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Prévia do material em texto

MATERIAIS 
TÊXTEIS
PROFESSORA
Dra. Paula Piva Linke
MATERIAIS TÊXTEIS 
2 
DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor de Administração 
Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor de EAD Willian Victor Kendrick de Matos Silva, Presidente 
da Mantenedora Cláudio Ferdinandi.
NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Diretoria Operacional de Ensino Kátia Coelho, Diretoria de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha, 
Direção de Operações Chrystiano Mincoff, Direção de Mercado Hilton Pereira, Direção de Polos 
Próprios James Prestes, Direção de Desenvolvimento Dayane Almeida, Direção de Relacionamento 
Alessandra Baron, Head Produção de Conteúdo Rodolfo Pinelli, Supervisão do Núcleo de Produção 
de Materiais Nádila de Almeida Toledo, Coordenador(a) de Conteúdo Sandra Franchini, Projeto 
Gráfico José Jhonny Coelho, Editoração Melina Belusse Ramos, Designer Educacional Yasminn 
Talyta Tavares Zagonel, Agnaldo Ventura, Revisão Textual Érica Fernanda Ortega, Felipe Veiga da 
Fonseca Ilustração Bruno Pardinho, Fotos Shutterstock.
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; 
LINKE, Paula Piva.
Materiais Têxteis. Paula Piva Linke.
Maringá - PR.:UniCesumar, 2017. Reimpressão 2020. 
178 p.
“Graduação em Design - EaD”.
1. Materiais. 2. Têxteis. 3. EaD. I. Título.
ISBN 978-85-459-0863-0 CDD - 22ª Ed. 677
Impresso por: CIP - NBR 12899 - AACR/2
NEAD 
Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4 
Jd. Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná
www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360
Viver e trabalhar em uma sociedade global é um grande 
desafio para todos os cidadãos. A busca por tecnologia, 
informação, conhecimento de qualidade, novas 
habilidades para liderança e solução de problemas 
com eficiência tornou-se uma questão de sobrevivência 
no mundo do trabalho.
Cada um de nós tem uma grande responsabilidade: 
as escolhas que fizermos por nós e pelos nossos fará 
grande diferença no futuro.
Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar assume 
o compromisso de democratizar o conhecimento por 
meio de alta tecnologia e contribuir para o futuro dos 
brasileiros.
No cumprimento de sua missão – “promover a 
educação de qualidade nas diferentes áreas do 
conhecimento, formando profissionais cidadãos que 
contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade 
justa e solidária” –, o Centro Universitário Cesumar 
busca a integração do ensino-pesquisa-extensão com 
as demandas institucionais e sociais; a realização 
de uma prática acadêmica que contribua para o 
desenvolvimento da consciência social e política e, por 
fim, a democratização do conhecimento acadêmico 
com a articulação e a integração com a sociedade.
Diante disso, o Centro Universitário Cesumar almeja 
ser reconhecida como uma instituição universitária 
de referência regional e nacional pela qualidade 
e compromisso do corpo docente; aquisição de 
competências institucionais para o desenvolvimento 
de linhas de pesquisa; consolidação da extensão 
universitária; qualidade da oferta dos ensinos 
presencial e a distância; bem-estar e satisfação da 
comunidade interna; qualidade da gestão acadêmica 
e administrativa; compromisso social de inclusão; 
processos de cooperação e parceria com o mundo 
do trabalho, como também pelo compromisso 
e relacionamento permanente com os egressos, 
incentivando a educação continuada.
Wilson Matos da Silva
Reitor da Unicesumar
boas-vindas
Prezado(a) Acadêmico(a), bem-vindo(a) à 
Comunidade do Conhecimento. 
Essa é a característica principal pela qual a Unicesumar 
tem sido conhecida pelos nossos alunos, professores 
e pela nossa sociedade. Porém, é importante 
destacar aqui que não estamos falando mais daquele 
conhecimento estático, repetitivo, local e elitizado, mas 
de um conhecimento dinâmico, renovável em minutos, 
atemporal, global, democratizado, transformado pelas 
tecnologias digitais e virtuais.
De fato, as tecnologias de informação e comunicação 
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, lugares, 
informações, da educação por meio da conectividade 
via internet, do acesso wireless em diferentes lugares 
e da mobilidade dos celulares. 
As redes sociais, os sites, blogs e os tablets aceleraram 
a informação e a produção do conhecimento, que não 
reconhece mais fuso horário e atravessa oceanos em 
segundos.
A apropriação dessa nova forma de conhecer 
transformou-se hoje em um dos principais fatores de 
agregação de valor, de superação das desigualdades, 
propagação de trabalho qualificado e de bem-estar. 
Logo, como agente social, convido você a saber cada 
vez mais, a conhecer, entender, selecionar e usar a 
tecnologia que temos e que está disponível. 
Da mesma forma que a imprensa de Gutenberg 
modificou toda uma cultura e forma de conhecer, 
as tecnologias atuais e suas novas ferramentas, 
equipamentos e aplicações estão mudando a nossa 
cultura e transformando a todos nós. Então, priorizar o 
conhecimento hoje, por meio da Educação a Distância 
(EAD), significa possibilitar o contato com ambientes 
cativantes, ricos em informações e interatividade. É 
um processo desafiador, que ao mesmo tempo abrirá 
as portas para melhores oportunidades. Como já disse 
Sócrates, “a vida sem desafios não vale a pena ser vivida”. 
É isso que a EAD da Unicesumar se propõe a fazer. 
Willian V. K. de Matos Silva
Pró-Reitor da Unicesumar EaD
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está 
iniciando um processo de transformação, pois quando 
investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou 
profissional, nos transformamos e, consequentemente, 
transformamos também a sociedade na qual estamos 
inseridos. De que forma o fazemos? Criando 
oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capazes 
de alcançar um nível de desenvolvimento compatível 
com os desafios que surgem no mundo contemporâneo. 
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de 
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo 
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens 
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem 
dialógica e encontram-se integrados à proposta 
pedagógica, contribuindo no processo educacional, 
complementando sua formação profissional, 
desenvolvendo competências e habilidades, e 
aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, 
Kátia Solange Coelho
Diretoria Operacional de Ensino
Fabrício Lazilha
Diretoria de Planejamento de Ensino
de maneira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, 
estes materiais têm como principal objetivo “provocar 
uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta 
forma possibilita o desenvolvimento da autonomia 
em busca dos conhecimentos necessários para a sua 
formação pessoal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de 
crescimento e construção do conhecimento deve 
ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos 
pedagógicos que o Centro Universitário Cesumar 
lhe possibilita. Ou seja, acesse regularmente o AVA 
– Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos 
fóruns e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe 
das discussões. Além disso, lembre-se que existe 
uma equipe de professores e tutores que se encontra 
disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em 
seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe 
trilhar com tranquilidade e segurança sua trajetória 
acadêmica.
boas-vindas
autora
Dra. Paula Piva Linke
Doutora em Ciência Ambiental pelo Procam (USP) com bolsa Capes, desenvolve 
pesquisa na área do Moda e Sustentabilidade. Mestre em História pela Univer-
sidade Estadual de Maringá (UEM). Especialista em História e Sociedade (UEM) 
e em Moda (Cesumar). Graduada em Moda pelo Cesumar. Professora do curso 
de Moda, Artes Visuais e Jornalismo no ano de 2013, em 2014 atuou somente no 
curso de Moda do Unicesumar nas disciplinas de História da Moda e Laboratório 
de Criação. Atua na educação a distância da Unicesumar nas áreas de história 
da moda e desenho de moda. Realiza pesquisas na áreade sustentabilidade e 
moda, bem como Moda e cultura. 
Para informações mais detalhadas sobre sua atuação profissional, pesquisas e 
publicações, acesse seu currículo, disponível no endereço a seguir:
http://lattes.cnpq.br/1818751167908774
MATERIAIS TÊXTEIS
Paula Piva Linke
Olá, caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) à disciplina de materiais têxteis. O obje-
tivo dessa disciplina é lhe apresentar a cadeia de produção do setor têxtil, que se 
inicia com a produção da fibra até a confecção do tecido. 
Para dar conta da conteúdo proposto, este livro foi dividido em cinco unidades, 
são elas: ‘A cadeia de produção do setor têxtil: fibras e filamentos têxteis’; ‘Fiação’; 
‘Tecelagem’; ‘Malharia e não-tecido’ e, por fim, ‘Beneficiamento’, acabamentos e 
tecidos. Por meio da leitura dessas cinco unidades, você terá a oportunidade de 
entender como funciona toda a cadeia têxtil.
Na primeira unidade, intitulada ‘A cadeia de produção do setor têxtil: fibras e 
filamentos têxteis’, você terá uma apresentação breve de todo o setor têxtil e seus 
processos, para então dar início ao processo de construção dos tecidos, que se 
inicia com as fibras têxteis, classificadas em naturais, sintéticas e artificiais. 
Após conhecer esses três grupos de fibras e as características de cada uma delas, 
serão apresentados na segunda unidade os processos de fiação: como se dá a 
transformação das fibras em fio. Na sequência, nessa mesma unidade você tam-
bém conhecerá alguns fios especiais e suas características, como o fio fantasia, 
por exemplo. 
Na terceira unidade, você verá como se dá a transformação dos fios em tecidos por 
meio do processo de tecelagem, que produz os tecidos planos. Além disso, você 
também conhecerá alguns tecidos e como estes são classificados, quanto à forma 
de tecelagem e demais características. 
Na sequência, na quarta unidade, será apresentada a malharia: processo responsá-
vel pela produção de tecidos com maior elasticidade. Também serão apresentados 
os não tecidos, materiais têxteis provenientes de outros processos de fabricação. 
Um ponto a ser destacado nessa unidade é os tecidos inteligentes, tecidos com 
benefícios diferenciados como impermeabilização, antichamas etc. 
Por fim, na última unidade, você será informado sobre os processos de beneficia-
mento e acabamento que proporcionam melhor aspecto comercial aos tecidos. 
O tingimento, estamparia e lavanderia também serão abordados, assim como as 
normas para etiquetagem e os símbolos usados, finalizando uma breve reflexão 
sobre as questões ambientais que permeiam o setor têxtil. Boa leitura. 
sumário
UNIDADE I
A CADEIA DE PRODUÇÃO DO SETOR TÊXTIL
FIBRAS E FILAMENTOS TÊXTEIS
14 A Cadeia de Produção do Setor Têxtil
19 Fibras Naturais
29 Fibras Artificiais
35 Fibras Sintéticas
UNIDADE II
FIAÇÃO
54 Fios
58 Fiação Penteada, Anel e a Rotor
62 Classificação de Fios
UNIDADE III
TECELAGEM
82 Tecelagem
88 Padronagens
95 Tecidos e Suas Características
UNIDADE IV
MALHARIA E NÃO-TECIDO
114 Malharia
125 Tecidos Inteligentes
UNIDADE V
BENEFICIAMENTO, ACABAMENTOS E TECIDOS
144 Beneficiamento e Acabamento
148 Estamparia e Lavagens
156 Simbologia de Conservação de Artigos Têxteis
163 Têxteis e Meio Ambiente
178 Conclusão Geral
Professora Dra. Paula Piva Linke
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta 
unidade:
• A cadeia de produção do setor têxtil
• Fibras naturais
• Fibras artificiais 
• Fibras sintéticas
Objetivos de Aprendizagem
• Descrever todo o processo de produção da cadeia têxtil.
