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Teoria da Constituio teoria exerccios (1)

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COMEÇANDO DO ZERO 
DIREITO CONSTITUCIONAL
TEORIA DA CONSTITUIÇÃO
CONSTITUIÇÃO
Constituição
1.1. Conceito
Sentido sociológico (Ferdinand Lassalle)  a constituição real, efetiva, é composta pelos “fatores reais de poder”. A Constituição, como texto, caso não espelhe essas forças sociais, não passa de “um mero pedaço de papel”.
Sentido político (Carl Schmitt)  conceito decisionista de Constituição, que compreende a “decisão política fundamental”, isto é, aquela que recai sobre as matérias essenciais da organização política de uma sociedade (direitos fundamentais, estrutura do Estado e separação de poderes). Nesse sentido, distingue Constituição de leis constitucionais (estas são matérias de menor relevância que, porventura, constem no texto constitucional.
Sentido jurídico (Kelsen)  a Constituição é a norma suprema do ordenamento, seu fundamento de validade último. Nesse sentido, assume a posição de norma fundamental do ordenamento.
Cuidado: o conceito de “norma fundamental” é multívoco, pois pode assumir dois significados: em sentido lógico-jurídico, é um pressuposto de validade da Constituição; em sentido jurídico-positivo, é a norma hierarquicamente mais elevada do ordenamento jurídico.
 Sentido culturalista  a Constituição é um fato cultural, condicionado e condicionante do contexto sócio-cultural (Constituição Total).
Constituição aberta  movimento pela desconstitucionalização de elementos substantivadores da ordem constitucional (Constituição Econômica, do Trabalho, Cultural etc.) e redução da Constituição aos caracteres de tarefa (delimitar as funções do Estado) e projeto (definir os programas a serem implementados pelo Estado). Preza-se por uma Constituição minimalista, pois o “perfeccionismo constitucional” a engessaria.
1.2. Classificação das constituições
Quanto à forma  escritas (são compostas em documentos solenes) e não-escritas (ainda que possam ser registradas por escrito, são produzidas espontaneamente, pelos costumes). 
Quanto à sistemática (Pinto Ferreira)  alguns autores subdividem as constituições escritas em reduzidas (são codificadas, concentradas num documento só) e Variadas (encontram-se dispersas em vários textos).
Quanto ao modo de elaboração  dogmáticas (são oriundas de um esforço concentrado, produzidas “de um só jato”, pelo que refletem os valores de um período em particular da História) e históricas (são produzidas por acúmulo dos costumes e usos de um povo, ao longo da História).
Quanto à extensão  analíticas (prolixas ou extensas, desce a assuntos que poderiam ser tratados em âmbito infraconstitucional) ou sintéticas (restringem-se a matérias essenciais). 
e) Quanto à origem  promulgadas (democráticas ou populares, são produzidas por um órgão democraticamente constituído), outorgadas (também chamadas “cartas”, são impostas por um agente revolucionário autoritário), cesaristas (são aprovadas por consulta popular, mas visam a legitimar o poder de um agente autoritário) e pactuadas (resultam de um compromisso instável entre forças políticas rivais).
f) Quanto à estabilidade  rígidas (podem ser modificadas por um processo mais rigoroso do que o processo legislativo comum), flexíveis (não há diferença entre o procedimento de reforma da Constituição e o processo legislativo comum); semirrígidas (contém partes flexíveis e partes rígidas) e imutáveis (não comportam reforma) 
g) Quanto ao conteúdo  formais (tudo quanto conste no texto constitucional tem status de Constituição) e materiais (abrangem apenas as normas tipicamente constitucionais).
Quanto à função  dirigente (define os fins a serem perseguidos pelo Estado), garantia (restringe-se a limitar a atuação estatal em defesa do povo) e balanço (cinge-se a descrever e registrar o estado atual das relações de poder e da organização política estabelecida).
Quanto à correspondência com a realidade (critério ontológico – Karl Loewenstein)  nominalistas (pretendem conter o poder político, mas não conseguem fazê-lo); normativas (efetivamente, conseguem conter o poder político) e semânticas (não pretendem disciplinar, mas legitimar a dominação política) 
Quanto à dogmática  ecléticas (conjugam divergentes correntes ideológicas) e ortodoxas (fiéis a determinada corrente ideológica).
 
1.3. ESTRUTURA DA CONSTITUIÇÃO – (I) PREÂMBULO
Não possui caráter normativo, embora sirva como vetor interpretativo (tese da irrelevância jurídica total – STF)
Não integra o bloco de constitucionalidade.
A invocação de Deus não é de reprodução obrigatória, nas constituições estaduais, tampouco ofende a laicidade do Estado (STF)
PREÂMBULO
PARTE DOGMÁTICA (PERMANENTE)
ADCT
1.3. ESTRUTURA DA CONSTITUIÇÃO – (II) CORPO PERMANENTE E ADCT
PREÂMBULO
PARTE DOGMÁTICA (PERMANENTE)
ADCT
Possuem natureza normativa (criam direitos e deveres)
Integram o bloco de constitucionalidade.
Não apresentam distinção hierárquica entre si (princípio da unidade da Constituição).
Ambas podem ser objeto de emenda, respeitadas as cláusulas pétreas e, no caso do ADCT, desde que não se trate de norma exaurida.
1.4. ELEMENTOS DAS CONSTITUIÇÕES (José Afonso da Silva)
Orgânicos – dispõem sobre a organização e estrutura do Estado e do Poder (ex.: Títulos III e IV);
Limitativos – impõem restrições ao poder estatal (ex.: art. 2º - divisão de poderes/ direitos e garantias individuais)
Formais de aplicabilidade – regulam a interpretação e aplicação das normas constitucionais (ex.: art. 5º, §1º)
Estabilizantes – tratam da preservação da ordem constitucional e da estabilidade institucional (ex.: arts. 34 a 36; 102 e 103; 137)
Socioideológicos – revelam as inspirações ideológicas da CF (ex.: direitos sociais; ordem social; ordem econômico-financeira).
 
