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Regime Jurídico dos Servidores Públicos

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29º CPR29º CPR 1
ADMINISTRATIVO PONTO A PONTO – PARTE 10ADMINISTRATIVO PONTO A PONTO – PARTE 10
20a Direitos, deveres e responsabilidades do servidor público. Regime disciplinar e20a Direitos, deveres e responsabilidades do servidor público. Regime disciplinar e 
processo administrativo disciplinar.processo administrativo disciplinar.
22a Provimento e vacância dos cargos públicos.22a Provimento e vacância dos cargos públicos.
Material base: Direito Administrativo Esquematizado (Ricardo Alexandre) + Dizer o DireitoMaterial base: Direito Administrativo Esquematizado (Ricardo Alexandre) + Dizer o Direito
AGENTES PÚBLICOSAGENTES PÚBLICOS
6.3. NORMAS APLICÁVEIS AOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS
A Lei 8.112/1990 (Estatuto dos Servidores Federais)Lei 8.112/1990 (Estatuto dos Servidores Federais) disciplina o regime juríddico dos 
servidores pudblicos civis da Unia,o, das autarquias (inclusive de regime especial) e das fundaço,es 
pudblicas federais.
Para efeitos da referida lei, servidorservidor é a pessoa é a pessoa legalmente investida em cargo públicolegalmente investida em cargo público 
(art. 2.º). Cargo públicoCargo público, nos termos da lei, e d o conjunto de atribuiço,es e responsabilidades 
previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor (art. 3.º).
Os cargos pudblicos, acessídveis a todos os brasileiros, sa,o sa,o criados por leicriados por lei, com denominaça,o 
prodpria e vencimento pago pelos cofres pudblicos, para provimento em caráter efetivo ou em 
comissão. É proibida a prestação de serviços gratuitos, excetoexceto nos casos previstos em lei (art. 
4.º).
Nota-se que a Lei 8.112/1990 empregou a palavra servidor pudblico como sinônimo de 
titular de cargo público, conferindo a essa expressa,o sentido mais restrito do que aquele 
utilizado usualmente pela doutrina. Com efeito, a referida norma legal se aplica apenas aos 
servidores federais estatutadrios, ou seja, aqueles que ocupam cargo pudblico, de provimento em 
caradter efetivo ou em comissa,o.
Dito de outro modo, o Estatuto dos Servidores Federais na,o se aplica aos empregados 
pudblicos federais (regidos pela CLT), nem muito menos a quaisquer servidores de outros entes 
federativos. Os servidores estatutadrios dos demais entes federativos (Estados, Distrito Federal e 
Municídpios) sera,o regidos por estatutos funcionais prodprios, editados por meio de leis das 
respectivas unidades federativas.
De acordo com a Lei 8.112/1990, para que alguedm venha a ser investido num cargo 
pudblico ed necessadrio que preencha os seguintes requisitos mídnimosseguintes requisitos mídnimos (art. 5.º):
a) a nacionalidade brasileira;
b) o gozo dos direitos polídticos;
c) a quitaça,o com as obrigaço,es militares e eleitorais;
d) o nídvel de escolaridade exigido para o exercídcio do cargo;
e) a idade mídnima de dezoito anos;
f) aptida,o fídsica e mental.
Aledm dos requisitos mídnimos anteriores, as atribuiço,es do cargo podem justificar a 
exigenncia de outros requisitos estabelecidos em lei.
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No tocante aos estrangeirosestrangeiros, vale a pena destacar que a EC 19/1998, ao alterar a redaça,o 
do art. 37, I, da CF/1988, passou a admitir, de modo geral, a possibilidade de estrangeiros 
ocuparem cargo, emprego e funço,es pudblicas, na forma da leina forma da lei. Todavia, conforme jad decidiu oTodavia, conforme jad decidiu o 
Supremo Tribunal Federal, a norma constitucional que confere esse direito ao estrangeiro ed deSupremo Tribunal Federal, a norma constitucional que confere esse direito ao estrangeiro ed de 
EFICAICIA LIMITADAEFICAICIA LIMITADA, dependendo de lei regulamentadora para que o direito possa ser exercido, dependendo de lei regulamentadora para que o direito possa ser exercido.
Na Administração Pública FederalAdministração Pública Federal a udnica hipodtese atualmente prevista na Lei 
8.112/1990 para a admissa,o de estrangeiros estad contemplada no art. 5.º, § 3.º, que contedm a 
previsa,o de que: § 3.º As universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica 
federais poderão prover seus cargos com professores, técnicos e cientistas professores, técnicos e cientistas estrangeirosestrangeiros, de acordo 
com as normas e os procedimentos desta Lei.
Para as pessoas com deficienncia, de acordo com o estatuto, ed assegurado o direito de se 
inscrever em concurso pudblico para provimento de cargo cujas atribuiço,es sejam compatídveis 
com a deficienncia apresentada; para tais pessoas serão reservadas até 20%serão reservadas até 20% (vinte por cento) 
das vagas oferecidas no concurso (art. 5.º, § 2.º).
6.3.1. Provimento
O provimentoprovimento ed o ato da autoridade competenteato da autoridade competente por meio do qual ed preenchido o cargo 
pudblico vago. Dito de outro modo, o provimento ed o ato de designaça,o de alguedm para titularizar 
o cargo pudblico. De acordo com a situaça,o do servidor em relaça,o amin Administraça,o, a doutrina 
divide o provimento em dois tipos: ORIGINÁRIOORIGINÁRIO e DERIVADODERIVADO.
O provimento originárioprovimento originário ou autonnomoautonnomo de cargo pudblico ed aquele que inicia uma inicia uma NOVANOVA 
relação estatutária, não dependendo esse provimento de qualquer vínculo anterior entre o servidorrelação estatutária, não dependendo esse provimento de qualquer vínculo anterior entre o servidor 
e a Administraçãoe a Administração. O provimento originadrio no cargo pudblico se dad pela NOMEAÇÃO do servidor 
pela autoridade competente. 
ATENÇÃO!!!ATENÇÃO!!! Atualmente, vale registrar, a nomeação é a única forma de provimento 
originário compatídvel com a Constituiça,o Federal.
O provimento derivadoprovimento derivado, por sua vez, e d aquele em que o cargo a ser preenchido 
depende de um depende de um vínculo anterior do servidor com a Administraçãovínculo anterior do servidor com a Administração. Excluindo-se a 
nomeaça,o, que ed forma de provimento originadrio, as demais formas de provimento dependem 
de um vínculo anterior, ou seja, constituem-se em forma de provimento derivado.
De acordo com Celso Antonnio Bandeira de Mello, existem trens espedcies de provimento 
derivado:
a) provimento derivado a) provimento derivado VERTICALVERTICAL;;
b) provimento derivado b) provimento derivado HORIZONTALHORIZONTAL;;
c) provimento derivado por c) provimento derivado por REINGRESSOREINGRESSO..
O provimento derivado VERTICALprovimento derivado VERTICAL ed aquele em que o servidor passa para um cargo de 
nídvel mais elevado dentro da dentro da própria carreiraprópria carreira, o que se dad por meio da PROMOÇÃOPROMOÇÃO.
O provimento derivado HORIZONTALprovimento derivado HORIZONTAL ed aquele em que o servidor não ascendenão ascende, nem ed 
rebaixado em sua posiça,o funcional. A udnica forma existente atualmente de provimento derivado 
horizontal ed a READAPTAÇÃOREADAPTAÇÃO.
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O provimento derivado por REINGRESSOprovimento derivado por REINGRESSO ed aquele em que o servidor retorna ao serviçoretorna ao serviço 
pudblicopudblico depois de ter sido desligado; compreende as seguintes modalidades: a) reversãoreversão; b) 
aproveitamentoaproveitamento; c) reintegraçãoreintegração; e d) reconduçãorecondução.
De todas as formas de provimento derivado, apenas a reintegraçãoapenas a reintegração, o aproveitamentoaproveitamento e 
a reconduçãorecondução foram mencionadas expressamente pela Constituiça,o Federal (CF, art. 41, §§ 2.º e 
3.º); as demais esta,o previstas apenas em lei. A Lei 8.112/1990 prevê as seguintes formas deA Lei 8.112/1990 prevê as seguintes formas de 
provimento de cargo público:provimento de cargo público:
a) nomeaça,o;
b) promoça,o;
c) readaptaça,o;
d) reversa,o;
e) aproveitamento;
f) reintegraça,o;
g) reconduça,o.
Vale a pena registrar tambedm que a Lei 8.112/1990, na sua redaça,o original, contemplava 
outras duasformas de provimento – a ascensão e a transferênciaascensão e a transferência –, as quais foram 
consideradas inconstitucionaisinconstitucionais pelo STF e, posteriormente, revogadas pela Lei 9.527/1997.
Súmula vinculante 43-STF: É inconstitucional toda modalidade de provimento queSúmula vinculante 43-STF: É inconstitucional toda modalidade de provimento que 
propicie ao servidor investir-se, propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinadosem prévia aprovação em concurso público destinado 
ao seu provimentoao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente 
investido. investido. STF. Plenadrio. Aprovada em 08/04/2015 (Info 780).STF. Plenadrio. Aprovada em 08/04/2015 (Info 780).
EXTRA DIZER O DIREITOEXTRA DIZER O DIREITO
Ascensão funcionalAscensão funcional
O que a SV 43 do STF proídbe ed a chamada ascensão funcionalascensão funcional (tambedm conhecida como acesso 
ou transposiça,o). A ascensa,o funcional ed a progressão funcional do servidor público entre cargos de 
CARREIRAS DISTINTAS (CARREIRAS DISTINTAS (NÃO CONFUNDIR! a promoção, que é permitida, dá-se dentro da mesmaNÃO CONFUNDIR! a promoção, que é permitida, dá-se dentro da mesma 
carreiracarreira)).
Ocorre quando o servidor ed promovido para um cargo melhor, sendo este, no entanto, integranteintegrante 
de uma de uma carreira diferentecarreira diferente.
A ascensa,o funcional era extremamente comum antes da CF/88. Quando o servidor chegava ao 
udltimo nídvel de uma carreira, ele ascendia para o primeiro nídvel de carreira diversa (e superior) sem 
necessidade de concurso público.
Ex.1: o indivídduo ed servidor pudblico e ocupa o cargo de tedcnico judiciadrio; a lei previa que, se ele 
chegasse amin udltima classe de tedcnico judiciadrio, poderia ser promovido amin analista judiciadrio.
Ex.2: o agente de polídcia de udltimo nídvel tornava-se delegado de polídcia de nídvel inicial.