• Apresentar todas as fibras naturais e suas características.
• Mostrar todas as fibras artificiais e suas características. 
• Apontar todas as fibras sintéticas e suas características.
A CADEIA DE PRODUÇÃO DO SETOR 
TÊXTIL: FIBRAS E FILAMENTOS TÊXTEIS
I
unidade
INTRODUÇÃO
Seja bem-vindo(a), aluno(a) de ensino a distância da Unicesumar. É 
com imenso prazer que o recebo na disciplina de Materiais têxteis, ini-
ciamos nossa aula conhecendo o setor de produção da cadeia têxtil e em 
seguida veremos todos os materiais utilizados na confecção dos tecidos, 
elemento utilizado como suporte para dar forma à roupa. 
O objetivo aqui é apresentar inicialmente toda a cadeia de produção 
do setor têxtil, que se inicia com a produção da fibra e se estende à con-
fecção de produtos do vestuário e comercialização. 
No entanto, nesta disciplina, não lhe será apresentado com mais de-
talhes o setor de confecção, a intenção é lhe mostrar a extensão do setor 
produtivo que envolve a moda. Após conhecer a extensão da cadeia têx-
til, serão apresentadas as fibras que proporcionam a fabricação dos mais 
variados tecidos e materiais têxteis, ou seja, de tecidos a cordas e tapetes. 
Existe uma grande variedade de fibras têxteis que são classificadas em 
três grupos: naturais, artificiais e sintéticas. 
Na segunda parte desta unidade, você conhecerá quais são as fibras 
naturais, como são classificadas e quais as características que apresen-
tam e que vão aparecer nos tecidos. Dentre essas fibras, destacam-se o 
algodão e a lã, presentes em grande parte do vestuário. 
Em seguida, partimos para as fibras artificiais, que são aquelas fabri-
cadas em laboratórios por meio de efeitos químicos. Essa fibras também 
apresentam características específicas, sendo uma das mais famosas a 
viscose. Assim como as naturais, essas fibras são largamente utilizadas 
na fabricação de tecidos, podendo ser misturadas a outros materiais, os 
sintéticos ou naturais. 
Por fim, veremos as de material sintético, que são aquelas fabrica-
das com produtos oriundos do petróleo e/ou polímeros, por exemplo, 
o poliéster e demais materiais. Tais fibras são empregadas na confecção 
do vestuário em larga escala, principalmente em roupas para academia. 
MATERIAIS TÊXTEIS 
14 
A Cadeia de Produção do Setor Têxtil
Caro(a) aluno(a), antes de explicar todo o processo 
de construção de um tecido, que é o objetivo desta 
disciplina, você precisa conhecer a estrutura da ca-
deia têxtil, pois a partir dessa visão geral, cada tema 
será abordado com mais facilidade. 
Não podemos nos esquecer de que a produção 
do setor têxtil se insere dentro do universo da moda, 
que apresenta outras questões que não apenas pro-
dução, que transcende a cadeia têxtil ao englobar 
outros setores que lhes fornecem suporte.
Ao falar de moda, estamos nos referindo a um 
processo que vai da produção e plantio de se-
mentes para a obtenção da matéria-prima dos 
substratos têxteis até a milhões de trabalhadores 
e suas variadas funções em diversos países do 
mundo – de lavadores a top-models. Enquanto 
campo do fazer, é uma indústria que necessita 
de insumos e produtos específicos, como linhas, 
agulhas, máquinas de lavar, teares industriais, 
óleos, adstringentes, solventes, branqueadores, 
lixas, tintas, corantes, resinas, metais, papéis, 
plásticos, filmes, agentes, arados, pesticidas, fer-
tilizantes, etc. (BERLIM, 2012, p. 26).
 DESIGN 
 15
A afirmativa da autora parece exagerada, mas ex-
pressa muito bem a complexidade do setor de pro-
dução têxtil. Ao falar de arados e pesticidas, por 
exemplo, Berlim (2012) se refere ao plantio das fi-
bras naturais como o algodão, portanto, pensar o 
setor têxtil requer conhecer um pouco sobre todos 
esses processos que envolvem os tecidos. 
Para Berlim (2012, p. 27), “o setor têxtil pode ser 
definido como aquele que transforma fibras em fios, 
fios em tecidos planos e malhas em uma infinidade 
de produtos”. Essa infinidade de produtos vai muito 
além da produção de vestuário, ela consegue abarcar 
outros setores e produtos, tais como:
[...] peças de vestuário, roupas de cama e mesa, 
substratos têxteis para a indústria automobilísti-
ca usar em cintos de segurança e air-bags, sacos 
de estocagem para a agricultura, roupas espe-
ciais para bombeiros, tendas, paraquedas, velas 
de barco, gazes para uso hospitalar, estofados de 
uso doméstico, etc (BERLIM, 2012, p. 27).
Os artigos têxteis estão em todos os setores 
industriais,e têm significativa importância no 
setor de decoração de interiores, pois é por 
meio de tecidos que são estofados muitos 
móveis, como sofás, cadeiras, poltronas. 
Além disso, destacam-se também as corti-
nas, persianas e demais peças ligadas à cama, 
mesa e banho que se apresentam nos mais 
diversos espaços. O setor têxtil engloba muito 
mais do que a simples produção de roupas. 
Fonte: adaptado de Berlim (2012). 
SAIBA MAIS
Observa-se, portanto, que os produtos têxteis são 
variados e abrangem uma grande quantidade dos 
bens que consumimos. Essa produção não apenas 
gera uma grande variedade de produtos, que em 
muitos casos têm um ciclo de vida curto, mas, face 
à diversidade dessa produção, também pode causar 
impactos consideráveis sobre o meio ambiente.
A produção de têxteis foi uma das atividades 
mais poluidoras do último século e foi tema de 
várias pesquisas que recaíram em especial so-
bre seus principais impactos: a contaminação 
da água e do ar. Além de demandar muita ener-
gia na produção e transporte de seus produtos, 
a indústria têxtil polui o ar com emissões de 
gazes de efeito estufa, as águas com as quími-
cas usadas nos beneficiamentos, tingimentos e 
irrigação de plantações; e o solo, com pesticidas 
de alta toxidade. Além disso, os resíduos que 
permanecem nos produtos podem contaminar 
quem os usa (BERLIM, 2012, p. 33).
Normalmente se associa a indústria têxtil à 
moda e passarelas, mas ela causa impactos 
significativos sobre o meio ambiente. Lembre-
-se que é preciso refletir sobre os problemas 
ambientais, visto que estamos em um mundo 
em crise e isso também faz parte do processo 
de atuação do profissional de moda.
(Lilyan Berlim)
REFLITA
MATERIAIS TÊXTEIS 
16 
A afirmativa da autora sobre os impactos que essa 
cadeia provoca devido à sua produção demonstra 
que ela é bastante complexa e também extensa.
Essa cadeia se inicia com as fibras e filamentos 
– que podem ser naturais, artificiais ou sintéticas – , 
fiação, tecelagem, malharia, beneficiamento de teci-
dos, aviamentos, confecção que se divide em linha 
lar, vestuário e tecidos para sacaria, automotivos 
dentre outros. Por fim, temos as vendas: exportação, 
varejo físico, vendas por catálogo, vendas eletrônicas, 
e a chegada ao consumidor final (PRADO, 2014).
Na figura abaixo, podemos observar toda a es-
trutura do setor têxtil e como se dá a sequência lógi-
ca de produção. 
Figura 1 - Diagrama da estrutura produtiva e de distribuição têxtil e de 
confecção
Fonte: Pimentel (2013, p. 3).
 DESIGN 
 17
Nesta imagem, além da produção do tecido, en-
contra-se a confecção, fase final da cadeia têxtil, 
responsável pela fabricação das roupas. No entan-
to, o que deve ser destacado nessa figura é justa-
mente a quantidade de setores que dão suporte ao 
setor têxtil, como a indústria química, maquinário, 
escolas para formação de profissionais (PIMEN-
TEL, 2013). 
Para você, aluno(a), o que interessa aqui é o setor 
de produção do fio ao tecido acabado, ou seja, todos 
os materiais como fibras têxteis utilizadas nos pro-
cessos de fiação e transformação do fio em tecido. 
A cadeia têxtil se inicia com a produção de fi-
bras, que são divididas em fibras sintéticas (nylon, 
poliéster, lycra e polipropileno), artificiais (viscose, 
acetato) e naturais, que se dividem em vegetal (algo-
dão, rami, linho, juta), animal (seda, lã) e minerais 
(basalto e amianto) (CHATAIGNIER, 2006).
Após a obtenção da fibra, inicia-se o processo de 
fiação, que consiste em unir fibras e transformá-las 
em filamentos longos, que são os fios. Em muitos 
casos, ocorre a junção de diferentes fibras em um 
único fio, que passam a ser chamados de fios mistos. 
Deve-se ressaltar também que cada fibra exige um 
processo de fiação que se adapte às suas característi-
cas (CHATAIGNIER, 2006).
Com os fios já prontos, inicia-se o processo 
de tecelagem que consiste na junção de fios para a 
construção do tecido; esse processo pode ser feito 
de duas formas: por meio da tecelagem ou da ma-
lharia. “Os tecidos planos são aqueles obtidos pelo 
entrelaçamento de dois conjuntos de fios (urdume 
e trama) formando um ângulo de 90º” (CHATAIG-
NIER, 2006, p. 43). 
De acordo com a forma de entrelaçamento dos 
fios, é possível obter tecidos com diferentes caracte-
rísticas. Esse processo de tecelagem produz tecidos 
sem elasticidade, tais como brim, fustão, veludo, li-
nho, cetim, tricoline dentre tantos outros.
A malharia é outro processo de tecelagem que 
produz tecidos com elasticidade, as chamadas ma-
lhas. “Tecidos de malha são aqueles formados por 
laços que se interceptam e se apoiam lateral e verti-
calmente, proveniente de um ou mais fios, como por 
exemplo, o jérsei e o tricô” (CHATAIGNIER, 2006, 
p. 44). Esses tecidos apresentam como característica 
a elasticidade que os permite expandir e retornar ao 
tamanho normal sem alteração das dimensões.
Após a finalização do tecido, inicia-se o processo 
de beneficiamento e acabamento dele. O beneficia-
mento é um processo extenso e envolve uma série de 
tratamentos que buscam melhorar as características 
do tecido, como a textura, e, em seguida, são feitos 
os acabamentos finais do tecido. 
