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MICHELLE BIANCHI DE MORAES 
APLICABILIDADE DE UM MÉTODO RADIOGRÁFICO DE AVALIAÇÃO 
DA IDADE ÓSSEA VERTEBRAL EM INDIVÍDUOS COM SÍNDROME DE 
DOWN, E CRIAÇÃO DE UM MÉTODO ESPECÍFICO PARA IDADE 
ÓSSEA NESTES INDIVÍDUOS, POR MEIO DE RADIOGRAFIAS 
CEFALOMÉTRICAS LATERAIS 
Dissertação apresentada à Faculdade de 
Odontologia de São José dos Campos da 
Universidade Estadual Paulista, como parte dos 
requisitos para a obtenção do título de MESTRE,
pelo Programa de Pós-Graduação em 
BIOPATOLOGIA BUCAL, Área - Radiologia 
Odontológica.
MICHELLE BIANCHI DE MORAES 
APLICABILIDADE DE UM MÉTODO RADIOGRÁFICO DE AVALIAÇÃO 
DA IDADE ÓSSEA VERTEBRAL EM INDIVÍDUOS COM SÍNDROME DE 
DOWN, E CRIAÇÃO DE UM MÉTODO ESPECÍFICO PARA IDADE 
ÓSSEA NESTES INDIVÍDUOS, POR MEIO DE RADIOGRAFIAS 
CEFALOMÉTRICAS LATERAIS 
Dissertação apresentada à Faculdade de Odontologia de São José dos 
Campos, Universidade Estadual Paulista, como parte dos requisitos para a 
obtenção do título de MESTRE, pelo Programa de Pós-Graduação em 
BIOPATOLOGIA BUCAL, Área de Radiologia Odontológica. 
Orientadora: Profa.Adj. Mari Eli Leonelli de Moraes 
São José dos Campos 
2008
Apresentação gráfica e normatização de acordo com: 
Bellini AB. Manual para elaboração de monografias: estrutura do trabalho 
científico. São José dos Campos: FOSJC/UNESP; 2006. 
Moraes, Michelle Bianchi 
 Aplicabilidade de um método radiográfico de avaliação da idade óssea 
vertebral em indivíduos com síndrome de Down e criação de um método 
específico para idade óssea nestes indivíduos, por meio de 
telerradiografias / 
Michelle Bianchi de Moraes; orientadora Mari Elli Leoneli de Moraes._ 
São José dos Campos, 2008. 
 58p.; IL. 
 Dissertação (Programa de Pós-Graduação em Biopatologia Bucal, área 
de Radiologia Odontológica) – Faculdade de Odontologia de São José 
dos Campos, Universidade Estadual Paulista; 2008. 
 1.Síndrome de Down. 2. Desenvolvimento ósseo. 3. Vértebras 
cervicais. 4.Crescimento e desenvolvimento. 
AUTORIZAÇÃO
Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por 
qualquer meio convencional ou eletrônico, desde que citada a fonte. 
São José dos Campos, 22/07/08 
Assinatura:
E-mail: mickbianchi@hotmail.
FOLHA DE APROVAÇÃO 
Moraes MB. Aplicabilidade de um método radiográfico de avaliação da 
idade óssea vertebral em indivíduos com síndrome de Down e criação de 
um método específico para idade óssea nestes indivíduos, por meio de 
telerradiografias [dissertação]. São José dos Campos: Faculdade de 
Odontologia de São José dos Campos, UNESP; 2008. 
São José dos Campos, 22 de julho de 2008. 
Banca examinadora 
1) Prof. (a). Adj.: Mari Eli Leonelli de Moraes 
Docente da disciplina de Radiologia do Departamento de 
Diagnóstico e Cirurgia da Faculdade de Odontologia de São José 
dos Campos do Câmpus de São José dos Campos da UNESP 
2) Prof. (a). Dr.(a): Rubens Guimarães Filho
Docente da disciplina de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-
Facial do Departamento de Odontologia da Universidade de 
Taubaté, UNITAU
3) Prof. (a). Adj.: Weber José da Silva Ursi 
Docente da disciplina de Ortondontia do Departamento de 
Odontologia Social e Clínica Infantil da Faculdade de Odontologia 
do Câmpus de São José dos Campos da UNESP 
DEDICATÓRIA 
Ao meu amor Fernando Vagner Raldi 
Por todas as vezes que esteve ao meu lado, por toda a verdade que me 
faz ver, por toda felicidade que você traz para a minha vida, por tudo de 
errado que você torna correto, por todo sonho que você torna realidade, 
por todo amor que encontro em você, por sempre me fazer acreditar que 
tudo vai dar certo. Por fazer minha vida melhor a cada dia que estou ao 
seu lado, pois você é uma pessoa muito importante em minha vida. Não 
tenho palavras para expressar este sentimento e toda minha gratidão. 
Amo muito você! 
Aos meus pais Luiz e Valdete, ao meu irmão Fred e minha avó 
Érika
Aos meus pais que sempre se doaram aos filhos e possibilitaram, com 
grande garra e esforço, a minha formação. Agradeço todos os dias por tê-
los como pais, por oferecerem sempre o melhor que puderam 
proporcionar, por acompanharem cada passo meu e participarem dos 
meus ideais e vibrarem com cada vitória. Minha eterna gratidão e meu 
muito obrigado por tudo nesta vida! 
Amo muito vocês pai e mãe. 
 
Ao meu irmão Fred, por sempre estar ao meu lado e acreditar no meu 
potencial. Espero ter te deixado orgulhoso. 
A querida vovó Érika que sempre me ajudou e se orgulhou com minha 
conduta de vida. Espero ter retribuído todo carinho que você dedicou a 
mim com esta conquista. 
Amo muito todos vocês!
Ao meu “filho” Rodrigo P. Raldi 
Existem pessoas que do nada se tornam tudo e conquistam lugar especial 
no conceito da mais alta estima para o resto das nossas vidas. 
Obrigada por todo carinho, amor e felicidade incondicionais que alegram a 
minha vida diariamente, amo você Digo! 
Ao Dr. Rubens Guimarães Filho
Professor Doutor do serviço de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-
Facial e da Universidade de Taubaté, por ser meu pai acadêmico, pelo 
constante incentivo na busca de conhecimento e auxílio na escolha dos 
caminhos a seguir. Tive o prazer e a oportunidade de sua convivência 
durante seis anos e presenciei sua dedicação. Seus conselhos e 
incentivos foram e são preponderantes no meu caminho acadêmico! 
Obrigada por tudo! 
AGRADECIMENTOS
À minha orientadora e amiga
Professora Doutora Mari Eli Leonelli de Moraes;
Por sua valiosa contribuição para o meu progresso acadêmico, pela 
confiança depositada em mim, pelo respeito, apoio, amizade ao longo 
dessa caminhada, e principalmente por sua compreensão nos difíceis 
momentos que passei, seus conselhos e seu ombro amigo. Muito 
obrigada por tudo professora! 
Ao Professor Titular Luiz Cesar de Moraes
Pelo constante incentivo na busca de conhecimento e auxilio na escolha 
dos caminhos a seguir, sempre repleto de boa vontade e disponibilidade. 
E pela paciência com a qual ensina e conduz tudo ao seu redor, tornando 
todos parte de uma mesma família. 
Ao Professor Titular Edmundo Medici Filho e Professor Adjunto 
Júlio Cesar de Melo Castilho.
Pela oportunidade e interesse constante em ajudar e ensinar. 
Ao Professor Titular José Roberto Sá Lima
Pessoa de grande valor e importância. Agradeço pela sua valorosa 
contribuição com todos seus conhecimentos, boa vontade, paciência, 
amizade e carinho. 
Ao Professor Adj. Weber José da Silva Ursi 
Pela honra de sua valorosa presença e contribuição na banca 
examinadora da minha tese. Obrigada pela oportunidade e carinho. 
À Eliana e Conceição
Muito obrigada pela dedicação, colaboração, paciência, cumplicidade e 
amizade durante estes anos, principalmente durante os atendimentos aos 
pacientes.
As secretarias do Programa de Pós-graduação, Rosemary, Erena, 
Maria Aparecida e Lilian, pela atenção e auxilio. 
Aos colegas de pós graduação: Ana Claúdia, Breno, Carol Bacci, 
Carol Porto, Carola, Caio, Cleber, Daniela, Evelise, Gisele, 
Jefferson, Luiz Roberto, Luiz Roque, Lawrenne, Milton, Patrícia, 
Simone, Rafaela, Roberto e Wilton, saibam que todos contribuíram 
de forma positiva para o meu crescimento, maturidade e enriquecimento 
pessoal. A vida é um aprendizado constante tanto nos momentos 
adversos quanto nas alegrias. Muito Obrigado a todos vocês! 
E em especial eu agradeço aos meus amigos(as): Carol Bacci,
Carol Porto, Nê, Milton, Paty e Rafaela 
“O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na 
intensidade com que acontecem. Por isso, existem momentos 
inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis...” 
(Fernando Pessoa).
Às instituições 
À Faculdade de Odontologia de São José dos Campos – UNESP,
por possibilitar a realização desta pesquisa e a conclusão do mestrado. 
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e 
Tecnológico - CNPQ pela bolsa concedida no período de um ano do 
Mestrado.
Aos pacientes portadores de síndrome de Down e seus pais
Que encheram de amor e carinho diante de suas presenças,em meio de 
tantas dificuldades, e nos mostraram o quanto são realmente pessoas 
especiais.
Obrigada pelo aprendizado de vida e pela contribuição cientifica. 
SUMÁRIO
LISTA DE ABREVIATURAS............................................................................ 08 
RESUMO......................................................................................................... 09 
1 INTRODUÇÃO............................................................................................. 10 
2 REVISÃO DA LITERATURA........................................................................ 13 
2.1 Síndrome de Down.................................................................................... 13 
2.2 Desenvolvimento ósseo da mão e punho................................................. 16 
2.3 Desenvolvimento vertebral........................................................................ 24 
3 PROPOSIÇÃO............................................................................................. 30 
4 MATERIAL E MÉTODO............................................................................... 31 
4.1 Amostra..................................................................................................... 31 
4.2 Radiografias cefalométricas laterais.......................................................... 31 
4.3 Radiografias de mão e punho................................................................... 34 
4.4 Análise estatística das avaliações............................................................. 42 
4.5 Criação do método para avaliação da idade óssea em indivíduos 
portadores da síndrome de Down................................................................ 
