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Contratos Administrativos na Administração Pública


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29º CPR29º CPR 1
ADMINISTRATIVO PONTO A PONTO – PARTE ADMINISTRATIVO PONTO A PONTO – PARTE 66
6b Contratos Administrativos.6b Contratos Administrativos.
9b. Execução do contrato administrativo. Alteração unilateral. Teoria do fato do príncipe. Teoria da9b. Execução do contrato administrativo. Alteração unilateral. Teoria do fato do príncipe. Teoria da 
imprevisão. Equilíbrio econômico financeiro.imprevisão. Equilíbrio econômico financeiro.
10b Extinção do contrato administrativo. Adimplemento e inadimplemento.10b Extinção do contrato administrativo. Adimplemento e inadimplemento.
Referência Bibliográfica: Curso de Direito AdministrativoReferência Bibliográfica: Curso de Direito Administrativo11
CONTRATOS ADMINISTRATIVO
1. CONCEITO E ESPÉCIES DE CONTRATOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: CONTRATO 
ADMINISTRATIVO X CONTRATO PRIVADO
A Administraçaoo Públblica, por meio de seúbs agentes, deve exteriorizar a súba vontade para 
desempenhar as atividades administrativas e atender o interesse públblico. A manifestaçaoo de vontade 
administrativa pode ser unilateral (atos administrativos), bilateral (contratos da Administraçaoo) oúb 
plurilateral (consolrcios e conveinios).
A expressaoo “contratos da Administração” el o geinero qúbe comporta todo e qúbalqúber ajusteajuste 
bilateralbilateral celebrado pela Administraçaoo Públblica. Saoo dúbas as espelcies de contratos da Administraçaoo:
a) Contratos administrativosContratos administrativos: saoo os ajúbstes celebrados entre a Administraçaoo Públblica e o 
particúblar, regidos predominantemente pelo regidos predominantemente pelo direito públblicodireito públblico, para execução de atividades de interesse 
público. É n natúbral, aqúbi, a presença das clalúbsúblas exorbitantes (art. 58 da Lei 8.666/1993) qúbe 
conferem SUPÉ RIORIDADÉ a Administraçaoo em detrimento do particúblar, independentemente de 
previsaoo contratúbal. As caracteríslsticas balsicas dos contratos administrativos saoo: (i) verticalidadeverticalidade: 
deseqúbilíslbrio contratúbal em favor da Administraçaoo, tendo em vista a presença das clalúbsúblas 
exorbitantes; e (ii) regime predominantemente de direito públicoregime predominantemente de direito público, aplicando-se, súbpletivamente, 
as normas de direito privado. É x.: contratos de concessaoo de serviço públblico, de obras públblicas, de 
concessaoo de úbso de bem públblico etc.
b) Contratos privados da Administração ou contratos semipúblicosContratos privados da Administração ou contratos semipúblicos: saoo os ajúbstes em qúbe a 
Administraçaoo Públblica e o particúblar estaoo em sitúbaçaoo de relativa igualdade, regidos 
predominantemente pelo direito privadodireito privado. Frise-se qúbe o art. 62, § 3.º, I, da Lei 8.666/1993 admite a 
aplicaçaoo das clalúbsúblas exorbitantes, “no qúbe coúbberno qúbe coúbber”, aos contratos privados da Administraçaoo.2 É n 
evidente, todavia, qúbe as clalúbsúblas exorbitantes desnatúbrariam esses contratos, aproximando-os dos 
contratos administrativos tíslpicos, razaoo pela qúbal a presença dessas clalúbsúblas nos contratos privados 
depende da vontade das partes e a súba aplicaçaoo estal condicionada a expressa previsão contratual. 
As caracteríslsticas balsicas dos contratos privados da Administraçaoo saoo: (i) horizontalidade: 
eqúbilíslbrio contratúbal relativo, em razaoo da aúbseincia, em regra, das clalúbsúblas exorbitantes; e (ii) 
regime predominantemente de direito privado, devendo ser observadas, no entanto, algúbmas 
1 OLIVIÉ RA, Rafael Carvalho Rezende. Cúbrso de Direito Administrativo. 3.ed., É ditolria Meltodo, 2015
2“Art. 62. […] § 3.º Aplica-se o disposto nos arts. 55 e 58 a 61arts. 55 e 58 a 61 desta Lei e demais normas gerais, NO QUÉ COUBÉ RNO QUÉ COUBÉ R: I – 
aos contratos de segúbro, de financiamento, de locaçaoo em qúbe o Poder Públblico seja locatalrio, e aos demais cúbjo 
conteúbldo seja regido, predominantemente, por norma de direito privadopredominantemente, por norma de direito privado.”
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normas de direito públblico (ex.: licitaçaoo, clalúbsúblas necessalrias etc.). É x.: contratos de compra e venda, 
de segúbro, de locaçaoo (qúbando a Administraçaoo for locatalria) etc.
Nas dúbas espelcies de contratos da Administraçaoo (contratos administrativos e contratos 
privados da Administraçaoo), a Administraçaoo el parte do ajúbste (elemento súbbjetivo), e o objetivo el a 
satisfaçaoo do interesse públblico (elemento objetivo). A principal diferença encontra-se na igúbaldade oúb 
desigúbaldade entre as partes contratantes e, por conseqúbeincia, o regime júbrísldico, qúbe seral 
predominantemente aplicado (elemento formal).
RÉ SUMINDO:RÉ SUMINDO:
 A doúbtrina costúbma apontar duas grandes diferençasduas grandes diferenças entre tais contratos. 
A 1ª se liga ao (des)equilíbrio nas relações. No contrato administrativocontrato administrativo a relaçaoo contratúbal el 
deseqúbilibrada, pois a lei reconhece prerrogativas para a Administraçaoo públblica e traz súbjeiçooes para o 
contratado. 
É ste desequilíbrio se caracteriza primordialmente pela presença, nos contratos administrativos, 
das cláusulas exorbitantes, previstas no art. 58art. 58 da Lei 8.666/1993. As cláusulas exorbitantes são 
prerrogativas estatais, prerrogativas reconhecidas ao Estado na relação contratual, imponto ao 
particular uma situação de sujeição.
A 2ª se refere ao regime jurídico, pois no contrato administrativo o regime e l essencialmente de 
direito públblicodireito públblico. Apenas no caso de omissaoo oúb lacúbna e l qúbe incide súbbsidiariamente normas de direito 
privado. 
É m relaçaoo aos contratos privados da Administraçaoo públblica, no qúbe toca a 1ª diferença, a relaçaoo el 
eqúbilibradaeqúbilibrada, de modo qúbe a Administraçaoo públblica e o particúblar contratado estaoo em pel de igúbaldade. Por 
isso se diz qúbe a relaçaoo el mais eqúbilibrada.
Di Pietro afirma qúbe, enqúbanto no contrato administrativo a relaçaoo el verticalizada (hal hierarqúbia), 
no contrato privado a relaçaoo el horizontalizada (hal hierarqúbia).
É m relaçaoo ao regime júbrísldico, os contratos privados da Administraçaoo públblica, seraoo regidos 
predominantemente por normas de direito privadodireito privado, de modo qúbe, apenas qúbando hoúbver lacúbna oúb 
qúbando a legislaçaoo for expressa el qúbe incidem normas de direito públblico.
OBSOBS.: É nfim, como interpretar esse art. 62 § 3° I da Lei 8.666:art. 62 § 3° I da Lei 8.666: para toda a doúbtrina o qúbe salva a 
interpretaçaoo e l a parte final do dispositivo – ono qúbe coúbber’... A aplicaçaoo do art. 58 aos contratos 
privados naoo e l aúbtomaltica, mas sim, no qúbe coúbber. Para a doutrina, é possível a aplicação das 
cláusulas exorbitantes, se as partes assim desejarem, ou seja, as partes possuem a faculdade deas partes possuem a faculdade de 
pactuar tais cláusulas se assim desejarempactuar tais cláusulas se assim desejarem.
A ideia força e l a de qúbe, se as partes pactúbarem, e l possíslvel a presença de 
clalúbsúblas exorbitantes, mas se não houver a pactuação, o É stado naoo pode se valer de tais clalúbsúblas, 
pois no contrato privado prevalece a horizontalidade da relaçaoo júbrísldica.
O prof. destaca qúbe esta diferença el múbito importante e cai múbito em provas, citando 
prova do Ministelrio Públblico Rio.
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2 FONTES NORMATIVAS E COMPETÊNCIA LEGISLATIVA
A União possúbi competência privativacompetência privativa para legislar sobre normas gerais de contrataçaoo qúbe 
devem ser observadas por todos os É ntes federados qúbe possúbem competeincia para dispor sobre 
normas especíslficas estadúbais, distritais e múbnicipais (art. 22, XXVII, da CRFB).
A Lei 8.666/1993, qúbe regúblamentoúb a mencionada norma constitúbcional, dispooe sobre as 
normaspara licitaçooes e contratos da Administraçaoo Públblica, consúbbstanciando o principal diploma 
legal sobre a matelria. Todavia, existem inúblmeras leis especiais qúbe tratam de determinadas 
modalidades contratúbais (ex.: Lei 8.987/1995: concessaoo e permissaoo de serviços públblicos; Lei 
11.079/2004: Parcerias Públblico-Privadas etc.).
3 SUJEITOS DO CONTRATO
As partes no contrato administrativo saoo a Administração Pública (contratante) e o 
particular (contratado), conforme se depreende da interpretaçaoo sistemaltica dos arts. 2.º, paralgrafo 
úblnico, e 6.º, XIV e XV, da Lei 8.666/1993.
Questão que pode gerar dúvidas relaciona-se com a possibilidade ou não de contratos 
administrativos entre entidades da Administração (ex.: União e Estado).
Primeira posiçãoPrimeira posição: possibilidade de contratos administrativos entre pessoas administrativas, 
tendo em vista a natúbreza das partes contratantes (entidades administrativas). Nesse sentido: Hely 
Lopes Meirelles e Josel dos Santos Carvalho Filho.
Segunda posiçãoSegunda posição: o ajúbste entre pessoas administrativas naoo possúbi caralter contratúbal, mas 
sim de conveinioconveinio oúb consolrcioconsolrcio, tendo em vista a comunhão de interesses. Nesse sentido: Diolgenes 
Gasparini, Jessel Torres Pereira Júbnior.
Rafael Oliveira3 entende qúbe os ajúbstes celebrados entre entidades estatais naoo saoo 
propriamente contratos administrativos, tendo em vista os segúbintes fúbndamentos:
a) os ajúbstes entre pessoas qúbe possúbem interesses comúbns saoo caracterizados pela doúbtrina 
tradicional como verdadeiros conveinios oúb consolrciosconveinios oúb consolrcios, e naoo como contratos;
b) impossibilidade de reconhecimento de súbperioridadeimpossibilidade de reconhecimento de súbperioridade (prerrogativas) de úbma entidade 
estatal em detrimento de oúbtra;
c) a legislaçaoo, ao definir o contrato administrativo, exige a presença da Administraçaoo, de úbm 
lado, e do particúblar, do oúbtro lado (arts. 2.º, paralgrafo úblnico, e 6.º, XIV e XV, da Lei 8.666/1993), bem 
como distingúbe o tratamento dispensado aos contratos e conveinios (arts. 2.º e 116).