Acabamento propriamente dito: significa uma 
série de processos e tratamentos variados sub-
metidos a um tecido que dessa forma, torna-se 
apto para receber, após a tecelagem, a tinturaria 
e a estampagem. Como o nome indica, é um 
processamento final com o objetivo de tornar o 
tecido adequado ao seu uso específico, além de 
eliminar possíveis defeitos (CHATAIGNIER, 
2006, p. 53).
Com o tecido finalizado e pronto para comerciali-
zação, inicia-se o processo de confecção do vestuá-
rio, que consiste no desenvolvimento e construção 
de uma peça do vestuário. Junto com esse processo, 
vêm ainda outros acabamentos para a peça pronta, 
como a lavanderia utilizada em tecidos jeans para 
dar efeitos diferenciados à peça e a estamparia, apli-
cada antes da sua montagem. Após a finalização do 
produto, inicia-se o processo de comercialização.
A estrutura do setor de confecção pode ser ob-
servado na figura a seguir. 
MATERIAIS TÊXTEIS 
18 
Figura 2 - Fluxograma dos Principais Processos de Confecção
Fonte: Guimarães e Martins (2010, p. 192). 
Ao apresentar esse fluxograma, a intenção é de fa-
zê-lo perceber que todo o processo de produção do 
tecido serve para abastecer a indústria da moda, res-
ponsável pela confecção do vestuário. 
É de suma importância que você aprenda e com-
preenda como se dá a fabricação de tecidos e suas 
características, pois um bom estilista deve conhecer 
os tecidos, suas características e saber como usá-los.
 DESIGN 
 19
Fibras Naturais
Primeiramente, antes de falarmos das fibras naturais, 
sua classificação e características, você precisa en-
tender que existe uma grande variedade de materiais 
que podem ser utilizados na fabricação de tecidos. 
Fibras têxteis são materiais filamentosos o que 
permite sua transformação em fios, e, portanto 
em tecidos. São caracterizados por sua flexibi-
lidade e finura, possuindo um comprimento 
muito maior que sua espessura, o que resulta 
num produto que pode ser enrolado e desenro-
lado de forma organizada (CASSEL et al., 2002, 
p. 01). 
Essas fibras são classificados em três grandes grupos: 
as fibras naturais, artificiais e sintéticas (CHATAIG-
NIER, 2006). Neste nosso tópico, preocuparemo-
-nos com as fibras naturais, que são aquelas fabrica-
das por meio de elementos encontrados na natureza. 
Para Sissons (2012), as fibras naturais são divi-
didas em grupos, sendo as mais comuns as vegetais 
e animais. Para Chataignier (2006), existe ainda, no 
grupo das fibras naturais, as minerais. Para a autora, 
as fibras se dividem em vegetal (algodão, rami, linho, 
juta), animal (seda, lã) e minerais (basalto e amian-
to). Observe na Tabela 1 a divisão dessas fibras.
MATERIAIS TÊXTEIS 
20 
FIBRAS NATURAIS
Animais Lã e pêlos Angorá
Cashemira
Coelho
Lã de Ovelha
Mohair
Pêlos grossos Cabra
Seda Seda CultivadaSeda Silvestre
Minerais Amianto (asbesto) Crisotila
Crocidolita
Vegetais De Caules Cânhamo
Juta
Linho
Malva
Ramí
De Folhas Caroá
Sisal
Tucum
De Frutos e Sementes Algodão
Côco
Tabela 1 - Fibras naturais
Fonte: Kuasne (2008, p. 09). 
 DESIGN 
 21
É possível observar que existe uma grande variedade 
de fibras naturais, e algumas delas receberão maior 
atenção. Primeiramente apresentam-se as fibras na-
turais vegetais como o algodão, linho, rami, cânha-
mo, juta e sisal. Posteriormente serão apresentadas 
as fibras animais, como a lã e a seda, e, por fim, as 
minerais, como o amianto e o basalto. 
As fibras de origem vegetal são aquelas prove-
nientes de plantas. Elas podem se originar de se-
mentes e frutas como as fibras de algodão; de cau-
les como linho, rami e juta; e de folhas como o sisal 
(UDALE, 2015). Vejamos a seguir as especificidades 
de cada uma delas. 
O algodão é a fibra natural mais utilizada no 
mercado da moda. “O algodão é usado como fibra 
têxtil há mais de 7.000 anos, podendo dizer-se que 
está ligado à origem mais remota do vestuário e à 
evolução da produção de artigos têxteis” (KUASNE, 
2008, p. 21).
Ela “é uma fibra macia, felpuda e cresce em volta 
da semente da planta” (UDALE, 2015, p. 47). Obser-
ve na imagem a seguir a planta de algodão.
Figura 3 - Planta de algodão
Fonte: Shutterstock.
MATERIAIS TÊXTEIS 
22 
A planta do algodão solta pequenas plumas brancas, 
como pode ser observado na Figura 3, e são dessas 
plumas que são extraídas as fibras do algodão.
Udale (2015) ressalta que a grande utilização 
dessa fibra no mercado da moda se deve à sua gran-
de versatilidade, pois permite a fabricação de uma 
grande variedade de tecidos, como, por exemplo, o 
jeans.
A fibra do algodão pode ser longa e uniforme 
ou curta; quanto mais longa a fibra, melhor a quali-
dade do algodão e mais caro o produto. Essa fibra é 
altamente hidrófila, o que proporciona uma boa ab-
sorção de água, secando com facilidade. Além disso, 
devido a essa característica, ela permite que a pele 
respire, sendo muito adequada para climas quentes 
(CASSEL et al; 2002; SISSONS, 2012).
Outra fibra que merece destaque é o linho. As-
sim como o algodão, o linho foi utilizado desde os 
tempos mais antigos, mais especificamente pelos 
egípcios que fabricavam belas peças na cor branca 
com o linho que crescia em abundância na região 
(LAVER, 2001).
O linho também é uma fibra de origem vegetal 
que se origina do caule de uma planta, possuindo 
características bem próximas às do algodão (UDA-
LE, 2015). Observe a planta na figura abaixo.
Figura 4 - Linho
Fonte: Shutterstock.
 DESIGN 
 23
O Linho era um dos tecidos mais utilizados no 
Antigo Egito, sendo o tecido adequado para o 
calor do deserto. As roupas mais caras eram 
feitas com linho, sendo esse um privilégio 
do Faraós e sua corte usar o linho de melhor 
qualidade. 
As roupas eram compostas por retângulos de 
tecido que eram plissados por meio de torção 
após a lavagem do tecido e então enrolados 
sobre o corpo e presos por alfinetes dando 
origem a diversos trajes.
Fonte: adaptado de Laver (2001).
SAIBA MAIS
Observe que diferentemente do algodão, que produz 
a fibra por meio de suas plumas, o linho é extraí-
do do caule no início da floração, produzindo fibras 
mais longas, entre 90 cm e 120 cm (KUASNE, 2008). 
Por se originar de um caule, essa fibra apresenta-se 
longa, com elevado brilho natural. A produção dessa 
fibra é anual, o que explica também o seu alto preço, 
visto que existem certos cuidados a serem considerados 
na produção, já que um caule de linho produz apenas 
¼ de sua massa em fibras, ou seja, apenas 25% da planta 
será utilizada como fibra têxtil (KUASNE, 2008). 
Outro ponto a se destacar é o conforto: ela pos-
sibilita uma boa absorção de umidade, sendo muito 
utilizado no vestuário e em roupas de cama, contu-
do amarrota-se com muita facilidade, o que exige 
certos cuidados com o tecido, que sofre tratamentos 
para evitar o amarrotamento (CASSEL et al, 2002). 
Outra fibra comum é o Rami que é uma planta 
de caule como o linho, mas que, ao contrário deste, 
produz grandes quantidades. 
O rami é uma planta perene, isto é, de cultura 
permanente, que pode produzir, sem renova-
ção, por cerca de 20 anos. A planta apresenta 
uma cepa de onde partem as hastes que podem 
atingir, em terrenos apropriados, entre 2 e 3 
metros de altura. Permite, em média, 3 a 4 cor-
tes por ano (KUASNE, 2008, p. 28)
Essa fibra apresenta uma alta produtividade como 
ressaltou a autora, contudo Chataignier (2006) des-
taca que sua utilização apresenta-se restrita, princi-
palmente devido às suas características em relação 
ao toque, pois é mais rústica que o linho, mostran-
do-se áspera.
As fibras de rami são longas, entre 1,5 e 2 m de 
comprimento e muito utilizadas para a confecção 
de tecidos para decoração, pois é mais resistente e 
longa, o que possibilita a fabricação de uma maior 
quantidade de produtos (KUASNE, 2008). 
Kuasne (2008) destaca que essa fibra absorve 
corantes com facilidade o que possibilita cores vi-
vas e intensas. Chataignier (2006) ressalta que o 
rami pode ser um bom substituto para o linho, pois 
quando os tecidos recebem os devidos acabamentos, 
apresentam as mesmas características que o linho, 
com maior qualidade devido ao comprimento da fi-
bra e a sua alta produtividade. Observe na figura a 
seguir os fios de rami. 
MATERIAIS TÊXTEIS 
24 
Figura 5 - Rami
Fonte: Shutterstock.
O rami é muito utilizado na confecção de barbantes. 
Devido ao seu comprimento e resistência, essa fibra 
também tem outros usos além da decoração e vestu-
ário, sendo muito utilizada na produção de barban-
tes e linhas de costura, como afirma Kuasne (2008). 
Assim como o Linho e Rami, o Cânhamo tam-
bém é uma fibra vegetal. “Planta herbácea cultivada 
pelo seu caule que fornece a fibra têxtil. Os métodos 
de extração da fibra são semelhantes aos do linho, 
embora mais rústicas possuem propriedades com-
paráveis às do linho” (PEZZOLO, 2013, p. 123). 
Para Kuasne (2008, p. 27), “o cânhamo tem sido 
usado em quase todas as formas de aplicação têx-
teis: tecidos finos, cortinas, cordas, redes de pesca, 
lonas, etc., além de misturado a outras fibras, natu-
rais e/ou artificiais”.
Essa fibra é bastante longa, podendo ultrapas-
sar 2 m de comprimento. Sua rusticidade é marcada 
pela presença de pequenas escamas e farpas que a 
cobrem. Observe na figura 6 a fibra e sua planta.
Ao contrário das fibras que vimos até aqui, a juta 
é bem mais rústica, “proveniente do tecido externo 
ao lenho de plantas, ela se destina essencialmente 
à fabricação de sacos, embalagens, cordas, tecidos 
para revestimento mural ou tapetes de baixo custo” 
(PEZZOLO, 2013, p. 123). 
Por ser extraída de um caule mais lenhoso, como 
afirma Pezzolo (2013), a fibra de juta é mais rústica, 
sendo bastante extensa e podendo variar entre 1,5 m 
e 3 m de comprimento. 
