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Análise Climática da Cidade de Uberlândia

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE 
CENTRO DE TECNOLOGIA E RECURSOS NATURAIS 
UNIDADE ACADÊMICA DE ENGENHARIA CIVIL 
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO 
 
 
 
Análise Climática de Uberlândia - Conforto I 
Docente: Raoni Venâncio 
 
 
 
David Melo de Sousa 
José Dantas Neto 
Kelvyn Breno Lopes Palmeira 
 
 
 
 
 
 
 
 
Campina Grande – PB 
Julho 2021 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. CARACTERIZAÇÃO...................................................................................................................... 5 
1.1 LOCALIZAÇÃO .......................................................................................................................... 5 
2. ANÁLISE CLIMÁTICA .................................................................................................................... 7 
2.1 VARIAÇÃO MÉDIA DE TEMPERATURA .............................................................................. 7 
2.1.1 VARIAÇÃO MÉDIA DE TEMPERATURA DIÁRIA MENSAL ....................................... 8 
2.2 TEMPERATURA DE BULBO SECO .................................................................................... 10 
2.3 UMIDADE RELATIVA ............................................................................................................. 12 
2.4 VELOCIDADE DOS VENTOS ............................................................................................... 13 
2.5 RADIAÇÃO DE SUPERFÍCIES INCLINADAS .................................................................... 14 
2.6 CARTA PSICROMÉTRICA .................................................................................................... 17 
2.7 ROSA DOS VENTOS.............................................................................................................. 22 
3. ESTRATÉGIAS .............................................................................................................................. 26 
4. ANÁLISE DO PROJETO.............................................................................................................. 27 
4.1 DESCRIÇÃO GERAL .............................................................................................................. 27 
4.2 ESTRÁTÉGIAS UTILIZADAS ................................................................................................ 28 
5. CONCLUSÃO ................................................................................................................................. 32 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
Figura 1: Localização Uberlândia. ................................................................................................. 5 
Figura 2: Localização de Uberlândia no zoneamento bioclimático brasileiro. .................. 6 
Figura 3: Índice pluviométrico de Uberlândia. ......................................................................... 18 
Figura 4: Ganho de calor solar e sombreamento de aberturas. .......................................... 26 
Figura 5: Massa térmica. ................................................................................................................ 27 
Figura 6: Ventilação natural. ......................................................................................................... 27 
Figura 7: Implantação. .................................................................................................................... 28 
Figura 8: Iluminação indireta e ventilação. ............................................................................... 29 
Figura 9: Brises horizontais. ......................................................................................................... 29 
Figura 10: Exposição de obras. .................................................................................................... 29 
Figura 11: Cobertura vegetal. ........................................................................................................ 30 
Figura 12: Funcionamento da chaminé solar. .......................................................................... 31 
Figura 13: Chaminé solar. .............................................................................................................. 31 
Figura 14: Piso semienterrado. .................................................................................................... 32 
 
 
 
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file:///C:/Users/David%20Melo/Desktop/Conforto%20I/1º%20estágio/Relatório%20Conforto_Final.docx%23_Toc77840171
file:///C:/Users/David%20Melo/Desktop/Conforto%20I/1º%20estágio/Relatório%20Conforto_Final.docx%23_Toc77840172
file:///C:/Users/David%20Melo/Desktop/Conforto%20I/1º%20estágio/Relatório%20Conforto_Final.docx%23_Toc77840173
file:///C:/Users/David%20Melo/Desktop/Conforto%20I/1º%20estágio/Relatório%20Conforto_Final.docx%23_Toc77840174
file:///C:/Users/David%20Melo/Desktop/Conforto%20I/1º%20estágio/Relatório%20Conforto_Final.docx%23_Toc77840175
file:///C:/Users/David%20Melo/Desktop/Conforto%20I/1º%20estágio/Relatório%20Conforto_Final.docx%23_Toc77840176
file:///C:/Users/David%20Melo/Desktop/Conforto%20I/1º%20estágio/Relatório%20Conforto_Final.docx%23_Toc77840177
file:///C:/Users/David%20Melo/Desktop/Conforto%20I/1º%20estágio/Relatório%20Conforto_Final.docx%23_Toc77840178
file:///C:/Users/David%20Melo/Desktop/Conforto%20I/1º%20estágio/Relatório%20Conforto_Final.docx%23_Toc77840179
file:///C:/Users/David%20Melo/Desktop/Conforto%20I/1º%20estágio/Relatório%20Conforto_Final.docx%23_Toc77840180
file:///C:/Users/David%20Melo/Desktop/Conforto%20I/1º%20estágio/Relatório%20Conforto_Final.docx%23_Toc77840181
file:///C:/Users/David%20Melo/Desktop/Conforto%20I/1º%20estágio/Relatório%20Conforto_Final.docx%23_Toc77840182
file:///C:/Users/David%20Melo/Desktop/Conforto%20I/1º%20estágio/Relatório%20Conforto_Final.docx%23_Toc77840183
 
