos sociais, pois o interpessoal e 
o intergrupal se relacionam de forma contínua, onde quanto mais forem 
estabelecidas relações entre os grupos, maior uniformidade comportamental. 
Disponível em: https://bit.ly/3xeY0Z1. Acesso em: 20 abr. 2020. 
 
Para entender mais sobre o universo da psicologia social leia “Psicologia social 
e a questão do hifém” disponível em: https://bit.ly/3dxrFFd. Acesso em: 20 abr. 
2020. 
 
 
 
42 
 
 Nesse sentido, Gobbi et al. (2004) ressalta que a intervenção psicossocial 
são conhecimentos que formam uma metodologia capaz de ajudar o sujeito a 
modificar suas dificuldades. Para o autor, a intervenção passa por um processo que é 
estabelecido em algumas etapas: a do contando do “interventor” com a comunidade 
a qual ele irá trabalhar – relação interventor-sistema social – nessa etapa é criado 
um vínculo entre as partes; a da participação do interventor com as ações realizadas 
na comunidade; e a da elaboração da estratégia de intervenção, que terá como 
objetivo encontrar o déficit. 
 Baseando-se nos estudos Sánchez-Vidal (1991), para falar sobre os níveis 
de intervenção, Gobbi et al. (2004) ressalta que: 
 
Existem diversos níveis de intervenção possíveis. Alguns deles podem ser 
definidos através de estratégias: centradas nas pessoas, quando visam 
eliminar os déficits e aumentar a competência social e adaptativa do 
indivíduo; centradas em pequenos grupos, quando se considera que os 
problemas sociais são causados não por deficiências dos indivíduos, mas sim 
pelas relações interpessoais entre eles; centradas nas organizações, quando 
se entende que as causas dos problemas sociais estão na incapacidade das 
organizações sociais de prestar serviços e transmitir os valores e normas 
sociais em conseqüência da deficiência de sua estrutura e funcionamento; e, 
por fim, as centradas nas instituições e na comunidade, quando o nível de 
abordagem está nas instituições e na ideologia política social vigente. Nesses 
casos a indicação costuma ser a criação de instituiçõesparalelas. 
(SÁNCHEZ-VIDAL, 1991. apud. Gobbi, 2004, p. 92) 
 
Ainda na mesma linha de pensamento dos autores citados, existem as 
classificações dessas intervenções que vão depender do objetivo e função das 
mesmas, pois podem ser intervenções voltadas a serviços clínicos (terapias, trabalho 
reeducativo), intervenções focadas na área de recursos humanos, desenvolvendo os 
potenciais, pode ainda ser uma intervenção para prevenir determinados episódios que 
afetem a saúde ou bem-estar do sujeito em algum ambiente. Outros aspectos 
considerados é a modificação de sistemas sociais para apresentar melhores 
funcionamentos em suas atribuições e a transformação e reconstrução social-
comunitária, onde um pode modificar a estrutura em prol de melhorias para os 
indivíduos e o outro organiza as redes de apoio. 
 
 
 
 
 
 
43 
 
3.3 ÉTICAS DE ATUAÇÕES 
 
Basicamente a ética é uma forma de orientar a atuação dos profissionais de 
forma que respeitem os indivíduos envolvidos, respeitando suas particularidades e 
subjetividades. A ética da psicologia apresenta normas e condutas que devem ser 
aderidas pelos profissionais diariamente enquanto atuantes, e para organizar melhor 
as orientações foi elaborado um código de ética para ser seguido. 
Segundo Reis, et al (2019)esse código de ética vai regimentar a prática 
profissional, assim como qualquer profissão que seja regularizada. É importante 
enfatizar que o sujeito e os seus contextos são o principal objeto de estudo da 
psicologia em si, sendo assim, são os principais aspectos resguardados pelo 
documento. O código de ética da psicologia (2005)expõe logo em seus três princípios 
fundamentais: 
I. O psicólogo baseará o seu trabalho no respeito e na promoção da 
liberdade, da dignidade, da igualdade e da integridade do ser humano, 
apoiado nos valores que embasam a Declaração Universal dos Direitos 
Humanos. 
II. O psicólogo trabalhará visando promover a saúde e a qualidade de vida 
das pessoas e das coletividades e contribuirá para a eliminação de 
quaisquer formas de negligência, discriminação, exploração, violência, 
crueldade e opressão. 
III. O psicólogo atuará com responsabilidade social, analisando crítica e 
historicamente a realidade política, econômica, social e cultural. 
(CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, 2005, p. 07). 
 