 
PODER CONSTITUINTE
1.CONCEITO
É o poder de criar, modificar ou revogar uma Constituição.
2. TITULARIDADE
No moderno estado da arte do Direito Constitucional, prevalece a concepção de que o povo é o titular do Poder Constituinte. 
Por “povo”, entendem-se os brasileiros natos e naturalizados (Michel Temer, “Elementos de Direito Constitucional”) .
Não confundir povo com nação ( esta seria a titular no pensamento do Abade de Sieyés, hoje em desprestígio).
3. TITULARIDADE x EXERCÍCIO
Apesar de pertencer ao povo, enquanto abstração, o PC é exercido, concretamente, por um agente revolucionário, que pode ser democrático (um órgão constituinte) ou autoritário (caso das constituições outorgadas).
 
4. DINÂMICA CONSTITUCIONAL, HIATO CONSTITUCIONAL E MOMENTO CONSTITUINTE
Idealmente, a Constituição deve caminhar, pari passu, com a realidade social (“dinâmica constitucional”, na expressão de Garcia Pelayo);
O descompasso entre a ordem constitucional e o mundo dos fatos corresponde ao que o Prof. Ivo Dantas denomina “hiato constitucional”;
A depender da profundidade desse hiato e de outras condicionantes sociopolíticas, pode-se abrir ensejo a uma reforma constitucional (por meio de modificações textuais na Carta Magna), uma mutação constitucional (modificando-se, tão-somente, a interpretação), a um momento constituinte (com a elaboração democrática de uma nova Constituição) ou a um hiato autoritário (marcado por uma outorga constitucional).
 
 
5. MODALIDADES
5.1. PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO
5.1.1. Conceito – É o poder de criar uma nova Constituição, seja inaugurando, historicamente, o ordenamento jurídico de um novo Estado (poder constituinte originário histórico ou fundacional), seja rompendo com a ordem constitucional antiga, instituindo uma nova cadeia constitucional (poder constituinte originário revolucionário).
5.1.2. Características
Poder político (de fato) – não se fundamenta em nenhuma norma jurídica. O poder de introduzir uma nova Constituição se ampara na aceitação social. É prejurídico, pois o ordenamento jurídico decorre da sua manifestação.
Inicial – inaugura uma nova ordem jurídica, sem nenhum compromisso com a manutenção. Por isso, também é denominado Poder Constituinte “genuíno” ou de 1º grau.
Autônomo – a estruturação da novaConstituição é definida, livremente, pelo constituinte originário.
 
5.1.2. Características do PCO
Juridicamente ilimitado – não se submete a restrições de conteúdo (limites materiais/cláusulas pétreas), segundo a perspectiva juspositivista, prevalecente no nosso Direito. Por isso, o PCO não é capaz de produzir normas inconstitucionais.
Incondicionado – não se submete a limites formais para o seu exercício.
Permanente – não se exaure com a edição de uma nova constituição, permanecendo em estado de latência, “adormecido”.
Não é possível a convocação de uma Assembleia Constituinte para alterações pontuais na Constituição!
Há autores que subdividem o PCO em formal (o próprio ato de criação de uma nova Constituição) e material (define o conteúdo que ingressará na Constituição).
 
6. MODALIDADES
6.2. PODER CONSTITUINTE DERIVADO (INSTITUÍDO, CONSTITUÍDO, SECUNDÁRIO OU DE 2º GRAU)
6.2.1. Conceito – É o poder jurídico, consequente do PCO, que permite modificar a Constituição Federal e organizar os estados e DF por meio das Constituições Estaduais e Lei Orgânica Distrital.
6.2.2. ESPÉCIES DE PODER CONSTITUINTE DERIVADO
I) Poder Constituinte Derivado de Reforma
1. Conceito – É o poder ou competência de modificar o texto constitucional, por meio de emendas, obedecidas as condições fixadas pelo constituinte originário.
 
2. Características do Poder Constituinte Derivado de reforma
Poder jurídico – fundamenta-se nas normas previamente engendradas pelo Poder Constituinte Originário.
Derivado – opera dentro de uma ordem jurídica já estabelecida.
Juridicamente limitado – sujeita-se aos limites materiais definidos pelo PCO (cláusulas pétreas), vedando a abolição de determinados conteúdos do texto constitucional.
d) Condicionado – deve obediência ao rito previamente definido pelo Poder Constituinte Originário (limites formais)
3. Limites ao Poder Constituinte Derivado Reformador:
a) Materiais – correspondem às cláusulas pétreas, que restringem o conteúdo que pode ser veiculado por uma emenda à Constituição.
 
Além das cláusulas pétreas explícitas (art. 60, §4º, da CF - forma federativa de Estado; voto direto, secreto, universal e periódico; separação de poderes e os direitos e garantias individuais – esse rol não pode ser ampliado por emenda à CF!), existem cláusulas pétreas implícitas (ex.: vedação à dupla reforma);
Literalmente, os direitos sociais não são considerados cláusulas pétreas pela CF (apenas os direitos e garantias individuais, ainda que fora do catálogo do art. 5º, como já reconhecido pelo STF quanto às imunidades tributárias do art. 150 e a anterioridade eleitoral do art. 16), embora parte da doutrina defenda a ampliação com base na vedação ao retrocesso social.
O que o art. 60, §4º, garante não é a intangibilidade literal, mas a preservação do núcleo essencial das cláusulas pétreas, que podem ser reforçadas ou aprimoradas.
 No julgamento da ADI 3.685, o STF considerou constitucional a alteração da redação do art. 16 da CF, a despeito da alteração de sua redação!
 
b) Formais – consistem no rito qualificado de elaboração das emendas constitucionais, comparativamente ao processo legislativo ordinário (rigidez constitucional), notadamente, as exigências dos §§2º, 3º e 5º, bem como do caput do art. 60:
Iniciativa restrita à proposta de, pelo menos, 1/3 dos membros de qualquer das casas do CN; do Presidente da República ou de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros;
Aprovação, por cada uma das casas do Congresso, em 2 turnos, por 3/5 dos respectivos membros;
Promulgação pelas mesas de ambas as casas com o respectivo número de ordem (não há sanção, nem promulgação pelo Presidente!);
 Vedação à reapresentação, na mesma sessão legislativa, de PEC rejeitada ou tida por prejudicada.
PECs à CF, ainda que versem sobre matéria de iniciativa privativa do Presidente da República, podem, segundo o STF, ser apresentadas por outros legitimados (ex.: PECs sobre direitos dos servidores).
 
c) Circunstanciais – Correspondem a determinadas circunstâncias politicamente delicadas durante as quais o constituinte proibiu modificações no texto constitucional. Essas ocasiões estão dispostas no §1º, do art. 60:
Estado de defesa;
Estado de sítio;
Intervenção federal.
		ATENÇÃO!
Limites circunstanciais não são sinônimos de limites temporais!
O PCD de Reforma não se sujeita a limite temporal (prazo para seu exercício), que só incide sobre o PCD de Revisão (5 anos após a promulgação da CF/88), que, por isso, encontra-se exaurido!
 