 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
Gráfico 1: Variação média de temperatura. ................................................................................. 8 
Gráfico 2: Variação de temperatura média diária mensal. ...................................................... 9 
Gráfico 3: Temperatura de bulbo seco. ...................................................................................... 10 
Gráfico 4: Temperatura de bulbo seco no dia 18 de junho. .................................................. 11 
Gráfico 5: Variação de temperatura dia 29 de janeiro. ........................................................... 11 
Gráfico 6: Variação de temperatura no horário de 5:00 da madrugada, em um ano. .... 11 
Gráfico 7: Variação de temperatura no horário de 14:05 da tarde, em um ano. .............. 12 
Gráfico 8: Umidade relativa do ar. ............................................................................................... 12 
Gráfico 9: Médias mensais da velocidade do vento. .............................................................. 13 
Gráfico 10: Médias diárias da velocidade do vento. ............................................................... 14 
Gráfico 11: Incidência de radiações na fachada norte. .......................................................... 15 
Gráfico 12: Incidência de radiações na fachada sul. .............................................................. 15 
Gráfico 13: Incidência de radiações na fachada leste. ........................................................... 16 
Gráfico 14: Incidência de radiações na fachada oeste. ......................................................... 17 
Gráfico 15: Carta Psicrométrica inverno - dia. ......................................................................... 19 
Gráfico 16: Carta psicrométrica inverno - noite. ...................................................................... 19 
Gráfico 17: Carta psicrométrica verão - dia. ............................................................................. 20 
Gráfico 18: Carta psicrométrica verão - noite. .........................................................................21 
Gráfico 19: Carta psicrométrica anual - sem medidas estratégicas. .................................. 22 
Gráfico 20: Carta psicrométrica anual - estratégias passivas. ............................................ 22 
Gráfico 21: Rosa dos ventos anual. ............................................................................................ 23 
Gráfico 22: Rosa dos ventos inverno - dia ................................................................................ 24 
Gráfico 23: Rosa dos ventos inverno - noite. ........................................................................... 24 
Gráfico 24: Rosa dos ventos verão - dia. ................................................................................... 25 
Gráfico 25:Rosa dos ventos verão - noite. ................................................................................ 26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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file:///C:/Users/David%20Melo/Desktop/Conforto%20I/1º%20estágio/relatorio%20conforto.docx%23_Toc77625142
file:///C:/Users/David%20Melo/Desktop/Conforto%20I/1º%20estágio/relatorio%20conforto.docx%23_Toc77625143
file:///C:/Users/David%20Melo/Desktop/Conforto%20I/1º%20estágio/relatorio%20conforto.docx%23_Toc77625144
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5 
 
1. CARACTERIZAÇÃO 
 
O presente relatório aborda a análise climática da cidade de Uberlândia, 
município do interior de Minas Gerais, localizado na região Sudeste do Brasil, bem 
como possíveis estratégias arquitetônicas objetivando bom desempenho relacionado 
ao conforto térmico nessa região. 
Em complemento é analisado um projeto que foi idealizado para essa cidade 
na Bienal Miguel Aroztegui de Arquitetura Bioclimática, buscando correlacionar os 
dados climáticos obtidos através do programa Climate Consultant e outros meios 
eletrônicos, com as estratégias propostas por esse projeto em específico. 
 
1.1 LOCALIZAÇÃO 
Com altitude de 836 m acima do nível do mar, Uberlândia apresenta variação 
de temperatura bem singular. As coordenadas geográficas correspondem 
aproximadamente a 19º Sul de Latitude, e 48º Oeste de Longitude (Figura 1). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
De acordo com o zoneamento bioclimático brasileiro, o Brasil se divide em 8 
diferentes zonas que expõem suas particularidades com a finalidade de aprimorar as 
Figura 1: Localização Uberlândia. 
Fonte: Google Earth, 2021. 
6 
 
estratégias passivas de conforto térmico. Dessa forma, é possível observar a 
localização aproximada da cidade de Uberlândia nesse zoneamento (Figura 2). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Através da análise do zoneamento bioclimático identifica-se que Uberlândia 
está situada próxima a três zonas: Z3, Z4 e Z6. Essas zonas variam do clima mais frio 
ao mais quente e estabelecem parâmetros como: sombreamento de aberturas, ganho 
de calor com radiação solar, entre outros parâmetros. 
É importante destacar que, por Uberlândia estar situada próxima a essas três 
zonas, as estratégias de projeto devem buscar formas para adaptar as possíveis 
variações no dia ou no ano, para isso, uma análise detalhada precisa ser feita. 
 
Figura 2: Localização de Uberlândia no zoneamento bioclimático brasileiro. 
Fonte: ABNT, adaptado, 2021. 
7 
 
2. ANÁLISE CLIMÁTICA 
 
O Clima pode ser compreendido através de diferentes escalas com 
características e propriedades distintas. O Macroclima é maior dessas unidades, 
caracteriza o clima de forma geral, sendo afetado por questões globais. Mesoclima 
trata-se do meio intermediário, afetado por tipos de superfície, relevo ou vegetação. 
O microclima é a menor escala para compreensão, sofrendo alteração por parte da 
intervenção humana e, a partir dessa escala de atuação tem-se o clima urbano, o qual 
estaria presente os aspectos do meio urbano. 
Para a análise climática de uma região, deve ser observada as características 
geográficas (altitude, relevo, áreas hidrográficas), as oscilações de variáveis 
(temperatura, radiação solar, umidade, velocidade dos ventos) durante o ano e em 
seguida, analisar essas variantes ao longo do dia. Assim, percebe-se que todos os 
fatores devem ser levados em consideração quando o intuito é alcançar elevada taxa 
percentual de conforto térmico. 
 
