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Resumo Teorias e Técnicas de base Psicanalista

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Resumo Teorias e Técnicas de base Psicanalista
Psicoterapeuta tem a base: formação  (continuamente), supervisão  (alguém de fora  com mais experiência para mostrar pontos e ir aprimorando) e análise / psicoterapia  (precisa se manter bem para conseguir trabalhar, ferramenta do trabalho é si mesmo).
Esclarecer para o paciente as possibilidades e os limites da psicoterapia. O psicólogo não pode prometer nada. Deve esclarecer a pessoa atendida sobre o método e as práticas realizadas, mantendo a pessoa informada sobre as condições do tratamento. Precisa fornecer sempre as informações que solicitar. Estabelecer contrato verbal. Manter registros de todos os atendimentos.
Hipnose: instrumento de investigação e assistência (no século XIX era um método bem visto e muito utilizado). é diferente da psicoterapia, pois se trata de um método com caráter pessoal e direto, porém o sujeito é passivo, recebe a influencia curativa do médico.
Janet, Breuier e Freud apontavam a importância da relação interpessoal.
Freud aponta o caminho para a psicoterapia:
· Tratamento dirigido à psique, em um marco de relação interpessoal 
· Dirigi-se à psique pela via da comunicação, instrumentos respaldados por uma ciência a linguagem verbal e pré-verbal como instrumentos de comunicação
· Marco como a relação interpessoal terapeuta-paciente
· Finalidade de curar (todo o processo de comunicação que não tenha este objetivo não é psicoterapia)
Método catártico inicialmente utilizava da hipnose para dar a oportunidade ao paciente de recordar algo e falar sobre este (exemplo de método "por meio do colocar": sugestão/ persuasão e outros métodos que agregam algo para modificar imagem da personalidade).
Mas Freud abandona a hipnose e opta pelos métodos de retirar o que está demais e chegar a questão central (escavar para chegar ao âmago da questão).
Ponto fundamental em psicanálise: sempre há uma técnica que configura uma teoria que fundamenta uma técnica.
Com o método catártico (o indivíduo regrassa ao ponto que tinha ocorrido a dissociação) descobre-se a dissociação da consciência que se torna visível a esse método que produz ampliação da consciência.
Inicialmente Freud coagia as pessoas a lembrar. Mas percebeu que tinha uma força contrária ao lembrar, a resistência (teoria da resistência). Assim elaborando a associação livre (deixa o paciente falar livremente), que é a regra fundamental da psicanálise unida a interpretação. Permitindo assim que ocorressem outras descobertas inclusive a da teoria sexual.
Psicoterapia envolve:
· Comunicação direta terapeuta-cliente
· Associação livre
· Usa da interpretação como instrumento do terapeuta
· Relação interpessoal
A partir da resistência também se descobre o inconsciente, o resistido, e suas leis e a transferência (forma de definir a relação médico-paciente).
O analista deve ocupar o lugar de um espelho que só reflete o que é mostrado (que seria o que paciente projeta). Logo, não trazer nada de si. Sem se deixar a envolver nas redes da transferência. Necessitando assim de um enquadre mais estrito e estável.
Ética faz parte da técnica,  é o que dá coerência e sentido as normas técnicas de psicanálise e sua raiz ética.
Furor curandis: desejo de cura.
Se não tiver cuidado em aspectos como contratransferência e furor curandis pode infligir a técnica e a ética. Exemplo: responder diretamente aos desejos e necessidades do paciente.
Portanto, deve trabalhar apenas com aquilo que aparece e o que é trazido para a relação. Manter a curiosidade sob controle.
Características da entrevista inicial:
· A entrevista é uma tarefa que pode ser entendida por seus objetivos ou por seu método
· Definida a partir da tarefa que se propõe, de seus objetivos. Esses objetivos estão sempre presente e são importantes.
· É preciso sempre estar claro os objetivos da entrevista ainda que não explicite. Permitindo consumar os fins. Os objetivos da entrevista não são os mesmos da psicoterapia.
· Uma norma básica, que condiciona sua técnica, é a de facilitar ao entrevistado a livre expressão de seus processos mentais, o que nunca se consegue com a forma de perguntas e respostas.
· O terapeuta deve avisar os limites da entrevista para o analisado.
· Ou seja, é necessário dar ao entrevistado a maior liberdade para espraiar-se para se mostrar como é.
· Interrogatório (o objetivo é obter informações. Parte do pressuposto que o entrevistado pode, ou melhor, que sabe o que o entrevistado sabe o que lhe é consciente.) Entrevista (pretende ver o indivíduo funciona e não como diz que funciona. Parte do pressuposto que averiguar o que entrevistado não sabe, de modo que sem desqualificar o que possa nos dizer, vai mais nos iluminar o que possamos observar no curso da interação que a entrevista promove).
· A entrevista psicológica é uma tarefa com objetivos e técnica determinados, que se propõe a orientar ao entrevistado quanto a sua saúde mental e sobre o tratamento que melhor possa lhe convir se eventualmente lhe fizer falta.