42
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................... 44 
5.1 Apresentação do método para idade óssea em portadores da síndrome 
de Down............................................................................................................. 47
6.CONCLUSÃO............................................................................................... 53 
7.REFERÊNCIAS............................................................................................ 55 
ANEXOS.......................................................................................................... 61 
ABSTRACT..................................................................................................... 63
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
AH3 = Altura anterior do corpo vertebral, quando referente à vértebra 
cervical C3 
AH4 = Altura anterior do corpo vertebral, quando referente à vértebra 
cervical C4 
AP3 = Largura antero-posterior do corpo vertebral, quando referente à 
vértebra cervical C3
AP4 = Largura antero-posterior do corpo vertebral quando referente à 
vértebra cervical C4 
Fd I = Falange distal do dedo 1 
Fd III = Falange distal do dedo 3 
Fd V = Falange distal do dedo 5 
Fm III = Falange média do dedo 3 
Fm V = Falange média do dedo 5 
Fp I = Falange proximal do dedo1 
Fp III = Falange proximal do dedo 3 
Fp V = Falange proximal do dedo 5 
H3 = Altura do corpo vertebral, quando referente à vértebra cervical C3 
H4 = Altura do corpo vertebral, quando referente à vértebra cervical C4 
MC I = Metacarpo do dedo 1 
MC III = Metacarpo do dedo 3 
MC V = Metacarpo do dedo 5 
TW1 = Método de Tanner e Whitehouse 1 
TW2 = Método de Tanner e Whitehouse 2 
TW3 = Método de Tanner e Whitehouse 3 
RUS = Ossos do Radio, Ulna e dedos 
Moraes MB. Aplicabilidade de um método radiográfico de avaliação da idade 
óssea vertebral em indivíduos com síndrome de Down, e criação de um 
método específico para idade óssea nestes indivíduos, por meio de 
radiografias cefalométricas laterais [dissertação]. São José dos Campos: 
Faculdade de Odontologia de São José dos Campos, Universidade Estadual 
Paulista; 2008. 
RESUMO
O objetivo neste trabalho foi verificar a aplicabilidade do método de avaliação da 
idade óssea vertebral desenvolvido por Caldas, para brasileiros, quando 
empregado em indivíduos portadores da síndrome de Down. Foram utilizados 
cinqüenta e sete prontuários de indivíduos portadores da síndrome de Down, dos 
sexos masculino e feminino, com idades variando de 5 a 18 anos, os quais 
continham radiografias cefalométricas laterais e radiografias de mão e punho, 
obtidas na mesma data, e mais quarenta e oito prontuários de indivíduos não 
portadores da síndrome de Down (grupo controle). Para as radiografias de mão 
e punho foi aplicado o método de Tanner e Whitehouse (TW3) e obtivemos a 
idade óssea. Com as radiografias cefalométricas laterais aplicamos o método de 
Caldas e obtivemos a idade óssea vertebral. Com a obtenção da idade óssea, 
idade óssea vertebral e cronológica do mesmo paciente, concluiu-se que existe 
diferença estatisticamente significante entre as três idades para o grupo controle 
do sexo masculino e feminino e para portadores da síndrome de Down do sexo 
feminino. Assim, o método descrito por Caldas, foi aplicável apenas em 
portadores da síndrome de Down do sexo masculino. Embasados nestes 
resultados foi criada uma fórmula para a obtenção da idade óssea em portadores 
da síndrome de Down por meio de radiografias cefalométricas laterais. 
PALAVRAS-CHAVE: Síndrome de Down; desenvolvimento ósseo; vértebras 
cervicais; crescimento e desenvolvimento. 
1 INTRODUÇÃO
A síndrome de Down caracteriza-se por deficiência mental 
e inúmeras anomalias físicas, conseqüentes da trissomia do cromossomo 
21. Langdon Down, em 1866 fez a primeira descrição de indivíduos com 
as características de trissomia do cromossomo 21, tendo o nome de 
idiotia mongoliana, a qual caiu em desuso devido à recomendação da 
Organização Mundial de Saúde (OMS), e posteriormente designado 
síndrome de Down6.
Os indivíduos portadores desta síndrome apresentam 
como principal característica o comprometimento intelectual, além de 
outras alterações clínicas como: hipotonia muscular, fissura palpebral 
oblíqua, mãos largas e dedos curtos, deficiências cardíacas, microcefalia, 
baixa estatura, orelhas displásicas e de baixa implantação, instabilidade 
rótulo-femural, instabilidade atlanto-axial, hiper-extensão articular, 
aumento da vascularização retiniana, deficiência imunológica, língua 
fissurada, anomalias dentárias, mordida aberta, macroglossia, alta 
incidência de doença periodontal e baixa prevalência de cárie 26.
O crescimento e desenvolvimento do ser humano são 
processos graduais, e estão associados a diversas mudanças físicas. A 
idade cronológica, ou seja, o período de tempo compreendido entre a 
fecundação e a idade em que o indivíduo se encontra, não é um critério 
suficiente para análise do seu crescimento e desenvolvimento, 
necessitando relacioná-la a outros índices biológicos. 
A avaliação do desenvolvimento humano na Odontologia 
se baseia principalmente, na maturação óssea e na mineralização 
dentária. Concentra-se grande parte da atividade profissional na 
11
interpretação dos fatores relacionados ao crescimento e ao 
desenvolvimento facial dos indivíduos. Considerando esta informação, 
justifica-se o uso constante de radiografias panorâmica, de mão e punho 
para análise do desenvolvimento dentário e ósseo respectivamente. São 
utilizadas com maior intensidade em algumas especialidades da 
Odontologia uma vez que atuam diretamente relacionadas ao crescimento 
humano2.
Guzzi e Carvalho14 salientaram que a avaliação da 
maturidade esquelética, por meio das radiografias de mão e punho, faz 
parte da listagem dos exames complementares utilizados para diagnóstico 
e planejamento do tratamento ortodôntico. 
A preocupação em proteger os pacientes frente ao uso 
das radiações ionizantes é cada vez mais difundida na classe 
odontológica. Isso pode ser verificado na incessante busca de novos 
métodos de avaliação do desenvolvimento humano. Em detrimento disto, 
atualmente, existe a possibilidade de se utilizaras vértebras cervicais 
para a verificação do desenvolvimento ósseo já que a radiografia 
cefalométrica lateral, sendo um exame de eleição no protocolo da 
Ortodontia e Ortopedia Facial e sua visualização possível neste exame, 
possa substituir a radiografia de mão e punho. Fato este que implicaria na 
redução das radiações ionizantes recebidas pelo indivíduo que é 
submetido aos exames radiográficos o que zelaria pelo controle dos 
efeitos biológicos7.
Atualmente, o método idealizado por Lamparski 20 e
modificado por Hassel e Farman17, no qual se analisa a maturação óssea 
da segunda à quarta vértebra cervical, verifica-se que é um modo 
alternativo muito prático e confiável para ser utilizado como estimador de 
idade óssea. Segundo O’Reilly e Yanniello29 o estudo do 
desenvolvimento e idade óssea pelas vértebras cervicais é válido e 
reprodutível quanto comparado ao método que utiliza as radiografias de 
mão e punho.
12
Tendo em vista que o desenvolvimento ósseo das 
crianças com síndrome de Down varia quando comparado aos sem 
síndrome, novos estudos em portadores da síndrome devem ser 
realizados no intuito de trazer maiores esclarecimentos e melhorar a 
qualidade de vida desses indivíduos.
2 REVISÃO DA LITERATURA 
Para facilitar o entendimento, os assuntos foram 
abordados separadamente em tópicos. 
2.1 Síndrome de Down 
Coelho et al.6, em 1982 mostraram que a primeira 
descrição das características de crianças com trissomia do cromossomo 
21 ocorreu em 1866, e na ocasião denominada de idiotia mongoliana, 
devido as semelhanças físicas dos indivíduos afetados às pessoas da 
raça mongólica. Posteriormente esta aberração cromossômica ficou 
denominada síndrome de Down, que também é conhecida como trissomia 
do cromossomo 21, é de grande interesse para o cirurgião dentista, pois, 
está associada com varias anomalias craniofaciais e dentais. Caracteriza-
se por retardamento mental e inúmeras anomalias físicas, conseqüente 
da existência de material genético extra no cromossomo 21. 
Rey et al.31, em 1991 concluíram que os portadores de 
síndrome de Down apresentam aspectos das formas orbitárias 
amendoados, e seu desenvolvimento craniofacial diverge quanto às taxas 
de crescimento maxilar e da pneumatização dos seios maxilares. Em 
relação à oclusão das arcadas, são observadas desarmonias oclusais 
importantes, como uma oclusão classe III de Angle e também mordida 
cruzada anterior e ou posterior, bem como mordida aberta anterior, e 
14
quanto aos aspectos dentários são observados ausências congênitas, 
anodontias, microdontias, retardo na formação radicular, hipoplasias e 
fusões, bem como retardo de erupção dentária, em ambas as dentições. 
Ferreira et al.9, em 1993 utilizando 80 radiografias 
panorâmicas de portadores de síndrome de Down, do sexo masculino e 
feminino, concluíram que apresentam agenesias dentárias 
estatisticamente não significantes : 
a) entre os dentes superiores de indivíduos do sexo 
masculino comparados aos do sexo feminino; 
b) entre os dentes inferiores de indivíduos do sexo 
masculino comparados aos do sexo feminino.
E apresentam agenesias estatisticamente significantes, quando 
comparadas às arcadas superiores e inferiores no sexo masculino e 
feminino. O maior número de dentes em agenesias, em ordem 
decrescente são os incisivos laterais superiores, segundos pré-molares 
superiores, incisivos laterais inferiores e segundos pré-molares 
inferiores. Os portadores da síndrome, do sexo masculino, exibem 
agenesia, praticamente, só dos incisivos laterais superiores. 