II) Poder Constituinte Derivado de Revisão
Conceito – É o poder ou competência extraordinária e transitória de modificar o texto constitucional, por meio de emendas de revisão, submetidas a um rito mais singelo do que o das emendas de reforma.
Fundamento – a Revisão Constitucional estava prevista no art. 3º do ADCT: “A revisão constitucional será realizada após cinco anos, contados da promulgação da Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão unicameral.”
Características – semelhantes às do PCD de Reforma, com algumas discrepâncias no que atine aos limites impostos ao seu exercício, um tanto mais brandos do que aqueles impingidos ao processo de reforma constitucional.
 
Limites ao PCD de Revisão
Formais – segundo o art. 3º do ADCT, a revisão constitucional dependeria do voto da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão unicameral.
Materiais e circunstanciais – iguais aos do PCD de Reforma, segundo assentado pelo STF (ADI 981 MC/PR).
Temporal – o PCD de Revisão tinha prazo para atuar, qual seja, 05 anos, contados da promulgação da CF/1988. Nesse período, foram aprovadas 06 Emendas de Revisão.
		 Por conta da incidência do limite temporal, já se havendo 			expirado o prazo de 05 anos, o STF entende exaurido o PCD
 		de Revisão (ADI 1.722 MC/TO)!
		 Não há poder constituinte de revisão no âmbito estadual!
 
III) Poder Constituinte Decorrente
Conceito – É o poder ou competência franqueado pelo constituinte originário para os Estados e Distrito Federal se organizarem de acordo com as constituições estaduais e lei orgânica distrital.
 Os municípios não possuem poder constituinte decorrente!
Fundamento – o Poder Constituinte Decorrente, corolário do princípio federativo, encontra-se nos arts. 25 da CF e 11 do ADCT.
Características – semelhantes às do PCD de Reforma.
Modalidades – alguns doutrinadores divisam duas espécies do PC Decorrente: inicial ou instituidor (poder de criar as constituições estaduais – art. 11 do ADCT) e o reformador (poder de modificar essas cartas constitucionais locais – art. 25 da CF).
 A CF/1988 não previu assembleias constituintes estaduais!
 
5. Restrições ao Poder Constituinte Decorrente
A Constituição, em seu art. 25, reza que os estados se regerão pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios da Constituição. 
Segundo a doutrina, as limitações à atuação dos constituintes estaduais/distrital são de 2 ordens: o princípio da simetria e as normas de observância obrigatória.
Princípio da simetria  exige a replicação do modelo federal de organização aos entes menores;
Princípios constitucionais sensíveis (art. 34, VII, da CF);
Princípios constitucionais extensíveis (ex.: arts. 75, 58, §3º);
Princípios constitucionais estabelecidos (exs.: arts. 19 e 21).
Normas de observância obrigatória (normas centrais ou de reprodução)
 
IV) Poder Constituinte Difuso
Conceito – É o poder de modificar a Constituição pela alteração de seu sentido, seja por atividade interpretativa, seja pela transformação dos costumes constitucionais (mutação constitucional).
A mutação constitucional pode derivar de mudanças do cenário sócio-político-econômico ou da evolução doutrinária.
Exemplificativamente, podemos citar as oscilações de entendimentos do STF quanto à possibilidade de execução provisória da pena privativa de liberdade.
Características – poderde fato, atua de modo informal e espontâneo
Limites – não podem afetar os princípios estruturantes da Constituição.
Titularidade – do povo, mas exercido, primordialmente, pelo STF.
 
6. PODER CONSTITUINTE E O DIREITO INTERTEMPORAL
6.1. Revogação – quando da entrada em vigor de uma nova Constituição ou 	de uma emenda constitucional (supondo-se esta válida), as disposições 	contrárias perdem vigência, isto é, são revogadas. Dito isto, não existe inconstitucionalidade superveniente.
6.2. Recepção – é o aproveitamento, pela nova Constituição ou pela emenda constitucional aprovada, das normas infraconstitucionais preexistentes 	(o ordenamento jurídico não é “zerado” a cada nova Constituição). Para 	tanto, é preciso que:
A norma a ser recepcionada esteja, ainda, em vigor e não tenha sido declarada inconstitucional à luz da Constituição anterior;
Compatibilidade formal e material entre a lei antiga e a CF anterior;
Compatibilidade meramente material entre lei antiga e CF nova. 
 Se a lei antiga for incompatível com a nova CF, poderá ser recepcionada com nova roupagem (ex.: CTN, recepcionado com status de Lei Complementar)
 
6.3. Desconstitucionalização – é a recepção de normas da própria constituição antiga com status infraconstitucional. Diferentemente da recepção, não há desconstitucionalização tácita.
6.4. Repristinação – é a restauração da vigência de uma norma revogada ante o término da vigência da norma que a revogara. Não é admitida no Brasil, a menos que a norma responsável pela revogação da primeira revogadora o faça expressamente.
Lei A  Lei B (revoga Lei A)  Lei C (revoga Lei B)
					
				
REPRISTINAÇÃO DA LEI A
 Não confundir repristinação com efeito repristinatório tácito das decisões que declaram a inconstitucionalidade.
 
SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO
 
1.1. SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO
 
 CONSTITUIÇÃO
 NORMAS SUPRALEGAIS (tratados de direitos humanos 			 aprovados fora do rito do art. 5º, § 3º)
 LEIS (Complementares, ordinárias, MPs etc.) 
 