Kuasne ressalta que “a fibra de juta apresenta, 
geralmente, um brilho sedoso e, quando compa-
rada ao linho, é mais quebradiça, o que a impede 
de ser transformada em fios finos, já que os feixes 
não se separam tão bem no sentido longitudinal” 
(2008, p. 27).
Figura 6 - Cânhamo
Fonte: Shutterstock.
 DESIGN 
 25
Devido à sua pouca resistência, a juta permi-
te apenas a fabricação de materiais náuticos, pois é 
necessário fios mais grossos para dar estabilidade à 
fibra, assim ela é muito empregada na confecção de 
sacaria. Observe na Figura 7 uma trama de juta. 
As fibras do sisal são retiradas de suas folhas, uti-
lizadas para fabricação de cordas, barbantes e tapetes 
rústicos devido à sua resistência (PEZZOLO, 2013).
Essa fibra apresenta aspectos rústicos o que di-
ficulta a sua utilização na fabricação de fios finos e 
delicados, necessários para a fabricação de produtos 
mais nobres como os tecidos. 
O comprimento varia entre 60 e 160 cm. Apre-
sentam excelente resistência à ruptura e ao 
alongamento, além de notável resistência à 
água. É usada notadamenteem cordoalha, sola-
dos de alpargatas, indústria de colchões de mo-
las, sacolas, sandálias, cestos, escovas (KUAS-
NE, 2008, p. 28). 
Observe na Figura 8 a planta da fibra de sisal e sua 
fibra. A fibra do sisal também pode ser utilizada em 
artesanatos variados, como mostra a imagem. 
Essas são apenas algumas da fibras naturais ve-
getais existentes na indústria têxtil. Existem ainda 
outras plantas que possibilitam a fabricação de fibras 
têxteis, mas essas são as mais utilizadas, especial-
mente o algodão e o linho. 
Figura 7 - Juta
Fonte: Shutterstock.
Figura 8 - Sisal
Fonte: Shutterstock.
As fibras mais rústicas têm uma atuação im-
portante no setor têxtil, podendo ser utiliza-
das na decoração e mesmo na produção arte-
sanal ou tapeçaria. A forma de empregá-la é o 
que garante a qualidade estética do produto. 
REFLITA
MATERIAIS TÊXTEIS 
26 
Além das fibras naturais vegetais, há também as na-
turais animais, que são aquelas fabricadas por meio 
do pêlo dos animais, sendo a mais conhecida delas a 
lã (SISSONS, 2012). 
Chataignier (2006) destaca que a lã pode ser obtida 
de outros animais além da ovelha como: lhama, alpa-
ca, cabra, camelo e a vicunha. Cada um desses animais 
produz um produto característico, no entanto, a ovelha 
é a mais utilizada para a fabricação desse material. 
A Lã é a fibra animal mais antiga utilizada na 
história da humanidade, com datas por volta de 
9.000 a.C. A atividade de pastoreio se tornou co-
mum em civilizações como Mesopotâmia localizada 
no Oriente Médio (PEZZOLO, 2013). 
Figura 9 - Lã de ovelha
Fonte: Shutterstock.
Sua utilização ultrapassou séculos de história até 
os dias atuais, sendo largamente utilizada na fabrica-
ção de roupas para inverno. 
Dá-se o nome de lã ao revestimento piloso na-
tural dos ovinos vulgarmente chamado carnei-
ros, ovelhas, borregos ou cordeiros. Esta desig-
nação pode também ser utilizada em conjunto 
com o nome de outro animal, em substituição 
da palavra “pêlo”, como por exemplo, lã de al-
paca, lã de camelo, lã de vicunha, lã de moer 
(KUASNE, 2008, p. 29). 
Veja um exemplo de fibra de lã na imagem ao lado.
A lã é obtida por meio da pelagem da ovelha; 
assim, ela precisa ser extraída de forma adequada, 
ou seja, por meio da tosquia. Tosquiar a ovelha cor-
responde a retirar o velo, ou seja, toda a pelagem de 
maneira a formar um tapete de pelos. Cada parte da 
ovelha possui suas características que vão influen-
ciar na qualidade da lã (PEZZOLO, 2013). 
Após retirada do animal, a lã apresenta-se ondu-
lada, como mostra a Figura 9, sendo esta uma carac-
terística comum da lã. Veja a seguir algumas outras 
características desse material descritas por Kuasne 
(2008, p. 30). 
• O comprimento das fibras para lã cardada va-
ria de 50 a 150 mm.
• As fibras finas e médias apresentam um bri-
lho superior ao das fibras grossas. Fibras com 
elevado brilho têm aparência semelhante às 
da seda.
• Apresentam excelente alongamento e elasti-
cidade.
• A lã é muito flexível, tem bom toque e é bas-
tante confortável, possuindo uma boa reten-
ção de água.
• Deve-se evitar a lavagem dos artigos confeccio-
nados com lã em máquinas de lavar, não fric-
cioná-los, não torcê-los e usar sabões neutros.
 DESIGN 
 27
Como dito pela autora, a fibra de lã é relativamente 
pequena ao compararmos com as vegetais; no en-
tanto, ela permite um bom processo de fiação. Ela é 
muito utilizada na confecção de roupas de inverno, 
pois são excelentes isolantes térmicos, proporcio-
nando a manutenção do calor do corpo (KUASNE, 
2008). 
A seda, assim como a lã, é um fibra natural ani-
mal; no entanto, ela não se origina de um animal 
propriamente dito, mas sim de uma pequena lagarta 
(PEZZOLO, 2013). 
A seda é feita por uma pequena lagarta que, ao 
passar pelo processo de metamorfose, constrói um 
casulo composto por um único fio. A seda é justa-
mente o fio que compõem o casulo da lagarta (CHA-
TAIGNIER, 2006). 
Observe a Figura 10 ao lado com o casulo e o fio 
de seda. 
Os fios de seda podem apresentar a coloração 
branca, amendoada ou amarelada dependendo da 
alimentação da lagarta. A seda é um dos tecidos 
mais antigos do mundo e teve sua origem na China 
por volta de 2.500 a.C., havendo inclusive uma lenda 
sobre seu surgimento (PEZZOLO, 2013). 
Conta-se que uma princesa chinesa passeava em 
um bosque de amoreiras e em seu passeio caiu sobre 
ela um casulo com alguns fios brilhantes. Encantada 
com a beleza do fio, que brilhava com a luz, a prin-
cesa o levou ao palácio e a partir de então foi criado 
o tecido de seda. Esse segredo foi guardado a sete 
chaves, pois o tecido passou a ser comercializado e 
adquiriu importância no Oriente (CHATAIGNIER, 
2006). 
Além da China, a civilização Bizantina se tornou 
uma importante produtora na Idade Média. Produ-
ção essa que se estendeu para a Itália a partir do sécu-
lo XIII, depois para a França. Atualmente os maiores 
Figura 10 - Casulos de seda
Fonte: Shutterstock.
produtores de seda são: China, Índia, Coréia do Sul, 
Brasil, Itália e França (CHATAIGNIER, 2006). 
Chataignier (2006) afirma que dentre as princi-
pais características da seda pode citar: 
• Tem resistência de razoável a forte.
• Bom caimento.
• Brilhante e agradável ao toque. 
MATERIAIS TÊXTEIS 
28 
• Absorve água com facilidade.
• Absorve corantes com facilidade.
• Não suporta alvejantes a base de cloro.
• Possui boa elasticidade.
• Não suporta a luz do sol, podendo manchar 
se exposta por longos períodos. 
• Pode ser atacada por traças. 
É possível produzir uma imensa variedade de teci-
dos de seda, que podem ser empregados no vestu-
ário, decoração, cama, mesa e banho, e demais seg-
mentos do vestuário. 
Uma das principais características da seda é o 
seu brilho. Observe A FIGURA 11 acima um exem-
plo de tecido. 
Figura 11 - Brilho do tecido de seda 
Fonte: Shutterstock.
 DESIGN 
 29
Fibras Artificiais
Assim como as fibras naturais, existem também 
aquelas artificiais. Udale (2015, p. 53) descreve as 
fibras artificiais como: “fibras derivadas de celulose, 
que por meio de processos de manufatura química 
são transformados em novas fibras”. 
O desenvolvimento e utilização dessas fibras se deu 
somente no século XX, quando as tecnologias e pesquisa 
desenvolvidas possibilitaram o descobrimento de novas 
tecnologias que foram aplicadas às diversas áreas do co-
nhecimento, inclusive ao setor têxtil (KUASNE, 2008). 
Assim como as naturais, existe uma grande va-
riedade de fibras artificiais. São elas: Acetato, Algi-
nato, Borracha, Carbono, Caseína, Cupro, Metálica, 
Liocel, Modal, Triacetato, Vidro, Viscose, Raiom 
(RIBEIRO, 1984). Nesta unidade você verá as ca-
racterísticas e usos para cada uma delas. 
Uma grande quantidade dessas fibras (Acetato, 
Cupro, Liocel, Modal, Triacetato, Viscose e Raiom) 
é produzida por meio da celulose, material prove-
niente da madeira (PEZZOLO, 2013). Vejamos as 
MATERIAIS TÊXTEIS 
30 
características de cada uma delas e posteriormente 
veremos as fibras não celulósicas (Alginato, Borra-
cha, Carbono, Caseína, Metálica e Vidro). Observe 
na figura a seguir a estrutura da celulose:
Figura 12 - Celulose 
Fonte: Shutterstock.
O Acetato, também conhecido como acetato de ce-
lulose, foi desenvolvido durante a Primeira Guerra 
Mundial como revestimento para asas de aeronaves 
e depois transformado em fibras. Pode ser feito por 
meio da celulose da madeira ou por restos das plu-
mas de algodão, possui a mesma aparência da seda, 
mas não seu toque (UDALE, 2015). 
De acordo com Kuasne (2008, p. 62), pode ser 
utilizado em: forro de roupa, tecidos para vestidos, 
panos para guarda-chuva, gravatas, fios de enfeites, 
roupas finas.
A fibra de Cupro é obtida por meio de um pro-
cesso de regeneração da celulose. Essa fibra possui 
o aspecto e o toque da seda, maciez e brilho, assim 
como absorve corantes com facilidade. É muito in-
dicada para a produção de tecidos para vestuário e 
para a decoração (AGUIAR NETO, 1996). 
Recentemente foi desenvolvida uma fibraecolo-
gicamente correta e biodegradável, o Tencel, nome 
comercial da fibra de Liocel (UDALE, 2015). 
De acordo com Kuasne (2008, p. 53), o Liocel é 
uma nova “fibra natural, a primeira fibra nova em 
mais de 30 anos. Ela é fabricada inteiramente da ce-
lulose natural encontrada na polpa da madeira, que 
se origina de árvores cultivadas em fazendas espe-
ciais para este objetivo”.