· A pessoa que está sendo entrevistada pelo terapeuta será somente seu cliente quando for firmado o contrato terapêutico.
· Anamnese (outros profissionais utilizam para resgatar informações) Entrevista.
· Pretende ver como o sujeito funciona
·  Beneficiários da Entrevista:
· O paciente potencial que consulta.
·  O entrevistador, que pode estar levando a cabo uma investigação cientifica.
·  Terceiros, como quando se seleciona o pessoal de uma empresa ou os candidatos de um instituto de Psicanálise.
· Outra característica da entrevista é a investigação: a entrevista é um instrumento que, ao mesmo tempo em que aplica o conhecimento psicológico, serve também para testá-lo.
·    Campo da Entrevista
· A entrevista configura um campo, que significa que entre os participantes se estrutura uma relação da qual depende tudo o que nela acontece. 
· Neste campo é importante:
· Procurar configurar este campo especialmente pelas variáveis que dependem do entrevistado. Para isso, deve contar com um enquadre, em que se juntam as constantes de tempo e lugar, o papel de ambos os participantes e os objetivos que os perseguem.
· Campo é o âmbito adequado para que o entrevistado faça o “seu jogo”. Para consegui-lo, o entrevistador trata de participar o menos possíveis, de modo que tanto melhor está o campo quando menos participe o entrevistador, por isso, observador participante. Isto significa que o entrevistador deixa a iniciativa ao entrevistado. 
· Observador Participante é um interlocutor que não propõe temas nem dá sugestões, e frente ao qual o participante deve reagir sem que lhe seja dado outro estímulo que o dá presença do entrevistador, nem outra intenção que a de levar adiante a tarefa. Esta atitude é a mais conveniente para alcançar os fins propostos, a que melhor nos permite cumprir o nosso trabalho. Mas, deve-se ter cuidado para não desvirtuar a entrevista com a sua atitude.
· Fazer perguntas apenas quando for necessário, pois às vezes, pode ser que uma pergunta ajude o entrevistado a falar algo importante, ou para coletar alguns dados específico que necessite.
· O entrevistado deu o primeiro passo vindo, é lógico e humano que o entrevistador dê o seguinte com uma pergunta (neutra e convencional) sobre os motivos da consulta. Na entrevista o psicólogo informa as coisas básicas e já dá espaço para o sujeito falar a queixa.
· Processos de angústia se dão durante a entrevista. A angústia do entrevistado nos informa de primeira mão sobre os seus problemas (o psicólogo devendo aceitar esta angústia inicial, sem interferir, deve dar um suporte, mas não deve realizar interpretações, nem intervenções). Durante a entrevista isso pode ser muito pertinente, porque a tarefa do entrevistador não é analisar a ansiedade e, às vezes, deve-se cuidar para que a finalidade perseguida se cumpra.
· O instrumento do psicanalista é a sua mente. Utiliza desta na entrevista.
· A forma como a pessoa entrevistada se conduz frente a você, se relaciona, dá grandes informações sobre o seu funcionamento.
· Acolhimento, continência fazem parteda entrevista psicológica.
· O entrevistado deve saber que a entrevista tem a finalidade de responder a uma consulta sobre sua saúde mental e seus problemas, para ver se necessita de um tratamento e qual esse deve ser.
· O entrevistado deve se mostrar abertamente o que acontece com ele, o que pensa e sente.
· O psicoterapeuta deve facilitar essa tarefa do entrevistado que alivia o entrevistado.
· Entrevista inicial tem a finalidade da mútua apresentação das características pessoais de cada um e a instalação da atmosfera.
Características do contrato e do enquadre:
· Contrato: acordo inicial, trato, bases ou condições do tratamento, conjunto de regras e combinações. Importante para que não surjam ambiguidades, deixar claro os combinados, as regras.
· Contrato manifesto: propõe combinações práticas básicas (variáveis propostas). Que traz o contrato latente.
· Contrato latente: mostra limites e a função de cada um.
· Contrato evita que durante o curso da terapia possam surgir ambiguidades, erros ou mal entendidos.
· O processo analítico consistiria em cumprir o contrato, desembaraçado de mal entendidos que impediriam sua vigência.
· Enquadre Contrato (quando bem colocados impedem que haja confusão e ambiguidades, facilitando a relação).
· A partir do estabelecimento do contrato o potencial cliente se torna paciente e começa a psicoterapia (mas, é importante se verificar se a pessoa está disposta ao trabalho árduo da psicoterapia, e se a pessoa reflete com seriedade sobre todos os itens das combinações e se que participa ativamente do contrato).
· Contrato gera Enquadre. 
· Formulação do contrato:
· Regra fundamental introduzida com poucas palavras (acordos sobre números de sessões semanais, horários e honorários, o anúncio de feriado, férias e a forma de pagamento, faltas do paciente e do terapeuta; regra da associação livre pode ser colocada de maneiras muito diferentes e ainda não ser colocada de entrevista). Por exemplo: 
· “O tratamento consiste em você chegar no horário estipulado, sentar nesta cadeira, ficar na atitude mais cômoda possível, e dizer tudo o que vai aparecendo em sua mente de forma livre, espontânea, e sincera que possa”.
