Buscar

Artigo Moinhos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Moinhos da Ribeira de Seiça e do Casenho 
(Figueira da Foz) 
 
 
Resumo 
Seiça foi outrora terra de monges e, numa região 
agrícola rica em água, o surgimento de moinhos de 
água foi uma evolução natural. Este artigo pretende 
dar a conhecer um pouco da história dos moinhos 
na ribeira de Seiça, particularmente a do único 
moinho que ainda se encontra activo nesta região. 
Manuel Carvalho é o último moleiro de uma 
família que há mais de 400 anos vive na povoação 
de Casenho, na freguesia de Borda do Campo. 
Abstract 
Seiça was once land of monks and an agricultural 
region rich in water, the appearance of watermill 
was a natural evolution. This article aims to 
present some history of mills on the Seiça 
riverside, particularly the only mill that is still 
active in this region. Manuel Carvalho is the last 
miller of a family that for over 400 years lives in 
the village of Casenho, in the parish of Borda do 
Campo. 
Região 
Numa zona de campos férteis e de linhas de água, 
outrora navegáveis, rodeada por florestas, arrozais 
e pauis, Seiça sempre teve uma influência mística 
para quem a visita, transmitindo a sensação de 
podermos viajar até ao passado. Localizada na 
freguesia do Paião, a cerca de 15 km da sede do 
concelho, Figueira da Foz, Seiça é uma localidade 
parada no tempo. 
A história deste lugar cruza-se com a lenda do 
abade João, monge retirado no Mosteiro de 
Lorvão, que recebeu do rei Ramiro I, de quem era 
tio paterno, a doação da vila de Montemor-o-
Velho. 
Reza a lenda que este abade, acompanhado de um 
pequeno exército de cristãos, perseguiu os mouros 
até Seiça, onde os derrotou. Durante a noite, depois 
da vitória, recebe a notícia de que todos os seus 
homens mortos em combate, tinham ressuscitado 
milagrosamente. Em reconhecimento pela Graça 
concedida, o monge decidiu ficar para sempre em 
Seiça, onde mandou fundar a capela que dedicou a 
Nossa Senhora de Seiça. 
Dessa ermida, que ruiu em 1590, nada resta. Em 
1602, no mesmo lugar e por iniciativa de Frei 
Manuel das Chagas, foi construída a actual capela 
de Nossa Senhora de Seiça. 
 
Fig. 1 – Capela de Nossa Senhora de Seiça 
No interior desta capela podemos observar um 
conjunto de pinturas sobre a lenda do abade João. 
 
Fig. 2 – Quadro existente no interior da capela de 
Nossa Senhora de Seiça, sobre o combate do 
abade João contra os mouros 
 A poucos metros de distância desta capela 
encontra-se o Mosteiro de Santa Maria de Seiça, 
do qual se desconhece a data exacta de fundação e 
cuja referência documental mais antiga data de 
1162, pertencendo então aos Frades Crúzios. 
Diz a lenda que certo dia D. Afonso Henriques 
andava à caça nas matas de Seiça quando um seu 
criado caiu do cavalo e morreu. Existindo ali perto 
uma ermida levaram para lá o corpo do jovem 
cavaleiro. Mas quando já preparavam o seu 
enterro, eis que o rapaz abre os olhos e revive. Tal 
milagre foi logo atribuído a Nossa Senhora de 
Seiça e o rei terá então mandado construir ali perto 
um Mosteiro em honra a Santa Maria de Seiça. [1] 
 
Fig. 3 – Quadro existente no interior da capela de 
Nossa Senhora de Seiça, alusivo à fundação do 
Mosteiro de Santa Maria de Seiça, com a legenda 
“ermitão e o rei que lhe promete fundar o 
mosteiro” 
[2]
 
Em 1175 D. Afonso Henriques doou àquela 
comunidade uma carta de couto [3] e em 1195 este 
Mosteiro passou para a Ordem de Cister. 
Entre os finais do século XVI e o início do século 
XVII este edifício foi totalmente reedificado, o 
qual, devido à proximidade do Colégio de Santa 
Cruz de Coimbra, passou a funcionar como Centro 
de Estudos Filosóficos de toda a congregação da 
Ordem de Cister, entre os séculos XVII e XVIII [4]. 
 