Os materiais têxteis são responsáveis por gran-
des impactos sobre o solos e as águas. Pensando em 
produtos sustentáveis, foi desenvolvida essa fibra, 
cujas características incluem: 
• resistência;
• apresenta baixo encolhimento na água;
• boa estabilidade;
• toque macio e suave;
• caimento fluido e flutuante, leve;
• absorve corantes com facilidade.
Todas essas características permitem à fibra grande 
versatilidade nos tecidos fabricados, pois o conforto 
e resistência são uma marca registrada. Ela pode ser 
empregada na confecção de peças de vestuário, na 
decoração e na linha lar em roupas de cama. 
 De acordo com Kuasne (2008, p. 51), a fibra de 
Modal são “fibras de celulose regenerada normalmente 
fabricadas pelo processo Viscose, que possuem elevada 
tenacidade e alto módulo de elasticidade a úmido”. O 
processo de fabricação segue o mesmo da viscose.
As principais características desse material se re-
ferem a conforto, maciez e suavidade. Além disso, 
essa fibra absorve água com muita facilidade e seca 
mais rápido que o algodão, o que proporciona fres-
cor às peças confeccionadas com tecidos produzidos 
com essa fibra (PEZZOLO, 2013). 
 DESIGN 
 31
Cabe destacar ainda que essa fibra pode ser 
misturada a outras fibras com a finalidade de ob-
ter tecidos com características diferenciadas. Como 
exemplo, pode-se citar que a combinação do Modal 
e do Algodão (50% de cada fibra do tecido) faz que o 
tecido de algodão ganhe brilho sedoso, maior viva-
cidade nas cores e maciez (PEZZOLO, 2013). 
Essa fibra também pode ser combinada com ou-
tros materiais como: acrílico, strech, cotton, crepe, 
linho e promodal. Cada uma dessas misturas garan-
te características diferenciadas ao tecido (PEZZO-
LO, 2013). Essa fibra pode ser empregada na fabri-
cação de materiais diversos, principalmente tecidos 
finos e compostos. 
Outra fibra relevante é o Triacetato, que também 
é uma fibra de celulose. “Fibra artificial celulósica, 
obtida da polpa de madeira ou dos linters de algo-
dão, é um material termoplástico, podendo ser for-
necido ao mercado na forma de fibra cortada, e/ou 
filamentos contínuos” (KUASNE, 2008, p. 63). 
Essa fibra apresenta características bastante 
marcantes referentes ao brilho, calor e resistência. O 
triacetato apresenta brilho elevado, que pode desa-
parecer se este for colocado em água muito quente. 
Quanto ao calor, cabe destacar que essa fibra é ideal 
para fazer drapeados, plissados e vincos permanen-
tes, pois o calor provoca modificações plásticas per-
manentes nessa fibra (KUASNE, 2008).
Outro ponto a ser destacado, ainda, é a resistên-
cia às rugas, pois suas características se aproximam 
das fibras sintéticas, ou seja, o ferro de passar é pra-
ticamente dispensado (KUASNE, 2008).
Uma das fibras de celulose mais conhecidas é a 
Viscose, cujo processo de fabricação foi descoberto 
em 1892, dando início à produção de fios somente 
em 1905 (PEZZOLO, 2013).
As fibras e fios de viscose possuem “característi-
cas bem próximas aos do algodão como: absorção de 
umidade, resistência, maciez ao toque e caimento” 
(PEZZOLO, 2013, p. 129). 
De acordo com Kuasne (2008), devido a essas 
características, essa fibra é muito utilizada em uma 
grande variedade de produtos, tais como: 
• Tecidos para vestuário feminino, vestuário 
esportivo e forros. 
• Têxteis para o lar, como sejam toalhas de 
mesa e tecidos de estofamento de mobiliário. 
• Aplicações técnicas e industriais, como, por 
exemplo, telas para filtros, não tecidos e chu-
maços.
A autora prossegue afirmando os benefícios desse 
material:
• Maior conforto, especialmente em climas 
quentes. Em contato com o corpo, transmite 
uma agradável sensação de suavidade e fres-
cor.
• Absorção de água elevada, importante em 
aplicações como toalhas de banho, artigos de 
limpeza, absorventes higiênicos etc.
• Elevada transferência de calor, mais uma ca-
racterística que torna a viscose adequada ao 
clima quente.
• Em puro, apresenta um caimento fluido. 
Quando utilizada em conjunto com outras fi-
bras, facilita a adequação do caimento à apli-
cação.
• Boa solidez das cores, por isso não desbota.
• Toque suave e macio, permitindo a fabrica-
ção de tecidos e malhas mais confortáveis.
Apesar de sua grande utilização e dos benefício 
anteriormente citados, há que se destacar algumas 
questões. A viscose apresenta pouca resistência à 
água e ao calor excessivo, assim deve-se evitar lavar 
MATERIAIS TÊXTEIS 
32 
peças de viscose na máquina ou passar com ferro 
muito quente (KUASNE, 2008). Assim, há que se ter 
cuidado no processo de manutenção das peças de 
vestuário confeccionadas com esse material.
O Raiom foi a primeira fibra artificial de celulose 
desenvolvida em 1885, quando ainda era chamado 
de seda artificial. O nome Raiom só foi estabelecido 
em 1924 (UDALE, 2015). 
Assim como as outras fibras de celulose, pos-
sui maciez, modela-se com facilidade e resistência. 
Além disso, também absorve corantes com facilida-
de, o que permite que ela tenha cores vibrantes e não 
desbote com facilidade (UDALE, 2015). 
Apesar de serem feitas com a celulose que é 
um material orgânico, as fibras artificiais ce-
lulósicas ainda causam impactos ambientais, 
pois necessitam de uma série de processos 
químicos para ficarem prontas, o que gera 
resíduos variados e o corte de árvores.
REFLITA
Além dessas fibras que foram descritas acima, que 
são as fibras feitas a partir da celulose, existem ain-
da aquelas oriundas de outras substâncias, são elas: 
Alginato, Borracha, Carbono, Caseína, Metálica e 
Vidro. A seguir, cada uma delas será apresentada. 
O Alginato não é um fibra empregada na con-
fecção de tecidos, seu uso se restringe ao hospitalar, 
com a fabricação de curativos. A Algina é uma subs-
tância gelatinosa sem cor. Ela é extraída das algas 
marinhas. Alginatos são transformados em curati-
vos não tecidos por meio de processos têxteis (RI-
BEIRO, 1984). 
A fibra de borracha é muito utilizada no setor 
têxtil. Ribeiro (1984) afirma que essa fibra permite 
Figura 13 - Extração do látex
Fonte: Shutterstock. 
Figura 14 - Roupa de látex
Fonte: Shutterstock. 
 DESIGN 
 33
a fabricação de uma fibra altamente elástica. Nor-
malmente é utilizada com outras fibras para fazer 
tecidos. O tecido de Látex tem propriedades de alta 
impermeabilização e limpeza a seco. É resistente ao 
calor e a luz. Veja na Figura 13 como ele é extraído 
das árvores, especialmente da seringueira. 
O tecido mais comum obtido a partir da borracha 
é o Látex, cuja aparência apresenta um brilho exagera-
do, quase como vernis. Veja um exemplo na Figura 14.
As fibras de carbono possuem alta resistência a 
abrasão e suportam altas temperaturas, podem ser 
empregadas em materiais têxteis para minimizar a 
possibilidade de incêndios; no entanto, ainda são 
pouco empregadas (CHATAIGNIER, 2006). 
A Caseína é uma fibra composta por proteínas 
do leite. Para a fabricação deste material, são neces-
sários 100 litros de leite para a produção de 3 qui-
los de fibras. Contudo, o material tem potencial, 
pois não possui corante, permite maior respiração 
da pele e é tão confortável e elegante quanto a seda 
(AGUIAR NETO, 1996). 
As fibras de metal eram utilizadas para a confec-
ção de fios que eram aplicados às roupas por meio 
de bordados. Em 1950, Lurex fez de uma fibra de 
alumínio um tecido metálico (AGUIAR NETO, 
1996). Observe a Figura 15.
A mulher presente na Figura 15 está com um 
vestido cujo decote possui pedras preciosas em seu 
bordado, assim como um pequeno contorno borda-
do com fios de ouro. 
Além das fibras de metal, há ainda as fibras de vidro.Estas fibras obtém-se por extrusão de vidro fundido.
“As fibras de vidro possuem grande resistência 
mecânica, química e térmica, são de grande dureza, 
mas quebradiças. Para as poder fiar e tecer é neces-
sário tratá-las com metilsilicone, que as torna flexí-
veis” (KUASNE, 2008, p. 65).
Figura 15 - Bordados com pedras preciosas e fios de Ouro - Idade Média 
Fonte: Shutterstock. 
De acordo com Kuasne (2008), as fibras de vidro 
são muito utilizadas em cortinas devido às suas pro-
priedades térmicas e elétricas, pois são resistentes ao 
fogo e à eletricidade. A autora aponta as seguintes 
características para os tecidos que contém fibra de 
vidro:
MATERIAIS TÊXTEIS 
34 
• não inflamabilidade;
• não absorvência;
• impermeabilidade;
• resistência. 
Kuasne (2008, p. 65) destaca ainda que “o mais re-
cente e importante desenvolvimento das fibras de 
vidro para uso industrial é o cordão de pneu”. 
Na imagem a seguir, você poderá observar um 
tecido com fibra de vidro, que apresenta brilho ca-
racterístico. 
Figura 16 - Tecido com fibra de vidro
Os fios de metal parecem ser uma novidade 
recente, mas não são: desde a antiguidade 
eram fabricados fios de ouro e prata com o 
intuito de fazer bordados para adornar as 
roupas. Foram muito utilizados na Grécia e 
em Roma, Bizâncio e até o século XVIII tanto 
no vestuário feminino, quanto masculino.
Fonte: adaptado de Laver (2001).
SAIBA MAIS
 DESIGN 
 35
Fibras Sintéticas
As fibras sintéticas são originárias do petróleo e tam-
bém do carvão mineral. Ao contrário das naturais que 
possuem séculos de história, essas fibras foram desen-
volvidas recentemente, mais especificamente no final 
do século XIX, no entanto, seu uso só se voltou ao 
setor têxtil ao longo do século XX (PEZZOLO, 2013). 
Ao contrário das fibras naturais que possuem ca-
racterísticas específicas, as sintéticas podem ser trata-
das durante o processo de fiação, de forma a obter di-
ferentes texturas e acabamentos para uma única fibra 
(CHATAIGNIER, 2006). 
Existe uma grande variedade de fibras sintéti-
cas, dentre as mais conhecidas destacam-se 8, são 
elas: Acrílico, Elastano, Poliamida, Microfibra, 
Tactel, Supermicrofibra, Poliéster e Polipropileno 
(UDALE, 2015). 
A fibra de Acrílico foi desenvolvida na Ale-
manha em 1948, sendo esse material derivado do 
petróleo, carvão mineral e cálcio. A marca res-
ponsável pelo seu desenvolvimento foi a DuPont 
(UDALE, 2015). 