2.1 VARIAÇÃO MÉDIA DE TEMPERATURA 
 
A variação média de temperatura trata de modo geral da localidade em estudo, 
a partir da análise do gráfico 1 é possível identificar aspectos significativos para 
caracterizar o clima da cidade de Uberlândia. 
De imediato, nota-se que a média de temperatura anual é de aproximadamente 
22°C, com a média máxima de 27°C e a mínima sendo de 18°C, dessa forma é levado 
em consideração que o clima da região apresenta moderada amplitude térmica devido 
a diferença de temperatura média não ser tão alta na comparação mensal. A 
temperatura média mensal está dentro da zona de conforto durante nove dos doze 
meses do ano, apenas nos meses de maio, junho e julho essa média está sendo 
verificada fora da zona com a tendência de ser épocas de temperatura mais baixa. 
Ao realizar a análise nos períodos de inverno e verão, é perceptível 
particularidades pertinentes na variação de temperatura em cada estação. Os meses 
de verão (dezembro, janeiro, fevereiro e março) apresentam uma sucinta modificação 
da temperatura média, quase permanecendo em estabilidade. Entretanto, nos meses 
8 
 
de inverno (junho, julho, agosto e setembro) verifica-se que a variação de temperatura 
é de maior significância em relação aos outros meses do ano, sendo assim, mais baixa 
e fora da zona de conforto nos meses de junho e julho, mas nos meses de agosto e 
setembro a média volta a fazer parte do trecho. Vale salientar, também, que o mês de 
setembro dispõe da maior amplitude térmica, ou seja,alta variação de temperatura, 
com máxima registrada de 33°C e mínima registrada de 11°C. 
 
 
 
 
2.1.1 VARIAÇÃO MÉDIA DE TEMPERATURA DIÁRIA MENSAL 
 
 
Ao observar o gráfico 2 percebe-se que o céu de Uberlândia é claro e com 
muita radiação direta principalmente no inverno, o que pode resultar em baixa 
umidade relativa do ar. Nos meses de outono e verão, essa radiação direta diminui ao 
passo que a radiação difusa aumenta, o que pode intuir que haja mais nebulosidade 
e precipitação de chuva, aumentando a umidade relativa do ar. Contudo, a radiação 
difusa permanece quase que constante durante todo o ano, embora seja menos 
acentuada no inverno. 
Gráfico 1: Variação média de temperatura. 
Fonte: Climate Consultant 6.0, 2021. 
9 
 
 
A variação média máxima permanece próxima a zona de conforto durante todo 
o ano. A respeito da variação mínima, há um destaque para a média dos meses de 
inverno, que podem ficar entre 15 e 20 ºC. Durante o verão é possível destacar uma 
regularidade na média mínima, sem tantas variações diárias, os extremos 
correspondem a máxima que pode chegar aproximadamente 35 ºC no mês de janeiro. 
As variações diárias mais significativas são identificadas no inverno, onde as 
temperaturas podem ir, aproximadamente, de 9 ºC até 35 ºC no mês de setembro. 
Dessa forma, é possível afirmar que o desconforto mais significativo está 
relacionado ao frio, uma vez que no período do inverno, a temperatura irá estar abaixo 
da zona de conforto. Em contrapartida, a média máxima permanece próxima a zona 
de conforto, mesmo que haja algumas ocorrências que registrem uma elevação da 
temperatura. 
 
 
 
 
 
 
 
2.2 TEMPERATURA DE BULBO SECO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gráfico 2: Variação de temperatura média diária mensal. 
Fonte: Climate Consultant 6.0, 2021. 
10 
 
Gráfico 3: Temperatura de bulbo seco. 
2.2 TEMPERATURA DE BULBO SECO 
 
Faz-se necessário pontuar que a temperatura de bulbo seco nada mais é que 
a temperatura do ar no local onde está localizado um termômetro. Logo como já 
inicialmente analisado no gráfico de variação média da temperatura e a partir do 
estudo do Gráfico 2, podemos constatar que Uberlândia apresenta temperaturas 
relativamente amenas, não chegando a ter picos de temperatura muito extremos, 
sendo sua média máxima ficando em torno dos 28º Celsius, temperatura essa que é 
percebida principalmente durante as horas que o sol está mais a pino, por volta do 
meio-dia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ainda assim, nos meses entre março e julho são apresentadas temperaturas 
moderadamente mais baixas nas horas de menor radiação solar quando em 
comparação com as temperaturas nos mesmos horários em outros meses do ano, 
panorama esse que se alinha com as estações do ano. Ainda se partindo dessa 
mesma premissa examinarmos e compararmos os gráficos 4 e 5, que descrevem 
respectivamente a variação da temperatura média de cada hora em um dia do ano, 
Fonte: Andrew Marsh Software, 2021. 
 