Antes da CF/88, somente se exigia o concurso pudblico para o ato da primeira investidura.
A ascensão funcional é compatível com a CF/88?A ascensão funcional é compatível com a CF/88?
NÃO. A promoça,o do servidor por ascensa,o funcional constitui uma forma de “provimentoprovimento 
derivado verticalderivado vertical”, ou seja, a pessoa assume um outro cargo (provimento) em virtude de jad ocupar um 
anterior (ou seja, derivado do primeiro), subindo no nível funcional para um cargo melhor (vertical).
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A ascensa,o funcional e d inconstitucionalinconstitucional porque a CF/88 afirma que a pessoa somente pode 
assumir um cargo pudblico após aprovação em concurso públicoapós aprovação em concurso público (art. 37, II), salvo as hipodteses 
excepcionais previstas no texto constitucional. Desse modo, a ascensa,o viola o princídpio do concursoviola o princídpio do concurso 
pudblicopudblico. Veja esta ementa bem elucidativa:
 (...) O Supremo Tribunal Federal fixou entendimento no sentido de banir o acesso ou ascensão, que constitui 
forma de provimento de cargo em carreira diversa daquela para a qual o servidor ingressou no serviço 
público. (...) STF. 2ª Turma. RE 602795 AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgado em 16/03/2010).
A SV 43-STF veda a promoção no serviço público?A SV 43-STF veda a promoção no serviço público?
NÃO. A SV 43-STF na,o veda a promoça,o, desde que seja na mesma carreira.
A promoça,opromoça,o e d a passagem (desenvolvimento funcional) do servidor pudblico de um cargo para outro 
melhor, tudo dentro da MESMA CARREIRA. Ex.: a Lei preve n que a carreira de Defensor Pudblico ed 
dividida em 3 classes; a pessoa ingressa como Defensor Pudblico de 3ª classe e, apods determinado tempo e 
cumpridos certos requisitos, poderad ser promovida, por antiguidade e merecimento, alternadamente, a 
Defensor Pudblico de 2ª classe e depois a Defensor Pudblico de 1ª classe.
A promoça,o ed constitucional, na,o sendo proibida pela SV 43-STF.
Pode-se dizer que a A SV 43-STF proíbe todas as formas de provimento vertical?Pode-se dizer que a A SV 43-STF proíbe todas as formas de provimento vertical?
NAOO. Vamos com calma. Existem duas formas de provimento: originadrio e derivado.
1) Provimento originárioProvimento originário: ocorre quando o indivídduo passa a ocupar o cargo pudblico sem que 
existisse qualquer vínculo anterior com o Estado. Ex.: Joa,o prestou concurso pudblico e foi aprovado 
para o cargo de tedcnico judiciadrio do TRF, sendo nomeado. Trata-se de um provimento originadrio. Alguns 
anos depois, Joa,o fez novo concurso pudblico e foi aprovado, desta vez, para analista judiciadrio do TRF. Ao 
ser nomeado para o cargo de analista, houve novo provimento originadrionovo provimento originadrio, uma vez que seu vídnculo na,o 
decorreu do anterior.
2) Provimento derivadoProvimento derivado: provimento derivado ocorre quando o indivídduo passa a ocupar 
determinado cargo pudblico em virtude do fato de ter um vídnculo anterior com a Administraça,o Pudblica. O 
preenchimento do cargo decorre de vínculo anterior entre o servidor e o Poder Público.
Existem, por sua vez, trens espedcies de provimento derivado:
2.1) Provimento derivado verticalProvimento derivado vertical: ocorre quando o servidor muda para um cargo melhor.
Had dois exemplos de provimento derivado vertical:
• a ascensa,o funcional (transposiça,o/acesso) e;
• a promoça,o.
A ascensa,o funcional, como vimos, ed inconstitucional, sendo proibida pela SV 43-STF. Assim, atualmente, a 
única hipótese permitida de provimento derivado vertical é a PROMOÇÃOPROMOÇÃO.
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provimento para tomar provimento para tomar POSSEPOSSE.. A posse consiste no ato em que o servidor nomeado aceita o 
cargo e se compromete a cumprir os deveres funcionais. Com a posse ocorre a chamada 
“investidurainvestidura” do servidor no cargo.
A posse se dad pela assinatura do respectivo termo de posse, no qual devera,o constar as 
atribuiço,es, os deveres, as responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado, que na,o 
podera,o ser alterados unilateralmente, exceto se houver modificaça,o da lei. 
IMPORTANTE!!IMPORTANTE!! A lei pode modificar o estatuto funcional porque na,o had direito adquirido A lei pode modificar o estatuto funcional porque na,o had direito adquirido 
do servidor amin manutença,o do regime juríddico estatutadrio, conforme jad decidiu o STF.do servidor amin manutença,o do regime juríddico estatutadrio, conforme jad decidiu o STF.
A posse no cargo dependerá de prévia INSPEÇÃO MÉDICA OFICIAL, e so d poderad ser 
empossado aquele que for julgado apto fídsica e mentalmente para o exercídcio do cargo (art. 14, 
paradgrafo udnico). 
EXAME MÉDICO ADMISSIONAL POSSUI CARÁTER ELIMINATÓRIO EM CONCURSOS PÚBLICOSEXAME MÉDICO ADMISSIONAL POSSUI CARÁTER ELIMINATÓRIO EM CONCURSOS PÚBLICOS 
FEDERAISFEDERAIS
O candidato a cargo público federal O candidato a cargo público federal pode ser eliminado em exame médico admissionalpode ser eliminado em exame médico admissional, ainda, ainda 
que a lei que discipline a carreira não confira caráter eliminatório ao referido exame. que a lei que discipline a carreira não confira caráter eliminatório ao referido exame. 
Isso porque a inspeção de saúde é exigência geral direcionada a todos os cargos públicosIsso porque a inspeção de saúde é exigência geral direcionada a todos os cargos públicos 
federais, conforme previsto na Lei n. 8.112/90:federais, conforme previsto na Lei n. 8.112/90:
Art. 5º São requisitos básicos para investidura em cargo público:Art. 5º São requisitos básicos para investidura em cargo público:
VI - aptidão física e mental.VI - aptidão física e mental.
Art. 14. A posse em cargo público dependerá de prévia inspeção médica oficial.Art. 14. A posse em cargo público dependerá de prévia inspeçãomédica oficial.
Parágrafo único. Parágrafo único. Só poderá ser empossado aquele que for julgado apto física e mentalmente paraSó poderá ser empossado aquele que for julgado apto física e mentalmente para 
o exercício do cargo.o exercício do cargo.
Para ser eliminatório, é necessário que o teste esteja previsto na lei específica da carreira?Para ser eliminatório, é necessário que o teste esteja previsto na lei específica da carreira?
 Teste físico: Teste físico: SIMSIM..
 Teste psicotécnico: Teste psicotécnico: SIMSIM..
 Exames médicos: Exames médicos: NÃONÃO..
STJ. 2a Turma. AgRg no REsp 1.414.990-DF, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 3/4/2014.STJ. 2a Turma. AgRg no REsp 1.414.990-DF, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 3/4/2014.
No ato da posse, o servidor devera d apresentar declaraça,o de bens e valores que 
constituem seu patrimonnio e declaraça,o quanto ao exercídcio ou na,o de outro cargo, emprego ou 
funça,o pudblica (art. 13, § 5.º).
O servidor poderad tomar posse pessoalmente ou designar outra pessoa para fazen-lo em 
seu nome, desde que para isso outorgue a mesma procuração específica com poderes para praticar 
tal ato. Se o servidor na,o tomar posse no prazo legal, sera d tornado sem efeito o ato de 
provimento do cargo (art. 13, § 6.º).
Uma vez tomada posse no cargo, o servidor empossado tem o prazo de 15 dias,prazo de 15 dias, a contar 
da data da posse, para ENTRAR EM EXERCÍCIOENTRAR EM EXERCÍCIO.. O exercídcio e d o efetivo desempenho das 
atribuiço,es do cargo pudblico. O servidor serad exonerado do cargo se na,o entrar em exercídcio no 
prazo previsto na lei.
Na,o custa lembrar, por mais odbvio que o seja, que o ato de entrar em exercídcio sod pode ser 
praticado pelo prodprio servidor, não sendo admitida procuração com essa finalidadenão sendo admitida procuração com essa finalidade.
Apods entrarem em exercídcio, os servidores cumprira,o jornada semanal de trabalho com 
duração máxima de quarenta horas,quarenta horas, observados os limites mídnimo e madximo de seis e oito 
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6.3.1.3. Readaptação
A readaptaçãoreadaptação e d a forma de provimento derivado HORIZONTALprovimento derivado HORIZONTAL que consiste na 
investidura do servidor em cargo de atribuiço,es e responsabilidades compatídveis com a 
limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em inspeça,o 
meddica.
A readaptaça,o sera d efetivada em cargo de atribuiço,es afins, respeitados a habilitação 
exigida, o nível de escolaridade e a equivalência de vencimentos, e, na hipodtese de 
inexistenncia de cargo vago, o servidor exercerad suas atribuiço,es como excedente, ated a ocorrenncia 
de vaga. 
IMPORTANTE!!IMPORTANTE!! Se o readaptando for julgado incapazincapaz para o serviço pudblico, serad 
aposentadoaposentado.
6.3.1.4. Reversão
A reversãoreversão ed uma das espedcies de provimento derivado por REINGRESSO; consiste no 
retorno amin atividade do servidor aposentado. A reversa,o pode se dar em duas hipodteses:
a) quando junta meddica oficial declarar que sa,o quando junta meddica oficial declarar que sa,o insubsistentes os motivos que levaram amininsubsistentes os motivos que levaram amin 
aposentadoria do servidor por invalidezaposentadoria do servidor por invalidez (reversa,o de ofídcio); (reversa,o de ofídcio); ou
b) por interesse da Administraça,o (reversa,o a pedido)por interesse da Administraça,o (reversa,o a pedido).
No primeiro caso, o retorno a min atividade do servidor se da d porque a aposentadoria foi 
indevida ou, posteriormente, se verificou que os motivos que levaram à aposentação 
deixaram de existir. Nessa hipodtese, a reversão é OBRIGATÓRIAreversão é OBRIGATÓRIA (ato vinculado), sendo feita de 
ofídcio. Como nesse caso a reversa,o e d obrigatodria, se o cargo que o servidor ocupava 
anteriormente se encontrar provido, o servidor exercerá suas atribuições como excedente, 
ated a ocorrenncia de vaga.