É xcepcionalmente, a figúbra contratúbal seria admitida nas relaçooes firmadas por pessoas 
administrativas com empresas estatais qúbe prestam atividades econoimicas em regime de 
concorreincia com as empresas privadas. De acordo com o art. 173, § 1.º, II, da CRFB, as estatais 
econoimicas atúbantes no mercado concorrencial súbbordinam-se, no qúbe coúbber, ao mesmo regime 
júbrísldico das empresas privadas e búbscam o lúbcro. Por essa razaoo, e l possíslvel a caracterizaçaoo do 
contrato administrativo com prerrogativas em favor do É nte federado contratante e súbjeiçooes da 
estatal econoimica contratada.
3OLIVIÉ RA, Rafael Carvalho Rezende. Cúbrso de Direito Administrativo. 3.ed., É ditolria Meltodo, 2015
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Oúbtra qúbestaoo interessante refere-se a viabilidade de contratos administrativos por 
entidades administrativas, com personalidade de direito privado (empresas públicas, 
sociedades de economia mista e fundações estatais de direito privado), de um lado, e 
particulares, de oúbtro lado.
Primeira posição:Primeira posição: os contratos administrativos são celebrados exclusivamente por Entes 
da Administração Direta (Uniaoo, É stados, DF e Múbnicíslpios) e por entidades de direito PÚBLICO 
da Administração Indireta (aúbtarqúbias e fúbndaçooes estatais de direito públblico). As entidades 
administrativas com personalidade de direito privado naoo celebram contratos administrativos, mas, 
sim, contratos privados da Administraçaoo. Nesse sentido: Jessel Torres Pereira Júbnior.
Segunda posiçãoSegunda posição: as entidades de direito privado da Administraçaoo Públblica podem celebrar 
contratos administrativos quando prestarem serviços públicos. É m relaçaoo a s empresas públblicas e 
a s sociedades de economia mista, deve ser feita a distinçaoo entre os seúbs objetos: enqúbanto as estatais 
econoimicas somente celebram contratos privados da Administraçaoo, tendo em vista a súbbmissaoo, em 
regra, ao mesmo regime júbrísldico das empresas privadas (art. 173, § 1.º, II da CRFB), as estatais que 
prestam serviços públicos podem celebrar contratos administrativos vinculados à prestação do serviço 
público. Nesse sentido: Diolgenes Gasparini e Marcos Júbrúbena Villela Soúbto.
Precedente do STJ:
Nesse sentido, o STJ considerou que o contrato celebrado pela Empresa de Correios e 
Telégrafos (ECT) com empresa privada, selecionada mediante licitação, para construção de 
duas agências dos correios, deve ser considerado “contrato administrativo”, sujeito ao Direito 
Administrativo (possibilidade de cláusulas exorbitantes), pois NÃO se trata de relação de 
direito privado ou de consumo (STJ, 1.a Turma, REsp 527.137/PR, Rel. Min. Luiz Fux, DJ 
31.05.2004, p. 191).
4 CARACTERÍSTICAS
Os contratos administrativos saoo regidos, predominantemente, por normas de direito públblico. 
O reconhecimento de prerrogativas em favor da Administraçaoo Públblica e a importaincia da atividade 
administrativa desempenhada revelam a necessidade de aplicaçaoo do regime de direito públblico. Em 
consequência, os contratos administrativos possuem características específicas que podem ser 
assim resumidas: formalismo moderado, bilateralidade, comutatividade, personalíssimo 
(intuitu personae), desequilíbrio e instabilidade.
4.1 Formalismo moderado
A atúbaçaoo administrativa, ao contralrio da atúbaçaoo privada, exige maiores formalidades, 
tendo em vista a gestaoo da “coisa públblica”. Por essa razaoo, a Constitúbiçaoo e a Lei 8.666/1993 exigem o 
cúbmprimento de algúbmas formalidades para celebraçaoo de contratos administrativos. É x.: exigeincia 
de licitaçaoo prelvia, salvo os casos excepcionais admitidos pela legislaçaoo; forma escrita do contrato, 
sendo vedados os contratos verbais, salvo os de peqúbenas compras de pronto pagamento (art. 60, 
paralgrafo úblnico, da Lei); clalúbsúblas necessalrias qúbe devem constar do ajúbste (art. 55 da Lei); prazo 
determinado (art. 57, § 3.º, da Lei).
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É m relaçaoo a forma escrita do contrato, e l pertinente úbma ponderaçaoo. O art. 60, paralgrafoart. 60, paralgrafo 
úblnico, da Lei 8.666/1993úblnico, da Lei 8.666/199344 exige a forma escritaforma escrita, considerando “nulo e de nenhum efeito” o 
contrato verbal. A úblnica exceçaoo expressamente reconhecida por essa norma refere-se aos contratos 
verbais de peqúbenas compras (atel R$ 4.000,00) e pronto pagamento.
Todavia, a norma deve ser interpretada em conformidade com os princíslpios gerais do Direito, 
pois a interpretaçaoo literal da norma levaria a conclúbsaoo de qúbe os contratos verbais, qúbe naoo saoo de 
peqúbenas compras, naoo seriam considerados vallidos e naoo prodúbziriam efeitos, inclúbsive o efeito do 
pagamento. Ocorre que essa interpretação prejudicaria o particular de boa-féboa-fé que forneceu oforneceu o 
bem ou prestou o serviçobem ou prestou o serviço e acarretaria o enriquecimento sem causa da Administração. Por 
esta razão, a doutrina e a jurisprudência têm reconhecido o dever da Administraçãodever da Administração 
contratante de contratante de pagarpagar ao contratado pela execução do ajuste verbal, em homenagem aos ao contratado pela execução do ajuste verbal, em homenagem aos 
princípios da princípios da boa-féboa-fé e da e da vedação do enriquecimento sem causavedação do enriquecimento sem causa. Nesse sentido: STJ (REsp 
317.463/SP), TJRJ, Marçal Justen Filho, Marcos Juruena Villela Souto, Enunciado 8 da PGE/RJ e 
Orientação Normativa/AGU 4.
IMPORTANTE!!! IMPORTANTE!!! Quando a nulidade do certame ou do contrato é imputada ao próprio 
contratado ou quando comprovada a sua má-fé, não hádireito à indenização. STJ, 2.a Turma, 
AgRg no REsp 1.394.161/SC, Rel. Min. Herman Benjamin, DJ 16.10.2013, p. 126, Info n. 529.
Rafael Oliveira (2015) qúbe essa possibilidade deve ficar adstrita aos casos de comprovadacomprovada 
úbrgeinciaúbrgeincia, hipoltese em qúbe a licitaçaoo, inclúbsive, el dispensalvel (art. 24, IV, da Lei 8.666/1993) e a boa-
fel el presúbmida, sob pena de se incentivarem o conlúbio e o cometimento de ilegalidades por parte da 
Administraçaoo e de determinados particúblares.
É x.: imaginemos úbma sitúbaçaoo de emergeincia, qúbe pela lei aúbtoriza atel mesmo a contrataçaoo 
sem licitaçaoo – art. 24, III e IV. Lembrando qúbe pela sitúbaçaoo emergencial qúbe júbstifica a dispensa da 
licitaçaoo, o contrato apenas pode ter dúbraçaoo por 180 dias (cai em provas). Nestas sitúbaçooes naoo se 
pode admitir qúbe o É stado se fúbrte de pagar pelos serviços prestados ao argúbmento de qúbe naoo foi 
celebrado o contrato formal, de modo qúbe se admite o contrato verbal nesta sitúbaçaoo, em prol da boa-
fel do contratado e da vedaçaoo do enriqúbecimento sem caúbsa.
O reconhecimento da execúbçaoo do objeto contratúbal e o respectivo pagamento (inclúbísldo o 
lúbcro do particúblar) saoo formalizados por meio do Termo de Ajúbste de Contas (oúb “contrato de efeitos 
pretelritos”).
4.2 Bilateralidade
A formalizaçaoo de todo e qúbalqúber contrato (públblico oúb privado) depende da manifestaçaoo de 
vontade das partes contratantes. Ademais, a bilateralidade el encontrada na prodúbçaoo de efeitos, pois 
o ajúbste estabelece obrigaçooes recíslprocas para as partes. As clalúbsúblas regúblamentares (oúb de serviço) 
saoo inseridas no contrato pela Administraçaoo, havendo liberdade para manifestaçaoo de vontade do 
particúblar no tocante a s clalúbsúblas econoimicas (preço, reajúbste etc.). É sse el o traço distintivo entre os 
4Art. 60. Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração, salvo o de 
pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas aquelas de valor não superior a 5% (cinco por cento) 
do limite estabelecido no art. 23, inciso II, alínea "a" desta Lei, feitas em regime de adiantamento.
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contratos e os atos administrativos, pois, neste úblltimo caso, a formataçaoo do ato depende da 
manifestaçaoo úbnilateral da Administraçaoo.
4.3 Comutatividade
As obrigaçooes das partes contratantes saoo eqúbivalentes e previamente estabelecidas. A eqúbaçaoo 
financeira inicial do contrato, determinada a partir da proposta vencedora na licitaçaoo, deve ser 
preservada dúbrante toda a vigeincia do contrato. Trata-se do princíslpio constitúbcional do eqúbilíslbrio 
econoimico-financeiro do contrato, previsto no art. 37, XXI, da CRFB (“cláusulas que estabeleçam 
obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei”). A eqúbaçaoo 
financeira inicial deve ser preservada contra o decúbrso do tempo, bem como nos casos de fatos 
extraordinalrios naoo impúbtalveis ao contratado. Por essa razaoo, a legislaçaoo contempla algúbns 
instrúbmentos para efetivaçaoo desse princíslpio, com destaqúbe para o reajúbste e a revisaoo do contrato.
O que se entende por equilíbrio econômico financeiro dos contratos? O que se entende por equilíbrio econômico financeiro dos contratos? Segúbndo Rafael 
Oliveira (2015) qúbando o É stado vai contratar, ele iral fazei-lo com aqúbela empresa qúbe cobrar valor 
mais baixo. Qúbando a empresa realiza úbma proposta, ela jal fez úbma anallise de cúbsto-benefíslcio e para 
qúbe possa realizar o objeto do contrato sem qúbe incida em prejúbíslzos e de forma efetiva, el 
imprescindíslvel qúbe o valor da proposta seja preservado. AtençaooAtençaoo, pois preservaçaoo naoo significa 
congelamento, de modo qúbe se hoúbver algúbma sitúbaçaoo qúbe venha a elevar os cúbstos do serviço, algúbm 
deseqúbilíslbrio naoo impúbtalvel ao particúblar, el possíslvel úbma alteraçaoo de modo a promover o eqúbilíslbrio 
econoimico financeiro. Imaginemos um serviço que era prestado a 5 reais e o contratado tinha o 
custo de 2 reais. Advém uma majoração tributária, um fato do príncipe por ex., de modo que o 
custo passe a ser de 4 reais, há um desequilíbrio que admite a alteração do contrato de modo a 
promover o equilíbrio econômico financeiro dos contratos, passando o serviço a ser prestado, 
por ex., por 7 ou 6 reais.
4.4 Personalíssimo (intuitu personae)
O contrato el celebrado com o licitante qúbe apresentoúb a melhor proposta. A escolha impessoal 
do contratado faz com qúbe o contrato tenha qúbe ser por ele execúbtado, sob pena de búbrla aos 
princíslpios da impessoalidade e da moralidade.
Todavia, naoo se pode emprestar caralter absolúbto a essa exigeincia, admitindo-se, nas hipolteses 
legais, a alteraçaoo súbbjetiva do contrato (ex.: os arts. 72 e 78, VI, da Lei 8.666/1993 admitem a 
súbbcontrataçaoo parcial, ate l o limite permitido pela Administraçaoo, desde que essa possibilidade 
esteja prevista no edital e no contrato).