· As cláusulas fundamentais do contrato respondem a uma pergunta iniludível “em que consiste o tratamento?”.
· Deve ficar muito claro para o analista e para o analisando (à custa de muita frustração e sofrimento para o analisado) o fato de que, embora o vínculo analítico seja uma reflexão nivelada pelos aspectos humanos de respeito, consideração e partilha de um objeto comum, cada um possui sua função e que não são funções semelhantes. Na verdade, a inter-relação do par analítico obedece a três princípios básicos: não é simétrica, não é de similaridade; e a relação é isomórfica;
· Enquadre (Setting)
· É a soma de todos os procedimentos que organizam, normatizam e possibilitam processos psicanalíticos. Resulta do contrato psicanalítico. Serve de cenário para reprodução de velhas e novas experiências emocionais.
· Envolve a criação de um novo espaço. É um ambiente especial, tanto do ponto de vista físico quanto uma atmosfera emocional apropriado para a efetivação de continuadas e prolongadas experiências emocionais, em uma situação rara, único e singular.
· Fixa as variáveis tempo e lugar, estipulando certas normas que delimitam os papeis de entrevistado e entrevistador, conforme a tarefa que vai realizar.
· O enquadre se constitui quando algumas variáveis são fixadas como constantes. A partir desse momento e dessa decisão se configura o campo e se torna possível a tarefa.
· Precisa ser rígido, bem feito, delimita espaço para que o sujeito possa trazer os comentários. Delimitam espaço único para o sujeito em que pode trazer os conteúdos.
· O processo psicanalítico só pode se dar em um determinado enquadre.
· Funciona como importante fator terapêutico psicanalítico, pela criação de um novo espaço que possibilita ao paciente reproduzir, no vínculo transferencial, seus aspectos infantis e, mesmo tempo, poder usar a sua parte adulta para ajudar o crescimento de suas partes infantis, possivelmente frágeis e desamparadas.
· A entrevista também tem seu enquadre que é demarcado por seu objetivo. O “instrumento” do psicanalista é sua mente, de modo que na entrevista nós vamos investigar de que forma o entrevistado se conduz frente a seus semelhantes sem perder de vista que nos mesmo somos o semelhante com o qual a pessoa tem que se relacionar.
· Funções terapêuticas do Setting:
· Uma vez instituído o setting, deverá ser preservado ao máximo (também vale para pacientes psicóticos ou muito regredidos – mas, não pode haver por parte do analista, uma rigidez ou uma surdez às proposições e necessidades desse paciente).
· O analista que aceita os diversos pedidos de alteração no setting, pode estar encobrindo uma atitude sedutora a serviço de seu narcisismo ou o seu medo diante de uma possível rejeição e revolta por parte do paciente. Este pode ter a percepção acerca da maldade da frustação reforçada e que este sempre deve ser evitada, assim como também a de que a analista deve ser poupada de cargas de avidez (o contrário também pode ocorrer).
· Logo, é relevante que o analista reconheça que é unicamente sofrendo as inevitáveis frustrações impostas pelo setting que o paciente pode desenvolver a fundamental capacidade de simbolizar. 
· A capacidade de analista sobreviver a possíveis ataques do paciente constitui-se em um dos fatores mais importantes do clima emocional do setting. A importância disso é que apesar de todo o conteúdo que podem ser significados pelos pacientes como proibidos e perigosos, o setting se mantém inalterado e o analista não está destruído.
· Vantagem de preservar ao máximo o enquadre: 
· Estabelecer o aporte da realidade exterior, com suas inevitáveis privações e frustrações, próprias da vida real. Permitindo que o paciente lidar e entrar em contato com o real (aporte de realidade).
· As regras do setting ajudam a prover uma necessidade delimitação entre “eu” e os “outros”, portanto, facilitando a obtenção das capacidades adultas de diferenciação, separação e individuação.
· Auxilia a definir a noção de limites, limitação, lugares e diferenças, permitindo o lidar com a onipotência e onisciência, existentes em qualquer paciente.
· A frustração que o enquadre gera auxilia a desfazer as fantasias, a ilusão de que a relação é simétrica. 
· A frustração que o enquadre impõe também permite que o paciente desenvolva a fundamental capacidade de simbolizar.
· O esperado por parte do entrevistado:
· Que esteja motivado para um trabalho árduo e corajoso.
·   Que reflita com seriedade sobre todos os itens das combinações e que participe ativamente do contrato. (o fato de que o paciente tem o direito de se apresentar com todo o seu lado psicótico, narcisista, agressivo, mentiroso, etc., faz parte do seu comprometimento mínimo em ser verdadeiro assim como exige uma terapia psicanalítica).