Ferreira et al.10, em 1998 examinaram clínica e 
radiograficamente 1.988 dentes de 71 pacientes com síndrome de Down, 
leucodermas do sexo masculino e feminino, sendo 38 do sexo feminino e 
33 do sexo masculino e idade de 9 a 36 anos. Com isso observaram que: 
a) não ocorreu giroversão nos incisivos centrais e 
molares, tanto superiores quanto inferiores, no sexo 
masculino e feminino; 
b) os pré-molares de indivíduos do sexo masculino e 
feminino, tanto superiores quanto inferiores foram os 
elementos dentais que mais apresentaram 
giroversões, seguido dos caninos; 
c) o maior percentual de dentes com giroversão foi 
encontrado no sexo feminino. 
15
Sannomiya et al.33, em 1998, obtiveram uma amostra de 
81 crianças portadoras de síndrome de Down, entre 6 e 15 anos de idade, 
as quais foram submetidas a incidências radiográficas da mão e punho do 
lado esquerdo. O método para avaliação da idade óssea constituiu na 
comparação das radiografias obtidas da mão e punho, com os padrões 
estabelecidos no atlas de Greulich e Pyle15 (1959). Pelos resultados 
obtidos concluíram que:
a) o grupo de 120 a 155 meses do sexo feminino, e o 
grupo de 156 a 180 meses do sexo masculino, 
apresentaram diferenças estatisticamente 
significantes quando da análise entre idade 
cronológica e idade óssea; 
 b) o atlas de Greulich e Pyle15 pode ser utilizado para 
estimativa da idade óssea em indivíduos portadores 
da síndrome de Down, com exceção dos grupos 
citados a cima para os respectivos sexos. 
Aguiar2 em 1998, em sua tese analisou 
morfométricamente os ossos do carpo e metacarpo de crianças com 
síndrome de Down e comparou com imagens destes mesmos ossos de 
crianças não portadoras da síndrome, com as mesmas idades do sexo 
masculino e feminino. Feita à estatística dos resultados podem se 
observar que as meninas portadoras da síndrome apresentaram 
desenvolvimento ósseo menor que o apresentado pelas meninas sem 
síndrome; as meninas portadoras da síndrome apresentaram 
desenvolvimento ósseo menor que os meninos também portadores da 
síndrome de Down, e os meninos portadores da síndrome apresentaram 
desenvolvimento ósseo semelhante ao dos meninos sem síndrome em 
relação aos picos de crescimento dos quatorze e quinze anos. 
Silva et al.36, em 2003 mostraram em seu trabalho que as 
crianças com síndrome de Down apresentam atraso na erupção dentária, 
tanto dos decíduos quanto dos permanentes, comparadas com crianças 
16
fenotipicamente normais. A dentição decídua das crianças com síndrome 
de Down se completa entre os 3 e 4 anos de idade, e os incisivos laterais 
permanentes superiores e inferiores apresentaram erupção atrasada. 
Papich et al.30, em 2005 estudaram a mastigação e a 
oclusão dentária em portadores da síndrome de Down, observando que 
apresentam mastigação inadequada, caracterizada por mordida lateral do 
alimento, falta de velamento labial, mobilidade mandibular verticalizada, 
alteração de mobilidade na língua. Todos os aspectos citados, somados a 
uma oclusão e mordida alteradas encontradas nestes indivíduos, fazem 
com que haja necessidade de uma alimentação adaptada. 
Sannomiya et al.34, em 2005, verificaram a existência da 
correlação entre as idades cronológica e óssea estimada em pacientes 
portadores de síndrome de Down, entre indivíduos de 5 a 16 anos, 
fizeram uso de radiografias de mão e punho esquerdos avaliados através 
do método de Eklöf e Ringertz, pelo programa denominado Radiocef da 
Radiomemory (Belo Horizonte- Brasil). Os resultados mostraram que a 
idade cronológica é de dois anos e cinco meses maior que a idade óssea 
estimada e, portanto, o índice proposto por Eklöf e Ringertz não é 
confiável na avaliação desses parâmetros em indivíduos com síndrome de 
Down.
2.2. Desenvolvimento ósseo da mão e punho
Greulich e Pyle15, em 1959, apresentaram padrões de 
desenvolvimento ósseo da mão e punho de 133 crianças americanas de 0 
a 18 anos. O objetivo do estudo foi demonstrar que crianças sem 
síndrome apresentam variações na velocidade de maturação, de acordo 
com a idade. Os autores encontraram diferenças acentuadas nas idades 
17
para o início do aparecimento dos centros de ossificação. Esta 
observação sugere que, na época do início da ossificação um centro pode 
estar sujeito a influências que afetam temporariamente sua velocidade de 
crescimento,mas que podem não afetar o processo de desenvolvimento 
ósseo geral.
Tanner e Whitehouse37 em 1959 desenvolveram um 
método em que cada centro de ossificação selecionado receberia um 
escore correspondente, a somatória dos escores determinaria um valor 
que levado a tabela criada pelo autor e indicaria a idade óssea. Esse 
método foi baseado em uma amostra de 1500 crianças inglesas. 
Acheson et al.1, em 1966 estimaram o erro intrínseco dos 
métodos de Greulich e Pyle15 e Tanner e Whitehouse37 (TW1), utilizando 
50 radiografias de mão e punho de 25 meninos e 25 meninas, entre 2 e 
18 anos de idade. As radiografias foram avaliadas duas vezes por 6 
observadores, os quais foram instruídos a estudar a introdução do atlas 
de Greulich e Pyle15 e o texto que acompanha o método TW1. Após a 
análise dos resultados encontrou-se que as idades ósseas estimadas pelo 
Atlas de Greulich e Pyle15 foram menores que aquelas determinadas pelo 
método TW1 em aproximadamente um ano. Os autores concluíram que o 
método TW1 gera menor variação que o Atlas de Greulich e Pyle15,
proporcionando menores erros sistemáticos. Segundo os autores, as 
diferenças entre ambos os métodos na estimativa da idade óssea, podem 
ser atribuídas ao fato das populações utilizadas para o desenho destes 
sistemas terem se desenvolvido sob circunstâncias ambientais diferentes, 
o que levou a maturidade em épocas diferentes. 
Em 1967 Eklöf e Ringertz8 propuseram um método 
baseado em medições lineares das seguintes áreas da mão e punho: 
largura da epífise distal do rádio comprimento do capitato, largura do 
capitato, comprimento do hamato, largura do hamato, comprimento do 2º, 
3º e 4º metacarpo e comprimento das falanges proximais do 2º e 3º 
dedos. Cada centro de ossificação é medido, sendo esse valor 
18
comparado com o de uma tabela de acordo com o sexo. É realizada a 
somatória dos valores encontrados na tabela, subtrai a sua média e 
obtém-se a idade óssea. Esse método foi baseado em crianças suecas 
com idade variando de 1 a 15 anos. 
Kimura18 em 1975 relacionou as idades cronológica e 
óssea, discutindo o crescimento do segundo metacarpo, baseado em 
radiografias de mão e punho, em 499 meninos e 424 meninas japonesas, 
de 1 a 18 anos. Verificou que a largura do osso progride paralelamente 
nos dois sexos, até a adolescência, quando ocorre um aumento mais 
rápido nos meninos. Os índices comprimento, e largura são sempre 
maiores nos meninos, mas as diferenças entre os sexos se tornam 
significantes após a adolescência. Por estes fatos, são identificadas duas 
diferenças entre os sexos para crescimento e desenvolvimento do 
segundo metacarpo na pré e pós-adolescência. Na pré-adolescência, 
essencialmente as meninas aparentam avanço no desenvolvimento, 
enquanto que na pós-adolescência, ocorre um maior aumento de 
comprimento nos meninos, o que parece ser a característica das 
diferenças entre os sexos.
Tavano40 em 1976 comparou a estimativa da idade óssea 
determinada pelos índices de Greulich e Pyle (1959); Tanner e 
Whitehouse (1959); Schmid e Moll (1960) e Eklöf e Ringertz (1967) em 
590 crianças brasileiras, do sexo masculino e feminino, leucodermas, na 
faixa etária de 3 a 17 anos. Os índices de Tanner e Whitehouse (1959) e 
Schmid e Moll (1960) foram utilizada de duas maneiras, completa e 
simplificada, e comparadas entre si. Por meio de uma análise da 
aplicabilidade desses índices em relação à população estudada, o autor 
fez considerações para cada índice. No índice americano Greulich e Pyle, 
observaram precocidades das crianças brasileiras nas menores idades, 
ocorrendo o inverso para os adolescentes; para o índice inglês de Tanner 
e Whitehouse, no sexo masculino, ocorreu precocidade no 
desenvolvimento ósseo nas menores idades e atraso nas maiores e o 
19
inverso para o sexo feminino. No índice alemão de Schmid e Moll 
observaram precocidade para o sexo masculino, ocorrendo o inverso para 
o feminino. Para o índice sueco Eklöf e Ringertz verificaram, para o sexo 
masculino e feminino, atraso no desenvolvimento ósseo nas idades 
menores, ocorrendo o inverso para os adolescentes. O autor concluiu 
haver significância estatística para todas as correlações estudadas, 
demonstrando a existência de uma grande relação entre os índices e a 
idade cronológica. Entre os índices estudados, o de Eklöf e Ringertz foi o 
que mostrou a maior correlação com a idade cronológica (0,98 para o 
masculino e 0,97 para o feminino). 
Marshall21 em 1976 afirmou que o sexo feminino é, em 
média, dois anos e meio adiantado em relação aos meninos, embora varie 
amplamente em intensidade e duração de um jovem para outro. O surto 
de crescimento puberal geralmente tem a mesma duração para sexo 
masculino e feminino. Os anos da adolescência transformam uma criança 
em adulto, capaz de realizar todas as funções biológicas da maturidade. 
O número de massa óssea diminui, com a fusão das epífises e diáfises e 
queda dos dentes decíduos. 
 Em 1983 Tanner et al.38, apresentaram uma versão 
revisada de seu método descrito em 1959, chamada de Tanner e 
Whitehouse (TW2). Neste sistema existiam índices de maturidade 
separados para os ossos carpais, e, para o rádio, ulna e ossos curtos 
(RUS) conservando ainda o método de vinte ossos (TW2-20). Nesta 
versão foram excluídos os estágios finais de maturação do rádio e ulna, 
assim como de alguns ossos carpais, devido ao fato dos autores 
considerarem a avaliação difícil e pouco confiável. Foram separadas por 
sexo as tabelas de escores de maturidade esquelética e refinado o 
procedimento matemático para designar os valores dos estágios de 
maturação. Foi feito um estudo em 1990 por Freitas et al.12, que 
observaram existir no sexo masculino e feminino a significância estatística 
20
nas correlações entre idade cronológica, idade puberal, estatural, óssea e 
dentária.