Fig. 4 – Fachada principal do Mosteiro de Santa 
Maria de Seiça 
Após a dissolução das ordens religiosas em 1834, 
este mosteiro foi vendido a um particular que 
transformou parte do edifício em fábrica de 
descasque de arroz. Presentemente, este 
monumento, propriedade da Câmara Municipal da 
Figueira da Foz, encontra-se desprovido de 
utilização. 
Os Moinhos 
Com o cognome de Povoador, o rei D. Sancho I, 
favoreceu o povoamento em diversos pontos do 
território português de então. A fundação de um 
mosteiro não se tratava apenas de uma obra de 
devoção ou edificação religiosa, assumindo 
igualmente um papel de estímulo ao 
desenvolvimento agrícola e à criação de 
povoações. De facto, os monges desempenhavam 
um papel civilizacional, económico e 
administrativo do país, dado que, para além das 
suas funções religiosas, também cultivavam e 
ensinavam a cultivar terras e defendiam o território 
dos inimigos. 
A zona onde o convento foi instalado, junto à 
ribeira de Seiça, então navegável, era uma área 
bastante alagadiça e pantanosa. Os monges 
brancos, como era conhecida a Ordem de Cister, 
contribuíram de forma decisiva para o 
povoamento, arroteamento e desenvolvimento das 
vastas áreas que ocuparam. Aplicando as suas 
inovadoras e intensivas técnicas agrícolas, 
transformando as envolventes através do 
desbravamento de terras e da construção de 
sistemas hidráulicos, rapidamente criaram 
condições para a fixação de povoados. 
Utilizada tanto pelos monges como pelas 
povoações, a ribeira de Seiça e o controlo dos 
canais de água revelaram-se fundamentais tanto 
para a agricultura, como para a implementação de 
diversos moinhos de rodízio nesta região. 
Para além desta ribeira, existem outros cursos de 
água, tal como o rio Pranto e seus afluentes, que 
permitiram igualmente a instalação de moinhos nas 
suas margens. 
Dada a escassez de informação é difícil determinar, 
com exactidão, quantos moinhos terão existido 
nesta região, qual a data da sua instalação, bem 
como a sua capacidade produtiva. No entanto, de 
entre as várias povoações referidas na relação de 
foros, pagos ao mosteiro entre 1818 e 1835, 
encontram-se referenciados diversos moinhos, 
nomeadamente na Azenha, na Ribeira dos 
Carriços, no Negrote, no Casenho, na Ribeira de 
Seiça. 
Nessa listagem de tributos é feita alusão aos 
diversos pagamentos cobrados pelo mosteiro a 
quem possuía bens, fossem eles terras de cultivo 
ou moinhos (quadro 2). 
De acordo com os documentos manuscritos e 
respeitantes ao Mosteiro de Santa Maria de Seiça, 
existentes no Arquivo da Universidade de 
Coimbra, o foro mais antigo, indicado na referida 
relação de foros do Mosteiro, é respeitante ao 
pagamento que, desde 1815, António Joaquim 
Lopes Garrido, pelo Prazo de um Moinho na 
Ribeira do Cazenho, paga pelo S. Miguel oito 
alqueires de trigo e outros oito alqueires de milho 
e duas galinhas. 
[5]
 
No entanto tal não significa que seja o mais antigo, 
pois tanto o moinho de José Lavaredas como o de 
Manoel Pedroza filho, também mencionados nos 
foros, foram herdados de seus pais e, de acordo 
com os moradores mais antigos desta região, 
existem moinhos junto à ribeira de Seiça há pelo 
menos quatrocentos anos. 
Analisando os dados transpostos para o quadro 2, 
alguns factos se destacam, nomeadamente o valor 
do foro (cuja diferença nas quantidades poderá 
estar relacionada com o número de mós de cada 
moinho), os tipos de cereais cultivados nesta região 
na primeira metade do século XIX (trigo e milho), 
e a época do ano em que o pagamento era 
efectuado. Também se verifica que nem todos os 
tributários residiam na povoação onde estava 
instalado o moinho. 
 