11 
 
Gráfico 5: Variação de 
temperatura dia 29 de janeiro. 
Gráfico 4: Temperatura de bulbo 
seco no dia 18 de junho. 
em um dos dias mais quente do ano (29 de janeiro) e um dentre os mais frios (18 de 
Junho), podemos verificar que as curvas de temperatura expõe variações bem 
elevadas e que giram em torno dos 10º Celsius. Interessante pontuar ainda que essas 
datas coincidem respectivamente com o meio tempo do verão e o fim do outono/início 
do inverno. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nota-se ainda que quando nos detemos dos gráficos, em que é exposta a 
variação média de temperatura em determinada hora do dia, essas amplitudes 
térmicas não são tão agressivas e tendem a ser de 4º Celsius durante todo o ano, já 
nas horas mais frias do dia (Gráfico 6) essas amplitudes são um pouco mais intensas, 
chegando nas últimas horas da madrugada a tender a uma variação de 6º Celsius. 
 
Gráfico 6: Variação de temperatura no horário de 5:00 da madrugada, em um ano. 
 
Fonte: Andrew Marsh Software, 2021. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Andrew Marsh Software, 2021. 
 
Fonte: Andrew Marsh Software, 2021. 
 
Fonte: Andrew Marsh Software, 2021. 
 
12 
 
Gráfico 7: Variação de temperatura no horário de 14:05 da tarde, em um ano. 
Gráfico 8: Umidade relativa do ar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.3 UMIDADE RELATIVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Umidade Relativa é medida através de uma porcentagem, posto que a 
própria diz respeito à relação entre a umidade absoluta - quantidade de massa de 
vapor de água que está contida no ar - e a quantidade máxima que aquele ar poderia 
Fonte: Andrew Marsh Software, 2021. 
 
Fonte: Andrew Marsh Software, 2021. 
 
13 
 
Gráfico 9: Médias mensais da velocidade do vento. 
suportar dessa mesma massa de vapor de água na mesma temperatura, que por sua 
vez é dado através do ponto de saturação. 
Dada a análise do gráfico 8, partindo do ponto de vista diário, percebe-se que 
as maiores porcentagens de umidade relativa estão associadas aos horários de 
ausência ou pouco incidência de radiação solar, sendo registradas entre 19:00 horas 
da noite e 7:00 horas da manhã, com valores máximos girando em torno de 88%. Os 
horários de menor umidade relativa correspondem aos horários diametralmente 
opostos, com picos nos horários entre 10:00 da manhã e 16:00 da tarde, com valores 
de até 26%. Índice esse que segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde está 
dentro de uma zona de atenção e merece cuidados especiais, à medida que começa 
a prejudicar a saúde humana em alguns aspectos, merecendo atenção especial no 
caso de Uberlândia, posto que apresenta uma variação de umidade relativa bastante 
extrema e frequente. 
Quando analisamos o mesmo gráfico partindo do ponto de vista anual, 
visualizamos que esses extremos de umidade relativa coincidem com as estações do 
ano e desta feita também estão muito associados aos indicadores pluviométricos. 
Posto que os meses entre maio e setembro atingem os valores mais baixos 
(Outono/Inverno) e entre Outubro e Abril os maiores (Primavera/Verão). Sendo esse 
padrão, em geral uma associação logicamente justificável, já que quanto mais chuvas 
são apresentadas o período maior será a umidade relativa do ar. 
 
2.4 VELOCIDADE DOS VENTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Climate Consultant 6.0, 2021. 
 
14 
 
Gráfico 10: Médias diárias da velocidade do vento. 
De uma forma geral quando analisamos a velocidade do vento do ponto de 
vista mensal encontramos picos máximos que giram em torno dos 3,77 m/s, com os 
períodos de maior velocidade entre os horários de 8:00 da manhã e 6:00 da tarde, 
valores bastante baixos quando comparado com outras localidades. Quando 
verificamos o gráfico do ponto de vista diário (Gráfico 10), notamos que o vento pode 
apresentar velocidades de até 8,1 m/s, que não apresentam um padrão definido nem 
diretamente nem mensalmente, sendo bastante ocasionais e atípicos, com uma leve 
tendência de maior ocorrência nos últimos meses do ano. 
Quando comparamos com a Escala de Beaufort, que classifica a intensidade 
dos ventos tendo em conta a sua velocidade e os efeitos resultantes das ventanias no 
mar e em terra e os seus respectivos efeitos. Observa-se deste modo que Uberlândia 
apresenta geralmente graus de 0 a 4, que correspondem à designação de Brisas e 
são capazes de agitar as folhas das árvores e mover os galhos das árvores, o que 
realmente descreve uma velocidade de vento média relativamente baixa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.5 RADIAÇÃO DE SUPERFÍCIES INCLINADAS 
A radiação de superfícies inclinadas, como o nome já aponta, é um índice que 
descreve os valores de incidência de radiação em determinada superfície. Importante 
Fonte: Climate Consultant 6.0, 2021. 
 