Segundo Moyers28 em 1991, o crescimento é definido 
como as mudanças na quantidade de substância viva. O aspecto 
quantitativo do desenvolvimento biológico é medido em unidades de 
tempo (peso, altura). O desenvolvimento pode ser definido como toda 
série de eventos em seqüências normais entre a fertilização do ovo e o 
estado adulto. Maturação significa pleno desenvolvimento, a estabilização 
do estado adulto efetuado pelo crescimento e desenvolvimento. 
Moraes et al.23, em 1994 realizaram um estudo com o 
objetivo de comparar os índices de idade óssea com a idade cronológica 
em uma amostra constituída por 222 indivíduos do sexo masculino e 
feminino, leucodermas, da cidade de São José dos Campos, numa faixa 
etária compreendida entre 3,5 a 14 anos, divididos em grupos de cinco 
elementos num intervalo de idade cronológica de 6 meses. Foram obtidas 
radiografias carpais, analisadas pelo método de Greulich e Pyle
15
 para a 
obtenção da idade óssea, sendo posteriormente comparada com a 
cronológica. Os resultados obtidos demonstraram um atraso na idade 
óssea para o sexo masculino e feminino, apesar de observar-se uma 
precocidade do sexo feminino em relação ao masculino. Os autores 
concluíram que os padrões estrangeiros de desenvolvimento utilizados 
para a estimativa da idade óssea não se ajustam às crianças brasileiras, 
propiciando a obtenção de resultados imprecisos. 
Moraes24, em 1995 fez um estudo através de radiografias 
carpais, onde verificou a existência de assimetria no desenvolvimento 
entre a mão direita e esquerda para o cálculo da idade óssea, sendo a 
assimetria não significativa, permitindo a utilização de qualquer uma das 
mãos sem que haja diferença no resultado da idade óssea. 
Em 1997, Moraes25 utilizando uma amostra de 244 
indivíduos de sexo masculino e feminino com idade variando entre 84 a 
191 meses, por meio de radiografias panorâmicas e de mão e punho do 
21
mesmo indivíduo, observou que existe uma correlação positiva entre as 
médias das idades cronológicas, dentária e óssea, quando agrupadasde 
acordo com as fases do surto de crescimento puberal. 
Em 2000, Guzzi e Carvalho14 estimaram a maturidade 
óssea em radiografias de mão e punho de 95 crianças brasileiras do sexo 
masculino e feminino, entre 9 anos e 1 mês e 16 anos e 8 meses de idade 
cronológica. Para a estimativa da idade óssea foi utilizado o atlas de 
Greulich e Pyle
15
 (1959) e também foram construídas curvas de 
crescimento para determinar a idade do surto de crescimento puberal. Os 
autores observaram que a idade óssea estimada foi superior a idade 
cronológica nos indivíduos do sexo feminino e inferior no sexo masculino. 
A idade média em que ocorre o surto de crescimento puberal foi de 11 
anos e 9 meses para as meninas e de 13 anos e 11 meses para os 
meninos.
Haiter Neto et al.
16
em 2000 verificaram a precisão dos 
métodos de Greulich e Pyle
15 
(1959) e Tanner e Whitehouse37 (1959) na 
determinação da idade óssea. A amostra foi composta por 160 indivíduos 
tanto do sexo feminino quanto do masculino com idade cronológica entre 
seis anos e dez meses a 14 anos e nove meses. Foram divididos em 
grupos de dez indivíduos – metade para cada sexo - e por períodos de 
seis meses entre eles. Verificaram que houve uma super estimativa da 
idade para os indivíduos do sexo feminino e uma subestimativa para os 
do masculino. Obtiveram também que a correlação linear entre as duas 
idades foi positiva e significativa a 1%, sendo considerada quase perfeita. 
Mesmo obtendo uma alta correlação, destacou que se faz necessário o 
cálculo da equação da reta para ajustar os métodos empregados à 
população brasileira. Concluíram que os métodos apresentaram alta 
correlação com a idade cronológica, mas necessário realizar uma 
correção para ser aplicado em outras populações.
22
Em 2003 Tanner et al.39, modificaram o método Tanner e 
Whitehouse38(TW2), denominando-o de Tanner e Whitehouse39(TW3). Foi 
abolido o sistema de vinte ossos, permanecendo apenas RUS e 
CARPAIS. Os estágios e os escores atribuídos aos ossos da mão e 
punho permaneceram inalterados, porém foram modificadas as idades 
ósseas.
Kurita19 em 2004 analisou a idade dentária e óssea em 
indivíduos cearenses. Para a estimativa da idade óssea usou os métodos 
de Greulich e Pyle15 (1959), Eklöf e Ringertz8(1967) e Tanner e 
Whitehouse 38 (2003) em uma amostra de 360 indivíduos, entre 82 e 189 
meses de idade, divididos em 18 faixas etárias, de acordo com a idade 
cronológica. Para a estimativa da idade óssea pelo método de Greulich e 
Pyle, as radiografias de mão e punho de cada paciente foram 
comparadas com as pranchas radiográficas padronizadas do Atlas de 
Greulich e Pyle. Quanto ao método de TW3 (RUS), são obtidos escores 
de acordo com estágio de mineralização dos centros de ossificação 
estudados, somados estes estágios, o resultado obtido é transformado em 
idade óssea por meio das tabelas propostas pelos autores. Para o Eklöf e 
Ringertz, usou o método computadorizado, por meio de um programa 
denominado Radiocef 2000, onde foram analisados 8 centros de 
ossificação, obtendo 10 valores lineares de comprimento e/ou largura. 
Então com este estudo o autor observou que: a) a correlação entre as 
idades dentária e cronológica para o sexo masculino não apresentaram 
diferenças estatisticamente significativas entre os métodos estudados; 
mas apresentaram diferenças entre os métodos e a idade cronológica; e 
para o sexo feminino teve diferenças estatísticas entre os métodos e 
destes com a idade cronológica; b) a correlação entre a idade óssea e 
idade cronológica não apresentou diferenças estatisticamente 
significantes para o sexo masculino; e para o sexo feminino o método de 
Eklöf e Ringertz apresentou diferenças estatisticamente significativas com 
a idade cronológica.e os outros métodos. 
23
Damian et al.7, em 2006, utilizaram 210 radiografias 
carpais e radiografias cefalométricas laterais de indivíduos do sexo 
masculino e feminino, com idade entre 7 e 18 anos. As radiografias 
carpais foram utilizadas na determinação do Índice de Maturação Carpal 
(IMC) e as radiografias cefalométricas laterais na determinação do Índice 
de Maturação Vertebral (IMV). Cada grupo de radiografias foi examinado 
e reexaminado por 4 avaliadores, para analisar a confiabilidade de cada 
índice, e ainda foi realizada a comparação entre os estágios do IMC e do 
IMV, para avaliar a correlação entre os índices. Os resultados 
demonstraram que não houve diferença estatisticamente significante entre 
os 4 observadores nas avaliações do IMC e do IMV, e nem na 
comparação entre os índices citados. Então se observou que: (a ) tanto o 
Índice de Maturação Carpal (IMC) quanto o Índice de Maturação Vertebral 
(IMV), de acordo com os métodos de avaliação propostos neste estudo, 
são confiáveis para avaliar a maturação óssea na população delimitada 
para a pesquisa, (b ) houve correlação positiva entre os dois índices de 
maturação esquelética avaliados (IMC e IMV), (c ) sugere-se que o 
profissional tenha cautela em considerar o exame das vértebras cervicais 
um método absoluto para avaliação da maturação esquelética de 
pacientes em crescimento, enquanto não houver familiarização deste 
profissional com o método. 
Santos35 em 2007 utilizou 85 radiografias, sendo 52 de 
indivíduos do sexo masculino e 33 do sexo feminino, ambos portadores 
de síndrome de Down, e teve como objetivo verificar qual dos métodos 
Greulich e Pyle, Eklöf e Ringertz, ou Tanner e Whitehouse mais se 
aproximam da idade cronológica em indivíduos com síndrome de Down, 
na faixa etária entre 61 e 180 meses de idade cronológica, por meio de 
radiografias de mão e punho. E observou que:
a) as idades ósseas, pelos métodos de TW3 e Greulich e 
Pyle, são adiantadas em relação à idade cronológica e não existiram 
24
diferenças estatisticamente significantes entre os indivíduos do sexo 
feminino e masculino;
b) as idades ósseas, pelo método de Eklöf e Ringertz são 
atrasadas em relação à idade cronológica e existiram diferenças 
estatisticamente significantes entre os indivíduos do sexo feminino e do 
masculino; os métodos de verificação das idades ósseas TW3 e Greulich 
e Pyle foram estatisticamente iguais entre si e diferentes do método de 
Eklöf e Ringertz; e os métodos de TW3 e Greulich e Pyle são os que mais 
se aproximam das idades cronológicas, seguidos do Eklöf e Ringertz. 
2.3. Desenvolvimento vertebral 
Em 1963 Bench
3
investigou o desenvolvimento da coluna 
cervical e sua relação com outras estruturas ósseas da face e com a 
mineralização dentária. Realizou mensurações a partir do plano de 
Frankfurt por uma perpendicular que passava ao centro das vértebras 
cervicais e verificou que nos dois primeiros anos de vida, a morfologia da 
primeira, segunda e terceira vértebras cervicais são estáveis e concluiu 
que as vértebras cervicais podem ser consideradas como parâmetro no 
diagnóstico para o tratamento ortodôntico.
Em 1972 Lamparski20, concluiu que as vértebras cervicais 
avaliadas rotineiramente através de radiografias cefalométricas laterais 
eram clínica e estatisticamente confiáveis na avaliação da idade 
esqueletal tanto quanto a avaliação feita pela técnica radiográfica de mão 
e punho. 
O’Reilly e Yanniello
29
em 1988 estudaram a relação entre 
a maturação óssea das vértebras cervicais e as mudanças do 
25
crescimento mandibular. Analisaram 13 radiografias cefalométricas 
laterais de indivíduos do sexo feminino com idades entre 9 e 15 anos. 