						Atos infralegais
 
 
 							
 
A POSIÇÃO SUPERIOR DA CONSTITUIÇÃO, NO ORDENAMENTO JURÍDICO, BEM COMO A INFLUÊNCIA DO NEOCONSTITUCIONALISMO IMPLICARAM A IDEIA DE SUPREMACIA CONSTITUCIONAL, QUE SE DESDOBRA EM:
Supremacia em sentido formal (jurídica): consiste nos limites formais ao Poder Constituinte Derivado (existente apenas nas constituições rígidas), que se submete a um processo legislativo qualificado, mais rigoroso que o procedimento comum, necessário para leis em geral.
Supremacia em sentido material (de conteúdo): compreende a superioridade axiológica da Constituição, cujo conteúdo típico possui elevada nobreza, fundamentos do estado de direito (direitos fundamentais, organização do estado etc.). 
A supremacia formal é fundamento do controle de constitucionalidade
 
CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS
CONSTITUCIONAIS
 
EFICÁCIA E APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS.
1. Teoria bipartida – Thomas Cooley, 1927; Rui Barbosa
autoaplicáveis (self-executing): sua aplicabilidade não depende de mediação legislativa para regulá-las. Já estão em condições de gerar efeitos imediatos;
	Obs.: a esta categoria, correspondem as normas de eficácia plena e 	contida, segundo a classificação de José Afonso da Silva!
b) não-autoaplicáveis (not self-executing): diferentemente das 	anteriores, dependem da prévia regulamentação, pelo Poder 	Legislativo, para adquirirem aplicabilidade, ou seja, enquanto 	não for produzida a norma regulamentar, não possuem eficácia 	integral.
	Obs.: a esta categoria, correspondem as normas de eficácia limitada, 	segundo a classificação de José Afonso da Silva!
 
2. Teoria tripartida – José Afonso da Silva, 1967.
Normas de eficácia plena: autoaplicáveis. Dispensam qualquer regulamentação posterior. Têm incidência direta, imediata e integral, pois não podem sofrer restrições por parte do poder público. Exs.: art. 1º; art. 2º; art. 5º, III; 230, §2º.
Apesar de não admitirem restrição, podem sofrer regulamentação!
Crítica doutrinária (Virgílio Afonso da Silva): em termos práticos, regulamentar implica restrição. Por isso, para alguns autores, essa classificação não apresenta vantagens em relação à teoria bipartida.
Resposta à crítica: teoria dos limites imanentes (as restrições à norma de eficácia plena devem ser decorrentes da própria CF)
 
b) normas de eficácia contida: também são autoaplicáveis (assemelham-se às de eficácia plena). Produzem desde já todos os seus efeitos, mas podem ser restringidas. Têm incidência direta, imediata, mas não integral, pois são passíveis de restrição por parte do Poder Público, conforme previsão expressa em seu texto. Ex: art. 5º, VII, XIII e XV; 93, IX. 
O Mandado de Injunção não se aplica as normas de Constituição de eficácia contida.
As restrições às normas de eficácia contida podem ser previstas tanto na legislação infraconstitucional (mais comum) como na própria CF!
 
c) normas de eficácia limitada: não são autoaplicáveis, pois dependem de uma norma infraconstitucional futura que as regule, dando-lhes eficácia integral. São normas de incidência indireta e mediata. 
Subdividem-se em: 
I - normas de conteúdo programático, que estabelecem metas, diretrizes (obrigações de resultado) e possuem conteúdo econômico-social (arts. 196 e 205); 
II - normas de conteúdo institutivo ou organizatório, as quais preveem a criação de órgãos, funções, institutos. Apontam para uma legislação futura que lhes complete a eficácia. Ex: arts. 37, VII; 40, §4º; 7º, XXI; 134, § 1º.
CUIDADO! Não é correto dizer que as normas de eficácia são, a rigor, completamente destituídas de eficácia enquanto não regulamentadas, pois, ainda que não autoaplicáveis, elas possuem a eficácia negativa (isto é, invalidam leis que lhe forem contrárias) e função interpretativa.
 
 
EFICÁCIA E APLICABILIDADE SEGUNDO O STF – ALGUNS PRECEDENTES RELEVANTES
Art. 5º, V (direito de resposta proporcional ao agravo além do direito a indenização por dano moral, material e à imagem)  eficácia plena e aplicabilidade imediata, mesmo que não-recepcionada a antiga Lei de Imprensa (STF, ADPF 130)
Art. 5º, LI, parte final (extradição de brasileiro naturalizado quando comprovado envolvimento com tráfico ilícito de entorpecentes, na forma da lei)  eficácia limitada e aplicabilidade mediata e reduzida, demandando lei para disciplinar essa apuração (STF, Ext. 541).
Art. 230, §2º (gratuidade de transporte público para maiores de 65 anos  eficácia plena e aplicabilidade imediata (ADI 3.768)
 
Art. 17 do ADCT (adequação imediata de vencimentos e proventos ao teto constitucional)  eficácia plena e aplicabilidade imediata (STF, RE 285.706)
Art. 134, §2º (autonomia administrativa e financeira das defensorias estaduais e iniciativa da proposta orçamentária)  eficácia plena e aplicabilidade imediata (STF, ADI 3.569).
Art. 5º, XIII (liberdade profissional e de ofício)  eficácia contida e aplicabilidade imediata (MI 6.113 - AgR)
Art. 37, I (os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei)  eficácia contida quanto aos brasileiros e limitada quanto aos estrangeiros (RE 544.655)
 
Art. 37, VII (direito de greve do servidor público)  eficácia limitada e aplicabilidade mediata (MI 670)
Art. 40, §4º (aposentadoria especial para servidores públicos)  eficácia limitada e aplicabilidade mediata (MI 1.616).
Art. 18, §4º (criação de municípios)  eficácia limitada e aplicabilidade mediata, pois há necessidadede disciplinamento por meio de Lei Complementar federal (ADI 2.240)
Art. 14, §9º (acréscimo de hipóteses de inelegibilidade)  eficácia limitada e aplicabilidade mediata, pois há necessidade de disciplinamento por meio de Lei Complementar federal (ADPF 144)
Art. 196 (direito à saúde)  eficácia limitada e aplicabilidade mediata, embora o STF admita sua concretização na via judicial.
 
HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
 
INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS
1. Ideologias da hermenêutica constitucional
a) Interpretativismo – a função do hermeneuta é descobrir o sentido da norma, pré-existente e objetivamente posto. Interpretar, portanto, corresponde a uma atividade investigativa, de desvendar o significado do texto normativo, seja perquirindo a vontade original do constituinte (originalismo), seja pelo exame dos elementos do próprio texto (textualismo) A norma é o objetivo da interpretação, portanto.
b) Não-interpretativismo – ideologia própria de teorias mais contemporâneas da hermenêutica constitucional, identifica a norma não como o objetivo, mas como o produto da interpretação: interpretar é, efetivamente, construir a norma para solucionar o problema constitucional.
 
Métodos de Interpretação
a) Método jurídico (ou hermenêutico clássico – Ernst Forsthoff)  a Constituição é uma lei, devendo ser interpretada a partir dos métodos tradicionais de hermenêutica (gramatical, lógico, teleológico, histórico, sistemático etc.) 
b) Método tópico-problemático (ou método da tópica – Theodor Viehweg)  parte do problema para a norma / dá primazia ao problema, buscando uma solução justa ao caso concreto, para, somente após, definir a norma constitucional (e não descobrir) que melhor se adeque à solução encontrada (tópoi). O método realça o processo argumentativo.
c) Método hermenêutico-concretizador (Hesse)  parte da norma para o problema / o intérprete se vale de suas precompreensões, da realidade social e do próprio problema (círculo hermenêutico) para obter o sentido da norma. Interpretar é concretizar a Constituição.
 
d) Método científico-espiritual (Rudolf Smend)  na interpretação constitucional, os espíritos (ou valores) da sociedade e da Constituição devem interagir (a Constituição é dinâmica e constantemente renovada);
e) Método normativo-estruturante (Friedrich Müller)  o texto normativo é apenas a ponta do “iceberg”, não se confunde com a norma. Na interpretação constitucional, o intérprete deve levar em conta, também, o próprio caso concreto que sofre a incidência da norma (situação normada), assim como o contexto (âmbito normativo)
f) Modelo da constituição aberta  defendido por Peter Häberle, foca-se não propriamente nos métodos e técnicas de interpretação, mas na pluralidade de intérpretes.
 
3. Princípios de interpretação constitucional (princípios instrumentais ou postulados normativos)
a) Princípio da unidade da Constituição  a Constituição deve ser enxergada de modo sistêmico, como um todo coerente, compatibilizando a convivência das diversas normas constitucionais e afastando as aparentes antinomias. Consequências: não hierarquia entre as normas da Constituição e nem inconstitucionalidade originária da Constituição.
b) Princípio do efeito integrador  preconiza interpretações que favoreçam a integração política e social (soluções pluralisticamente integradoras)
c) Princípio da máxima efetividade  interpretação da norma constitucional de modo que se lhe dê a mais ampla efetividade social (destaque no campo dos direitos fundamentais)
 
d) Princípio da força normativa  deve-se buscar soluções hermenêuticas que promovam maior efetividade das normas constitucionais e a longevidade da Constituição (vontade de Constituição)
e) Princípio da justeza (ou da conformidade funcional)  a interpretação deve-se manter fiel ao esquema de repartição de funções estabelecido pelo constituinte originário (principal destinatário: STF)
f) Princípio da concordância prática (cedência recíproca ou harmonização)  os bens jurídicos constitucionalizados devem coexistir harmonicamente, prestigiando-se soluções que permitam a compatibilização entre eles.
 
g) Princípio da interpretação conforme a Constituição  deve-se interpretar todas as normas do ordenamento por um “filtro” constitucional (constitucionalização do Direito), priorizando o sentido mais afim com os valores constitucionais.
e) Princípio da proporcionalidade  movido por um ideal de justiça, desdobra-se em três aspectos a serem observados quando da restrição de um direito fundamental:
Necessidade (ou mínima intervenção) – a restrição de um direito deve-se limitar ao estritamente necessário para atingir a finalidade da norma
Adequação (razoabilidade) – compatibilidade entre meios e fins
Proporcionalidade em sentido estrito – o custo do sacrifício de um direito deve ser menor que o benefício obtido para o direito que prevaleceu sobre aquele.
 
ALGUMAS OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:
Princípios interpretativos são metanormas, princípios instrumentais, secundários, logo, não são normas jurídicas!
De fato, existem princípios que são normas jurídicas, diferentemente dos princípios interpretativos.
As normas jurídicas podem ter a estrutura de regras ou de princípios (normativos);
As regras são aplicáveis por subsunção: uma vez que uma situação fática se enquadre na descrição abstrata da norma, aplica-se a norma-regra. O conflito entre duas regras, em geral, resolve-se pelo “tudo ou nada”, ou seja: uma das normas prevalece e a outra é eliminada do ordenamento.
Os princípios, por sua vez, quando em conflito (colisão), devem ser ponderados, pois são mandamentos de otimização, portanto, mais “elásticos”.
 
CONSTITUCIONALISMO
 
1. SENTIDOS DE CONSTITUCIONALISMO (ANDRÉ RAMOS TAVARES)  para o autor, a expressão “constitucionalismo” é polissêmica, podendo ser utilizada em quatro contextos diferentes:
Como movimento político-social  indica a luta e mobilização de várias sociedades para conter a arbitrariedade no exercício do poder político.
Imposição de constituições escritas  sugere um momento mais contemporâneo dos Estados, sobretudo no ocidente, identificado pela produção de cartas constitucionais.
Referência aos propósitos mais latentes e atuais da função e posição das constituições nas diversas sociedades.
Indicação da evolução histórico-constitucional de determinado Estado.
 
2. Evolução histórica do constitucionalismo
2.1. Constitucionalismo na Antiguidade
Constitucionalismo hebreu  Karl Loewenstein identifica, entre os hebreus, um germe do sentimento de constitucionalismo enquanto limitação ao poder dos governantes, na figura dos profetas, que bradavam contra governantes tirânicos.
Constitucionalismo grego  típico das cidades-Estados gregas, notadamente Atenas, onde se desenvolveram institutos caros às democracias modernas. Os cidadãos ativos participavam plenamente da tomada de decisão nos assuntos públicos da pólis. 
 
