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29º CPR29º CPR 1 ADMINISTRATIVO PONTO A PONTO – parte 1 1. a. Conceito, objeto e fontes do Direito Administrativo. Direito Administrativo Constitucional.1. a. Conceito, objeto e fontes do Direito Administrativo. Direito Administrativo Constitucional. 20. b. A Administração Pública sob os aspectos orgânico, formal e material. Administração Pública20. b. A Administração Pública sob os aspectos orgânico, formal e material. Administração Pública e governo.e governo. 3a Funções (atividades) administrativas. Função consultiva. Função de regulação. Função de3a Funções (atividades) administrativas. Função consultiva. Função de regulação. Função de controle. Função de fomento.controle. Função de fomento. 7. b. Teoria do órgão. Representação judicial das pessoas de Direito Público.7. b. Teoria do órgão. Representação judicial das pessoas de Direito Público. 12. b. Hierarquia. Delegação e avocação de competências. 12. b. Hierarquia. Delegação e avocação de competências. 5. c. Desconcentração e descentralização administrativa. Privatização.5. c. Desconcentração e descentralização administrativa. Privatização. 8. a. Administração Pública direta. A estrutura da Administração Pública Federal.8. a. Administração Pública direta. A estrutura da Administração Pública Federal. Referenncia Bibliograifica: Direito Administrativo DescomplicadoReferenncia Bibliograifica: Direito Administrativo Descomplicado11 Direito Administrativo EsquematizadoDireito Administrativo Esquematizado22 1- FUNÇÕES ESTATAIS O Estado Brasileiro e i uma federação (CF, art. 1º, caput, e art. 18), ou seja, no territoirio nacional coexistem diversos entes, isononmicos entre si, com autonomia polítiitica (chamados entes federados ou pessoas polítiiticas): Unia,o, estados, DF e municítiipios. A autonomia política ei traduzida pela capacidade de auto-organização (elaboraça,o das proiprias constituiço,es ou leis organnicas) e pela possibilidade de legislar (editar leis com fundamento em competenncias proiprias atribuítiidas pela CF). Por outro lado, o art. 2º da CF estabelece que sa,o Poderes da Repuiblica, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciairio. Esse dispositivo enuncia o Princípio da Separação dos Poderes. O que existe ei uma divisa,o na,o rítiigida, entre oirga,os na,o subordinados um ao outro (ditos oPoderes”), das funço,es estatais de legislar, de exercer a administraça,o puiblica e de julgar. Cada uma dessas ei atribuítiida como funça,o principal (ou funça,o títiipica) a cada um dos Poderes. A funça,o títiipica do P. Executivo ei o exercítiicio da administraça,o puiblica em sentido amplo, ei dar cumprimento a s leis, aplicando o direito aos casos concretos na,o litigiosos. A funça,o principal do P. Judiciairio ei dizer o direito aplicaivel aos casos litigiosos (exercer a jurisdiça,o). O P. Legislativo, a rigor, possui duas funço,es títiipicas: editar atos normativos primairios aptos a inovar o ordenamento jurítiidico e fiscalizar a atuaça,o de toda a administraça,o puiblica (controle polítiitico). Ao lado de sua funça,o principal, cada um dos Poderes exerce, em caraiter secundairio, ou de forma atítiipica, as demais funço,es estatais. Em suma, no Brasil existem administração pública e exercício de atividade administrativa em todos os Poderes, e em todos os entes federados . As regras e princítiipios atinentes ao direito administrativo alcançam tambeim os oirga,os administrativos e as atividades administrativas dos P. Legislativo e Judiciairio. 2- CONCEITO E OBJETO DO DIREITO ADMINISTRATIVO 1 ALEXANDRINO, Marcelo, PAULO, Vicente. Direto Administrativo Descomplicado, 23 ed. Sa,o Paulo, Meitodo, 2015. 2 ALEXANDRE, Ricardo; DEUS, João de. Direito Administrativo Esquematizado. 1 ed. Meitodo, 2015. 29º CPR29º CPR 2 O direito e i tradicionalmente dividido em dois grandes ramos: direito público e direito privado. O DIREITO PÚBLICO tem por objeto principal a regulaça,o dos interesses da sociedade como um todo, a disciplina das relaço,es entre esta e o Estado e o regramento das relaço,es das entidades e oirga,os estatais entre si. Tutela o interesse puiblico, so i alcançando as condutas individuais de forma indireta ou reflexa. E caracterizado pela desigualdade nas relações jurídicas por ele regidas, tendo em conta a prevalência do interesse público sobre o privado. Quando o Estado atua na defesa do interesse puiblico, goza de certas prerrogativas que o situam em posiça,o jurítiidica de superioridade ante o particular, evidentemente, em conformidade com a lei e respeitadas as garantias individuais. Integram esse ramo o direito constitucional, o direito administrativo, o direito tributairio, o direito penal etc. O DIREITO PRIVADO tem como escopo principal a regulaça,o dos interesses particulares, como forma de possibilitar o convítiivio das pessoas em sociedade e uma harmoniosa fruiça,o de seus bens. A sua nota caracterítiistica e i a existenncia de igualdade jurídica entre os polos das relaço,es por ele regidas. Mesmo o Estado, quando na,o esta i atuando diretamente na tutela do interesse puiblico, pode ser parte em relaço,es jurítiidicas regidas (predominantemente) pelo direito privado, em posiça,o de igualdade jurítiidica. O direito comercial e o direito civil sa,o os integrantes títiipicos do direito privado. O direito administrativo é um dos ramos do direito público, uma vez que rege a organizaça,o e o exercítiicio de atividades do Estado voltadas para a satisfaça,o de interessesinteresses públicospúblicos. Mas o Estado pode tambeim figurar nas relaço,es jurítiidicas despedido de prerrogativas puiblicas. Quando a administraça,o comparece sem revestir a qualidade de poder puiblico (ex. contrato de locaça,o, na condiça,o de locatairia), as relaço,es de que participa sa,o regidas, predominantemente, pelo direito privado. Apesar disso, tais relaço,es sa,o objeto do direito administrativo, estando sempre sujeitas, em variaivel medida, a regras e princítiipios proiprios desse ramo do direito, tais quais o princítiipio da indisponibilidade do interesse puiblico, o princítiipio da publicidade, o princítiipio da probidade. As relaço,es entre os agentes puiblicos que mantenm vítiinculo funcional permanente de natureza contratual com a administraça,o puiblica, sujeitos a CLT, sa,o de natureza trabalhista (celetista), e regidas predominante pelo direito privado, mas, na,o obstante, constituem objeto de direito administrativo, pela mesma raza,o acima apontada. Ainda, sa,o objeto do direito administrativo atividades de administraça,o puiblica em sentidoatividades de administraça,o puiblica em sentido materialmaterial que, embora exercidas por particulares, o sa,o sob regime de direito puiblicoo sa,o sob regime de direito puiblico. E o que ocorre com as delegatairias de serviços puiblicos, pessoas privadas, na,o integrantes da administraça,o puiblica, mas que, na prestaça,o dos serviços puiblicos delegados, esta,o sujeitos a regras de direito puiblico, pertinentes ao direito administrativo. Resumindo!!! O objeto do direito administrativo abrange todas as relaço,esrelaço,es internas a internas a administraça,o puiblicaadministraça,o puiblica – entre os oirga,os e entidades administrativas, uns com os outros, e entre a administraça,o e seus agentes, estatutairios e celetistas – , todas as relaço,es entre a administraça,orelaço,es entre a administraça,o e os administrados, regidas predominantemente pelo direito puiblico ou privadoe os administrados, regidas predominantemente pelo direito puiblico ou privado, bem como atividades de administraça,o puiblica em sentido material exercidas por particulares sob o regimeatividades de administraça,o puiblica em sentido material exercidaspor particulares sob o regime de direito puiblico a exemplo da prestaça,o de serviços mediante concessa,o e permissa,o.de direito puiblico a exemplo da prestaça,o de serviços mediante concessa,o e permissa,o. 29º CPR29º CPR 3 Embora atividade de administraça,o puiblica seja funça,o títiipica do poder executivo, os outros poderes tambeim praticam atos que, pela sua natureza, sa,o objeto do direito administrativo. Atenção!!! A função política de governo (elaboraça,o de polítiiticas puiblicas) NÃO constitui objeto de estudo do direito administrativo. EXTRA - DIREITO ADMINISTRATIVO ESQUEMATIZADO (ALEXANDRE, 2015)EXTRA - DIREITO ADMINISTRATIVO ESQUEMATIZADO (ALEXANDRE, 2015) “Conceito de Direito Administrativo O conceito de Direito Administrativo depende dos criteirios utilizados para a formulaça,o do proiprio conceito. Esses criteirios podem ser unitairios (unidimensionais ou simples), quando sa,o utilizados de forma isolada, ou conjugados (pluridimensionais ou compostos), quando o conceito se apoia em pelo menos dois criteirios. Dentre os criteirios unitairios adotados sobressaem-se os apresentados a seguir. 1.3.4.1. Critério legalista (Escola Legalista) Para os integrantes da corrente legalista (chamada de Escola Legalista), o Direito Administrativo consiste na disciplina jurítiidica responsaivel pelo estudo das normas administrativas (leis, decretos, regulamentos) de um determinado paítiis. Esta definiça,o padece por na,o esclarecer o que sa,o normas administrativas. 1.3.4.2. Critério do Poder Executivo Alguns autores, utilizando a noça,o de Poder Executivo, conceituam o Direito Administrativo como aconceituam o Direito Administrativo como a disciplina jurítiidica das atividades do Poder Executivodisciplina jurítiidica das atividades do Poder Executivo. Esta noça,o tambeim se revelou insuficiente, haja vista que a funça,o administrativa tambeim e i exercida pelos Poderes Legislativo e Judiciairio, de forma atítiipica. Ademais, o Poder Executivo, aleim das funço,es administrativas, exerce as funço,es de governo, que na,o sa,o objeto de estudo do Direito Administrativo. 