No segundo caso, a reversa,o depende de pedido do servidordepende de pedido do servidor e se constitui numaconstitui numa 
decisão DISCRICIONÁRIA da Administraçãodecisão DISCRICIONÁRIA da Administração. A lei condiciona a reversa,o por interesse da 
Administraça,o ao preenchimento dos seguintes requisitos:
a) o aposentado tem que ter a) o aposentado tem que ter solicitado a reversãosolicitado a reversão;;
b) a aposentadoria tem que ter sido b) a aposentadoria tem que ter sido voluntáriavoluntária;;
c) o servidor teria que ser c) o servidor teria que ser estávelestável quando na atividade; quando na atividade;
d) a aposentadoria tem que ter ocorrido d) a aposentadoria tem que ter ocorrido nos cinco anos anterioresnos cinco anos anteriores à solicitação à solicitação de de 
reversão;reversão;
e) e) tem que haver tem que haver cargo vagocargo vago..
A reversa,o far-se-ad sempre no mesmo cargo ou no cargo resultante de sua transformaça,o. 
O servidor que retornar amin atividade por interesse da administraça,o perceberad, em substituiça,o 
aos proventos da aposentadoria, a remuneraça,o do cargo que voltar a exercer, inclusive com asinclusive com as 
vantagens de natureza pessoal que percebia anteriormente amin aposentadoriavantagens de natureza pessoal que percebia anteriormente amin aposentadoria.
Vale a pena ressaltar que em qualquer hipodtese na,o poderad reverter o aposentado que jad 
tiver completado 70 anos de idadetiver completado 70 anos de idade, pois essa ed a idade-limite para permanenncia de servidor 
efetivo no serviço pudblico (art. 27).
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6.3.1.5. Aproveitamento
O aproveitamento e d a forma de provimento derivado por REINGRESSOprovimento derivado por REINGRESSO pela qual o 
servidor estadvel, que havia sido posto em disponibilidade em razão da extinção ou da 
declaração de desnecessidade do seu cargo, RETORNA à atividadeRETORNA à atividade. O aproveitamento do 
servidor em disponibilidade obrigatoriamente somente se fara d em cargo de atribuiço,esatribuiço,es e 
vencimentosvencimentos compatídveis com o anteriormente ocupado.
Serad tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a disponibilidade se o servidor, no 
prazo legal, na,o entrar em exercídcio no novo cargo, salvo doença comprovada por junta meddica 
oficial (art. 32).
6.3.1.6. Reintegração
A reintegraça,o ed outra forma de provimento derivado por reingressoprovimento derivado por reingresso; acontece quando o 
servidor estadvel tem sua DEMISSÃO INVALIDADA por decisão administrativa ou judicialtem sua DEMISSÃO INVALIDADA por decisão administrativa ou judicial. 
Nesse caso, em raza,o da reintegraça,o, o servidor RETORNARAI ao cargo de origem ou ao cargo 
resultante de sua transformaça,o, fazendo jus ao recebimento de todas as vantagens que teria 
auferido no perídodo em que ficou desligado do serviço pudblico ilegalmente, inclusive as 
promoço,es por antiguidade que teria conquistado.
Na hipodtese de o cargo que ocupava ter sido extinto, o servidor reintegrado ao serviço 
pudblico ficara d em disponibilidade, ate d ser aproveitado em outro cargo de atribuiço,es e 
vencimentos compatíveis (art. 28, § 1.º).
Encontrando-se provido o cargo que ocupava originalmente, para que o servidor possa 
ser reintegrado, o seu eventual ocupante será reconduzido ao cargo de origem, sem direito 
à indenização, ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade (art. 28, § 
2.º).
Embora o texto da Constituiça,o Federal e da Lei 8.112/1990 preveja a reintegraça,o 
apenas do servidor estadvel, e d claro que o servidor na,o estadvel, que tenha sua demissa,o ou 
exoneraça,o tambedm invalidada por decisa,o judicial ou administrativa, tambedm tera d direito a 
retornar ao serviço pudblico.
6.3.1.7. Recondução
A reconduça,o ed a forma de provimento derivadopor reingresso que consiste no RETORNO 
do servidor estadvel ao cargo anteriormente ocupadoao cargo anteriormente ocupado em raza,o dos seguintes fatos:
a) inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo; ou
b) reintegração do anterior ocupante.
Encontrando-se provido o cargo de origem, o servidor reconduzido serad aproveitado em 
outro cargo ou posto em disponibilidade, se na,o houver outro cargo vago de atribuiço,es e 
vencimentos compatídveis, ated o seu posterior aproveitamento.
Das duas hipodteses de reconduça,o previstas no estatuto dos servidores civis federais, 
apenas a segunda foi mencionada na Constituiça,o Federal, de modo que ed possídvel que o estatuto 
dos servidores pudblicos de outros entes da federaça,o na,o contemple o direito amin reconduça,o no 
caso de inabilitaça,o do servidor em estadgio probatodrio, a exemplo do estatuto dos servidores do 
Estado de Pernambuco. Vamos a um exemplo pradtico que permite compreender o instituto da 
reconduça,o. Na primeira hipodtese (inabilitaça,o em estadgio probatodrio): Joa,o, Procurador da AGU, 
 
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EXTRA DIZER O DIREITOEXTRA DIZER O DIREITO
Inaplicabilidade do direito amin reconduça,o do art. 29, I, da Lei 8.112/90 a servidor pudblico estadual Inaplicabilidade do direito amin reconduça,o do art. 29, I, da Lei 8.112/90 a servidor pudblico estadual 
Se a legislação estadual Se a legislação estadual NÃONÃO prevê a prevê a reconduçãorecondução, é possível aplicar a Lei 8.112/90 por, é possível aplicar a Lei 8.112/90 por 
analogia?analogia? NÃO. Na,o ed possídvel a aplicaça,o, por analogia, do instituto da reconduça,o previsto no art. 29, I, 
da Lei 8.112/1990 a servidor pudblico estadual na hipodtese em que o ordenamento juríddico do estado for 
omisso acerca desse direito. Segundo a jurisprudenncia do STJ, somente ed possídvel aplicar, por analogia, a 
Lei 8.112/90, aos servidores pudblicos estaduais e municipais se houver omissa,o, na legislaça,o estadual ou 
municipal, sobre direito de CUNHO CONSTITUCIONAL e que seja AUTOAPLICAIVEL e desde que talsobre direito de CUNHO CONSTITUCIONAL e que seja AUTOAPLICAIVEL e desde que tal 
situaça,o NAOO GERA O AUMENTO DE GASTOS.situaça,o NAOO GERA O AUMENTO DE GASTOS. Ex: aplicaça,o, por analogia, das regras da Lei 8.112/90 
sobre licença para acompanhamento de connjuge a determinado servidor estadual cuja legislaça,o na,o 
preven esse afastamento (RMS 34.630,AC, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, julgado em 
18/10/2011). Nesse exemplo, o STJ reconheceu que a analogia se justificava para proteça,o da unidade 
famídlia, valor protegido constitucionalmente (art. 226 da CF/88). No caso da recondução, contudo, não é 
possível a analogia porque esse direito não tem cunho constitucional. STJ. 2ª Turma. RMS 46.438-MG, 
Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 16/12/2014 (Info 553). 
6.3.2. Vacância
A vacanncia do cargo ocorre quando o servidor desocupa o cargoservidor desocupa o cargo, possibilitando que este 
venha a ser preenchido por outra pessoa. De acordo com a Lei 8.112/1990, a vacanncia do cargo 
pudblico acontecerad nas seguintes situaço,es:
a) exoneraça,o;
b) demissa,o;
c) promoça,o;
d) readaptaça,o;
e) aposentadoria;
f) posse em outro cargo inacumuladvel;
g) falecimento.
Conforme ed possídvel observar, em algumas dessas hipodteses had o rompimento do vídnculo 
juríddico entre o servidor que desocupa o cargo e a Administraça,o, como ocorre no caso de 
exoneraça,o, demissa,o e falecimento; nas demais situaço,es had apenas a alteraça,o desse vídnculo.
Como tambedm ed possídvel notar, a promoça,o, a readaptaça,o e a posse em outro cargo se 
constituem ao mesmo tempo em hipodteses de vacanncia e provimento de cargos pudblicos.
Nesse ponto ed conveniente fazer a distinça,o entre demissa,odemissa,o e exoneraça,oexoneraça,o do servidor. A 
demissa,o constitui uma penalidade decorrente do cometimento de ilídcitos administrativos, 
enquanto a exoneraça,o e d extinça,o do vídnculo funcional, mas sem que este fato decorra da 
aplicaça,o de penalidade.
A exoneraça,o do cargo em comissa,o e a dispensa de funça,o de confiança podem se dar 
(art. 35):
a) a juídzo da autoridade competente (de forma discricionadria); ou
b) a pedido do prodprio servidor.
Registre, por oportuno, que a exoneraça,o do cargo em comissa,o e a dispensa de funça,o de 
confiança a juídzo da autoridade competente sa,o atos discricionadrios, na,o necessitando de 
29º CPR29º CPR 12
motivaça,o nem muito menos da instauraça,o de processo administrativo disciplinar. Em outras 
palavras, o servidor ocupante de cargo comissionado pode ser exonerado ad nutum, isto ed, a 
critedrio da autoridade competente, sem necessidade de que o ato seja justificado.
Todavia, se o ato de exoneraça,o do servidor comissionado for motivado, ficará vinculado 
ao fundamento utilizado. Assim, caso venha a ser comprovado que os motivos expostos eram 
falsos, o ato podera d ser anulado. E I o que a doutrina chama de “teoria dos motivos 
determinantes”.
Ja d a exoneração de cargo efetivo podera d se dar tambedm a pedido do servidor, ou de 
ofício (art. 34). A exoneraça,o de ofídcio ocorrerad nos seguintes casos (art. 34, paradgrafo udnico):
a) quando na,o satisfeitas as condiço,es do estadgio probatodrio; ou
b) quando, tendo tomado posse, o servidor na,o entrar em exercídcio no prazo estabelecido.
A demissa,o, por sua vez, e d espedcie de penalidade aplicada ao servidor em raza,o do 
cometimento de ilídcitos funcionais, em virtude da qual o servidor e d desligado dos quadros 
funcionais.
6.3.3. Remoção
A remoça,o consiste no deslocamento do servidor, a pedidopedido ou de ofídcioofídcio, no anmbito do 
mesmo quadro, com ou sem mudança de sede (art.36). Registre-se que a remoça,o na,o ed forma de 
provimento de cargo pudblico.
