Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Cefalo: cabeça; metria: medidas são medidas feitas da cabeça através de radiografias. Artes: o interesse pelas medidas da cabeça vem desde o século XV, quando Leonardo da Vinci desenhou o Homem Vitruviano corpo humano a partir das proporções ideais. Antropologia: nos achados arqueológicos encontravam crânios secos de animais e humanos e os mediam, assim foram criando instrumentos para realizar tais mensurações. Achados mostraram que a calota craniana do homem tende a aumentar e, a face tende a diminuir. Antropometria: no âmbito ortodôntico, o interesse pelas dimensões e proporções da cabeça iniciou antes da invenção do raio X, com a antropometria. Réguas, compassos, paquímetros eram utilizados para fazer medidas da cabeça. estruturas de tecido mole atrapalhavam: pessoas mais “gordas“ apresentavam medidas superiores devido à maior quantidade de tecido mole sobreposto Craniometria: ortodontistas analisavam crânios secos para estudar o crescimento e desenvolvimento das estruturas. Para isso, adaptavam os crânios secos ao aparelho craniostato, criando a craniometria. Se aplicava somente a indivíduos mortos. Era possível padronizar algumas medidas, pois o crânio ficava imóvel no craniostato. Histórico 1895: Roentgen descobriu os raios X década de 20: mais estudos de medidas da cabeça, porém sem padronização para obtenção das imagens, dificultando a comparação entre os indivíduos. 1931: adaptação do craniostato para a cabeça humana, criando o cefalostato (utilizado até hoje). Após padronizarem a obtenção das radiografias, vários estudiosos criaram análises cefalométricas conjunto de medidas que comparam as mensurações de um paciente com amostras de pacientes normais. 1948: Downs captou uma grande amostra de pacientes com mal-oclusão de Classe I ou normal, com bom equilíbrio facial, boa relação dental e de lábios e observou as medidas desses pacientes e comparou as radiografias dos demais pacientes Tweed e Steiner dentro desse mesmo raciocínio criaram uma outra análise, utilizada mais 1965: “boom“ da computação e criação de análises computadorizadas (previamente eram feitas manualmente). Essas análises são feitas em institutos de radiologia. século XXI: telerradiografia lateral através da tomografia. Telerradiografias laterais e frontais ambas utilizadas em Ortodontia telerradiografia lateral sempre é solicitada aos pacientes a análise cefalométrica permite verificar o padrão vertical e sagital (anteroposterior) do paciente. a classificação das maloclusões de Angle exige observação lateral FRONTAL: radiografia restrita a pacientes com assimetrias mandibulares ou para verificar se a largura da mandíbula e da maxila estão proporcionais mordida cruzada posterior) apresenta mais sobreposição de estruturas, dificultando a identificação de pontos de interesse. Telerradiografia é uma radiografia da cabeça obtida à distância, em que a cabeça é posicionada através de um cefalostato, que permite a reprodução do posicionamento da cabeça em radiografias seriadas. Cefalostato: dispositivo de posicionamento de cabeça que garante a reprodutibilidade e padronização distância plano sagital mediano até a fonte emissora de raios X: 5 pés ou 1,524 m 5 pés, pois era a maior distância que havia no consultório do inventor da técnica. distância desse plano até o sensor digital: era 15 cm, ocorria distorção da imagem de 5-8% (se a radiografia for digital, pode-se corrigir a distorção no software). Representação diagramática do padrão americano para cefalometrias. Por convenção, a distância da fonte de raios X ao plano sagital mediano do indivíduo é de 1,50 m. A distância do plano sagital mediano ao filme pode variar, mas deve ser a mesma para qualquer paciente em qualquer momento; portanto, a ampliação é a mesma e as mudanças de uma tomada radiográfica para outra podem ser medidas com precisão. através das radiografias digitais é possível obter radiografias com proporção 1:1, pois a régua milimetrada do apoio nasal (próxima ao násio) permite a correção da ampliação da imagem no software do próprio sistema digital. pode-se obter telerradiografias sintetizadas a partir de imagens de tomografia computadorizada de feixes cônicos. O traçado cefalométrico ou cefalograma é composto por desenhos anatômicos de determinadas estruturas dentocraniofaciais de interesse para análise (para que façamos algumas medidas). Pode ser feito manual ou computadorizada. Manual materiais: radiografia, negatoscópio, folha de papel acetato, Cefalometria lápis, borracha, durex, régua, transferidor, esquadros, régua template (tem dentes vazados), luvas (para não marcar o acetato). 