MATERIAIS TÊXTEIS 
36 
Esse material permite a confecção de tecidos 
com boa estabilidade dimensional, solidez e vivaci-
dade das cores. Pois suas características, possibilita a 
fabricação de tecidos variados, sendo considerado o 
substituto da lã, além de também poder ser utilizado 
para a fabricação de peles falsas (PEZZOLO, 2013). 
A fibra de Acrílico pode ser empregada em vá-
rios setores do vestuário, como adulto e infantil, 
contudo, há que se destacar que essa fibra forma 
pilling, bolinhas e ranhuras nas roupas. Cabe desta-
car, ainda, que por ser uma fibra sintética, o Acrílico 
evita que a pele respire, tornando-se um pouco des-
confortável (UDALE, 2015). 
Figura 17 - Fibra de acrílico imitando a lã
Fonte: Shutterstock.
O Elastano é uma das fibras mais conhecidas, pois 
está associada à elasticidade, muito utilizada em 
calças jeans para dar maior flexibilidade ao tecido 
(KUASNE, 2008). “É uma fibra química obtida do 
etano, inventada e registrada pela DuPont com a 
marca Lycra (PEZZOLO, 2013, p. 135).
De acordo com Udale (2015), o Elastano foi lan-
çado no mercado em 1959 e desde então tem sido 
utilizado em conjunto com outras fibras, com o in-
tuito de aumentar o potencial de elasticidade do te-
cido, visto que essa fibra pode se estender por até 
quatro vezes o seu tamanho sem se romper. 
Pezzolo (2013) ressalta que sua alta resistência a 
abrasão e a diversos produtos químicos faz que ela 
possa ser empregada em diferentes tecidos para usos 
variados, dentre eles: lingerie, roupas para praia e gi-
nástica, em composição com algodão e outras fibras, 
o que possibilita maior conforto aos tecidos, que 
podem ser utilizados na confecção de roupas que se 
ajustam ao corpo sem a necessidade de costuras ou 
recortes extras. 
A Poliamida, também conhecida como Nylon, 
inicia sua história nos anos de 1935. É uma fibra 
composta por uma resina, a resina de poliamida. 
Logo que foi lançada essa fibra foi utilizada na con-
fecção de roupas íntimas e meia calça. No entanto, 
devido à sua resistência ela também foi empregada 
em outros setores, como na fabricação de paraque-
das, cordas, redes de pesca, telas, dentre outros pro-
dutos (PEZZOLO, 2013). 
Esse material possui características que lhe pos-
sibilitam diversas aplicações sejam elas no setor têx-
til ou fora dele. Essa aplicações se devem aos diversos 
 DESIGN 
 37
Figura 18 - Roupa de ginástica com Lycra 
Fonte: Shutterstock.
tipos de tratamento que permitem a fibra se adaptar 
a diferentes usos. Kuasne (2008, p. 67) apresenta as 
seguintes características da fibra: 
• Brilho e aparência: filamentos normais, re-
dondos, com aspecto levemente vítreo.
• Conservação do calor: boa.
• Elasticidade/resiliência: elevadas; maior que 
a de qualquer fibra natural; ocupa o primeiro 
lugar entre as fibras químicas.
• Intumescimento: reduzido, contudo maior 
que nas fibras de poliéster. Por isso o tempo 
curto para secar.
• Lavabilidade e solidez à fervura: as fibras 
PA(s) soltam a sujeira com facilidade. Em ge-
ral, basta um banho morno com detergente. 
As temperaturas de fervura são suportadas. 
Devem ser evitadas as secagens por contato 
ou ao sol, posto que estas fibras amarelecem 
nestas condições.
• Temperatura de passar a ferro: 120 a 140ºC. 
Passar com pano levemente umedecido ou 
usar ferro de engomar a vapor.
• Teste de Combustão: ao aproximar fibras de 
PA da chama, elas se contraem rapidamente 
formando uma pequena bola de massa fun-
dida.
• Comportamento para com insetos nocivos: 
não apodrecem, resistem ao bolor e não são 
atacadas por insetos.
As características citadas por Kuasne (2008) permi-
tem a essa fibra, quando combinada a outras fibras 
naturais, artificiais ou mesmo sintéticas, uma grande 
variedade de usos. Observe na Figura 19 a fibra de 
poliamida. 
Figura 19 - Fibra de Poliamida ou Nylon 
Fonte: Shutterstock.
MATERIAIS TÊXTEIS 
38 
A fibra de Poliamida revolucionou a Segunda 
Guerra Mundial, pois passou a ser utilizada na 
fabricação de paraquedas no lugar da seda. 
Sem o estoque de seda que vinha do Japão, 
os Estados Unidos da América procuraram 
uma fibra substituta e escolheram a poliamida 
devido a sua resistência. 
A DuPont passou a fornecer todo o seu es-
toque para a fabricação de equipamentos e 
roupas militares. 
Fonte: adaptado de Pezzolo (2013). 
SAIBA MAIS
A Microfibra é outra fibra de destaque e, como o 
nome já diz, “micro” se refere a filamentos extre-
mamente finos de poliamida, poliéster ou acrílico 
que foram lançados no mercado nos anos de 1990 
(PEZZOLO, 2013). De acordo com Kuasne, essa fi-
bra pode ser utilizada em combinação com outros 
tecidos ou sozinha. A autora descreve as seguintes 
características:
• alta flexibilidade;
• brilho suave;
• alta absorção de água e do óleo;
• alta agilidade de limpeza;
• grande área superficial e estrutura densa;
• alta isolação do calor;
• um tato especialmente suave e sedoso;
• uma elevada comodidade ao uso e uma boa 
atividade respiratória;
• um aspecto sedoso e uma estrutura espessa;
• uma queda fluente, similar a das fibras natu-
rais;
• uma boa durabilidade.
Todas essas características possibilitam a essa fi-
bra diversos usos, tais como: “malharia, tecelagem, 
moda feminina, moda masculina e moda infantil, 
incluindo roupas íntimas, peças esportivas, meias e 
demais artigos” (PEZZOLO, 2013, p. 137). 
Cabe destacar aqui que o uso da Microfibra é 
bastante intenso na camisaria, principalmente em 
combinação com o algodão, pois essa fibra adicio-
na ao algodão maior capacidade de secagem, maior 
maciez e principalmenteminimiza o amarrotamen-
to (KUASNE, 2008; UDALE, 2015).
Udale (2015) ressalta ainda que, dependendo 
da combinação da microfibra com outras fibras, ob-
tém-se diferentes resultados. 
Tactel é uma marca registrada da DuPont, com-
posto unicamente por Poliamida que permite alta 
secagem e transpiração. Devido a essas caracterís-
ticas é muito utilizado na confecção de roupas mas-
culinas para banho ou mesmo bermudas, como cal-
ções e shorts de banho (PEZZOLO, 2013). 
Cabe destacar ainda que Tactel podem ser em-
pregados na fabricação de uniformes, roupas espor-
tivas como calças e jaquetas para o público masculi-
no, feminino e infantil. 
A Supermicrofibra é uma variação da Microfi-
bra, ou seja é muito mais fino do que a Microfibra, 
o que lhe garante várias características específicas o 
que permite confeccionar tecidos extremamente le-
ves, macios e confortáveis (PEZZOLO, 2013). 
De acordo com Pezzolo (2013, p. 137), as princi-
pais características dessas fibras são:
• durabilidade;
• facilidade de lavar;
• secagem rápida;
• dispensa ferro de passar;
• mantém a coloração após várias lavagens;
 DESIGN 
 39
• toque agradável à pele;
• permite a respiração da pele, mantendo o 
equilíbrio térmico.
Assim como as demais fibras sintéticas, ela pode ser 
usada em conjunto com outras fibras ou sozinha, o 
que permite obter tecidos com diferentes texturas e 
usos.
O Poliéster é a fibra mais barata encontrada no 
mercado, que tende a expandir seu uso devido ao 
preço e à capacidade de adquirir diferentes texturas 
e usos dentro e fora da cadeia têxtil, tornando-se a 
mais utilizada nesse setor (PEZZOLO, 2013).
“Desenvolvida em 1941 a fibra de Poliéster é ob-
tida do petróleo bruto ou do gás natural por meio 
de recursos não renováveis” (UDALE, 2015, p. 54). 
O autor afirma ainda que, apesar de apresentar-se 
Utilizar tecidos reciclados como o PET é uma 
boa oportunidade de pensar a produção têxtil 
e minimizar os impactos ambientais e utili-
zação de materiais, buscando promover a 
sustentabilidade. 
REFLITA
Figura 20 - Fibra de Poliéster
Fonte: Shutterstock.
como uma fibra de alto impacto ambiental, se ela for 
utilizada sozinha para a confecção de peças, elas po-
dem ser recicladas. Além disso, também é possível 
obter essa fibra por meio da reciclagem de garrafas 
PET.
Observe na imagem a seguir a aparência de uma 
fibra de Poliéster. 
MATERIAIS TÊXTEIS 
40 
Nesta imagem, observa-se que essa fibra tem a aparên-
cia de pequenas plumas, as principais características 
desse material de acordo com Kuasne (2008, p. 69), são: 
• As fibras de poliéster possuem alta elastici-
dade e são excelentes pela ótima estabilidade 
dimensional. 
• São termoplásticas, resistentes à ruptura e ao 
desgaste. 
• Sua solidez em estado úmido é igual à solidez 
em estado seco e apresentam alta resistência 
às influências da luz e condições climáticas, 
bem como aos insetos nocivos e à formação 
de bolor. 
• Tem boa resistência aos agentes químicos 
sintéticos e naturais.
• Apresentam grande dificuldade ao tingimen-
to e tem reduzido poder de absorver umida-
de.
• As fibras para fio fiado têm tendência pode-
rosa a formar “pilling”. Existem, todavia, ti-
pos pobres em “pilling”.
Pezzolo (2013) afirma que devido a essas caracte-
rísticas é possível desenvolver fibras para diferentes 
usos. Veja a seguir quatro exemplos apresentados 
por Pezzolo (2013):
• Poliéster/Meryl: microfibra de poliéster e po-
liamida - utilizado no vestuário em geral. 
• Fibra Tergal-Algodão: fibra curta acrescida 
a tecidos 100% algodão, utilizada em todo o 
setor de vestuário.
• Fibra Tergal-Trech: fibra de poliéster utiliza-
da na fabricação de não tecidos, combinada 
a fibras naturais ou artificiais para a fabrica-
ção de cobertores, toalhas, tapetes, forrações 
de carpetes, fronhas e lençóis hospitalares e 
aventais. 
• Fibra Tergal-Lofty: desenvolvida para aplica-
ção em mantas de enchimento como: vestuá-
rio, edredons, travesseiros e brinquedos. 
Observa-se, portanto, que os usos do poliéster são 
variados de acordo como é combinado a outras fi-
bras ou simplesmente modificado para ser utilizado 
para determinados fins.