1.3.4.3. Critério do Serviço Público (ou Escola do Serviço Público) A Escola do Serviço Puiblico surgiu na FrançaFrança, inspirada na jurisprudenncia do Conselho de Estado Francens, que, a partir do caso Blanco (1873), passou a fixar a competenncia dos Tribunais Administrativos em raza,o da execuça,o de serviços puiblicos. Essa escola se desenvolveu em torno de Essa escola se desenvolveu em torno de duas concepço,esduas concepço,es: a primeiraprimeira, cujos principais expoentes sa,o Duguit e Bonnard, considerava o serviço puiblico em sentido amplo, abrangendo todas as funço,es do Estado (inclusive a judiciairia), sem especificar o regime jurítiidico a que estas se sujeitavam; a segundasegunda, cujo nome mais destacado e i o de Je ze, ao contrairio, adotava o sentido estrito de serviço puiblico, para compreender apenas as atividades materiais exercidas pelo Estado para a satisfaça,o de necessidades coletivas, desde que submetidas a regime exorbitante de direito comum. Qualquer que seja o sentido que se atribua a expressa,o serviço puiblico, ela na,o serve para definir o objeto do Direito Administrativo, uma vez que o sentido amplo ultrapassa o seu objeto e o sentido estrito deixa de lado mateirias a ele pertinentes, a exemplo dos serviços puiblicos exercidos parcialmente sob regime de direito privado. A propoisito, as provas de concurso puiblico tenm abordado as diversas escolas, principalmente a do serviço puiblico. A títiitulo de exemplo, o CESPE, na prova para Advogado da Unia,o/2009, considerou correta a seguinte afirmativa: “Na França, formou-se a denominada Escola do Serviço Público, inspirada na jurisprudência do Conselho de Estado, segundo a qual a competência dos tribunais administrativos passou a ser fixada em função da execução de serviços públicos”. 29º CPR29º CPR 4 Jai a ESAF, no concurso para Procurador do Distrito Federal/2007, considerou incorreta a seguinte proposiça,o: oNa evoluça,o do conceito de Direito Administrativo, surge a Escola do Serviço Puiblico, que se desenvolveu em torno de duas concepço,es. Na concepça,o de Leon Duguit, o Serviço Puiblico deveria ser entendido em sentido estrito, abrangendo toda a atividade material, submetida a regime exorbitante do direito comum, desenvolvida pelo Estado para a satisfaça,o de necessidades da coletividade”. Como se observa, a referida assertiva foi considerada incorreta em raza,o de que Duguit definia o serviço puiblico em sentido amplo, e na,o em sentido estrito, conforme afirmado no item. 1.3.4.4. Critério das relações jurídicas Hai quem trate o Direito Administrativo como o conjunto de normas que regem as relaço,es jurítiidicasconjunto de normas que regem as relaço,es jurítiidicas entre a Administraça,o e os administrados.entre a Administraça,o e os administrados. O criteirio ei insuficiente porque hai outras disciplinas jurítiidicas que tambeim tenm esse mesmo objetivo, a exemplo do direito constitucional e tributairio. Aleim disso, essaAleim disso, essa noça,o deixa de fora as normas referentes a organizaça,o interna da Administraça,o, a atividade por elanoça,o deixa de fora as normas referentes a organizaça,o interna da Administraça,o, a atividade por ela exercida e a disciplina jurítiidica atinente aos bens puiblicosexercida e a disciplina jurítiidica atinente aos bens puiblicos. 1.3.4.5. Critério teleológico (ou finalístico) Os adeptos do criteirio teleoloigico (ou finalítiistico) consideram o Direito Administrativo como o conjunto de normas que disciplinam a atuaça,o concreta do Estado para consecuça,o de seus fins (fins puiblicos). Abordando o criteirio teleoloigico, o CESPE, na prova para Advogado da Unia,o/2009, considerou incorreta a seguinte afirmaça,o: oPelo criteirio teleoloigico, o Direito Administrativo ei considerado como o conjunto de normas que regem as relaço,es entre a administraça,o e os administrados. Tal criteirio leva em conta, necessariamente, o caraiter residual ou negativo do Direito Administrativo”. Como se observa, a afirmativa na,o corresponde ao criteirio teleoloigico, mas ao criteirio negativo ou residual, que serai tratado a seguir. 1.3.4.6. Critério negativo ou residual Essa corrente tem relaça,o com a anterior. Para os seus defensores, o Direito Administrativo tem por objeto as normas que disciplinam as atividades desenvolvidas para a consecuça,o dos fins puiblicos, excluítiidas a atividade legislativa e a jurisdicional, aleim das atividades patrimoniais, regidas pelo direito privado. 1.3.4.7. Critério da Administração Pública Os autores que adotam esse criteirio afirmam que o Direito Administrativo corresponde ao conjunto de princítiipios e normas que regem a Administraça,o Puiblica. Aplicando a definiça,o anterior, a ESAF, na prova para Procurador do Distrito Federal/2007, considerou correta a seguinte proposiça,o: oNa busca de conceituaça,o do Direito Administrativo encontra- se o criteirio da Administraça,o Puiblica, segundo o qual, sinteticamente, o Direito Administrativo deve ser concebido como o conjunto de princítiipios que regem a Administraça,o Puiblica”. 1.3.4.8. O conceito de direito administrativo na doutrina nacional A controveirsia acerca do conceito de direito administrativo tambeim ei a tonnica no que concerne a doutrina nacional, ora dando prioridade a um dos criteirios apontados nos itens anteriores, ora tentando conciliai-los em um conceito mais amplo. A títiitulo exemplificativo, o saudoso Hely Lopes Meirelles conceituou direito administrativo como o oconjunto harmonnico de princítiipios jurítiidicos que regem os oirga,osoirga,os, os agentesagentes e as atividades puiblicasatividades puiblicas tendentes a realizar concretaconcreta, diretadireta e imediatamenteimediatamente os fins desejadospelo Estado”. Ja i Celso Antonnio Bandeira de Mello afirma que oo direito administrativo ei o ramo do direito puiblico que disciplina a funça,o administrativa, bem como pessoas e oirga,os que a exercem”. Por seu turno, Maria Sylvia Zanella Di Pietro define o direito administrativo como oo ramo do direito puiblico que tem por objeto os oirga,os, agentes e 29º CPR29º CPR 5 pessoas jurítiidicas administrativas que integram a Administraça,o Puiblica, a atividade jurítiidica na,o contenciosa que exerce e os bens de que se utiliza para a consecuça,o de seus fins, de natureza puiblica”. Por sua vez, para Josei dos Santos Carvalho Filho, o direito administrativo pode ser considerado como oo conjunto de normas e princítiipios que, visando sempre o interesse puiblico, regem as relaço,es jurítiidicas entre as pessoas e oirga,os do Estado e entre este e as coletividades a que devem servir”. Entendemos que sa,o escorreitos todos os conceitos apresentados anteriormente, cujas notas distintivas residem nos criteirios escolhidos pelos respectivos autores. Na,o obstante, registramos que, para nois, direito administrativo e i o conjunto de normas e princítiipios que, norteados pela busca da consecuça,o do interesse puiblico, estabelecem a disciplina jurítiidica do exercítiicio da funça,o administrativa pelos agentes, oirga,os e entidades do Estado ou de quem lhe faça as vezes.” 2- SISTEMAS ADMINISTRATIVOS: SISTEMA INGLÊS E SISTEMA FRANCÊS SISTEMA ADMINISTRATIVO e i o regime adotado pelo Estado para o controle dos atos administrativos ilegais ou ilegítiitimos praticados pelo poder puiblico nas diversas esferas e em todos os Poderes. Sa,o dois os sistemas existentes: inglens e francens. SISTEMA INGLÊS (ou de unicidade de jurisdição): e i aquele em que todos os litítiigios – administrativos ou que envolvam interesses exclusivamente privados – podem ser levados ao P. Judiciairio, uinico que dispo,e de competenncia para dizer o direito aplicaivel aos casos litigiosos, de forma definitiva, com força da chamada ocoisa julgada”. Diz-se que somente o P. Judiciairio tem jurisdiça,o, em sentido proiprio. IMPORTANTE!!!IMPORTANTE!!! A adoção do sistema de jurisdição única não implica a vedação a A adoção do sistema de jurisdição única não implica a vedação a existência de solução de litígios em âmbito administrativo.existência de solução de litígios em âmbito administrativo. O que se assegura nesse sistema O que se assegura nesse sistema ei que qualquer litítiigio, de qualquer natureza, ainda que jai tenha sido iniciado (ou concluítiido) naei que qualquer litítiigio, de qualquer natureza, ainda que jai tenha sido iniciado (ou concluítiido) na esfera administrativa pode, sem restriço,es, ser levada a apreciaça,o pelo P. Judiciairio. (princítiipioesfera administrativa pode, sem restriço,es, ser levada a apreciaça,o pelo P. Judiciairio. (princítiipio da inafastabilidade da jurisdiça,o)da inafastabilidade da jurisdiça,o) O sistema de unicidade de jurisdiça,o na,o impede a realizaça,o do controle de legalidade dos atos administrativos pela proipria administraça,o puiblica que os tenha editado. SISTEMA FRANCÊS (ou de dualidade de jurisdição): e i aquele em que se veda o conhecimento pelo P. Judiciairio de atos da administraça,o puiblica, ficando estes sujeitos a chamada jurisdiça,o especial do contencioso administrativocontencioso administrativo, formada por tribunais de ítiindole administrativa. Nesse sistema ha i a jurisdição administrativa (formada pelos tribunais de natureza administrativa, com plena jurisdiça,o em mateiria administrativa) e a jurisdiça,o comum (formada pelos oirga,os do P. Judiciairio, com a competenncia de resolver os demais litítiigios). IMPORTANTE!!!IMPORTANTE!!! O BRASIL ADOTOU O SISTEMA DE JURISDIÇÃO