Marçal afirma qúbe naoo hal personalismo, pois o qúbe importa naoo el a pessoa do contratado, mas 
sim a proposta qúbe foi apresentada. Apesar disto, a maioria esmagadora da doutrina aponta o 
caráter personalíssimo. Tanto é assim que a Lei 8.666 veda a subcontratação e cessão do 
contrato sem anuência do Estado.
4.5 Desequilíbrio
É n tradicional a afirmaçaoo de qúbe, ao contralrio do qúbe ocorre nos contratos privados, as partes 
contratantes nos contratos administrativos estaoo em posiçaoo de desigúbaldade, tendo em vista a 
presença das clalúbsúblas exorbitantes qúbe consagram prerrogativas a Administraçaoo e súbjeiçooes ao 
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contratado. O art. 58 da Lei 8.666/1993 prevei as clalúbsúblas exorbitantes (alteraçaoo úbnilateral, rescisaoo 
úbnilateral, fiscalizaçaoo, aplicaçaoo de sançooes e ocúbpaçaoo provisolria).
4.6 Instabilidade
A Administraçaoo possúbi a prerrogativa de alterar úbnilateralmente as clalúbsúblas regúblamentares 
oúb, ate l mesmo, rescindir os contratos administrativos, tendo em vista a necessidade de atender o 
interesse públblico (art. 58, I e II, da Lei 8.666/1993). A múbtabilidade natúbral do interesse públblico, em 
razaoo da alteraçaoo da realidade social, polísltica e econoimica, acarreta a maleabilidade (instabilidade) 
nos contratos administrativos. É nqúbanto nos contratos privados sempre vigoroúb a ideia, hoje múbito 
mitigada pelas teorias revisionistas, do pacta sunt servanda, nos contratos administrativos a 
instabilidade el úbma nota essencial.
5 FORMALIZAÇÃO DO CONTRATO E GARANTIAS
O formalismo moderado, conforme analisado anteriormente, e l úbma das caracteríslsticas dos 
contratos administrativos, segúbndo a qúbal a Administraçaoo deve obedecer aos procedimentos 
previstos na legislaçaoo para formataçaoo vallida do ajúbste. Algúbmas formalidades podem ser destacadas 
na Lei 8.666/1993Lei 8.666/1993:
a) realização de licitação, salvo as hipolteses legais de dispensa e inexigibilidade, devendo ser 
acostada a minúbta do contrato ao instrúbmento convocatolrio (art. 62, § 1.º);
b) forma escrita, salvo os ajúbstes para peqúbenas compras de pronto pagamento (art. 60, 
paralgrafo úblnico), bem como as hipolteses de boa-fe l do contratado com o intúbito de vedar o 
enriqúbecimento sem caúbsa da Administraçaoo;
c) cláusulas necessárias (art. 55);
d) possibilidade de exigência de garantia (caúbçaoo em dinheiro oúb em tísltúblos da díslvida 
públblica, segúbro-garantia oúb fiança bancalria) nas contrataçooes de obras, serviços e compras, desdedesde 
que tal exigência conste do instrumento convocatórioque tal exigência conste do instrumento convocatório, não podendo a garantia ser superior a 
5% do valor do contrato, salvo na hipoltese de contrataçooes de grande vúblto,com alta complexidade 
telcnica e riscos financeiros consideralveis, quando a garantia pode ser de até 10% do valor do 
contrato (art. 56, caput, e §§ 1.º a 5.º);
e) arqúbivamento dos contratos administrativos em ordem cronololgica e o registro de seúbs 
extratos (art. 60);
f) os contratos devem mencionar “os nomes das partes e os de seúbs representantes, a finalidade, 
o ato qúbe aúbtorizoúb a súba lavratúbra, o núblmero do processo da licitaçaoo, da dispensa oúb da 
inexigibilidade, a súbjeiçaoo dos contratantes a s normas desta Lei e a s clalúbsúblas contratúbais” (art. 61);
g) publicação na imprensa oficial dos contratos e seus aditamentos, ainda qúbe de forma 
redúbzida, qúbe fúbnciona como condiçaoo de súba eficalcia (art. 61, paralgrafo úblnico) etc.
A formalizaçaoo dos contratos administrativos pode ser feita de dúbas formas (art. 62 da Lei 
8.666/1993):
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a) instrumento contratual: necessalrio para os casos de concorreincia e de tomada de preços, 
bem como nas dispensas e inexigibilidades, cúbjos preços estejam compreendidos nos limites dessas 
dúbas modalidades de licitaçaoo;
b) desnecessidade de instrumento contratual: a minúbta do contrato pode ser súbbstitúbíslda, 
nos demais casos, por oúbtros instrúbmentos halbeis (ex.: carta contrato, nota de empenho de despesa,carta contrato, nota de empenho de despesa, 
aúbtorizaçaoo de compra oúb ordem de execúbçaoo de serviçoaúbtorizaçaoo de compra oúb ordem de execúbçaoo de serviço), devendo constar desses instrúbmentos as 
clalúbsúblas necessalrias previstas no art. 55 da Lei de Licitaçooes. Tambelm el possíslvel a súbbstitúbiçaoo do 
termo contratúbal, a critelrio da Administraçaoo e independentemente de seúb valor, nos casos de compra 
com entrega imediata e integral dos bens adqúbiridos, dos qúbais naoo resúbltem obrigaçooes fúbtúbras, 
inclúbsive assisteincia telcnica (art. 62, § 4.º, da Lei de Licitaçooes).
6 CLÁUSULAS EXORBITANTES
Os contratos administrativos saoo caracterizados pelo desequilíbrio das partes, úbma vez qúbe 
as clalúbsúblas exorbitantes, previstas no art. 58 da Lei 8.666/1993, conferem prerrogativas a 
Administraçaoo e súbjeiçooes ao contratado, independentemente de previsaoo editalíslcia oúb contratúbal. Saoo 
clalúbsúblas exorbitantes: alteraçaoo úbnilateral, rescisaoo úbnilateral, fiscalizaçaoo, aplicaçaoo de sançooes e 
ocúbpaçaoo provisolria.
É n importante salientar qúbe o exercíslcio de prerrogativas por parte da Administraçaoo no aimbito 
dos contratos administrativos dependeral de decisaoo motivada e ampla defesa e contraditolrio.
6.1 Alteração unilateral
Ao contralrio do qúbe ocorre nos contratos privados, a Administraçaoo Públblica pode alterara Administraçaoo Públblica pode alterar 
úbnilateralmente as clalúbsúblas dos contratos administrativos para melhor efetivaçaoo do interesseúbnilateralmente as clalúbsúblas dos contratos administrativos para melhor efetivaçaoo do interesse 
públblicopúblblico, respeitados os limites legais e de forma justificada (arts. 58, I, e 65, I, da Lei 8.666/1993). A 
alteraçaoo úbnilateral pode ser dividida em dúbas espelcies:
a) alteração qualitativaalteração qualitativa (art. 65, I): alteraçaoo do projeto oúb das especificaçooes, para melhor 
adeqúbaçaoo telcnica aos seúbs objetivos; oúb
b) alteração unilateral quantitativaalteração unilateral quantitativa (art. 65, II): alteraçaoo da qúbantidade do objeto contratúbal, 
nos limites permitidos pela Lei.
É xistem reqúbisitos qúbe devem ser observados na alteraçaoo úbnilateral, tais como:
a) necessidade de MOTIVAÇÃOMOTIVAÇÃO;
b) a alteração deve decorrer de fato superveniente à contrataçãofato superveniente à contratação, pois no momento da 
instaúbraçaoo da licitaçaoo a Administraçaoo efetivoúb a delimitaçaoo do objeto contratúbal, o qúbe 
condicionoúb a apresentaçaoo das propostas pelos licitantes;
c) impossibilidade de impossibilidade de descaracterização do objeto contratualdescaracterização do objeto contratual (ex.: naoo se pode alterar úbm 
contrato de compra de materiais de escritolrio para transformal-lo em contrato de obra públblica);
d) necessidade de preservação do equilíbrio econômico-financeiro do contratopreservação do equilíbrio econômico-financeiro do contrato;
e) apenas as cláusulas regulamentares (ou de serviço) podem ser alteradas 
unilateralmente, mas não as cláusulas econômicas (financeiras oúb monetalrias), conforme 
29º CPR29º CPR 9
previsaoo contida no art. 58, § 1.º, da Lei 8.666/19935 (ex: a Administraçaoo pode alterar o contrato 
para exigir a constrúbçaoo de 120 casas popúblares, em vez de 100 casas, inicialmente previstas qúbando 
da assinatúbra do contrato; pode ser alterado contrato de pavimentaçaoo de 100 km de determinada 
rodovia para se estender a pavimentaçaoo por mais 10 km);
f) os efeitos econômicos da alteração unilateral das cláusulas regulamentares devem 
respeitar os percentuais previstos no art. 65, § 1.º, da Lei 8.666/1993no art. 65, § 1.º, da Lei 8.666/1993: os acrelscimos oúbos acrelscimos oúb 
súbpressooes qúbe se fizerem nas obras, serviços oúb compras, naoo podem úbltrapassar o eqúbivalente asúbpressooes qúbe se fizerem nas obras, serviços oúb compras, naoo podem úbltrapassar o eqúbivalente a 
25%25% do valor inicial atúbalizado do contrato do valor inicial atúbalizado do contrato, e, no caso especíslfico de reforma de edifíslcio oúb deno caso especíslfico de reforma de edifíslcio oúb de 
eqúbipamento, o limite seral de eqúbipamento, o limite seral de 50%50% para os seúbs acrelscimos para os seúbs acrelscimos.
ATENÇÃO!! ATENÇÃO!! É xiste relevante controvelrsia no tocante ao alcance dos limites percentúbais (25%25% 
e 50%)e 50%) previstos no art. 65, § 1.º, da Lei a s ALTERAÇÕES QUALITATIVASALTERAÇÕES QUALITATIVAS.
Primeira posiçãoPrimeira posição: os limites devem ser aplicados a s alteraçooes úbnilaterais os limites devem ser aplicados a s alteraçooes úbnilaterais qúbantitativasqúbantitativas, MAS 
NAOO A S QUALITATIVAS, tendo em vista dois fúbndamentos: (i) o art. 65, § 1.º, da Lei, qúbe estabelece os 
mencionados limites, úbtiliza as expressooes “acrelscimos oúb súbpressooes”, o qúbe denota a qúbantidade do 
contrato. Ademais, o art. 65, I, “b”, da Lei, ao definir a alteraçaoo qúbantitativa, tambelm adota expressooes 
anallogas (“acrelscimo oúb diminúbiçaoo”); (ii) nas definiçooes das alteraçooes úbnilaterais (qúbalitativa e 
qúbantitativa), apenas o inciso I, “b”, do art. 65 da Lei (alteraçaoo qúbantitativa) faz mençaoo a limites 
(“nos limites permitidos por esta Lei”). Naoo hal mençaoo, na alteraçaoo qúbalitativa, a limites legais. Nesse 
sentido: Marçal Júbsten Filho e Maria Sylvia Zanella Di Pietro.