A remoção pode ocorrer de A remoção pode ocorrer de ofícioofício ou a ou a pedidopedido do servidor. do servidor.
A remoça,o se dara d de ofícioofício quando a Administraça,o por sua iniciativa determinar a 
remoça,o. A remoça,o de ofídcio do servidor sempre se dara d em raza,o do interesse da 
Administraça,o, na,o dependendo da concordanncia do servidor.
A remoça,o tambedm pode ocorrer a pedidoa pedido do servidor. Nesse sentido, em regra, a 
concessa,o da remoça,o depende de depende de juídzo discricionadrio da Administraça,ojuídzo discricionadrio da Administraça,o, que verificara d a 
convenienncia e a oportunidade desse ato. Todavia, existem algumas hipodteses previstas na lei em 
que o servidor pode pedir a remoça,o e a Administraça,o ed obrigada a conceden-la. Nesses casos 
especídficos, a concessa,o da remoça,o independe da existenncia de interesse pudblico nesse ato.
Deve-se registrar que a remoça,o a pedido, independentemente do interesse da 
Administraça,o, sod ocorrerad quando houver mudança da localidade de exercídcio do servidor.
De acordo com a lei, a De acordo com a lei, a remoção a pedidoremoção a pedido, para outra localidade, independentemente do, para outra localidade, independentemente do 
interesse da Administração, será interesse da Administração, será obrigatoriamenteobrigatoriamente concedida nos seguintes casos (art. 36, concedida nos seguintes casos (art. 36, 
parágrafo único, III):parágrafo único, III):
a) para ACOMPANHAR ACOMPANHAR cônjuge ou companheirocônjuge ou companheiro, tambedm servidor pudblico civil ou militar, de 
qualquer dos Poderes da Unia,o, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municídpios, QUE FOI DESLOCADOQUE FOI DESLOCADO 
NO INTERESSE DA ADMINISTRAÇÃONO INTERESSE DA ADMINISTRAÇÃO;;
b) por por MOTIVO DE SAÚDEMOTIVO DE SAÚDE do servidor, cônjuge, companheiro ou dependente do servidor, cônjuge, companheiro ou dependente que viva amins suas 
expensas e conste do seu assentamento funcional, condicionadaamin comprovaça,o por junta meddica oficial;
c) em virtude de processo seletivo promovidoprocesso seletivo promovido, na hipodtese em que o nudmero de interessados for 
superior ao nudmero de vagas, de acordo com normas preestabelecidas pelo odrga,o ou entidade em que 
aqueles estejam lotados.
A propodsito da hipodtese de remoça,o prevista na letra “a”, o STJ vem decidindo no sentido 
29º CPR29º CPR 13
de que essa hipodtese exige que o connjuge do servidor pudblico tenha sido deslocado tenha sido deslocado nono 
interesse da Administraçãointeresse da Administração. Com efeito, na,o estaria configurado o interesse pudblico apto a 
ensejar a remoça,o do servidor quando o seu connjuge tiver mudado de domicídlio em virtude da 
NOMEAÇÃO decorrente de concurso públicoNOMEAÇÃO decorrente de concurso público (STJ, 5.ª Turma, REsp 616.831/SE, Rel. Min. 
Arnaldo Esteves Lima, DJ 14.05.2007).
EXTRA DIZER O DIREITO: Licença x remoção EXTRA DIZER O DIREITO: Licença x remoção 
Na,o se deve confundir a licença para acompanhar connjugelicença para acompanhar connjuge (art. 84), que estudamos had pouco, com 
a remoça,o para acompanhar connjugeremoça,o para acompanhar connjuge (art. 36) com. Compare: 
LicenLicen çaça não remunerada para não remunerada para 
acompanhar cônjuge acompanhar cônjuge 
LicençaLicença remunerada para remunerada para 
acompanhar cônjuge acompanhar cônjuge 
RemoçãoRemoção para acompanhar para acompanhar 
cônjuge cônjuge 
Prevista no caput e 1º do art. 84. Prevista no art. 84, § 2º. Prevista no art. 36, paradgrafo 
udnico, III, “a”. 
Ocorre quando o 
connjuge/companheiro do 
servidor pudblico federal se 
transfere para outra localidade. 
Ocorre quando o 
connjuge/companheiro do servidor 
pudblico federal se transfere para 
outra localidade 
Ocorre quando o 
connjuge/companheiro do 
servidor pudblico federal se 
transfere para outra localidade 
O connjugeconnjuge do servidor federal 
não era servidor público, ou 
sua mudança na,o tem relaça,o 
direta com esse vídnculo que 
possuída com o serviço pudblico 
(ex.: se mudou para fazer um 
mestrado). 
A mudança do connjuge do servidor 
federal ocorreu pelo fato de ele 
tambedm ser servidor pudblicotambedm ser servidor pudblico (de 
qualquer esfera) e ter sido removidoter sido removido 
para outro local a pedidopara outro local a pedido (participou 
do concurso de remoça,o).* 
A mudança do connjuge do 
servidor federal ocorreu pelo 
fato de ele também ser 
servidor público (de qualquer 
esfera) e ter sido removido parater sido removido para 
outro local outro local no interesse dano interesse da 
Administraça,oAdministraça,o (remoça,o (remoça,o exex 
officioofficio).).* 
O servidor ficarad sem trabalhar eO servidor ficarad sem trabalhar e 
SEM receber. SEM receber. 
O servidor ficara d lotadoO servidor ficara d lotado 
provisoriamente na cidade de seuprovisoriamente na cidade de seu 
connjuge. connjuge. 
O servidor serad removido para a 
cidade de seu connjuge (na,o ed 
algo provisodrio). 
Dica: motivo “fraco” (interesse 
alheio amin Administraça,o Pudblica). 
Dica: motivo “forte” (o connjuge foi 
removido a pedido).* 
Dica: motivo “muito forte” (omotivo “muito forte” (o 
cônjuge foi removido decônjuge foi removido de 
ofício).*ofício).* 
EXTRA DIZER O DIREITOEXTRA DIZER O DIREITO
EI cabídvel a concessa,o de licença a servidor pudblico para acompanhamento de connjuge na hipodtese 
em que se tenha constatado o preenchimento dos requisitos legais para tanto, ainda que o 
cônjuge/companheiro a ser acompanhado não seja servidor público e que o seu deslocamento não 
tenha sido atual. Primeira Turma. AgRg no REsp 1.243.276-PR, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 
5/2/2013.
Imagine a seguinte situação hipotética:Imagine a seguinte situação hipotética:
Eduardo e Monnica sa,o companheiros (vivem em unia,o estadvel). Ela ed servidora pudblica federal e 
ele trabalha na iniciativa privada. Eduardo consegue ser aprovado em um Doutorado a ser cursado na 
Inglaterra. Existe a previsão de alguma licença para que Mônica possa acompanhar seuExiste a previsão de alguma licença para que Mônica possa acompanhar seu 
companheiro?companheiro?
SIMSIM. A Lei n. 8.112/90 estabelece o direito a min licençalicença para o servidor pudblico afastar-se de suasafastar-se de suas 
29º CPR29º CPR 14
atribuições,atribuições, por prazo indeterminado e sem remuneraçãosem remuneração, com o fim de acompanhar connjuge ou 
companheiro:
Da Licença por Motivo de Afastamento do CônjugeDa Licença por Motivo de Afastamento do Cônjuge
Art. 84. Poderá ser concedida licença ao servidor para acompanhar cônjuge ou companheiro que foi 
deslocado para outro ponto do território nacional, para o exterior ou para o exercício de mandato eletivo 
dos Poderes Executivo e Legislativo. 
§ 1o A licença será por prazo indeterminado e sem remuneração.
O servidor terá direito a esta licença mesmo que o companheiro ou cônjuge NÃO seja servidorO servidor terá direito a esta licença mesmo que o companheiro ou cônjuge NÃO seja servidor 
público e tenha sido deslocado por “interesse particular”?público e tenha sido deslocado por “interesse particular”?
SIMSIM. O art. 84 acima visto na,o exige a qualidade de servidor pudblico do connjuge/companheiro do servidor 
que pleiteia a licença, tampouco que o deslocamento daquele tenha sido atual, na,o cabendo ao intedrprete 
condicionar a respectiva concessa,o a requisitos na,o previstos pelo legislador.
Sendo preenchidos os requisitos legais, esta licença ainda assim poderá ser negada pelaSendo preenchidos os requisitos legais, esta licença ainda assim poderá ser negada pela 
Administração?Administração?
NÃONÃO. A jurisprudenncia do STJ firmou-se no sentido de que a referida licença ed um direito assegurado ao 
servidor pudblico, de sorte que, preenchidos os requisitos legais, na,o had falar em discricionariedade da 
Administraça,o quanto a sua concessa,o.
A Lei n. 8.112/90 preven que poderad ser concedida licença ao servidor pudblico federal para acompanharA Lei n. 8.112/90 preven que poderad ser concedida licença ao servidor pudblico federal para acompanhar 
seu connjuge ou companheira que foi deslocado para outro ponto do territodrio nacional, seu connjuge ou companheira que foi deslocado para outro ponto do territodrio nacional, podendo alipodendo ali 
exercer provisoriamente atividade compatível com seu cargo em órgão ou entidade daexercer provisoriamente atividade compatível com seu cargo em órgão ou entidade da 
Administração Federal direta, autárquica ou fundacional.Administração Federal direta, autárquica ou fundacional. Tal licença remuneradaTal licença remunerada estad prevista no § estad prevista no § 
2º do art. 84. Contudo, o servidor na,o terad direito a essa licença remunerada se o connjuge se mudou para2º do art. 84. Contudo, o servidor na,o terad direito a essa licença remunerada se o connjuge se mudou para 
outro Municídpio para assumir um cargo pudblico decorrente de concurso pudblico para o qual foi aprovado.outro Municídpio para assumir um cargo pudblico decorrente de concurso pudblico para o qual foi aprovado. 
Em suma, a licença para o acompanhamento de connjuge ou companheiro de que trata o § 2º do art. 84 daEm suma, a licença para o acompanhamento de connjuge ou companheiro de que trata o § 2º do art. 84 da 
Lei n. 8.112/1990 na,o se aplica aos casos de provimento originadrio de cargo pudblico. STF. 1ª Turma. MSLei n. 8.112/1990 na,o se aplica aos casos de provimento originadrio de cargo pudblico. STF. 1ª Turma. MS 
28620/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 23/9/2014 (Info 760). 28620/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 23/9/2014 (Info 760). 