5 cores de lápis para padronizar a realização dos traçados. Traçado inicial: lápis preto Caso solicitada uma 2ª documentação/novo estudo: azul Traçado final (tratamento finalizado): lápis vermelho De contenção: lápis verde Pós-contenção: lápis marrom Computadorizado Estruturas de interesse BASE DO CRÂNIO: duas partes bem nítidas: posterior (descendente) e anterior (ascendente); entre elas o contorno da sela túrcica. sela túrcica: ponto S de sela, forma de ômega invertido, região que contém a hipófise. parte mais estável do crânio (pois a sincondrose interesfenoidal se calcifica ao nascimento), por isso é utilizada como referência na cefalometria. 1. Contorno da base do crânio com a sela túrcica dividindo-se em parte posterior e anterior, vendo-se SO (sincondrose esfeno ocipital) e SE (sincondrose esfeno etmoidal). 2. Contorno da parte anterior do osso frontal (parte mais externa da cortical óssea) em sua junção com os ossos próprios do nariz, vendo-se a sutura fronto-nasal. MEATO ACÚSTICO EXTERNO: posterior e superior ao côndilo e à fossa glenóide. por vezes, não consegue-se identificar com clareza porque é o local em que se coloca as olivas auriculares (apresentam anéis de metal para ajudar a demarcar o ponto de interesse). PORÇÃO SUPERIOR DO PERFIL DURO: traçar osso frontal e o nasal. ÓRBITA: desenhar a porção inferior e posterior da órbita sobrepostos logo abaixo da junção base do crânio sutura fronto-nasal. estruturas da esquerda são contínuas, mais próximas ao filme, as da direita são mais pontilhadas. FISSURA PTERIGOMAXILAR: gota invertida se localiza na região posterior à tuberosidade da maxila. parte anterior corresponde ao contorno mais posterior da tuberosidade maxilar. Num sentido descendente, inicia-se o contorno correspondente à abóbada palatina, que termina na face palatina do dente anterior traçado. MAXILA: traça a borda anterior, espinha nasal, contorno superior (assoalho da cavidade nasal), o palato duro e o ICS. MANDÍBULA: traça a borda inferior e a sínfise mandibular (contorno do trabeculado ósseo no interior da sínfise). se visualizarmos ambas as bordas da mandíbula, traça a que estiver mais próxima ao feixe de raios X (à esquerda do paciente, mais perto do pório, mais para cima e para trás.) côndilo: difícil tracejado pela sobreposição. INCISIVOS SUPERIORES E INFERIORES: se o direito e o esquerdo estiverem em posições muito diferentes, tracejar o que estiver mais projetado. PRIMEIROS MOLARES: o contorno dos dentes posteriores está limitado apenas ao 1º M, que se apresenta bastante sobreposto. PERFIL MOLE DO PACIENTE: contorno da testa até o mento. Os pontos identificados sobre o cefalograma servem como guias para a construção de linhas e planos que definirão as medidas que fazem parte das análises cefalométricas. ORBITAL (PONTO OR): ponto mais inferior do assoalho da órbita. PÓRIO (PONTO PO): ponto mais superior do meato acústico externo. GÔNIO (PONTO GO): ponto mais inferior e posterior do ângulo da mandíbula.Determinado pela bissetriz do ângulo formado entre as linhas tangentes às bordas posterior e inferior da mandíbula. SELA (PONTO S): centro geométrico da sela túrcica. Localizada no osso esfenoide. considerada uma estrutura estável durante o crescimento. NÁSIO (PONTO N): ponto mais anterior da sutura fronto-nasal. SUBESPINHAL (PONTO A): ponto mais profundo/posterior da pré- maxila, divide a maxila em osso basal e osso alveolar. SUPRAMENTAL (PONTO B): ponto mais profundo do processo alveolar da mandíbula, divide em osso basal e osso alveolar. PONTO D: ponto situado no centro do contorno da sínfise mandibular. PONTO POG: ponto mais anterior do contorno da sínfise mandibular. PONTO GNÁTIO (PONTO GN): ponto mais anterior e inferior do contorno do mento. Pode ser determinado pela bissetriz do ângulo formado entre a borda inferior da mandíbula e uma perpendicular que tangencia a região anterior da sínfise. PONTO POG1: ponto mais anterior do tecido mole do mento. Apóstrofe indica tecido mole. PONTO LS: ponto mais proeminente do lábio superior. PONTO LI: ponto mais proeminente do lábio inferior. PONTO MN: situado na metade da borda inferior do nariz. Plano Formado pela união de três pontos ou mais, ou seja, é traçado sobre pontos bilaterais (pontos duplos, um direito e um esquerdo). PLANO DE FRANKFURT: traçado do ponto Po ao Or. Precisa estar paralelo ao solo ao posicionarmos a cabeça do paciente no cefalostato. Não é utilizado na análise cefalométrica, mas é utilizado para posicionar a cabeça do paciente. PLANO OCLUSAL: obtido através do entrecruzamento dos primeiros molares e dos incisivos centrais. PLANO