A última das fibra sintéticas é o Polipropileno, 
obtido por meio do propeno. Essa fibra apresenta 
pouca importância para o setor de vestuário. Sua 
maior utilização se dá na produção de sacarias, pois 
suas características proporcionam um bom armaze-
namento e acondicionamento de produtos (PEZZO-
LO, 2013). 
Na próxima unidade, veremos a transforma-
ção de todas essas fibras em fios, classificando-os e 
apontando seus usos. Até a próxima. 
 41
considerações finais
Neste encontro sobre a apresentação da cadeia têxtil e as fibras, a intenção, aluno(a), 
foi lhe apresentar a base para compreender como são confeccionados os tecidos, 
material que dará corpo e forma às suas criações. 
Ao lhe apresentar toda a estrutura do setor têxtil, desde a fibra à confecção, logo 
no início desta unidade, buscou-se inseri-lo um pouco no mundo dos tecidos, para 
então dar continuidade ao conteúdo, apresentando as fibras, o material base para a 
confecção dos tecidos. 
A cadeia de produção do tecido é extremamente ampla e complexa e se inicia 
com a produção da fibra, para então dar sequência até o produto final que é a roupa. 
Ao longo dessa disciplina, Materiais Têxteis, todos os processos até a elaboração do 
tecido lhe serão apresentados. 
As fibras são os materiais básicos que dão suporte aos tecidos, como vimos, elas 
são divididas em naturais, artificiais e sintéticas. As fibras naturais são aquelas pro-
venientes da natureza, podendo ser de origem vegetal, como o algodão e o linho, ou 
animal, como a seda e a lã. 
As fibras artificiais são em sua maioria obtidas da celulose das árvores, como a 
viscose, por exemplo, no entanto, não podemos esquecer que elas também podem 
ser obtidas da borracha e de outros materiais (carbono e vidro). Essas fibras, assim 
como as naturais, podem ser utilizadas na confecção de uma grande variedade de 
tecidos, inclusive imitando outras fibras por meio de tratamentos. 
Por fim, temos as fibras sintéticas, que são aquelas derivadas do petróleo. Ao 
todo, foram-lhe apresentadas oito fibras com as mais variadas característica que po-
dem ser empregadas em diversos setores da cadeia têxtil. As fibras mais conhecidas 
são a poliamida e o poliéster, por exemplo. 
Cada uma dessas fibras possui um papel significante na produção têxtil e que 
você verá ao longo dessa disciplina. 
42 
atividades de estudo
1. O setor têxtil apresenta uma cadeia de produção bastante longa. Defina o 
que é o setor têxtil.
2. Ao contrário do que muitos imaginam, a produção de têxteis não envolve so-
mente a passarela e a beleza, mas todo um setor produtivo. Descreva as ati-
vidades que envolvem todo sistema produtivo têxtil.
3. As fibras são os materiais básicos para confecção do tecido. Marque a afirma-
tiva que apresenta a definição correta de fibra.
a. Fibras têxteis são materiais filamentosos o que permite sua transformação em 
fios e, portanto, em tecidos.
b. Fibras são fios naturais que permitem sua transformação em fios e, portanto, 
em tecidos.
c. Fibras têxteis são caules fibrosos o que permite sua transformação em fios e, 
portanto, em tecidos.
d. Todas as alternativas estão corretas.
e. Nenhuma das alternativas está correta.
4. Existem diferentes tipos de fibras: as naturais, artificiais e sintéticas. Referen-
tes às fibras naturais, marque a alternativa correta.
I. Existem fibras naturais de origem animal e vegetal.
II. As fibras naturais vegetais são aquelas provenientes de plantas como algodão, 
linho, sisal e viscose.
III. A seda é produzida por meio do casulo do bicho da seda.
IV. A lã pode ser obtida da ovelha e de outros animais como a lhama.
Marque a alternativa correta.
a. Apenas I, II e III estão corretas.
b. Apenas I e III estão corretas.
c. Apenas I, II e IV estão corretas.
d. Apenas II e IV estão corretas.
e. Nenhuma das alternativas está correta.43
atividades de estudo
5. Há uma grande variedade de fibras artificiais. Referente a essas fibras, mar-
que V para verdadeiro e F para falso.
( ) As fibras artificiais são divididas em celulósicas e não celulósicas.
( ) O Acetato pode ser utilizado para panos para guarda-chuva.
( ) O Triacetato é uma fibra obtida da polpa da madeira, assim se enquadra 
nas fibras não celulósicas.
( ) As fibras não celulósicas são: Alginato, Borracha, Carbono, Caseína, Metálica 
e Vidro.
Marque a alternativa correta:
a. V, V, V, F.
b. F, V, V, V.
c. V, F, V, V.
d. V, V, F, V.
e. Nenhuma das alternativas está correta.
6. Uma das fibras mais relevantes e utilizadas no setor têxtil, em se tratando das 
artificiais, é a viscose. Descreva as características e usos dessa fibra.
7. As fibras sintéticas são aquelas provenientes do petróleo. Marque a alterna-
tiva que apresenta a fibra mais barata e utilizada no setor têxtil.
a. Poliamida.
b. Triacetato.
c. Carbono.
d. Microfibra.
e. Nenhuma das alternativas está correta.
44 
LEITURA
COMPLEMENTAR
Desde a Pré-História que os Homens vêm confeccionando a sua própria roupa. Os seus 
utensílios de costura eram principalmente sovelas e agulhas feitas em osso, espinhas, ma-
deira e mais tarde o bronze.
Com a racionalização do trabalho sentiu-se a necessidade de construir máquinas, máqui-
nas estas que foram se desenvolvendo ao longo dos séculos. Durante muitos anos as má-
quinas utilizadas eram a “Roca” e o “Fuso”, aparecendo mais tarde o “Rouet” (nos princípios 
do séc. XVI).
No século XVIII, na Europa, antes do aparecimento do algodão, as fibras utilizadas eram 
a lã, o linho e a seda. Mas já nos fins do mesmo século os Ingleses conseguiram fabricar 
um tecido a que deram o nome de “JULINE”. Este tecido era composto de fios de algodão 
e de linho, sendo o seu sucesso tal que a sua fabricação era insuficiente para consumo, 
vendo-se as indústrias na necessidade de importar grande quantidade de fio produzido 
em outros países.
Thomas Higgs foi o inventor da primeira fiandeira, a “Spinning-Jenny”, que tinha apenas 
seis fusos. Tendo sido aperfeiçoada mais tarde por James Hargreaves, a nova máquina não 
fabricava porém mais do que a trama (o urdume empregue nos tecidos era sempre um 
fio de linho). Higgs vendo o seu sucesso, resolve aperfeiçoar o seu invento, conseguindo 
inventar a “Fiandeira Contínua” para fiar o urdume, a qual deu o nome de “Throstte” ou 
“Watter Frame”.
Em 1775, Samuel Compton, juntou as máquinas “Spinning Jenny” e “Throstte” e construiu a 
“Mule-Jenny”. Mas só passados cerca de vinte anos depois da invenção, é que esta máquina 
teve a sua verdadeira aplicação.
 45
LEITURA
COMPLEMENTAR
Durante cerca de dois séculos os progressos não pararam na Inglaterra, França e E.U.A.
Com o decorrer dos tempos surgiu a necessidade de se produzirem fibras artificiais. Tal 
fato surgiu, devido a produção de fibras naturais não acompanhar o ritmo do seu consumo. 
Estas fibras apareceram nos fins do século XIX.
O iniciador de tal proeza foi o “Conde Hilaire de chardonet” quando em 1889 apresentou 
em paris amostras de seda artificial. Por volta de 1941, em Inglaterra, “J.R. Winfield” desco-
briu a fibra de poliéster intitulada comercialmente de “Terylene” neste país e de “Dacron” 
nos E.U.A. A produção em grande escala desta fibra só começou em 1955 nas fábricas da 
I.C.I. Outra fibra sintética de grande importância é a conhecida pelo nome genérico de fibra 
acrílica.
As fibras de náilon ou poliamida, as fibras de poliéster e as fibras acrílicas são atualmente 
as de maior utilização têxtil. Depois da Segunda Grande Guerra são introduzidas grandes 
melhorias nos sistemas de estiragem que permitem obter fios de melhor qualidade e com 
menos etapas de torção.
Fonte: Kuasne (2008).
MATERIAIS TÊXTEIS 
46 
Fio a fio: tecidos, moda e linguagem
Gilda Chataignier
Editora: Estação das Letras
Ano: 2003
Sinopse: é um livro repleto de informações sobre os te-
cidos. Suas histórias e origens, seus processamentos téc-
nicos, seus usos e costumes, o fascínio ou a surpresa de identificar uma textura são pontu-
ações importantes deste livro. O lado prático costura estética com comportamento e passa 
noções da arte de escolher tecidos diante de tendências profissionais ou desejos pessoais. 
Há indicações de quais os tecidos, cores e estampas eram utilizados em cada século da His-
tória da Moda. E muitos metros a mais. Uma viagem sobre o universo têxtil, guiada por Gilda 
Chataignier, uma jornalista que possui o tecido em seu DNA. 
A moda dos polímeros e fibras sintéticas
O vídeo faz uma apresentação de forma breve trazendo exemplos do que são as fibras sinté-
ticas e em que tipo de roupas elas estão presentes. 
Em: <https://www.youtube.com/watch?v=t9D1fVAP65M>
 47
referências
AGUIAR NETO, Pedro Pita. Fibras Têxteis. Rio de Janeiro: SENAI-DN: SENAI-CETIQT: CNPQ: 
IBICT:PADCT: TIB, 1996. v 2.
BERLIM, Lilyan. Moda e sustentabilidade: uma reflexão necessária. São Paulo: Estação das 
Letras e Cores, 2012.
CASSEL, Gabriela Piageti; KINDLEIN JÚNIOR, Wilson; CHYTRY, Silvia; KUNZLER, Lizandra Ste-
chman Quintana. Revisão das Principais Propriedades das Fibras Têxteis e Compilação 
de Inovações Geradas Devido ao Uso de Novos Materiais no Design de Moda. Congres-
so Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento, 2002.
CHATAIGNIER, Gilda. Fio a fio: tecidos, moda e linguagem. São Paulo: Estação das Letras, 
2006.
GUIMARÃES, Bárbara; MARTINS, Suzana Barreto. Proposta de metodologia de prevenção 
de resíduos e otimização de produção aplicada à indústria de confecção de pequeno e mé-
dio porte. Projética, v. 1, p. 184-200, 2010.
KUASNE, Ângela. Fibras têxteis. Ministério da Educação: Secretaria de Educação Média e 
Tecnológica - Centro Federal de Educação Tecnológica de Santa Catarina: Unidade de Ara-
ranguá, 2008. Disponível em: <https://wiki.ifsc.edu.br/mediawiki/images/8/88/Apostila_fi-
bras.pdf>. Acesso em 08 jun. 2017.
LAVER, James; CARVALHO, Glória Maria de Mello. A roupa e a moda: uma história concisa. 