· O esperado por parte do psicanalista:
·  Que ele tenha claro qual é a natureza de sua motivação de atender certa pessoa (mesmo que seja por obrigatoriedade).
· Ter condições de envolver afetivamente, sem ficar envolvido.
· Deve ter definido para si qual é o seu projeto terapêutico (e este está voltado mais para obtenção de benefícios terapêuticos ou de resultados analíticos).
· Deve estar em condições de reconhecer a natureza de suas contra - resistência e contratransferências. 
· Ele deve ser firme sem se rígido, além de, ao mesmo tempo, ser flexível, sem ser fraco e manipulável. 
· O analista não deve confundir a sua condição humana com a de não frustrar o paciente, a (analista bom ≠ analista “bonzinho” - não sabe provocar eventuais frustrações e também não tem condições de colocar limites e definir limitações, nem propiciar a possibilidade de analisar sentimentos difíceis e, nem tampouco, despertar o lado adulto do paciente; o que prejudica o cliente, pois perpetua o estado de onipotência e reforça a condição de criança dependente).
Resistência, transferência e contratransferência,características:
· Resistência é a força contrária a recordação, a percepção de impulsos inaceitáveis de natureza sexual que surgem distorcidos. Não é algo que aparece de vez em quando, está constantemente presente na análise. Tem sido estudada por diversos teóricos ao longo do tempo. Resistência sempre provem do ego, ainda que possa ser orquestrada pelas demais instancias psíquicas. 
· Resistência de repressão: repressão que o ego faz a toda a percepção que cause sofrimento.
· Resistência de transferência: a paciente manifesta uma resistência contra e emergência de uma transferência “negativa” ou “sexual” com seu analista. Na resistência a transferência negativa ou sexual, o cliente não permite que os conteúdos negativos, destruidores ou sexuais sejam mostrados para o terapeuta por medo de perder o local da terapia e a atenção do terapeuta.
· Resistência de ganho secundário: a própria doença concede um benefício a certos pacientes, tornando muito difícil de serem abandonados estes benefícios. Logo, os benefícios que a doença traz, fazem com que a pessoa resista melhorar.
· A resistência no analisado: é resultante de forças dentro dele, que opõem ao analista ou aos processos e procedimentos de analise, isto é, que obstaculizam as funções de recordar, associar, elaborar, bem como ao desejo de mudar.
· Anna Freud aponta que na analise se analisa os mecanismos de defesa do ego, ou seja, do que se defende.
· Clinicamente a resistência aparece em uma variedade de maneiras: exagero do silencio, faltas, prolixidade, atrasos, sonolência, segredos, intelectualizações.
· Transferência conjunto de às formas pelas quais o paciente vivencia com a pessoa do terapeuta na experiência  emocional da reação analítica, todas as "representações”: que ele tem do seu próprio self, as "relações objetais" que habitam no psiquismo, bem como os conteúdos psíquicos que estão organizados como "fantasias inconscientes", com as respectivas distorções no modo de interpretação. O paciente revive na psicoterapia, com o terapeuta todas as experiências vividas com as figuras internas, e as relações / representações. Mais do que simplesmente fruto de deslocamento de uma carga de projeções, a transferência é a externalização de um “diálogo no interior do psiquismo”.
· A análise não cria a transferência, apenas propicia a sua redescoberta, bastante facilitada pela instalação do setting, que favorece algum grau de regressão do paciente. Os aspectos reais do analista que podem determinar uma influência na transferência do paciente vai desde detalhes do consultório, o seu sexo, a idade, a escolha do material a ser interpretado e a sua forma de interpretar.
· Neurose de transferência: o analisado vive intensa e continuadamente uma forte carga emocional investida na pessoa do psicanalista, que transborda para fora da sessão e culpe-lhe uma grande fatia do seu tempo e espaço mental.
· Psicose de transferência: paciente que não tem o funcionamento psicótico, mas devido ao enquadre e as frustrações que este traz o paciente regride e age de forma a dar impressão de que tem este funcionamento.
· Transferência psicótico: paciente que possuem um funcionamento psicótico, apresenta aspectos na transferência.  Transferência é  prematura (chega e já joga tudo  e se joga no terapeuta), pertinaz (se agarra muito ao terapeuta) perecível  (facilmente se desfaz se ele se desaponta com o terapeuta).
· Transferência positiva: refere-se a todas as pulsões e derivadas relativos a pulsão de vida. 
· Importante ter cuidado, pois pode estar em uma transferência negativa e acha que é positiva (pode estar sendo negativa, pois pode estar representando:
· uma extrema e permanente idealização (mecanismo de idealização é extremamente infantil, espera-se que ao desenvolver/ amadurecer que diminua e muito a utilização da defesa. Mecanismo que idealiza de forma inversamente proporcional à experiência ruim que teve com o objeto. Apenas idealizando que consegue se aproximar com o objeto mal, ameaçador. - Idealização  (princípio de pulsões destrutivas) é diferente da Admiração  (perpassa por mecanismos de defesa sofisticado).