15 
 
Gráfico 11: Incidência de radiaçõesna fachada norte. 
Gráfico 12: Incidência de radiações na fachada sul. 
colocar que ligada a arquitetura, faz-se essencial a análise dessas radiações nas 
superfícies verticais: fachadas dos edifícios, para que se entenda o quanto elas serão 
atingidas por essas radiações e quanto elas podem aquecer diante dessa exposição, 
o que influencia diretamente os níveis de conforto ambiental que determinada 
edificação pode apresentar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quando analisamos o Gráfico 11, que versa sobre as fachadas voltadas ao 
Norte em Uberlândia, percebemos que elas recebem uma radiação máxima de até 
728,36 Wh/m², que está bem distribuída nos horários entre 9:00 da manhã e 15:00 da 
tarde, nos meses entre abril e novembro em uma intensidade mais constante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Climate Consultant 6.0, 2021. 
 
Fonte: Climate Consultant 6.0, 2021. 
 
16 
 
Gráfico 13: Incidência de radiações na fachada leste. 
Já na fachada Sul, descrita no Gráfico 12, podemos ver que a radiação é bem 
ínfima tanto em valores quanto em períodos de incidência, atingindo valores máximos 
que se concentram em poucas horas entre janeiro e dezembro, nas últimas horas de 
incidência solar, quando o sol está se pondo: entre 16:00 e 18:00 da tarde, o que 
também justifica os fatos desses valores de radiação serem mais baixos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
No Gráfico 13, que apresenta a radiação em relação à fachada Leste 
percebemos que são atingidos valores máximos que chegam a 857,42 Wh/m², uma 
radiação bastante razoável e comum a áreas tropicais, estando concentrada entre os 
horários de 7:00 da manhã e o meio-dia. São apresentados valores mais inferiores, 
durante os meses de outono e inverno (entre maio e setembro), valores esses 
consideravelmente reduzidos, o que pode indicar a presença de um céu mais 
encoberto durante esse período do ano, dentre os horários da manhã. 
 
 
 
 
 
Fonte: Climate Consultant 6.0, 2021. 
 
17 
 
Gráfico 14: Incidência de radiações na fachada oeste. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ainda o Gráfico 14, aponta a radiação incidente sob as fachadas voltadas à 
Oeste, que sem dúvida merecem uma atenção especial, posto que a construção como 
um todo já foi aquecida durante o dia e valores altos de radiação podem aumentar a 
temperatura a níveis que podem deixar os espaços extremamente desconfortáveis. 
Assim em Uberlândia, podemos ver níveis de radiação extremamente altos, que 
chegam aos 2024,39 Wh/m2, ou seja um céu bastante claro e sem presença de 
nuvens, mas com uma ocorrência bem específica em pouquíssimos dias do ano, em 
março e setembro. De uma forma geral os valores mesmo no inverno se mantêm 
bastante elevados, com as médias mensais girando em torno dos 850 Wh/m2, o que 
demanda uma atenção especial para as aberturas que estão alocadas nessas 
fachadas. 
 
2.6 CARTA PSICROMÉTRICA 
Na análise da carta psicrométrica é possível perceber como o clima de 
Uberlândia varia, para que assim possa se propor estratégias eficazes. Nessa análise 
estabelecemos apenas os parâmetros passivos para se alcançar o conforto. Antes 
de tudo, o índice pluviométrico (Figura 3) mostra como as chuvas estão distribuídas 
gerando verões chuvosos e invernos secos em Uberlândia, esse dado se faz 
importante pois mostra a variação da umidade relativa do ar, o que afeta diretamente 
a zona de conforto. 
Fonte: Climate Consultant 6.0, 2021. 
 
18 
 
Figura 3: Índice pluviométrico de Uberlândia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Estação inverno: 
 
Na carta psicrométrica do inverno, no período diurno (Gráfico 15), é possível 
perceber a variação climática que a cidade de Uberlândia pode apresentar. O inverno 
é marcado por secas, o que ocasiona uma baixa umidade relativa do ar. Com medidas 
passivas de se conseguir conforto, a porcentagem de horas dentro da zona de 
conforto corresponde a 77%, sendo o desconforto por frio o mais significativo. 
Uma medida possível de conseguir mais conforto seria o ganho interno de 
calor, podendo proporcionar 97% das horas dentro da zona de conforto. Importante 
ressaltar que essa é uma maneira considerada tanto ativa como passiva, uma vez que 
o calor pode ser gerado através da emissão da radiação dos eletrodomésticos, das 
pessoas e até mesmo de uma lareira, o que caracteriza estratégias passivas. 
 
Fonte: Climate Data, 2021. 
 
19 
 
 
 
 
As noites do inverno proporcionam 89% das horas dentro da zona de conforto 
(Gráfico 16), e novamente, utilizando o ganho interno de calor, essa porcentagem 
poderia aumentar para 99% das horas, já que o desconforto por frio continua sendo 
mais acentuado. Há uma melhora na umidade do ar durante a noite que se explica 
pela inexistência de radiação direta do sol. 
 
 
 
 
Gráfico 15: Carta Psicrométrica inverno - dia. 
Fonte: Climate Consultant 6.0, 2021. 
 
Gráfico 16: Carta psicrométrica inverno - noite. 
Fonte: Climate Consultant 6.0, 2021. 
 