Segunda posiçãoSegunda posição: os limites DEVEMDEVEM ser observados em TODA E QUALQUER ALTERAÇÃOTODA E QUALQUER ALTERAÇÃO 
UNILATERAL, QUALITATIVA OU QUANTITATIVAUNILATERAL, QUALITATIVA OU QUANTITATIVA. O principal fúbndamento el a aúbseincia de distinçaoo 
entre as alteraçooes nas normas qúbe impooem os limites percentúbais, admitindo-se a inobservaincia dos 
limites apenas para os casos de súbpressooes por acordo das partes (art. 65, § 2.º, II, da Lei). Nesse 
sentido: Jose l dos Santos Carvalho Filho, Marcos Júbrúbena Villela Soúbto, Flalvio Amaral Garcia, Jessel 
Torres Pereira Júbnior, TCUTCU e STJSTJ. (TCU, Plenalrio, Decisaoo 215/99, Rel. Min. Josel Antonio B. de Macedo, 
DO 21.05.1999; STJ, 2.a Túbrma, RÉ sp 1.021.851/SP, Rel. Min. É liana Calmon, DJe 28.11.2008, 
Informativo de Jurisprudência do STJ n. 363.)
a) segurança jurídica e boa-fé: a alteraçaoo ilimitada acarretaria insegúbrança para o contratado 
qúbe deveria se súbjeitar a vontade da Administraçaoo mesmo nas hipolteses em qúbe naoo tenha condiçooes 
materiais (eqúbipamentos oúb bens) oúb econoimicas para implementar o objeto alterado;
b)economicidade: em virtúbde dos riscos incalcúblalveis assúbmidos pelo particúblar, a súba 
proposta de preço na licitaçaoo seria incrementada e naoo representaria, necessariamente, os cúbstos e 
os lúbcros esperados;
c) moralidade e isonomia: na aúbseincia de limites percentúbais, o preço contratúbal poderia 
sofrer enorme variaçaoo, o qúbe colocaria em dúblvida, eventúbalmente, a modalidade de licitaçaoo 
5“Art. 58. […] § 1.º As clalúbsúblas econoimico-financeiras e monetalrias dos contratos administrativos As clalúbsúblas econoimico-financeiras e monetalrias dos contratos administrativos NAOONAOO poderaoo ser poderaoo ser 
alteradas alteradas sem prelvia concordaincia do contratadosem prelvia concordaincia do contratado.” Registre-se qúbe a alteraçaoo da clalúbsúbla de execúbçaoo repercúbtiral, 
necessariamente, no cúbsto do contrato, razaoo pela qúbal devera l ser realizada a revisaoo para reeqúbilibrar a eqúbaçaoo 
financeira. A alteraçaoo da clalúbsúbla econoimica, portanto, e l úbma conseqúbeincia da alteraçaoo primalria da clalúbsúbla 
regúblamentar, naoo sendo líslcita a alteraçaoo úbnilateral (e direta) do valor do contratonaoo sendo líslcita a alteraçaoo úbnilateral (e direta) do valor do contrato.
29º CPR29º CPR 10
úbtilizada para escolher o licitante, sendo certo qúbe determinadas modalidades (concorreincia, tomada 
de preços e convite) levam em consideraçaoo o valor estimado do contrato e possúbem exigeincias 
diferenciadas em relaçaoo a participaçaoo dos licitantes (ex.: a Administraçaoo úbtiliza-se do convite, 
direcionando a contrataçaoo para algúbns convidados, para celebrar o contrato qúbe sofre alteraçaoo 
posterior para elevar o preço ao patamar qúbe demandaria a concorreincia – esta úblltima modalidade 
admite a participaçaoo de qúbalqúber interessado); e
d) razoabilidade: naoo se pode pretender transformar a contrataçaoo públblica em loteria oúb 
aventúbra júbrísldica.
ATENÇÃO!!ATENÇÃO!! NA PROVA DA PGFN - 2ª FASE (2016) FOI COBRADA EM UMA QUESTÃO 
SUBJETIVA SE OS LIMITES CONSTANTES DO § 1º ART. 65 DA LEI 8666/93 SE APLICAM ÀS 
ALTERAÇÕES QUALITATIVAS.
6.2 Rescisão unilateral
A Administraçaoo Públblica possúbi a prerrogativa de rescindir úbnilateralmenteprerrogativa de rescindir úbnilateralmente o contrato 
administrativo, sem a necessidade de propositúbra de açaoo júbdicial (art. 58, II, da Lei 8.666/1993).
As hipolteses qúbe podem júbstificar a rescisaoo úbnilateraljúbstificar a rescisaoo úbnilateral dos contratos administrativos estaoo 
elencadas no art. 78 da Lei 8.666/1993 e podem ser divididas em dois grandes grúbpos:
a) rescisão COM culpa do particular (ex.: naoo cúbmprimento oúb cúbmprimento irregúblar de 
clalúbsúblas contratúbais, súbbcontrataçaoo sem aúbtorizaçaoo da Administraçaoo); e
b) rescisão SEM culpa do particular (ex.: caso fortúbito oúb força maior). A rescisaoo úbnilateral 
deve ser motivadamotivada, bem como precedida, de ampla defesa e de contraditolrioampla defesa e de contraditolrio (art. 78, paralgrafo úblnico, 
da Lei).
Frise-se qúbe o art. 78 da Lei enúbmera tambelm hipolteses de rescisão por culpa darescisão por culpa da 
AdministraçãoAdministração, mas, nesse caso, a rescisaoo sol poderal ocorrer por ACORDO NA VIA ADMINISTRATIVAACORDO NA VIA ADMINISTRATIVA 
OU MÉ DIANTÉ SÉ NTÉ NÇA JUDICIALOU MÉ DIANTÉ SÉ NTÉ NÇA JUDICIAL, pois o contratado naoo possúbi a prerrogativa de impor a rescisaoo 
ao Poder Públblico (art. 79, II e III, da Lei).
6.3 Fiscalização
A Administraçaoo Públblica tem o poder-dever de fiscalizar a correta execúbçaoo do contrato (art. 
58, III, da Lei 8.666/1993). Conforme orientação do TCUTCU, a fiscalização deve ser 
CONTEMPORÂNEA à execução do contratoCONTEMPORÂNEA à execução do contrato, evitando-se atestações de serviços não concluídos 
ou com datas retroativas (TCU, 1.a Câmara, Ata 19/2006, Acórdão 1.442/2006, Rel. Min. 
Marcos Vinicios Vilaça, DO 12.06.2006).
Na forma do art. 67 da Lei 8.666/1993, a execúbçaoo do contrato deve ser “acompanhada e 
fiscalizada por um representante da Administração especialmente designado, permitida a 
contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a essa 
atribuição”. No exercíslcio da fiscalizaçaoo, o representante da Administraçaoo anotara l em registro 
prolprio todas as ocorreincias relacionadas com a execúbçaoo do contrato, determinando, se for o caso, a 
regúblarizaçaoo das faltas oúb defeitos observados (art. 67, § 1.º, da Lei). Qúbando as decisooes e 
provideincias escaparem da competeincia do fiscal, elas deveraoo ser solicitadas aos súbperiores (art. 67, 
29º CPR29º CPR 11
§ 2.º, da Lei). É n motivo para rescisaoo contratúbal o desatendimento das determinaçooes do agente 
fiscalizador, bem como as de seúbs súbperiores, na forma do art. 78, VII, da Lei.
6.4 Aplicação de sanções
A Administraçaoo possúbi a prerrogativa de aplicar sanções ao contratado no caso de 
inexecução total ou parcial do ajuste, respeitado o direito ao contraditolrio e a ampla defesadireito ao contraditolrio e a ampla defesa (art. 
58, IV, da Lei 8.666/1993). O art. 87 da Lei 8.666/1993 elenca as segúbintes sançooes administrativassançooes administrativas, 
qúbe devem ser aplicadas por meio do júbíslzo de proporcionalidade do administrador a partir da 
gravidade da infraçaoo:
a) advertênciaadvertência (infraçooes leves);
b) multamulta, na forma prevista no instrúbmento convocatolrio oúb no contrato (infraçooes meldias);
c) SUSPENSÃO temporária de participação em licitaçãoSUSPENSÃO temporária de participação em licitação e IMPEDIMENTO de contratar comIMPEDIMENTO de contratar com 
a Administração por a Administração por até dois anosaté dois anos (infraçooes graves);
d) declaração de inidoneidadedeclaração de inidoneidade para licitar oúb contratar com a Administraçaoo Públblica 
enqúbanto perdúbrarem os motivos determinantes da púbniçaoo oúb atel qúbe seja promovida a reabilitaçaoo 
perante a própria autoridade que aplicou a penalidade, qúbe sera l concedidasera l concedida SEMPRE QUE OSEMPRE QUE O 
CONTRATADO RESSARCIRCONTRATADO RESSARCIR a Administraçaoo pelos prejuízos resúbltantes e depois de decorrido o 
prazo da sançaoo aplicada com base no inciso anterior (infraçaoo gravíslssima).
6.5 Ocupação provisória
No caso dos serviços essenciaisserviços essenciais, a Lei aúbtoriza o apossamento provisório dos bens móveis 
e imóveis, bem como a utilização de pessoal e de serviços do contratado qúbando hoúbver 
necessidade de apúbraçaoo administrativa de faltas contratúbais pelo contratado, assim como na 
hipoltese de rescisaoo do contrato administrativo (arts. 58, V, 79, I, e 80, II, da Lei 8.666/1993).
6.6 Outras cláusulas exorbitantes
Alelm das clalúbsúblas exorbitantes enúbmeradas no art. 58 da Lei 8.666/1993, existem oúbtras 
prerrogativas reconhecidas ao Poder Públblico contratante. Na hipoltese de rescisão unilateralrescisão unilateral do 
contrato, o art. 80 da Lei 8.666/1993art. 80 da Lei 8.666/1993 reconhece, por exemplo, as segúbintes prerrogativas, sem 
prejúbíslzo da aplicaçaoo de oúbtras sançooes:
a) assunção imediata do objeto do contratoassunção imediata do objeto do contrato, no estado e local em qúbe se encontrar, por ato 
prolprio da Administraçaoo;
b) ocupação e utilização do local, instalações, equipamentos, material e pessoalocupação e utilização do local, instalações, equipamentos, material e pessoal 
empregados na execução do contratoempregados na execução do contrato, necessalrios a súba continúbidadecontinúbidade, na forma do inciso V do art. 