· Pode também estar ocorrendo uma recíproca fascinação narcisica (o terapeuta pode estar em uma idealização narcisica e estar confundido a transferência como positiva). 
· Também pode estar ocorrendo uma pseudocolaboracao (o paciente mostrar que está melhorando, para ser entendido como se tivesse, mas na verdade tem muito mais que não mostra).
· Transferência idealizadora: pacientes muito infantilizados,  muito regredidos,  representa uma importante é necessária tentativa de contrair um vínculo de desfazer a idealização!  Não pode deixar que se perpetue. Idealização (principio de pulsões destrutivas) Admiração (perpassa por mecanismos de defesa sofisticados).
· Transferência negativa: Freud se referia aquelas transferências nas quais predominava a existência de pulsões agressivas com seus inúmeros derivados, sob a forma de inveja, ciúme, rivalidade, voracidade, ambição desmedida, algumas formas de destrutividade, etc.
· Lembrando que: todo e qualquer analisando tem conflitos manifestos ou latentes relacionados à agressividade!
· O terapeuta deve levar em conta que as manifestações agressivas possam estar representando a construção de preciosos núcleos de confiança que o paciente esteja desenvolvendo em relação a si mesmo, ao analista e ao vínculo entre ambos. 
· Transferência especular: traduz os problemas de déficit (falta de algo específico). Em pacientes com fortes fixações em etapas primitivas, a transferência assume características de uma busca de algo em alguém, podendo assumir a forma de uma busca, no analista, de uma “fusão” com ele, ou a de um “continente” apropriado, ou e alguém que seja portador de seus “ideais”, ou, ainda, a de um “espelho” que o reflita (mais característico de pessoas com um funcionamento mais primitivo).
· Transferência erótica: Vinculada com a necessidade que qualquer pessoa tem de ser amada, sendo que essa demanda por compreensão, reconhecimento e contato emocional pode se confundir com o desejo de um contato físico (aparenta ter a função erótica, mas apenas é questão emocional, de receber atenção - fruto da pulsão libidinal)
· Transferência erotizada: Designa a predominância de pulsões ligadas ao ódio, com as respectivas fantasias agressivas, que visam a um controle sobre o analista e a uma posse voraz dele. Aparecem na situação analítica disfarçadas de legítimas necessidades sexuais e amorosas (no fundo há fantasia de controle – fruto da pulsão de controle).
· Transferência Perversa: paciente tenta “perverter” as combinações que eles aceitam em relação ao setting analítico, procurando modificar as regras (característica em pacientes com o funcionamento perverso).
· Transferência e contratransferência são fenômenos indissociáveis.
· Contratransferência
· Para Freud, a contratransferência consistia nos “sentimentos que surgem no inconsciente do terapeuta como influência nele dos sentimentos inconscientes do paciente”, e ele destacava o quanto era imprescindível que o analista “reconhecesse essa contratransferência em si próprio, e a necessidade de superá-la”. Ele a abordava sobre risco dos sentimentos.
· É um conjunto das reações inconscientes do analista à pessoa do analisando e, mais particularmente, à transferência deste.
· Importância de o terapeuta fazer análise, de conhecer seus conteúdos.
· A constante interação entre analista e paciente implica em um processo de recíproca introjeção das identificações projetivas do outro. Quando isso ocorre, mais especificamente na pessoa do analista, pode mobilizar nele, durante a sessão, uma resposta emocional.
· Aspecto da contratransferência: 
· Como obstáculo (resistência ao conteúdo trazido pelo paciente, fica apenas em seus conteúdos e não analisa os do paciente);
· Como instrumento técnico (implicando na técnica, quando bem percebidos, os efeitos contratransferências podem se constituir para o analista como um relevante meio de compreender um primitivo meio de comunicaçãonão-verbal, que está sendo empregado por certos pacientes);
· Como um campo no qual o paciente pode reviver as fortes experiências emocionais que originalmente teve (precisa ser um terapeuta muito bem treinado e com muita experiência para utilizar esta forma de modo eficiente);
· Diferença entre contratransferência e transferência do analista:
· Nem tudo o que o analista pensa deve ser significado como sendo uma contratransferência promovida pelo paciente (quando não é promovido pelo conteúdo do paciente, ou seja, é o conteúdo do próprio analista é o caso de uma transferência, quando é promovido pelo conteúdo que o paciente transfere, é contratransferência). 
· É um exagero atribuir unicamente às identificações projetivas do paciente toda a responsabilidade por tudo aquilo que o analista estivesse sentindo emocionalmente (evidencia da dificuldade do analista em reconhecer os seus próprios conflitos neuróticos - o que ele atribui à contratransferência pode ser uma transferência para o paciente daquilo que é a sua neurose particular).
· É um exagero considerar a contratransferência altamente prejudicial para a análise. Os inevitáveis pontos cegos que acompanham qualquer terapeuta podem adquirir uma visualização através de alguma reação contratransferencial. Pode servir como estímulo para o analista prosseguir sempre em sua autoanálise.