 
 
 
 
 
 Atuar em concordância com código de ética deve fazer parte do cotidiano 
profissional. No entanto, ainda no pensamento de Reis (2019) “ser ético” é mais que 
seguir o que está escrito no código. O psicólogo traz uma bagagem de experiências 
sobre si e sobre o mundo que irão embasar sua atuação do modo mais imparcial 
 
O código de ética é um documento público que deve ser seguido por todos os 
profissionais a partir do momento que se consideram atuantes. Disponível em: 
https://bit.ly/3yi9vPy. Acesso em: 20 abr. 2021. 
 
 
 
44 
 
possível, uma vez que, suas reflexões farão com que ele perceba o sujeito como um 
todo, e assim respeitar o sujeito independente de suas opiniões pessoais. 
Para Silva (2013) o código de ética da psicologia é formado por alguns aspectos 
importantes da atuação profissional, tais como: 
 
O código de ética do psicólogo é composto por: responsabilidades gerais do 
psicólogo, responsabilidades e relações com instituições empregadoras e 
outras, das relações com outros profissionais ou psicólogos, das relações 
com a categoria, das relações com a justiça, do sigilo profissional, das 
comunidades científicas e da divulgação ao público, da publicidade 
profissional, dos honorários profissionais, da observância, aplicação e 
cumprimento do Código de Ética (SILVA, 2013, p. 06). 
Alguns órgãos relacionados à profissão compactuam também de orientar e 
impor normas que impedem algumas atitudes consideradas antiéticas. Silva (2013) 
menciona que o profissional da psicologia não deve, repetir, omitir ou consentir com 
ações que infrinjam a dignidade ou liberdade do ser humano, necessitando da 
colaboração de outros, para assegurar as atitudes éticas e incentivar ações sociais 
mais dignas, e consequentemente mais ética. Dos órgãos que convergem nessa 
orientação, podemos desacatar o conselho Federal de Psicologia (2005)que em seu 
Art. 2º explana que na atuação o psicólogo é vedado de: 
a) Praticar ou ser conivente com quaisquer atos que caracterizem 
negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade ou opressão; 
b) Induzir a convicções políticas, filosóficas, morais, ideológicas, religiosas, 
de orientação sexual ou a qualquer tipo de preconceito, quando do exercício 
de suas funções profissionais; 
c) Utilizar ou favorecer o uso de conhecimento e a utilização de práticas 
psicológicas como instrumentos de castigo, tortura ou qualquer forma de 
violência; 
d) Acumpliciar-se com pessoas ou organizações que exerçam ou favoreçam 
o exercício ilegal da profissão de psicólogo ou de qualquer outra atividade 
profissional; 
e) Ser conivente com erros, faltas éticas, violação de direitos, crimes ou 
contravenções penais praticados por psicólogos na prestação de serviços 
profissionais; 
f) Prestar serviços ou vincular o título de psicólogo a serviços de atendimento 
psicológico cujos procedimentos, técnicas e meios não estejam 
regulamentados ou reconhecidos pela profissão; 
g) Emitir documentos sem fundamentação e qualidade técnico científica; 
h) Interferir na validade e fidedignidade de instrumentos e técnicas 
psicológicas, adulterar seus resultados ou fazer declarações falsas; 
i) Induzir qualquer pessoa ou organização a recorrer a seus serviços; 
j) Estabelecer com a pessoa atendida, familiar ou terceiro, que tenha vínculo 
com o atendido, relação que possa interferir negativamente nos objetivos do 
serviço prestado; 
 
 
45 
 
k) Ser perito, avaliador ou parecerista em situações nas quais seus vínculos 
pessoais ou profissionais, atuais ou anteriores, possam afetar a qualidade 
do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliação; 
l) Desviar para serviço particular ou de outra instituição, visando benefício 
próprio, pessoas ou organizações atendidas por instituição com a qual 
mantenha qualquer tipo de vínculo profissional; 
m) Prestar serviços profissionais a organizações concorrentes de modo que 
possam resultar em prejuízo para as partes envolvidas, decorrentes de 
informações privilegiadas; 
n) Prolongar, desnecessariamente, a prestação de serviços profissionais; 
o) Pleitear ou receber comissões, empréstimos, doações ou vantagens 
outras de qualquer espécie, além dos honorários contratados, assim como 
intermediar transações financeiras; 
p) Receber, pagar remuneração ou porcentagem por encaminhamento de 
serviços; 
q) Realizar diagnósticos, divulgar procedimentos ou apresentar resultados 
de serviços psicológicos em meios de comunicação, de forma a expor 
pessoas, grupos ou organizações. 
 