2.2. Constitucionalismo na Idade Média
* Magna Carta de 1215  editada, na Inglaterra, por um pacto entre o Rei João Sem Terra e o baronato, limitou o poder do monarca, que passou a se submeter às próprias leis que produzia. Também continha limitações à tributação.
2.3. Constitucionalismo na Idade Moderna  traços marcantes são a proteção aos direitos individuais (Petition of Rights, 1628; Habeas Corpus Act, 1689; Act of Settlement, 1701).
Deste período, também encontramos os forais ou cartas de franquia, germes dos direitos políticos, permitindo a participação dos súditos no governo local.
 
2.4. Constitucionalismo no início da Idade Contemporânea (“Constitucionalismo Moderno”)  inicia-se no fim do Século XVIII, tendo como primeiros marcos a Constituição Americana de 1787 e a Constituição Francesa de 1791.
2.4.1. Constitucionalismo liberal  marcadamente voltado para a defesa dos direitos individuais e a limitação ao arbítrio estatal, tem como expoentes as primeiras constituições contemporâneas.
2.4.2 Constitucionalismo social  já no iníciodo Século XX, teve lugar, com o alastramento dos movimentos socialistas, o fenômeno do constitucionalismo social, cuja marca é a incorporação dos direitos sociais, buscando-se o Estado Social de Direito. Tem por marcos a Constituição do México de 1917 e a Constituição de Weimar de 1919. No Brasil, esse movimento influenciou a CF/34.
 
2.5. Neoconstitucionalismo  Caracteriza-se por um modelo axiológico de Constituição, isto é, a Constituição passa a ser um valor em si. A hierarquia entre as normas deixa de ser meramente formal para ser axiológica, isto é, os valores constitucionais irradiam por todo o ordenamento jurídico (e os princípios se afirmam como normas jurídicas). Mais do que simplesmente limitar o poder estatal, o Neoconstitucionalismo tem por meta primordial a concretização dos direitos fundamentais.
2.5.1. Marco filosófico  o neoconstitucionalismo representa a influência do pós-positivismo sobre o Direito Constitucional. O pós-positivismo é um movimento da própria Teoria Geral do Direito, portanto, mais amplo que o neoconstitucionalismo, que se divorcia da ideia do purismo normativo do Direito, reaproximando Direito e moral.
 
2.5.2. Características do Neoconstitucionalismo
Centralidade e supremacia da Constituição (força normativa da Constituição);
Carga axiológica da Constituição;
Primazia da dignidade da pessoa humana como valor fundante da ordem constitucional;
Democracia em sentido substancial (concretização dos direitos fundamentais);
Eficácia irradiante da Constituição em relação aos poderes públicos e mesmo aos particulares.
 
RESOLUÇÃO DE QUESTÕES
(TEORIA DA CONSTITUIÇÃO)
 
(FCC – FUNAPE/2017 – Analista Jurídico Previdenciário) Considerando a classificação das constituições quanto a sua mutabilidade, a Constituição Federal vigente é 
a) analítica, uma vez que é minuciosa, extensa, dispondo não somente sobre a organização do Estado brasileiro, mas também sobre matérias que seriam próprias da legislação ordinária, o que dificulta a alteração do ordenamento jurídico brasileiro. 
b) aberta, uma vez que é principiológica, acolhendo normas de conteúdo amplo, favorecendo a ocorrência de mutações constitucionais mediante atuação do Poder Judiciário. 
c) flexível, uma vez que sua carga principiológica permite ao legislador interpretá-la e dar-lhe significado por intermédio da legislação ordinária, o que permite a evolução da Constituição sem que ela seja formalmente alterada. 
 
d) rígida, uma vez que apenas pode ser alterada por procedimento específico diverso do previsto para a elaboração das leis ordinárias e complementares, dificultando sua modificação. 
e) dirigente, uma vez que estabelece diretrizes e metas ao legislador, demandando que seja reformada quando alcançados os objetivos do constituinte.
GABARITO: D
 
(FCC – DPE-PR/2017 – Defensor Público) Quanto às classificações das constituições, é correto afirmar que 
a) as constituições-garantia se caracterizam por conterem em seu corpo um conjunto de normas que visam garantir aos cidadãos direitos econômicos, sociais e culturais, estabelecendo metas de ações para o Estado. 
b) a Constituição Brasileira de 1988 é democrática, rígida (ou super rígida), prolixa e ortodoxa. 
c) as constituições cesaristas, normalmente autoritárias, partem de teorias preconcebidas, de planos e sistemas prévios e de ideologias bem declaradas. 
d) as constituições escritas são caracterizadas por um conjunto de normas de direito positivo. 
e) as constituições históricas são concebidas a partir de evento determinado no tempo, esvaziando a influência dos demais períodos e costumes de determinado povo.
GABARITO: D
 
(FCC – SEGEP-MA/2016 – Auditor Fiscal da Receita Estadual - Administração Tributária) Constituição flexível:
a) exclui a forma escrita.
b) prescinde de alguma forma de controle de constitucionalidade.
c) não se sujeita a usos e costumes institucionais.
d) requer elaboração e modificação por uma Assembleia Nacional Constituinte.
e) exclui a possibilidade de exibir estabilidade no tempo assemelhada a de uma constituição tecnicamente rígida.
GABARITO: B
 
(FCC – DPE-SP/2006 – Defensor Público) O termo "Constituição" comporta uma série de significados e sentidos. Assinale a alternativa que associa corretamente frase, autor e sentido.
 a) Todos os países possuem, possuíram sempre, em todos os momentos da sua história uma constituição real e efetiva. Carl Schmitt. Sentido político.
 b) Constituição significa, essencialmente, decisão política fundamental, ou seja, concreta decisão de conjunto sobre o modo e a forma de existência política. Ferdinand Lassale. Sentido político.
c) Constituição é a norma fundamental hipotética e lei nacional no seu mais alto grau na forma de documento solene e que somente pode ser alterada observando-se certas prescrições especiais. Jean Jacques Rousseau. Sentido lógico-jurídico.
 
d) A verdadeira Constituição de um país somente tem por base os fatores reais do poder que naquele país vigem e as constituições escritas não têm valor nem são duráveis a não ser que exprimam fielmente os fatores do poder que imperam na realidade. Ferdinand Lassale. Sentido sociológico.
e) Todas as constituições pretendem, implícita ou explicitamente, conformar globalmente o político. Há uma intenção atuante e conformadora do direito constitucional que vincula o legislador. Jorge Miranda. Sentido dirigente.
GABARITO: D
 