· Contratransferência erotizada: terapeuta responde a transferência erotizada do paciente, da mesma forma, assim, acredita estar apaixonado pelo paciente.
· Contratransferência somatizada: a contratransferência é realizada no corpo.
Acting out reação não pensada que vai direto para a ação.
Atenção Flutuante:
· Regra fundamental.
· É a atenção uniformemente e parcialmente suspensa.
· Dever do terapeuta.
· Não é possível estar neste estado totalmente e sempre, mas é vital que o terapeuta não esteja saturado com os seus pensamentos.
· É dever do terapeuta propiciar condições para que se estabeleça uma comunicação inconsciente para inconsciente e que o ideal seria que o analista deixe de focar em seus problemas, em seus sentimentos, memórias, prévios conhecimentos teóricos. Ou seja, desligar tudo que é seu e prestar atenção no outro, procurar estar com o paciente por inteiro. 
· Quanto mais o terapeuta conhece sobre si, mais fácil é discriminar o que é seu (seus sentimentos próprios, podendo ser: estado de expectativa da realização de seus desejos, uma apatia, medo, excitação erótica, tédio, sensação de paralisia, impotência) e o que é do outro, da situação analítica.
· A condição de atenção flutuante é conseguida pela capacidade de manter uma “dissociação útil” da função do seu ego psicanalítico, de modo de estabelecer as diferenças e o reconhecimento das diversas áreas do seu mapa psíquico, inclusive daqueles que são de sua vida particular, por sua vez com emoção intensas, diversas e que não tem conexão com o processo analítico.
· Atenção flutuante se refere a um estado mental de pré-consciência que, portanto, propicia ao analista estar ligado ao mesmo tempo aos fatos externos e conscientes, assim como a uma área inconsciente que possibilita uma “escuta intuitiva”, a qual favorece a arte e a criatividade psicanalítica.
· Atenção flutuante é o contrário da “atenção excessivamente dirigida” ( em que invade o espaço do outro, fica “cutucando” – pode ser patogênica).
Associação livre:
· Dever do analisado proposto no contrato.
· Regra fundamental – regra que consiste em o analisado associar livremente as ideias que lhe surgissem de forma espontânea na mente e verbalizá-las ao analista.
· O paciente deveria:
· Se colocar numa posição atenta e desapaixonada da auto-observação;
· Não reter qualquer ideia; 
· Comprometer-se com a mais absoluta honestidade;
· O terapeuta deve deixar o espaço para o cliente fazer a associação livre. Portanto:
· Não coloca o assunto do dia
· Não tira dúvidas da última sessão
· Não controla as associações
· Não fomenta que o paciente faça seleção dos pensamentos
· Maneja o silêncio – analisa o silêncio, faz leitura da situação e do contexto, do paciente (já se tem uma noção sobre o funcionamento que a pessoa tem e a relação estabelecida) –com bases nestes faz o manejamento. Falar sobre o silencio (principalmente quando o terapeuta é recente em que o silêncio pode se tornar angustiante) quando o paciente não tem nada mais a dizer do ponto de vista consciente, as representações inconscientes emergem.
A atividade interpretativa
O psicoterapeuta dispõe de vários instrumentos para exercer uma influência direta sobre o paciente com o propósito de fazer com que ele melhore. A interpretação se refere sempre a algo que pertence ao paciente, mas que ele não tem conhecimento. Portanto, a interpretação pode ser descrita como: Interpretação uma maneira especial de informar. Tem base no método psicanalítico, teorias e ética. O terapeuta é dado a interpretar, mas não ditar normas sobre conduta alheia. Interpretação opinião do psicoterapeuta. Ou seja, não pode querer dizer o que a pessoa deve ser ou não ser, ou, o que deve fazer ou não.
Interpretação:
· É uma maneira diferente de informar. A interpretação é definida como uma informação veraz, desinteressada e pertinente que se refere ao receptor.
· Importante considerar que o outro pode estar preparado ou não para lidar com a informação.
· Para ser uma interpretação, precisa ser:
· 
· Verdadeira;
· Diretiva;
· Objetiva;
· Desinteressada;
· Pertinente (não falar a mais);
· Oportuna;
· Operativa;
· Utilizável;
· Simbólica;
· Não delirante;
· Ser utilizada para promover mudança (é operativa);
· Refere-se ao receptor!
· É sempre hipótese, portanto, retificável;
· Atividade interpretativa - ajuda a ter a consciência clara de si momentaneamente. Ou seja, ajuda no insight, a ideia que vem e ilumina a mente do paciente. O último objetivo da interpretação é o insight. A interpretação está destinada a produzir o insight. Insight deve ser algo que surja por obra de nosso labor, em que nós o procuramos diretamente.
· Timing tempo preciso da oportunidade para trazer a interpretação (importante que seja dada apenas no timing, porém, caso perder o timing, deve-se aguardar a próxima oportunidade – como o conteúdo não foi trabalhado há altas chances de novamente o conteúdo surgir, e de dar a interpretação dentro do timing).