Esse comportamento ético é construído na trajetória acadêmica até sua 
conclusão. Na perspectiva de Filho e Trisotto (2006) o comportamento ético é uma 
medida específica de conduta guiada por princípios, onde o indivíduo adota decisões 
em determinada área delimitada por limites e critérios pré-estabelecidos pela 
sociedade. Em suma, usará sua autonomia para tomar decisões, porém, levando em 
consideração suas responsabilidades para com a sociedade. 
Esses princípios devem ser intrínsecos da profissão, não se deve existir um 
profissional sem ética. Reis (2019) afirma que os psicólogos precisam conhecer e 
exercer sua profissão a partir desses princípios já estabelecidos, para não violarem a 
dignidade humana. Quando se fala em ética na psicologia social, ainda há muito o que 
considerar, principalmente pelo fato de que esse campo de atuação está em processo 
de desenvolvimento. As pesquisas a respeito da área social ajudam no crescimento e 
a estabelecer esses aspectos éticos na atuação. 
Outro ponto ressaltado sobre questões éticas é trazido por Ayres e Botelho 
(2009) ondemencionam que a escuta terapêutica deve receber a demanda do sujeito 
sem realizar julgamentos morais ou religiosos, até mesmo ideológicos, separando o 
pessoal do profissional, respeitando as diferenças, de modo que não se faça 
promessas de cura ou tente direcionar o indivíduo para vertentes que não lhe 
competem. 
 
 
 
 
46 
 
3.4 MÉTODOS DE INVESTIGAÇÃO 
 
Para que possa ser analisada a necessidade de uma intervenção em 
determinado ambiente é preciso que o profissional saiba observar e identificar os 
aspectos presentes no espaço que possibilite isso. Os métodos de investigação 
servem para que o psicólogo social conheça bem o meio, por meio deles, ele observa, 
levanta os dados, informações e também pode presenciar e participar das atividades, 
tudo com o objetivo de identificar conflitos e realizar experimentos de forma que 
associem a parte empírica e teórica. 
 
 
 
 
 
 
 
Dos métodos existentes, podemos pontuar como os principais: Método de 
observação, pesquisa de levantamento, pesquisa-ação, método correlacionais e 
estudo de campo. Sobre esses métodos, Nascimento-Schulze e Camargo 
(2000)dizem que nenhum método isoladamente será capaz de responder a todas as 
expectativas, por vezes, as observações são ideias para responder problemas mais 
simples e os métodos de experimentos são melhores para testar afirmações e 
confirmá-las, fazendo dos métodos da psicologia social ferramentas que podem ser 
usadas em conjunto se assim for necessário. 
O método observação tem o objetivo de colher informações acerca de certos 
elementos da realidade. Ele auxilia o pesquisador a “[...] identificar e obter provas a 
respeito de objetivos sobre os quais os indivíduos não têm consciência, mas que 
orientam seu comportamento” (MARCONI; LAKATOS, 1996, p. 79) 
Para os autores, existem oito tipos de observação utilizados em pesquisa, 
sendo eles: observação assistemática, que é uma observação livre e simples; 
observação sistemática, que é mais minuciosa, usada para analisar as etapas 
existentes em algum processo; observação não-participante, quando o profissional 
apenas analisa sem participar das ações do ambiente; observação participante, que 
A investigação precisa ser minuciosa, e segundo Bandeira (2013) a observação 
deve ser feita no início, pois possibilita o pesquisador descrever os aspectos de 
fenômenos e criar hipóteses. 
 