Fig. 5 – Rodízios de um moinho, actualmente 
construídos em inox, mas que inicialmente seriam 
de madeira 
No século VIII surgiu na Europa um novo cereal, o 
arroz, introduzido no sul de Espanha pelos Árabes. 
Até meados do século XIX o cultivo desta planta, 
em Portugal, era esporádico. Apenas por volta de 
1840 é que a orizicultura se começou a 
desenvolver de uma forma sustentada no Baixo 
Mondego, em parte devido ao elevado grau de 
instabilidade política vivida desdeas Invasões 
Francesas (1807-1810) até aquela data, mas 
também ao facto de os campos de cultivo serem 
muito pantanosos. [6] 
O aparecimento deste novo cereal levou à 
necessidade de conceber uma forma de o 
descascar. Através de uma alteração ao sistema de 
mós dos moinhos, com recurso à colocação de 
placas de cortiça entre as mós, os moleiros 
passaram a ter uma nova forma de rendimento. 
Para além das mudanças que aconteceram na 
agricultura, também no domínio da administração 
do território ocorriam alterações. 
Em 1830 Lavos foi elevado a concelho, composto 
pelas freguesias de Lavos e de Paião [7] e integrado 
na comarca de Soure. Em 1834 foram extintas as 
ordens religiosas em Portugal e em 1835 o 
concelho de Lavos passou a designar-se por 
concelho de Lavos e Paião. Em 1853 este concelho 
foi extinto, passando as povoações que o 
constituíam a fazer parte da comarca e concelho da 
Figueira da Foz, até à presente data. 
De entre os documentos manuscritos da Câmara do 
Couto de Lavos, existentes no Arquivo Histórico 
Municipal da Figueira da Foz, encontra-se um 
recenseamento geral dos eleitores do concelho de 
Lavos, de 1852 [8], no qual é indicada a profissão 
dos mesmos. Nesse recenseamento é feita a 
referência a quatro moleiros na povoação de 
Casenho, nove na Ribeira de Seiça e um no Vale 
Vendeiro (quadro 3). 
Na recolha de Informações para a Estatística 
Industrial do Districto de Coimbra, em 1861, 
Francisco Teixeira da Silva [9] relata que existiam 
no distrito de Coimbra 1.101 moinhos, sendo o 
concelho da Figueira da Foz aquele que possuía o 
maior número, num total de 227 moinhos. Era na 
freguesia do Paião [10] que se encontrava a maior 
concentração de moinhos deste concelho: quarenta 
e dois moinhos de água e quatro de vento. 
Freguesias do 
concelho da 
Figueira da Foz 3 
Moinhos de 
água 
Moinhos de 
vento 
Alhadas 30 10 
Brenha 2 5 
Ferreira 27 - 
Figueira - - 
Lavos 14 13 
Maiorca 4 2 
Paião 42 4 
Quiaios 6 8 
Tavarede 14 8 
Vila Verde 1 6 
Buarcos - 31 
Total 140 87 
Quadro 1 – Número de moinhos inventariados em 
1861 por Francisco Teixeira da Silva 
Onde outrora existiram dezenas de moinhos de 
água, hoje subsistem apenas vestígios de alguns 
desses engenhos. Desde Seiça até ao Casenho 
ainda é possível encontrar edificações de seis 
moinhos, todos de rodízio horizontal, em relativo 
estado de conservação. 
 
Fig. 6 – Localização dos moinhos ainda existentes 
desde o Mosteiro de Santa Maria de Seiça até ao 
Casenho 
Ribeira de Seiça, freguesia de Paião: 
1 – Moinho dos Carriços, em ruínas; 
2 – Moinho da Benta, em ruínas; 
Casenho, freguesia de Borda do Campo: 
3 – Moinho do Fernandes, conservado, mas 
desactivado; 
4 – Moinho de José Ferreira de Carvalho, em 
ruínas; 
5 – Moinho de Manuel Maria Ferreira de 
Carvalho, ainda em funcionamento; 
6 – Moinho de Manuel Maria Ferreira de 
Carvalho, em ruínas; 
Moinho de Manuel Carvalho 
Deste seis moinhos apenas um se encontra em 
pleno funcionamento. Manuel Carvalho é o único 
moleiro que nesta zona ainda continua a fazer 
farinha e a descascar arroz, a tempo inteiro, tal 
como fazia o seu pai, o seu avô e as gerações 
anteriores, desde há pelo menos quatrocentos anos. 
Adaptado aos cereais produzidos na região, o seu 
moinho possui dois conjuntos de mós, um para 
farinação e outro para descasque de arroz. 
 
Fig. 7 – Manuel Carvalho no seu moinho, junto às 
mós de descasque de arroz (moinho 5 na fig. 6) 
A manutenção de um moinho inclui diversas 
tarefas, entre elas a picagem da mó andadeira. Com 
alguma regularidade, e para tirar a casca ao arroz, 
esta mó tem de ser picada, dado que a sua 
superfície inferior vai ficando lisa. 
Com o auxílio de um rodilhão e de uma alavanca, 
o moleiro retira a andadeira da sua base. 
 