Utilizaram a média das idades nos estágios de desenvolvimento ósseo 
cervical para realizar uma curva que foi sobreposta à curva de 
crescimento puberal. Observaram que os estágios de maturação de 
vértebras cervicais um, dois e três aparecem antes do pico de velocidade 
de crescimento, na fase de aceleração, enquanto os estágios quatro e 
cinco, após o pico, ou seja, na fase da desaceleração. Destacaram ainda 
que a radiografia cefalométricalateral é aceitável e válida como a 
radiografia de mão e punho para a análise da idade óssea. Concluíram 
que são estatisticamente significantes e correlatas as alterações 
mandibulares com os estágios de desenvolvimento ósseo. 
Hassel e Farman17 em 1995 avaliaram a maturação 
esquelética das vértebras C2, C3 e C4, visualizadas em radiografias 
cefalométricas laterais, e correlacionaram com a maturação óssea de mão 
e punho. Destacaram que a maturação óssea é mais equivalente com a 
maturação sexual do que com a estatura. Desenvolveram um índice de 
maturação vertebral dividido em seis estágios distintos: iniciação, 
aceleração, transição, desaceleração, maturação e finalização. Utilizaram 
11 grupos com dez indivíduos do sexo feminino e dez do sexo masculino, 
perfazendo um total de 220 pacientes. A faixa etária utilizada foi entre 8 e 
18 anos. Verificaram que as mudanças morfológicas nas vértebras podem 
denotar os diferentes estágios de crescimento de um indivíduo, sendo um 
método confiável.
Garcia-Fernandez et al.13, em 1998 determinaram a 
possível correlação entre a maturação óssea das vértebras cervicais com 
a mão e punho de 113 pacientes mexicanos, dos quais 50 do sexo 
feminino e 63 do sexo masculino. A faixa etária utilizada foi entre 9 e 18 
anos, com todas as radiografias, de mão e punho e cefalométricas 
laterais, tiradas no mesmo dia. Os métodos usados para as análises 
foram de Fishman (1982) para as falanges e o de Hassel e Farman (1995) 
26
para as vértebras. Obtiveram em todas as faixas etárias, a correlação 
positiva e alta dos dois métodos. Concluíram que a hipótese é verdadeira, 
já que não houve diferença entre os métodos aplicados tanto para os 
indivíduos do sexo feminino quanto para os do masculino. Afirmaram 
ainda que a maturação óssea das vértebras cervicais é uma técnica 
neutra para as diferentes etnias.
Segundo Román et al.32, em 2002, o método baseado nas 
características morfológicas do corpo de vértebras cervicais pode ser 
usado, em vez da radiografia de mão e punho, para designar a evolução 
do estágio de maturação que o indivíduo se encontra. Na amostra 
investigada o método de classificação de Hassel e Farman17 (1995) se 
mostra superior ao método de Lamparski20, já que este não se mostrou 
suficientemente apurado para ser usado em pacientes do sexo masculino. 
Também em 2002, Mito et al.22, estabeleceram um novo 
método para avaliar objetivamente a maturação óssea por meio das 
radiografias cefalométricas laterais. Para se ter um parâmetro, utilizou o 
método de Tanner e Whitehouse38 (1983) em 66 pacientes femininos, 
enquanto que a análise das idades ósseas pelas vértebras cervicais foi 
avaliada em 176 indivíduos do sexo feminino. O método para se obter as 
idades ósseas foi realizado pelas medidas de altura e largura dos corpos 
vertebrais. Verificaram que a correlação entre a idade óssea pela mão e 
punho e pela maturação das vértebras cervicais foi estatisticamente 
significante. Utilizaram à mensuração dos corpos vertebrais da C3 e C4 
porque são fáceis de medir uma vez que a C1 e C2 têm uma morfologia 
típica a qual dificulta sua análise. A diferença entre as idades ósseas foi 
pequena e insignificante estatisticamente se comparado com a idade 
cronológica. Concluíram que para a obtenção da idade óssea pelas 
vértebras cervicais é viável que se faça o estudo com detalhes e 
objetivamente pela radiografia cefalométrica. 
Flores-Mir et al.11, 2006 avaliaram 79 radiografias de mão 
e punho juntamente com cefalométricas laterais, realizadas em indivíduos 
27
do sexo masculino e feminino, e afirmaram que a correlação entre o 
estágio de maturação através das vértebras cervicais e mão e punho, 
podem ser usados nas diferentes fases da maturação esqueletal dos 
indivíduos.
Morihisa27 em 2005 avaliou o diagnóstico, o plano de 
tratamento e o prognóstico no tratamento ortodôntico ortopédico de 
crianças e adolescentes, fundamenta-se no grau de maturação 
esquelética e no potencial de crescimento, sendo que as idades 
cronológica e esquelética nem sempre coincidem. Para constatar a idade 
esquelética podem-se utilizar alguns métodos como o carpal e o das 
vértebras cervicais. A radiografia carpal é o mais antigo, fornecendo uma 
visão da região de mão e punho, onde se verificam os indicadores da 
maturidade. A grande preocupação, relacionada à simplificação dos 
recursos de diagnóstico e redução de exposições radiográficas do 
paciente levou os pesquisadores à análise da maturidade esquelética 
utilizando a radiografia cefalométrica lateral, pela visualização das 
vértebras cervicais. Neste trabalho os métodos carpal e da radiografia 
cefalométrica lateral são revisados e comparados, quanto à confiabilidade 
e aplicabilidade para a avaliação da maturação esquelética. Verifica-se na 
literatura pesquisada que ambos os métodos apresentam concordância 
na avaliação da maturação esquelética; entretanto a observação das 
vértebras cervicais vem tendo muita aplicabilidade, permitindo dados 
diagnósticos relevantes à prática ortodôntica. 
Vieira et al.41 em 2006 averiguaram a existência de 
diferenças no efetivo da face média, pela medida de comprimento efetivo 
da maxila (Co-A), entre indivíduos do sexo masculino e feminino, 
leucodermas, apresentando padrões esqueléticos Classe I e Classe II, na 
faixa etária dos sete aos treze anos, e as mesmas fases de maturação 
óssea das vértebras cervicais. A amostra foi formada por 160 radiografias 
cefalométricas laterais de indivíduos sem prévio tratamento ortodôntico ou 
ortopédico facial. Os resultados mostraram não existir diferença 
28
estatisticamente significante entre os indivíduos com padrão esquelético 
Classe I e padrão esquelético Classe II, nem entre o sexo masculino e 
feminino. Apenas a variação da medida Co-A na fase 1 (iniciação) de 
maturação das vértebras cervicais foi estatisticamente menor do que as 
demais fases (2 = aceleração, 3 = transição e 4 = desaceleração) nos dois 
grupos estudados. Concluímos que tanto indivíduos apresentando 
padrões esqueléticos Classe I como Classe II, dos sexos masculino e 
feminino, apresentaram o comprimento efetivo da face média semelhante, 
nas fases de maturação óssea das vértebras cervicais estudadas.
Caldas4 em 2007 avaliou a aplicabilidade do método de 
análise da idade óssea das vértebras cervicais desenvolvido por Mito et 
al.22 (2002) em meninas japonesas na população brasileira, assim como 
estabeleceu dois novos métodos para meninas e meninos brasileiros, no 
intuito de determinar de forma objetiva a maturação esquelética das 
vértebras cervicais em radiografias cefalométricas laterais. Utilizou 
radiografias cefalométricas e radiografias de mão e punho de 128 
meninas e 110 meninos, entre a faixa etária de 7 a 15,9 anos, determinou 
a idade óssea das vértebras cervicais pelo método de Mito et al.22, e a 
idade óssea foi determinada pelo método TW3. A idade óssea foi usada 
como padrão ouro para determinar a confiabilidade do método de Mito. O 
terceiro e quarto corpos das vértebras cervicais foram traçados, medidos 
e criada à fórmula de regressão, no intuito de se estabelecer a idade 
óssea das vértebras cervicais de meninos e meninas brasileiros. Os 
resultados obtidos revelaram que houve diferença estatística significante 
entre idade vertebral e idade cronológica e entre idade esquelética e 
idade cronológica para a população feminina. Ao contrário, a amostra 
masculina revelou diferença estatística significante entre idade vertebral e 
idade esquelética e entre idade vertebral e idade cronológica. A criação 
das fórmulas para meninos e meninas brasileiros para a análise objetiva 
da maturação esquelética das vértebras cervicais revelou não haver 
diferença estatística entre idade óssea da vértebra cervical, idade 
29
esquelética e idade cronológica, então concluiu que o método de Mito 
pode ser aplicado somente em meninasbrasileiras e que as fórmulas 
desenvolvidas para avaliação objetiva da idade óssea das vértebras 
cervicais de meninos e meninas brasileiros são confiáveis e podem ser 
utilizadas. 
3 PROPOSIÇÂO 
O objetivo nesta pesquisa consiste em:
a) verificar a aplicabilidade do método de avaliação da 
idade óssea vertebral desenvolvido por Caldas4 para 
indivíduos não portadores da síndrome de Down, 
quando aplicado em portadores. 
b) no caso da não aplicabilidade, foi criada uma fórmula 
para a obtenção da idade óssea por meio das medidas 
das vértebras cervicais C3 e C4 em radiografias 
cefalométricas laterais, para portadores da síndrome 
de Down. 
4 MATERIAL E MÉTODO
4.1 Amostra 
Após aprovado pelo comitê de Ética em Pesquisa desta 
instituição sob o protocolo número 018/2007-PH/CEP (Anexo A), foram 
selecionados, cento e cinco prontuários do arquivo da Disciplina de 
Radiologia do Departamento de Diagnóstico e Cirurgia da Faculdade de 
Odontologia de São José dos Campos, Universidade Estadual Paulista 
“Júlio de Mesquita Filho” – Unesp, que foram divididos em 2 grupos: 
(Grupo I) Down: 57 prontuários de indivíduos portadores 
da Síndrome de Down, sendo 23 do sexo feminino e 34 do sexo 
masculino. 
(Grupo II) controle: 48 prontuários de indivíduos não 
portadores da Síndrome de Down, sendo 24 do sexo feminino e 24 do 
sexo masculino. 