 
47 
 
o profissional participa de forma ativa nas etapas do processo, mas sem envolvimento 
interventivo; observação individual, apena um profissional faz anotações a respeito; 
observação em equipe, onde mais de um profissional fazem as análises e partilham 
das visões; observação na vida real (sem intervenções) e observação em 
laboratório (o profissional pode manipular o ambiente). 
Para Cervo & Bervian (2002) “observar é aplicar atentamente os sentidos 
físicos a um amplo objeto, para dele adquirir um conhecimento claro e preciso”. De 
acordo com os autores, a observação é fundamental para estudar a realidade. Fato 
esse, reafirmado por Shaughnessy, Zechmeister e Zechmeister (2012)onde 
mencionam que é possível se aprender bastante sobre o comportamento das pessoas 
apenas observando as atitudes delas. Na observação comum, não há o cuidado no 
controle sobre fatores que podem influenciar na observação. 
Em síntese, a observação é fundamental para estudar a realidade, pois 
segundo Cervo & Bervian (2002) “observar é aplicar atentamente os sentidos físicos 
a um amplo objeto, para dele adquirir um conhecimento claro e preciso” Fato esse, 
reafirmado por Shaughnessy, Zechmeister e Zechmeister (2012)Na observação 
comum, não há o cuidado no controle sobre fatores que podem influenciar na 
observação. 
Em continuidade sobre os métodos de investigação, o de levantamento 
segundo Gil (2008) trata-se do questionamento, de forma direta, daquelas pessoas 
que se almeja entender o comportamento. Procede-se o requerimento de informações 
a um grupo significativo de indivíduos acerca da problemática pesquisada para que 
posteriormente, por meio de uma análise quantitativa, adquiram-se os resultados 
correspondentes as informações apuradas. Ao final, quando as informações de todos 
os participantes daquele determinado grupo são reunidas, obtêm-se um censo. 
Na pesquisa social esse levantamento favorece na coleta de informações 
relacionadas ao grupo. Bandeira (2013)pontua que também tem a finalidade de relatar 
o arranjo das especificidades que acontecem em determinados grupos populacionais. 
Para a autora, as principais características desse método de pesquisa são: 
 Não consegue variar a variável independente e analisar seu efeito na variável 
dependente; 
 Não possui controle sobre as variáveis interferentes; 
 
 
48 
 
 Verifica somente uma série de variáveis que descrevem as especificidades de 
um grupo de indivíduos. 
Ainda na perspectiva da autora, a maior desvantagem desse tipo de método, é que 
é somente descritivo. Todavia, às vezes é simplesmente esse o objetivo: descrição 
seja de um grupo de pessoas para entender suas necessidades, problemas, 
demandas, etc. 
 
 
 
 
 
 
A pesquisa-ação é um método investigativo onde o profissional será 
participativo nos processos do ambiente. Oliveira (2011) menciona que esse tipo de 
método é usado para detectar demandas importantes dentro de uma determinada 
situação a ser averiguada, construir um plano de atuação para amenizar as 
problemáticas apresentadas e acompanhar os resultados alcançados. Ela também 
promove uma junção entre teoria e prática e permite que o profissional possa atuar 
diante da organização. 
As falhas que podemos encontrar em relação a teoria e a prática podem ser 
consertadas na pesquisa-ação, de acordo com Engel (2000) uma das peculiaridades 
desse método é que o pesquisador pode fazer uma intervenção prática durante o 
estudo e não somente fornecer resolução para após a conclusão da pesquisa 
Thiollent (2007) afirma que existem quatro etapas durante uma pesquisa ação: 
exploração, levantamento de dados, ação e avaliação, definindo pesquisa-ação como: 
[...] um tipo de pesquisa social com base empírica que é concebida e 
realizada em estreita associação com a ação ou com resolução de um 
problema coletivo e no qual os pesquisadores e os participantes 
representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo 
cooperativo ou participativo (THIOLLENT, 2007, p. 16). 
 
As representações sociais também fazem parte do objeto de estudo da Psicologia 
social, os métodos utilizados para investigá-las podem ser a pesquisa empírica e 
os experimentos que nesse artigo podemos entender melhor. Disponível em: 
https://bit.ly/3hc7v5Z. Acesso em: 20 abr. 2021. 
 
 
49 
 
No método correlacional, Segundo Shaughnessy, Zechmeister e Zechmeister 
(2012)seria quando acontece variação simultaneamente, entre duas medidas 
distintas, ou seja, quando certas pontuações de uma determinada variável pendem 
para uma associação de pontuações em outra variável. 
Por fim, temos o estudo de campo, que para Gil (2008) esse método de pesquisa 
busca um aperfeiçoamento em determinada realidade. Realiza-se principalmente 
através da observação direta das ações do grupo pesquisado e de entrevistas com 
terceiros, com objetivo de assimilar o que acontece na realidade daquele grupo. 
Para Marconi e Lakatos (1996) a pesquisa de campo é feita posteriormente ao 
levantamento bibliográfico para colher a teoria e partir para a prática com um 
conhecimento prévio, podendo se associar as pesquisas Quantitativas–Descritivas; 
Exploratórias; Experimentais, pesquisas essas que podem ser utilizadas para 
investigar aspectos da psicologia social, tendo como vantagem a criação de um banco 
de dados sobre fenômenos sociais, que posteriormente poderá ser usado por demais 
pesquisadores e partir da amostragem de sujeitos e a pesquisa de campo, será ainda 
mais viável. 
As desvantagens, segundo os

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