Art. 84. Podera d ser concedidalicença ao servidor para acompanhar connjuge ou companheiro que foiArt. 84. Podera d ser concedida licença ao servidor para acompanhar connjuge ou companheiro que foi 
deslocado para outro ponto do territodrio nacional, para o exterior ou para o exercídcio de mandato eletivodeslocado para outro ponto do territodrio nacional, para o exterior ou para o exercídcio de mandato eletivo 
dos Poderes Executivo e Legislativo. dos Poderes Executivo e Legislativo. 
§ 1º A licença serad por prazo indeterminado e sem remuneraça,o. § 1º A licença serad por prazo indeterminado e sem remuneraça,o. 
§ 2º § 2º No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou companheiro também seja servidor públicoNo deslocamento de servidor cujo cônjuge ou companheiro também seja servidor público , civil, civil 
ou militar, de qualquer dos Poderes da Unia,o, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municídpios, ou militar, de qualquer dos Poderes da Unia,o, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municídpios, poderadpoderad 
haver exercídcio provisodrio em odrga,o ou entidade da Administraça,o Federal direta, autadrquica ouhaver exercídcio provisodrio em odrga,o ou entidade da Administraça,o Federal direta, autadrquica ou 
fundacional, desde que para o exercídcio de atividade compatídvel com o seu cargofundacional, desde que para o exercídcio de atividade compatídvel com o seu cargo. . 
Ainda, em relaça,o a min hipodtese de remoça,o referida na letra “a”, o STF ja d decidiu que o 
direito a min remoça,o na,o exige que o connjuge do servidor seja tambedm regido pelo Estatuto dos 
Servidores Pudblicos Federais. No caso concreto, o STF entendeu que servidora ocupante deNo caso concreto, o STF entendeu que servidora ocupante de 
cargo no TCU tinha direito líquido e certo de, independentemente da existência de vagas,cargo no TCU tinha direito líquido e certo de, independentemente da existência de vagas, 
ser removida para acompanhar seu cônjuge, empregado da Caixa Econômica Federal, queser removida para acompanhar seu cônjuge, empregado da Caixa Econômica Federal, que 
havia sido transferido de ofício para outra unidade da federaçãohavia sido transferido de ofício para outra unidade da federação (STF, Tribunal Pleno, MS 
23.058/DF, Rel. Min. Carlos Britto, j. 18.09.2008, DJE 14.11.2008).
IMPORTANTÍSSIMOIMPORTANTÍSSIMO: E I importante mencionar que a Lei 11.340/2006, que cria 
mecanismos para prevenir a violenncia domedstica contra a mulher, previu a seguinte regra com 
29º CPR29º CPR 15
esse objetivo (art. 9.º, § 2.º, I): “O juiz assegurará à mulher em situação de violência“O juiz assegurará à mulher em situação de violência 
doméstica e familiar, para preservar sua integridade física e psicológica, acesso prioritáriodoméstica e familiar, para preservar sua integridade física e psicológica, acesso prioritário 
à remoção quando servidora pública, integrante da administração direta ou indireta”.à remoção quando servidora pública, integrante da administração direta ou indireta”.
6.3.4. Redistribuição
A redistribuiça,o na,ona,o e d forma de provimento de cargo pudblico. A redistribuiça,o e d “o 
deslocamento de deslocamento de CARGO DE PROVIMENTO EFETIVOCARGO DE PROVIMENTO EFETIVO, ocupado ou vago no anmbito do quadro 
geral de pessoal, para outro odrga,o ou entidade do mesmo Poder, com predvia apreciaça,o do odrga,o 
central do Sistema de Pessoal Civil (SIPEC)” (art. 37).
ATENÇÃO!!ATENÇÃO!! Vale esclarecer que na redistribuiça,o NAOO EI O SERVIDORNAOO EI O SERVIDOR que ed deslocado de 
um cargo para outro, mas é o próprio CARGOmas é o próprio CARGO que ed deslocado para outro odrga,o ou entidade, 
dentro do mesmo Poder.
A redistribuiça,o ocorrera d sempre ex officio, para ajustamento de lotaça,o e da força de 
trabalho amins necessidades dos serviços, inclusive nos casos de reorganizaça,o, extinça,o ou criaça,o 
de odrga,o ou entidade (art. 37, § 1.º).
De acordo com o Estatuto, a redistribuiça,o de cargos efetivos exige o atendimento 
cumulativo dos seguintes requisitos (art. 37, I a VI):
a) interesse da administraça,ointeresse da administraça,o;
b) equivalenncia de vencimentosequivalenncia de vencimentos;
c) manutença,o da essenncia das atribuiço,es do cargo;
d) vinculaça,o entre os graus de responsabilidade e complexidade das atividades;
e) mesmo nídvel de escolaridademesmo nídvel de escolaridade, especialidade ou habilitaça,o profissional;
f) compatibilidade entre as atribuiço,es do cargo e as finalidades institucionais do odrga,o ou entidade.
6.3.5. Substituição
Os servidores investidos em cargo ou funça,o de direção ou chefia e os ocupantes de 
cargo de Natureza Especial, em casos de afastamentos , impedimentos ou vacanncia, tera,otera,o 
substitutos indicados no substitutos indicados no REGIMENTO INTERNOREGIMENTO INTERNO ou, NO CASO DE OMISSAOO DO REGIMENTO 
INTERNO, sera,o previamente designados pelo sera,o previamente designados pelo DIRIGENTE MAIXIMO do odrga,o ou entidadeDIRIGENTE MAIXIMO do odrga,o ou entidade (art. 
38). Essa regra quanto amin indicaça,o dos substitutos tambedm se aplica aos titulares de unidades 
administrativas organizadas em nídvel de assessoria (art. 39).
Nos primeiros 30 dias de substituição, o servidor substituto exerce de forma 
acumuladaacumulada as suas funço,es normais com as funço,es do cargo acumulado. Nessa hipodtese, o 
servidor substituto terad direito de optar entre a remuneraça,o que lhe seja mais vantajosaterad direito de optar entre a remuneraça,o que lhe seja mais vantajosa, a do 
cargo original ou a do cargo do substituído (art. 38, § 1.º).
Transcorrido o prazo de 30 dias de acumulação, caso permaneça substituindo, o 
servidor substituto deixa de exercer as funço,es de forma acumulada e passa a desempenharpassa a desempenhar 
apenas as funço,es do cargo substituíddoapenas as funço,es do cargo substituíddo, percebendo a remuneraça,o correspondente a este 
udltimo (art. 38, § 2.º).
6.3.6. Direitos e vantagens
A Lei 8.112/1990 assegura uma sedrie de direitos e vantagens aos servidores pudblicos 
federais. Uma boa parte desses direitos possui natureza pecuniadria. Sem dudvida alguma, o 
29º CPR29º CPR 16
principal direito do servidor ed o de ser remunerado pela prestaça,o dos seus serviços. Com efeito, 
o prodprio Estatuto deixa consignado que “ed proibida a prestaça,o de serviços gratuitos, salvo os“ed proibida a prestaça,o de serviços gratuitos, salvo os 
casos previstos em lei”casos previstos em lei” (art. 4.º).
A remuneraça,o paga ao servidor possui caradter alimentar, por isso goza de algumas 
proteço,es legais, a saber:
a) nenhum desconto incidira d sobre a remuneraça,o ou provento (REGRA), salvo se o 
desconto decorrer de imposição legal (ex.: contribuiça,o para a seguridade social) ou de 
mandado judicial (art. 45, caput);
b) admitem-se, mediante autorizaça,o do servidor (NOVIDADE LEGISLATIVA EM 2015):mediante autorizaça,o do servidor (NOVIDADE LEGISLATIVA EM 2015):
Art. 45. Salvo por IMPOSIÇÃO LEGAL, ou MANDADO JUDICIALSalvo por IMPOSIÇÃO LEGAL, ou MANDADO JUDICIAL, nenhum desconto incidiránenhum desconto incidirá 
sobre a remuneração ou proventosobre a remuneração ou provento. (Vide Decreto nº 1.502, de 1995)
§ 1o Mediante autorização do servidorautorização do servidor, poderad haver consignação em folha de pagamentoconsignação em folha de pagamento 
em favor de terceiros, a critedrio da administraça,o e com reposiça,o de custos, na forma definida 
em regulamento. (Redaça,o dada pela Lei nº 13.172, de 2015)
§ 2o O total de consignações facultativastotal de consignações facultativas de que trata o § 1o não excederánão excederá a 35% (trinta e a 35% (trinta e 
cinco por cento) cinco por cento) da remuneração mensalda remuneração mensal, sendo 5%5% (cinco por cento) reservados 
exclusivamente para: (Redaça,odada pela Lei nº 13.172, de 2015)
I - a amortização de despesas contraídas por meio de cartão de créditoa amortização de despesas contraídas por meio de cartão de crédito; ou (Incluíddo pela 
Lei nº 13.172, de 2015)
II - a utilização com a finalidade de saque por meio do cartão de créditoa utilização com a finalidade de saque por meio do cartão de crédito. (Incluíddo pela Lei 
nº 13.172, de 2015)
c) as reposições e indenizações ao erárioreposições e indenizações ao erário sera,o previamente comunicadas ao servidor 
ativo, aposentado ou ao pensionista, para pagamento, no prazo máximo de 30 diasno prazo máximo de 30 dias, podendo 
ser parceladas, a pedido do interessado (art. 46). A propodsito, segundo a Súmula 249 do TCUSúmula 249 do TCU: “EI 
dispensada a reposiça,o de importanncias indevidamente percebidas, de boa-fed, por servidores 
ativos e inativos, e pensionistas, em virtude de erro escusadvel de interpretaça,o de lei por parte do 
odrga,o/entidade, ou por parte de autoridade legalmente investida em funça,o de orientaça,o e 
supervisa,o, amin vista da presunção de legalidade do ato administrativopresunção de legalidade do ato administrativo e do caráter alimentarcaráter alimentar 
das parcelas salariaisdas parcelas salariais”;
SÚMULA 72 DA AGUSÚMULA 72 DA AGU: REVOGAR a Sudmula nº 71, da Advocacia-Geral da Unia,o, publicada no DOU, 
Seça,o 1, de 10/09; 11/09 e 12/09/2013, restabelecendo os efeitos da Súmula nº 34Súmula nº 34 com a seguinte redaça,o: 
“Não estão sujeitos à repetição os valores recebidos de boa-fé pelo servidor público, em decorrência de“Não estão sujeitos à repetição os valores recebidos de boa-fé pelo servidor público, em decorrência de 
errôneaerrônea ou ou inadequadainadequada interpretação da lei por parte da Administração Pública”. interpretação da lei por parte da Administração Pública”.