MANDIBULAR: união dos pontos Go e Gn. Linha Une apenas dois pontos ímpares, que se localizam no plano sagital mediano. LINHA S N: liga os pontos S e N; ao medir outra linha ou plano em relação a essa, está se medindo um osso em relação à base do crânio. LINHA N A: traçada passando sobre os pontos N e A, estendendo-se até a coroa do ICS. A linha deve passar pela coroa e ir até a borda do ICS, não precisando coincidir com a parte mais incisal. LINHA N B: traçada passando sobre os pontos N e B, estendendo-se até o plano mandibular. LINHA N D: traçada a partir de N até o ponto D. LINHA S DE STEINER: linha do perfil de Steiner, vai do Pog1 (pogônio mole) até MN (metade do nariz). LONGO EIXO DO ICS: passa pelo longo eixo dos ICS, tendo como referências sua borda incisal e ápice radicular. Estender a linha um pouco acima da órbita. LONGO EIXO DO ICI: passa pelo longo eixo dos ICI, tendo como referências sua borda incisal e ápice radicular. análise com as medidas lineares e angulares medidas individuais são comparadas com medidas populacionais para se estabelecer se estão dentro do padrão de normalidade. análise de Steiner: mede-se linhas e ângulos e comparar com referências de normalidade presentes na literatura. outra maneira de mensurarmos é com a sobreposição de um traço ideal coloca um template (régua/desenho padrão da normalidade) sobre o traçado cefalométrico do paciente e analisa não fornece uma quantificação (um número) do quanto está errado, mas sim uma noção. Principais parâmetros PADRÃO ESQUELÉTICO: informa a relação anteroposterior e vertical dos ossos maxilares entre si e com a base do crânio relação entre a maxila e a mandíbula e com a base do crânio Não conseguimos ver a relação transversal, ela será analisada através da radiografia frontal. PADRÃO DENTÁRIO: descreve as relações dos dentes, especialmente dos incisivos entre si e com suas bases ósseas, e com a base do crânio. PERFIL MOLE FACIAL: Informa sobre a adaptação dos tecidos moles ao esqueleto e dentes. Padrão esquelético vertical SN: é a referência da base do crânio; GoGn: é a referência de mandíbula. expressa a direção de crescimento do corpo da mandíbula. valor médio do ângulo: 32° padrão de crescimento bom, tendência ou padrão de crescimento equilibrado. SNGoGn > 32º: padrão de crescimento ruim, tendência ou padrão de crescimento vertical. SNGoGn < 32º: padrão de crescimento bom, tendência ou padrão de crescimento horizontal. ângulo de 40°: paciente é vertical. usado para verificar se o paciente é vertical ou horizontal mede esse ângulo traçando as linhas e observando o ângulo formado pelo encontro dessas linhas (trigonometria). Usar um transferidor (em 90°) passando em cima da linha SN e, escorregamos a régua com o 90°até ele encostar no plano mandibular. Nesse caso deu 36°, como o normal é 32°, esse paciente seria vertical). Padrão esquelético sagital é o ângulo que se forma entre a linha SN e NA. expressa a relação da maxila com a base do crânio. valor médio: 82º se o ponto A estiver mais à frente do que o normal, significa que esse paciente apresenta um exagerado crescimento anteroposterior da maxila. se o ponto A estiver mais para trás significa que há deficiência maxilar no sentido anteroposterior. SNA=82º: maxila bem posicionada em relação à base do crânio SNA > 82º: maxila protruída em relação à base do crânio SNA < 82º: maxila retruída em relação à base do crânio Utiliza esse padrão para descobrir se o paciente é Classe I, II ou III esquelética, assim demonstra o grau de protrusão e retrusão da mandíbula no sentido antero-posterior. expressa a relação da mandíbula com a base do crânio. valor médio: 80°. se o paciente é Classe III esquelética, o ponto B estará mais à frente que o normal (SNB>80º) mandíbula protruída em relação a base do crânio se o ponto B estiver muito para trás (SNB<80º), significa que a mandíbula está retroposicionada. ponto D (dentro da sínfise, mesma finalidade do B) é menos utilizado do que o ponto B expressa a relação da mandíbula com a base do crânio. valor médio: 76 a 77° SND = 76º: mandíbula bem posicionada em relação à base do crânio SND > 76º: mandíbula protruída em relação à base do crânio SND < 76º: mandíbula retruída em relação à base do crânio Steiner demostrou que o ponto B mudava de posição de acordo com a mecânica empregada durante a movimentação dos II, pois localizava-se na porção apical da mandíbula, o que não ocorre com o ponto D, uma vez que ele está situado na porção basal do osso, protegido pelas corticais vestibulares e lingual. Para ter certeza se é Classe I, II ou III, precisa-se comparar um ponto da maxila com um ponto da mandíbula. expressa