Os dois grupos foram formados por indivíduos com idades 
variando de 5 a 18 anos, que apresentavam radiografias cefalométricas 
laterais e radiografia de mão e punho obtidas na mesma data. 
4.2 Radiografias cefalométricas laterais 
As radiografias cefalométricas laterais foram utilizadas 
para analisar a idade óssea vertebral dos indivíduos, através do método 
32
proposto por Caldas4, o qual foi criado a partir de indivíduos brasileiros, 
dos sexos feminino e masculino, não portadores da síndrome de Down. 
Este método consiste na aplicação de uma fórmula para o 
sexo masculino e outra para o feminino, que utiliza razões matemáticas 
obtidas por medidas de variáveis dos corpos das vértebras cervicais C3 e 
C4, para a obtenção da idade óssea vertebral de cada indivíduo. 
Método proposto por Caldas4:
- Idade óssea vertebral feminina = 1,3523+6,7691x AH3/AP3 + 8,6408x 
AH4/AP4
- Idade óssea vertebral masculina = 1,4892+11,3736xAH3/AP3 + 4,8726x 
H4/AP4
Em ambas as vértebras cervicais obtiveram as variáveis: 
(AH) altura anterior do corpo vertebral, (AP) largura antero-posterior do 
corpo vertebral e (H) altura do corpo vertebral, (PH) altura posterior do 
corpo vertebral. Estas variáveis foram denominadas de AH3, AP3, H3, 
PH3 quando referente à vértebra cervical C3; e AH4, AP4, H4, PH4 
quando referente à C4 (Figura 1) 
FIGURA 1: Corpo das vértebras cervicais C3 e C4 mensurados por meio de 
radiografia cefalométrica lateral: (AH) altura anterior do corpo 
vertebral, (AP) largura antero-posterior do corpo vertebral e (H) 
altura do corpo vertebral, (PH) altura posterior do corpo vertebral. 
33
Para obtenção das variáveis foram feitos traçados dos 
corpos das vértebras cervicais C3 e C4, em papel acetato, neste traçado 
as variáveis foram medidas e aplicadas na fórmula. 
Para a obtenção do traçado foram coladas sobre as 
radiografias cefalométricas laterais folhas de papel acetato (Microimage 
4000) - Film Laser de 18 X 24 cm e espessura de 0,07 mm, com o auxílio 
de fita adesiva (Scotch 3M) de 12 X11 mm, colocadas sobre um 
negatoscópio com duas lâmpadas fluorescentes, brancas, de mesmo 
tamanho e eqüidistante. Para uma melhor visualização das radiografias 
cefalométricas laterais, os traçados foram realizados em uma sala escura. 
Para delineamento das estruturas anatômicas utilizamos uma lapiseira 
(Faber Castell poly super grip 0,5 mm) com grafite (Uni 2B de 0,5 mm), 
régua milimetrada (Desetec modelo 7130 – Trident) e borracha (Carbex 
40/20).
Os segmentos das vértebras C3 e C4 foram traçados 
manualmente e mensurados através de uma régua milimetrada e de um 
paquímetro digital. Foram realizados traçados nas vértebras cervicais C3 
e C4 em todas as radiografias cefalométricas laterais, obtidas de cada 
individuo. Foram realizadas duas repetições dos traçados, após 1 semana 
pelo menos e de maneira aleatória, visando obter uma média entre as 
medidas obtidas em cada incidência radiográfica e denominadas de idade 
óssea vertebral 1 e 2, para os portadores de síndrome de Down. Isto foi 
realizado com o intuito de minimizar a possibilidade de erro quando das 
mensurações. Todas as mensurações foram feitas por um único 
examinador, previamente treinado, autor deste trabalho. 
34
4.3 Radiografias de mão e punho 
Foi utilizado o método proposto por Tanner e 
Whitehouse39 (TW3), para obter a idade óssea por meio das radiografias 
de mão e punho dos mesmos indivíduos. Este método avalia visualmente 
13 centros de ossificação (Figuras 2 a 10) e seus oito ou nove estágios de 
desenvolvimento, cada um com seu escore individual. Após a avaliação, 
os escores (Tabelas 1 e 2) são somados e o valor comparado com o 
respectivo valor da idade óssea, na tabela proposta pelo autor (Tabelas 3 
e 4), considerando o sexo masculino e feminino em separado. 
Os 13 centros de ossificação propostos pelo autor são:
Rádio, Ulna, os Metacarpos I, III e V, as Falanges Proximais I, III e V, as 
Falanges Médias III e V e as Falanges Distais I, III e V (método RUS). 
Para cada um dos treze centros de ossificação existem oito ou nove 
estágios de desenvolvimento (Figuras de 2 a 10). 
Após a obtenção dos escores individuais (Tabelas 1 e 2), 
estes são somados e o resultado obtido é transformado em idade óssea 
através das tabelas propostas, considerando o sexo em separado 
(Tabelas 3 e 4). 
 FIGURA 2 – Estágios de maturação para o Rádio (TW3-RUS) 
35
 FIGURA 3 - Estágios de maturação para a Ulna (TW3-RUS) 
 FIGURA 4 - Estágios de maturação para o Metacarpo I (TW3-RUS) 
 FIGURA 5 - Estágios de maturação para o Metacarpo III e V (TW3-RUS) 
36
 FIGURA 6 - Estágios de maturação para a Falange Proximal I (TW3-RUS) 
FIGURA 7 - Estágios de maturação para as Falanges Proximais III e V 
(TW3-RUS) 
FIGURA 8 - Estágios de maturação para as Falanges Médias III e V 
(TW3-RUS) 
37
 FIGURA 9 - Estágios de maturação para a Falange Distal I (TW3-RUS) 
 FIGURA 10 – Estágios de maturação para as Falanges Distais III e V 
(TW3- RUS) 
38
Tabela 1 – Valores de TW3 - RUS para os escores obtidos para o sexo 
masculino
FALANGES
METACARPOS PROXIMAIS MÉDIAS DISTAIS
Escore RADIO ULNA MC I MC III MC V Fp I Fp III Fp V Fm III Fm V Fd I Fd III Fd V 
A 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
B 16 27 6 4 4 7 4 4 4 6 5 4 5
C 21 30 9 5 6 8 4 5 6 7 6 6 6
D 30 32 14 9 9 11 9 9 9 9 11 8 9
E 39 40 21 12 14 17 15 15 15 15 17 13 13
F 59 58 26 19 18 26 23 21 22 23 26 18 18
G 87 107 36 31 29 38 31 30 32 32 38 28 27
H 138 181 49 43 43 52 40 39 43 42 46 34 34
I 213 -- 67 52 52 67 53 51 52 49 66 49 48
Tabela 2 - Valores de TW3 – RUS para os escores obtidos para o sexo 
 feminino 
FALANGES
 METACARPOS PROXIMAIS MÉDIAS DISTAIS
Escore RADIO ULNA MC I MC III MC V Fp I Fp III Fp V Fm III Fm V Fd
I
Fd III Fd V 
A 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 
B 23 30 8 5 6 9 5 6 6 7 7 7 7 
C 30 33 12 8 9 11 7 7 8 8 9 8 8 
D 44 37 18 12 12 14 12 12 12 12 15 11 11 
E 56 45 24 16 17 20 19 18 18 18 22 15 15 
F 78 74 31 23 23 31 27 26 27 28 33 22 22 
G 114 118 43 37 35 44 37 35 36 35 48 33 32 
H 160 173 53 47 48 56 44 42 45 43 51 37 36 
I 218 67 53 52 67 54 51 52 49 68 49 47 
39
 Tabela 3 – Idade óssea estimada através da soma dos valores dos escores 
de maturação de TW3 – RUS para o sexo masculino
Escore de 
Maturação
Idade Óssea 
(em anos) 
Escore de 
Maturação
Idade Óssea 
(em anos) 
Escore de 
Maturação
Idade Óssea 
(em anos) 
42 2.0 214 7.0 427 12.0 
46 2.1 216 7.1 434 12.1 
50 2.2 219 7.2 441 12.2 
55 2.3 222 7.3 448 12.3 
60 2.4 225 7.4 455 12.4 
66 2.5 228 7.5 462 12.5 
70 2.6 231 7.6 47012.6 
75 2.7 234 7.7 478 12.7 
80 2.8 237 7.8 485 12.8 
86 2.9 240 7.9 493 12.9 
91 3.0 243 8.0 501 13.0 
94 3.1 246 8.1 511 13.1 
98 3.2 250 8.2 520 13.2 
101 3.3 253 8.3 530 13.3 
105 3.4 256 8.4 540 13.4 
108 3.5 259 8.5 550 13.5 
112 3.6 262 8.6 560 13.6 
116 3.7 265 8.7 570 13.7 
120 3.8 268 8.8 581 13.8 
124 3.9 272 8.9 592 13.9 
129 4.0 275 9.0 603 14.0 
132 4.1 279 9.1 615 14.1 
134 4.2 283 9.2 628 14.2 
137 4.3 287 9.3 641 14.3 
140 4.4 291 9.4 655 14.4 
143 4.5 295 9.5 668 14.5 
146 4.6 299 9.6 682 14.6 
149 4.7 303 9.7 697 14.7 
152 4.8 308 9.8 711 14.8 
155 4.9 312 9.9 726 14.9 
158 5.0 316 10.0 741 15.0 
161 5.1 321 10.1 755 15.1 
164 5.2 325 10.2 769 15.2 
166 5.3 330 10.3 783 15.3 
169 5.4 334 10.4 798 15.4 
172 5.5 339 10.5 813 15.5 
175 5.6 344 10.6 828 15.6 
177 5.7 348 10.7 843 15.7 
180 5.8 353 10.8 859 15.8 
183 5.9 358 10.9 875 15.9 
186 6.0 363 11.0 891 16.0 
189 6.1 369 11.1 912 16.1 
191 6.2 375 11.2 933 16.2 
194 6.3 381 11.3 955 16.3 
197 6.4 387 11.4 977 16.4 
200 6.5 394 11.5 1000 16.5 
202 6.6 400 11.6 
205 6.7 406 11.7 
208 6.8 413 11.8 
211 6.9 420 11.9 
40
 Tabela 4 – Idade óssea estimada através da soma dos valores dos escores 
de maturação de TW3 – RUS para o sexo feminino 
Escore de 
Maturação
Idade Óssea 
(em anos) 
Escore de 
Maturação
Idade Óssea 
(em anos) 
Escore de 
Maturação
Idade Óssea 
(em anos) 
126 2.0 335 7.1 695 12.2 
130 2.1 339 7.2 705 12.3 
134 2.2 343 7.3 714 12.4 
139 2.3 347 7.4 724 12.5 
143 2.4 351 7.5 735 12.6 
148 2.5 355 7.6 745 12.7 
153 2.6 359 7.7 755 12.8 
158 2.7 363 7.8 766 12.9 
163 2.8 367 7.9 776 13.0 
168 2.9 372 8.0 787 13.1 
174 3.0 377 8.1 798 13.2 
178 3.1 382 8.2 809 13.3 
182 3.2 387 8.3 820 13.4 
186 3.3 393 8.4 832 13.5 
191 3.4 398 8.5 843 13.6 
195 3.5 404 8.6 855 13.7 
200 3.6 409 8.7 867 13.8 
204 3.7 415 8.8 879 13.9 
209 3.8 421 8.9 891 14.0 
214 3.9 427 9.0 902 14.1 
219 4.0 434 9.1 912 14.2 
222 4.1 441 9.2 923 14.3 
225 4.2 448 9.3 933 14.4 
228 4.3 455 9.4 944 14.5 
231 4.4 462 9.5 955 14.6 
234 4.5 470 9.6 966 14.7 
238 4.6 478 9.7 978 14.8 
241 4.7 485 9.8 989 14.9 
244 4.8 493 9.9 1000 15.0 
248 4.9 501 10.0 
251 5.0 509 10.1 
255 5.1 518 10.2 
258 5.2 526 10.3 
262 5.3 535 10.4 
265 5.4 543 10.5 
269 5.5 552 10.6 
273 5.6 561 10.7 
277 5.7 570 10.8 
281 5.8 579 10.9 
284 5.9 589 11.0 
288 6.0 597 11.1 
292 6.1 605 11.2 
296 6.2 614 11.3 
301 6.3 622 11.4 
305 6.4 631 11.5 
309 6.5 640 11.6 
313 6.6 649 11.7 
318 6.7 658 11.8 
322 6.8 667 11.9 
327 6.9 676 12.0 
331 7.0 685 12.1 
41
Exemplo do Método TW3: 
Figura 11 – Radiografia de mão e punho de indivíduo do sexo masculino, com 
idade cronológica de 9,42 anos. 