SÚMULA 63 DA AGUSÚMULA 63 DA AGU: : A Administração deve observar o A Administração deve observar o devido processo legaldevido processo legal em que sejam em que sejam 
assegurados os princípios da assegurados os princípios da ampla defesa e do contraditórioampla defesa e do contraditório para para proceder ao desconto em folha deproceder ao desconto em folha de 
pagamento de servidor público, para fins de ressarcimento ao erário pagamento de servidor público, para fins de ressarcimento ao erário 
d) o vencimento, a remuneraça,o e o provento na,o sera,o objeto de arresto, sequestro ou 
penhora, EXCETO nos casos de prestaça,o de alimentos resultante de decisa,o judicialEXCETO nos casos de prestaça,o de alimentos resultante de decisa,o judicial (art.48).
Trataremos a seguir dos principais direitos e vantagens conferidos pelo Estatuto aos 
servidores pudblicos federais, sejam estes de natureza pecuniadria ou na,o.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13172.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13172.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13172.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13172.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13172.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13172.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1995/d1502.htm#art1
29º CPR29º CPR 17
6.3.6.1. Vencimento, vencimentos, remuneração e proventos
As expresso,es vencimento, vencimentos e remuneraça,o possuem distintos sentidos, de 
forma que devemos ficar atentos para evitar confuso,es terminolodgicas.
Atendo-nos amin conceituaça,o estabelecida na Lei 8.112/1990, verificamos que vencimento 
(no singular) ed a retribuiça,o pecuniadria paga em decorrenncia do exercídcio de cargo pudblico, cujo 
valor ed fixado em lei (art. 40).
Aledm do vencimento-base, em decorrenncia de determinadas situaço,es fadticas previstas 
na lei, o servidor poderad fazer jus a algumas vantagens pecuniadrias, de natureza permanente ou 
não.
Conforme definido na lei, remuneração ed o vencimento do cargo efetivo, acrescido das 
vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei (art. 41).
Note que a lei definiu remuneraça,o como a soma do vencimento do cargovencimento do cargo e das 
vantagens permanentesvantagens permanentes, deixando de fora desse conceito as vantagens que na,o possuem 
natureza permanente.
Embora a lei na,o esclareça o que seja vantagem de natureza permanente, a doutrina vem 
entendendo que são vantagens pagas em razão do exercício ordinário das atribuições dosão vantagens pagas em razão do exercício ordinário das atribuições do 
cargocargo, a exemplo da gratificaça,o natalina. Por sua vez, as vantagens de natureza na,o permanente 
sa,o aquelas pagas de forma pontual, em situaço,es transitodrias ou eventuais, como ocorre com o 
pagamento de diadrias ou ajuda de custo.
Jose d dos Santos Carvalho Filho critica a definiça,o de remuneraça,o trazida pela Lei 
8.112/1990; para o autor, “o fato de ser permanente ou transitodria a vantagem pecuniadria na,o a 
descaracteriza como parcela remuneratodria. Assim, por exemplo, se um servidor percebe por 
apenas dois meses uma gratificaça,o de difídcil acesso, que na,o e d vantagem permanente, nesse 
perídodo essa parcela integrou sua remuneraça,o”.
Com raza,o o referido autor, o que deve caracterizar uma parcela como remuneratodria ed o 
fato de ela ter por objetivo objetivo retribuir o servidor pelo serviço prestadoretribuir o servidor pelo serviço prestado, servindo como 
incremento ao seu patrimônio. Ao contradrio, se o objetivo da parcela ed compensar os gastos 
extraordinadrios que o servidor suportou com o exercídcio de suas funço,es, essa parcela terad 
natureza indenizatodria, na,o integrando a remuneraça,o do servidor.
A Lei 8.112/1990 na,o faz referenncia amin expressa,o “vencimentosvencimentos” (no plural). Contudo, de 
acordo com o magistedrio de Hely Lopes Meirelles, “os vencimentos sa,o representados pelo 
padra,o do cargo (vencimento) acrescido dos demais componentes do sistema remuneratodrio do 
servidor pudblico”. Em outras palavras, vencimentos é sinônimo de remuneraçãoEm outras palavras, vencimentos é sinônimo de remuneração.
Por fim, cabe o registro de que “proventosproventos” e d a prestaça,o pecuniadria recebida pelo 
servidor inativo.
6.3.6.2. Vantagens
Aledm do vencimento-base, a lei preven que o servidor federal poderad receber as seguintes 
vantagens pecuniadrias:
a) indenizaço,es;a) indenizaço,es;
b) gratificaço,es;b) gratificaço,es;
29º CPR29º CPR 18
c) adicionais.c) adicionais.
As indenizaço,es na,o se incorporam ao vencimento ou provento para qualquer efeito. As 
gratificaço,es e os adicionais podem ou na,o ser incorporados ao vencimento ou provento, nos 
casos e condiço,es indicados em lei.
6.3.6.2.1. Indenizações
As indenizaço,es objetivam RESSARCIR os servidores de despesas que tenham em raza,o doRESSARCIR os servidores de despesas que tenham em raza,o do 
exercídcio de suas funço,esexercídcio de suas funço,es. A lei preve n os seguintes tipos de indenizaço,es a serem pagas ao 
servidor federal:
a) ajuda de custo;
b) diadrias;
c) indenizaça,o de transporte;
d) auxídlio-moradia.
6.3.6.2.1.1. Ajuda de custo
A ajuda de custo ed destinada a compensar as despesas de instalaça,o do servidor que, no 
interesse do serviço, passar a ter exercídcio em nova sede, com mudança de domicídlio em caradter 
permanente.
Sera d tambedm concedida ajuda de custo aminquele que, na,o sendo servidor da Unia,o, for 
nomeado para cargo em comissão, com mudança de domicídlio (art. 56). De outro lado, na,o 
serad concedida ajuda de custo ao servidor que se afastar do cargo, ou reassumi-lo, em virtude de 
mandato eletivo (art. 55).
A ajuda de custo e d calculada sobre a remuneraça,o do servidor, na,o podendo exceder a 
importanncia correspondente a trens mesesde remuneraça,o.
No caso de o connjuge ou companheiro do servidor beneficiado pela ajuda de custo deter 
tambedm a condiça,o de servidor e, a qualquer tempo, vier a ter exercídcio na mesma sede do seu 
connjuge ou companheiro, a lei na,o permite que haja o pagamento de uma segunda ajuda de custo 
(art. 53). A proibiça,o destina-se a evitar que a referida vantagem seja utilizada de forma a 
resultar em crescimento patrimonial para os servidores, perdendo o seu caradter apenas 
compensatodrio.
Aledm do valor pago pela ajuda de custo, a administraça,o deverad arcar com as despesas de 
transporte do servidor e de sua famídlia, compreendendo passagem, bagagem e bens pessoais 
(art. 53, § 1.º).
Na hipodtese de o servidor falecer estando lotado na nova sede, a sua famídlia tambedm farad 
jus amin ajuda de custo e transporte para retornar amin localidade de origem, dentro do prazo de umdentro do prazo de um 
ano, contado do óbitoano, contado do óbito (art. 53, § 2.º).
Para evitar enriquecimento sem causa, a lei determina tambedm que o servidor ficarad 
obrigado a restituir a ajuda de custo quando, injustificadamente, na,o se apresentar na nova sede 
no prazo de 30 dias.
6.3.6.2.1.2. Diárias
O servidor que, a serviçoa serviço, se afastar da sede em caradter eventual ou transitodrio para outro 
ponto do territodrio nacional ou para o exterior fará jus a passagens e diárias destinadas a 
29º CPR29º CPR 19
indenizar as despesas extraordinadrias com pousada, alimentaça,o e locomoça,o urbana (art. 58).
Vale ressaltar que as diadrias somente sa,o devidas nas hipodteses de deslocamentos 
eventuais ou transitodrios. A lei deixou claro que o servidor não fará jus a diárias se o 
deslocamento da sede constituir exigência permanente do cargo (art. 58, § 2.º).
Tambedm NÃO TERÁ DIREITO A DIÁRIAS o servidor que se deslocar dentro da mesma 
regia,o metropolitana, aglomeraça,o urbana ou microrregia,o, constituíddas por municídpios 
limídtrofes e regularmente instituíddas, ou em adreas de controle integrado mantidas com paídses 
limídtrofes, cuja jurisdiça,o e competenncia dos odrga,os, entidades e servidores brasileiros 
consideram-se estendidas, salvo se houver pernoite fora da sedesalvo se houver pernoite fora da sede, hipodteses em que as diadrias 
pagas sera,o sempre as fixadas para os afastamentos dentro do territodrio nacional (art. 58, § 3.º)
A diadria sera d concedida por dia de afastamento, sendo devida pela metade quando o 
deslocamento não exigir pernoite fora da sede, ou quando a Unia,o custear, por meio diverso, as 
despesas extraordinadrias cobertas por diadrias (art. 58, § 1.º).
O servidor que receber diadrias e na,o se afastar da sede, por qualquer motivo, fica obrigado 
a restituíd-las integralmente, no prazo de cinco dias. Do mesmo modo, se o servidor retornar amin 
sede antes do previsto tambedm devera d restituir as diadrias recebidas em excesso no prazo de 
cinco dias.
6.3.6.2.1.3. Indenização de transporte
A indenizaça,o de transporte ed devida ao servidor que realizar despesas com a utilizaça,o 
de meio prodprio de locomoça,o para a execuça,o de serviços externos, por força das atribuições 
próprias do cargo (art. 60).
6.3.6.2.1.4. Auxílio-moradia
O auxídlio-moradia consiste no ressarcimento das despesas comprovadamente realizadas 
pelo servidor com aluguel de moradia ou com meio de hospedagem administrado por empresa 
hoteleira, no prazo de um mens apods a comprovaça,o da despesa pelo servidor.