Fig. 8 – O moleiro retira a mó andadeira 
Depois de bem apoiada, segue-se picagem de toda 
a superfície desta mó. 
 
Fig. 9 – Picagem da mó andadeira 
O descasque de arroz é efectuado através da 
colocação de uma cama de cortiça entre as duas 
mós, criando uma superfície macia, evitando assim 
que o grão se quebre e ou se transforme em 
farinha. 
 
Fig. 10 – Cama de cortiça para o descasque de 
arroz 
Depois de concluída a picagem, é necessário voltar 
a colocar a andadeira sobre a segurelha. 
 
Fig. 11 – Reposição da andadeira 
Após a conclusão desta tarefa é altura de abrir a 
comporta da água e colocar o rodízio a girar para 
descascar arroz. 
As mós de farinação sofrem um processo de 
picagem idêntico, de forma a evitar que vidrem e 
deixem de fazer farinha. 
 
Fig. 12 – Arroz a ser descascado 
 
Fig. 13 – Arroz descascado, em pormenor 
Na fase de descasque, o arroz cai misturado com a 
casca. Para o limpar, o moleiro ergue-o com 
recurso a uma tarara. 
 
Fig. 14 – Depois de descascado, o arroz tem de ter 
erguido, para ficar limpo de cascas 
São muitos os agricultores da região que procuram 
este moinho. Quem já provou, diz que o gosto do 
arroz descascado artesanalmente, sem qualquer 
processo de branqueamento, tem outro sabor. 
Dizem também que a farinha produzida neste 
moinho atribui um paladar à broa muito mais 
saboroso do que outra qualquer. 
Um moinho tão antigo tem de ser tratado com 
carinho. Com 86 anos e com a força que a saúde 
ainda lhe permite é junto às mós que Manuel 
Carvalho se sente feliz, mas lamenta que mais 
ninguém queira aprender o ofício. 
Para este moleiro o seu moinho é a sua vida e antes 
que se perca para todo o sempre, urge preservar 
este património vivo, para além do edificado. 
Na Borda do Campo, uma freguesia onde o 
património etnográfico é rico e cuja principal 
actividade económica é ainda a agricultura, 
nomeadamente o cultivo do arroz e do milho, mas 
onde a mecanização foi aos poucos substituindo os 
trabalhos outrora realizados através da força física, 
é urgente preservar esse património [11], o qual 
pode ser uma atracção turística e uma mais valia 
para estas gentes, bem como um testemunho vivo 
para as gerações futuras. 
 