ÚNICA O BRASIL ADOTOU O SISTEMA DE JURISDIÇÃO ÚNICA , consagrado no, consagrado no denominado denominado princípio da inafastabilidade de jurisdiçãoprincípio da inafastabilidade de jurisdição , que se encontra expresso como, que se encontra expresso como garantia individualgarantia individual, ostentando , ostentando statusstatus de cláusula pétrea, de cláusula pétrea, no inciso XXXV do art. 5º da CF. no inciso XXXV do art. 5º da CF. Assim, o administrado sempre poderai recorrer ao P. Judiciairio, atei mesmo depois de haver percorrido todas as instanncias existentes na via administrativa. Resumindo!!!Resumindo!!! Embora Embora no Brasil sejam comuns processos, procedimentos, e mesmo litítiigios, instaurados e solucionados em anmbito administrativo, sempre que o administrado entender que houve lesa,o a direito seu, podera i recorrer ao P. Judiciairio, antes ou depois de 29º CPR29º CPR 6 esgotada a via administrativa. Somente apois esgotada a via judicial pela particular a questa,o suscitada estarai definitivamente solucionada. IMPORTANTE!!!IMPORTANTE!!! Existem pelo menos trens hipoiteses em nosso ordenamento jurítiidico nas Existem pelo menos trens hipoiteses em nosso ordenamento jurítiidico nas quais se exige o exaurimento, ou a utilizaça,o inicial da via administrativa, como condiça,o paraquais se exige o exaurimento, ou a utilizaça,o inicial da via administrativa, como condiça,o para acesso ao P. Judiciairio, a saber:acesso ao P. Judiciairio, a saber: Art. 217, §1º e 2º da CF. CF Art. 217 § 1º - O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, regulada em lei. § 2º - A justiça desportiva terá o prazo máximo de sessenta dias, contados da instauração do processo, para proferir decisão final. O ato administrativo, ou a omissa,o da administraça,o puiblica, que contrarie súmula vinculante so i pode ser alvo de reclamação ao STF depois de esgotadas as vias administrativas. E indispensaivel para caracterizar o interesse de agir no habeas data oa prova do anterior indeferimento do pedido de informaça,o de dados pessoais, ou da omissa,o em atenden-lo; sem que se configure situaça,o preivia de pretensa,o, hai carenncia da aça,o constitucional do habeas data”. Embora seja certo que todos os atos administrativos podem ser submetidos a controle de legalidade pelo P. Judiciairio, existem outros atos ou deciso,es que na,o se sujeitam a apreciaça,o judicial. Ex. Atos polítiiticos (sança,o ou veto), estabelecimento de polítiiticas puiblicas (em regra, ressalva para a omissa,o injustificada que viola o nuicleo duro de um direito fundamental – mítiinimo existencial), julgamento de impeachment (na,o ha i possibilidade de revisa,o judicial do meirito). ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 1- NOÇÕES DE ESTADO O estado ei pessoa jurítiidica territorial soberana, formada pelos elementos povo, territoirio e governo soberano. O Estado ei um ente personalizado (pessoa jurítiidica de direito puiblico, nos termos do art. 40 e 41 do novo CC), apresentando-se como sujeito capaz de adquirir direitos e contrair obrigaço,es na ordem jurítiidica. 1.1 FORMA DE ESTADO A partir da organizaça,o polítiitica do territoirio, surge a noça,o de estado unitairio e de estado federado. Caso no estado haja um soi poder polítiitico central, teremos o chamado estado unitairio; caso no mesmo territoirio coexistam poderes polítiiticos distintos, estaremos diante do chamado Estado federado (complexo ou composto). 29º CPR29º CPR 7 O ESTADO UNITÁRIO ei marcado pela centralizaça,o polítiiticacentralizaça,o polítiitica, em que um soi poder polítiitico central irradia sua competenncia, de modo exclusivo, por todo o territoirio nacional e sobre toda a populaça,o, e controla todas as coletividades regionais e locais. O ESTADO FEDERADO tem como caracterítiistica a descentralizaça,o polítiiticadescentralizaça,o polítiitica, marcada pela convivenncia, em um mesmoterritoirio, de diferentes entidades politicas autonnomas, distribuítiidas regionalmente. Atenção!!!Atenção!!! A CF de 88 adotou como forma de estado o federado, integrado por diferentes A CF de 88 adotou como forma de estado o federado, integrado por diferentes centros de poder polítiitico. centros de poder polítiitico. IMPORTANTE!!!IMPORTANTE!!! No Brasil, No Brasil, A FORMA FEDERATIVA DE ESTADO CONSTITUI CLÁUSULAA FORMA FEDERATIVA DE ESTADO CONSTITUI CLÁUSULA PÉTREAPÉTREA, insuscetítiivel de aboliça,o por meio de reforma constitucional. , insuscetítiivel de aboliça,o por meio de reforma constitucional. Não há hierarquia entre os diversos entes federados no Brasil. A relaça,o entre eles ei caracterizada pela coordenaça,o, tendo, cada um, autonomia polítiitica, financeira e administrativa. 1.2 PODERES DO ESTADO CF, Art. 2º Sa,o Poderes da Unia,o, independentes e harmonnicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciairio. Atenção!!! Constitui claiusula peitrea o princítiipio da separaça,o dos poderes (assim como a forma federativa de estado). A separaça,o rítiigida, aos poucos, deu lugar a uma divisa,o flexítiivel das funço,es estatais, na qual cada poder termina por exercer, em certa medida, as trens funço,es do estado: uma em caraiter predominante (títiipica), e outras de natureza acessoiria (atítiipicas). Esse modelo de separaça,o flexítiivel foi adotada pela CF de 88, de sorte que cada um dos poderes na,o se limita a exercer as funço,es estatais que lhe sa,o títiipicas, mas tambeim desempenha funço,es denominadas atítiipicas, isto ei, assemelhadas as funço,es títiipicas de outros poderes. IMPORTANTE!!!IMPORTANTE!!! O Poder Legislativo e i o uinico poder ao qual a CF atribui duas funço,es títiipicas, de igual relevanncia: função legislativafunção legislativa e a função de fiscalizarfunção de fiscalizar o P. executivo. Apesar da funça,o administrativa ser exercida predominantemente pelo P. Executivo, existem atividades administrativas em todos os poderes da repuiblica. 2- NOÇÕES DE GOVERNO A noça,o de governo estai relacionada com a funça,o polítiitica de comando,funça,o polítiitica de comando, de coordenação, de direção e de fixação de planos e diretrizes de atuação do estado. Na,o se confunde com o conceito de administraça,o puiblica em sentido estrito, que vem a ser, conforme veremos adiante, o aparelhamento de que dispo,e o estado para mera execuçãoexecução das polítiiticas de governo, das polítiiticas puiblicas estabelecidas no exercítiicio da atividade polítiitica. 2.1 SISTEMA DE GOVERNO O conceito de sistema de governo esta i ligado ao modo como se relacionam os Poderes Legislativo e Executivo no exercítiicio das funço,es governamentais. 29º CPR29º CPR 8 Se hai uma maior independência entre esses poderes, temos o presidencialismo. Se hai maior colaboração, uma corresponsabilidade entre esses Poderes na conduça,o das funço,es governamentais, estaremos diante do sistema parlamentarista. O PRESIDENCIALISMO ei um sistema de governo que tem as seguintes caracterítiisticas: a) O Presidente da Repuiblica exerce o Poder Executivo em toda a sua inteireza, acumulando as funço,es de Chefe de Estado (quando representa o Estado frente a outros Estados soberanos), Chefe de Governo (quando cuida da polítiitica interna) e Chefe da Administração Pública (quando exerce a chefia superior da Administraça,o Puiblica). Entre nois, por exemplo, a chefia do Executivo ei monocraitica, concentrada na figura do Presidente da Repuiblica, porquanto os Ministros sa,o meros auxiliares, de livre nomeaça,o e exoneraça,o; b) O Presidente da Repuiblica cumpre mandato autonnomo, por tempo certo, na,o dependendo do Legislativo, nem para sua investidura, nem para sua permanenncia no poder; c) O oirga,o do Legislativo (Congresso, Assembleia, Canmara) na,o e i propriamente Parlamento, sendo seus membros eleitos por perítiiodo fixo de mandato; d) O oirga,o do Legislativo na,o estai sujeito a dissoluça,o, porque os seus membros sa,o eleitos para um perítiiodo certo de mandato; e) As relaço,es entre os Poderes sa,o mais rítiigidas, vigorando o princípio da divisão de Poderes, que sa,o independentes e autonnomos entre si (embora na,o mais com a claissica rigidez; modernamente fala-se em harmonia); f) A responsabilidade pela execuça,o dos planos de governoexecuça,o dos planos de governo, mesmo quando aprovados por lei, cabe exclusivamente ao ExecutivoExecutivo (significa que, bem ou mal executados tais planos, ou mesmo na,o executados, o Chefe do Executivo tem assegurado o direito a permanenncia no poder atei o teirmino do mandato); g) E sistema títiipico das repuiblicas. No SISTEMA PARLAMENTARISTA, a relaça,o entre os Poderes Executivo e Legislativo ei bem diferente. Em vez de independenncia, fala-se em colaboração entre os Poderes Executivo e Legislativo no exercítiicio do poder, isto ei, a manutença,o do poder no anmbito de um depende da vontade do outro. Assim, o parlamentarismo ei um sistema de governo que tem as seguintes caracterítiisticas: a) O Poder Executivo se divide em duas frentes distintas: chefia de Estado (exercida pelo Monarca ou Presidente da Repuiblica) e chefia de Governo (exercida pelo Primeiro Ministro); por isso, ao contrairio do presidencialismo, diz-se que sua chefia ei dual; b) O Primeiro Ministro e i indicado pelo Presidente da Repuiblica (feita a indicaça,o, cabe a ele elaborar um plano de governo e submeten-lo ai aprovaça,o do Legislativo, a fim de obter apoio da maioria; aprovado o plano de governo, aprovada estara i sua indicaça,o; constata-se, dessarte, que o Legislativo assume responsabilidade de governo, vinculando-se politicamente perante o povo); c) O Legislativo (Parlamento) assume funça,o polítiitico-governamental mais ampla, uma vez que compreende o proiprio Governo, na figura do Primeiro Ministro; 29º CPR29º CPR 9 d) O Governo ei responsaivel ante o Parlamento, dependendo de seu apoio e confiança para manter-se (assim, se o Parlamento, a qualquer tempo, retirar a confiança no Governo, ele cai, exonera-se, para dar lugar a constituiça,o de um novo Governo); e) O Parlamento ei responsaivel perante o povo (forma-se, enta,o, a seguinte cadeia: hai responsabilidade polítiitica do Governo para com o Parlamento e deste para com os eleitores; se o Governo perde a confiança no Parlamento, poderai dissolven-lo e convocar novas eleiço,es para a formaça,o de um novo Parlamento); f) Classicamente e i sistema títiipico das monarquias, embora atualmente seja muito adotado nas repuiblicas da Europa. O sistema adotado pela CF de 88 é o presidencialismo. Entretanto, vale notar que o Brasil ja i viveu, na sua histoiria polítiitica, duas experienncias parlamentaristas: uma, na eipoca do Impeirio; outra, de curta duraça,o, as veisperas do golpe militar de 1964 (1961 – 1963). 