Tabela 5 - Análise dos 13 centros de ossificação propostos pelo método 
FALANGES
METACARPOS PROXIMAIS MÉDIAS DISTAIS
Escore RADIO ULNA MC I MC III MC V Fp I Fp III Fp V Fm III Fm V Fd I Fd III Fd V 
A 
B 
C 
D 9 9 
E 40 21 12 17 15 15 17 13 
F 59 23 18 
G 
H 
I 
Soma dos valores numéricos: 
59+40+21+12+9+17+23+15+15+9+17+18+13 = 268 
42
Comparando os centros de ossificação obtidos pela 
análise radiográfica com as figuras de 2 a 10, temos os escores de cada 
centro de ossificação correspondente, esses escores são levados a 
Tabela 1 e comparados aos seus respectivos valores numéricos. A soma 
dos valores numéricos é igual a 268. Este levado a Tabela 3 nos 
proporciona o valor da idade óssea do indivíduo em torno de 8 anos e 8 
meses.
4.4 Análise estatística das avaliações 
A idade óssea vertebral obtida através do método de 
Caldas4 foi comparada com a idade óssea obtida pelo Tanner e 
Whitehouse39 (TW3), e com a idade cronológica do mesmo indivíduo, 
considerando o sexo masculino e feminino em separado. E deste modo 
foi verificado a aplicabilidade do método de Caldas4.
Para a análise estatística foram usados os testes não-
paramétricos de FRIEDMAN e WILCOXON, e definimos um nível de 
significância de 5%. 
Em virtude dos resultados obtidos nesta parte da 
pesquisa, damos continuidade à proposição deste trabalho partindo para 
o item abaixo. 
4.5 Criação do método para avaliação da idade óssea em indivíduos 
portadores da síndrome de Down 
Uma vez constatado a aplicabilidade relativa do método 
de Caldas4, apenas para o sexo masculino, foi possível dar seqüência a 
43
segunda parte da proposição deste trabalho. Dessa maneira, foi criado 
um método objetivo para as mulheres e outro para os homens através da 
Regressão Linear. 
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
Nesta pesquisa foram aplicados testes estatísticos não 
paramétricos, os quais não comparam os grupos pela média e sim pela 
posição dos dados. Mesmo não utilizando a média para a comparação, foi 
utilizada a estatística descritiva para entendermos o que ocorre nos 
resultados, como podemos visualizar na Tabela 6, para não portadores da 
síndrome de Down.
 Tabela 6- Estatística descritiva das idades cronológica, óssea e óssea 
vertebral, para indivíduos não portadores da síndrome de 
Down.
No grupo dos não portadores da síndrome de Down, 
observamos no sexo feminino e no masculino (Tabela 6) a existência de 
diferenças estatisticamente significantes entre as idades de maneira 
geral. Desta forma, para determinarmos onde ocorreu esta diferença 
Masculino Feminino Não
portadores da 
síndrome Cronológica Óssea Vertebral Cronológica Óssea Vertebral 
Média 10,36 9,92 11,28 10,18 10,26 10,92 
Mediana 10,42 10,30 11,02 10,42 10,00 10,55 
Desvio
Padrão
2,83 2,12 1,88 1,75 1,23 1,89 
CV 27,3% 21,3% 16,6% 17,2% 12,0% 17,3% 
Q1 9,17 8,25 10,22 9,00 9,55 9,79 
Q3 11,75 11,30 12,32 11,17 10,70 11,61 
N 25 25 25 25 25 25 
IC 1,11 0,83 0,74 0,69 0,48 0,74 
p-valor 0,016 0,035
45
utilizamos o teste de Wilcoxon para comparar todas as idades aos pares e 
assim descobrir com exatidão onde ocorreu à diferença. 
Tabela 7- p-valores, para não portadores da síndrome de Down. 
Não portadores da síndrome Cronológica Óssea 
Óssea 0,367 
Masculino
Vertebral 0,042 <0,001
Óssea 0,788 
Feminino
Vertebral 0,048 0,037
10,36 10,189,92 10,26
11,28 10,92
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
14,0
Masculino Feminino
Cronológica Óssea Vertebral
 Compara idades em não portadores da síndrome de Down
 FIGURA 12 - Comparação das idades cronológica, óssea e óssea 
vertebral em não portadores da síndrome de Down. 
Na tabela 7, temos os p-valores das comparações e foi 
verificado que existe diferença estatisticamente significante entre as 
idades óssea vertebral com cronológica e também óssea. Tanto para o 
sexo masculino quanto para o feminino da amostra estudada, e a idade 
óssea vertebral é maior entre todas as outras idades (Figura 12). 
Prosseguindo, teremos os resultados da comparação 
entre as idades para o grupo de portadores da síndrome de Down. 
46
Tabela 8 - Estatística descritiva das idades cronológica, óssea e óssea 
vertebral, para indivíduos portadores da síndrome de Down. 
Masculino Feminino Portadores da
síndrome
de Down 
Cronológica Óssea Vertebral 1 Vertebral 2 Cronológica Óssea Vertebral 1 Vertebral 2 
Média 13,05 13,00 13,30 13,52 11,68 11,37 12,38 12,86 
Mediana 13,17 15,00 13,92 14,44 11,75 12,20 12,46 12,52 
Desvio
Padrão 3,80 4,17 2,05 2,18 3,68 3,75 2,24 2,23 
CV 29,1% 32,1% 15,4% 16,2% 31,5% 33,0% 18,1% 17,3% 
Q1 10,79 10,00 11,50 11,80 9,00 8,98 10,27 11,17 
Q3 16,08 16,50 14,79 14,99 14,04 15,00 13,59 14,32 
N 35 35 35 35 23 23 23 23 
IC 1,26 1,38 0,68 0,72 1,50 1,53 0,91 0,91 
p-valor 0,873 0,016
Tabela 9 - p-valores, para portadores da síndrome de Down. 
Portadores da síndrome de 
Down Cronológica Óssea Vertebral 1 
Ossea 0,308 
Vertebral 1 0,287 0,114 Feminino
Vertebral 2 0,073 0,039 0,046
Na tabela 8 foi observado o grupo de portadores da 
síndrome de Down, para o sexo feminino e masculino. No sexo feminino 
foi possível verificar diferençasestatisticamente significantes entre as 
idades, desta forma ao analisarmos a Tabela 9, observamos os p-valores 
e identificamos que a diferença ocorreu entre as idades óssea vertebral 2, 
com óssea e óssea vertebral 1. A idade óssea vertebral 2 é a que possui 
maiores resultados em relação as outras idades (Figura 13). Então nesta 
amostra do sexo feminino de portadores da síndrome de Down a fórmula 
criada por Caldas4 não foi aplicável. 
Para os portadores da síndrome de Down do sexo 
masculino não foi observada diferenças estatisticamente significantes 
47
entre as idades, como podemos visualizar na Tabela 8 e Figura 13, então 
a fórmula criada por Caldas4 é aplicável nesta amostra de indivíduos. 
Compara idades em portadores da síndrome de Down
13,05
11,68
13,00
11,37
13,30
12,38
13,52
12,86
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
14,0
16,0
Masculino Feminino
Cronológica Ossea Vertebral 1 Vertebral 2
 FIGURA 13 - Comparação das idades cronológica, óssea, óssea vertebral 1 
e óssea vertebral 2 em portadores da síndrome de Down. 
De acordo com estes resultados partimos para a próxima 
parte da proposição deste trabalho. 
5.1 Apresentação do método para idade óssea em portadores da 
síndrome de Down. 
Com os dados obtidos foi possível comprovar a não 
aplicabilidade da fórmula criada para meninos e meninas brasileiros, por 
Caldas4, em indivíduos portadores da síndrome de Down do sexo 
feminino da amostra estudada. Assim, foram obtidos dois modelos de 
fórmulas, um para as mulheres e outro para os homens. Na Tabela 10 
visualizamos os modelos gerados e também o R2 que avalia a sua 
qualidade. 