· A interpretação também é uma nova conexão de significado. É uma hipótese que está feita para ser dada, para ser comunicada. Ao ser comunicada, é também operativa, ou seja, promove alguma mudança, que é o que mais nos permite testá-la.
· O analista toma diversos elementos das associações livres do paciente e produz uma síntese que dá um significado diferente á experiência.
· Enquanto nova conexão de significado, a interpretação informa e dá ao analisado a possibilidade de organizar uma nova forma de pensamento, de mudar de ponto de vista.
· A intenção do terapeuta não é modificar a conduta do paciente, mas sua informação.
· A interpretação é uma informação que o paciente tem e que ele não sabe.
· O analista sabe, por meio de sua prática, que, se a interpretação é concreta e se o analisado a admite, ela vai operar em sua mente.
· Atitude do analista:
· 
· É de liberdade para o outro;
· Não coesão;
· Desinteresse, não exigência;
· 
· Esta informação é dada com afeto, com o desejo de que o analisado se faça cargo desta informação para que depois e por conta própria reajuste, reacomode ou replaneje a sua conduta. A intenção tem de ser mudar a informação (deixar a pessoa consciente da informação), a pessoa tem a responsabilidade de ter a informação e de agir como desejar.
· É a atitude com que nós damos a informação, não a atitude com que o paciente a recebe, o que define nosso que-fazer. É parte de nossa tarefa, além disso, levar em conta a atitude com que o paciente pode receber a nossa informação e, no possível, predizer sua resposta, evitando, quando está a nosso alcance, sermos mal-entendidos. Inclusive podemos nos abster de interpretar, se pensamos que não vamos ser compreendidos, se prevemos que nossaspalavras vão ser distorcidas e utilizadas para outros fins.
· Preciso ter o cuidado de verificar como a pessoa irá receber esta informação, planejar o jeito de dar esta informação de forma adequada de acordo como a pessoa funciona (permitindo assim que não seja mal compreendido) – mas, pode se abster de falar caso considere que poderá ser mal entendido.
· Na técnica utiliza também de assinalamentos, confrontações e as perguntas, são passos preparatórios ou de menor significado que a interpretação.
· A Atividade Interpretativa engloba a maioria das possibilidades interpretativas e está sustentado em duas teorias fundamentais; a teoria do conflito (atual e infantil) e a teoria da transferência, isto é, a tendência dos seres humanos a repetir o passado no presente. 
· A interpretação da história do paciente e a interpretação de sua vida atual, a interpretação referente ao passado ou ao presente, não são as coisas opostas: somos história e o presente é também parte dessa história, tanto como também é parte do presente. Somos nosso passado: independente que repitamos ou não, em cada um de nossos atos pode-se visualizar nosso passado.
· Tipos de interpretação:
· Histórica – utiliza da história que o paciente traz e que tem relação com o funcionamento de agora para que o paciente possa entender como/ e porque funciona assim. Interpretação por meio da qual tratamos de recuperar uma situação passada, com seus efeitos, seus personagens e suas ansiedades, na forma mais completa e fidedigna possível. O valor do passado é sublinhado, reconstruindo a história, devolvendo ao analisado o lugar que ocupou na trama de sua própria vida, restaurando os momentos em que essa história havia se rompido. 
· Atual – traz a condição do paciente de agora, e que tem relação de como/ por que funciona.
· Extratransferencial – utiliza de experiência de vida pontual e externa que traz na terapia, mas não aparece na transferência.
· Transferencial – dizer a respeito ao que ocorre na relação terapêutica para que o paciente entenda mais de como funciona.
Insight [In (dentro de) + Sight (iluminação)]:
· A atividade interpretativa do psicanalista leva o analisando aos insights. No entanto, a lenta elaboração dos mesmos é que irá possibilitar a obtenção de mudanças psíquicas. 
· “Se faz uma luz na mente do paciente”
· É um processo muito específico, culminado de uma série de momentos da elaboração através de um longo trabalho interpretativo.
· Às vezes, essa iluminação interna se processa muito lentamente, até que ocorre um flash repentino.
· Cinco tipos de insight (processo lento, em que passa de um para o outro - começa em um e vai passando até o insight que chega mudança): 
· Insight intelectativo: começa a ter certa noção de que existe algo no contexto que não tinha grande noção,  passa a começar a ter, risco de utilizar da defesa da intelectualização (ex. obsessivos e narcisistas).
· Insight Cognitivo: tomada de conhecimento de atitudes e características que até então estavam egossintonicas (dá conta de algo sobre si racionalmente apenas). Promove uma egodistonia, e é ela que propicia o passo seguinte.
· Insight afetivo: Cognição  passa a ser acompanhada por vivências afetivas, tanto atuais quanto as evocativas/possibilitando de correlações entre elas.