20 
 
Gráfico 17: Carta psicrométrica verão - dia. 
 Estação verão: 
 
Em comparação com o inverno, o verão de Uberlândia caracteriza mais 
conforto durante o dia, com 92% das horas dentro da zona de conforto (Gráfico 17). 
Esse conforto é proporcionado pela menor variação climática das temperaturas 
mínimas, além do aumento da umidade relativa do ar através das chuvas de verão. O 
desconforto do verão está mais relacionado com esse aumento da umidade relativa, 
embora ele não seja tão acentuado durante o dia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Durante a noite, as horas que se encontram dentro da zona de conforto 
correspondem a 89%. O aumento da umidade se intensifica durante a noite já que não 
haverá incidência de radiação solar. Nesse cenário, não se teria desconforto por frio, 
e sim pela alta umidade. 
A porcentagem dessa zona de conforto poderia ser ampliada para 95% 
utilizando uma medida ativa para desumidificação do ar. Contudo, o nosso objetivo é 
analisar apenas as medidas passivas como mostra o gráfico 18. 
 
 
Fonte: Climate Consultant 6.0, 2021. 
 
21 
 
Gráfico 18: Carta psicrométrica verão - noite. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Anual 
 
Além de analisar os períodos extremos que correspondem ao inverno e ao 
verão, é necessária uma análise anual para que se possa ter uma relação entre as 
outras estações do ano. Para essa análise anual, foi realizada a verificação em duas 
situações: a porcentagem de horas dentro da zona de conforto sem nenhuma medida 
estratégica, e a porcentagem de horas dentro da zona de conforto utilizando apenas 
medidas passivas. 
Sem nenhuma medida estratégica (Gráfico 19), Uberlândia apresenta 44% das 
horas de conforto térmico. É possível perceber que a interpretação na variação de 
temperatura indica que há uma certa igualdade de desconforto por frio e calor. 
Com medidas de estratégias passivas (Gráfico 20), 88% das horas estariam 
dentro da zona de conforto, e agora, é possível perceber que o desconforto da cidade 
de Uberlândia está relacionado ao frio. O ganho interno de calor, mesmo sendo 
desconsiderado para essa análise como forma passiva, pode proporcionar que 97% 
das horas anuais estejam em conforto térmico. 
 
Fonte: Climate Consultant 6.0, 2021. 
 
22 
 
 
 
 
 
 
 
2.7 ROSA DOS VENTOS 
A Rosa dos Ventos torna-se um fator bastante interessante a ser analisado 
devido ao conteúdo competente, tratando da velocidade dos ventos, porcentagem de 
horas que o vento virá de uma direção específica, umidade e a temperatura registrada 
no momento. Para concepção arquitetônica é de grande relevância a análise desses 
Gráfico 19: Carta psicrométrica anual - sem medidas estratégicas. 
Fonte: Climate Consultant 6.0, 2021. 
 
Gráfico 20: Carta psicrométrica anual - estratégias passivas. 
Fonte: Climate Consultant 6.0, 2021. 
 
23 
 
dados, visto que a orientação e disposição do projeto emrelação ao sentido dos 
ventos, influenciará no percentual de conforto térmico. 
A primeira análise a ser feita é na proporção anual (gráfico 21), observa-se que 
a maior frequência de horas dos ventos será por meio da direção nordeste. É 
perceptível que há, também, presença de ventos nas outras direções, porém com 
menor porcentagem. Para uma percepção e entendimento mais detalhado, faz-se 
necessário a inspeção desse tipo de diagrama em períodos de tempo reduzido. 
 
 
 
 
 
Segmentando o período de tempo anual, a análise da Rosa dos ventos foi 
realizada na escala das estações, fazendo o estudo da época de inverno e verão. 
No gráfico 22, está presente as informações sobre o inverno durante as horas 
do dia, a presença de ventos entre o ponto Norte e Leste é a mais frequente, atingindo 
e até mesmo ultrapassando a faixa de 10% das horas do tempo de inverno com ventos 
nessa orientação e apresentando uma velocidade média de aproximadamente 3m/s, 
mas com máxima de 6m/s. A taxa percentual de horas dos demais sentidos vão ser 
muito baixa. 
Gráfico 21: Rosa dos ventos anual. 
Fonte: Climate Consultant 6.0, 2021. 
 
24 
 
 
 
 
Com a finalidade de contemplar uma melhor análise, as informações no inverno 
durante o período noturno, o qual a temperatura irá cair, também foram consideradas. 
Observa-se no gráfico 23, que o sentido mais frequente dos ventos continuará sendo 
da porção Nordeste, em direções específicas dentro da faixa Norte - Leste a 
porcentagem de horas chegará a 20%, já a velocidade dos ventos apresenta uma 
baixa, será de aproximadamente 2m/s com máxima atingindo apenas um pouco mais 
que 4 m/s. 
 
 
 
Gráfico 22: Rosa dos ventos inverno - dia 
Fonte: Climate Consultant 6.0, 2021. 
 
Gráfico 23: Rosa dos ventos inverno - noite. 
Fonte: Climate Consultant 6.0, 2021. 
 