48
Tabela 10 – Método final para avaliar a idade óssea em portadores da 
síndrome de Down. 
Sexo Modelo R2
Feminino Óssea = -2,364 + 1,441 x H3 84,2%
Masculino Óssea = -1,004 + 0,759. H3 + 0,580 x AH4 84,1%
 Podemos verificar que ambos os modelos são 
significativos e bem explicativos, ou seja, foram bem ajustados, como 
podemos visualizar pelo valor do R2. Na elaboração foi utilizado o método 
de Stepwise, este método vai incluindo e excluindo cada variável até 
determinar quais são as variáveis mais significativas para explicar a idade 
óssea. Foram aplicados os modelos encontrados nos dados originais e 
obtivemos o que chamamos de idade óssea final. Utilizamos o teste de 
Wilcoxon para comparar os resultados entre a idade óssea (obtida pelo 
TW3) e óssea vertebral (obtida por Caldas4) com a idade óssea final 
(calculada através do modelo desenvolvido nesta pesquisa). Esta análise 
foi feita somente para os portadores da síndrome de Down. 
Tabela 11 - Comparação dos resultados entre as idades ósseas (TW3) e 
ósseas vertebrais (Caldas4) com as idades ósseas finais, em 
portadores da síndrome de Down. 
Masculino Feminino Portadores da 
síndrome de 
Down Final Óssea Vertebral Final Óssea Vertebral 
Média 13,00 13,00 13,30 11,36 11,37 12,38 
Mediana 13,99 15,00 13,92 10,98 12,20 12,46 
Desvio Padrão 3,82 4,17 2,05 3,44 3,75 2,24 
CV 29,4% 32,1% 15,4% 30,3% 33,0% 18,1% 
Q1 10,20 10,00 11,50 9,18 8,98 10,27 
Q3 16,00 16,50 14,79 14,18 15,00 13,59 
N 35 35 35 23 23 23 
IC 1,27 1,38 0,68 1,41 1,53 0,91 
p-valor - x - 1 0,646 - x - 0,891 0,024
49
Verificamos que o modelo é “aplicável”, pois não existe 
diferença estatisticamente significante entre o valor da idade óssea 
(obtida pelo TW3) com a idade óssea final calculada através do modelo 
desenvolvido nesta pesquisa.
Vale notar que existe diferença entre a idade óssea final 
com a idade óssea vertebral somente entre as mulheres. 
O índice idade óssea em portadores da síndrome de 
Down não possui um método específico para verificação.
Aplicando três métodos de estimativa da idade óssea, nos 
indivíduos portadores da síndrome de Down, Santos35 percebeu
diferenças estatísticas apenas no método de Eklöf e Ringertz, no que diz 
respeito ao sexo e a idade cronológica, os métodos de TW3 e Greulich e 
Pyle foram estatisticamente iguais entre si. Em relação ao método de 
Eklöf e Ringertz em portadores da síndrome, Sannomiya et al.34,
observaram o mesmo, mas não encontraram diferenças estatisticamente 
significante entre os sexos. 
Já Calles et al.5, observaram em portadores da síndrome 
de Down, que o método de Greulich e Pyle é utilizado, mas não indicado 
para as idades cronológicas: entre 10 e 13 anos do sexo feminino e entre 
13 e 15 anos do sexo masculino, e concluíram que entre 10 e 13 anos do 
sexo feminino e entre 13 e 15 anos do sexo masculino, apresentaram 
diferenças estatisticamente significantes, quando da análise entre idade 
cronológica e óssea. A mesma conclusão obtiveram Sannomiya et al.33,
razão pela qual preferimos adotar o método TW3 neste estudo, além de 
ser um método mais atualizado. 
Neste trabalho, quando aplicamos o método TW3 nos 
portadores da síndrome de Down, não verificamos diferenças estatísticas 
entre as idades cronológicas e ósseas para o sexo masculino e feminino. 
Mas Santos35 aplicando o mesmo método TW3 teve uma média de atraso 
da idade cronológica em relação à idade óssea de 1,12 anos para o sexo 
feminino e 1,31 anos para o sexo masculino, ou seja, as idades ósseas 
50
foram superiores as cronológicas, mas não observou diferenças 
estatísticas significantes entre o sexo feminino e masculino. Mas 
observou que os valores das idades ósseas obtidas pelos métodos de 
TW3 e Greulich e Pyle são os que mais se aproximam da idade 
cronológica destes indivíduos. 
Tavano40 em 1976 encontrou diferenças estatísticas entre 
o sexo feminino e masculino. Para indivíduos entre 3 e 11 anos, observou 
idade óssea adiantada, e entre 12 e17 anos, idade óssea atrasada, 
diferenças que podem ser explicadas devido ao fato de Tavano estudar 
indivíduos não portadores da síndrome de Down. Mesmo estudando 
indivíduos não portadores da síndrome de Down, Haiter Neto et al.16 em 
2000, encontraram idades ósseas maiores do que as idades cronológicas 
para ambos os sexos, o mesmo encontrado por Santos35 2007, em 
portadores da síndrome. Guzzi et al.14 em 2000, estudando indivíduos não 
portadores da síndrome, observaram também a idade óssea maior do que 
a idade cronológica para o sexo feminino, mas para o sexo masculino a 
idade óssea foi inferior à cronológica. 
Já Aguiar2 em 1998 analisando os ossos do carpo e 
metacarpo de indivíduos portadores da síndrome de Down, concluiu que o 
sexo feminino apresenta desenvolvimento ósseo menor quando 
comparada com as não portadoras da síndrome, e com o sexo masculino 
sindrômico. O sexo masculino portadores da síndrome apresentam 
desenvolvimento ósseo semelhante aos não portadores. 
O primeiro que demonstrou a aplicabilidade do método de 
avaliação do grau de maturação esquelética nas radiografias 
cefalométricas laterais foi Lamparski20, que em 1972 observou mudanças 
no tamanho e forma das vértebras cervicais e as comparou com 
radiografias de mão e punho, avaliadas por Greulich e Pyle15 e baseado 
nas alterações morfológicas das vértebras cervicais C2 à C6, descreveu 
seis estágios de maturação.
51
Hassel e Farman17, 1995 encontraram grande correlação 
entre os indicadores estudados por Lamparski20, e modificaram o método 
original, propuseram a avaliação das imagens correspondentes às 
vértebras C2, C3 e C4, pelo fato de não serem cobertas pelo uso do 
protetor de tireóide durante a incidência radiográfica. 
Román et al.32, na população investigada (crianças 
Espanholas) observaram que, a classificação de Hassel e Farman17 pode 
ser usada para estimativa do estágio de maturação em indivíduos do sexo 
masculino e feminino, sendo a classificação de Lamparski20 não confiável 
nesta população para o sexo masculino. 
Morishia27 em 2005, concluiu que o método carpal e as 
vértebras cervicais têm concordância na verificação da maturação 
esquelética, e a utilização da radiografia cefalométrica lateral se torna 
importante devido à redução da exposiçãodos pacientes aos raios-X, 
além da diminuição do custo. 
Damian et al.7 em 2006, concordam, no que diz respeito à 
verificação da maturação esquelética, mas sugere cautela no uso do 
exame das vértebras cervicais quando o examinador não estiver 
familiarizado com as mesmas. 
Mito et al.22 usando radiografias cefalométricas laterais de 
japonesas criaram com as medidas dos corpos vertebrais C3 e C4 uma 
fórmula, para obtenção da idade óssea pelas vértebras cervicais nestes 
indivíduos. E concluíram que este resultado é confiável quando 
comparado ao obtido pela radiografia de mão e punho através do método 
TW2. Já em 2007, Caldas4 aplicou a formula de Mito et al.22 em brasileiros 
do sexo masculino e feminino, e observou que esta era aplicável apenas 
em meninas brasileiras. Então criou uma fórmula para análise da 
maturação esquelética das vértebras cervicais em meninos e meninas 
brasileiras.
Como na literatura pesquisada não foi encontrado estudos 
a respeito da maturação das vértebras cervicais em indivíduos portadores 
52
da síndrome de Down a comparação foi feita com pacientes não 
portadores da síndrome. 
Neste estudo aplicamos a fórmula de Caldas,4 criada para 
brasileiros do sexo masculino e feminino, em não portadores da síndrome 
de Down, e o resultado diferiu do autor, pois a fórmula criada não foi 
estatisticamente significante na amostra estudada. E quando aplicada na 
amostra de portadores da síndrome de Down foi estatisticamente 
significante apenas para o sexo masculino e não para o sexo feminino. 
Em virtude destes resultados foi criado um método 
objetivo através de medidas das vértebras cervicais C3 e C4 obtidas por 
meio da radiografia cefalométrica lateral, para obtenção da idade óssea 
de pacientes portadores da síndrome de Down. Acreditamos que este 
método possa contribuir com a análise da idade óssea destes pacientes, 
já que se trata de um estudo não encontrado na literatura pesquisada. 
6 CONCLUSÃO 
De acordo com a metodologia empregada, podemos 
concluir que: 
a) o método proposto por Caldas4 quando aplicado 
em nossa amostra de indivíduos do sexo 
feminino e masculino não portadores da 
síndrome de Down, apresentou resultados com 
diferenças estatisticamente significantes entre as 
idades óssea, cronológica e óssea vertebral. 
Notamos que para o sexo feminino e masculino 
a idade óssea vertebral encontra-se adiantada 
em relação às outras idades. 
b) quando aplicado em indivíduos do sexo feminino 
portadores da síndrome de Down a diferença 
estatisticamente significante está entre a idade 
óssea vertebral e idade óssea. A idade óssea 
vertebral também se encontra adiantada em 
relação às outras idades. 
54
c) o mesmo método não apresentou diferenças 
estatisticamente significantes entre a idade 
óssea, óssea vertebral e cronológica nos 
indivíduos do sexo masculino portadores da 
síndrome de Down. 
d) devido ao fato do método analisado não ser 
aplicável para o sexo feminino, criamos um 
método objetivo para obter o valor da idade 
óssea em portadores da síndrome de Down do 
sexo masculino e feminino, através de medidas 
das vértebras cervicais C3 e C4 por meio de 
radiografias cefalométricas laterais. 
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