(CESPE – TRF1/2013 – Juiz Federal) Assinale a opção correta:
a) Norma constitucional de eficácia contida incide direta e imediatamente sobre a matéria respectiva.
b) Norma constitucional de eficácia limitada ou reduzida somente produz efeitos mediante intervenção do Poder Judiciário.
c) Norma constitucional de eficácia plena tem aplicação direta e imediata, mas não integral.
d) A aplicação de norma constitucional de eficácia reduzida prescinde de lei em sentido material.
e) Norma constitucional de eficácia plena exige lei reguladora, ou integradora, para produzir efeitos jurídicos.
GABARITO: A
 
(CESPE – TJDFT/2014 – Juiz Substituto) No que se refere à aplicabilidade e à interpretação das normas constitucionais, assinale a opção correta. 
a) Conforme o método de interpretação denominado científico- espiritual, a análise da norma constitucional deve-se fixar na literalidade da norma, de modo a extrair seu sentido sem que se leve em consideração a realidade social.
b) As denominadas normas constitucionais de eficácia plena não necessitam de providência ulterior para sua aplicação, a exemplo do disposto no art. 37, I, da CF, que prevê o acesso a cargos, empregos e funções públicas a brasileiros e estrangeiros.
c) O dispositivo constitucional que assegura a gratuidade nos transportes coletivos urbanos aos maiores de sessenta e cinco anos não configura norma de eficácia plena e aplicabilidade imediata, pois demanda uma lei integrativa infraconstitucional para produzir efeitos.
 
d) A norma constitucional de eficácia contida é aquela que, embora tenha aplicabilidade direta e imediata, pode ter sua abrangência reduzida pela norma infraconstitucional, como ocorre com o artigo da CF que confere aos estados a competência para a instituição de regiões metropolitanas.
e) Conforme o método jurídico ou hermenêutico clássico, a Constituição deve ser considerada como uma lei e, em decorrência, todos os métodos tradicionais de hermenêutica devem ser utilizados na atividade interpretativa, mediante a utilização de vários elementos de exegese, tais como o filológico, o histórico, o lógico e o teleológico.
GABARITO: E
 
(CESPE – TJDFT/2014 – Juiz Substituto) Assinale a opção correta no que se refere à interpretação das normas constitucionais
a) Para a corrente interpretativista, o legislador constituinte não tem legitimidade para impor sua visão de Constituição à sociedade atual, pois cada geração tem o direito de vivê-la ao seu modo.
b) O método hermenêutico-concretizador parte do pressuposto de que a interpretação constitucional é concretização, entendidacomo uma norma preexistente na qual o caso concreto é individualizado.
c) Ernst Forsthoff, com sua obra Topik und Jurisprudenz (1953), foi o grande responsável pela retomada da tópica no campo jurídico, de modo que é considerado por muitos o pai do método tópico-problemático.
 
d) O método normativo-estruturante, em linhas gerais, parte da premissa de que a Constituição, por ser uma espécie de lei, deve ser interpretada pelos mesmos elementos tradicionais desenvolvidos por Savigny para a interpretação das leis em geral.
e) Para o método tópico-problemático, a Constituição deve ser interpretada como um todo (visão sistêmica), considerados os fatores extraconstitucionais, como a realidade social.
GABARITO: B.
 
(FCC – DPE-ES/2016 – Defensor Público) A respeito da distinção entre princípios e regras, é correto afirmar:
a) Diante da colisão entre princípios, tem-se o afastamento de um dos princípios pelo princípio da especialidade ou ainda pela declaração de invalidade.
b) As regras e os princípios são espécies de normas jurídicas, ressalvando-se a maior hierarquia normativa atribuída aos princípios.
c) Os princípios possuem um grau de abstração maior em relação às regras, aplicando-se pela lógica do “tudo ou nada”.
 d) Os princípios por serem vagos e indeterminados, carecem de mediações concretizadoras (do legislador, do juiz), enquanto as regras são suscetíveis de aplicação direta.
e) Na hipótese de conflito entre regras, tem-se a ponderação das regras colidentes.
GABARITO: D
 
(FCC – TCE-PI/2014 – Assessor Jurídico) Pelo princípio da justeza ou da conformidade funcional da Constituição Federal,
 a) as normas constitucionais devem ser interpretadas no sentido de terem a mais ampla efetividade social, reconhecendo a maior eficácia possível aos direitos fundamentais.
 b) partindo da ideia de unidade da Constituição, os bens jurídicos constitucionalizados deverão coexistir de forma harmônica na hipótese de eventual conflito ou concorrência entre esses bens e princípios, por inexistir hierarquia entre eles.
 c) o intérprete máximo da Constituição, ao concretizar a norma constitucional, será responsável por estabelecer sua força normativa, não podendo alterar a repartição de funções constitucionalmente estabelecidas pelo constituinte originário.
 
 
 d) as normas constitucionais devem ser interpretadas em sua globalidade, afastando-se as aparentes antinomias legais.
 e) na resolução dos problemas jurídico-constitucionais deve-se dar primazia aos critérios que favoreçam a integração política e social, e o reforço da unidade política do Estado.
GABARITO: C
 
(FCC – TCE-PI/2014 – Assessor Jurídico) É INCORRETO afirmar que, na interpretação da norma constitucional, por meio do método
a) hermenêutico-concretizador, parte-se da norma constitucional para o problema concreto, valendo-se de pressupostos subjetivos e objetivos e do chamado círculo hermenêutico.
b) jurídico ou hermenêutico clássico, a Constituição deve ser encarada como uma lei e, assim, todos os métodos tradicionais de exegese deverão ser utilizados na tarefa interpretativa.
c) tópico-problemático, parte-se de um problema concreto para a norma, atribuindo-se à intepretação um caráter prático visando à solução dos problemas concretizados.
d) normativo-estruturante, esta terá de ser concretizada tão-só pela atividade do legislador, excluindo-se os demais Poderes federais.
 
e) científico-espiritual, a sua análise da norma constitucional não se fixa na literalidade da norma, mas parte da realidade social e dos valores subjacentes do texto constitucional.
GABARITO: D
 
(CESPE – DPE-RN/2015 – Defensor Público) Com relação ao poder constituinte, assinale a opção correta.
a) Tendo em vista os limites autônomos ao poder constituinte derivado decorrente, devem as Constituições estaduais observar os princípios constitucionais extensíveis, tais como aqueles relativos ao processo legislativo.
b) A mutação constitucional é fruto do poder constituinte derivado reformador.
c) De acordo com a CF, em razão das limitações procedimentais impostas ao poder constituinte derivado reformador, é de iniciativa privativa do presidente da República proposta de emenda à CF que disponha sobre o regime jurídico dos servidores públicos do Poder Executivo federal. 
d) Ao poder constituinte originário esgota-se quando se edita uma nova Constituição.
e) Para a legitimidade formal de uma nova Constituição, exige-se que o poder constituinte siga um procedimento padrão, com disposições predeterminadas. 
GABARITO: A.
 