25 
 
Tendo em vista que a verificação da Rosa dos ventos na estação do inverno foi 
necessária para melhor entendimento do sentido e velocidade da ventilação, 
considera-se indiscutível a análise no verão, caracterizado como o período que 
determinado hemisfério fica mais próximo do sol, compreendendo que essas 
características são opostas para as duas estações mencionadas. 
É observado no gráfico 24 que a frequência de ventos no verão durante o dia, 
estende-se do ponto Oeste ao Leste por meio da porção Norte, com variações na 
porcentagem, mas não atingindo nem 10% das horas em um mesmo sentido. Ou seja, 
fazendo a comparação com os meses de inverno, no verão onde terá uma elevação 
de temperatura, os ventos estão mais dispersos em variadas direções. A velocidade 
média será de aproximadamente 2,5m/s, com máximas registradas de até mesmo 
8m/s. 
 
 
 
 
Para finalizar a averiguação dos gráficos da Rosa dos ventos, tem-se 
informações sobre o verão no período da noite (gráfico 25). Com uma queda brusca 
na temperatura, verifica-se que o sentido dos ventos não será tão disperso como no 
horário diurno, o maior intervalo de horas será novamente na porção Nordeste, como 
no inverno, mas apresentando alguns horários nos demais sentidos. A velocidade dos 
ventos nesse horário cai, não chegando a 2m/s. 
Gráfico 24: Rosa dos ventos verão - dia. 
Fonte: Climate Consultant 6.0, 2021. 
 
26 
 
Figura 4: Ganho de calor solar e 
sombreamento de aberturas. 
 
 
 
3. ESTRATÉGIAS 
 
Considerando as variáveis do clima de Uberlândia, buscando atingir o conforto 
térmico através de medidas passivas identificadas na carta psicrométrica (88% das 
horas dentro da zona de conforto) podemos destacar as estratégias: 
Sombreamento de aberturas - A porcentagem desse parâmetro corresponde 
a 28,3%. É necessário que as aberturas sejam bem protegidas devido à alta radiação 
direta durante todo o ano. 
Ganho solar direto com alta massa térmica - Como observado, o clima de 
Uberlândia causa mais desconforto por frio, sendo assim, no inverno essa seria uma 
ótima estratégia, visto que abrange 14,5% das horas dentro da zona de conforto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gráfico 25:Rosa dos ventos verão - noite. 
Fonte: Climate Consultant 6.0, 2021. 
 
Fonte: Google Imagens, 2021. 
27 
 
Alta massa térmica com ventilação noturna - Essa medida apresenta 20,8% 
das horas dentro da zona de conforto sendo extremamente importante. Se proteger 
do clima externo é uma estratégia indispensável no clima de Uberlândia, uma vez que 
a variação máxima e mínima pode ser bem perceptível no inverno. A ventilação 
noturna pode contribuir no resfriamento durante o verão. 
Ventilação natural - Essa estratégia inclui 17,6% das horas dentro da zona de 
conforto, sendo bem aproveitada no verão onde tem uma alta umidade do ar. 
 
 
 
 
É importante considerar algumas estratégias mais específicas que envolvem 
algumas características como: o aumento da umidade relativa no inverno, poderia se 
adotar espelho d’água no projeto. O próprio ganho de calor interno, através de alguma 
medida passiva, também seria capaz de resolver o desconforto relacionado ao frio, 
aumentando assim o conforto térmico para projetos na cidade de Uberlândia. 
 
4. ANÁLISE DO PROJETO 
 
4.1 DESCRIÇÃO GERAL 
O Projeto Centro Cultural MeCA (Memória, Cultura e Arte), trata-se de um 
Espaço Cultural destinado a exposições, oficinas técnicas, auditório, galeria para 
eventos, localizado no município de Uberlândia em Minas Gerais, com o intuito de 
promover a prática e o exercício de ações culturais, visando a participação coletiva da 
sociedade. O presente projeto foi submetido ao Concurso Estudantil de Arquitetura 
Fonte: Google Imagens, 2021. Fonte: Google Imagens, 2021. 
Figura 6: Ventilação natural. Figura 5: Massa térmica. 
28 
 
Bioclimática da Bienal José Miguel Aroztegui e teve como objetivo a utilização de 
estratégias climáticas passivas, com a finalidade de se adequar ao clima variável da 
região, logo buscando atingir grande percentual de conforto térmico. 
 
4.2 ESTRÁTÉGIAS UTILIZADAS 
Implantação e orientação do edifício: 
O terreno escolhido é localizado próximo ao rio Uberabinha, apresentando 
acentuada declividade à calha do rio. Foi buscado garantir um afastamento generoso 
dos limites do lote (observa-se na figura 7), para garantir acesso à luz natural e aos 
ventos, essa disposição no terreno aliado a suas proporções levou a uma orientação 
ligeiramente desfavorável à insolação, mas favorável aos ventos dominantes. Nesse 
projeto é exposto explicitamente que a admissão do vento foi considerada mais 
importante que o bloqueio ao sol, devido ao fato que os elementos projetuais podem 
ser e foram usados para bloquear o sol, mas dificilmente teriam uma solução se a 
circulação de ventilação natural tivesse sido comprometida. 
 
 
 
 
Fonte: Prancha do Centro Cultural MeCA. 
 
Figura 7: Implantação. 
29 
 
Utilização de brises: 
Com o intuito de melhorar a ventilação, além de contribuir na iluminação natural 
e objetivando a ausência de iluminação artificial durante o dia, o projeto foi idealizado 
com um “pano de brises” que envolve boa parte da edificação (Figura 6). Com a 
utilização dos brises orientados na horizontal, o projeto busca conter a radiação direta 
do sol promovendo sombreamento das aberturas e a ventilação natural. 
 