2.2 FORMA DE GOVERNO O conceito de forma de governo estai relacionado com a maneira como se da a instituiça,o e a transmissa,o do poder na sociedade e como se dai a relaça,o entre governantes e governados. A REPÚBLICA ei a forma de governo caracterizada pela eletividade e pela temporalidade dos mandatos do chefe do poder executivo, com o dever de prestação de contas (responsabilidade do governante). Diferentemente, a monarquia e i caracterizada pela hereditariedade e vitaliciedade, com ausenncia de prestaça,o de contas (irresponsabilidade do monarca). Atenção!!! No Brasil, a forma de governo adotada é a republicana. 3- ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM SENTIDO AMPLO E EM SENTIDO ESTRITO ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM SENTIDO AMPLO abrange os órgãos de governo, que exercem função política, e tambeim os oirga,os e pessoas jurítiidicas que desempenham função meramente administrativa. Deve-se entender por funça,o polítiitica, nesse contexto, o estabelecimentode diretrizes e programas de aça,o governamental, dos planos de atuaça,o de governo, a fixaça,o das denominadas polítiiticas puiblicas. Ja i funça,o meramente administrativa resume-se a execuça,o das polítiiticas puiblicas formuladas no exercítiicio da referida atividade polítiitica. Cumpre enfatizar que elaborar polítiiticas puiblicas ou planos de governo na,o significa atuar ao arrepio da lei. Toda a administraça,o tem a sua atuaça,o subordinada a lei. Entretanto, no que toca aos fins do estado, o ordenamento jurítiidico estabelece normas geneiricas, amplas, muitas vezes traduzidas por normas programaiticas, indicando objetivos gerais a serem perseguidos pelo poder puiblico, dando margem para discricionariedade. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM SENTIDO ESTRITO soi inclui os oirga,os e pessoas jurítiidicas que exercem função meramente administrativafunção meramente administrativa ,, de execuça,o dos programas de governo. Ficam excluítiidos os oirga,os polítiiticos e as funço,es polítiiticas, de elaboraça,o das polítiiticas puiblicas. 29º CPR29º CPR 10 Neste resumo do livro, a expressa,o oadministraça,o puiblica” sera i empregada no sentido estrito, proiprio, limitado a s funções meramente administrativas e aos oirga,os e entidades que as desempenham. 4- ADMINISTRAÇÃO EM SENTIDO MATERIAL E EM SENTIDO FORMAL ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM SENTIDO MATERIAL, objetivo ou funcional representa o conjunto de atividades que costumam ser consideradas proiprias da funça,o administrativa. O conceito adota como referenncia a atividade (o que é realizado), na,o obrigatoriamente quem a exerce. Sa,o usualmente apontadas como proiprias da administraça,o puiblica em sentido material as seguintes atividades: a) Serviço público (prestaço,es concretas que representem, em si mesmas, diretamente, utilidades ou comodidades materiais para a populaça,o em geral, oferecidas pela administraça,o puiblica formal ou por particulares delegatairios, sob regime jurítiidico de direito puiblico); b) Polícia administrativa (restriço,es ou condicionamentos impostos ao exercítiicio de atividades privadas em benefítiicio do interesse puiblico – ex. fiscalizaça,o); c) Fomento (incentivo a iniciativa privada de utilidade puiblica, por exemplo mediante a concessa,o de benefítiicios ou incentivos fiscais); d) Intervenção (abrangendo toda intervença,o do Estado no setor privado, exceto a sua atuaça,o direta com o agente econonmico; esta,o incluítiidas a intervença,o na propriedade privada, a exemplo da desapropriaça,o e do tombamento, e a intervença,o no domítiinio econonmico como agente normativo e regulador). Assim, sociedades de economia mista que exercem atividade econonmica em sentido estrito, como o Banco do Brasil S.A., ou a PETROBRAS S.A., NÃO sa,o consideradas administraça,o puiblica em sentido material. Por outro lado, as delegatairias de serviços puiblicos sa,o consideradas administraça,o puiblica em sentido material. Atenção!!!Atenção!!! Alguns autores incluem a atuaça,o direta do estado na economia (estado empresairio), exercida nos termos do art. 173 da CF, tambeim como atividade da administraça,o puiblica em sentido material. Marcelo Alexandrino e Vicente Paula (MA/VP) na,o adotam essa posiça,o. Eles somente consideram atividades administrativas as atividades exercidas sob regime predominante de direito puiblico. Se incluítiissemos essas atividades econonmicas em sentido estrito no conceito de atividades da administraça,o puiblica em sentido material, estarítiiamos, na verdade, adotando uma concepça,o subjetiva atribuindo relevanncia a pessoa que exerce a atividade e na,o a atividade em si mesmo considerada. oSegundo Ricardo Alexandre (2015), em sentido objetivo (tambeim designado material ou funcional), a Administraça,o Puiblica (grafada em letras minuisculas por se referir a funça,o administrativa) ei caracterizada pela proipria atividade administrativa exercida pelo Estado, por meio de seus agentes eproipria atividade administrativa exercida pelo Estado, por meio de seus agentes e oirga,osoirga,os. Dessa forma, quando falamos em administraça,o puiblica em seu sentido objetivo, na,o estamos nos referindo a qualquer oirga,o ou entidade, mas ao desempenho concreto da funça,o administrativamas ao desempenho concreto da funça,o administrativa 29º CPR29º CPR 11 (atividade de administrar) voltada, direta ou indiretamente, a consecuça,o do interesse puiblico,voltada, direta ou indiretamente, a consecuça,o do interesse puiblico, desenvolvida sob regime predominantemente de direito puiblicodesenvolvida sob regime predominantemente de direito puiblico. Com efeito, podemos afirmar que a administraça,o puiblica em sentido objetivo apresenta as seguintes caracterítiisticas: a) e i uma atividade concretaconcreta, uma vez que consiste na transformaça,o das previso,es abstratas e gerais da lei em realidades palpaiveis no mundo dos fatos; b) e i vinculada a consecuça,o vinculada a consecuça,o diretadireta (atividades-fim) ou indiretaindireta (atividades-meio) do interesse puiblico porque toda e qualquer aça,o estatal somente se legitima se destinada ao bem comum do seu povo; c) o seu regime jurítiidico ei predominantemente de direito puiblicopredominantemente de direito puiblico, mas tambeim pode ser de direito privado, derrogado parcialmente por regras de direito puiblico. Se no sentido subjetivo da expressa,o importa quem exercia a atividade, no sentido objetivo o que interessa ei a atividade realizada (o que ei exercido). Em sentido subjetivo (tambeim denominado formal ou organnico), a expressa,o oAdministraça,o Puiblica” designa os entes que exercem as funço,es administrativasdesigna os entes que exercem as funço,es administrativas, compreendendo as pessoas jurítiidicas, os oirga,os e os agentes incumbidos dessas funço,es. Em outras palavras, em sentido subjetivo, a Administraça,o Puiblica confunde-se com os proiprios sujeitos que integram a estrutura administrativa do Estado. Nos termos constitucionais e legais, a Administraça,o Puiblica compreende apenas os entes polítiiticos (Unia,o, Estados, Distrito Federal e Municítiipios) e as entidades que tais entes criarem para integrar sua Administraça,o Indireta (autarquias, fundaço,es puiblicas, empresas puiblicas, sociedades de economia mista e consoircios puiblicos).” ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM SENTIDO FORMAL, subjetivo ou orgânico ei o conjuntoei o conjunto de oirga,os, pessoas jurítiidicas e agentes de oirga,os, pessoas jurítiidicas e agentes que o nosso ordenamento jurídico identifica comoque o nosso ordenamento jurídico identifica como administração pública,administração pública, na,o importa a atividade que exerçam (como regra, evidentemente, esses oirga,os, entidades e agentes desempenham funça,o administrativa). O BRASIL ADOTA O O BRASIL ADOTA O CRITÉRIO FORMALCRITÉRIO FORMAL DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. Portanto, Portanto, somente ei administraça,o puiblica, juridicamente, aquilo que nosso direito assim considerasomente ei administraça,o puiblica, juridicamente, aquilo que nosso direito assim considera , na,o, na,o importa a atividade que exerça. A administraça,o puiblica, segundo nosso ordenamento, eiimporta a atividade que exerça. A administraça,o puiblica, segundo nosso ordenamento, ei composta exclusivamente: composta exclusivamente: (a)(a) pelos oirga,os integrantes da denominada administraça,o direta;pelos oirga,os integrantes da denominada administraça,o direta; e e (b)(b) pelas entidades da administraça,o indiretapelas entidades da administraça,o indireta.. Somente sa,o entidades da administração indireta estas, e nenhuma outra, na,o importa a atividade que exerçam: (a) autarquias; (b) fundaço,es puiblicas (FP);(c) empresas puiblicas (EP); (d) sociedades de economia mista (SEM). Assim, temos entidades formalmente integrantes da administraça,o puiblica que na,o desempenham funça,o administrativa, e sim atividade econonmica, como ocorre com a maioria das EP e SEM (CF, art. 173). Por outro lado, ha i entidades privadas, na,o integrantes da administraça,o puiblica formal, que exercem atividades identificadas como proiprias da funça,o administrativa, a exemplo das concessionairias de serviços puiblicos e das organizaço,es sociais, mas que não são formalmente administração pública; apesar da atividade exercida, essas entidades privadas, cabe repetir, na,o integram, a administraça,o puiblica brasileira, justamente porque no Brasil e i adotado o criteirio formal. Atenção!!!Atenção!!! Alguns autores costumam identificar administraça,o puiblica, em sentido subjetivo, como a totalidade do aparelhamento de que dispo,e o estado para a execuça,o das 29º CPR29º CPR 12 atividades compreendidas na funça,o administrativa. Ora, na,o e i rigorosamente correto afirmar que administraça,o puiblica, em sentido subjetivo, corresponda ao aparelhamento do estado destinado ao exercítiicio de funça,o administrativa, porque ha i entidades incontroversamente integrantes da administraça,o puiblica formal que exercem atividades econonmicas em sentido estrito. Resumindo!!!Resumindo!!! Como estamos tratando de uma acepça,o formalformal, subjetivasubjetiva, deve-se perquirir tão somente “quem” o ORDENAMENTO JURÍDICO considera administração pública, e na,o oo que” (criteirio objetivo, material) ei realizado. Assim, é inadequado a menção a atividade quando se propõe uma definição formal, subjetiva, de administração pública. Temos administraça,o puiblica formal em todos os entes federados e em todos os Poderes do Estado. Embora a quase totalidade da administraça,o puiblica esteja concentrada no P. Executivo, os P. Legislativo e Judiciairio contenm, em sua estrutura, oirga,os administrativos. Ademais, ei possítiivel ao menos em tese, existirem entidades da administraça,o indireta vinculadas aos P. Legislativo e Judiciairio. Ainda dentro do mesmo contexto, Diogo de Figueiredo Moreira Neto afirma que as funço,es enquadradas como atividades-fim da administraça,o, por atenderem a interesses puiblicos primairios, em direto benefítiicio dos administrados, destinatairios da atuaça,o estatal, configuram a administraça,o puiblica externa ou extroversa. (Ricardo Alexandre, 2015) Em sentido oposto, as funço,es classificadas como atividades-meio, por atenderem interesse puiblico de maneira apenas mediata e, de maneira imediata, satisfazerem os interesses institucionais da Administraça,o, concernentes a seu pessoal, bens e serviços, configuram a administraça,o puiblica interna ou introversa. 5- ENTIDADES POLÍTICAS E ENTIDADES ADMINISTRATIVAS ENTIDADES POLÍTICAS, PESSOAS POLÍTICAS, OU ENTES FEDERADOS são os integrantes da federação brasileira, caracterizados por possuírem autonomia política. A autonomia polítiitica e i caracterizada pela capacidade de auto-organização (elaboraça,o das proiprias constituiço,es ou leis organnicas) e, sobretudo, pela possibilidade de legislar, mais precisamente, de editar leis com fundamento em competenncias proiprias, diretamente atribuítiidas pela CF. Atenção!!!Atenção!!! As entidades polítiiticas sa,o pessoas jurídicas de direito público interno, dotadas de diversas competenncias de natureza polítiitica, legislativa e administrativa, todas elas, ei mister repetir, conferidas diretamente pela CF. No Brasil sa,o pessoas polítiiticas a Unia,o, os estados, o DF e os municítiipios. ENTIDADES ADMINISTRATIVAS sa,o pessoas jurídicas que integram a administraça,o puiblica formal brasileira, sem dispor de autonomia polítiitica. Entidades administrativas sa,o pessoas jurítiidicas que compo,em a administração indireta, a saber, autarquias, fundaço,es, EP e SEM. IMPORTANTE!!!IMPORTANTE!!! A fundamental distinção entre pessoas políticas e pessoas administrativas reside no fato de aquelas legislarem, possuítiirem competenncia para editar 29º CPR29º CPR 13 leis, ao passo que essas em nenhuma hipoitese legislam, limitando-se a exercer competenncia de execuça,o das leis editadas pelas pessoas polítiiticas. As entidades administrativas sa,o criadas pelas pessoas polítiiticas, quando estas entendem ser conveniente que determinada competenncia originalmente sua passe a ser exercida descentralizadamente. IMPORTANTE!!!IMPORTANTE!!! Embora as entidades administrativas na,o tenham autonomia polítiitica, Embora as entidades administrativas na,o tenham autonomia polítiitica, possuem possuem autonomia administrativaautonomia administrativa,, CAPACIDADE DE AUTOADMINISTRAÇÃOCAPACIDADE DE AUTOADMINISTRAÇÃO,, significa significa dizer, dizer, não são hierarquicamente subordinadas a pessoa política instituidoranão são hierarquicamente subordinadas a pessoa política instituidora e teme tem capacidade para editar regimentos internos dispondo acerca de sua organização ecapacidade para editar regimentos internos dispondo acerca de sua organização e funcionamentofuncionamento, sempre nos termos e limites estabelecidos na lei que criou ou autorizou a, sempre nos termos e limites estabelecidos na lei que criou ou autorizou a criaça,o da entidade administrativa. Essas entidades sa,o criaça,o da entidade administrativa. Essas entidades sa,o vinculadasvinculadas (sem hierarquia)(sem hierarquia) a pessoa a pessoa polítiitica instituidora, que exerce sobre ela controle administrativo denominado polítiitica instituidora, que exerce sobre ela controle administrativo denominado tutela oututela ou supervisãosupervisão, exercido nos termos da lei, , exercido nos termos da lei, voltado essencialmente a verificaça,o do atingimento devoltado essencialmente a verificaça,o do atingimento de resultados,resultados, tendo em conta as finalidades para cuja consecuça,o a entidade administrativa foi tendo em conta as finalidades para cuja consecuça,o a entidade administrativa foi criada. criada. 1- CODIFICAÇÃO E FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO No Brasil o direito administrativo não se encontra codificado, ou seja, as regras administrativas esta,o consubstanciadas no texto da CF e numa infinidade de leis esparsas. O direito administrativo tem sua formaça,o norteada por quatro fontes principais: a lei, a jurisprudência, a doutrina e os costumes. A LEI ei a fonte primordial do direito administrativo brasileiro, em raza,o da rigidez que nosso ordenamento empresta ao princítiipio da legalidade. Embora o vocaibulo lei abranja, como fonte principal do direito administrativo, a Constituiça,o – sobretudo as regras e princítiipios administrativos nela vazados – e os atos normativos primairios, devem ser incluítiidos secundariamente, tambeim os atos normativos infra legais, expedidos pela administraça,o puiblica, nos termos e limites das leis, os quais sa,o de observanncia obrigatoiria pela proipria administraça,o. A JURISPRUDÊNCIA, representada pelas reiteradas deciso,es judiciais no mesmo sentido, e i fonte secundairia do direito administrativo, influenciando marcadamente a construça,o e a consolidaça,o desse ramo do direito. Atenção!!! As DECISÕES PROFERIDAS PELO STF NO ÂMBITO DO CONTROLE ABSTRATO das normas, por serem vinculantes para toda a administraça,o puiblica direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como, pelo mesmo motivo, as SÚMULAS VINCULANTES expedidas nos termos do art. 103-A da CF, não podem ser consideradas meras fontes secundárias, e sim FONTES PRINCIPAIS, umavez que alteram diretamente nosso ordenamentouma vez que alteram diretamente nosso ordenamento jurítiidico positivo, estabelecendo condutas de observanncia obrigatoiria para toda a administraça,ojurítiidico positivo, estabelecendo condutas de observanncia obrigatoiria para toda a administraça,o puiblicapuiblica (e para o proiprio P. Judiciairio). A DOUTRINA, entendida como o conjunto de teses, construço,es teoiricas e formulaço,es descritivas acerca do direito positivo, produzidas pelos estudiosos do direito, constitui fonte 29º CPR29º CPR 14 secundária, influenciando na,o soi a elaboraça,o das leis, como tambeim o julgamento das lides de cunho administrativo. Os COSTUMES SOCIAIS (conjunto de regras na,o escritasna,o escritas, poreim observadas de modo uniforme pelo grupo social, que as considera obrigatoirias) so i tenm importanncia como fonte do direito administrativo quando de alguma forma influenciam a produça,o legislativa ou a jurisprudenncia, ou seja, e i menos que uma fonte secundária, quando muito e i uma fonte indireta. Um pouco diferente e i a situaça,o dos COSTUMES ADMINISTRATIVOS (praxe administrativa), isto ei, as praiticas reiteradamente observadas pelos agentes administrativos diante de determinada situaça,o. A praxe administrativa, nos casos de lacuna normativa, funciona efetivamente como fonte secundária do direito administrativo, podendo gerar direitos aos administrados em razão dos princípios da lealdade, da boa-fé, da moralidade administrativa, entre outros. Extra – livro do Rafael Oliveira (2015): Precedentes administrativos Por fim, os precedentes administrativos tambeim devem ser considerados como fontes do Direito Administrativo. O precedente administrativo pressupo,e a praitica reiterada e uniforme de atosO precedente administrativo pressupo,e a praitica reiterada e uniforme de atos administrativos em situaço,es similaresadministrativos em situaço,es similares. A teoria dos precedentes administrativos ei aplicada em relaço,es jurítiidicas distintas que apresentam identidade subjetiva e objetiva. A força vinculante do precedente administrativo decorre da necessidade de segurança jurítiidica, de vedaça,o da arbitrariedade, de coerenncia e de aplicaça,o igualitairia da ordem jurítiidica. Apenas em duas situaço,es, a Administraça,o poderia se afastar do precedente: a) quando o ato invocado como precedente for ilegal; e b) quando o interesse puiblico, devidamente motivado, justificar a alteraça,o do entendimento administrativo. Nesses casos, e i possítiivel aplicar a teoria denominada prospective overruling, segundo a qual os tribunais, ao mudarem suas regras jurisprudenciais, podem, por razo,es de segurança jurítiidica (boa-fei e confiança legítiitima), aplicar a nova orientaça,o apenas para os casos futuros. Assim, por exemplo, no âmbito do controle de legalidade dos atos administrativos, a autoridade administrativa pode determinar a incidência de efeitos prospectivos de suas respectivas decisões a partir da aplicação analógica do art. 27 da Lei 9.868/1999 ou de regras específicas, como ocorre no Estado do Rio de Janeiro (art. 53, § 3.