Localização 
do Moinho 
Residência Tributário Foro anual por moinho 
Época de 
Pagamento 
Casenho 
Casenho 
A mulher de 
Manoel Ferreira Manço 
Dois alqueires de trigo Dia de Natal 
José Lavaredas 
Oito alqueires de trigo e duas galinhas 
de crista tombada 
S. Miguel 
José Manoel Brás 
d’Oliveira 
24$000 
Dia de 
Páscoa 
Barra Luíz dos Santos Morgado 
Quatro alqueires de trigo e duas galinhas 
de crista tombada 
S. Miguel 
Copeiro 
António Joaquim Lopes 
Garrido 
Oito alqueires de trigo, oito alqueires de 
milho e duas galinhas 
S. Miguel 
Regalheiras 
de Lavos 
António Gonçalves de 
Freitas 
Dois alqueires de trigo e duas galinhas Dia de Natal 
Ribeira de 
Seiça 
Ribeira de 
Seiça 
Manoel Pedroza filho 
Dois alqueires de trigo e dois alqueires 
de milho, mais uma galinha e um frango 
Dia de Todos 
os Santos 
José Brás 
Cinco alqueires de trigo, cinco alqueires 
de milho e duas galinhas 
S. Miguel 
António da Costa Cabral Seis alqueires de trigo S. Miguel 
António Rodrigues Bispo 
Um alqueire de trigo e duas boas 
galinhas 
S. Miguel 
Ribeira dos 
Carriços 
Lavos e 
Marinha 
Manoel Gonçalves Curado 
Dois alqueires de milho, dois alqueires 
de trigo e um capão 
S. Miguel 
Ribeira dos 
Carriços 
Francisco Rodrigues Bispo Dois alqueires de trigo e duas galinhas S. Miguel 
José Gomes Christino Dois alqueires de trigo e duas galinhas S. Miguel 
Bernardo da Costa Dois alqueires de trigo e duas galinhas S. Miguel 
Negrote 
Amieira Francisco da Cruz 
Dois alqueires de trigo, dois capões e 
duas galinhas 
S. Miguel 
Negrote José de Brito Manço Meio alqueire de trigo S. Miguel 
Azenha Amieira Francisco Veríssimo 
Três alqueires de trigo e duas galinhas 
boas 
1º de Maio 
Esteiro da 
Caldeira 
Bizorreiro 
de Lavos e 
de Paião 
José da Silva Dois alqueires de trigo S. Miguel 
Quadro 2 – Foros pagos pelos arrendatários / proprietáriosao Real Mosteiro de Seiça, entre 1818 e 1834 
Povoação Nome do Moleiro Dízima Idade 
Casenho 
José Ferreira Carvalho 1.513$000 57 anos 
José Ferreira Pedro 1.582$000 29 anos 
José Thomaz 2.649$000 31 anos 
Manoel Ferreira de Carvalho 2.890$000 32 anos 
Ribeira de Seiça 
António da Costa Cabral 3.527$000 41 anos 
Francisco da Cruz 4.705$000 46 anos 
Bernardo da Costa 1.738$000 41 anos 
Jerónimo da Costa 2.731$000 27 anos 
José Pedrosa 1.822$000 29 anos 
Manoel da Costa Jacintho 1.451$000 61 anos 
Manoel Ferreira 5.753$000 51 anos 
Manoel Pedrosa Vieira (filho) 4.594$000 30 anos 
Manoel Pedrosa Vieira 6.070$000 51 anos 
Vale Vendeiro Luíz Carvalheiro 1.768$000 61 anos 
Quadro 3 – Eleitores e elegíveis para deputados, do concelho de Lavos, em 1852, com a profissão de 
moleiros 
 