· Insight reflecivo: se questiona, fax análise ampla de si. Pelas inquietações do insight afetivo, a pessoa passa a refletir, se questionar, estabelece correlações. Institui-se a partir das inquietações que foram promovidas pelo insight afetivo, as quais levam o analisando a refletir, a se fazer indagações e a estabelecer correlações entre paradoxos de seus sentimentos, pensamentos, atitudes e valores.
· Insight pragmática: elaboração insights bem-sucedidos obtidos pelos pacientes e é trazido para a prática de sua vida real exterior, assim que a mesma esteja sob controle de seu ego consciente, com respectiva assunção de responsabilidade pelos seus atos 
· Insight é o fruto da elaboração 
Elaboração:
· A mente trabalhando, no sentido de integrar sucessivos insights parciais que estão sendo adquiridos no curso da análise. Desperta dor psíquica.  Sofrimento sentido pelo paciente ao fazer mudança. Pode ter prazer pela sensação de descoberta, um alívio de desfazer em partes de uma carga passada.
· Implica em o paciente aceitar perdas, fazer renúncias a aspectos que ele sempre idealizou, enfrentar pressões externas e internas. 
· Renúncia traz sofrimento, mesmo a renúncia às ilusões, a fachada do falso self. Saudável transição de posição esquizo-paranoide para um estado mental no qual prevaleça a posição depressiva também costuma despertar grande sofrimento, às vezes acompanhado por um quadro sintomático que Bion denomina "mudanças catastróficas". 
· Igualmente bastante penoso para paciente muito oniciente, que nestes processos precisa abrir mão da onisciência, em utilizar da capacidade de pensar, cedendo por "aprender de forma sadia com as experiências".
· Não é o tempo todo que a análise existe turbulência emocional, a momentos que decorrem de "pontos mortos" (elaborando de forma silenciosa, fazendo integração dos insights parciais).
Conceituação de "cura" psicanalítica
Em terapia psicanalítica o conceito de cura deve aludir a uma forma de amadurecimento, o que equivale ao trabalho de uma lenta elaboração psíquica que permita a obtenção de mudanças psíquicas estáveis e definitivas. Bion prefere colocar pela noção de crescimento mental, do fechamento implícito na cura. Portanto, "Cura" em psicanálise = "crescimento mental"[como se percebe este crescimento: uma modificação na qualidade das relações]. 
Ao tratarmos de "cura", pode ser quando os objetivos terapêuticos são alcançados. Estes podem corresponder a  benefícios terapêuticos ou analíticos:
· Resultado analíticoquando há modificações nas relações objetais internas do paciente, e, portanto, na sua caracterológica. Isso implica em trabalhar com as primitivas pulsões, necessidades, demandas e desejos que estão embutidos nas fantasias inconscientes, com as respectivas ansiedades e defesas. Seria restrito unicamente ao que se denomina psicanálise.
· Benefícios terapêuticos resolução de crises situacionista agudas, o esbatimento de sintomas, um melhor reconhecimento e utilização de certas capacidades sadias do ego, que estavam latentes, ou bloqueadas e a possível libertação delas. São mais próprios do processo que habitualmente se denomina psicoterapia, enquanto o resultado analítico, tal como foi referido. 
Critérios de Crescimento Mental:
· Uma modificação na qualidade das relações objetais, as internas e, a partir daí, as externas;
· Menor uso de mecanismos de defesas primitivos;
· Uma renúncia às ilusões de natureza simbiótico-narcisísticas;
· A aquisição de uma capacidade em realizar (re)introjeções – e, daí, novas identificações – de renovados modelos, tanto de objetos como de funções psíquicas, de valores e de papéis;
· A obtenção de uma capacidade em suportar frustrações, absorver perdas e fazer um luto pelas mesmas, por meio da assunção da sua parte de responsabilidades, além de eventuais culpas capacidades do seu ego;
· Uma diminuição das expectativas impossíveis de serem alcançadas, as quais são provindas tanto por parte de um ego ideal quanto de um ideal de ego;
· Um abrandamento do superego, sempre que este for da natureza arcaica, rígido, punitivo e todo-poderoso; 
· Uma libertação das áreas autônomas do ego, que possibilite um uso mais adequado de suas nobres funções de: percepção, pensamento, linguagem, juízo crítico, conhecimento, comunicação, ação e criatividade;
· A aceitação da condição de dependência, a partir do insight de que depender dos outros é, em princípio, sadio e inerente à condição humana;
· A linguagem verbal, em substituição à não-verbal (actings, somatizações, transferência difícil, etc...);
· A aquisição de uma função psicanalítica da personalidade; 
· Uma ruptura com os papéis estereotipados;
· A obtenção de uma autenticidade e de uma autonomia;
· Ao mesmo tempo que o sujeito adquire o direito desentir-se livre das expectativas e dos mandamentos dos outros, ele também deve ser capaz de experimentar relações afetivas com outras pessoas, reconhecendo-as como livres, inteiras, diferentes e separadas de si, enquanto puder suportar sentimentos ambivalentes em relação a tais pessoas.

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