º, da Lei 5.427/2009). Em determinadas hipoiteses, o caraiter vinculante dos precedentes tem previsa,o legal expressa, como ocorre, por exemplo, no caso do art. 40, § 1.º, da LC 73/1993, que institui a Lei Organnica da AGU, ao dispor que o parecer aprovado e publicado com o despacho presidencial vincula a Administraça,o Federal, cujos oirga,os e entidades ficam obrigados a lhe dar fiel cumprimento. 29º CPR29º CPR 15 O precedente administrativo, em princítiipio, somente e i exigítiivel quando estiver em compatibilidade com a legislaça,o. E possítiivel, contudo, que, excepcionalmente, mesmo em relaça,o aos atos ilegais, os precedentes administrativos retirem a sua força vinculante dos princítiipios da confiança legítiitima, da segurança jurítiidica e da boa-fei. INTERPRETAÇÃO DO DIREITO ADMINISTRATIVO A interpretaça,o consiste na tarefa de descobrir ou precisar o significado e a amplitude das normas vigentes. Trata-se de atividade constitutiva na medida em que produz as normas jurítiidicas que sera,o aplicadas aos casos concretos ou hipoteiticos. O direito na,o pode ser desconectado dos fatos. O direito na,o pode ser desconectado dos fatos. As disposiço,es geneiricas e abstratas devem ser conformadas a realidade com o objetivo de garantir a justiça e a equidade. O texto legal ei ponto inicial da interpretaça,o e da aplicaça,o das normas jurítiidicas que deve ser complementado com a realidade. Isso significa que a interpretaça,o jurítiidica ei contextualizada, isto ei, o sentido da norma depende do respectivo contexto histoirico, social, econonmico e polítiitico em que se encontra inserida. Existem, por certo, significados mítiinimos que antecedem o processo de interpretaça,o. As palavras, utilizadas pelo texto, limitam e condicionam, de alguma forma, as possibilidades de significados que podem ser atribuítiidos pelo inteirprete. Ainda que impreciso o conceito previsto na lei (conceito jurítiidico indeterminado), ei possítiivel extrair da expressa,o uma ocerteza negativa” (situaço,es que certamente na,o se inserem no conceito) e uma ocerteza positiva” (hipoiteses que certamente se encaixam no conceito). Entre essas duas ozonas de certezas”, existe a chamada ozona de penumbra” ou ode incerteza” em que a definiça,o do conceito demanda uma criatividade maior do inteirprete. E por essa raza,o que na,o se deve confundir o texto da lei ou o dispositivo legal com o conceito de normas jurítiidicas. Por mais precisa que seja a disposiça,o legal, sempre sera i necessairia a interpretaça,o, na,o devendo ser admitida a maixima in claris non fit interpretatio. A clareza dos dispositivos legais somente pode ser auferida apois o processo de interpretaça,o. Em outras palavras: a clareza na,o ei a premissa, mas resultado da interpretaça,o. As experienncias e as compreenso,es preivias do inteirprete, desde que na,o sejam arbitrairias, influenciam na busca dos sentidos dos textos normativos. Frise-se, no entanto, que a prei- compreensa,o, momento inicial da interpretaça,o, significa apenas a antecipaça,o preivia e provisoiria do resultado da busca do sentido da norma, devendo, portanto, ser finalizada com a anailise do caso concreto a luz do ordenamento vigente. Interpretaça,o dos dispositivos legais acarreta a produça,o de normas jurítiidicas: a interpretaça,o e i o caminho; a norma e i o ponto de chegada. Tradicionalmente, duas teorias buscaram fundamentar a teoria da interpretaça,o: a) mens lesgislatoris (subjetiva): a interpretaça,o busca compreender a vontade do legislador; e 29º CPR29º CPR 16 b) mens legis (objetiva): o objetivo da interpretaça,o e i encontrar a vontade da lei. Tem prevalecido a teoria objetiva, especialmente pelo fato de ser impossítiivel admitir a existenncia, no interior do complexo processo legislativo, da vontade de um legislador consagrada no texto da lei. Quanto a origem, a interpretaça,o normalmente ei classificada em trens categorias: a) autêntica: e i a interpretaça,o pelo proiprio legislador que elabora normas (oleis interpretativas”) destinadas ao esclarecimento de outras normas jurítiidicas; b) judicial: ei a interpretaça,o por oirga,os do Poder Judiciairio; e c) doutrinária: ei a interpretaça,o levada a efeito pela doutrina. Existem vairios caminhos possítiiveis que podem ser percorridos na busca da mens legis (interpretaça,o objetiva). Sa,o os chamados meitodos de interpretaça,o, que podem ser enumerados da seguinte forma: a) interpretação lógico-gramatical: a atividade interpretativa tem por objetivo compreender os significados das palavras utilizadas pela norma;b) interpretação histórica: esse meitodo leva em consideraça,o o momento histoirico (occasio legis) em que a norma foi elaborada; c) interpretação sistemática: as normas devem ser compreendidas como integrantes do sistema jurítiidico, dotado de unidade e harmonia, raza,o pela qual na,o podem ser interpretadas de maneira isolada; d) interpretação teleológica: a interpretaça,o deve revelar a finalidade da norma (ratio legis) no momento de sua aplicaça,o. Todos os meitodos de interpretaça,o acima citados sa,o importantes e devem ser considerados pelo inteirprete. Todavia, diante dos denominados ocasos difítiiceis”, em que a utilizaça,o dos diferentes meitodos leva a resultados diferentes no caso concreto, a doutrina tem dado primazia aos meitodos sistemaitico e teleoloigico. A interpretaça,o sistemaitica do Direito Administrativo, em raza,o de sua autonomia cientítiifica, deve levar em consideraça,o, preponderantemente, as normas de direito puiblico, e na,o as normas de direito privado, bem como deve ser pautada pela maior proteça,o e efetividade dos direitos fundamentais. INTEGRAÇÃO DO DIREITO ADMINISTRATIVO O ordenamento jurítiidico possui lacunas, pois na,o e i possítiivel ao legislador antecipar e englobar nas normas jurítiidicas toda a complexidade inerente a vida em sociedade. A existenncia de lacunas na,o justifica, todavia, a inaplicabilidade do Direito. Nesse sentido, ei imperiosa a utilizaça,o de instrumentos de integraça,o do sistema jurítiidico para suprir as eventuais lacunas, tais como a analogia, os costumes e os princítiipios gerais de Direito (art. 4.º da Lei de Introduça,o a s normas do Direito Brasileiro). 29º CPR29º CPR 17 A analogia decorre da maixima ubi eadem legis ratio, ibi eadem legis dispositio, ou seja, onde existe a mesma raza,o, deve ser aplicada a mesma disposiça,o, o que decorre do princítiipio da igualdade. Existem duas espeicies de analogia: a) analogia legal ou legis: aplica-se a regra que regula caso semelhante ao caso na,o regulado por regra alguma; e b) analogia jurídica ou iuris: busca-se no sistema jurítiidico (e na,o em dispositivo especítiifico) a norma que serai aplicada ao caso na,o normatizado. Enquanto a analogia legis busca regra existente aplicaivel a caso semelhante, a analogia iuris procura nos princítiipios gerais de Direito a soluça,o para integraça,o da lacuna. Tanto a analogia legis quanto a analogia iuris podem ser utilizadas para supressa,o de lacunas no Direito Administrativo. No entanto, a legitimidade da utilizaça,o da analogia depende do respeito ao princítiipio federativo, bem como da necessidade de prestigiar a autonomia desse ramo do Direito. Por essa raza,o, a analogia deve ser feita, preferencialmente, com normas jurítiidicas de Direito Administrativo, sobretudo com base nas normas editadas pelo Ente Federado respectivo ou com base nas normas gerais ou constitucionais, devendo ser evitada a aplicaça,o analoigica de normas de Direito Privado. Ex.: aplicaça,o analoigica do art. 21 da Lei 4.717/1965, que estabelece o prazo prescricional de cinco anos para propositura da aça,o popular, a aça,o civil puiblica. Por fim, a analogia na,o pode ser utilizada para fundamentar a aplicaça,o de sanço,es ou gravames aos particulares, especialmente no campo do poder de polítiicia e do poder disciplinar. 