Para que obtenha o auxídlio-moradia o servidor deve atender aos seguintes requisitos 
cumulativos previstos na lei (art. 60-B):
a) na,o exista imodvel funcional disponídvel para uso pelo servidor;
b) o connjuge ou companheiro do servidor na,o ocupe imodvel funcional;
c) o servidor ou seu connjuge ou companheiro na,o seja ou tenha sido proprietadrio, promitente 
comprador, cessionadrio ou promitente cessionadrio de imodvel no Municídpio aonde for exercer o cargo, incluídda a 
hipodtese de lote edificado sem averbaça,o de construça,o, nos doze meses que antecederem a sua nomeaça,o;
d) nenhuma outra pessoa que resida com o servidor receba auxídlio-moradia;
e) o servidor tenha se mudado do local de residenncia para ocupar cargo em comissa,o ou funça,o de 
confiança do Grupo-Direça,o e Assessoramento Superiores – DAS, nídveis 4, 5 e 6, de Natureza Especial, de 
Ministro de Estado ou equivalentes;
f) o Municídpio no qual assuma o cargo em comissa,o ou funça,o de confiança na,o esteja dentro da 
mesma regia,o metropolitana, aglomeraça,o urbana, ou microrregia,o, constituíddas por municídpios limídtrofes e 
regularmente instituíddas, ou em adreas de controle integrado mantidas com paídses limídtrofes, em relaça,o ao 
local de residenncia ou domicídlio do servidor;
g) o servidor na,o tenha sido domiciliado ou tenha residido no Municídpio, nos udltimos doze meses, 
29º CPR29º CPR 20
aonde for exercer o cargo em comissa,o ou funça,o de confiança, desconsiderando-se prazo inferior a sessenta 
dias dentro desse perídodo;
h) o deslocamento na,o tenha sido por força de alteraça,o de lotaça,o ou nomeaça,o para cargo efetivo;
i) o deslocamento tenha ocorrido apods 30 de junho de 2006.
O valor mensal do auxídlio-moradia serad de no mídnimo R$ 1.800,00, sendo limitado a 25% 
do valor do cargo em comissa,o, funça,o comissionada ou cargo de Ministro de Estado ocupado.
6.3.6.2.2. Retribuições, gratificações e adicionais
O art. 61 da Lei 8.112/1990 preve n que, aledm do vencimento e das indenizaço,es, podera,o ser 
deferidas aos servidores as seguintes retribuições, gratificações e adicionais:
a) retribuiça,o pelo exercídcio de funça,o de direça,o, chefia e assessoramento;
b) gratificaça,o natalina;
c) adicional pelo exercídcio de atividades insalubres, perigosas ou penosas;
d) adicional pela prestaça,o de serviço extraordinadrio;
e) adicional noturno;
f) adicional de fedrias;
g) outros, relativos ao local ou amin natureza do trabalho;
h) gratificaça,o por encargo de curso ou concurso.
Cumpre registrar que, antigamente, a lei contemplava tambedm o pagamento do adicional 
por tempo de serviço. Contudo, o dispositivo legal que previa o referido adicional foi revogado, 
sendo essa vantagem paga atualmente apenas aos servidores que a min edpoca da revogaça,o jad 
possuídam direito adquirido amin sua percepça,o.
6.3.6.2.2.1. Retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e assessoramento
“Ao servidor ocupante de cargo efetivo investido em função de direção, chefia ou 
assessoramento, cargo de provimento em comissão ou de Natureza Especial é devida retribuição 
pelo seu exercício” (art. 62). O valor dessa retribuiça,o serad fixado por lei especídfica.
Antigamente, desde que o servidor exercesse a funça,o ou o cargo de confiança por certo 
lapso temporal, a lei previa a incorporaça,o dessa vantagem definitivamente a sua remuneraça,o, 
ou seja, com a incorporaça,o, o servidor passava a receber a vantagem ainda que na,o estivesse 
mais exercendo a funça,o ou o cargo de confiança. Atualmente, em raza,o de modificaça,o da lei, 
na,o ed mais permitido incorporar amin remuneraça,o a aludida retribuiça,o.
6.3.6.2.2.2. Gratificação natalina
A gratificaça,o natalina equivale ao 13.º saladrio do trabalhador da iniciativa privada, sendo 
calculada amin raza,o de 1/12 da remuneraça,o a que o servidor fizer jus no mens de dezembro, por 
mens de exercídcio no respectivo ano. Para efeito de pagamento da gratificaça,o natalina, a fraça,o 
igual ou superior a 15 dias de exercídcio serad considerada como mens integral.
Por exemplo, se Joa,o entrou em exercídcio no cargo pudblico em 13 de fevereiro e sua 
remuneraça,o em dezembro do mesmo ano foi de R$ 12.000,00, sua gratificaça,o natalina 
corresponderad a 11/12 de R$ 12.000,00, ou seja, R$ 11.000,00.
A lei contempla, ainda, as seguintes regras a respeitoda gratificaça,o natalina:
29º CPR29º CPR 21
a) a gratificaça,o natalina serad paga ated o dia 20 do mês de dezembro20 do mês de dezembro de cada ano;
b) o servidor que for exonerado tera d direito a perceber a gratificaça,o natalina, 
proporcionalmente aos meses de exercícioproporcionalmente aos meses de exercício, calculada sobre a remuneraça,o do mens da 
exoneraça,o;
c) a gratificaça,o natalina na,o sera d considerada para cadlculo de qualquer vantagem 
pecuniadria.
6.3.6.2.2.3. Dos adicionais de insalubridade, periculosidade ou atividades penosas
O adicional de insalubridade ed devido aos servidores que trabalhem com habitualidade 
em locais insalubres, que provocam a deterioraça,o da sua saudde, a exemplo daqueles que 
manipulam substanncias todxicas.
Ja d o adicional de periculosidade e d devido ao servidor cujas funço,es que desempenha 
habitualmente colocam em risco a sua vida, tais como aqueles responsadveis pela manutença,o de 
redes eledtricas de alta tensa,o.
O direito ao adicional de insalubridade ou periculosidade cessa com a eliminaça,o das 
condiço,es ou dos riscos que deram causa a sua concessa,o (art. 68, § 2.º).
O servidor que pelas circunstanncias fizer jus aos adicionais de insalubridade e de 
periculosidade deverá optar por um delesdeverá optar por um deles, na,o podendo perceber ditas vantagens 
cumulativamente (art. 68, § 1.º).
Jad o adicional de atividade penosa serad devido aos servidores em exercídcio em zonas de 
fronteira ou em localidades cujas condiço,es de vida o justifiquem, nos termos, condiço,es e 
limites fixados em regulamento (art. 71).
A lei preven, ainda, que havera d permanente controle da atividade de servidores em 
operaço,es ou locais considerados penosos, insalubres ou perigosos. Com efeito, os servidores 
que operam raios X devera,o ser submetidos a exames meddicos a cada seis meses e a servidora 
gestante ou lactante, enquanto durar a gestaça,o e a lactaça,o, deverad exercer suas atividades em 
local salubre e em serviço na,o penoso e na,o perigoso.
6.3.6.2.2.4. Do adicional por serviço extraordinário
O serviço extraordinadrio e d aquele exercido aledm da jornada ordinadria de trabalho do 
servidor; equivale amin chamada hora extra dos empregados da iniciativa privada.
De acordo com a Lei 8.112/1990, o serviço extraordinadrio sera d remunerado com 
acredscimo de 50% em relaça,o a min hora normal de trabalho (art. 73). Contudo, somente serad 
permitido serviço extraordinadrio para atender a situaço,es excepcionais e temporadrias, 
respeitado o limite madximo de duas horas por jornada (art. 74).
6.3.6.2.2.5. Adicional noturno
O serviço noturno ed aquele prestado no horadrio compreendido entre 22 horas de um dia e 
cinco horas do dia seguinte. O servidor que exercer serviço noturno tera d direito a perceber o 
adicional noturno, cujo valor corresponderad ao acréscimo de 25% sobre a hora trabalhada no 
turno diurno. Aledm disso, sera d considerado como uma hora de serviço noturno o tempo de 
cinquenta e dois minutos e trinta segundoscinquenta e dois minutos e trinta segundos (art. 75).
O adicional noturno incide tambedm sobre o adicional de serviço extraordinadrio, se for o 
29º CPR29º CPR 22
caso. Assim, se o servidor trabalhar em jornada extraordinadria amin noite, farad jus ao recebimento da 
hora normal, acrescida do adicional de serviço extraordinadrio (50% sobre a hora normal) e do 
adicional de serviço noturno (25% sobre a hora normal jad aumentada).
6.3.6.2.2.6. Adicional de férias
O adicional de fedrias ed direito previsto na Constituiça,o, que estad disciplinado no art. 76 do 
estatuto funcional. Independentemente de solicitaça,o, sera d pago ao servidor, por ocasia,o das 
suas fedrias, um adicional correspondente a 1/3 da remuneração do período das férias. No 
caso de o servidor exercer funça,o de direça,o, chefia ou assessoramento, ou ocupar cargo em 
comissa,o, a respectiva vantagem serad considerada no cadlculo do adicional de fedrias.
6.3.6.2.2.7. Da Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso
A Gratificaça,o por Encargo de Curso ou Concurso ed devida ao servidor que, em caradter 
eventual, se enquadrar nas seguintes hipodteses (art. 76-A):
a) atuar como instrutor em curso de formaça,o, de desenvolvimento ou de treinamento 
regularmente instituíddo no anmbito da administraça,o pudblica federal;
b) participar de banca examinadora ou de comissa,o para exames orais, para anadlise curricular, 
para correça,o de provas discursivas, para elaboraça,o de questo,es de provas ou para julgamento de 
recursos intentados por candidatos;
c) participar da logídstica de preparaça,o e de realizaça,o de concurso pudblico envolvendo atividades 
de planejamento, coordenaça,o, supervisa,o, execuça,o e avaliaça,o de resultado, quando tais atividades na,o 
estiverem incluíddas entre as suas atribuiço,es permanentes;
d) participar da aplicaça,o, fiscalizar ou avaliar provas de exame vestibular ou de concurso pudblico 
ou supervisionar essas atividades.
A Gratificaça,o por Encargo de Curso ou Concurso somente sera d paga se as atividades 
referidas anteriormente forem exercidas sem prejuídzo das atribuiço,es do cargo de que o servidor 
for titular, devendo ser objeto de compensação de carga horadria quando desempenhadas 
durante a jornada de trabalho (art. 76-A, § 2.º).
A Gratificaça,o por Encargo de Curso ou Concurso não se incorpora ao vencimento ou 
salário do servidor para qualquer efeito e na,o poderad ser utilizada como base de cadlculo parana,o poderad ser utilizada como base de cadlculo para 
quaisquer outras vantagensquaisquer outras vantagens, inclusive para fins de cadlculo dos proventos da aposentadoria e das 
penso,es (art. 76-A, § 3.º).