58 da Lei 8.666/1993;
c) execução da garantia contratual para ressarcimento dos prejuízos causados àexecução da garantia contratualpara ressarcimento dos prejuízos causados à 
AdministraçãoAdministração, bem como dos valores das multas aplicadas ao contratado,bem como dos valores das multas aplicadas ao contratado, 
independentemente da propositura de ação judicialindependentemente da propositura de ação judicial;
IMPORTANTE!! IMPORTANTE!! DEVO LEMBRARDEVO LEMBRAR:: Como visto no resúbmo sobre atos administrativos, em regra, a 
multamulta aplicada ao particúblar naoo e l dotada do atribúbto AUTOÉ XÉ CUTORIÉ DADÉ naoo e l dotada do atribúbto AUTOÉ XÉ CUTORIÉ DADÉ , e l dizer, naoo pode ser 
29º CPR29º CPR 12
execúbtada diretamente da Administraçaoo Públblica, qúbe tem qúbe recorrer ao Poder Júbdicialrio caso naoo 
ocorra o pagamento devido. OCORRÉ QUÉ , como foi citado, essa OCORRÉ QUÉ , como foi citado, essa MULTA É M CONTRATOSMULTA É M CONTRATOS 
ADMINISTRATIVOS DÉ CORRÉ NTÉ S DÉ LICITAÇAOOADMINISTRATIVOS DÉ CORRÉ NTÉ S DÉ LICITAÇAOO PODÉ M SÉ R É XÉ CUTADOS DIRÉ TAMÉ NTÉ ,PODÉ M SÉ R É XÉ CUTADOS DIRÉ TAMÉ NTÉ , 
INDÉ PÉ NDÉ NTÉ MÉ NTÉ DA PROPOSITURA DÉ AÇAOO JUDICIALINDÉ PÉ NDÉ NTÉ MÉ NTÉ DA PROPOSITURA DÉ AÇAOO JUDICIAL.
d) retençaoo dos crelditos decorrentes do contrato ate l o limite dos prejúbíslzos caúbsados a retençaoo dos crelditos decorrentes do contrato ate l o limite dos prejúbíslzos caúbsados a 
AdministraçaooAdministraçaoo. Ressalte-se qúbe a retençaoo do pagamentoretençaoo do pagamento, apols a rescisaoo contratúbal, encontra 
previsaoo expressa no art. 80, IV, da Lei 8.666/1993. Todavia, e l ilegalilegal reter o pagamento, tendo em 
vista o descúbmprimento de algúbm reqúbisito de habilitaçaoo no cúbrso do contrato, e exigir, ao mesmo 
tempo, o cúbmprimento do ajúbste. Por essa razão, o STJ declarou a ilegalidade da retenção do 
pagamento devido à empresa em situação irregular perante o Fisco (STJ, 2.a Turma, AgRg no 
REsp 1.313.659/RR, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, DJe 06.11.2012, Informativo de 
Jurisprudência do STJ n. 507).
EXTRA DIZER O DIREITO6:
Para qúbe qúbalqúber pessoa possa celebrar contrato com a Administraçaoo Públblica el necessalrio qúbe 
ela naoo possúba díslvidas com a segúbridade social. É ssa exigeincia estal prevista no art. 195, § 3º da CF: 
Art. 195 (...) 
§ 3º - A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido em lei, 
não poderá contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou 
creditícios. 
A Lei de Licitações, por sua vez, prevê que a pessoa somente poderá participar de licitações sesomente poderá participar de licitações se 
comprovar sua regularidade fiscalcomprovar sua regularidade fiscal, ou seja, a inexistência de débitos com o Poder Público. É o que diz o 
art. 27 da Lei n. 8.666/93: 
Art. 27. Para a habilitação nas licitações exigir-se-á dos interessados, exclusivamente, 
documentação relativa a: 
(...) 
6CAVALCANTE. Márcio André Lopes. Dizer o direito. Extraído do sítio: http://www.dizerodireito.com.br/
29º CPR29º CPR 13
IV - regularidade fiscal. 
É ssa regúblaridade fiscal naoo el exigida apenas no momento da licitaçaoo e da contrataçaoo, persistindo 
durante toda a execução do contrato: 
Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam: 
(...) 
XIII - a obrigação do contratado de mantermanter, durante toda a execução do contratodurante toda a execução do contrato, em 
compatibilidade com as obrigações por ele assumidas, todas as condições de habilitação e qualificaçãotodas as condições de habilitação e qualificação 
exigidas na licitaçãoexigidas na licitação. 
Feitos esses esclarecimentos, imagine agora a seguinte situação hipotética: Feitos esses esclarecimentos, imagine agora a seguinte situação hipotética: 
Determinada pessoa júbrísldica participoúb de licitaçaoo e foi contratada para prestar serviços ao Poder 
Públblico dúbrante o prazo de 12 meses. No momento da habilitaçaoo e da contrataçaoo, a referida empresa 
possúbísla regúblaridade fiscal. Ocorre que, por volta do 3º mês do contrato, ela passou a ter débitos com 
a seguridade social. 
Diante disso, a Administração Pública pode deixar de pagar a contraprestação mensal devidaDiante disso, a Administração Pública pode deixar de pagar a contraprestação mensal devida 
à empresa por conta do contrato até que ela volte a ter regularidade fiscal? à empresa por conta do contrato até que ela volte a ter regularidade fiscal? 
NÃO. Segundo jurisprudência pacífica do STJ, é ilegal reter o pagamento devido a fornecedorreter o pagamento devido a fornecedor 
em situação de irregularidade perante o Fiscoem situação de irregularidade perante o Fisco. Essa prática não é permitida, considerando que não 
existe autorização na Lei para que seja feita. Logo, como no direito administrativo o administrador 
somente pode fazer aquilo que a lei o autoriza, tal conduta por parte do Poder Público violaria o 
princípio da legalidade. 
O que pode fazer, então, a Administração Pública? O que pode fazer, então, a Administração Pública? 
No caso de falta de regúblaridade fiscal dúbrante a execúbçaoo do pacto, a Lei de Licitaçooes aúbtoriza qúbe 
o Poder Públblico imponha penalidades ao contratado (art. 87) oúb rescinda o contrato. 
Veja um precedente do STJ que explicita bem esse entendimento: Veja um precedente do STJ que explicita bem esse entendimento: 
ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. CONTRATO. RESCISÃO. IRREGULARIDADE 
FISCAL. RETENÇÃO DE PAGAMENTO. 
1. É n necessalria a comprovaçaoo de regúblaridade fiscal do licitante como reqúbisito para súba 
habilitaçaoo, conforme preconizam os arts. 27 e 29 da Lei nº 8.666/93, exigeincia qúbe encontra respaldo no 
art. 195, § 3º, da CF. 
2. A exigeincia de regúblaridade fiscal deve permanecer dúbrante toda a execúbçaoo do contrato, a teor do 
art. 55, XIII, da Lei nº 8.666/93, qúbe dispooe ser "obrigaçaoo do contratado de manter, dúbrante toda a 
execúbçaoo do contrato, em compatibilidade com as obrigaçooes por ele assúbmidas, todas as condiçooes de 
habilitaçaoo e qúbalificaçaoo exigidas na licitaçaoo". 
3. Desde qúbe haja júbsta caúbsa e oportúbnidade de defesa, pode a Administraçaoo rescindir contratoDesde qúbe haja júbsta caúbsa e oportúbnidade de defesa, pode a Administraçaoo rescindir contrato 
firmado, ante o descúbmprimento de clalúbsúbla contratúbal.firmado, ante o descúbmprimento de clalúbsúbla contratúbal. 
4. Naoo se verifica nenhúbma ilegalidade no ato impúbgnado, por ser legísltima a exigeincia de qúbe a 
contratada apresente certidooes comprobatolrias de regúblaridade fiscal. 
29º CPR29º CPR 14
5. Pode a Administraçaoo rescindir o contrato em razaoo de descúbmprimento de úbma de súbas clalúbsúblasPode a Administraçaoo rescindir o contrato em razaoo de descúbmprimento de úbma de súbas clalúbsúblas 
e ainda impúbtar penalidade ao contratado descúbmpridore ainda impúbtar penalidade ao contratado descúbmpridor. Todavia a retençaoo do pagamento devido, por 
naoo constar do rol do art. 87 da Lei nº 8.666/93, ofende o princíslpio da legalidade, inscúblpido na Carta 
Magna. 
6. Recúbrso ordinalrio em mandado de segúbrança provido em parte.
6.7 A releitura das cláusulas exorbitantes
Conforme demonstrado anteriormente, e l majoritalrio o entendimento de qúbe as clalúbsúblas 
exorbitantes saoo inerentes aos contratos administrativos e PODÉ RAOO SÉ R UTILIZADAS PÉ LO PODÉ RPODÉ RAOO SÉ R UTILIZADAS PÉ LO PODÉ R 
PUnBLICO AINDA QUÉ NAOO PRÉ VISTAS CONTRATUALMÉ NTÉ PUnBLICO AINDA QUÉ NAOO PRÉ VISTAS CONTRATUALMÉ NTÉ .
É n importante notar, contúbdo, qúbe a afirmaçaoo da súbpremacia da Administraçaoo nos contratos 
administrativos, em razaoo da presença natúbral/aúbtomaltica das clalúbsúblas exorbitantes, começa a ser 
relativizada por parcela da doúbtrina, em razaoo dos segúbintes argúbmentos:
a) relativizaçaoo do princíslpio dasúbpremacia do interesse públblico sobre o privado: o interesse 
públblico e os direitos fúbndamentais naoo saoo necessariamente colidentes e naoo saoo hierarqúbizados pela 
Constitúbiçaoo Federal;
b) princíslpios da segúbrança júbrísldica, da eficieincia e da economicidade: as prerrogativas 
úbnilaterais em favor do É stado deseqúbilibram a relaçaoo contratúbal, gerando insegúbrança e risco ao 
particúblar qúbe, natúbralmente, embúbtira l o risco incerto em súba proposta apresentada dúbrante o 
procedimento licitatolrio, elevando o preço a ser cobrado do poder públblico.
A Nesse sentido, Diogo de Figúbeiredo Moreira Neto propooe a flexibilizaçaoo das clalúbsúblas 
exorbitantes qúbe seriam inclúbísldas discricionariamente em cada contrato administrativo. Com o intúbito 
de se reforçarem a legitimidade e a segúbrança júbrísldica do particúblar, a telcnica da flexibilizaçaoo 
proposta pelo aúbtor e l conjúbgada com a “teoria da dupla motivação”, por meio da qúbal a 
administraçaoo deve, em primeiro lúbgar, motivar a adoçaoo oúb o afastamento em tese da clalúbsúbla 
exorbitante nos contratos administrativos e, em segúbndo lúbgar, motivar a úbtilizaçaoo concreta de 
determinada clalúbsúbla exorbitante prevista contratúbalmente (MORÉ IRA NÉ TO, Diogo de Figúbeiredo). 
(NAOO segúbir esse posicionamento em provas de procúbradorias)
7 EQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO DOS CONTRATOS
O princípio da manutenção do equilíbrio econômico-financeiro do contratoprincípio da manutenção do equilíbrio econômico-financeiro do contrato encontra-se 
consagrado no art. 37, XXI, da CRFB, qúbe estabelece a necessidade de manutenção das “condições 
efetivas da proposta” vencedora na licitação ou na contratação direta.
A equação econômica el definida no MOMÉ NTO DA APRÉ SÉ NTAÇAOO DA PROPOSTAMOMÉ NTO DA APRÉ SÉ NTAÇAOO DA PROPOSTA (e naoo da 
assinatúbra do contrato) e leva em consideraçaoo os encargos do contratado e o valor pago pela 
Administraçaoo, devendo ser preservada durante toda a execução do contrato.
É n importanteimportante ressaltar qúbe o princíslpio da manúbtençaoo do eqúbilíslbrio econoimico-financeiro 
pode ser invocado tanto pelo particúblar (contratado) quanto pelo Poder Público (contratante). 
29º CPR29º CPR 15
Assim, por exemplo, na hipoltese de aúbmento de cúbstos contratúbais, em virtúbde de sitúbaçooes naoo 
impúbtadas ao contratado, o Poder Públblico devera l majorar o valor a ser pago pela execúbçaoo do 
contrato ao contratado. Ao contralrio, se os cúbstos contratúbais diminúbíslrem, o Poder Públblico deveral 
minorar os valores a serem pagos ao contratado.
A legislaçaoo consagra diversos mecanismos para evitar o deseqúbilíslbrio dessa eqúbaçaoo 
econoimica no cúbrso do contrato, com destaqúbe para o reajuste, a revisão, a atualização financeira e 
a repactuação.