Notas 
[1] SILVA, Eurico, Convento de Seiça – Memórias, 
Cadernos Municipais, nº 36, Câmara Municipal da 
Figueira da Foz, 1999, pp. 7-11 
[2] Capela de Nossa Senhora de Seiça, IGESPAR, 
http://www.igespar.pt/patrimonio/pesquisa/geral/be
nscomproteccaolegal/detail/74885/, consultado em 
07-12-2009 
[3] Em 1175 D. Afonso Henriques (juntamente com 
seu filho, o rei D. Sancho I) fez a doação do Couto 
de Barra a D. Paio Egas, prior de Seiça. O 
território doado ao Mosteiro compreendia quase 
todas as terras que constituem actualmente as 
freguesias de Alqueidão, Borda do Campo de 
Marinha das Ondas e Paião, no concelho da 
Figueira da Foz, bem como a quinta do Seminário, 
pertencente à freguesia da Vinha da Rainha, no 
concelho de Soure. 
PRATAS, José Casaleiro, Elementos para a 
história eclesiástica da freguesia do Paião, e 
Assassinos e Assassínios no extinto concelho de 
Lavos no tempo do cabralismo, Edição da Junta de 
Freguesia do Paião, 2004, pp. 47-49 
[4] Em 1774 esta escola foi transferida para o 
Colégio do Mosteiro de Alcobaça, cujos alunos, 
entretanto, vinham passar férias a Seiça. Após a 
extinção das ordens religiosas em Portugal, em 
1834, constatou-se que a biblioteca do Mosteiro de 
Santa Maria de Seiça continha 1755 volumes. 
SILVA, Eurico, Paião, edição da Junta de 
Freguesia do Paião, 2005, pp. 21 
[5] Livro dos Foros do Real Mosteiro de Ceiça, fl. 
13 verso 
[6] VAQUINHAS, Irene; MENDES, José Amado, 
Canteiros de Arroz: a orizicultura entre o passado 
e o futuro, Câmara Municipal de Montemor-o-
Velho, 2005, pp. 55-57 
[7] Quando em 12 de Março de 1771, D. José I 
criou a comarca da Figueira da Foz, entre outras 
povoações, Paião e Lavos foram desmembrados do 
concelho de Montemor-o-Velho, ao qual 
pertenciam até essa data. 
[8] Recenseamento geral dos eleitores e elegíveis 
para deputados, do concelho de Lavos – 1852, 
Câmara do Couto de Lavos 
[9] SILVA, Francisco Teixeira da, Informações 
para a Estatística Industrial do Districto de 
Coimbra, Lisboa, Imprensa Nacional, 1861, pp. 44 
[10] Actualmente o concelho da Figueira da Foz é 
constituído por 18 freguesias. Parte do território da 
freguesia do Paião passou para as freguesias de 
Marinha das Ondas, Alqueidão e Borda do Campo, 
criadas posteriormente. 
[11] No endereço www.bordadocampo.com é 
possível encontrar mais informação sobre esta 
freguesia. 
Bibliografia 
CONCEIÇÃO, A. Santos, Terras de Montemor-o-
Velho, Câmara Municipal de Montemor-o-Velho, 
1992 
PRATAS, José Casaleiro, Elementos para a 
história eclesiástica da freguesia do Paião, e 
Assassinos e Assassínios no extinto concelho de 
Lavos no tempo do cabralismo, Edição da Junta de 
Freguesia do Paião, 2004 
SILVA, Eurico, Convento de Seiça – Memórias, 
Cadernos Municipais, nº 36, Câmara Municipal da 
Figueira da Foz, 1999 
SILVA, Eurico, Paião, edição da Junta de 
Freguesia do Paião, 2005 
SILVA, Francisco Teixeira da, Informações para a 
Estatística Industrial do Districto de Coimbra, 
Lisboa, Imprensa Nacional, 1861 
VAQUINHAS, Irene; MENDES, José Amado, 
Canteiros de Arroz: a orizicultura entre o passado 
e o futuro, Câmara Municipal de Montemor-o-
Velho, 2005 
Sitografia 
Borda do Campo, 
http://bordadocampo.com/freguesia/origens/, 
consultado em 07-12-2009 
Capela de Nossa Senhora de Seiça, IGESPAR, 
http://www.igespar.pt/patrimonio/pesquisa/geral/be
nscomproteccaolegal/detail/74885/, consultado em 
07-12-2009 
Mosteiro de Santa Maria de Seiça, IGESPAR, 
http://www.igespar.pt/patrimonio/pesquisa/geral/be
nscomproteccaolegal/detail/71634/, consultado em 
07-12-2009 
Documentos históricos 
Arquivo Histórico Municipal da Figueira da Foz, 
Câmara do Couto de Lavos, Recenseamento geral 
dos eleitores e elegíveis para deputados, do 
concelho de Lavos – 1852 
Arquivo da Universidade de Coimbra, Documentos 
do Mosteiro de Santa Maria de Seiça, Relação de 
todos os indivíduos que pagavam foros ao 
mosteiro 
Idem, Livro dos Foros do Real Mosteiro de Ceiça 
Agradecimentos 
Anabela Bento, Manuel Mª Ferreira de Carvalho, 
Guilherme Gaspar e Sílvio Gaspar 
Autoria das Fotografias 
Inês Pinto, Guilherme Gaspar e Sílvio Gaspar 
Captions 
Fig. 1 –Nossa Senhora de Seiça’s Chapel 
Fig. 2 – Existing painting in the inside of Nossa 
Senhora de Seiça’s Chapel, about the fight of abbot 
João against the Moors 
Fig. 3 – Existing painting in the inside of Nossa 
Senhora de Seiça’s Chapel, illustrating the 
foundation of the Monastery of Santa Maria de 
Seiça, with the caption “eremite and the king who 
promises him to found the monastery” 
Fig. 4 – Main front of the Monastery of Santa 
Maria de Seiça 
Fig. 5 – Ladle-boarded wheel, currently built in 
stainless steel, but initially would be made of wood 
Fig. 6 – Location of mills still existing from the 
Monastery of Santa Maria de Seiça to the Casenho 
Fig. 7 – Manuel Carvalho in his mill, close by the 
rice peeling millstone (mill 5 in fig. 6) 
Fig. 8 – The miller takes out the moving millstone 
Fig. 9 – Pricking the moving millstone 
Fig. 10 – Cork bed for the peeling of rice 
Fig. 11 – Restoring the moving millstone 
Fig. 12 – Rice being peeled 
Fig. 13 – Peeled rice, in detail 
Fig. 14 – Once peeled, the rice must be cleaned, to 
be rid of peels 
 
Borda do Campo, Dezembro de 2009 
 
Artigo publicado em Molinologia Portuguesa, volume anual 2009 
Edição da Etnoideia, Projecto de Desenvolvimento Rural, Lda, em 2010 
ISBN 978-989-8104-05-2 
Depósito Legal nº 312879/10

Continue navegando