6.3.6.3. Férias
As fedrias correspondem ao direito do servidordireito do servidor a um período de descanso anualperíodo de descanso anual 
remuneradoremunerado, que para a maioria dos servidores ed de 30 dias. O direito do servidor amins fedrias estad 
assegurado pela Constituiça,o Federal, mas a disciplina do seu exercídcio pelos servidores 
estatutadrios federais estad contida nos arts. 77 a 80 da Lei 8.112/1990.
Em regra, o servidor farad jus a 30 dias de férias a cada ano, que podem ser acumuladas, 
ated o máximo de dois períodos, no caso de necessidade do serviço, ressalvadas as hipodteses em 
que haja legislaça,o especídfica (art. 77). No entanto, o servidor que opera direta e 
permanentemente com equipamentos de raios X ou substanncias radioativas terad direito ao gozo 
de 20 dias consecutivos de fedrias, por semestre de atividade profissional, proibida em qualquer 
hipodtese a acumulaça,o desses perídodos (art. 79).
29º CPR29º CPR 23
A lei proídbe que seja levada amin conta de fedrias qualquer falta ao serviço (art. 77, § 2.º). Para 
o primeiro perídodo aquisitivo de fedrias sera,o exigidos 12 meses de exercídcio (art. 77, § 1.º); aa 
partir daí os períodos aquisitivos de férias são contados por exercício.partir daí os períodos aquisitivos de férias são contados por exercício. O seguinte exemplo 
facilitarad o entendimento da contagem de fedrias:
O perídodo de gozo de fedrias pode ser parcelado em ate d TRÊS ETAPAS, desde que o 
servidor assim requeira. Todavia, a concessa,o do parcelamento do gozo do perídodo de fedrias ed 
decisa,o discricionadria da administraça,o, que so d deferira d se entender que o pleito atende ao 
interesse pudblico.
A remuneraça,o das fedrias sera d acrescida do adicional correspondente a 1/3 incidente 
sobre a remuneraça,o original. O pagamento da remuneraça,o de fedrias, acrescida do adicional, 
serad efetuado ated dois dias antes do inídcio do respectivo perídodo do gozo (art. 78). Em caso de 
parcelamento de gozo do perídodo de fedrias, o servidor receberado adicional de fedrias quando da 
utilizaça,o do primeiro perídodo (art. 78, § 5.º).
Na hipodtese de o servidor ser exonerado do cargo efetivo, ou em comissa,o, perceberad 
indenizaça,o relativa ao perídodo das fedrias a que tiver direito e ao incompleto, na proporça,o de 
um doze avos por mens de efetivo exercídcio, ou fraça,o superior a quatorze dias (art. 78, § 3.º). 
Nesse caso, a indenização será calculada com base na remuneração do mês em que forNesse caso, a indenização será calculada com base na remuneração do mês em que for 
publicado o ato exoneratóriopublicado o ato exoneratório (art. 78, § 4.º).
A propodsito, o STJSTJ vem decidindo de forma pacídfica que, ocorrendo vacânciaocorrendo vacância, por posse 
em outro cargo inacumuladvel, sem solução de continuidade no tempo de serviço, o direito amino direito amin 
fruiça,o das fedrias na,o gozadas nem indenizadasfruiça,o das fedrias na,o gozadas nem indenizadas transfere-se para o novo cargotransfere-se para o novo cargo, ainda que este 
udltimo tenha remuneraça,o maior (STJ, 5.ª Turma, AgRg no Ag 1008567/DF, Rel. Min. Napolea,o 
Nunes Maia Filho, j. 18.09.2008, DJe 20.10.2008).
Em regra, as fedrias dos servidores devem ser gozadas sem interrupça,o. Como exceça,o, a lei 
estabelece que as fedrias somente podera,o ser interrompidas nas seguintes hipodteses (art. 80):
a) calamidade pudblica;
b) comoça,o interna;
c) convocação para júri, serviço militar ou eleitoral; ou
d) por necessidade do serviço declarada pela AUTORIDADE MAIXIMA do odrga,o ou entidadedeclarada pela AUTORIDADE MAIXIMA do odrga,o ou entidade.
6.3.6.4. Licenças
As licenças sa,o perídodos em que o servidor tem direito de se afastar das suas 
atividades, COM ou SEM remuneraça,o, a depender do tipo de licença.
O Estatuto preven 12 espedcies de licença, a saber:
1) Licença por 1) Licença por motivo de doença em pessoa da famídliamotivo de doença em pessoa da famídlia (art. 81, I); (art. 81, I);
2) Licença por motivo de 2) Licença por motivo de afastamento do connjuge ou companheiroafastamento do connjuge ou companheiro (art. 81, II); (art. 81, II);
3) Licença para o 3) Licença para o serviço militarserviço militar (art. 81, III); (art. 81, III);
4) Licença para 4) Licença para atividade polídticaatividade polídtica (art. 81, IV); (art. 81, IV);
5) Licença para 5) Licença para capacitaça,ocapacitaça,o (art. 81, V); (art. 81, V);
6) Licença para 6) Licença para tratar de interesses particularestratar de interesses particulares (art. 81, VI); (art. 81, VI);
7) Licença para desempenho de 7) Licença para desempenho de mandato classistamandato classista (art. 81, VII); (art. 81, VII);
29º CPR29º CPR 24
8) Licença para 8) Licença para tratamento de sauddetratamento de saudde (art. 202); (art. 202);
9) Licença por 9) Licença por acidente em serviçoacidente em serviço (art. 211); (art. 211);
10) Licença amin 10) Licença amin GestanteGestante (art. 207); (art. 207);
11) Licença amin 11) Licença amin AdotanteAdotante (art. 210); (art. 210);
12) 12) Licença-PaternidadeLicença-Paternidade (art. 208). (art. 208).
De acordo com a lei, a licença concedida dentro de 60 dias do tedrmino de outra da mesma 
espedcie serad considerada como prorrogaça,o da primeira (art. 82).
A seguir, veremos os principais aspectos da disciplina legal de cada uma dessas licenças.
6.3.6.4.1. Licença por motivo de doença em pessoa da família
Podera d ser concedida ao servidor licença por motivo de doença do connjuge ou 
companheiro, dos pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, ou dependente que viva a 
suas expensas e conste do seu assentamento funcional, mediante comprovaça,o por perídcia 
meddica oficial (art. 83).
ATENÇÃO!!ATENÇÃO!! Durante o perídodo da licença por motivo de doença em pessoa da famídlia ed 
proibido o exercídcio de qualquer atividade remunerada (art. 81, § 3.º).
Essa licença somente serad deferida se a assistenncia direta do servidor for indispensável e 
não puder ser prestada simultaneamente com o exercídcio do cargo ou mediante compensaça,o 
de horadrio (art. 83, § 1.º).
Aledm disso, a referida licença, incluíddas as eventuais prorrogaço,es, somente poderad ser 
concedida a cada perídodo de doze meses nas seguintes condiço,es (art. 83, § 2.º): a) por até 60até 60 
diasdias, consecutivos ou na,o, mantida a remuneração do servidor; e b) por ate d 90 dias,90 dias, 
consecutivos ou na,o, sem remuneraçãosem remuneração.
No caso de essa licença ser concedida com remuneraça,o, o prazo que exceder a 30 dias, no 
perídodo de 12 meses, serad contado apenas para efeito de aposentadoria e disponibilidade (art. 
103, II). Jad o tempo de licença sem remuneraça,o na,o ed contado para nada.
6.3.6.4.2. Licença por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro
A Lei 8.112/1990 preven que poderad ser concedida licença ao servidor para acompanhar 
connjuge ou companheiro que foi deslocado para outro ponto do territodrio nacional, para o 
exterior ou para o exercídcio de mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo (art. 84)
A licença por motivo de afastamento do connjuge ou companheiro sera d por prazoprazo 
indeterminadoindeterminado e sem remuneraçãosem remuneração (art. 84, § 1.º). Vale a pena registrar que o perídodo de 
fruiça,o dessa licença na,o serad computado como tempo de serviço para qualquer efeito.
No deslocamento de servidor cujo connjuge ou companheiro tambedm seja servidor pudblico, 
civil ou militar, de qualquer dos Poderes da Unia,o, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municídpios, o Estatuto possibilita o exercídcio provisodrio em odrga,o ou entidade da Administraça,o 
Federal direta, autadrquica ou fundacional, desde que o exercídcio provisodrio da atividade seja 
compatídvel com o seu cargo (art. 84, § 2.º).
6.3.6.4.3. Licença para o serviço militar
Ao servidor convocado para o serviço militar serad concedida licença, na forma e condiço,es 
29º CPR29º CPR 25
previstas na legislaça,o especídfica (art. 85). Uma vez concluíddo o serviço militar, o servidor terad 
ated 30 dias sem remuneraça,o para reassumir o exercídcio do cargo (art. 85, paradgrafo udnico). O 
tempo de afastamento em virtude de licença para o serviço militar ed considerado como tempo de 
efetivo exercídcio (art. 102, VII, “f”).
6.3.6.4.4. Licença para atividade política
A licença para atividade polídtica serad concedida ao servidor nas seguintes condiço,es:
a) sem remuneraçãosem remuneração, durante o perídodo que mediar entre a sua escolha em convença,o partidadria, 
como candidato a cargo eletivo, e a vedspera do registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral (art. 
86, caput). 
ATENÇÃO!!ATENÇÃO!! O período de afastamento neste caso não é computado como tempo de serviço;
b) a partir do registro da candidatura e ated o dedcimo dia seguinte ao da eleiça,o, o servidor farad jus 
amin licença, assegurados os vencimentos do cargo efetivoassegurados os vencimentos do cargo efetivo, somente pelo período de três mesessomente pelo período de três meses (art. 86, § 
2.º). Se passar de trens meses o afastamento, o servidor pode continuar de licença, mas sem 
remuneraça,o. O perídodo dessa licença serad contado apenas para efeito de aposentadoria e disponibilidade 
(art. 103, III).
6.3.6.4.5. Licença para capacitação
Apods cada quinquênioquinquênio de efetivo exercícioefetivo exercício, o servidor poderad, no interesse da 
Administraça,o, afastar-se do exercídcio do cargo efetivo, COM a respectiva remuneraçãoCOM a respectiva remuneração, por atéaté 
três mesestrês meses, para participar de curso de capacitação profissional (art. 87).
Os perídodos dessa licença na,o sa,o acumuladveis (art. 87, paradgrafo udnico). Por exemplo, 
depois de dez anos, ainda que nunca tenha usufruíddo dessa licença, o servidor sod poderad fazer 
um curso de capacitaça,o de trens meses.
6.3.6.4.6. Licença para tratar de interesses

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