7.1 Reajuste
O reajúbste e l clalúbsúbla necessalria dos contratos administrativos cúbjo objetivoobjetivo e l preservar o 
valor do contrato em razão da inflação (arts. 55, III, e 40, XI, da Lei 8.666/1993). Em virtude daEm virtude da 
previsibilidade das oscilações econômicas que acarretarão desequilíbrio no contrato, asprevisibilidade das oscilações econômicas que acarretarão desequilíbrio no contrato, as 
partes elegem, previamente, determinado índice que atualizará automaticamente o ajustepartes elegem, previamente, determinado índice que atualizará automaticamente o ajuste (ex.: 
IGPM).
O reajúbste possúbi periodicidade anúbalperiodicidade anúbal e deve ser estipúblado por “íslndices de preços gerais, 
setoriais oúb qúbe reflitam a variaçaoo dos cúbstos de prodúbçaoo oúb dos insúbmos úbtilizados nos contratos” 
(art. 2.º, § 1.º, da Lei 10.192/2001).
Ressalte-se, contúbdo, qúbe a periodicidade anual do reajuste deve levar em consideraçaoo a 
DATA DE APRESENTAÇÃO DA PROPOSTADATA DE APRESENTAÇÃO DA PROPOSTA oúb do orçamento a qúbe a proposta se referir (art. 40, XI, da 
Lei 8.666/1993 e art. 3.º, § 1.º, da Lei 10.192/2001). 
Lei 8.666/1993: “Art. 40. […] XI – Lei 8.666/1993: “Art. 40. […] XI – critério de reajustecritério de reajuste, que deverá retratar a variação, que deverá retratar a variação 
efetiva do custo de produção, admitida a adoção de índices específicos ou setoriais, efetiva do custo de produção, admitida a adoção de índices específicos ou setoriais, desde adesde a 
data prevista para apresentação da propostadata prevista para apresentação da proposta, ou do , ou do orçamento a que essa proposta se referirorçamento a que essa proposta se referir,, 
até a data do adimplemento de cada parcela”;até a data do adimplemento de cada parcela”;
Dessa forma, o prazo de 12 meses para o reajúbstamento não é contado da assinatura do 
contrato, o que permite concluir que o reajuste será possível nos contratos com prazo inferior 
a um ano (ex.: licitante apresenta a proposta vencedora em maio de 2008, mas o contrato, com prazo 
de dez meses, el assinado em agosto de 2008. É m maio de 2009, o licitante poderal pleitear o reajúbste). 
É possível, inclusive, que o reajuste ocorra antes da assinatura do contrato, desde queÉ possível, inclusive, que o reajuste ocorra antes da assinatura do contrato, desde que 
ultrapassado o prazo de 12 meses da apresentação da proposta. (TCU, Plenário, Acórdãoultrapassado o prazo de 12 meses da apresentação da proposta. (TCU, Plenário, Acórdão 
474/2005, Rel. Min. Augusto Sherman Cavalcanti, 474/2005, Rel. Min. Augusto Sherman Cavalcanti, DOUDOU 09.05.2005.) 09.05.2005.)
Se o edital e o contrato naoo estabelecerem a clalúbsúbla do reajúbste, considera-se irreajustávelconsidera-se irreajustável 
o valor da propostao valor da proposta. A matelria se insere nos direitos disponíslveis das partes e a inflação não é um 
fato imprevisível, razaoo pela qúbal seria VÉ DADA a invocaçaoo da teoria da imprevisaoo para atúbalizar orazaoo pela qúbal seria VÉ DADA a invocaçaoo da teoria da imprevisaoo para atúbalizar o 
valor do contratovalor do contrato. Ademais, os licitantes, qúbando apresentaram súbas propostas, tomaram cieincia do 
edital e da minúbta do contrato e, portanto, aqúbiesceram com os seúbs termos, inserindo em súbas 
propostas o “cúbsto” da aúbseincia do reajúbste. A concessaoo do reajúbste violaria os princíslpios da 
isonomia e da vincúblaçaoo ao instrúbmento convocatolrio.
IMPORTANTE!!IMPORTANTE!! Sobre o tema, confira-se, ainda, importante decisão do Sobre o tema, confira-se, ainda, importante decisão do STJSTJ: “Processual: “Processual 
civil e administrativo. Contrato administrativo. Reajuste de preços. Ausência de autorizaçãocivil e administrativo. Contrato administrativo. Reajuste de preços. Ausência de autorização 
29º CPR29º CPR 16
contratual. Descabimento. 1. contratual. Descabimento. 1. O reajuste do contrato administrativo é conduta autorizada porO reajuste do contrato administrativo é conduta autorizada por 
leilei e e convencionada entre as partesconvencionada entre as partes contratantescontratantes que tem por escopo manter o equilíbrio que tem por escopo manter o equilíbrio 
financeiro do contrato. 2. financeiro do contrato. 2. Ausente previsão contratualAusente previsão contratual, resta inviabilizado o pretendido, resta inviabilizado o pretendido 
reajustamento do contrato administrativoreajustamento do contrato administrativo. 3. Recurso especial conhecido em parte e, nessa. 3. Recurso especial conhecido em parte e, nessa 
parte, não provido” (REsp 730.568/SP, Rel. Min. Eliana Calmon, 2. Turma, parte, não provido” (REsp 730.568/SP, Rel. Min. Eliana Calmon, 2. Turma, DJDJ 26.09.2007, p. 26.09.2007, p. 
202).202).
É m resumoresumo, as caracteríslsticas do reajúbste saoo:
a) clalúbsúbla contratúbal;
b) incide sobre as clalúbsúblas econoimicas do contrato(valor do contrato);
c) refere-se aos fatos previsíslveis;
d) “preserva” o eqúbilíslbrio econoimico-financeiro do contrato; e
e) depende da periodicidade míslnima de 12 meses, contados da data de apresentação da 
proposta ou do orçamento a que a proposta se referir.
7.2 Revisão
A revisaoo refere-se aos fatos fatos SUPERVENIENTESSUPERVENIENTES e e IMPREVISÍVEISIMPREVISÍVEIS (ex.: caso fortúbito e força 
maior) oúb PREVISÍVEIS, PREVISÍVEIS, MAS DE CONSEQUÊNCIAS INCALCULÁVEISMAS DE CONSEQUÊNCIAS INCALCULÁVEIS (ex.: alteraçaoo úbnilateral do 
contrato) que desequilibram a equação econômica do contrato (arts. 58, § 2.º, 65, II, “d” e §§ 5.º e 
6.º, da Lei 8.666/1993).
É m virtúbde da impossibilidade de se prever a amplitúbde do deseqúbilíslbrio, constatado o fato 
súbperveniente, as partes formalizaraoo a revisaoo do contrato para restaúbrar o eqúbilíslbrio perdido. 
Discúbte-se a possibilidade de revisaoo dos contratos administrativos no caso em qúbe os salalrios dosDiscúbte-se a possibilidade de revisaoo dos contratos administrativos no caso em qúbe os salalrios dos 
empregados da contratada foram alterados por acordo oúb convençaoo coletiva de trabalho. O STJ empregados da contratada foram alterados por acordo oúb convençaoo coletiva de trabalho. O STJ NAOONAOO 
tem admitido a revisaoo dos contratos nessa hipoltese, tem admitido a revisaoo dos contratos nessa hipoltese, pois o dissísldio coletivo naoo el fato imprevisíslvelpois o dissísldio coletivo naoo el fato imprevisíslvel.. 
Nesse caso, as variaçooes dos salalrios decorrentes do dissísldio estaoo inseridas no reajúbste anúbal 
pactúbado pelas partes (STJ, 2ª Túbrma, RÉ sp 650.613/SP, Rel. Min. Joaoo Otalvio de Noronha, DJ 
23.11.2007, p. 454).
A revisaoo representa úbm direito do contratado e úbm dever do É stado qúbe deve ser observado 
independentemente de previsão contratual sempre na hipoltese em qúbe for constatado o 
desequilíbrio do ajustedesequilíbrio do ajuste.
Da mesma forma, a revisaoorevisaoo, ao contralrio do reajúbste, naoo incide apenas em relaçaoo a s 
clalúbsúblas econoimicas oúb de preço, mas, tambelm, em relaçaoo a s clalúbsúblas regúblamentaresmas, tambelm, em relaçaoo a s clalúbsúblas regúblamentares (ex.: revisaoo 
para prorrogar o prazo de execúbçaoo do contrato).
É m súbma, as caracteríslsticas da revisaoo saoo:
a) decorre diretamente da lei (incide independentemente de previsaoo contratúbal);
b) incide sobre qúbalqúber clalúbsúbla contratúbal (clalúbsúblas regúblamentares oúb econoimicas);
c) refere-se aos fatos imprevisíslveis oúb previsíslveis, mas de conseqúbeincias incalcúblalveis;
29º CPR29º CPR 17
d) “restaúbra” o eqúbilíslbrio econoimico-financeiro do contrato; e
e) naoo depende de periodicidade míslnima.
7.3 Atualização financeira
A atúbalizaçaoo monetalria, assim como o reajúbste, teim o objetivo de preservar o valor do 
contrato em razaoo da inflaçaoo. De acordo com o art. 40, XIV, “c”, da Lei 8.666/1993, a atúbalizaçaoo 
financeira dos valores contratados incide “desde a data final do período de adimplemento de cada 
parcela até a data do efetivo pagamento”.
7.4 Repactuação
A repactúbaçaoo encontra-se prevista no art. 5.º do Decreto 2.271/1997, qúbe dispooe sobre a 
contrataçaoo de serviços no aimbito da Administraçaoo federal, bem como na Instrúbçaoo Normativa 
2/2008 do Ministelrio do Planejamento, Orçamento e Gestaoo.
As partes podem estipúblar a repactúbaçaoorepactúbaçaoo nos contratos de terceirização de serviços 
contínuos, que somente poderá ser efetivada após o período de 12 meses , e deverá considerar 
a variação de custos devidamente comprovada pela parte contratada. Ao contralrio do reajúbste, 
em qúbe as partes estipúblam o íslndice qúbe reajúbstara l aúbtomaticamente o valor do contrato, a 
repactúbaçaoo e l implementada mediante a demonstraçaoo analísltica da variaçaoo dos componentes dos 
cúbstos do contrato.
A repactúbaçaoo de preços consiste na adeqúbaçaoo do valor da contrataçaoo aos novos preços 
praticados no mercado, mediante efetiva comprovaçaoo da variaçaoo dos cúbstos de cada insúbmo do 
serviço prestado (variaçaoo esta qúbe poderal ser inferior a qúbela em íslndices gerais de preços). (É MAGIS)
IMPORTANTEIMPORTANTE!!! !!! Tem sido recorrente a cobrança das Orientações Normativas da AGU. Abaixo, orientaçõesTem sido recorrente a cobrança das Orientações Normativas da AGU. Abaixo, orientações 
de interesse:de interesse:
ON/AGU no 23 –ON/AGU no 23 – "O "O editaledital ou o ou o contrato de serviço continuadocontrato de serviço continuado deverá indicar o deverá indicar o critério de reajustamentocritério de reajustamento 
de preçosde preços, sob a forma de , sob a forma de REAJUSTE EM SENTIDO ESTRITOREAJUSTE EM SENTIDO ESTRITO, admitida a adoção de índices gerais,, admitida a adoção de índices gerais, 
específicos ou setoriais, ou porespecíficos ou setoriais, ou por REPACTUAÇÃOREPACTUAÇÃO, , para os contratos com dedicação exclusiva de mão de obrapara os contratos com dedicação exclusiva de mão de obra ,, 
pela demonstração analítica da variação dos componentes dos custos.pela demonstração analítica da variação dos componentes dos custos.""