 
 
A estratégia dos brises é um pouco preocupante, pois para o clima de 
Uberlândia, que necessita de uma alta massa térmica para se proteger dos extremos 
nas variações anuais, essa não parece ser uma boa alternativa. Além do desconforto 
em relação as variações térmicas máximas e mínimas externas, a exposição de obras 
em seu interior (Figura 9) estará sujeita a deterioração provocada por essas mudanças 
climáticas. 
 
 
Fonte: Prancha do Centro Cultural MeCA. 
 
Fonte: Prancha do Centro Cultural MeCA. 
 
Fonte: Prancha do Centro Cultural MeCA. 
 
Figura 9: Brises horizontais. Figura 8: Iluminação indireta e ventilação. 
Figura 10: Exposição de obras. 
30 
 
Resfriamentopor evapo-transpiração: 
A evapo-transpiração consiste no processo de transferência da água do solo e 
vegetação para a atmosfera terrestre através da evaporação. No projeto é adotado 
uma cobertura vegetal que consiste no bloqueio da radiação solar direta funcionando 
como um isolante térmico, além de conter as águas de chuva evitando que o sistema 
de coleta de águas sobrecarregue (Figura 10). 
 
 
 
Chaminé solar: 
A chaminé solar é uma estratégia bioclimática adaptada a climas quentes que 
tenta melhorar o conforto no edifício a medida que melhora a sua ventilação. O seu 
funcionamento é dado através de uma superfície de vidro e uma placa absorvedora 
(Figura 11), que quando submetidas a radiação solar faz com que a temperatura seja 
absorvida por essa placa e transferida a coluna de ar imediatamente ao redor da 
própria, assim é induzido o efeito “Chaminé” , posto que as diferenças de temperatura 
e pressão entre a entrada e a saída do ar que existem (Figura 12), fazem-no ser 
expulso por uma abertura, desta feita forçando outro ar mais frio ocupar o mesmo 
lugar e gerando ao fim de todo esse processo uma corrente de ar que favorece 
ventilação do edifício. 
Fonte: Prancha do Centro Cultural MeCA. 
 
Figura 11: Cobertura vegetal. 
31 
 
Aproveitando-se desse processo o projeto do Museu tenta se beneficiar dessas 
questões embora não fique suficientemente claro que essa diferença de temperatura 
seja realmente expressivo ao ponto desse fenômeno se efetivar, o que poderia intuir 
que talvez em algumas horas do dia esse sistema fosse ineficiente ou precisasse de 
um auxílio de um processo artificial que ajudasse a exaustão do ar quente. 
 
 
 
Inércia térmica do solo: 
Outra estratégia que foi empregada por esse projeto, foram as do tipo de 
contato do solo, elas favorecem o conforto, posto que reduzem a carga térmica e 
atuam como um dissipador de calor através do acondicionamento técnico por taludes, 
reduzindo assim o ganho térmico através da resistência do fechamento. Sendo ainda 
o solo maciço, sua temperatura é sempre inferior em relação as mudanças constantes 
do ar, logo o edifício constantemente transfere o seu calor para o solo, resfriando-se. 
Logo já que os pisos das oficinas e do depósito do acervo, foi semienterrado 
(Figura 13) justamente para favorecer esse efeito de inércia térmica do solo, essa 
estratégia, dado o clima de Uberlândia -bem inconstante durante o dia- favorece muito 
o conforto dos ambientes e pode ser considerado umas das melhores estratégias 
bioclimáticas apresentadas, à medida que atua em contraponto a essa variação 
brusca, tentando amenizá-la. 
Fonte: Prancha do Centro Cultural 
MeCA. 
 
Fonte: Prancha do Centro Cultural MeCA. 
. 
Figura 13: Chaminé solar. Figura 12: Funcionamento da chaminé solar. 
32 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Zoneamento estratégico: 
Em conjunto com todas essas estratégias, o zoneamento e distribuição dos 
recintos no edifício foi levado em conta o efeito de estratificação das temperaturas, 
criando zonas em níveis diferentes de acordo com o horário de uso de cada ambiente. 
Os espaços de uso diurno foram dispostos no nível mais baixo, onde a temperatura 
será mais amena e com pés direitos altos, de 3.40, assim, o calor permaneceria acima 
das pessoas. As atividades de administração interna, e atividades noturnas como a 
galeria de eventos estão no nível mais alto. 
 
5. CONCLUSÃO 
 
Portanto, dada todas essas análises e considerações, entende-se que o projeto 
coloca seus esforços muito mais em descrever as estratégias e utilizar as mais 
variadas e numerosas estratégias possíveis. Logo colocando em detrimento uma 
caracterização climática melhor fundamentada e por conseguinte uma avaliação de 
eficiência das estratégias utilizadas em específico para esse clima de Uberlândia, 
posto que por si só é um desafio gigantesco em termos de arquitetura bioclimática, 
diante de variações de temperatura e umidade tão marcadamente altos e constantes 
diariamente. 
Fonte: Prancha do Centro Cultural MeCA. 
Figura 14: Piso semienterrado.

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