São Paulo: Companhia das Letras, 2001
PEZZOLO, Dinah Bueno. Tecidos: história, tramas, tipos e usos. 4. ed. rev. e atual. São Pau-
lo: Senac São Paulo, 2013.
PIMENTEL, Fernando Valente. Seminário Internacional de inovação no setor têxtil: de-
safios e novos rumos para a indústria da moda. ABIT. 2013. Disponível em: <http://www.
sinditextilce.org.br/pdf/nic/estudo/SIIT_PALESTRA%203%20ABIT_Estrat%C3%A9gias%20
para%20o%20Fortalecimento%20da%20Cadeia%20Produtiva%20T%C3%AAxtil.pdf>. Aces-
so em: 31 mai. 2017.
PRADO, Marcelo Vilin. Relatório Setorial da Indústria têxtil Brasileira. Brasil Têxtil. IEMI: 
2014.
RIBEIRO, Luiz Gonzaga. Introdução à tecnologia têxtil. Rio de Janeiro: SENAI/CETIQT, 1984.
SISSONS, Juliana. Malharia. Porto Alegre. Bookman, 2012.
UDALE, Jenny. Tecidos e moda: explorando a integração entre o design têxtil e o design 
de moda. 2. ed. Porto Alegre. Bookman, 2015.
48 
gabarito
1. O setor têxtil pode ser definido como aquele que transforma fibras em fios, 
fios em tecidos planos e malhas em uma infinidade de produtos.
2. Essa cadeia se inicia com as fibras e filamentos, que podem ser naturais, ar-
tificiais ou sintéticas, fiação, tecelagem, malharia, beneficiamento de tecidos, 
aviamentos, confecção que se divide em linha lar, vestuário e tecidos para sa-
caria, automotivos dentre outros. Por fim, as vendas: exportação, varejo físico, 
vendas por catálogo, vendas eletrônicas e a chegada ao consumidor final.
3. A.
4. C.
5. D.
6. As fibras e fios de viscose possuem “características bem próximas aos do al-
godão como: absorção de umidade, resistência, maciez ao toque e caimento” 
(PEZZOLO, 2013, p. 129).
De acordo com Kuasne (2008), devido a essas características, essa fibra é mui-
to utilizada em uma grande variedade de produtos, tais como:
• Tecidos para vestuário feminino, vestuário esportivo e forros.
• Têxteis para o lar, como toalhas de mesa e tecidos de estofamento de 
mobiliário.• Aplicações técnicas e industriais, por exemplo, telas para filtros, não teci-
dos e chumaços.
 49
gabarito
A autora prossegue afirmando os benefícios desse material:
• Maior conforto, especialmente em climas quentes. Em contato com o cor-
po, transmite uma agradável sensação de suavidade e frescor.
• Absorção de água elevada, importante em aplicações como toalhas de ba-
nho, artigos de limpeza, absorventes higiênicos etc.
• Elevada transferência de calor, mais uma característica que torna a viscose 
adequada ao clima quente.
• Em puro, apresenta um caimento fluido. Quando utilizada em conjunto 
com outras fibras, facilita a adequação do caimento à aplicação.
• Boa solidez das cores, por isso não desbota.
• Toque suave e macio, permitindo a fabricação de tecidos e malhas mais 
confortáveis.
7. E.
Professora Dr.ª Paula Piva Linke 
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta 
unidade:
• Conceituar o que é fio e sua preparação para a fiação.
• Descrever como se dá o processo de transformação da 
fibra em fio. 
• Descrever os principais fios e sua classificação.
Objetivos de Aprendizagem
• Fios
• Fiação Penteada, Anel e a Rotor 
• Classificação de Fios
FIAÇÃO
II
unidade
INTRODUÇÃO
Olá, caro(a) aluno(a), seja bem-vindo a mais uma unidade da disciplina 
de Materiais Têxteis. Nesta unidade, você dará continuidade ao apren-
dizado que leva à construção dos tecidos. Após conhecer as fibras, você 
conhecerá os fios e como se dá a sua construção. 
Esta unidade encontra-se dividida em três partes. Inicialmente você 
compreenderá o que são os fios e como se dá o processo de preparação 
para a fiação.
Em se tratando da fiação, você deve se lembrar que cada fibra tem 
suas características que irão influenciar no fio e seu processo de tece-
lagem. Depois de conhecer esse processo, você entenderá como se dá o 
processo de fiação, mais especificamente a fiação penteada, anel e a rotor. 
Cada um desses processos tem suas características e particularidades e 
proporcionam a produção de fios com diferentes qualidades. 
Por fim, na terceira parte, você verá quais são os tipos de fios, sua 
classificação e utilização no setor têxtil. A classificação dos fios envolve 
uma série de questões como textura, formato dentre outros elementos. 
Isso também envolve o tipo de fibra que compõem o fio e o tipo de pro-
cesso de fiação.
Muitas vezes são elaborados fios especiais com o intuito de atender a 
uma determinada demanda de mercado ou então buscando desenvolver 
um produto diferenciado. A intenção é que você conheça alguns desses 
produtos e seus usos. 
Outro elemento que precisa ficar claro é que é possível misturar di-
ferentes fibras para obter fios mistos, ou seja, fios de algodão e poliéster, 
entre outras possibilidades. A variedade de fios é bastante grande, assim 
serão apresentados aqui os mais representativos. 
Nesta unidade, a intenção é que você adquira o conhecimento neces-
sário sobre os fios para que então possamos prosseguir para a tecelagem. 
Espero que isso o ajude em sua jornada na busca de conhecer o setor 
têxtil. Boa leitura!
MATERIAIS TÊXTEIS 
54 
Fios
Antes de começarmos a falar sobre o processo de 
construção do fio, aluno(a), cabe aqui apresentar o 
que são os fios, o que se entende por um fio têxtil. 
Em seguida, serão apresentados os processos de fia-
ção e como ocorrem. 
De acordo com Cassel et al. (2002, p. 08), “os fios 
são materiais constituídos por fibras naturais, artifi-
ciais ou sintéticas, e que são processados dentre as 
diversas operações de fiação. Esses são caracteriza-
dos pela origem, processo, regularidade, diâmetro 
e peso”.
A definição apresentada pela autora expressa 
não somente a ideia de que o fio é um elemento que 
deriva de um processo produtivo, mas também de 
que ele está ligado às fibras, o que lhe garante as ca-
racterística da matéria utilizada ou da combinação 
de mais de uma delas. 
 DESIGN 
 55
É importante que você saiba quais são as fi-
bras e suas características, pois elas são a 
base dos fios e dos tecidos. Ao conhecê-las 
você entenderá muito sobre os usos do tecido 
e como mantê-lo. 
REFLITA
Cabe ressaltar que as fibras possuem característi-
cas variadas, especialmente em relação ao seu com-
primento. Assim, um fio pode ser monofilamento, 
constituído por um único filamento, como o fio de 
seda, que possui comprimento bastante extenso, po-
dendo chegar a 1.000 m. As fibras de nylon, acetato e 
poliéster também possuem quilômetros de compri-
mento e formam esse tipo de fio (PEZZOLO, 2013). 
Figura 1 - Fio de seda
Fonte: Shutterstock.
MATERIAIS TÊXTEIS 
56 
O fio também pode ser multifilamento, ou seja, for-
mado por um conjunto de dois ou mais filamentos, 
por exemplo, o fio de algodão, linho, juta, rami, den-
tre outras fibras curtas que precisam ser agrupadas 
para formar o fio (PEZZOLO, 2013). 
Existem diferentes processos para a fiação, uma 
sequência de atividades que deve obedecer a uma 
ordem e estrutura para se obter o fio. Basicamente 
existem dois processos: a fiação anel e a fiação por 
rotor (open end) (RIBEIRO, 1984). 
Contudo, há ainda outros processos como a fia-
ção penteada, como afirma Pereira (2009). No qua-
dro abaixo, é possível visualizar os processos de fia-
ção. 
 
Preparação à Fiação
Abertura Automática ou Manual
Batedores
Cardas
Passadores
Fiação Penteada Reunideiras
Penteadeiras
Fiação Convencional Maçaroqueira
Filatórios de Anéis
Bobinadeiras/Conicaleiras
Retorcedeiras
Fiação Não Convencional (Open End) Filatórios Open End (Rotor)
Quadro 1 - Fluxograma do processo de fiação
Fonte: Pereira (2009, p. 20).
Vejamos na sequência, no próximo tópico, cada um 
desses processos que aparecem no Quadro 1. Antes 
de se iniciar o processo de fiação, há que se preparar 
a fibra para tal processo. O processo de preparação 
consiste em: abertura automática ou manual, bate-
dores, carda e passadores (PEREIRA, 2009).
Muitas fibras, principalmente as naturais, como 
o algodão, por exemplo, após extraídas da planta são 
armazenadas em fardos. Devido a esse processo de 
armazenamento, é preciso separar as fibras e abri-las 
para a fiação. “A abertura é feita por um equipamen-
to, automático ou manual, que coleta pequenas por-
 DESIGN 
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ções de cada fardo e as submete a batimentos para 
remoção de impurezas” (PEREIRA, 2009, p. 22). 
Ou seja, nesse processo o algodão entra na forma 
de plumas e sai na forma de flocos, sem impurezas 
como sementes, pequenos galhos e folhas (RIBEI-
RO, 1984). 
Em seguida, há a cardagem: “o principal objeti-
vo da cardagem consiste em separar as fibras umas 
das outras, libertando-as das impurezas que ainda 
possam estar na matéria-prima. A carda possibili-
ta ainda uma mistura mais íntima das fibras” (PE-
REIRA, 2009, p. 22), ou seja, as fibras curtas e mais 
alongadas que agrupam formando uma manta com 
dois tipos de fibras curtas e longas. Essa manta passa 
pela carda onde é transformada em fitas ao invés de 
permanecerem separadas. No processo de cardagem 
entre uma manta que é separada em fitas. 
Ribeiro (1984) destaca que os passadores são o 
último processo da preparação para a fiação. Essa 
etapa tem como “objetivo uniformizar o peso por 
unidade de comprimento, paralelizar as fibras por 
meio da estiragem e misturar as fibras” (PEREIRA, 
2009, p. 22). Durante esse processo, o passador pega 
as 8 fitas que saem da carda e transforma em uma 
única fita, uniforme em espessura, formato e peso. 
Na pré-história o processo de fiação era rea-
lizado manualmente, onde um chumaço de 
fibras (lã, algodão ou linho, por exemplo) era 
estirado e depois torcido. Nas antigas Grécia 
e Roma o processo de fiação era realizado por 
um aparelho chamado ROCA. Uma evolução 
da roca primitiva foi a invenção da roca com 
tambor onde a fiadora podia ficar sentada. 
Com a revolução industrial da Inglaterra, au-
tomatizou-se o processo de fiação, transfor-
mando as rocas em máquinas que chamamos 
nos dias de hoje de Filatórios.

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