1- O REGIME JURÍDICO-ADMINISTRATIVO O denominado “regime jurídico-administrativo” ei um regime de direito puiblico, aplicaivel aos oirga,os e entidades que compo,em a administraça,o puiblica e a atuaça,o dos agentes administrativos em geral. Baseia-se na ideia de existenncia de poderes especiais passítiiveis de ser exercidos pela administraça,o puiblica, contrabalançados pela imposiça,o de restriço,es especiais a atuaça,o dessa mesma administraça,o, na,o existentes – nem os poderes nem as restriço,es – nas relaço,es títiipicas do direito privado. Essas prerrogativas e limitaço,es traduzem-se, respectivamente, nos princítiipios da supremacia do interesse público e da indisponibilidade do interesse público. O PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO so i esta i presente, como fundamento direto, nos atos de império do poder público, na atuação que decorra do poderpoder extroversoextroverso,, quando a administraça,o puiblica unilateralmente cria obrigaço,es para o administrado, ou impo,e restriço,es e condicionamentos a praitica de atividades privadas ou ao exercítiicio de direitos pelos particulares. Decorre da VERTICALIDADE nas relações administração-particular. 29º CPR29º CPR 18 As prerrogativas que o ordenamento jurítiidico confere ao estado, que sa,o títiipicas do direito puiblico, justificam-se ta,o somente na estrita medida em que sa,o necessairios para que o estado logre atingir os fins que lhe sa,o impostos por esse mesmo ordenamento jurítiidico. IMPORTANTE!!!IMPORTANTE!!! Frise-se que não é a administração pública que determina a finalidade de sua própria atuação, mas sim a constituição e as leis. A administraça,o atua estritamente subordinada a lei, como simples gestora da coisa puiblica. Sa,o exemplos de manifestaça,o da supremacia do interesse puiblico: poder de polítiicia, claiusulas exorbitantes e etc. Ja i o PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO manifesta-se integralmente em toda e qualquer atuação da administração pública. Ao mesmo tempo em que tem poderes especiais, exorbitantes do direito comum, a administraça,o sofre restriço,es em sua atuaça,o que na,o existem para os particulares. Essas limitaço,es decorrem do fato de que a administraça,o na,o ei proprietairia da coisa puiblica, mas sim o povo.mas sim o povo. IMPORTANTE!!!IMPORTANTE!!! Em decorrenncia do princítiipio da indisponibilidade do interesse puiblico, Em decorrenncia do princítiipio da indisponibilidade do interesse puiblico, aa administração somente pode atuar quando houver lei que autorize ou determine suaadministração somente pode atuar quando houver lei que autorize ou determine sua atuação, e nos limites estipulados por essa lei.atuação, e nos limites estipulados por essa lei. Sa,o decorrenncia desse princítiipio a realizaça,o de concurso puiblico, licitaça,o e etc. Os demais postulados administrativos usualmente enumerados pela doutrina representam, em variaivel medida, desdobramentos dos princítiipios da supremacia do interesse puiblico e da indisponibilidade do interesse puiblico, por isso mesmo consagrados como os PILARES FUNDAMENTAIS do “regime jurídico-administrativo”. EXTRA - Ricardo Alexandre (2015): “Vimos anteriormente que as normas jurítiidicas (gennero) podem ser de duas espeicies: as regras e os princítiipios. O conjunto de regras e princítiipios, que se organizam sob uma loigica de coerenncia e unidade, formam um sistema ou regime jurítiidico. Nesse ponto devemos registrar que parte dos autores, ao abordar o regime jurítiidico administrativo, dai ennfase apenas aos princítiipios administrativos. No entanto, deve ficar claro que o regime jurítiidico a que se submete a Administraça,o ei composto tanto por princítiipios quanto por regras jurítiidicas. No desempenho de suas atividades, e i importante que se diga, a Administraça,o Puiblica pode se submeter tanto ao regime de direito privado quanto ao regime de direito puiblico. Com efeito, a expressa,o oRegime jurítiidico da Administraça,o” tem sentido geneirico, abrangendo os dois regimes jurítiidicos a que se submete o Poder Puiblico, o de direito privado e o de direito puiblico. DDiferentemente, a expressa,o oRegimeiferentemente, a expressa,o oRegime jurítiidico administrativo” tem sentido restrito, servindo para designar ta,o somente o regime jurítiidico dejurítiidico administrativo” tem sentido restrito, servindo para designar ta,o somente o regime jurítiidico de direito puiblico aplicado aAdministraça,o.direito puiblico aplicado a Administraça,o. Em cada caso, a predominanncia de um ou de outro regime em cada atuaça,o administrativa ei definida pela Constituiça,o Federal e pelas leis. Dessa forma, na,o pode a Administraça,o Puiblica, por meio de qualquer ato administrativo, optar por um regime jurítiidico na,o autorizado pela norma jurítiidica. E assim, porque o Poder Puiblico, no exercítiicio de suas atividades, estai vinculado ao princítiipio da legalidade. A títiitulo de exemplo, a Constituiça,o Federal preve n que as empresas puiblicas e as sociedades de economia mista exploradoras de atividade econonmica se sujeitara,o ao regime proiprio das empresas privadas (CF, art. 173, § 1.º). Nesse caso, quis o legislador constitucional que tais entidades tivessem tratamento semelhante ao dispensado a s empresas particulares (relaço,es jurítiidicas horizontalizadas), ficando predominantemente subordinadas ao regime de direito privado, de forma a evitar que as empresas oestatais”, mediante a utilizaça,o dos privileigios títiipicos do regime jurítiidico de direito puiblico (estudados ao longo desta obra), concorressem deslealmente com as estritamente privadas. 29º CPR29º CPR 19 Por outro lado, quando um ente puiblico pratica algum ato com base no poder de polítiicia, a exemplo da apreensa,o de mercadorias expostas a venda com prazos de validade vencidos, tal ato ei autorizado por normas de direito puiblico, que atribuem certas prerrogativas ao Poder Puiblico, colocando-o em posiça,o de superioridade diante do particular (relaço,es jurítiidicas verticalizadas). Nessa situaça,o, vale dizer, a Administraça,o Puiblica se submeterai ao regime jurítiidico administrativo, de direito puiblico. E importante esclarecer que, mesmo quando a Administraça,o Direta se submete ao direito privado, como a celebraça,o de um contrato de seguro, ela nunca se despe totalmente de certos privileigios (juítiizo privativo, prescriça,o quinquenal, impenhorabilidade de seus bens etc.), nem deixa de se submeter a determinadas restriço,es (observanncia da finalidade puiblica, publicidade do ato etc.). Da mesma forma, as empresas puiblicas e as sociedades de economia mista, entidades integrantes da Administraça,o Indireta, na,o obstante serem regidas predominantemente por regras de direito privado, tambeim gozam de certos privileigios (por exemplo, a impossibilidade de falenncia e a impenhorabilidade dos bens vinculados a prestaça,o de serviços puiblicos) e se submetem a determinadas restriço,es (por exemplo, a necessidade de preivia licitaça,o para celebraça,o de contratos e de preivio concurso puiblico para admissa,o de pessoal). Interesse público primário e secundário Antes de tratarmos dos princítiipios basilares do Regime Jurítiidico Administrativo, faz-se necessairio esclarecer o que deve ser entendido por interesse puiblico. A busca da satisfaça,o do interesse puiblicosatisfaça,o do interesse puiblico ei a proipria raza,o de existir do Estado. A afirmativa, por demais simples, ganha ares de alta complexidade quando se tenta detalhar com precisa,o o que e i o interesse puiblico e como deve ser perseguido esse objetivo. Poderítiiamos iniciar nossa anailise tentando determinar que objetivos podem ser inseridos no conceito de obem comum”, expressa,o que pode ser assumida, numa primeira noça,o, como sinonnimo de ointeresse puiblico”. Todavia, na,o hai uma definiça,o uinica de obem comum”, aplicaivel a todas as sociedades politicamente organizadas. Seguindo o princítiipio democraitico, em cada Estado cabe ao seu povo, soberanamente, estabelecer os objetivos que o Estado deve perseguir, o que normalmente e i feito por meio da representaça,o popular reunida em Assembleia Nacional Constituinte. No Brasil, a definiça,o pode ser extraítiida do art. 3.º da Constituiça,o Federal. O dispositivo lista os objetivos do nosso Estado. Ora, se oOra, se o objetivo de qualquer Estado e i o bem comum de seu povo, ao relacionar os objetivos da Repuiblicaobjetivo de qualquer Estado e i o bem comum de seu povo, ao relacionar os objetivos da Repuiblica Federativa do Brasil, o povo por meio de seus representantes definiu os contornos de bem comumFederativa do Brasil, o povo por meio de seus representantes definiu os contornos de bem comum segundo a concepça,o brasileira.segundo a concepça,o brasileira. Definidos os objetivos do Estado, surgem questionamentos sobre a estrutura estatal e social que serai montada para atingi-los. Por exemplo, qual a melhor organizaça,o socioecononmica para a consecuça,o do bem comum? A capitalista, a socialista ou a comunista? A resposta, obviamente, depende das convicço,es polítiitico-ideoloigicas dominantes em cada sociedade. Entretanto, o povo brasileiro decidiu pelo capitalismo, ao consagrar, no artigo inaugural da Carta Magna, o princítiipio da livre-iniciativa (CF, art. 1.º, IV). Enfim, no regime democraitico ei o povo quem detalha os fins estatais e os mecanismos de busca de tais desítiignios. Obviamente vairias regras relativas a busca do bem comum (interesse puiblico) sa,o detalhadas em lei, inovando o ordenamento jurítiidico. Percebamos que, ate i este momento, o povo, no exercítiicio da soberania popular por meio de seus representantes, manteim, ao menos na teoria, o controle do atuar estatal, por meio da ediça,o de normas gerais (porque a todos destinadas) e abstratas (porque na,o versam sobre situaço,es concretas). Todavia, para que as disposiço,es constitucionais e legais na,o permaneçam como meras ocartas de intenço,es”, hai a necessidade de uma estrutura administrativa que as concretizem mediante o exercítiicio do poder de polítiicia, a realizaça,o de atividades de fomento e intervença,o e a prestaça,o de serviços puiblicos. 