COMENTÁRIOSCOMENTÁRIOS: Vamos lal gente, sei qúbe estal repetitivo, mas el úbm tema qúbe tem qúbe ficar bem claro.: Vamos lal gente, sei qúbe estal repetitivo, mas el úbm tema qúbe tem qúbe ficar bem claro.
No períslodo em qúbe dúbra úbm contrato administrativo, existe a possibilidade de qúbe se rompa o No períslodo em qúbe dúbra úbm contrato administrativo, existe a possibilidade de qúbe se rompa o equilíbrioequilíbrio 
econômico-financeiroeconômico-financeiro qúbe existia na elpoca em qúbe o ajúbste foi celebrado, qúbe deve ser restaúbrado, por força qúbe existia na elpoca em qúbe o ajúbste foi celebrado, qúbe deve ser restaúbrado, por força 
do disposto no art. 37, XXI, da Constitúbiçaoo Federal. do disposto no art. 37, XXI, da Constitúbiçaoo Federal. 
Qúbando tal rúbptúbra ocorre por Qúbando tal rúbptúbra ocorre por força maior, caso fortúbito, fato do príslncipe, qúbalqúber fato imprevisíslvel oúbforça maior, caso fortúbito, fato do príslncipe, qúbalqúber fato imprevisíslvel oúb 
previsíslvel de efeitos incalcúblalveisprevisíslvel de efeitos incalcúblalveis, o meio legal para restabelecimento do eqúbilíslbrio econoimico-financeiro el a, o meio legal para restabelecimento do eqúbilíslbrio econoimico-financeiro el a 
REVISÃOREVISÃO, disciplinada pelo artigo 65, inciso II, alíslnea “d” da Lei nº 8.666/1993., disciplinada pelo artigo 65, inciso II, alíslnea “d” da Lei nº 8.666/1993.
Se a rúbptúbra el caúbsada pela variaçaoo corriqúbeira de Se a rúbptúbra el caúbsada pela variaçaoo corriqúbeira de preçospreços oúb oúb cúbstoscúbstos, o restabelecimento do eqúbilíslbrio, o restabelecimento do eqúbilíslbrio 
dal-se por meio do dal-se por meio do REAJUSTEREAJUSTE..
O O REAJUSTEREAJUSTE, por súba vez, pode ser divido em dúbas categorias: , por súba vez, pode ser divido em dúbas categorias: REAJUSTE EM SENTIDO ESTRITOREAJUSTE EM SENTIDO ESTRITO e e 
29º CPR29º CPR 18
REPACTUAÇÃOREPACTUAÇÃO. O . O REAJUSTE EM SENTIDO ESTRITOREAJUSTE EM SENTIDO ESTRITO consiste na aplicaçaoo aúbtomaltica de íslndices gerais, consiste na aplicaçaoo aúbtomaltica de íslndices gerais, 
especíslficos oúb setoriais qúbe refletem as elevaçooes inflacionalrias oúb as redúbçooes deflacionalrias, tais como IGP-M,especíslficos oúb setoriais qúbe refletem as elevaçooes inflacionalrias oúb as redúbçooes deflacionalrias, tais como IGP-M, 
IPCA-É , etc. A IPCA-É , etc. A REPACTUAÇÃOREPACTUAÇÃO de preços consiste na de preços consiste na adeqúbaçaoo do valor da contrataçaoo aos novosadeqúbaçaoo do valor da contrataçaoo aos novos
preços praticados no mercado,preços praticados no mercado, mediante efetiva comprovaçaoo da variaçaoodos cúbstos de cada insúbmo do mediante efetiva comprovaçaoo da variaçaoo dos cúbstos de cada insúbmo do 
serviço prestado (variaçaoo esta qúbe poderal ser inferior a qúbela retratada em íslndices gerais de preços).serviço prestado (variaçaoo esta qúbe poderal ser inferior a qúbela retratada em íslndices gerais de preços).
O O REAJUSTE EM SENTIDO ESTRITOREAJUSTE EM SENTIDO ESTRITO encontra previsaoo no art. 40, XI, da Lei 8.666/93, qúbe dispooe qúbe o encontra previsaoo no art. 40, XI, da Lei 8.666/93, qúbe dispooe qúbe o 
edital da licitaçaoo devera l conter edital da licitaçaoo devera l conter “critério de reajuste, que deverá retratar a variação efetiva do custo de“critério de reajuste, que deverá retratar a variação efetiva do custo de 
produção, admitida a adoção de índices específicos ou setoriais, desde a data prevista para apresentação daprodução, admitida a adoção de índices específicos ou setoriais, desde a data prevista para apresentação da 
proposta, ou do orçamento a que essa proposta se referir, até a data do adimplemento de cada parcela”.proposta, ou do orçamento a que essa proposta se referir, até a data do adimplemento de cada parcela”.
A A REPACTUAÇÃOREPACTUAÇÃO, embora naoo encontre previsaoo legal explíslcita, pode ser inferida do reconhecimento do, embora naoo encontre previsaoo legal explíslcita, pode ser inferida do reconhecimento do 
inciso XI do art. 40 da Lei 8.666/93 de qúbe o reajúbste deveral retratar inciso XI do art. 40 da Lei 8.666/93 de qúbe o reajúbste deveral retratar a variação efetiva do custo de produçãoa variação efetiva do custo de produção 
e da mençaoo, contida no § 8º do art. 65, e da mençaoo, contida no § 8º do art. 65, à variação do valor contratual para fazer face ao reajuste de preçosà variação do valor contratual para fazer face ao reajuste de preços 
previsto no próprio contrato. previsto no próprio contrato. 
Alelm disso, a RÉ PACTUAÇAOO encontra previsaoo infra-legal no artigo 5º do Decreto nº 2.271/1997, verbis:Alelm disso, a RÉ PACTUAÇAOO encontra previsaoo infra-legal no artigo 5º do Decreto nº 2.271/1997, verbis:
““Art. 5º Os contratos de que trata este Decreto, que tenham por objeto a Art. 5º Os contratos de que trata este Decreto, que tenham por objeto a prestação de serviços executadosprestação de serviços executados 
de forma contínuade forma contínua poderão, desde que previsto no edital, admitir poderão, desde que previsto no edital, admitir repactuaçãorepactuação visando a adequação aos novos visando a adequação aos novos 
preços de mercado, observados o interregno mínimo de um ano e a demonstração analítica da variação dospreços de mercado, observados o interregno mínimo de um ano e a demonstração analítica da variação dos 
componentes dos custos do contrato, devidamente justificada.componentes dos custos do contrato, devidamente justificada.
Parágrafo Único. Efetuada a repactuação, o órgão ou entidade divulgará, imediatamente, por intermédioParágrafo Único. Efetuada a repactuação, o órgão ou entidade divulgará, imediatamente, por intermédio 
do Sistema Integrado de Administração de Serviços Gerais - SIASG, os novos valores e a variação ocorrida.” do Sistema Integrado de Administração de Serviços Gerais - SIASG, os novos valores e a variação ocorrida.” 
De acordo com o artigo 5º do Decreto nº 2.271/1997, a RÉ PACTUAÇAOO de preços possúbi aplicaçaooDe acordo com o artigo 5º do Decreto nº 2.271/1997, a RÉ PACTUAÇAOO de preços possúbi aplicaçaoo 
limitada a contratos de prestaçaoo de serviço contíslnúbo. A Instrúbçaoo Normativa nº 02/2008 do Ministelrio dolimitada a contratos de prestaçaoo de serviço contíslnúbo. A Instrúbçaoo Normativa nº 02/2008 do Ministelrio do 
Planejamento Orçamento e Gestaoo limita ainda mais a aplicaçaoo da RÉ PACTUAÇAOO de preços, úbma vez qúbe oPlanejamento Orçamento e Gestaoo limita ainda mais a aplicaçaoo da RÉ PACTUAÇAOO de preços, úbma vez qúbe o 
artigo 37 a restringe a contratos de prestaçaoo de serviços contíslnúbos com dedicaçaoo exclúbsiva de maoo de obra.artigo 37 a restringe a contratos de prestaçaoo de serviços contíslnúbos com dedicaçaoo exclúbsiva de maoo de obra.
Assim, consoante a ON 23 da AGU, em se tratando de serviço contíslnúbo, deve ser observado se Assim, consoante a ON 23 da AGU, em se tratando de serviço contíslnúbo, deve ser observado se há ou nãohá ou não 
dedicação exclusiva de mão de obra.dedicação exclusiva de mão de obra. Se sim, pode-se falar em Se sim, pode-se falar em REPACTUAÇÃOREPACTUAÇÃO. Se naoo, em. Se naoo, em
RÉ AJUSTÉ É M SÉ NTIDO É STRITO.RÉ AJUSTÉ É M SÉ NTIDO É STRITO.
Ocorre dedicaçaoo exclúbsiva de maoo de obra, por súba vez, qúbando os empregados do prestador de úbmOcorre dedicaçaoo exclúbsiva de maoo de obra, por súba vez, qúbando os empregados do prestador de úbm 
serviço contíslnúbo, encarregados da execúbçaoo de tal serviço, naoo o fazem para mais de úbm tomador, masserviço contíslnúbo, encarregados da execúbçaoo de tal serviço, naoo o fazem para mais de úbm tomador, mas 
úbnicamente para o olrgaoo oúb entidade da Administraçaoo Públblica contratante.úbnicamente para o olrgaoo oúb entidade da Administraçaoo Públblica contratante.
ON/AGU no 24 –ON/AGU no 24 – "O CONTRATO DE SERVIÇO CONTINUADO SEM DEDICAÇÃO EXCLUSIVA DE MÃO DE OBRA"O CONTRATO DE SERVIÇO CONTINUADO SEM DEDICAÇÃO EXCLUSIVA DE MÃO DE OBRA 
DEVE INDICAR QUE O REAJUSTE DAR-SE-Á APÓS DECORRIDO O INTERREGNO DE UM ANO CONTADO DA DATADEVE INDICAR QUE O REAJUSTE DAR-SE-Á APÓS DECORRIDO O INTERREGNO DE UM ANO CONTADO DA DATA 
LIMITE PARA A APRESENTAÇÃO DA PROPOSTA."LIMITE PARA A APRESENTAÇÃO DA PROPOSTA." 
ON/AGU no 25 –ON/AGU no 25 –"NO CONTRATO DE SERVIÇO CONTINUADO "NO CONTRATO DE SERVIÇO CONTINUADO COM DEDICAÇÃO EXCLUSIVA DE MÃO DECOM DEDICAÇÃO EXCLUSIVA DE MÃO DE 
OBRAOBRA, , O INTERREGNO DE UM ANO PARA QUE SE AUTORIZE A REPACTUAÇÃO DEVERÁ SER CONTADO DA DATAO INTERREGNO DE UM ANO PARA QUE SE AUTORIZE A REPACTUAÇÃO DEVERÁ SER CONTADO DA DATA 
DO ORÇAMENTO A QUE A PROPOSTA SE REFERIRDO ORÇAMENTO A QUE A PROPOSTA SE REFERIR, ASSIM ENTENDIDO O ACORDO, CONVENÇÃO OU DISSÍDIO, ASSIM ENTENDIDO O ACORDO, CONVENÇÃO OU DISSÍDIO 
COLETIVO DE TRABALHO, PARA OS CUSTOS DECORRENTES DE MÃO DE OBRA, E DA DATA LIMITE PARA ACOLETIVO DE TRABALHO, PARA OS CUSTOS DECORRENTES DE MÃO DE OBRA, E DA DATA LIMITE PARA A 
APRESENTAÇÃO DA PROPOSTA EM RELAÇÃO AOS DEMAIS INSUMOS."APRESENTAÇÃO DA PROPOSTA EM RELAÇÃO AOS DEMAIS INSUMOS." 