(CESPE – SEGER/ES – Analista Executivo/2013) Acerca do poder constituinte, assinale a opção correta. 
a) A lei orgânica municipal, por ser fruto do poder constituinte derivado decorrente, pode ser parâmetro para o controle de constitucionalidade municipal.
b) Um dos limites ao poder constituinte derivado reformador de revisão previstos pela CF é o quórum qualificado de aprovação, de três quintos.
c) Para a maioria da doutrina constitucional, a CF foi produto do poder constituinte originário, pois implicou a ruptura com o regime político anterior e o estabelecimento de novos valores constitucionais.
d) A CF proibiu a elaboração de emendas constitucionais durante o período eleitoral, sendo este um limite circunstancial ao poder constituinte derivado reformador.
e) A proposta de emenda constitucional que pretenda abolir o direito à educação não viola a CF, pois os direitos sociais não são limites materiais ao poder constituinte derivado reformador.
GABARITO: C.
 
(FCC – TCE-PI/2014 – Assessor Jurídico) Em relação à natureza e classificação das normas constitucionais, é correto afirmar: 
I. o preâmbulo não se situa no âmbito do Direito, mas no domínio da política, refletindo posição ideológica do constituinte e não apresentando, portanto, força normativa, nem criando direitos ou obrigações. 
II. o ADCT, ou Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, não tem natureza de norma constitucional, tratando-se de mera regra de transição, interpretativa e paradigmática. 
III. a interpretação conforme a Constituição pressupõe uma Constituição rígida e, em decorrência, a supremacia hierárquica das normas constitucionais perante o ordenamento jurídico, normas essas que obedecem ao princípio da presunção de constitucionalidade.
 
Está correto o que se afirma em
 a) III, apenas.
 b) I e II, apenas.
 c) II e III, apenas.
 d) I, II e III.
 e) I e III, apenas.
GABARITO: E
 
(FCC – PROCON-MA/2017 – Fiscal de Defesa do Consumidor) De acordo com uma das classificações das normas constitucionais quanto à sua aplicabilidade, o preceito constitucional segundo o qual “o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor” contém norma de eficácia 
a) plena, uma vez que as normas definidoras de direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata, podendo produzir todos os seus efeitos independentemente de edição de lei.
b) plena, uma vez que todos os seus efeitos podem ser produzidos mediante ordem judicial proferida em mandado de segurança voltado para suprir a ausência de norma regulamentadora da Constituição. 
c) contida, uma vez que todos os seus efeitos podem ser produzidos independentemente de lei que, se editada, pode estabelecer os termos em que o direito constitucional deve ser exercido.
 
d) limitada, uma vez que depende de edição de lei para que todos os seus efeitos possam ser produzidos;
e) contida, uma vez que todos os seus efeitos podem ser produzidos mediante ordem judicial proferida em ação popular, voltada para suprir a ausência de norma regulamentadora da Constituição.
GABARITO: D
 
(CESPE – PGE-PE/2009 – Procurador do Estado - adaptada) [...] assinale a opção correta a respeito do constitucionalismo e do neoconstitucionalismo.
a) O neoconstitucionalismo tem como marco filosófico o pós-positivismo, com a centralidade dos direitos fundamentais, no entanto, não permite uma aproximação entre direito e ética.
b) A democracia, como vontadeda maioria, é essencial na moderna teoria constitucional, de forma que as decisões judiciais devem ter o respaldo da maioria da população, sem o qual não possuem legitimidade.
c) No neoconstitucionalismo, a Constituição é vista como um documento essencialmente político, um convite à atuação dos poderes públicos, ressaltando que a concretização de suas propostas fica condicionada à liberdade de conformação do legislador ou à discricionariedade do administrador.
 
d) O constitucionalismo pode ser definido como uma teoria (ou ideologia) que ergue o princípio do governo limitado indispensável à garantia dos direitos em dimensão estruturante da organização político-social de uma comunidade. Nesse sentido, o constitucionalismo moderno representa uma técnica de limitação do poder com fins garantísticos.
e) O neoconstitucionalismo não autoriza a participação ativa do magistrado na condução das políticas públicas, sob pena de violação do princípio da separação dos poderes.
GABARITO: D
 
(CESPE – MPRN/2009 – Promotor de Justiça) Acerca do constitucionalismo, assinale a opção incorreta.
a) A origem do constitucionalismo remonta à antiguidade clássica, especificamente ao povo hebreu, do qual partiram as primeiras manifestações desse movimento constitucional em busca de uma organização política fundada na limitação do poder absoluto.
b) O neoconstitucionalismo é caracterizado por um conjunto de transformações no Estado e no direito constitucional, entre as quais se destaca a prevalência do positivismo jurídico, com a clara separação entre direito e valores substantivos, como ética, moral e justiça.
c) O constitucionalismo moderno representa uma técnica específica de limitação do poder com fins garantidores.
 
d) O neoconstitucionalismo caracteriza-se pela mudança de paradigma, de Estado Legislativo de Direito para Estado Constitucional de Direito, em que a Constituição passa a ocupar o centro de todo o sistema jurídico.
e) As constituições do pós-guerra promoveram inovações por meio da incorporação explícita, em seus textos, de anseios políticos, como a redução de desigualdades sociais, e de valores como a promoção da dignidade humana e dos direitos fundamentais.
GABARITO: B

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