a relação anteroposterior da maxila e da mandíbula entre si. diferença entre os ângulos SNA e SNB. valor médio: 2° o normal é que ele varie entre 0° e 4°. se o paciente tem um ângulo de 6°, significa que a mandíbula está mais para trás do que o normal (ponto B está mais para trás), aumentando esse ângulo à classe II. se o paciente tem um ângulo de 0°, ele é normal. se o paciente tem um ângulo de -1°, significa que a mandíbula está mais para frente do que o normal, diminuindo esse ângulo à classe III. Para identificarmos a origem do problema, isto é, se está na mandíbula ou na maxila, devemos analisar os valores dos ângulos SNA e SNB (assim, saberemos qual osso está aumentado/diminuído ou se é uma combinação dos dois). Padrão dentário avalia o ângulo formado pelo longo eixo do incisivo superior com a linha NA e mede esse ângulo. normal: 22° se o incisivo estiver mais projetado (vestibularizado), o ângulo aumenta. se o incisivo estiver mais vertical (lingualizado), o ângulo diminui. distância da linha NA até a região mais projetada/à frente do incisivo (medida linear) - medidas lineares (medimos em mm) não são muito utilizadas, pois se compararmos a telerradiografia de uma criança de 8 anos e de um adulto de 25 anos, essas medidas serão diferentes, ou seja, a da criança serámenor). contudo, temos essa medida de 1 NA em mm que é a distância dessa linha para a região mais projetada do incisivo. normal: 4 mm. usamos o ângulo formado entre o longo eixo do ICI com a linha NB (linha da mandíbula). normal: 25°. se o incisivo estiver mais vertical, o ângulo diminui. se o incisivo estiver mais projetado (vestibularizado), o ângulo aumenta. normal: 4 mm. normal: distância incisivo inferior.NB semelhante à distância N-Pog à equilíbrio são aceitáveis variações de até 3 m/m. análise do tamanho do mento do paciente paciente + queixudo = ↑medida em mm formado pela inserção do longo eixo dos ICS e ICI (pouco utilizada). normal: 131°. paciente biprotruso/ICS e ICI bem projetados: ângulo diminui. dentição decídua/ incisivos implantados + verticalmente: o ângulo aumenta. determinado pela interseção do plano oclusal com a linha SN. expressa a inclinação do plano oclusal com a base do crânio. normal: 14°. 20°: plano oclusal aumentado (linhas + divergentes). linhas + divergentes/ hiperdivergentes = característica de paciente vertical. Perfil mole facial traçada do ponto Pog1 até o ponto MN. mediremos a distância dos lábios, dos pontos LS e LI até essa linha. ideal (perfil equilibrado): lábios tocando a linha. lábio + p/ trás = lábio retruído. lábio + p/ frente = lábio projetado. Traçado vermelho = template (norma paciente normal - classe I); traçado preto - paciente com crescimento facial + vertical, ICS e ICI + projetados, molares classe II, ausência de selamento labial passivo, lábios à frente da linha de Steiner = projetados; ponto A (maxila) +/- dentro do padrão; ponto B mais posterior. Sobreposição da base craniana do template padrão de Bolton para a idade de 14 anos (vermelho) no traçado de um garoto de 13 anos de idade. O modelo com 14 anos foi escolhido porque encaixa com o comprimento da base craniana. Observe que, na comparação do template com este paciente, o aumento considerável na altura anteroinferior da face e a rotação descendente da mandíbula podem ser vistos claramente. É também evidente que a maxila do paciente está girada para baixo no sentido posterior. Esta comparação do traçado de um paciente com um modelo é uma abordagem direta para descrever a relação das unidades faciais funcionais. Na análise de Steiner, a relação do incisivo superior com a linha NA é usada para estabelecer a posição da dentição superior em relação à maxila. Tanto a distância em milímetros, em que a superfície vestibular do incisivo se encontra na frente da linha, como a inclinação do eixo longitudinal do incisivo com a linha são medidas. A posição do incisivo inferior em relação à mandíbula é estabelecida com medições similares à linha NB. Além disso, a protrusão do mento é estabelecida medindo-se a distância em milímetros da linha NB ao pogônio, o ponto mais proeminente no mento ósseo. Lembre-se de que tais ângulos e distâncias podem ser afetados pela protrusão e retrusão da maxila e a mandíbula com relação ao násio. JANSON, Guilherme; GARIB, Daniela G.; PINZAN, Arnaldo; et al. Introdução à Ortodontia. Grupo A, 2013. E-book. ISBN 9788536701868. Capítulo 11 Proffit, William R. Ortodontia Contemporânea. Disponível em: Minha Biblioteca, (6th edição). Grupo GEN, 2021. Capítulo 6. ARAUJO, M. C. Ortodontia para clínicos: programa pré- ortodôntico. 1988. Capitulo 8..
Compartilhar