ON/AGU no 26 –ON/AGU no 26 – "NO CASO DAS "NO CASO DAS REPACTUAÇÕES REPACTUAÇÕES SUBSEQUENTES À PRIMEIRASUBSEQUENTES À PRIMEIRA , , O INTÉ RRÉ GNO DÉ UMO INTÉ RRÉ GNO DÉ UM 
ANO DÉ VÉ SÉ R CONTADO DA ANO DÉ VÉ SÉ R CONTADO DA UnLTIMA RÉ PACTUAÇAOO CORRÉ SPONDÉ NTÉ A MÉ SMA PARCÉ LA OBJÉ TO DAUnLTIMA RÉ PACTUAÇAOO CORRÉ SPONDÉ NTÉ A MÉ SMA PARCÉ LA OBJÉ TO DA 
NOVA SOLICITAÇAOONOVA SOLICITAÇAOO. . É NTÉ NDÉ -SÉ COMO UnLTIMA RÉ PACTUAÇAOO A DATA É M QUÉ INICIADOS SÉ US É FÉ ITOSÉ NTÉ NDÉ -SÉ COMO UnLTIMA RÉ PACTUAÇAOO A DATA É M QUÉ INICIADOS SÉ US É FÉ ITOS 
29º CPR29º CPR 19
FINANCÉ IROS, INDÉ PÉ NDÉ NTÉ MÉ NTÉ DAQUÉ LA É M QUÉ CÉ LÉ BRADA OU APOSTILADA."FINANCÉ IROS, INDÉ PÉ NDÉ NTÉ MÉ NTÉ DAQUÉ LA É M QUÉ CÉ LÉ BRADA OU APOSTILADA." 
COMENTÁRIOS: COMENTÁRIOS: A teleologia de todas elas é clara: o momento em que o licitante calcula os custos doA teleologia de todas elas é clara: o momento em que o licitante calcula os custos do 
serviço que vai prestar é aquele em que serviço que vai prestar é aquele em que APRESENTA A PROPOSTAAPRESENTA A PROPOSTA e, portanto, só depois de um ano desta e, portanto, só depois de um ano desta 
data é que se considera aceitável a modificação do valor acordado.data é que se considera aceitável a modificação do valor acordado. A partir da primeira repactuação, a A partir da primeira repactuação, a 
contagem do prazo de um ano passa a ser a partirda própria repactuação.contagem do prazo de um ano passa a ser a partir da própria repactuação.
Contúbdo, em casos de serviços qúbe Contúbdo, em casos de serviços qúbe É NVOLVÉ M A UTILIZAÇAOO DÉ MAOO DÉ OBRAÉ NVOLVÉ M A UTILIZAÇAOO DÉ MAOO DÉ OBRA, ha l úbm problema, ha l úbm problema 
adicional. O cúbsto deste insúbmo el definido em CCT, qúbe tem vigeincia malxima de dois anos (art. 614, § 3º daadicional. O cúbsto deste insúbmo el definido em CCT, qúbe tem vigeincia malxima de dois anos (art. 614, § 3º da 
CLT), mas pode ter sido acordada em tempo súbbstancialmente anterior a apresentaçaoo da proposta e, porCLT), mas pode ter sido acordada em tempo súbbstancialmente anterior a apresentaçaoo da proposta e, por 
conseqúbeincia, o cúbsto do insúbmo pode ser aúbmentado em tempo cúbrto apols o fim da licitaçaoo. Neste caso, pelaconseqúbeincia, o cúbsto do insúbmo pode ser aúbmentado em tempo cúbrto apols o fim da licitaçaoo. Neste caso, pela 
mesma lolgica, a repactúbaçaoo pode se mesma lolgica, a repactúbaçaoo pode se impor em tempo inferior a um ano a partir da formulação daimpor em tempo inferior a um ano a partir da formulação da 
proposta. proposta. 
É com este dilema especificamente que lida a Orientação Normativa n.º 25 da AGU, que É com este dilema especificamente que lida a Orientação Normativa n.º 25 da AGU, que determinadetermina 
qúbe, para o insúbmo maoo de obra, o “dies a qúbo” el a CCT e, para os demais qúbe, para o insúbmo maoo de obra, o “dies a qúbo” el a CCT e, para os demais insumos, a data de apresentação dainsumos, a data de apresentação da 
proposta.proposta.
8 DURAÇÃO DOS CONTRATOS
8.1 Contratos por prazo certo e contratos por escopo
É n tradicional a distinçaoo entre contratos por prazo certo e contratos por escopo (oúb objeto). 
Nos contratos por prazo certo, o prazo contratúbal el fúbndamental para o cúbmprimento das obrigaçooes 
contratadas. O contratado cúbmpriral as súbas obrigaçooes atel o final do prazo estabelecido no ajúbste (ex.: 
na contrataçaoo de serviços de limpeza, a contratada devera l limpar a repartiçaoo públblica dúbrante a 
vigeincia do prazo contratúbal). Considera-se extinto o contrato com o advento do termo final.
Por oúbtro lado, nos contratos por escopo, o ajúbste sera l cúbmprido, independentemente do 
prazo, com o cumprimento do objeto contratual (ex.: no contrato para constrúbçaoo de determinado 
preldio públblico, o ajúbste considera-se adimplido com a finalizaçaoo da constrúbçaoo, independentemente 
do tempo necessalrio). Os contratos somente se encerram com a entrega do objeto contratado.
Isto naoo qúber dizer qúbe o tempo naoo el importante nessas espelcies de contratos. É m verdade, o 
prazo contratúbal seral fúbndamental para constataçaoo de eventúbal mora no cúbmprimento da obrigaçaoo 
contratúbal. Ultrapassado o prazo avençado, o contratado continúba obrigado a cúbmprir súbas obrigaçooes 
contratúbais, acrescentadas dos oinúbs do atraso.
8.2 Regra geral da duração: vigência do crédito orçamentário
Os contratos administrativos possúbem, necessariamente, prazo determinado (art. 57, § 3.º, da 
Lei 8.666/1993).7
A dúbraçaoo dos contratos administrativos deve ficar adstrita à vigência dos respectivos 
créditos orçamentários (art. 57 da Lei 8.666/1993 e art. 167, I e II, da CRFB). O intúbito do legislador 
e l admitir a contrataçaoo apenas nas hipolteses em qúbe a Administraçaoo tenha recúbrsos necessalrios 
para pagar o contratado, garantindo-se, destarte, responsabilidade e planejamento com os gastos 
públblicos. Portanto, se créditos orçamentários estão previstos na lei orçamentária anual (art. 
7 Art. 57. […] § 3.º É vedado o contrato com prazo de vigência indeterminado.”
29º CPR29º CPR 20
165, III, da CRFB), os contratos possuem, em regra, prazo de até um ano, não podendo 
ultrapassar o exercício financeiro.
8.3 Exceções: contratos com prazo superior à vigência do orçamento
A regra do prazo anúbal comporta exceçooes previstas no art. 57 da Lei 8.666/1993 e na 
legislaçaoo especial, conforme destacado a segúbir.
8.3.1 Projetos previstos no Plano Plurianual
A primeira exceção à regra do prazo anúbal dos contratos refere-se aos projetos cúbjos prodúbtosprojetos cúbjos prodúbtos 
estejam contemplados nas metas estabelecidas no Plano Plúbrianúbalestejam contemplados nas metas estabelecidas no Plano Plúbrianúbal, qúbe poderaoo ser prorrogados se 
hoúbver interesse da Administraçaoo e desde qúbe isso tenha sido previsto no ato convocatolrio (art. 57, I, 
da Lei 8.666/1993). Ex.: construção de um grande hospital ou de uma rodovia.
É ssa primeira exceçaoo el júbstificada pelo planejamento em relaçaoo ao objeto qúbe seral contratado, 
pois a Lei do Plano Plurianual úbltrapassa o limite anúbal da lei orçamentalria. Naoo obstante o prazo de 
qúbatro anos do Plano Plúbrianúbal, o art. 57, I, da Lei naoo estabeleceúb, no caso, limite malximo para 
dúbraçaoo desses contratos. Ademais, se hoúbver previsaoo no instrúbmento convocatolrio, a AdministraçaooAdemais, se hoúbver previsaoo no instrúbmento convocatolrio, a Administraçaoo 
poderal prorrogar o prazo inicial do contrato.poderal prorrogar o prazo inicial do contrato.
8.3.2 Serviços contínuos
A segunda exceção a anúbalidade dos contratos diz respeito a prestação de serviços 
executados de forma contínua, qúbe poderaoo ter a súba dúbraçaoo prorrogada por igúbais e súbcessivos 
períslodos visando a obtençaoo de preços e condiçooes mais vantajosas para a administraçaoo, limitada a 
60 meses (art. 57, II, da Lei 8.666/1993). Admite-se, ainda, qúbe, ao final do qúbinto ano, o prazo 
contratúbal seja prorrogado, em caralter excepcional, por mais 12 meses, totalizando seis anos, 
desde que haja justificava e autorização da autoridade superior (art. 57, § 4.º, da Lei 
8.666/1993). É x.: serviços de limpeza, de conservaçaoo, de vigilaincia, de manúbtençaoo.
A inaplicabilidade da regra do prazo anúbal júbstifica-se pela contrataçaoo de serviços qúbe 
satisfazem as necessidades permanentes do Poder Públblico , independentemente da essencialidade do 
serviço. Em razão da necessidade permanente do serviço (continuidade do atendimento do 
interesse público), é razoável admitir a contratação por prazo superior a um ano, em vez de 
realização de licitações e contratações anuais, o que geraria custos desnecessários ao Erário 
(princípio da economicidade). Na hipoltese, a Administraçaoo jal poderia estipúblar, desde logo, prazo 
súbperior a úbm ano, mas NUNCA superior a cinco anosmas NUNCA superior a cinco anos, devendo júbstificar a respectiva decisaoo.
A A Orientação Normativa/AGU 38Orientação Normativa/AGU 38 dispõe: “Nos contratos de dispõe: “Nos contratos de prestação de serviços de naturezaprestação de serviços de natureza 
continuadacontinuada deve-se observar que: deve-se observar que: a) a) o o prazo de vigência originárioprazo de vigência originário, de regra, é de até , de regra, é de até 12 meses12 meses;; b) b) 
excepcionalmenteexcepcionalmente, este prazo poderá ser fixado por período , este prazo poderá ser fixado por período superior a 12 mesessuperior a 12 meses nos casos em que, diante da nos casos em que, diante da 
peculiaridadepeculiaridade e/ou e/ou complexidade do objeto,complexidade do objeto, fique tecnicamente demonstrado o benefício advindo para afique tecnicamente demonstrado o benefício advindo para a 
administraçãoadministração; e ; e c) c) É JURIDICAMENTE POSSÍVEL A PRORROGAÇÃO DO CONTRATO POR PRAZO DIVERSO DOÉ JURIDICAMENTE POSSÍVEL A PRORROGAÇÃO DO CONTRATO POR PRAZO DIVERSO DO 
CONTRATADO ORIGINARIAMENTE”.CONTRATADO ORIGINARIAMENTE”.
COMENTÁRIOS: COMENTÁRIOS: A regra estabelecida no capúbt do art. 57 comporta qúbatro exceçooes, permitindo-se, assim, qúbeA regra estabelecida no capúbt do art. 57 comporta qúbatro

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