29º CPR29º CPR 20 Essa atividade de concretizaça,o das deciso,es polítiiticas e de governo e i a funça,o administrativa, incumbenncia Administraça,o Puiblica, cuja atuaça,o, como vimos, deve estar integralmente voltada para a satisfaça,o do interesse puiblico. Na,o obstante, ei cediço que todas as instituiço,es, inclusive a Administraça,o Puiblica, realizam atividades-fim e atividades-meio, sendo que estas sa,o imprescindítiiveis para o desempenho daquelas, estando voltadas, mesmo que indiretamente para o cumprimento dos desítiignios institucionais. E nesse contexto que surge a classificaça,o doutrinairia segundo a qual o interesse puiblico pode ser dividido em duas categorias: o interesse puiblico primairio e o interesse puiblico secundairio. O interesse público primário ei aquele relacionado a satisfaça,o das necessidades coletivassatisfaça,o das necessidades coletivas (justiça, segurança, bem comum do grupo social etc.), perseguido pelo exercítiicio das atividades-fim do Poderperseguido pelo exercítiicio das atividades-fim do Poder PuiblicoPuiblico, enquanto o interesse público secundário corresponde ao interesse individual do proipriointeresse individual do proiprio EstadoEstado, estando relacionado a manutença,o das receitas puiblicas e a defesa do patrimonnio puiblico,manutença,o das receitas puiblicas e a defesa do patrimonnio puiblico, operacionalizadas mediante exercítiicio de atividades-meio do Poder Puiblico.operacionalizadas mediante exercítiicio de atividades-meio do Poder Puiblico. Quando o Estado age defendendo o aparelho estatal em uma relaça,o jurítiidica qualquer, ele se equipara, nesse aspecto, a um particular, que tem o natural impulso de defender o seu patrimonnio. Ele estai na realidade defendendo um interesse puiblico secundairio. Nessas hipoiteses, a busca da consecuça,o do bem comum na,o ei feita de maneira direta e imediata, e sim indireta e mediata,uma vez que o aparelho estatal na,o e i um fim em si mesmo, mas deve servir como instrumento para que se atinja o interesse puiblico primairio (bem comum). Seguindo esse raciocítiinio, podemos afirmar que, ao prestar os serviços puiblicos de sauide, educaça,o e segurança, ao abrir e conservar estradas, ao instituir e manter um sistema de assistenncia social, ao garantir a justiça, o Estado estarai perseguindo interesses puiblicos primairios, que constituem sua proipria raza,o de ser; ja i ao defender a posse de um bem que lhe pertence estara i na persecuça,o de interesses puiblicos meramente secundairios. A diferença entre interesse puiblico primairio e interesse puiblico secundairio e i ta,o marcante que alguns autores afirmam que somente o primeiro pode ser legitimamente denominado interesse puiblico. Nessa linha, podemos transcrever as sempre esclarecedoras palavras de Celso Antonnio Bandeira de Mello: Independentemente do fato de ser, por definição, encarregado dos interesses públicos, o Estado pode ter tanto quanto as demais pessoas, interesses que lhe são particulares, individuais, e que, tal como os interesses delas, concebidas em suas meras individualidades, se encarnam no Estado enquanto pessoa. Estes últimos não são interesses públicos, mas interesses individuais do Estado, similares, pois (sob o prisma extrajurídico), aos interesses de qualquer outro sujeito. Note que, quando o autor anteriormente citado faz mença,o aos interesses individuais do Estado, esta i se referindo aos interesses secundairios do Estado. Em outros termos, segundo a liça,o de Celso Antonnio Bandeira de Mello, os denominados interesses puiblicos secundairios (ou interesses secundairios do Estado, como prefere o autor) na,o podem ser enquadrados como verdadeiros interesses puiblicos.” 7. b. Teoria do órgão. Representação judicial das pessoas de Direito Público.7. b. Teoria do órgão. Representação judicial das pessoas de Direito Público. Referência Bibliográfica: Direito Administrativo DescomplicadoReferência Bibliográfica: Direito Administrativo Descomplicado33 1- ÓRGÃOS PÚBLICOS 1.1 TEORIAS SOBRE A NATUREZA JURÍDICA DA RELAÇÃO ENTRE O ESTADO E OS AGENTES POR MEIO DOS QUAIS ATUA 3 ALEXANDRINO, Marcelo, PAULO, Vicente. Direto Administrativo Descomplicado, 23 ed. Sa,o Paulo, Meitodo, 2015. 29º CPR29º CPR 21 1.1.1 Teoria do mandato Por esta teoria, a relaça,o entre o estado e seus agentes puiblicos teria por base o contrato decontrato de mandatomandato. Mandato, para o direito privado, e i o contrato mediante o qual uma pessoa, o mandante, outorga poderes a outra, o mandatairio, para que este execute determinados atos em nome do mandante e sob a responsabilidade deste. O instrumento do contrato de mandato ei a procuraça,o. Assim, o agente, pessoa fítiisica, seria o mandatairio da pessoa jurítiidica, agindo em seu nome e sob a responsabilidade dela. Tem como principal crítica a impossibilidade lógica de o Estado, que não possui vontade próprio, outorgar mandato. Outra crítiitica diz respeito a situaça,o, na,o solucionada pela teoria do mandato, do mandatairio exorbitar os limites da procuraça,o. Se adotasse a disciplina do direito privado, o Estado na,o responderia perante terceiros quando o mandatairio agisse com excesso de poderes. 1.1.2 Teoria da representação Pela teoria da representaça,o o agente puiblico seria equiparado ao representante das pessoas incapazes. O agente seria uma espeicie de tutortutor ou curadorcurador do Estado. Entretanto, segundo Hely Lopes Meireles, é inconcebível que o incapaz outorgue validamente sua própria procuração. Maria Sylvia Z. Di Pietro enumera as principais crítiiticas a esta teoria: Equiparar a pessoa jurítiidica ao incapaz; Implicar a ideia de que o estado confere representantes a si mesmo; Quando o representante ultrapassa os poderes da representaça,o o Estado na,o responderia por esses atos perante terceiros prejudicados. 1.1.3 Teoria do órgão Por esta teoria, amplamente adotada por nossa doutrina, presume-se que a pessoa jurídica manifesta sua vontade por meio dos órgãos, que sa,o partes integrantes da proipria estrutura da pessoa jurítiidica, de tal modo que, quando os agentes que atuam nesses oirga,os manifestam suaquando os agentes que atuam nesses oirga,os manifestam sua vontade, considera-se que esta foi manifestada pelo proiprio estado.vontade, considera-se que esta foi manifestada pelo proiprio estado. Fala-se em imputação (e não representação) da atuação do agente, pessoa natural, a pessoa jurídica. (imputaça,o volitiva) Di Pietro explica que essa teoria e i utilizada, tambeim, para justificar a validade dos atos praticados por “funcionário de fato”, porque se considera que o ato por ele praticado ei ato do oirga,o, imputaivel, portanto, a administraça,o puiblica. Ainda segundo a autora, a teoria do oirga,o foi elaborada na Alemanha, por Otto GierkeOtto Gierke, merecendo grande aceitaça,o pelos publicistas, como Michoud, Jellinek, Carre i de Malberg, D'Alessio, Cino Vitta, Renato Alessi, San ti Romano, Marcello Caetano, entre tantos outros. IIMPORTANTE!!!MPORTANTE!!! Para CABM, ofuncionairio de fatofuncionairio de fato ei aquele cuja investidura foi irregular, mas cuja situação tem aparência de legalidade. Em nome do princípio da aparência, da boa-fé dos administrados, da segurança jurídica e do princípio da presunção de legalidade dos atos administrativos reputam-se validos os atos por ele praticados, se por outra raza,o na,o forem viciados.” 29º CPR29º CPR 22 Na,o ei qualquer ato que serai imputado ao estado. E necessairio que o ato revista-se, ao menos, de aparência de ato jurídico legítimo e seja praticado por algueim que se deva presumir ser um agente puiblico (teoria da aparennciateoria da aparenncia). Fora desses caso, o ato na,o serai considerado ato do Estado. Assim, para que possa haver a imputaça,o, a pessoa que pratica o ato administrativo deve fazen- lo em uma situaça,o tal que leve o cidada,o comum a presumir regular sua atuaça,o. O destinatairio do ato deve estar de boa-fei, ou seja, deve desconhecer a irregularidade que inquina a atuaça,o do agente funcionairio de fato. 1.2 CONCEITO DE ÓRGÃO PÚBLICO O rga,os puiblicos sa,o unidades integrantes da estrutura de uma mesma pessoa jurítiidicaunidades integrantes da estrutura de uma mesma pessoa jurítiidica nas quais sa,o agrupadas competenncias a serem exercidas por meio de agentes puiblicos. Assim, órgãos são meros conjuntos de competências, sem personalidade jurídica própria; sa,o resultados da teicnica de organizaça,o administrativa chamada odesconcentraçãodesconcentração”. A Lei 9.784/99 define oirga,o como oa unidade de atuação integrante da estrutura da Administraça,o direta e da estrutura da Administraça,o indireta”. Assim, na administraça,o direta federal, somente a Unia,o possui personalidade jurítiidica. Os ministeirios, por exemplo, sa,o centros de competenncias despersonalizados. Os oirga,os puiblicos necessariamente possuem funço,es, cargos e agentes, sendo, poreim, distintos desses elementos. Os oirga,os sa,o partes da pessoa jurítiidica. Somente a pessoa jurídica possui personalidade jurídica. Os oirga,os, suas partes, sa,o centros de competenncias despersonalizados, cuja atuaça,o ei imputada a pessoa que integram. A atuaça,o do oirga,o – que ocorre por meio dos agentes que titularizam os cargos nele agrupados – ei considerada atuaça,o da proipria pessoa jurítiidica que ele integra. Essa construça,o jurítiidica ei conhecida como TEORIA DA IMPUTAÇÃO (ou da imputaça,o volitiva) e pode ser assim sintetizada: o órgão atua por intermédio de seus agentes, e a atuação do órgão é imputada à pessoa jurídica que ele integra. Na evoluça,o do direito administrativo, a oteoria do oirga,o” substituiu
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